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N° Referência 20600.10-1000-M-1500
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VOLUME I
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
Distribuição
BRAXCEL E
PÖYRY RHi
Orig. 13.03.2012 – RTH 13.03.2012 – KHF 13.03.2012 – RHi 13.03.2012 – NRN Para informação
Rev. Data/Autor Data/Verificado Data/Aprovado Data/Autorizado Observações
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O quinto volume apresenta os laudos de qualidade do meio físico (ar, água e solo).
O sexto volume apresenta os Planos Básicos Ambientais, e no sétimo volume o
RIMA.
O objetivo central de um Estudo de Impacto Ambiental como este, portanto, é atestar
a viabilidade ambiental do empreendimento, por meio da caracterização do projeto,
conhecimento e análise da situação atual das áreas passíveis de sofrerem modificações
devido à sua implantação e operação – as denominadas áreas de influência, para o
posterior estudo comparativo entre a situação atual e a situação futura. Essa análise é
realizada por meio da identificação e avaliação dos impactos ambientais potenciais,
decorrentes das obras e funcionamento do empreendimento. Tal avaliação considera a
proposição de ações de gestão dos impactos, que visam minimizar e/ou eliminar as
alterações negativas, e incrementar os benefícios trazidos pela implantação do
empreendimento.
A equipe técnica responsável elaborou o presente trabalho no intuito de fornecer
subsídios para o órgão ambiental analisar o pedido de Licença Prévia e conduzir o
processo de licenciamento ambiental e definir as condicionantes necessárias para que
se possa implantar o empreendimento e, enfim, operá-lo de acordo com as premissas
de sustentabilidade.
2 INFORMAÇÕES GERAIS
2.1 Identificação do Empreendedor e da Empresa Consultora
Identificação do Empreendedor
Razão Social: Braxcel Celulose S.A
CNPJ: 12.904.737/0001-18
Endereço Q 101 Sul Av. Teotônio Segurado Lote 03, s/n, Edif. Carpe Diem
Sala 608, Andar 6, Plano Diretor Sul, Palmas-TO
CEP: 77.015-002
Telefone: (63) 3224-3279
Contato: Walter Turíbio
Email: wct@braxcel.com.br
CTF-IBAMA: 5321540
Empresa Consultora
Razão Social: Pöyry Tecnologia Ltda.
CNPJ: 50.648.468/0001-65
Endereço Rua Alexandre Dumas, 1.901 – Bloco A – 2º andar – Chácara
Santo Antonio – São Paulo – SP
CEP: 04717-004
Telefone: (11) 3472-6955
Fax: (11) 3472-6980
Contato: Romualdo Hirata
Email: romualdo.hirata@poyry.com
CTF-IBAMA: 900773
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Avaliação de Impactos
Biólogo Eduardo Martins – CRBio 26063/01-D;
Engenheiro Civil Kleib Henrique Fadel – Coordenador Técnico – CREA
0601478673 SP / IBAMA 436168;
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Laudo de Qualidade do Ar
Engenheiro Ambiental Dr. George Lentz Cesar Fruehauf - CREA 5062008073/SP /
IBAMA 573856;
Meteorologista MSc. Daniel Zacharias Constantino - CREA 5063075757-SP /
IBAMA 638533;
Analista Ambiental Giulia de Salve - IBAMA 5239358.
de energia no País, a GMR Energy LTDA em sociedade com o Banco Pátria, Bradesco
BBI, DEG (Banco KFW) e Eton Park (fundo global com mais de U$ 13 bilhões em
investimentos) constituíram a ERSA – Energias Renováveis S.A.
No início de 2011, a CPFL Energia e a ERSA Energias Renováveis anunciaram a
criação da CPFL Energias Renováveis S.A. (a “CPFL Renováveis”), a partir da
associação dos ativos das duas empresas em PCHs, parques eólicos e usinas
termelétricas a biomassa.
Essa nova companhia nasceu como uma das maiores da América Latina no segmento
de geração de energia a partir de fontes renováveis (PCHs, parques eólicos e usinas
termelétricas a biomassa), com 648 MW de potência instalada em operação (posição
estimada em agosto de 2011, quando da conclusão da operação), 386 MW em
construção e 3.341 MW de portfólio em preparação para construção ou
desenvolvimento, totalizando 4.375 MW de potência.
2.3.3.1 Locacionais
A BRAXCEL pretende implantar sua unidade industrial de fabricação de celulose
branqueada de eucalipto no sul do estado do Tocantins, onde já possui base florestal
em desenvolvimento.
O polígono da base florestal definido pela BRAXCEL tem uma área de
aproximadamente 21 mil km² e um perímetro de 585 km. Esse polígono está
localizado na região sul do estado do Tocantins, e possui os seguintes municípios em
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Infraestrutura Ferroviária
A infraestrutura ferroviária na região é constituída pela Ferrovia Norte-Sul em fase
final de implantação no estado do Tocantins e pela futura Ferrovia de Integração
Oeste-Leste que atualmente está em processo de licitação para a implantação das
obras no trecho da Bahia, que interliga a FNS com o Porto de Ilhéus.
A FNS conecta-se, ao norte, com a Ferrovia dos Carajás chegando até o Porto de
Itaqui no Maranhão, e ao sul, com a Ferrovia Centro Atlântica em Anápolis. Seu
traçado na região do projeto passa a oeste da poligonal definida pela BRAXCEL pelos
municípios de Alvorada, Figueirópolis, Sucurpira e Gurupi.
Recursos Hídricos
Os recursos hídricos de interesse, com capacidade para atender às necessidades da
unidade industrial para abastecimento de água bruta e diluição dos efluentes são o rio
Tocantins e o rio Palmas.
A qualidade da água do rio Tocantins, a jusante da UHE Peixe-Angical, é de boa
qualidade, especialmente nos períodos de estiagem, pois seu reservatório funciona
como uma grande caixa de areia, retendo as partículas sólidas transportadas pelos rios
que compõem a bacia de contribuição barragem.
Direção dos Ventos Predominantes
De acordo com o mapa de Direções Predominantes Anuais do Atlas do Potencial
Eólico Brasileiro (publicado pelo Centro de Referência para Energia Solar e Eólica
Sérgio de Salvo Brito), as direções dos ventos com frequências superiores a 10% na
região são os de leste e os de sudeste. Também ocorrem ventos de nordeste, porém
com frequência inferior a 10%.
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Aspectos Ambientais
Os aspectos ambientais relevantes identificados nesta fase é a existência da APA Lago
de Peixe-Angical e da praia das Tartarugas a jusante da barragem da UHE Peixe-
Angical.
