Auriculoterapia
Auriculoterapia
Auriculoterapia
DEFININDO A AURICULOTERAPIA
É uma terapia, pois há todo um instrumental teórico e técnico que fundamentam esta prática
terapêutica.
É uma arte, onde unem-se filosofia e terapia: prática que questiona a teroria e a teoria que
questiona a prática. A arte está em absorver e realmente ver o ser humano que está a nossa
frente representado na orelha. Poder ver uma totalidade a partir de um micro sistema.
A auriculoterapia é uma reflexologia. Sobre a orelha está projetado o corpo humano e todos os
seus órgãos e membros. Cada região corresponde a um ponto específico. Quando o órgão ou
membro estiver desequilibrado a região correspondente na orelha manifesta sinais de que o
órgão precisa de cuidados e atenção.
Observe que a orelha parece com um feto de cabeça voltada para baixo.
FUNDAMENTO PRIMORDIAL:
A orelha é um receptor de sinais bem específico. A Aurícula reflete sobre seu corpo todas as
mudanças fisiológicas tanto dos órgãos e bem como das vísceras, dos membros, do tronco e a
coluna, dos tecidos, até dos órgãos e dos sentidos e, de todo o organismo.
COMENTÁRIO:
A aurículoterapia deve investir nos pontos refletidos no pavilhão auricular, pois são alterações
que justificam e necessitam de um estímulo terapêutico específico para o órgão ou estrutura
É um órgão específico ou estrutura refletida sobre aquela área. É um receptor de sinais de alta
especificidade.
Deixamos claro que a auriculoerapia não tem por objetivo substituir cuidados médicos. Busca-
se a junção de práticas diferenciadas para o bem estar da pessoa cuidada. Além do mais, a
auriculoterapia faz parte de uma prática complementar. Não devemos tê-la como uma
panacéia.
A orelha possui uma relação direta com os rins tanto na visão oriental c na ocidental.
Na visão oriental esta relação é milenar e na ocidental é bem recente. Contudo, é uma visão
científica que vem confirmar o que se observava antigamente. Vejamos os antigos textos
orientais:
“o ouvido é a abertura principal do rim e por sua vez a abertura secundária do coração… a
orelha relaciona-se com o canal shao yin do pé (meridiano dos rins), pelo que constitui a
abertura do rim; o ouvido se forma com a essência do rim.”
Vemos que na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) há uma relação direta dos rins com a
orelha.
Lembre-se de que a orelha se forma com a essência dos rins, como diz nos textos antigos
orientais. Continuando a citação acima….
Na auriculoterapia, para fundamentar a prática, pode-se partir dos textos antigos e buscar
fundamentação e confirmações da ciência.
Há uma aplicação da MTC ao longo dos tempos que confirma e fundamenta esta terapia, pelos
resutados eficazes na prática.
Contudo, nossas mentes críticas questionam e buscam uma confirmação teórica e científica.
Pouco se sabe cientificamente.
Os aspectos do pavilhão auricular são manifestações dos rins, isto é uma afirmação baseada
nos antigos textos orientais. Veja:
“Quando a orelha tem uma cor enegrecida e é de tamanho pequeno, manifesta que se possui
um rim pequeno; se a orelha é espessa, então, o rim se grande; se a orelha tem uma grande
depressão posterior, então, o rim se encontra baixo; se a orelha é forte, o rim também o será;
se a orelha é fina e débil, então, o rim é débil.”
Os orientais estabeleceram uma relação entre a estrutura auricular com os rins. A orelha
serviu de base para observação dos rins. É um sinal externo falando do interno. “a orelha é o
palácio do rim”, afirmavam.
A ORELHA E O CORPO
Na orelha não há só a projeção dos rins, mas de todo o corpo. “Em direção ao sul (lembrar que
a direção sul referida aqui é da China no hemisfério norte, ao falar do Brasil a direção que
apresenta calor e a cor vermelha e associada ao coração é o norte), está a cor vermelha que
penetra no coração, o coração encontra na orelha sua abertura e armazena aí sua essência…
se o fígado adoece e há vazio, então o ouvido perde sensibilidade, se o Qi se inverte, a cabeça
dói e há surdez… se o baço está deficiente, então, os nove orifícios do homem não se
comunicam…. o pulmão emite a voz e o ouvido recepciona a voz.”
Não só os órgãos e meridianos se relacionam com o ouvido, mas bem como, os sentidos. A
orelha é o espelho do corpo físico e energético do homem.
A ORELHA E A SAÚDE
A experiência observadora dos terapeutas orientais, em relação ao seu trabalho diário e das
pessoas que se cuidavam, fundamentaram toda sua prática e desenvolveram uma teoria que
sustenta a prática até hoje. Além de sua prática e teoria, criaram uma filosofia que
fundamenta a própria prática terapêutica.
A orelha é uma das expressões do corpo, para dizer, se está saudável e equilibrado ou se há a
necessidade de cuidados das fragilidades ou, se há necessidade de intervenções terapêuticas.
