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Relatório 2. Ana Gabriela e Jaykson

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CÂMPUS CENTRAL - SEDE: ANÁPOLIS - CET


ENGENHARIA AGRÍCOLA

ANA GABRIELA RIBEIRO


JAYKSON DOS SANTOS SANTANA

GRANULOMETRIA DE SOLOS - MÉTODO DA PIPETA

ANÁPOLIS – GO
2023
Granulometria de Solos - Método da Pipeta

Introdução

EMBRAPA (1979) define que a textura é expressa pela proporção dos componentes
granulométricos da fase mineral do solo, areia, silte e argila. E ressalta a sua grande influência
no comportamento físico-hídrico e químico do solo, e por isso, sua avaliação é de grande
importância para o uso e manejo dos solos utilizados para a agricultura.

O Manual de Métodos de Análise de Solo, publicado pela Embrapa, reúne


procedimentos para análises físicas, químicas e mineralógicas do solo. Ambas as edições
deste trabalho (Embrapa, 1979, 1997) são frequentemente consultadas e os métodos são
amplamente empregados na avaliação das propriedades dos solos.

Método do densímetro: Baseia-se na sedimentação das partículas que compõem o


solo. Após a adição de um dispersante químico, fixa-se um tempo único para a determinação
da densidade da suspensão que se admite ser a concentração total de argila. As frações
grosseiras (areias fina e grossa) são separadas por tamisação e pesadas. O silte é obtido por
diferença.

Método da pipeta: Baseia-se na velocidade de queda das partículas que compõem o


solo. Fixa-se o tempo para o deslocamento vertical na suspensão do solo com água, após a
adição de um dispersante químico (soda ou calgon). Pipeta-se um volume da suspensão,
para determinação da argila que seca em estufa é pesada. As frações grosseiras (areia fina
e grossa) são separadas por tamisação, secas em estufa e pesadas para obtenção dos
respectivos percentuais. O silte corresponde ao complemento dos percentuais para 100%. É
obtido por diferença das outras frações em relação à amostra original.

Para COOPER (2015), a textura é importante para o entendimento do comportamento


e manejo do solo. Durante a classificação do solo a textura é geralmente a primeira e mais
importante fator a ser determinada, possibilitando a partir dela as conclusões e tomadas de
decisões.

A textura do solo condiciona todos os fatores de crescimento das plantas em menor e


maior grau, e influi sobre demais fatores, como: Retenção, movimento e disponibilidade de
água, arejamento, disponibilidade de nutrientes, resistência ao desenvolvimento de raízes,
estabilidade dos agregados, compactibilidade dos solos e erodibilidade (COOPER, 2015).
Objetivos

O objetivo do experimento foi determinar a granulometria da amostra de solo recolhida.

Materiais utilizados

• Amostra de TFSE (Terra Fina Seca em Estufa)


• Cápsula de Alumínio
• Becker de 100 ml
• Balança Analítica
• Hidróxido de sódio (NaOH) (1M – 40 g L-1)
• Agitador Mecânico
• Funil
• Pipeta de 10 mL
• Peneira de Abertura 0,063 mm (ABNT 230)

Procedimento Experimental

Uma grande amostra de solo foi coletada e armazenada no Laboratório de Mecânica dos
Solos, estando a disposição para realização de experimentos.
A partir desta grande amostra, separou-se uma amostra menor coletada de forma aleatória
do montante. Esta amostra foi então submetida ao peneiramento. Utilizou-se a peneira de N°
10, com abertura de 2,0 mm. As partículas que não passam pela peneira são classificadas
como cascalho, pedras, entre outros, enquanto as partículas que passam pela peneira, com
diâmetro inferior a 2 mm, são partículas de areia, silte e argila, materiais de nosso estudo.

Imagem 1: Amostra após peneiramento. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.


Com a amostra já peneirada, preparou-se a amostra destinada à determinação do teor
de umidade do solo. A cápsula foi então identificada (UMIDADE) e pesada em balança com
resolução de 0,01g, a ela foi adicionada parte da amostra de solo úmido.

Imagem 2: Pesagem da cápsula destina a determinação do teor de umidade. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Imagem 3: Amostra de solo destinada à determinação de umidade. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

A cápsula identificada por UMIDADE foi então levada para a estufa a 105°C, onde
permaneceu por 24 horas. No dia seguinte, a cápsula, agora com solo seco, foi novamente
pesada, utilizando-se sempre a mesma balança para todas as pesagens.
Imagem 4: Amostra de solo destinada à determinação de umidade em estufa. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Imagem 5: Amostra de solo seco para determinação de umidade. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Com todos os dados necessários, determinou-se o teor de umidade (W) da amostra de


solo a partir da equação:

𝑚𝑤
𝑊 = ⋅ 100%
𝑚𝑠

onde,

W: umidade (%)
mw: massa de água contida no solo (g)
ms: massa de solo seco (g)
Para determinação da Granulometria do Solo, preparou-se outra amostra. Foi pesada a
nova cápsula a ser utilizada e a ela adicionou-se aproximadamente 10 g de amostra, pesada
em balança com 0,001 de precisão. A nova cápsula foi identificada como ARGILA.