Infraestrutura Elétrica
O abastecimento de energia elétrica na região é feito através de linhas de transmissão
de 138 kV e 34,5 kV derivadas a partir de diversas subestações de 138 kV, conforme
pode ser observado na Figura apresentada a seguir.
Para efeito do estudo, considerou-se que os sites localizados a leste serão conectados
com a SE Almas e o do centro e os do oeste a SE Figueirópolis.
Recomenda-se que nas etapas futuras do projeto seja feita consulta junto à ONS e
Celtins para confirmação das hipóteses admitidas no estudo.
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Figura 2.3.3.1-5. Sites potenciais alternativos para os sites GMR 1 – Peixe, GMR
3 – Santa Sofia e GMR 5 – Cajuasa indicados pela Pöyry Tecnologia para
implantação da unidade industrial.
Em seguida, foram realizadas inspeções de campo por uma equipe composta por
profissionais da Pöyry e BRAXCEL nos sites potenciais pré-selecionados.
As inspeções de campo pelas equipes técnicas da BRAXCEL e da Pöyry foram
realizadas no período de Agosto de 2010, todos por via terrestre.
No dia 19/08/10 foram inspecionados os sites GMR 5 – Cajuasa e PRY 2 - Cajuasa,
situados na região leste do polígono.
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Documentário Fotográfico
Figura 2.3.3.1-8. Vista parcial da área central do patamar norte com vegetação
em regeneração.
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Documentário Fotográfico
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Documentário Fotográfico
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Neste site a captação de água e o lançamento de efluentes serão rio Palma que no
ponto possui capacidade hídrica para atender às necessidades da futura planta.
Observa-se que existe um aproveitamento hidrelétrico a jusante do site, denominado
UHE Pau d’Arco que está em fase do estudo de viabilidade, cuja concessão é de
propriedade da Velcan Desenvolvimento Energético do Brasil Ltda. em consórcio com
a Celg – Centrais Elétricas de Goiás. Segundo a Velcan, a usina é do tipo fio d’água e
o nível d’água máximo previsto é 340 m. Esse impacto deverá ser considerado nas
etapas futuras do projeto.
Ficha Técnica do Site
A Tabela a seguir apresenta a ficha técnica do site com as principais informações do
mesmo.
Tabela 2.3.3.1-6. Ficha técnica do site GMR 5 – Cajuasa.
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Documentário Fotográfico
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Documentário Fotográfico
Figura 2.3.3.1-24. Vista geral da área com a presença de gado e rede elétrica.
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GMR 4 GMR 6
GMR GMR 2 GMR 5 PRY 1 PRY 2
Fatores Ambientais Toco Morada
1 Peixe Joma Cajuasa Peixe Cajuasa
Preto do Boi
Cobertura Vegetal
Disponibilidade Hídrica
Afastamento de Reserva
indígena
Inexistência de Pequenas
Propriedades Rurais no Entorno
Mais Menos
Neutro
Favorável Favorável
A análise destes fatores ambientais qualitativos mostrou que, os sites GMR 1 – Peixe e
GMR 2 – Joma possuem algumas restrições que inviabilizam a implantação do
empreendimento. O site GMR 1 – Peixe apresenta a vegetação típica de cerrado em
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GMR 6
GMR 5 PRY 2
Fatores sociais Morada
Cajuasa Cajuasa
do Boi
Apoio da comunidade
Mais Menos
Neutro
Favorável Favorável
A análise destes fatores sociais qualitativos mostrou que, o site GMR 6 – Morada do
Boi é o mais recomendado.
Para a análise dos sites quanto aos fatores de infraestrutura para fábrica, foram
considerados e avaliados qualitativamente os seguintes itens específicos:
disponibilidade de habitações; disponibilidade de energia elétrica; facilidade de
interligação ferroviária; e facilidade de acesso rodoviário.
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GMR 6
GMR 5 PRY 2
Fatores de infraestrutura para fábrica Morada
Cajuasa Cajuasa
do Boi
Disponibilidade de Habitações
Mais Menos
Neutro
Favorável Favorável
GMR 6
GMR 5 PRY 2
Fatores econômicos Morada
Cajuasa Cajuasa
do Boi
Mais Menos
Neutro
Favorável Favorável
No tocante aos fatores econômicos, pode-se constatar o site GMR 6 – Morada do Boi
também é o mais recomendado.
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Assim, a avaliação das alternativas locacionais permitiu constatar que, tanto na análise
qualitativa como na análise quantitativa, recomenda-se a implantação da unidade
industrial da BRAXCEL no site GMR 6 – Morada do Boi, localizado no município de
Peixe-TO.
1
Celulose Kraft: celulose produzida por processo de sulfato.
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Adoção de descascamento por via seca, ao invés de via úmida, como feito
atualmente, para redução da carga poluidora dos efluentes líquidos desta
operação;
Adoção de digestor contínuo no cozimento no lugar de digestores descontínuos
que minimizarão a geração de condensados, da carga orgânica no efluente e da
emissão de enxofre para a atmosfera;
Utilização de depuração em circuito fechado que minimiza a geração de carga
poluidora líquida;
Instalação de unidade de pré-branqueamento que consistirá na deslignificação
com oxigênio, visando redução substancial da geração de carga orgânica e cor no
efluente;
Utilização de Processo ECF (Elemental Chlorine Free – livre de cloro elementar)
ao invés do processo TCF, uma vez que não existem diferenças significativas em
termos de geração de efluentes, emissões atmosféricas e geração de resíduos
sólidos, e também não há diferença de impacto no meio aquático e nem de
toxicidade;
Depuração dos condensados contaminados através da instalação de uma coluna
separadora gás/líquido, com o objetivo de reduzir a carga poluidora do efluente
líquido;
Adoção de evaporador de contato indireto no lugar do evaporador direto para
reduzir drasticamente a emissão de compostos orgânicos de enxofre à atmosfera,
oriundos da caldeira de recuperação;
Instalação de sistemas de recuperação e controle de perdas no processo produtivo;
Instalação de equipamentos de controle de emissões atmosféricas, como
precipitadores eletrostáticos e lavadores com a finalidade de eliminar ou
minimizar as emissões;
Instalação de sistema de tratamento e controle de efluentes líquidos de alta
eficiência do tipo lodo ativado;
Instalação de sistema de descarte de efluentes tratados no rio Tocantins através de
emissários terrestre e subaquático provido de difusores de fundo que garantirá a
adequada dispersão de efluentes tratados no ponto de lançamento;
Instalação de sistema de tratamento e disposição final de resíduos sólidos
industriais através de compostagem e/ou aterro industrial;
Geração excedente de energia elétrica e sua disponibilização na rede.