Veja o que dizem os textos:
“Quando a textura da orelha é sólida e forte, então, o rim também o será, (o indivíduo) não se
enfermerá facilmente e os quatro membros sofrerão pouco de dores…Quando a orelha é fina,
então, o rim será débil, o calor atacará sua debilidade e por causa disto se produzirão acúfenos
(acúfenos: são todas as sensações auditivas que não resultam de estímulos externos ao
organismo) ….se a orelha é grande ou pequena, está alta ou baixa, é espessa ou fina, alargada
ou mais redonda, tudo isto manifesta o estado do rim. Se a orelha é pequena e de cor
escura, pode-se instalar um defícil padecimento do rim; se a orelha é espessa o rim será
grande, por ser grande provoca vazio e por ser vazio o frio o invadirá produzindo tinidos,
hipoacusia (é a diminuição do sentido da audição), dor lombar e sudorese; se a orelha está
inclinada para frente, o rim estará alto e portanto, cheio, o que fará que o rim se aqueça; se a
parte posterior da orelha apresenta uma depressão, o rim estará, então, baixo e por estar
baixo, se padecerá de lombalgia, prolapso e hérnias; a boa orelha é a que se inclina para frente
e está na linha com ya che, desta maneira a ponta do rim está direita e será difícil adoecer.”
A ORELHA E OS MERIDIANOS
“Na orelha os doze canais se reúnem, o yin e o yang se interrelacionam, a essência e a energia
se regulam e
Além dos meridianos, yin e yang, a essência e a energia ou melhor o CHI e outras estruturas
energéticas acabam se harmonizando na orelha. A harmonização é automática ou terapêutica?
A ORELHA E A TERAPIA
Ernesto Garcia compilou os textos da MTC e afirma: “na antiguidade os métodos de estímulo
do pavilhão auricular, não só estavam dirigidos a tratar diretamente as afecções da audição
tais como o tinido, hipoacusia e surdez, como também, a orelha era usada como base para o
tratamento das afecções do resto do corpo, tais como: cefaféia, enfermidades visuais,
odontalgias, epistaxes, icterícia, etc., aplicando-se diferentes métodos de
tratamento como: punção com agulhas, sangria, moxabustão, massagem, tamponamento com
medicamentos, raspagem com bambu, etc.
Assim, como estes, outros métodos também populares, foram transmitindo-se de geração em
geração, entre eles: pontuar a hélix da orelha para tratar a parotidite, beliscar o lóbulo da
orelha para tratar o resfriado, puntuar a boca do conduto auditivo até sangrá-la, para tratar a
dor de estômago, sangrar as veias do dorso da orelha para tratar os eczemas.”
Portanto, a prática terapêutica é uma contribuição ao organismo e a energia, para que volte a
normalidade funcional e ao equilíbrio energético. Toda ação terá como resposta uma reação. A
terapia funciona como um estímulo ao organismo e este reage e a reação o faz encontrar o
equilíbrio.
A auriculoterapia tem uma ação muito mais ampla que a acupuntura sistêmica se torna parte
da reflexologia, de cujos princípios se serve para atingir os objetivos da prevenção e
manutenção da qualidade de vida e auxiliar para cuidar do corpo enfermo.
Por ser uma técnica reflexa, a auriculoterapia pode ser associada a todos os demais ramos de
terapias, sejam eles de natureza química, sejam eles de natureza energética.
Ao falar de terapia preventiva, quero dizer que é uma atuação no energético e não uma
atuação puramente física. A energia antecede ao corpo físico. Inclusive, a formação do corpo
energético é anterior a formação do corpo denso e físico.
Para as terapias com base neste pressuposto, a energia desequilibrada pode afetar o corpo
físico e suas estruturas internas e o seu funcionamento. Este desequilíbrio pode manifestar
toda ordem de sinais e sintomas corporais.
Por ser uma terapia que cuida dos desequilíbrios energéticos sem descuidar das desordens
orgânicas, faz-se necessário manter uma relação com outras áreas para ter uma definição dos
problemas que o cliente enfrenta.
Cabe destacar que na MTC não tratamos doenças e sim o doente. A MTC é a arte de equilibrar
a energia do doente para que o corpo melhore. Além do mais, na aurículo há instrumentos
próprios de avaliação energética que vamos conhecer.
INSTRUMENTAL DE AVALIAÇÃO EM AURÍCULO
Os sinais apresentados no pavilhão auricular são diversos. As reações que o terapeuta pode
identificar são as seguintes:
d) Descamações ou eczemas;
e) Mudanças morfológicas;
a) DOR
OBSERVAÇÃO:
Este método é mais indicado para as patologias agudas, enfermidades dolorosas e tumores.
ORIENTAÇÃO:
Este procedimento não serve somente como avaliação, mas também, como orientação
terapêutica para a utilização dos pontos corretos para a terapia. Lembre-se que a dor assinala
os pontos e áreas específicas que refletem desarmonias físicas e energéticas.
A CLASSIFICAÇÃO:
GRAUS DE DOR:
GRAU III – cliente geme, busca evitar a manipulação ou não resiste ao toque.
b) ALTERAÇÃO DA COLORAÇÃO
a. vermelho-brilhante;
b. vermelho-pálido
c. vermelho-escuro.
