1) A avó está requerendo a guarda da neta de 7 anos que vive sob seus cuidados desde o nascimento.
2) Os pais da criança não tem condições financeiras ou estruturais para cuidar da filha.
3) Conceder a guarda à avó é o que melhor atende aos interesses da criança segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente.
1) A avó está requerendo a guarda da neta de 7 anos que vive sob seus cuidados desde o nascimento.
2) Os pais da criança não tem condições financeiras ou estruturais para cuidar da filha.
3) Conceder a guarda à avó é o que melhor atende aos interesses da criança segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente.
1) A avó está requerendo a guarda da neta de 7 anos que vive sob seus cuidados desde o nascimento.
2) Os pais da criança não tem condições financeiras ou estruturais para cuidar da filha.
3) Conceder a guarda à avó é o que melhor atende aos interesses da criança segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente.
1) A avó está requerendo a guarda da neta de 7 anos que vive sob seus cuidados desde o nascimento.
2) Os pais da criança não tem condições financeiras ou estruturais para cuidar da filha.
3) Conceder a guarda à avó é o que melhor atende aos interesses da criança segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
XXX VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE XXX
ESTADO DE XXX
Marcolina de Tal, brasileira, faxineira,portadora da cédula de
identidade RG nº xxx, inscrita no CPF sob o nº xxx, residente e domiciliado na Avenida dos azares, nº 01, centro de Maringá, Paraná, por intermédio de seu Advogado, no uso de suas atribuições institucionais, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE GUARDA
Em favor de Milenia Piquininha de tal, menor e impúbere, e em
desfavor de Nonato de Tal, brasileiro, convivente, desempregado, portador de cédula de RG xxx, inscrito no CPF sob o nº xxx, residente e domiciliado no Abrigo Comunitário na Rua Das Mesquitas, nº 02, Jardim da Felicidade, Maringá Paraná e Jaqueline de Tal, brasileira,diarista, residente e domiciliada na Rua Dos Cavalos, nº 03, Jardim das Andorinhas, Maringá, Paraná, pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir expostos:
DOS FATOS
A menor Milenia de Tal, nascida em 15 de Setembro de 2005, hoje com 7
anos de idade, é fruto da união entre Nonato de Tal e Jaqueline de Tal, a qual hoje vive maritalmente com a pessoa de alcunha “Corintiano”- pessoa com passagem pela policia e certidão de antecedentes ciminais.
A Requerente alega que logo após alguns dias do nascimento da
neta Milenia, ela esteve sobre os seus cuidados, e desde de então vem prestando todos os cuidados necessários para criação e educação da menor, iclusive os laços de afetividade. A menor encontra-se matriculada em escola municipal conforme declaração de matricula em posse da avó. Diante dos fatos exposto a requerente teme que seus genitores possam retirar a menor de seus cuidados, e sabendo que seu genitor não tem a menor condição e nem tampouco pretende prestar cuidados á menor encontrando-se ainda morando em um abrigo. Faz se saber ainda que os mesmos nunca contribuiram em para o sustento de sua filha e não tem nenhuma condição financeira para tal, visto que o pai se encontra desempregado e sua mãe tem seu sustento como diarista. Diante dos fatos narrados, a Requerente requere a guarda definitiva da menor Milenia, e que a mesma continue residindo com Marcolina, tendo o pai Nonato de Tal e Jaqueline de Tal, o direito de visitar e ter a filha consigo nos fins de semana na casa da avó.
DO DIREITO
A guarda tem por escopo a proteção integral da criança, levando-se em
consideração os seus interesses, sejam eles de ordem moral, emocional ou material.
Preceitua o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
nº. 8.069/90):
Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência
material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. § 1º. A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. § 2º. Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos determinados.
A propósito eis a orientação jurisprudencial dominante:
"DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. PEDIDO DE GUARDA FORMULADO PELA AVÓ. CONSENTIMENTO DOS PAIS. MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA. SOB A TÔNICA DA PREVALÊNCIA DOS INTERESSES DA PESSOA EM CONDIÇÃO PECULIAR DE DESENVOLVIMENTO DEVE-SE OBSERVAR A EXISTÊNCIA DA EXCEPCIONALIDADE A AUTORIZAR O DEFERIMENTO DA GUARDA PARA ATENDER SITUAÇÃO PECULIAR, FORA DOS CASOS DE TUTELA E ADOÇÃO, NA PREVISÃO DO ART. 33, § 2º, DO ECA. A avó busca resguardar situação fática já existente, por exercer a posse de fato da criança desde o nascimento, com o consentimento dos próprios pais, no intuito de preservar o bem estar da criança, o que se coaduna com o disposto no art. 33, § 1º, do ECA. Dar-se preferência a alguém pertencente ao grupo familiar – na hipótese a avó – para que seja preservada a identidade da criança bem como seu vínculo com os pais biológicos, significa resguardar ainda mais o interesse do menor, que poderá ser acompanhado de perto pelos genitores e ter a continuidade do afeto e a proximidade da avó materna, sua guardiã desde tenra idade, que sempre lhe destinou todos os cuidados, atenção, carinhos e provê sua assistência moral, educacional e material. O deferimento da guarda não é definitivo, tampouco faz cessar o poder familiar, o que permite aos pais, futuramente, quando alcançarem estabilidade financeira, reverter a situação se assim entenderem, na conformidade do art. 35 do ECA. - Se as partes concordam com a procedência do pedido de guarda, não será o Poder Judiciário que deixará a marca da beligerância nessa relação pacífica, quando deve apenas assegurar que o melhor interesse da criança seja o resultado da prestação jurisdicional. - Se restou amplamente demonstrado que os interesses da criança estarão melhor preservados com o exercício da guarda pela avó, a procedência do pedido de guarda é medida que se impõe. Recurso especial provido" (REsp 993458/MA, Relatora Ministra Nancy Andrighi, DJe 23/10/2008).