As principais justificativas ambientais são:
Há grande disponibilidade hídrica na região (rio Tocantins);
O corpo receptor dos efluentes tratados é extremamente favorável (rio Tocantins);
A qualidade do ar e a dispersão atmosférica são favoráveis;
Área distante de centros urbanos expressivos;
Área de influência direta não apresenta corredores ecológicos nem espécies em
extinção.
A BRAXCEL está fortemente engajada na adoção das melhores tecnologias
disponíveis (BAT – Best Available Technologies), visando redução, controle e
monitoramento das emissões atmosféricas, efluentes líquidos e resíduos sólidos
gerados.
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BSKP
BSKP 32%
37%
BHKP
63% BHKP
68%
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2.3.4.1 Localização
A unidade industrial de fabricação de celulose branqueada de eucalipto da BRAXCEL
será implantada no município de Peixe, no estado do Tocantins. Na Figura a seguir é
apresentada a localização do empreendimento.
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Tabela 2.3.4.3/2. Informações dos produtos químicos.
Riscos potenciais Situações de emergência Produtos
Produto Meio Reatividade EPI´s
Saúde Fogo Vazamento Fogo Acidentados Química
Ambiente
Reage com a
Em inalação: mover para Proteção total de
maior parte dos
Alteração da local arejado e fazer PVC.
Ácido Evitar contato com materiais.
qualidade das Extinção com pó respiração artificial. Máscara contra
Sulfúrico Irritante / Reage com líquidos. Evitar metais e
águas químico ou CO2. Em contato: enxaguar com gases ácidos ou
Corrosivo combustíveis Isolar a área combustíveis
H2SO4 (diminuição de Não é inflamável. bastante água conjunto de
Parar o vazamento. Libera hidrogênio
pH). Em ingestão: beber água e respiração
em reação com
não provocar vômitos. autônomo.
metais.
Proteção total de
Vazamentos podem Em inalação: mover para
Ataca metais como Reage com PVC. Máscara
levar a um aumento de Alagar a área com local arejado e fazer
alumínio, zinco, Alteração da ácidos, líquidos contra gases
Soda cáustica pH. Conter o líquido água / respiração artificial /
Irritante / chumbo e estanho, qualidade das inflamáveis e ácidos
para não atingir rios e Resfriar os Em contato: enxaguar com
NaOH corrosivo produzindo gás águas (aumento
sistema de esgoto. reservatórios bastante água /
metais, como: combinado com
inflamável: de pH). alumínio, estanho filtro para
Isolar o local e expostos Em ingestão: beber água e
hidrogênio. e zinco. vapores
evacuar a área. não provocar vômitos.
orgânicos.
Combustão
espontânea em
Reage com ferro,
contato com
bronze, cromo,
combustíveis e
Em inalação: mover para zinco, chumbo e
Irritante para matérias orgânicas Extinção com
Peróxido de Moderada- Evitar contato pessoal. local arejado e fazer prata / Sujeira e a Proteção total de
olhos e pele. / Reage água.
Hidrogênio mente tóxico Parar o vazamento. respiração artificial. maioria dos PVC / Conjunto
Tóxico se violentamente com Não usar pó
em ambiente Isolar o local. Em contato: enxaguar com metais causam- de respiração
H2O2 inalado e a maioria dos químico e CO2.
aquático. Evacuar a área. bastante água. lhe decomposição autônomo.
ingerido Materiais / Não é inflamável.
Em ingestão: beber água. rápida com
Explosão quando
liberação de gás
aquecido e se
(oxigênio).
acondicionado em
recipiente fechado.
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programa. Nos seis primeiros meses desse ano, R$ 86,4 bilhões já foram direcionados
a obras por todo o Brasil.
Desse total, R$ 35 bilhões correspondem ao Financiamento Habitacional, R$ 24,4
bilhões ao executado pelas estatais, R$13,4 bilhões ao setor privado e R$ 9 bilhões ao
Orçamento Geral da União Fiscal e Seguridade. Os R$3 bilhões restantes são do
programa Minha Casa, Minha Vida.
Com o PAC, o Brasil alcançou um patamar de crescimento, com elevação de
investimentos públicos e privados, ampliação do Produto Interno Bruto (PIB) e o
aumento de emprego e renda para os brasileiros.
Na primeira etapa do programa, a participação do investimento total no PIB passou de
16,4%, em 2006 para 18,4%, em 2010. Além disso, o Brasil gerou 8,9 milhões de
empregos formais de janeiro de 2007 até junho de 2011, um recorde.
O PAC é coordenado pelo Comitê Gestor do PAC (CGPAC), composto pelos
ministros da Casa Civil, do Planejamento e da Fazenda. Há também o Grupo
Executivo do PAC (GEPAC), integrado pela Subchefia de Articulação e
Monitoramento (Casa Civil), Secretaria de Orçamento Federal e Secretaria de
Planejamento e Investimentos Estratégicos (Planejamento), além da Secretaria
Nacional do Tesouro (Fazenda). O GEPAC estabelece metas e acompanha a
implementação do Programa de Aceleração do Crescimento.
Cada eixo temático do PAC representa uma vertente de investimentos para consolidar
o crescimento do país, de forma que cada uma dessas linhas de ação se coaduna, ou
seja, complementa e potencializa os efeitos positivos do empreendimento da
BRAXCEL, senão vejamos:
- Transportes
Como é cediço, durante a fase de implantação do empreendimento da BRAXCEL
haverá intensa circulação de mão de obra e de produtos e insumos para a construção
civil do empreendimento.
Esse aumento da demanda poderá representar um impacto na malha viária existente,
mesmo que essa ainda esteja dentro da sua capacidade, ou poderá influenciar
sobremaneira a oferta de transporte público da população local de Peixe (TO), ou da
região do entorno.
Rodovias, ferrovias, aeroportos, portos, hidrovias e aquisição de equipamentos. Essas
são as ações predominantes do eixo Transporte do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), que devem proporcionar ao Brasil uma rede logística que atenda
à crescente demanda de viajantes e mercadorias.
As obras já começaram em todos os sistemas. O PAC 2 prevê a construção de quase 8
mil km de rodovias e obras de manutenção em outros 55 mil km. No primeiro
semestre de 2011, quem andou em alguns trechos das rodovias BR-101 no Nordeste e
em Santa Catarina, BR-262 e BR-050 (ambas em Minas Gerais) e BR-386 (no Rio
Grande do Sul) deve ter se deparado com obras de duplicação que estão em
andamento. Outros 4.859 km rodovias estão em fase de construção e pavimentação.