Na variação a diferença:
As reações de cor branca podem estar acompanhadas de proeminências que são mudanças
morfológicas.
a. branco-brilhante
A variação da coloração branca se apresenta nas afecções de caráter crônico. Ex.: – Gastrite
Crônica:
Esta alteração na coloração auricular, podemos estar diante de uma doença oncológica. Esta
cor pode surgir na área 2 de tumoração ou no ponto auricular relacionado com o mesmo.
Pode ser o curso de uma doença crônica se aprofundando e evoluindo para um caráter crônico
ou seqüela quando a enfermidade foi curada.
c) REAÇÕES VASCULARES
2- Pregas ou cordões;
1) Localizadas:
e) MUDANÇAS MORFOLÓGICAS
Amorfologia trata das formas que a matéria pode tomar. As modificações morfológicas
emergem no pavilhão auricular e, com avaliação específica indicando doença de características
agudas.
Exemplo comum que podem surgir de mudanças morfológicas são os QUISTOS E TUBÉRCULOS
(é uma formação nódulosa arredondada ou uma saliência consistente que se diferencia do
tecido normal do pavilhão auricular). Estes são sinais na avaliação de que há a existência de
manifestações de natureza aguda.
No ponto de vista energético, pode ser interpretado como uma estagnação energética.
PALIDEZ: a palidez indica deficiência orgânica; indica que há um desequilíbrio do tipo Yin. Pode
apresentar uma paralisação das funções do Órgão ou da Víscera em questão e indicar um
processo degenerativo em curso.
ERITEMA: o eritema é um rubor congestivo da pele, por via de regra temporário, que
desaparece momentaneamente à pressão. O eritema pode ser nodoso que é uma lesão aguda
da pele e é de natureza inflamatória e pode ter uma sensação de queimação ao ser
pressionado. A avaliação deste sinal é uma hiperatividade funcional dos Órgãos onde se
manifesta. É uma característica energética do tipo Yang.
MANCHAS SENIS: as manchas senis são uma condensação de melanina. Estes sinais indicam na
avaliação energética que há a existência de problemas crônicos que estão atingindo a região
orgânica refletida na zona reflexa do pavilhão auricular.
EXSUDAÇÃO SEBÁCEA: este sinal indica a existência de uma enfermidade de natureza sub-
aguda atingindo Órgãos e vísceras onde está presente a exsudação sebácea no pavilhão
auricular.
A Acupuntura Auricular é uma técnica que visa harmonizar a função dos Zang/Fu
(Órgãos/Vísceras) por meio do estímulo de pontos distribuídos em todo o pavilhão auricular.
Essa técnica amplamente conhecida e praticada no Ocidente, chegou a ser, por vários anos,
vista como terapia que se utilizava de agulhas em pontos de acupuntura, mas que não fazia
parte da Medicina
Tradicional Chinesa, uma vez que os textos clássicos antigos não se dedicaram a sua descrição.
No entanto, relatos históricos confirmam que a Acupuntura Auricular foi também praticada na
China antiga.
As desarmonias energéticas dos Órgãos e das Vísceras podem manifestar-se no exterior por
meio de dores, inflamações, abscessos, paralisias, etc. Essas mesmas desarmonias podem, na
orelha, provocar reações como: pápulas, eczemas, edemas, mudanças de cor nos ponto
correspondentes, tornando-os doloridos e com diferença
de potencial da pele em relação à região adjacente. Enfim, há presença de sinais que podem
ser avaliados.
A análise dessas manifestações cutâneas da orelha pode levar a avalição precisa das afecções
do cliente, como por exemplo, no caso de Gastrite Aguda ou Crônica. Essa análise pode ser
feita visualmente ou por meio de aparelhos localizadores de ponto de acupuntura.
A inspeção deve ser o primeiro passo no exame da orelha. Essa inspecão efetuada sem
qualquer manipulação, como lavar ou esticar a orelha, a fim de evitar que sejam retiradas as
descamações, bem como para não modificar a cor da pele.
De modo geral, a avaliação Auricular, no caso da Gastrite Aguda, vai encontrar os seguintes
sinais indicativos no ponto do Estômago (Wei): avermelhado brilhante ou descamação, e no
caso da Gastrite Crônica o ponto do Estômago (Wei) vamos encontrar descamação branca sem
borda definida com pele engrossada.
Ponto Estômago
Localização: Encontra-se no ponto onde desaparece a raiz do hélix. Função: Ponto útil no
tratamento das afecções, tais como gastrite, úlceras gástricas, espasmos estomacais e
transtornos gastrointestinais.
A orelha, segundo os clássicos ensinamentos da MTC, constitui uma área de reunião da energia
Tong Mo (Energia Ativa).
O estímulo auricular ativa reflexos condicionados. As reações provocadas poder ser imediatas
ou demoradas, temporárias ou permanentes, passageiras ou definitivas.
Contudo, cabe ressaltar que, isto não constitui uma regra absoluta.
Outros órgãos como o baço, pâncreas, coração, cólon descendente e outros órgãos e regiões
que estão situados no hemisfério esquerdo, serão tratados preferencialmente na aurícula
esquerda. Entretanto, se o ponto correspondente estiver presente no lado direito, pode-se
utilizar esta área para estimular o órgão do hemisfério esquerdo.