Imagem 6: Amostra de solo destinada à determinação do teor de argila. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Outra cápsula, utilizada para determinação do teor de areia também foi pesada e
identificada. Um fator importante levado em consideração foi a limpeza das cápsulas a serem
utilizadas nos experimentos, estas foram previamente limpas, garantindo que qualquer
resquício de terra fosse eliminado. A presença de resíduos nas cápsulas poderia interferir no
resultado final.

Imagem 7: Cápsula destinada à determinação do teor de areia da amostra. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.
À cápsula contendo amostra para determinação de argila, com auxílio de uma pipeta,
adicionou-se 10 mL de NaOH 2M. O hidróxido de sódio foi responsável por eliminar a matéria
orgânica, oxidando-a, fazendo papel da dispersão química. A amostra já acrescida do
Hidróxido de Sódio foi deixada em repouso por 15 minutos.

Imagem 8: Adição de Hidróxido de Sódio à amostra de solo. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Após 15 minutos, para ação do Hidróxido de Sódio, o conteúdo da cápsula foi


transferido para o copo de dispersão, tomando cuidado para que não haja perda da amostra,
lavando bem a cápsula com água destilada. O copo foi então acoplado ao dispersor de
amostras onde permaneceu por 20 minutos, promovendo a dispersão mecânica.

Imagem 9: Transferência do conteúdo da cápsula para o copo de dispersão. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.
Imagem 10: Amostra submetida à agitação mecânica. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Passados 20 minutos sob agitação mecânica, a amostra foi transferida do copo


dispersor para uma proveta de 500 mL com auxílio de um funil. A amostra foi passada também
por uma peneira de malha 0,063 mm para separar a fração de areia. Usou-se jatos de água
destilada para garantir que toda e qualquer parte da amostra, contida no copo dispersor, seja
transferida para a peneira. A proveta foi completada com água destilada.

Imagem 11: Transferência da amostra do copo dispersos para a proveta, passando pelo peneiramento. Fonte: RIBEIRO e
SANTANA, 2023.

A fração de solo retida pela peneira, corresponde à fração areia. A fração areia foi então
transferida para a cápsula previamente pesada e identificada, tomando cuidado para que
parte da amostra não ficasse retida na peneira.
Imagem 12: Transferência da fração areia para a cápsula. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

A cápsula foi levada à estufa a 105°C, juntamente com a amostra de umidade e após
24 horas foi pesada.

Imagem 13: Pesagem da cápsula de areia após secagem. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Com o restante da amostra na proveta, que foi completada com água destilada, mediu-
se a temperatura da amostra em questão. Em função da temperatura determina-se o tempo
de repouso da amostra. A temperatura medida foi de 26,5 °C. O período de repouso
especificado em roteiro foi de aproximadamente 3h26min.
Imagem 14: Medição da temperatura da amostra. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Após período em repouso, nota-se que o silte decantou no fundo da proveta e a argila
permanece em suspensão, então, com a mesma pipeta utilizada anteriormente, coletou-se
10 mL a 5 cm de profundidade. O volume pipetado foi colocado na cápsula previamente
pesada e identificada como ARGILA. A cápsula foi levada também para a estufa, a 105°C,
juntamente com as cápsulas UMIDADE e AREIA, e pesada após 24 horas.

Imagem 15: Pesagem da amostra de argila após secagem. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Já com todos os dados e pesagens necessários, foi possível determinar a granulometria


do solo e seus teores, de areia, silte e argila, utilizando em sua maioria regras de 3,
considerando a amostra total obtida inicialmente e o que restou após os processos de
secagem.
Resultados e Discussão

Umidade:

𝑀𝑐á𝑝 = 15,91 𝑔

𝑀𝑐á𝑝 + 𝑠𝑜𝑙𝑜 ú𝑚𝑖𝑑𝑜 = 40,00 𝑔

𝑀𝑐á𝑝 + 𝑠𝑜𝑙𝑜 sec 𝑜 = 39,11 𝑔

𝑚𝑤
𝑊 = ⋅ 100%
𝑚𝑠

(40,00 − 39,11)
𝑊= ⋅ 100%
(39,11 − 15,91)

𝑊 = 3,84 %

Areia:

𝑀𝑐á𝑝 = 18,837 𝑔

𝑀𝑐á𝑝 + 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 = 20,993 𝑔

𝑀𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 = 2,156 𝑔

Argila:

𝑀𝑐á𝑝 = 22,681 𝑔

𝑀𝑐á𝑝 + arg 𝑖 𝑙𝑎 = 22,841 𝑔

𝑀 arg 𝑖 𝑙𝑎 = 0,160 𝑔

Amostra:
𝑀 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 | 𝑇𝐹𝑆𝐴 = 10,007 𝑔|

10,007
𝑀 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 | 𝑇𝐹𝑆𝐸 = |
3,84
1 + ( 100 )

𝑀 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 | 𝑇𝐹𝑆𝐸 = 9,637 𝑔|

Cálculo da % de areia:

9,637 𝑔 𝑑𝑒 𝑇𝐹𝑆𝐸 → 100% 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎

2,156 𝑔 (𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑛𝑎 𝑛𝑎 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 #230) → 𝑋

𝑋 = 22,37 % 𝑑𝑒 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎

Cálculo da % de argila e NaOH:

9,637 𝑔 𝑑𝑒 𝑇𝐹𝑆𝐸 → 500 𝑚𝐿 (𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑒𝑡𝑎)

𝑌 → 10 𝑚𝐿 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑝𝑖𝑝𝑒𝑡𝑎

𝑌 = 0,19274 𝑔 𝑑𝑒 𝑇𝐹𝑆𝐸 (𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑝𝑖𝑝𝑒𝑡𝑎)

0,19274 𝑔 𝑑𝑒 𝑇𝐹𝑆𝐸 (𝑌) → 0,160 𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎 + 𝑁𝑎𝑂𝐻 (𝑎𝑝ó𝑠 sec 𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑓𝑎)

100 𝑔 𝑑𝑒 𝑇𝐹𝑆𝐸 → 𝑍

𝑍 = 83,01 𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎 + 𝑁𝑎𝑂𝐻 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 100 𝑔 𝑑𝑒 𝑇𝐹𝑆𝐸

Descontando o NaOH (2M – 80 g L-1)

80 𝑔 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻 → 100 𝑚𝐿 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

𝑊 → 10 𝑚𝐿 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
𝑊 = 0,80 𝑔 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑒𝑡𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑜

9,637 𝑔 𝑑𝑒 𝑇𝐹𝑆𝐸 → 0,80 (𝑊) 𝑔 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻

100 𝑔 𝑑𝑒 𝑇𝐹𝑆𝐸 → 𝐹

𝐹 = 8,301 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 100 𝑔 𝑑𝑒 𝑇𝐹𝑆𝐸

𝐴𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎 = 83,01 (𝑍) − 8,301 (𝐹)

𝐴𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎 = 74,71 % 𝑑𝑒 arg 𝑖 𝑙𝑎

Cálculo de % de Silte:

𝑆𝑖𝑙𝑡𝑒 = 100% − 22,57% 𝑑𝑒 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 − 74,71% 𝑑𝑒 arg 𝑖 𝑙𝑎

𝑆𝑖𝑙𝑡𝑒 = 2,92% 𝑑𝑒 𝑠𝑖𝑙𝑡𝑒

Figura 16: Diagrama triangular utilizado para classificação textural do solo.


Ao solicitar o Hidróxido de Sódio (NaOH) (1M – 40 g L-¹) ao técnico de laboratório,
foi informado que não havia a substância pronta, com a molaridade solicitada. O
técnico prontamente se dispôs a preparar, a solução foi então utilizada na aula prática,
mas ao realizar as contas notou-se que havia discrepância de dados e constatou-se
que a concentração utilizada não foi aquela solicitada inicialmente, sendo de 2M – 40
g L-¹.

Conclusão

O solo analisado possui 22,57% de areia, 74,71% de argila e 2,92% de silte. E


pelo diagrama triangular é classificado com argila pesada.

Referências Bibliográficas

COOPER, Miguel. Granulometria e textura do solo. USP, 2015. disponível em:


<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/576877/mod_resource/content/1/Aula%201
%20-%20Granulometria%20e%20Textura%20do%20Solo.pdf> .

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA. Manual de


métodos de análise de solo. Rio de Janeiro, Serviço Nacional de Levantamento e
Conservação de Solos, 1979. 247p.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA. Manual de


métodos de análise de solo. 2.ed. Rio de Janeiro, Centro Nacional de Pesquisa de
Solos, 1997. 212p.

RUIZ, Hugo Alberto. Incremento da exatidão da análise granulométrica do solo por


meio da coleta da suspensão (silte + argila), 2005. disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbcs/a/cYzwCbPfXQFj4vGDzjFN7DF/?format=pdf&lang=pt>

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