(BRASIL, 2011b).
Ainda no sistema rodoviário, o PAC 2 disponibilizará recursos para a compra de
equipamentos, como motoniveladoras e retroescavadeiras, para auxiliar na
recuperação das estradas do interior do Brasil e, consequentemente, melhorar a
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Figura 2.3.4.8-3. Mapa dos projetos de energia. Fonte: Relatório do 10º balanço
de atividades do PAC.
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Planos Estaduais
Paralelamente aos planos e programas federais, com investimentos em diferentes eixos
temáticos, o governo de Tocantins também realiza uma série de investimentos de alta
relevância em todo o Estado.
Inicialmente, segundo pesquisas realizadas na base de dados da Secretaria Estadual de
Infraestrutura, existe um “Mapa de Obras” que abrange os investimentos em
diferentes áreas (educação, infraestrutura, fornecimento de energia, eletrificação,
rodoviário, etc.).
Além de tais investimentos já realizados e anunciados, existem uma série de outros
investimentos fundamentais para consolidar a presença de outros investimentos
privados, como o da BRAXCEL.
Segundo pesquisas realizadas na própria Secretaria de Infraestrutura, o ano de 2011
foi profícuo em termos de aparelhamento estatal para recebimento de futuros
investimentos privados.
Com investimentos de cerca de R$ 400 milhões em obras rodoviárias, aeroportuárias,
prédios públicos, distribuição de energia, iluminação pública, quitação de dívidas,
entre outras, a Secretária de Infraestrutura foi capaz de dotar o Estado de melhores
condições.
Cerca de 6 mil quilômetros das estradas tocantinenses receberam algum tipo de
benefício no exercício de 2011. Entre as melhorias aplicadas nas rodovias
pavimentadas, não pavimentadas e estradas vicinais estão serviços de revestimento
primário, terraplenagem, restauração asfáltica, pavimentação asfáltica, serviço de
tapa-buracos, roçagem, construção de bueiros e outras obras de arte.
O mapa rodoviário do Tocantins, este ano, ganhou o reforço com as inaugurações da
Ponte dos Migrantes Nordestinos Padre Cícero José de Sousa e do asfalto das TO-296
ligando os municípios de Jaú e Talismã (62,92 Km), TO-070, unindo Formoso do
Araguaia a Dueré (62,35 Km), TO-280, trecho entre a Ponte do Rio Formoso e a
Cobrape - Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos – (59,09 Km). A
mudança no cenário das estradas continua com a execução (obras em andamentos) de
várias outras trechos de pavimentação asfáltica e construções de pontes, a exemplo da
TO-030, que liga Novo Acordo a São Félix e da ponte de Barra do Ouro.
O setor de transporte também está sendo incrementado com o início da construção do
aeroporto de Taguatinga, cuja pista terá 1.500 metros de comprimento e 30 metros e
largura. Com a reforma de toda a estrutura do aeroporto de Araguaína, que está sendo
modernizado com a ampliação do terminal de passageiros e recuperação da pista de
pouso/decolagem, pista de taxiamento e pátio de aeronaves haverá consequências
positivas para toda a região. Este é o saldo positivo dos aspectos do desenvolvimento
rodoviário durante o ano de 2011. (TOCANTINS, 2011b).
Em termos quitação de endividamento estatal, foram superados em 2011,
aproximadamente, R$ 90 milhões. Para resgatar o crédito com o Banco Mundial e
conseguir dar sequência às obras do PDRS (Programa de Desenvolvimento Regional
Sustentável) foram pagos, aproximadamente, R$ 25 milhões de reais das parcelas que
estavam atrasadas desde agosto de 2011, conforme informações da SEINFRA
(TOCANTINS, 2011a).
De acordo com os dados da SEINFRA, o resgate da credibilidade internacional,
poderá render bons frutos ao Estado, pois está viabilizando, dentro do PDRS, a
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Sua estrutura encara os três pilares da sustentabilidade e aborda temas variados dentro
de cada um dos pilares: avaliação ambiental; avaliação econômica; povos indígenas e
reassentamentos; gestão territorial; desenvolvimento regional, entre outros.
As ações do PDRS se sustentam por meio do Plano Plurianual (PPA) uma obrigação
constitucional. O PPA de Tocantins possui cinco linhas estratégicas:
consolidar a infraestrutura de transporte e energia (R$6.519 milhões);
promover o desenvolvimento sustentado priorizando o crescimento da
agropecuária, da agroindústria e do ecoturismo (R$ 586 milhões);
promover a modernização da administração pública priorizando o equilíbrio
das finanças estaduais (R$ 132 milhões);
diminuir as desigualdades sociais e combater a pobreza (R$ 1.292 milhões); e,
assegurar os direitos dos Tocantinenses ao pleno exercício da cidadania (R$
106 milhões).
(Fonte dos dados: TOCANTINS, 2011a)
Sob a ótica do presente EIA/RIMA, importante salientar, entre outras diretrizes do
PPA, duas que estão intimamente relacionadas com o empreendimento da BRAXCEL:
promover a desconcentração do desenvolvimento: (i) direcionar os
investimentos públicos visando à integração inter-regional do Estado; e (ii)
promover a descentralização administrativa viabilizando a ocupação dos
espaços econômicos.
promover a sustentabilidade ambiental: (i) formular e instituir políticas de
preservação e conservação dos recursos naturais; (ii) fortalecer o sistema de
controle ambiental; (iii) promover o ordenamento territorial facilitando o
conhecimento e a compatibilização de tendências de desenvolvimento com as
potencialidades espaciais; identificar, demarcar e implantar unidade de
conservação e fortalecer seu sistema de gestão e (iv) disponibilizar sistema de
informação ambiental. (TOCANTINS, 2011a).
A partir da leitura dos planos e programas apresentados, tanto da esfera federal,
quanto da esfera estadual, percebe-se a sua crescente interface com o empreendimento
da BRAXCEL ora analisado.
Essa interface se revela tanto a priori, ou seja, antes da própria implantação e
operação da unidade industrial da BRAXCEL, quando os investimentos estatais
(federais e estaduais) já se projetaram, quanto a posteriori, quando realiza-se uma
perspectiva de investimentos a médio e longo prazos.
Sob o ponto de vista de investimentos já realizados, existe um ambiente favorável para
a recepção da BRAXCEL e sua infraestrutura associada, bem como, e tão relevante
quanto, para abarcar e sustentar as medidas mitigadoras dos impactos potenciais
identificados adiante na Avaliação dos Impactos Ambientais.