Órgãos duplos como: olhos, ouvidos, ovários, testículos, membros, etc… terão tratamento na
aurícula homolateral ao problema a ser tratado. Os demais órgãos podem ser tratados em
qualquer uma das aurículas. Contudo, deixa-se claro que nem sempre são levados em conta
estes princípios e que há autores que divergem. A prática terapêutica deve ser acompanhada
de observações que fundamentem a tua técnica terapêutica.
Contudo, não esqueça que estas terapias possuem suas bases no empirismo, ou seja, no
conhecimento palpável pautado de intuição e instinto existencial dos antigos orientais.
Para entender melhor este fundamento defino a área reflexológica como uma área de
reciprocidade com o corpo. Pode-se usar estas áreas para induzir o equilíbrio dinâmico à
distância de Yin e Yang que eventualmente estejam desequilibrados e afetando outra parte do
corpo ou órgão. Estas áreas podem ser usadas visando manter o corpo equilibrado e saudável.
Além de ser uma zona reflexa, a orelha é um “órgão” do corpo que está deslocado e isolado.
Mesmo assim, mantém um relacionamento com o organismo e com os membros, através de
relação que mantém com o cérebro. O cérebro comanda o sistema nervoso que por sua vez,
tem relação com os órgãos e com todas as regiões do corpo, comandando suas funções.
Como a orelha possui ramificações nervosas que fazem conexão com o cérebro, têm-se uma
relação da orelha e seus pontos com o cérebro e este com os órgãos. Que se pode colocar da
seguinte forma: orelha – cérebro – órgão. Esta é uma das bases fundamentais da
auriculoterapia.
É importante salientar que o estímulo nervoso produzido no ponto auricular será capaz de
levar o organismo a se equilibrar e até a se “regenerar”, como afirma Rafhael Nogier.
OUTROS FUNDAMENTOS
Todas as experiências mostram as relações entre a orelha, os pontos e o corpo. É por isso, que
conclui que, “é necessário uma visão mais holística do fenômeno e um enfoque multicausal”.
Cabe um destaque: nem todos os mecanismos de ação e avaliação foram explicados de forma
completa. Aos terapeutas, resta observar e estudar atentamente a sua aplicação e sua atuação
para posteriores complementações da teoria e fundamentações que ainda não foram
estabelecidas.
“Os pontos auriculares são zonas específicas distribuídas na superfície auricular, que refletem
fielmente a atividade funcional de nosso corpo.”
Portanto, para Ernesto Garcia os pontos auriculares são regiões específicas sobre o pavilhão
auricular. Estas regiões são reflexos do interno ou pode-se dizer que são projeções do interno
exteriorizadas sobre a aurícula. Nestas regiões ou pontos auriculares estão expressas o
funcionamento do organismo.
Outra definição de ponto auricular vem de Giovane Maciocia. Para Maciocia os pontos são:
“A parte mais externa dos Órgãos e das Vísceras, estando a eles ligados pelos canais de
energia, é através desta relação que se pode atuar no exterior para tratar, fortalecer os Zang
Fú, situados no interior.”
Há uma relação dos pontos auriculares com os Meridianos e com os Zang Fú. Há uma relação e
ligação do interior e o exterior.
Uma observação importante: os pontos acupunturais, localizados nos Meridianos não são
iguais aos pontos auriculares. Há diferença entre ambos. “Na reflexologia acupuntural de
regiões especiais, como na aurículo acupuntura, nasopuntura, podopuntura, craniopuntura e
manopuntura, os pontos são incontantes e dependem na precisão e exatidão, onde a maioria é
chamada de ‘pontos curiosos’.”
de todo o organismo.”
Acima já falamos sobre quais são estas mudanças morfológicas ou os sinais apresentados
quando há mudanças na dinâmica interna.
Contudo, somente para reforçar as mudanças morfológicas nos pontos pode-se ver as
seguintes alterações:
“Coloração da pele, dor à exploração táctil, presença de edemas ou cordão, uma reação
positiva ao exame elétrico, etc.”
Por sua vez esta alteração pode ser equilibrada, também, atuando-se na superfície?
A auriculoterapia serve tanto para fazer a avaliação, quanto para equilibrar as alterações
atuando-se nos pontos refletidos sobre o pavilhão auricular.
A estimulação mecânica pode ser a aplicação de uma massagem auricular ou uma estimulação
dos pontos através de apalpadores.
Uma observação importante, em relação as afirmações de Ernesto Garcia, é que nas práticas
terapêuticas complementares deve-se evitar a utilização de diagnóstico e que as técnicas
terapêuticas empregadas não constituem um tratamento. Estes termos são médicos. Um
terapeuta poderá utilizar os termos como avaliação energética e terapia.
Ao aplicar a auriculoterapia o que pode-se esperar? Segundo Ernesto Garcia, com esta terapia,
pode-se ter como resultado: “obter-se a melhora sintomática e a resolução da enfermidade.”
Do ponto de vista terapêutico energético diríamos que à medida que o organismo está com
sua energia harmonizada e equilibrada os sinais e sintomas desaparecem. Inclusive os sinais
apresentados no pavilhão auricular.
Assim, na visão oriental e chinesa, à medida que equilibra-se a energia atua-se nas causas e os
sinais desaparecem. Na orelha pode-se verificar a ausência das alterações anteriomente
apresentadas.
