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Condutos Forçados - Perda de Carga

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Escoamento em Condutos

Forçados

Prof. Dr. Hugo Alexandre Soares Guedes


E-mail: hugo.guedes@ufpel.edu.br
Website: wp.ufpel.edu.br/hugoguedes/
CONCEITO

São aqueles nos quais o fluido escoa com uma pressão


diferente da pressão atmosférica.

Os condutos forçados são geralmente circulares e de


seção constante (L ≥ 4000D).
REGIME DO ESCOAMENTO
Experiência de Ousborne Reynolds (1883)
REGIME DO ESCOAMENTO
Experiência de Ousborne Reynolds (1883)

 O número de Reynolds leva em conta a velocidade


entre o fluido que escoa e o material que o envolve,
uma dimensão linear típica e a viscosidade
cinemática do fluido .
REGIME DO ESCOAMENTO

a) Regime Laminar ou
Lamelar

b) Regime Turbulento

c) Regime Turbulento
PERDADECARGA
Conceito
É um termo genérico designativo do consumo de
energia desprendido por um fluido para vencer as
resistências ao escoamento. Essa energia se perde sob a
forma de calor.

Para se ter uma ideia, seriam necessários 100 m de


tubulação para a água ter um aumento de temperatura
de 0,234 graus centígrados.

CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA


Na prática, as tubulações não são constituídas apenas
por tubos retilíneos e de mesmo diâmetro. Há
também as peças especiais como: curvas, joelhos ou
cotovelos, registros, válvulas, reduções, ampliações
etc., responsáveis por novas perdas.

• Perda de carga contínua ou distribuída ou perda por


atrito (hf): ocasionada pela resistência oferecida ao
escoamento do fluido ao longo da tubulação. A
experiência demonstra que ela é proporcional ao
comprimento da tubulação de diâmetro constante.
CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA

• Perda de carga acidental ou localizada ou singular


(ha): ocorre todas as vezes que houver mudança no
valor da velocidade e/ou direção da velocidade
(módulo e direção da velocidade).

• Perda de carga total (ht): ht = hf + ha


PERDA DE CARGA CONTÍNUA EM CONDUTOS
DE SEÇÃO CONSTANTE, REGIME
PERMANENTE E UNIFORME
(ESCOAMENTO INCOMPRESSÍVEL)

Fórmulas para cálculo de hf:


1) FórmulaRacionalou Universal
2) Fórmula de Hazen-Williams
3) Fórmula de Flamant Fórmulas práticas ou
4) Fórmula de Fair-Wipple-Hsiao empíricas
5) Fórmula para tubos de PVC
6) Fórmula de Darcy-Weisbach
FÓRMULA RACIONAL OU UNIVERSAL

 Válida para qualquer tipo de fluido


 Válida para qualquer regime de escoamento.

hf = perda de carga contínua (m);


f = fator de atrito;
L = Comprimento da tubulação (m);
Q = vazão escoada (m3s-1);
D = Diâmetro da tubulação (m).
RESISTÊNCIA DAS PAREDES INTERNAS
DO CONDUTO AO ESCOAMENTO

Espessura da Película Laminar (β):

(Prandtl)

β decresce com o aumento de Rey


Relação de com a rugosidade absoluta ( ):
1. Escoamento turbulento de parede lisa:
4

f = f1(Rey)
Relação de com a rugosidade absoluta ( ):

2. Escoamento turbulento de parede intermediária:


/6 < <4

f = f2(Rey, /D)
Relação de com a rugosidade absoluta ( ):
3. Escoamento turbulento de parede rugosa:
/6
f = f3( /D)
DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE
ATRITO (f) DA FÓRMULA UNIVERSAL

Representação gráfica de f (NIKURADZE):


REGIÃO I:
Região de escoamento laminar (Rey 2000)
f independe da rugosidade relativa ( /D)

(Poiseuille)

REGIÃO II, III e IV :


 Região de escoamento turbulento (Rey 4000)

(Colebrook e White)
REGIÃO II:
Região de escoamento turbulento de parede lisa ( 4 )

 f = f(Rey) e independente de ( /D)

(Expressão de Prandtl)

 Válida para 104 Rey 3,4 x 106


REGIÃO III:
 Região de escoamento turbulento de parede
intermediária ( /6 < <4 )
 f = f(Rey, /D)

(Colebrook e White)
REGIÃO IV:

 Região de escoamento turbulento de parede rugosa


( /6)
 f = f( /D) e independente de Rey

(Nikuradze)
 Simplificação da solução das equações:

Diagrama de Moody (hf) – Mecânica dos Fluidos

Diagrama de Moody-Rouse (hf, Q ) – Mecânica dos Fluidos

Fluxograma de Podalyro (hf, Q, D) - Hidráulica


FLUXOGRAMA PARA DETERMINAÇÃO DA PERDA DE CARGA (hf)
FLUXOGRAMA PARA DETERMINAÇÃO DA VAZÃO (Q)
FLUXOGRAMA PARA DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO (D)
EXERCÍCIOS
1) Uma tubulação de ferro fundido enferrujado
( =1,5mm), com diâmetro de 150 mm e 60 metros
de extensão escoa uma vazão de 50L/s de água.
Determinar a perda de carga pela fórmula universal.
-6 2
( água =1,01x 10 m /s).
EXERCÍCIOS
2) Um conduto de ferro fundido novo, revestido
internamente ( =0,15mm), com diâmetro de
100mm e 75 metros de extensão é submetido a
uma vazão que produz uma perda de carga de 35
metros.
-6 2
Determinar a vazão escoada ( água =1,01x 10 m /s).
EXERCÍCIOS
3) Calcular o diâmetro de um tubo de aço
( =4,6 x 10-5 m) que deverá transportar uma vazão
de 19 L/s de querosene ( = 3 x 10-6 m2/s) a uma
distância de 600 m com uma perda de carga de
3 m.
FÓRMULAS PRÁTICAS
1. Fórmula de Hazen-Willians
Escoamento com água à temperatura ambiente
Tubulações com diâmetro maior ou igual a 50 mm
Escoamento turbulento
0,63 0,54
V = 0,355 C D J
Q = 0,2788 C D 2,63J 0,54
1,852
L Q
h f = 10,646 4,87
D C
C = coeficiente que depende da natureza (material e
estado de conservação) das paredes do tubo.
Valores do Coeficiente de Hazen-Willians (C)
Material C
Alumínio 130
Aço corrugado 60
Aço com juntas “Lock-bar” novas 130
Aço com juntas “Lock-bar” usadas 90 a 100
Aço galvanizado 125
Aço rebitado, novo 110
Aço rebitado, usado 85 a 90
Aço soldado, novo 130
Aço soldado, usado 90 a 100
Aço soldado com revestimento especial 130
Aço zincado 120
Cimento-amianto 130 a 140
Concreto, bom acabamento 130
Concreto, acabamento comum 120
Ferro fundido, novo 130
Ferro fundido, usado 90 a 100
Plásticos 140 a 145
PVC rígido 145 a 150
FÓRMULAS PRÁTICAS
2. Fórmula de Flamant
Usada para instalações prediais

Aplicável a tubulações com D entre 12,5 e 100 mm

Escoamento com água à temperatura ambiente

Mais utilizada para tubos de ferro e aço-galvanizado

DJ V7 L 1,75
= b 4 h f = 6,11b 4,75 Q
4 D D
Valores de “b” da Fórmula de Flamant

Tipos de condutos b
Ferro fundido ou aço em serviço (usado, acima de 10 0,00023
anos)
Ferro fundido, aço ou canalização de concreto (novo) 0,000185
Condutos de chumbo 0,000140
Condutos de cimento-amianto 0,00062
Plástico 0,000135
FÓRMULAS PRÁTICAS
3. Fórmula de Fair-Whipple-Hisiao
Recomendada para inst. prediais (12,5 D 100 mm)
Aplicável a escoamento de água
Recomendada pela ABNT

3.1. Para tubos de aço ou ferro galvanizado conduzindo


água fria (20 ºC)
Q = 27,113 D 2,60J 0,53
3.2. Para tubos de cobre ou latão:

a) Conduzindo água quente:

2,71 0,57
Q = 63,281 D J

b) Conduzindo água fria:

2,71 0,57
Q = 55,934 D J
FÓRMULAS PRÁTICAS
4. Fórmula para Tubos de PVC

a) Para 3 x 103 < Rey < 1,5 x 105:

J = 5,37x10 - 4 D -1,24 V1,76 (água à temp. ambiente)

b) Para 1,5 x 105 < Rey < 1 x 106:


-4 -1,20 1,80
J = 5,79x10 D V (água à temp. ambiente)
FÓRMULAS PRÁTICAS
5. Fórmula de Darcy-Weisbach