Considerando um horizonte temporal futuro, tanto planos e programas federais da
segunda fase do PAC, quanto os futuros investimentos estaduais (em especial, o
PDRS), são elementos que oferecem uma estrutura positiva para a instalação do
empreendimento da BRAXCEL no Estado porque permitem uma interação e
potencialização mútua entre todos estes investimentos.
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2.3.4.9 Cronograma
A implantação do empreendimento está planejada para ser concluída no 2º semestre de
2017.
O cronograma básico para a construção da nova unidade industrial da BRAXCEL é
apresentado a seguir.
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Cozimento e Lavagem
A planta de cozimento consistirá de sistema contínuo com vaso de pré-impregnação,
digestor e sistema de recuperação de calor.
Os cavacos provenientes do setor de preparação da madeira serão descarregados pelo
transportador num alimentador de rosca no silo de cavacos. A rosca proporciona
vedação contra vazamentos do vapor do silo.
Os cavacos serão aquecidos pelo vapor. Com a vaporização dos cavacos o ar contido
no seu interior será deslocado pelo vapor e as células da madeira ficarão saturadas
pela umidade.
Os cavacos serão carregados para o topo do impregnador por licor à alta velocidade,
conhecido como circulação de topo.
Os cavacos passarão através do separador do topo para o vaso de impregnação, sendo
que o excesso do líquido de movimentação será retornado para o tanque pulmão de
licor da linha de alimentação de cavacos.
No vaso de impregnação, os cavacos serão impregnados pelo licor preto quente, que
será retirado da zona de cozimento.
O aquecimento final para a temperatura de cozimento desejada será feito através da
adição de vapor direto no topo do digestor.
Na fase líquida onde o cavaco é submerso por licor de cozimento, denomina-se zona
de cozimento.
A parte inferior, desde a zona das peneiras extração inferiores até o fundo do digestor
é denominada zona de lavagem.
O licor de lavagem será bombeado por uma bomba de alta pressão para o fundo do
digestor. Isto resfriará a polpa quente abaixo de 100 ºC, antes que seja descarregada
para lavagem intermediária e para o tanque de estocagem de polpa.
Na parte inferior do digestor, a polpa será retirada da coluna de massa e enviada para a
linha de descarga.
O licor preto será extraído do digestor e será enviado a um reboiler. O vapor
produzido será utilizado para pré-aquecer os cavacos no silo de cavacos. O licor
extraído será, então, bombeado através do filtro de licor preto e do trocador de calor
para a produção de água quente antes de ser levado ao tanque de armazenagem de
licor fraco na planta de evaporação.
O fluxo de polpa do digestor para o tanque de descarga será controlado
automaticamente pela válvula de descarga.
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73
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P – Peróxido de hidrogênio
Estágio A/D0
A polpa será transferida da torre de armazenamento em alta consistência para o tubo
de alimentação mediante um raspador de descarga. A polpa será bombeada através do
misturador para a torre A de pressão atmosférica. Antes do misturador será dosado
ácido sulfúrico para o ajuste do pH.
Da torre A, a polpa será bombeada através de um misturador para o reator D0
pressurizado. O dióxido de cloro será adicionado antes do misturador. Do reator, a
celulose será alimentada ao lavador D0.
O filtrado do estágio D0 será levado para o efluente ácido e, em seguida, para o
tratamento de efluentes.
Estágio EOP
Do lavador D0 a polpa será transferida para alimentação do estágio Eop. Na
alimentação será adicionado álcali.
A polpa será bombeada através do dispositivo de adição de oxigênio e de um
misturador para o reator pressurizado Eo. Parte do filtrado do estágio Eop será
enviado ao tratamento de efluentes. Do reator, a celulose será alimentada ao lavador
Eop.
Estágio D
Do lavador Eop a polpa será transferida para alimentação do estágio D através de um
misturador. Na alimentação serão adicionados tanto dióxido de cloro como ácido
sulfúrico. Da torre D, a celulose será alimentada ao lavador D.
Estágio P
Do lavador D, a polpa será transferida para alimentação do estágio P. Na alimentação
serão adicionados tanto álcali como peróxido.
A polpa será bombeada através do dispositivo de adição de oxigênio e de um
misturador para o reator do estágio P. Do reator, a celulose será alimentada ao lavador
P.
Após o lavador, será utilizado ácido sulfúrico para ajuste de pH.
A polpa branqueada é, então, enviada à torre de estocagem.
Máquina de Secagem e Enfardamento
A máquina de secagem produzirá fardos unitizados prontos para a comercialização, a
partir de celulose kraft branqueada estocada em torre de alta consistência.
A polpa das torres de estocagem é bombeada para a depuração pressurizada cujo
aceite alimentará a máquina de secagem.
A máquina consiste de mesa plana (fourdrinier) na parte úmida e de secador tipo air
borne na parte seca. A seção final consiste de cortadeira e empilhadeira de folhas
(cutter & layboy).
O sistema de alimentação de massa, inicia-se na depuração de massa branqueada, que
consiste de depuradores pressurizados, com fendas, arranjados em estágios
consecutivos que trabalham em sistema de cascata. A polpa das torres de estocagem
será bombeada para um tanque de mistura e daí para o primeiro estágio de depuração
pressurizada. Os aceitos da depuração primária irão alimentar o tanque da máquina,
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enquanto os rejeitos seguirão pelos estágios posteriores, até que os rejeitos do quinto
estágio sejam eliminados para a rede de efluentes.
A máquina secadora consiste de formadora de tela dupla (double wire) na parte úmida,
de uma prensa de dois NIPs, sendo que todos os rolos são feltrados e as prensas são do
tipo de sapata com duplo feltro. A secagem é formada por um secador do tipo air
borne, onde a folha é seca por processo de impingimento de ar quente, sendo que o
último grupo sopra ar frio para resfriamento da folha. A seção final é formada por uma
cortadeira e uma empilhadeira de folhas (cutter & layboy).
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Evaporação de Licor
O sistema de evaporação será tipo película descendente com vários efeitos e coluna de
stripping integrada aos efeitos com capacidade para tratar o condensado da
evaporação e do cozimento.
O metanol contido nos gases de odor originários do stripper será retirado na coluna de
metanol. O metanol liquefeito será queimado na caldeira de recuperação ou no forno
de cal. Os gases concentrados serão incinerados na caldeira de recuperação.
As cinzas do precipitador e moegas da caldeira de recuperação serão coletadas com
licor preto no tanque de mistura da caldeira, e retornadas para a evaporação.