POSSÍVEIS RELAÇÕES
Para Ernesto Garcia a auriculoterapia pode constituir um ponto para intergrar práticas
orientais e tradicionais com a medicina ocidental.
Veja a afirmação:
SELEÇÃO DE PONTOS
Para uma seleção de pontos em auriculoterapia deve-se ter em mente a teoria. Como há
algumas teorias que se diferenciam um pouco uma da outra, surguem visões e interpretações
diferentes. As práticas também são diferentes.
Tendo-se como base a MTC, os pontos mais importantes são sem sombra de dúvida os Zang
Fu. Veja a afirmação de Ernesto Garcia:
“podemos deduzir que os pontos dos cinco Zang – Órgãos (coração, fígado, baço, pulmão e
rins) e seis Fu – Vísceras (intestino grosso, intestino delgado, vesícula biliar, bexiga, estômago e
san jiao = triplo aquecedor) são os mais importantes para o diagnóstico e tratamento através
do pavilhão auricular, sendo utilizado na terapêutica em 90% das enfermidades.”
Não devemos esquecer que estes pontos terão uma atenção especial.
Contudo, é preciso observar cada particularidade. Há pontos específicos que auxiliam muito os
pontos do Zang Fu. Um exemplo, são todos os pontos de hélix. Pontos específicos para
processos inflamatórios. Pode-se neste caso havendo um processo inflamatório usar o ponto
Zang Fu relacionado e utilizar-se depois da ação dos
pontos do hélix.
Na técnica de auriculoterapia de Ernesto Garcia um ponto tem todo um destaque: o ponto
ápice. Este ponto é utilizado em todos os processos que há presença de dor. Tanto os pontos
de hélix e o ponto do ápice são utilizados com sangria.
Uma pergunta importante é: por que os Zang Fu são os pontos mais importantes. O próprio
Ernesto Garcia deixa entrever a responta.
Vamos a afirmação:
“Por exemplo, o ponto pulmão além de tratar e diagnosticar as enfermidades próprias deste
órgão, também é usado no diagnóstico e tratamento de enfermidades dermatológicas, do
nariz, garganta, etc… Isto responde aos princípios fisiológicos dos Zang Fu e à teoria do trajeto
dos canais e colaterais.”
Em linhas gerais para localização dos pontos utiliza-se um princípio observado e descrito por
Paul Nogier. Veja como é descrito este princípio:
Este feto marcará os princípios gerais par a representação de cada uma das partes do corpo
dentro do pavilhão auricular.
Trago – laringe, faringe, nariz externo e interno, supra renais, nervo tempoauricular,
etc.
Como se percebe, os pontos do pavilhão auricular e das zonas do corpo humano possuem leis
para estabelecer seu vínculo. Se memorizamos cada uma destas leis, podemos facilitar a
localização e seleção dos pontos no tratamento. Ainda em tempo, existem alguns pontos
posição, como: supra-renal, útero, testículos, etc.”
ANATOMIA DA ORELHA
O pavilhão auricular tem uma anatomia peculiar, o que faz com que muitos ensinem ter ele a
semelhança com um feto. Esses autores dizem que dessa semelhança nasceu a relação da
orelha com o corpo. Possui formato ovóide, com a extremidade maior voltada para cima,
superfície lateral ligeiramente côncava e inclinada para
Hélice
Escafa
Fossa triangular
Concha da orelha
Anti – hélice
Tragos
Anti – tragos
Incisura intertrágica
Lóbulo.
“A anatomia da orelha é importante, porque sua superfície, que é muito irregular, contém
acidentes bem variados e fáceis de localizar. Melhor que a descrição que segue é o estudo da
figura correspondente, que permite fácil e rápida memorização.”
O estudo anatômico da orelha facilita a localização dos pontos e das áreas correspondentes.
Ao associar a área com a área corporal facilita a compreensão e o estudo dos pontos.
“Vai-se começar pela hélice, que quer dizer carocol em latim.
A raiz é a parte que começa na concha, em direção para adiante e acima. É cartilaginosa e vai
deter-se em depressão que se chama ponto zero. Sente-se bem com o dedo e é doloroso,
chamado pelos chineses o centro da orelha.
O ramo ascendente nasce no ponto zero e tem uma direção para diante e acima. Possui duas
superfícies, uma externa e outra interna, sendo que as localizações mais importantes estão
sobre a interna, há poucos pontos na cara externa.
Inicialmente está unido ao crânio, e seguindo-o com o dedo, se desprega do crânio e fica livre,
mudando de direção, indo para cima e para trás. A esta zona de transição chama-se de joelho
da hélice.
O corpo é uma parte larga, em forma de semicírculo com concavidade para baixo, que termina
no tubérculo de Darwin.
A cauda é a parte que continua até o lóbulo. Nota-se muito bem a diferença, se apalpado com
o dedo, porque a hélice é cartilaginosa e aí chegam à parte carnuda do lóbulo formando um
ângulo chamado ângulo hélice-lobular.
A hélice tem uma face externa e uma oculta, o que forma a chamada goteira da hélice, na qual
há localizações muito importantes.
Está formada por duas raízes: uma inferior muito aguda, cortante, e uma superior que é larga.