L V2
h =f
f D 2g

 f é tabelado para tubos de concreto, ferro fundido e aço


de diâmetros superiores a 13mm (1/2”), conduzindo água
fria.
CONCLUSÕES A RESPEITO DA PERDA DE CARGA
CONTÍNUA
É diretamente proporcional ao comprimentoda
canalização
É inversamente proporcional a uma potência do diâmetro

É proporcional a uma potência da velocidade ou da vazão


É variável com a natureza das paredes da tubulação, no
caso de regime turbulento. No caso de regime laminar
depende apenas do número de Reynolds
Independe da posição do tubo

Independe da pressão interna sob a qual o líquido escoa


PERDA DE CARGA ACIDENTAL OU LOCALIZADA
 Mudança no módulo e/ou na direção da velocidade

 Peças especiais: curvas, válvulas, registros, bocais…

Podem ser desprezadas quando:


 Velocidade menor que 1 m/s

 Pequeno número de peças especiais

L 4000 D
PERDA DE CARGA ACIDENTAL OU
LOCALIZADA
a) Expressão Geral das perdas localizadas
VALORES APROXIMADOS DE K
( PERDA LOCALIZADA )
VALORES APROXIMADOS DE K
( PERDA LOCALIZADA )
 Perda de carga na entrada de uma canalização

 Perda de carga na saída de uma canalização


VALORES APROXIMADOS DE K
( PERDA LOCALIZADA )
 Perda de carga em curvas de 90º
VALORES APROXIMADOS DE K
( PERDA LOCALIZADA )
 Perda de carga em válvulas de gaveta

Valores de K para registros

*s/S é relação de áreas efetivas da abertura de passagem e da tubulação de seção circular


VALORES APROXIMADOS DE K
( PERDA LOCALIZADA )
 Perda de carga devida ao alongamento gradual de seção
PERDA DE CARGA ACIDENTAL OU LOCALIZADA
b) Método dos Comprimentos Virtuais ou Equivalentes
 Adicionar à canalização existente, apenas para efeito de
cálculo da perda de carga, comprimentos de tubos (de mesmo
D) que causariam a mesma perda de carga da peça especial

Lv = L + Lf
PERDA DE CARGA ACIDENTAL OU LOCALIZADA
c) Método dos Diâmetros Equivalentes

 Peças especiais são transformadas em um nº de diâmetros da


canalização existente
Lf = n D

n = número de diâmetros (Tabelado)

Lv = L + Lf
EXERCÍCIOS
1) Calcular a perda de carga total em um trecho de
uma canalização de alumínio (f = 0,015), que
conduz 20 L/s, numa extensão de 1200 m. O
diâmetro da canalização é de 150 mm e ao longo do
trecho tem-se as seguintes peças especiais:
a) Expressão Geral
c) Método dos Diâmetros Equivalentes
Tipo de peça Nº de peças (n) Nd n Nd
Curva de 90º 2 30 60
Cotovelo de 90º 3 45 135
Curva de 45º 2 15 30
Curva de 30º 2 15 30
Válvula de retenção 2 100 200
Válvula de gaveta 2 8 16
Medidor Venturi 1 100 100
Nd = 571
2) A tubulação da figura abaixo é de PVC e tem diâmetro
de 200 mm. Determinar a vazão adotando f = 0,024.
3) O projeto de uma linha adutora ligando dois
reservatórios previa uma vazão de 250 L.s-1. A adutora
medindo 1300 m de comprimento foi executada em
tubos de concreto com acabamento comum e diâmetro
de 600 mm.
Colocando em funcionamento, verificou-se que a vazão
era de 180 L.s-1 devido a alguma obstrução deixada em
seu interior, por ocasião da construção. Calcular a
perda de carga provocada pela obstrução (usar fórmula
de Hazen-Willians), desprezando as demais perdas
acidentais.
4) Uma canalização de tubos de ferro fundido novo ( =
0,26 mm) com diâmetro de 250 mm é alimentada por
um reservatório cujo nível da água situa-se na cota de
1920 m. Calcular a vazão e a pressão no ponto E de cota
1750 m, distante 1500 m do reservatório, sabendo-se
que a descarga se faz livremente na cota 1720 m. Use a
fórmula Universal e de Hazen-Willians.

DADOS: L1 = 1500 m
L2 = 1000 m
D = 0,250 m
L = L 1 + L2
f = 0,03
C = 130

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