De todo o condensado produzido na evaporação, o mais limpo será utilizado na
lavagem de polpa na linha de fibras e o condensado intermediário será usado na
caustificação. Os condensados contaminados da evaporação e do cozimento serão
tratados em coluna stripper, e o condensado limpo poderá ser utilizado no processo.
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Planta Química
A planta química consiste em uma área específica para recebimento, armazenamento e
distribuição dos seguintes produtos principais:
Soda cáustica;
Metabissulfito de sódio;
Metanol;
Ácido sulfúrico;
Clorato de sódio;
Peróxido de hidrogênio.
Estes produtos são adquiridos de terceiros e fornecidos em caminhões-tanque.
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Turbogerador
Serão instalados 2 turbogeradores, sendo 1 de extração–contrapressão e 1 de extração-
condensação para atender às necessidades da indústria de celulose kraft.
O vapor de sopragem da caldeira de recuperação será extraído das turbinas.
Válvulas redutoras de pressão para vapor de MP e BP serão instaladas com capacidade
para by-pass de uma das turbinas.
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Distribuição de Energia
O sistema elétrico da Fábrica será constituído basicamente de dois geradores,
acionados por turbinas a vapor, de potencia nominal 160 MW e tensão nominal 13,8
kV interligado ao sistema de distribuição em 34,5 kV através de transformadores 13,8-
34,5 kV. O sistema elétrico da fábrica será conectado na rede geral de energia elétrica
da Concessionária em 230 kV, através de um transformador 230-34,5 kV.
Em condições normais de operação a fábrica será autossuficiente em geração de
energia, entretanto a conexão com a rede será prevista para ser utilizada durante o
período de partida, durante o “overhaul” dos turbogeradores, ou em situações de
emergência e também para venda do excedente de energia gerado pela Fábrica.
A indústria terá capacidade para produzir cerca de 320 MW, desta será consumida
cerca de 130 MW, tendo condição de exportar cerca de 190 MW.
Torre de Resfriamento
Serão instaladas torres de resfriamento do tipo contra-corrente com ventilador de
exaustão no topo que visam fechamento de circuito de águas na indústria. As torres
atenderão aos consumidores da indústria de celulose, incluindo sistema de utilidades
(turbogerador, compressores, caldeira auxiliar, etc.).
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Ar Comprimido
Serão instalados compressores e secadores de ar para o fornecimento de ar de serviço,
bem como, ar de instrumentos, cada qual com sua rede independente.
Ventilação e Ar Condicionado
As salas elétricas e salas de controle serão equipadas com sistema de ar condicionado
individual, tipo self-contained. A água para resfriamento das unidades de ar
condicionado será proveniente da torre de resfriamento.
Estocagem de Óleo Combustível
O óleo tipo 1A será utilizado nas áreas de caldeira de recuperação, caldeira de força e
forno de cal. Este óleo será estocado, aquecido e distribuído para os consumidores
numa temperatura de 70ºC.
Tratamento de Água Industrial
Os dados referentes ao tratamento de água industrial são apresentados a seguir.
Características da Água Bruta
m³/d 204.000
m³/d 192.000
82
Condutividade S/cm 86
83
NOTA: Estes valores correspondem a média das 2 campanhas de amostragem pontual (ponto 1)
realizadas em setembro e dezembro de 2011. Legenda: ND=Não Detectado.
Descrição do Processo de Tratamento de Água
A demanda total prevista de água para operação da indústria será de aproximadamente
8.000 m³/h (192.000 m³/dia).
A captação de água no rio Tocantins será realizada através de uma estação elevatória
por 5 bombas centrífugas de 2.200 m³/h, sendo uma reserva. A estação elevatória será
ainda provida de 4 grades mecanizadas (uma reserva) para remoção de sólidos
grosseiros e terá uma capacidade máxima total de 8.500 m³/h.
A linha de adução da água bruta (comumente conhecida por adutora) terá
aproximadamente 1.500 mm de diâmetro e será em aço carbono. Em função de sua
extensão, diâmetro e diferença de nível, a adutora será equipada com sistema de
amortecimento de golpes de aríete, composto de 3 tanques hidropneumáticos e
compressores que manterão a pressão no interior desses tanques.
A água bruta proveniente da estação de bombeamento terá sua vazão medida em um
medidor Parshall, no qual será adicionado sulfato de alumínio, soda cáustica,
polieletrólito e novamente hipoclorito de sódio, para promover a remoção de ferro,
além de oxidar a matéria orgânica presente.
A soda cáustica tem por função acertar a faixa de pH ideal, enquanto que o sulfato de
alumínio age como coagulante, e o polieletrólito como floculante, aumentando o peso
dos flocos. Com os flocos mais pesados, a velocidade de sedimentação aumenta e
consequentemente diminui a área superficial dos clarificadores.
Visando melhorar o contato e diluição dos produtos químicos na água bruta, 3 tanques
de floculação equipados com agitadores mecânicos serão instalados.
Em seguida, por gravidade, a água seguirá para 3 clarificadores, onde ocorrerá a
separação sólido-líquido. Os clarificadores serão dotados de módulos tubulares
visando aumentar sua performance, além de diminuir a área necessária para
clarificação. O lodo será coletado no fundo dos clarificadores sendo, em seguida,
descarregado periódica e automaticamente no canal central de descarga de onde será
direcionado para o sistema de desaguamento através de centrífugas, e posterior
disposição em aterro industrial.
Por gravidade, a água decantada será conduzida por canais até 9 filtros de areia, com
uma área total de 780 m². Conforme a filtração avança, o meio filtrante vai se
colmatando e o nível d'água subirá, até soar um alarme que indicará a necessidade de
se efetuar a contra-lavagem. A operação de contra-lavagem será feita automaticamente
e a água utilizada será coletada em cada filtro por calhas para enviar essas águas para
o sistema de captação de água bruta, visando reaproveitamento.
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pH -- 6,0 a 8,0
Cor PtCo APHA < 5,0
Turbidez NTU < 1,0
Ferro mg Fe/L < 0,1
Manganês mg Mn/L < 0,2
Dureza total ppm CaCO3 < 100
Cálcio mg CaCO3/L < 50
Magnésio mg CaCO3/L < 50
Alumínio mg Al/L < 0,2
Zinco mg Zn/L < 2,0
Cloro residual mg/L 0,2 – 0,5
Outros -- Isento de algas
2.3.5.2 Equipamentos
A lista dos principais equipamentos e suas capacidades é apresentada na Tabela a
seguir.