Ambas têm uma direção descendente e se unem para formar o corpo da anti-hélice, o qual se
dirige para baixo e para trás, depois muda de direção para ir para baixo e para adiante. Esta
porção é chamada de ápice da anti-hélice.
A anti-hélice termina no antitrago por um sulco chamado sulco póstero antitragal, facilmente
palpável com o dedo.
O lóbulo é uma porção que varia bastante conforme os indivíduos. Alguns o têm grande,
outros pequeno. Costuma-se dizer que aqueles que o têm grande são muito ativos, enquanto
os de lóbulo pequeno fatigam-se facilmente.
A concha é a formação central. Está dividida pela raiz da hélice em uma hemiconcha superior e
outra inferior. A superior é pequena e está limitada acima e adiante pelo ramo ascendente da
hélice, acima pelo ramo inferior da anti-hélice e atrás pelo corpo. A inferior está limitada
adiante pelo orifício auricular e abaixo pelo piso da concha, que é uma localização muito
importante, endócrina.
Entre a parte externa e a interna do trago está a crista. Em frente fica o antitrago, que parece
uma concova de camelo e que está separada do trago pela goteira intertragal.
O pavilhão auricular, em suas faces anteriores e posteriores, são sulcados por inúmeros filetes
nervosos e por uma circulação sanguínea constituída por extensa malha de vasos capilares.
Estes são mais numerosos na superfície da aurícula, enquanto que os filetes nervosos são mais
profundos.
O pavilhão auricular recebe quatro pares de nervos, entre a face e o dorso auricular. Cada par
se subdivide em quatro outros pares de nervos sensitivos e um par de nervos motores,
perfazendo então 20 ramos nervosos terminais.
Uma segunda malha do nervo zigomático – temporal se distribui pelo osso temporal. O
terceiro filete auriculotemporal distribui-se pela parte lateral do crânio, pelo pavilhão auricular
e pelo conduto auditivo externo.
No filete do nervo motor corresponde ao ramo temporal do nervo facial, que enerva os
músculos anteriores da aurícula e o músculo frontal.
O ramo nervoso do dorso auricular e da parede anterior do conduto auditivo tem uma
pequena sub-ramificação que se integra ao nervo auriculotemporal. O nervo vago se expande
pela região auricular posterior e pela parede inferior do conduto auditivo externo.
Ao observar e buscar o estabelecimento de uma avaliação tendo como a orelha como o ponto
de referência pode surgir reações. Há reações na terapia.
Pode-se até afirmar que as reações são sinais de que a auriculoterapia obterá êxito.
a) Calor: na grande maioria dos casos há uma reação de calor que pode ser lido como um bom
sinal. É uma resposta demonstrando que há presença de um bom nível energético.
b) Formigamento: os formigamentos podem atingir a região do ponto ou as proximidades.
Inclusive este formigamento pode atingir a região corporal correspondente. Este sinal quer
dizer que a energia foi mobilizada e o estímulo foi bom.
c) Adormecimento: é uma reação sentida em vários casos e também indica um bom sinal de
êxito na terapia.
d) Dor: esta é uma reação dos mais comuns na auriculoterapia. A dor esta presente em quase
todos os casos. A dor pode ser forte, profunda, lancinante, em pontada, de dentro para fora…
g) Reações em outra áreas: pode acontecer na orelha que não foi tratada, a oposta surgir
reações como dor ou calor.
REAÇÕES E ENFERMIDADES
É claro que isto não serve como diagnóstico estabelecido é pelas reações. É necessário
recorrer ao médico para tal. As reações servem de sinais como indicativo orientador da
auriculoterapia. Evitam-se posturas ortodoxas.
d) Dor: a sensação de dor forte e que diminui em alguns minutos indica um desequilíbrio ou
uma disfunção do órgão ou víscera correspondente ao ponto tratado.
i) Letargia: pessoas muito ansiosas ou hipertensoras podem sentir letargia após a sedação,
com pontos calmantes e hipotensores.
j) Garganta seca: é uma reação por se diminuir o funcionamento das glândulas salivares com a
utilização do ponto endócrino.
Estas reações são pouco prováveis, mas podem surgir. São chamadas de reações imprevisíveis.
Pode-se chamá-las de efeitos colaterais. Que são efeitos indesejáveis. Estas reações podem
ser: tonturas, palidez, hipotensão, sudorese, tremores, frio intenso…
ATITUDE DO TERAPEUTA
1- Ponto do Olho
2- Ponto Olfato
3- Ponto Maxilar
5- Ponto Auditivo
6- Ponto do Estômago
7- Ponto da Garganta
8- Ponto das Gônadas
14 – Ponto do Joelho
16 – Ponto do Trigêmio
17 – Ponto da Agressividade
18 – Ponto do Trágus
19 – Ponto da Pele
20 – Ponto da Espádua
24 – Ponto da Alergia
25 – Ponto de Darwin
26 – Ponto de Síntese
27 – Ponto Cerebral
28 – Ponto Occipital
29 – Ponto Genital
30 – Ponto Medular
Ponto Zero:
BIBLIOGRAFIA:
Normalmente as agulhas, parecidas com tachinhas mais finas, são deixadas na orelha
para continuar o estímulo por alguns dias. Hoje em dia costuma-se usar pequenas sementes
seguras por esparadrapo para manter o estímulo. Pode-se apelar também para pequenos
magnetos e, durante a sessão, usar cores ou sons sobre os pontos.
