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Diferenà A Entre Arresto e Penhora 1

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Diferença entre arresto e Penhora

O arresto consiste numa medida judicial de apreensão de bens de um devedor para garantir a
satisfação do Direito de crédio e geralmente, é aplicado no início do processo de execução, enquanto a
Penhora é uma forma de tomada de bem ou direito de um devedor, por ato de um juiz, com a
finalidade de efetivar o pagamento da quantia devida no processo. Quando a penhora é decretada, o
bem fica com restrição de venda, o que evita que o devedor o transfira para terceiros e garante que o
bem possa ser utilizado para pagamento parcial ou total da dívida.
Em ambos os casos existe uma apreensão de bens com a finalidade de, posteriormente, através da
venda, vir a ser satisfeito o direito do credor, podendo o arresto ser uma penhora antecipada, ficando
os bens arrestados à disposição do tribunal para mais tarde (após a conversão em penhora) poderem
ser vendidos, mas há uma diferença fundamental entre eles: com o arresto pretende-se acautelar um
prejuízo que se receia (pois existe um justificado receio de perda da garantia patrimonial do crédito do
arrestante, periculum in mora); com a penhora, através dos bens penhorados, procura-se a realização
efectiva dum direito já declarado. O arresto visa precisamente garantir que os bens do devedor, uma
vez apreendidos, permanecem na sua esfera jurídica até ao momento da respetiva penhora.

O arresto abrange todos os bens e direitos de conteúdo patrimonial suscetíveis de conversão em


penhora de bens (art402°n1CPC). O requerente deverá, desde logo, no requerimento inicial da
providência, alegar os factos indiciadores da existência do crédito, bem como os factos que justificam
o receio invocado, relacionando, desde logo, os bens que pretende ver apreendidos(art403°n1CPC) e
fornecendo ainda as indicações necessárias à realização da diligência.
Após ser produzida prova sumária o arresto de bens é decretado sem audiência da parte contrária
(art404°n1CPC), a fim de não sair gorado o êxito da providência.
O procedimento cautelar de arresto de bens pode ser instaurado como preliminar ou incidental da ação
declarativa ou ação executiva em relação às quais é instrumental; se a ação principal já tiver sido
instaurada, o arresto correrá por apenso à ação principal.
No direito processual, a penhora é o acto executório pelo qual se apreende o bem do executado ou de
terceiro para empregá-los na satisfação do crédito que está a ser cobrado em juízo (art.821‫﮿‬CPC) Por
meio da penhora, o bem é apreendido para que seja conservado durante o processo judicial (Arresto);
não sendo pago o valor devido, o bem será vendido, para que o produto dessa venda reverta em favor
do autor da ação. É possível também que a dívida seja paga por meio de transferência do próprio bem
penhorado para o património do autor do processo, o que é chamado de adjudicação (875‫﮿‬CPC).
Mediante a penhora, caso haja juízo garantido, entende-se que que há, no património do executado,
bens para satisfazer a dívida, gerando no autor da cobrança a segurança jurídica de que a cobrança
judicial será eficaz. A partir do momento em que se realiza a penhora, delimitam-se quais serão os
bens de todo o património do executado que ficarão afetados ao cumprimento da obrigação
(art.833‫﮿‬CPC). É por meio dela que o exequente adquire a preferência sobre o bem penhorado
(art.822‫﮿‬CC). A satisfação de uma execução pode se dar por dois mecanismos distintos: por meio de
coerção, na qual se realiza sobre o executado uma pressão psicológica para que este cumpra com a
obrigação constante do título executivo ou por meio de sub-rogação, na qual o tribunal substitui a
vontade do executado pela vontade do Tribunal, ainda que contra a vontade daquele, realizando atos
tendentes à satisfação da pretensão do exequente.
Nas execuções de pagar quantia o Tribunal se vale de medidas de sub-rogação para que a satisfação
do crédito seja realizada. A Penhora, portanto, é um dos mecanismos de sub-rogação da qual se vale o
Tribunal para, substituindo a vontade do executado, exercer a individuação e constrição sobre o
património deste, retirando do devedor a disponibilidade sobre o bem e colocando-o sob a proteção de
um depositário, com vistas à satisfação do direito do exequente. Essa constrição tem por finalidade
tornar indisponível para o executado os bens que foram penhorados. Caso o executado aliene bem
penhorado, tal alienação poderá ser considerada fraude à execução e será ineficaz em relação ao
exequente.
É permitida, com algumas restrições, a penhora de bens de terceiros(art.831‫﮿‬CPC).
Por exemplo, o pai de uma pessoa tenha contraído uma dívida que deu origem a uma ação executiva,
que, por sua vez, culminou numa penhora sobre os respetivos bens. Nesse caso, os terceiros têm
alguns mecanismos para fazer valer a propriedade dos seus bens.
Executado que vive com os pais: A Lei determina que os bens que forem encontrados em poder do
executado presumem-se propriedade dele (art831°CPC). Logo, os bens que forem encontrados no
domicílio do executado, mesmo que esses bens sejam efetivamente propriedade de terceiros, são
presumidos pela Lei como sendo propriedade do executado: - Quer a casa seja propriedade de
terceiros, que permitem que o executado esteja lá a viver (por exemplo, nos casos em que o executado
vive na casa que é propriedade dos pais);
- Quer a casa seja detida por terceiros a título de arrendamento, que permitem que o executado esteja
lá a viver (por exemplo, nos casos em que o executado vive numa casa na qual os pais são inquilinos
ou arrendatários);
- Quer essa casa seja propriedade do executado e os seus pais vivam lá, com bens que são seus;
- Quer a casa seja detida a título de arrendamento e o executado seja o inquilino ou arrendatário. Nos
casos supracitados o que se pode fazer é: Ilidir a presunção em oposição à penhora: Contudo, a
presunção de que os bens que forem encontrados em poder do executado são propriedade dele pode
ser ilidida, através de oposição à penhora, perante o Juiz do processo executivo no âmbito do qual é
promovida a penhora:
- Quer pelo próprio executado ou por alguém em seu nome (com poderes de representação, por
exemplo, através de procuração);
- Quer por terceiro (por exemplo, pais do devedor) cujos bens foram apreendidos na penhora relativa a
um processo executivo no qual esse terceiro não figure como devedor executado. Contudo, em ambos
os casos, recorrendo a este incidente, a presunção só pode ser ilidida através da prova documental
inequívoca do direito do terceiro sobre os bens (fatura ou recibo de compra e venda) (832°CPC).

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