Tabela 2.3.5.2-1. Lista dos principais equipamentos e suas capacidades.
20.000 m³ licor
Caustificação 1
branco/d
85
Turbogeradores 2 320 MW
2.3.5.3 Estocagem
As estocagens realizadas durante o processo de fabricação de celulose branqueada são
apresentadas na Tabela a seguir.
Tabela 2.3.5.3-1. Estocagens de processo.
Área volume
86
Área volume
87
88
Caldeira de recuperação
As descargas acidentais desta área têm elevado conteúdo de licor preto, e deverão ser
recuperadas. O tratamento básico é semelhante àquele da área de cozimento e linha de
polpa marrom.
Os derrames dos pisos superiores serão coletados e enviados a um tanque de despejo,
seguindo então para o poço de coleta, que também irá receber os derrames ocorridos
no piso térreo. Esses derrames serão bombeados para um tanque de derrames na planta
de evaporação, onde serão recuperados.
Caustificação
Nesta área, os derramamentos serão coletados e enviados a dois poços de coleta, que
possuem sistema de agitação, medição de condutividade e bombas. Caso o derrame
esteja dentro de certa faixa de condutividade, este será enviado ao tanque de licor
fraco para recuperação.
Foi previsto um sistema de recuperação de lama de cal nas ocasiões de paradas não
programadas do forno de cal. A estocagem provisória da lama será realizada em local
pavimentado com paredes, evitando assim, sua perda e posterior recuperação.
Outras áreas
A área de preparação de químicos estará cercada por muretas de contenção em seu
entorno. Além disso, os tanques de produtos químicos também estarão contidos por
diques. Caso haja algum derramamento na área, serão enviados a tanques de mistura
para ajuste de pH, sendo, então, encaminhados para a estação de tratamento de
efluentes.
O armazenamento de óleo combustível será, também, contido por muretas de
contenção com um poço. Em caso de derramamento, será instalada uma bomba que
enviará o óleo a um caminhão tanque.
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Os aquecedores de óleo nas áreas de processo deverão ter suas próprias muretas de
contenção.
Todas as áreas de processo contarão com sistema Spill, sistema de comportas e
condutividade de efluentes. A partir de determinada condutividade, o efluente é
recuperado no processo.
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91
Plano de Emergência;
Certificado de Capacitação para transporte de produtos perigosos.
Área de Contratos:
Quando da carta convite, antes da licitação/contratação, fornecerá, aos
transportadores/fornecedores de produtos perigosos, cópias das políticas e
procedimentos, legislações e normas internas da BRAXCEL, para preservação do
patrimônio, segurança e preservação do meio ambiente.
Transportadoras/Fornecedoras:
As transportadoras atualizarão anualmente, ou quando houver alguma alteração, as
suas documentações (certificado de capacitação para transporte de produtos perigosos,
exame médico dos motoristas, certificados, plano de emergência, relação dos
motoristas), enviando ao setor responsável.
As transportadoras fornecerão em seus planos de emergência, todos os contatos
telefônicos, pontos de apoio e procedimentos de segurança, em casos de acidentes
com produtos perigosos.
Garantirão que seus veículos estão dentro dos padrões legais para transporte de
produtos perigosos.
Responsabilizar-se-ão por danos a equipamentos ou acidentes às pessoas dentro da
área industrial, por culpa ou inobservância das regras de segurança.
Manterá um rápido e eficiente sistema de comunicação com a BRAXCEL em casos de
acidentes com carretas de produtos perigosos.
- Motoristas:
Deverão observar todos os requisitos básicos de segurança no âmbito da BRAXCEL.
Deverão comunicar qualquer irregularidade na carreta durante o descarregamento do
produto, à área operacional, que, posteriormente, comunica a Segurança Industrial.
Qualquer dano causado aos equipamentos da BRAXCEL será comunicado de
imediato à Segurança Patrimonial que emitirá um relatório de ocorrência.
Em qualquer atitude de desobediência as normas internas de segurança, o motorista
poderá ser retirado da área, e ter sua entrada definitivamente proibida nas
dependências da empresa.
São sabedores do uso dos equipamentos de segurança e sua utilização em casos
normais de descarga e em situações de emergência.
Situações de Emergência
Interior da Empresa:
No caso de vazamento de produtos perigosos a segurança industrial será acionada e
tomará todas as medidas preventivas para salvaguardar o patrimônio da empresa, o
homem e o meio ambiente.
Fora da Empresa:
A BRAXCEL exigirá dos transportadores contratados a inclusão no escopo de serviço
especializado de emergência, no qual empresas especializadas mantêm equipes e
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recursos disponíveis 24hs por dia para incidentes, cobrindo o trajeto desde a saída do
fabricante/distribuidor até o site fabril.
Para acidentes com Produtos Perigosos, próximo à empresa, será fornecido todo o
apoio necessário.
Emitirá o relatório da ocorrência ao Setor de Meio Ambiente.
93
pH - 3,0 a 10,0
o
Temperatura C cerca de 60
94
Resfriamento;
Lodos ativados – tanque de aeração;
Clarificador secundário;
Sistema de desaguamento de lodo secundário;
Emissário.
Clarificadores Primários
Os efluentes contendo sólidos suspensos serão enviados para dois clarificadores
primários com diâmetro de 67 m para reduzir a quantidade de sólidos suspensos. Esses
clarificadores serão dotados de raspador para remoção de sólidos sedimentados e de
escuma acumulada na superfície do mesmo. Os sólidos sedimentados e as escumas
com consistência de 1,0 a 3,0 % serão retirados por meio de bombas que enviarão para
o sistema de desaguamento de lodo primário. O efluente clarificado será encaminhado
para o sistema de neutralização.
Sistema de Desaguamento de Lodo Primário
O sistema de desaguamento de lodo primário terá uma capacidade total de 57 t/dia e
será constituído por três conjuntos de desaguamento de 30 t/dia cada, sendo um
conjunto de reserva. Cada um dos conjuntos será constituído por um espessador
mecânico do tipo tambor ou mesa de gravidade e por uma prensa desaguadora do tipo
parafuso. A consistência final prevista de lodo desaguado é entre 35 a 45 %.
Este resíduo poderá ser queimado na caldeira de biomassa e/ou enviado para sistema
de compostagem, somente quando não for possível estas alternativas, este resíduo será
disposto em aterro industrial.