"DIREITO DE FAMÍLIA. GUARDA DE MENOR PLEITEADA POR AVÓS.
POSSIBILIDADE. PREVALÊNCIA ABSOLUTA DO INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE OBSERVADA. (...).
2. No caso em exame, não se trata de pedido de guarda
unicamente para fins previdenciários, que é repudiada pela jurisprudência. Ao reverso, o pedido de guarda visa à regularização de situação de fato consolidada desde o nascimento do infante (16.01.1991), situação essa qualificada pela assistência material e afetiva prestada pelos avós, como se pais fossem. Nesse passo, conforme delineado no acórdão recorrido, verifica- se uma convivência entre os autores e o menor perfeitamente apta a assegurar o seu bem estar físico e espiritual, não havendo, por outro lado, nenhum fato que sirva de empecilho ao seu pleno desenvolvimento psicológico e social. 3. Em casos como o dos autos, em que os avós pleiteiam a regularização de uma situação de fato, não se tratando de 'guarda previdenciária', o Estatuto da Criança e do Adolescente deve ser aplicado tendo em vista mais os princípios protetivos dos interesses da criança. Notadamente porque o art. 33 está localizado em seção intitulada 'Da Família Substituta', e, diante da expansão conceitual que hoje se opera sobre o termo 'família', não se pode afirmar que, no caso dos autos, há, verdadeiramente, uma substituição familiar. 4. O que deve balizar o conceito de 'família' é, sobretudo, o princípio da afetividade, que fundamenta o direito de família na estabilidade das relações socioafetivas e na comunhão de vida, com primazia sobre as considerações de caráter patrimonial ou biológico" (REsp 945.283/RN, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 28/09/2009). Ademais, sob a ótica dos Direitos da Criança e do Adolescente, não são os pais que têm direito ao filho, mas sim, e, sobretudo, é o menor que tem direito a uma estrutura familiar que lhe confira segurança e todos os elementos necessários a um crescimento equilibrado.
Assim, na hipótese de se considerar que de seu nascimento Milenia convive
com a avó, ou seja, tem-se que há 7 anos existe esse laço afetivo.
Em verdade, a guarda de que se cuida é aquela prevista na primeira parte
do artigo 33, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, in verbis:
"A guarda destina-se a regularizar a posse
de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros".
Nesse sentido, ressalte-se que as situações fáticas, qualificadas pelo
decurso de tempo não podem passar ao largo da tutela do direito, devendo ser, pois, na medida do possível, convoladas em situações jurídicas. Outras não são as lições de Yussef Said Cahali, para o qual:
"O Direito sempre tomou em consideração
certas situações de fato, levando em consideração, por esse motivo, também a 'guarda de fato' capaz de gerar alguns efeitos jurídicos, como se alguém que toma a seu cargo, sem intervenção do Juiz, a criação e educação do menor; a guarda 'jurídica' a que se refere o § 1º do artigo 33, destina-se a regularizar a posse de fato"
(Cahali, Yussef Said in Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado.
7ª. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 146/147).
Desse modo, observa-se que o Direito tutela a pretensão da Requerente em
deter a guarda de sua neta, de forma a cuidar da criança no intuito de preservar seus interesses.
DOS PEDIDOS Posto isso, requer-se a Vossa Excelência:
a) seja concedida a requerente, de plano, os Benefícios da Justiça Gratuita,
haja vista não possuir condições econômicas e/ou financeiras de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo próprio ou de sua família, nos termos da inclusa declaração de hipossuficiência na forma do artigo 4º, da Lei n. 1.060, de 05 de fevereiro de 1950, e artigo 98 do Novo Código de Processo Civil;
b) seja deferida, liminarmente a Requerente Avó, a guarda provisória de
Milenia;
c) seja feita a citação, da Requerida Jaqueline de Tal, bem como a citação
do Requerido Nonato de Tal, por todos os meios disponíveis, para que compareça à audiência de conciliação ou mediação, para, querendo, contestar a presente ação, sob as penas da lei;
d) seja intimado o doutor representante do Ministério Público, para, na
condição de fiscal da lei, intervir e acompanhar o presente feito até seu final, sob pena de nulidade, ex vi dos artigos 178, inciso II, 279, e 698 do Código de Processo Civil;
e) ao final, seja julgado procedente o pedido inicial, para o fim de conceder
definitivamente a guarda da menor Milenia Piquininha de Tal a Requerente Marcolina de Tal, condenando-se os Requeridos no pagamento das verbas de sucumbência, notadamente custas processuais e honorários advocatícios justos que deverão ser depositados na conta xxx.
Protesta provar o alegado por de todos os meios de prova em direito
admitidos, sem exclusão de nenhum, especificada desde já a prova documental, inclusive com a juntada posterior de outros documentos, se necessário for, o estudo psicossocial e a oitiva de testemunhas já arroladas, sem prejuízo de outras provas que se fizerem necessárias, a serem especificadas no momento adequado.
Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ xxx.