O médico francês Paul Nogier criou um sistema a que chamou de Auriculomedicina, que
ele diz não ter ligação com a Acupuntura, mas que mantém o uso de pontos na orelha.
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1) Shenmen --> principal ponto do triângulo cibernético, tem efeito calmante, sedativo. Possui
a função de evitar efeitos colaterais de pontos que eventualmente tenham sido aplicados de
forma errada.
Localização: no vértice da fossa triangular.
2) Rim --> para Medicina Chinesa, o rim é o órgão mais importante do corpo, pois possui a
função de manter a energia vital, filtra o sangue, elimina toxinas do organismo. É o segundo
ponto do triângulo cibernético.
Localização: abaixo da cruz inferior do anti-hélix (pontos aplicados na vertical para cima)
3) SNV (Sistema Neurovegetativo) --> conhecido também como "Simpático", é o terceiro ponto
do triângulo cibernético. Possui a função de equilibrar todas as funções ivoluntárias do
organismo, como fome, sono, digestão, batimentos cardíacos entre outras.
Localização: cruz inferior do anti-hélix.
4) Analgesia --> encontrado em alguns mapas como "algia", esse ponto possui função de
remover do corpo toda e qualquer dor, e também relaxa a musculatura.
Localização: Concha Cimba, na direção do Rim
6) Tensão Emocional ou Hélice 5 --> possui função sedativa, calmante, diminui o estresse
causado pelas emoções.
Localização: no hélix, logo acima do lóbulo.
7) Ansiedade --> como o próprio nome diz, esse ponto possui a função de diminuir a ansiedade
do indivíduo, bem como seus sintomas associados: palpitações, insônia, falta de ar, entre
outros.
Localização: no dorso da orelha, entre o centro do lóbulo e a prega de inserção da orelha na
cabeça.
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Região do ombro: No mapa auricular têm a região do ombro que é muito extensa. Isso ocorre
por que essa região abrange todo o complexo do ombro: escápula, úmero, clavícula e costelas
(na mesma altura da escápula), músculos, ligamentos, nervos e bursas da região. Isso tornou
muito mais prático, pois em diversos mapas vê-se: ponto do ombro, ponto articulação do
ombro, etc. Na opinião do autor isso dificulta a auriculoterapia, pois ficam muitos pontos em
uma região pequena que levam alguns praticantes a confusão e insegurança.
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Pontos do: Rim, shenmen,coração,fígado
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2. Pontos
3. Como é feita
4. Marcar Consulta
Esta terapia tem origem na medicina tradicional chinesa e francesa, e baseia-se na ideia de que
cada parte do corpo humano está representada em pontos da orelha. Acredita-se que ao se
estimular um ponto específico pode-se tratar doenças e sintomas na parte do corpo
correspondente.
Possíveis benefícios
Ansiedade ou depressão;
Emagrecimento;
Infecção urinária;
Embora o uso da auriculoterapia nestas situações algumas vezes possa ter efeito benéfico, são
necessários mais estudos para que possa ser indicada como forma de tratamento nestes casos.
A auriculoterapia pode ser eficaz no tratamento da ansiedade em algumas pessoas, mas são
necessários mais estudos para comprovar estes efeitos.
Antes de iniciar o tratamento com auriculoterapia é importante fazer uma consulta com o
especialista em auriculoterapia para identificar os principais sintomas e quais órgãos podem
estar afetados.
Depois, o médico ou o terapeuta seleciona os pontos mais adequados e faz pressão sobre o
ponto. A pressão pode ser feita utilizando-se:
Sementes de mostarda: podem ser aquecidas ou não, e são coladas na pele durante 5
dias.
Algumas vezes, o médico ou terapeuta também pode realizar a pressão com os dedos das
mãos ou fazer a estimulação com laser ou eletricidade, usando um aparelho específico.
Além disso, a auriculoterapia ajuda a diagnosticar e a prevenir algumas doenças através da
observação dos pontos específicos da orelha que se encontram alterados.
SimNão
Bibliografia
WANG, Lei et al. The similarities between the World Federation of Acupuncture-
Moxibustion Societies’ standards for auricular acupuncture points and the European
System of Auriculotherapy Points according to Nogier and Bahr. European Journal of
Integrative Medicine. Vol.8, n.5. 817-834, 2016
O que é Auriculoterapia
Chamamos de Auriculoterapia à técnica de análise e tratamento reflexológico por meio de
estímulos no pavilhão auricular.
Sua origem data de milênios, tendo sido encontradas pinturas egípcias descrevendo o seu uso
como anticoncepcional e para tratamento de ciatalgia, além de citações em tratados chineses
e persas; Hipócrates, considerado o pai da medicina ocidental, detalhou a analgesia para
nevralgias odontológicas, faciais e ciáticas.
Mais recentemente, no século XVII, o português Zacutus Lusitanus, em seu livro Zacuti Lusitani
praxis medica admiranda, descreve seus tratamentos auriculares, o mesmo se dando com
Valsalva, em De Aura Humana tractatus, em 1717, sendo que até a metade do século XIX são
encontrados dezenas de artigos em revistas médicas relatando casos de sucesso, tendo,
entretanto, caído em esquecimento até os meados de 1951, quando o médico francês Paul F.
M. Nogier iniciou suas pesquisas, dando tamanho grau de desenvolvimento à técnica, que
passou a ser considerado o “pai da Auriculoterapia”.
Acupunturista e quiropata, ele notou que diversas pessoas que sofriam de dor ciática tiveram
seus sofrimentos cessados com cauterizações na orelha feitas pela “leiga” madame Barrin.
Esses resultados empolgaram Nogier, passando ele a observar que na orelha há regiões
doloridas espontaneamente ou ao toque, sempre que no corpo também houver dor.
Verificando a ocorrência dessas regiões, culminou por observar que elas pareciam desenhar
uma forma fetal invertida no pavilhão auricular. Com o correr das pesquisas, foi-se mapeando
a que zona corporal correspondia cada porção da orelha, tendo sido publicadas na década de
50, as suas conclusões iniciais e seus tratamentos por estímulos de agulhas na aurícula, com
grande repercussão entre os acupunturistas, pois estes já estavam acustumados a esse tipo de
instrumento.
Tal sucesso chegou até a China, que rapidamente levantou um mapeamento auricular,
inundando a Europa com suas orelhas de plástico e "posters" de “auriculo-Acupuntura*”. Tudo
isso contribuiu para que se confundisse a Acupuntura com essa "nova" técnica, mas as
diferenças são gritantes: enquanto para primeira, os pontos existem o tempo todo, quer
sirvam para tratamento ou não, na orelha eles não existem, a princípio, só vindo a surgir em
correspondência a um desequilíbrio no corpo, facilitando ao máximo a avaliação, tornando
praticamente impossível de se errar.
Outro fator de distinção e, provavelmente, a maior descoberta de Paul Nogier, foi a técnica de
anamnese pelo pulso, específica para a Auriculoterapia. Enquanto na Pulsologia chinesa
tomam-se ambos os pulsos simultaneamente e por meio de extrema sensibilidade,
distinguem-se informações sobre a condição energética de cada órgão-meridiano, na técnica
de Nogier, basta tomar-se um dos pulsos e com uma ponta de metal ou de aparelhagem
eletrônica, “passeia-se” por todas as regiões reflexas auriculares e, onde houver desequilíbrio,
haverá uma alteração no pulso, que inicialmente chamou-se R.A.C. (reflexo aurículo cardíaco)
e hoje em dia se conhece como R.A.N. (reflexo arterial de Nogier) ou V.A.S.* (sinal autônomo
vascular).
A Auriculoterapia só veio a trazer novas descobertas no ano de 1966, quando se notou que o
V.A.S. servia também para obter-se informações diretamente nos locais afetados. O dr. René J.
Bourdiol, pesquisando diversos tipos de estímulos que pudessem vir a substituir as agulhas,
descobriu que certos ritmos pulsáteis são melhor absorvidos do que outros e em regiões
diferentes, podendo isso ser avaliado pelas reações do V.A.S.*. Isto levou à descoberta das
freqüências de ressonância corpórea e auriculares, onde concluiu-se um mapeamento de
correspondência natural de valores em hertz para cada região, notando-se em caso de
desequilíbrio, uma reação do pulso a uma freqüência não natural ao local afetado,
constatando-se a chamada “parasitagem frequencial”. Essa mesma freqüência parasita, se for
aplicada no ponto auricular ou diretamente sobre o corpo, dará um estímulo otimizado,
compreendido de imediato pelo organismo, surtindo melhores efeitos do que o trabalho com
as agulhas. E, de acordo com cada tipo de parasitagem, levantam-se hipóteses específicas de
acordo com o valor em hertz. Hoje em dia, não só os ritmos pulsáteis, mas também a
aproximação de filtros coloridos e de substâncias as mais variadas, permitem a substituição de
quase todos os exames laboratoriais pela técnica de pulsologia.
No Brasil, a esmagadora maioria dos que trabalham com a Terapia Auricular desconhece quase
que totalmente o trabalho francês; quando muito, estão a par do primeiro livro publicado de
Nogier, o qual já há muito está desatualizado, com suas “receitinhas” de pontos específicos
para cada tipo de tratamento. Curiosamente, já havia no país uma certa quantidade de
aparelhos com as freqüências de ressonância de Nogier, sem que, entretanto, houvesse
alguém que soubesse para que elas serviam ! Ainda há muito o que testar para que possamos
nos inteirar totalmente do grau de desenvolvimento atual da auriculoterapia francesa. Em
compensação, tenho feito uma abordagem somatopsíquica do tratamento auricular, a que
denomino Calatonia Auricular, bem como o teste de fitoterápicos pela orelha e, ainda, o uso
das freqüências de ressonância para a estética, além de desenvolver a Ressonância Biofotônica
ou Biorressonância, onde os estímulos são dados por meio de luzes comuns (não laser) e
ritmos, trabalhos estes, brasileiros e pioneiros...
Henrique Vieira Filho - Terapeuta Holístico - CRT 21001, é autor de diversos livros da
profissão, ministra aulas na CEATH - Comunidade de Estudos Avançados em Ter