Lagoa de Emergência
Além dos sistemas de prevenção e coleta de vazamentos e derramamentos previstos
em cada departamento da fábrica, haverá uma lagoa de emergência na estação de
tratamento de efluentes. A finalidade desta lagoa será receber todos os efluentes com
características fora de especificação. Uma vez desviados para a lagoa de emergência,
o conteúdo desta será dosado para a entrada do tanque de neutralização de forma que
nenhum distúrbio seja criado no tratamento biológico.
A operação desta será controlada pelo monitoramento on-line de pH, temperatura e
condutividade. Quando ocorrerem níveis fora da escala aceitável, as válvulas serão
fechadas e o efluente será desviado para a lagoa de emergência.
A lagoa de emergência terá capacidade de 100.000 m³ para receber os efluentes do
processo considerados contaminados.
Lagoa de águas pluviais com potencial de contaminação
As águas pluviais que não incidem nas áreas produtivas, mas tem potencial de
contaminação por acidentes, serão coletadas e encaminhadas para esta lagoa, onde
serão monitoradas em relação ao pH, condutividade e aspecto visual. Caso confirme a
contaminação, estas águas serão enviadas para o sistema de tratamento de efluentes,
caso contrário, elas serão encaminhadas para os corpos d’água receptores.
A lagoa de águas pluviais terá capacidade de 50.000 m³ para receber as águas pluviais.
Dependendo do detalhamento do layout, poderão ser construídas mais de uma lagoa.
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Neutralização do Efluente
O efluente clarificado nos clarificadores primários será enviado para um tanque de
neutralização, que receberá, também, os efluentes sem (baixo) sólidos suspensos. A
finalidade desta etapa será neutralizar o efluente combinado, através da adição de soda
cáustica ou de ácido sulfúrico, visando manter um pH entre 6 e 8, tornando-o
apropriado para o tratamento biológico.
O tanque de neutralização terá capacidade de 1.100 m³ e será dotado de agitador
mecânico.
Resfriamento do Efluente
Devido ao efluente neutralizado apresentar, ainda, uma temperatura considerada
elevada para o tratamento biológico, o efluente deverá ser resfriado, para que atinja
temperatura adequada ao desempenho do tratamento biológico.
O resfriamento dos efluentes será realizado através de uma torre de resfriamento,
composta por 6 células, sendo dimensionada para uma temperatura de entrada
aproximada de 60 ºC, e uma temperatura de saída em torno de 35 ºC.
Lodos Ativados
O sistema de tratamento biológico adotado na BRAXCEL será do tipo aeróbio por
lodos ativados que é a melhor tecnologia prática disponível. O processo de lodos
ativados é uma tecnologia comprovada e normalmente utilizada nas indústrias de
celulose do mundo todo.
O processo biológico requer para um ótimo desempenho, concentrações suficientes de
nitrogênio e fósforo no efluente. As quantidades necessárias estarão relacionadas com
a quantidade de matéria orgânica biodegradável, isto é, DBO (Demanda Bioquímica
de Oxigênio) presente no efluente não tratado.
Ureia e o ácido fosfórico estão sendo considerados como fontes de nitrogênio e
fósforo e serão adicionados, se necessário, antes do efluente entrar no tanque seletor.
A quantidade requerida será dependente da quantidade presente no efluente (somente
as quantidades mínimas necessárias deverão ser adicionadas, de modo que as
descargas sejam minimizadas).
Após a dosagem de nutrientes, os efluentes serão encaminhados para o tanque seletor,
que terá alta capacidade de oxigenação e tem por finalidade eliminar os organismos
filamentosos.
Deste tanque, os efluentes seguirão para o tanque de aeração, onde serão submetidos à
degradação da matéria orgânica, presente na forma solúvel e coloidal, por meio da
atividade dos micro-organismos aeróbios. A injeção de ar para o sistema será
realizado por difusores do tipo bolha fina, que serão instalados no fundo do tanque de
aeração. Estes difusores fornecerão oxigênio necessário ao desenvolvimento das
bactérias e promoverão mistura da massa líquida contida no tanque de aeração,
mantendo-se a mistura em suspensão.
O tanque de aeração terá um volume total de 190.000 m³ e os difusores serão
alimentados por cinco sopradores com capacidade de 550.000 Nm³/h, sendo um de
reserva por ocasião de manutenção.
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98
Monitoramento
Os fluxos dos efluentes da fábrica de celulose serão monitorados através de medidores
de vazão como forma de monitoramento e controle operacional.
O sistema de monitoramento da estação de tratamento de efluentes é apresentado nas
tabelas a seguir, nas quais são apresentados os parâmetros, locais de coleta das
amostras e a frequência de análise.
Tabela 2.3.5.6/3. Monitoramento do efluente bruto.
Calha Parshall
Vazão 2 Online -
(entrada da ETE)
pH 2 Entrada da ETE Online -
Condutividade 2 Entrada da ETE Online -
Temperatura 2 Entrada da ETE Online -
Entrada/saída do
Sólidos suspensos 2 Diária Composta
decantador primário
Sólidos Entrada e saída do
Diária Simples
sedimentáveis decantador primário
DBO5 Entrada da ETE Semanal Composta
Entrada da ETE e
DQO saída do decantador Diária Composta
primário
Nota 1: amostra composta = 24 horas de coleta em amostrador automático com resfriador. Nota 2: serão
medidos para as duas redes de efluentes (com e sem sólidos).
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Esgotos Sanitários
Os esgotos sanitários gerados durante a operação da unidade fabril da BRAXCEL
serão coletados e encaminhados para o tanque de aeração da ETE para remoção da
matéria orgânica.
As características físico-químicas típicas dos esgotos sanitários são apresentadas na
Tabela a seguir.
Tabela 2.3.5.4/5. Características físico-químicas típicas dos esgotos sanitários
antes do tratamento.
pH - 7,0
Fonte: Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos. Marcos Von Sperling.
100
Medidas de Controle
A minimização, controle e monitoramento das emissões atmosféricas serão baseadas
nas seguintes tecnologias:
Utilização de caldeira de recuperação de baixo nível de odor;
Elevado teor de sólidos secos de até 80 % no licor da caldeira de
recuperação, o que minimiza emissões de SO2;
Utilização de precipitadores eletrostáticos de alta eficiência para a caldeira de
recuperação, caldeira de força e forno de cal;
Coleta de gases não condensáveis concentrados (GNCC) do digestor e
evaporação, e sua incineração na caldeira de recuperação (incineração com
chama protegida);
Coleta extensiva de gases não condensáveis diluídos (GNCD) do digestor,
linha de polpa marrom, evaporação, com tratamento na caldeira de
recuperação;
Tratamento dos gases do tanque de dissolução na própria caldeira de
recuperação;
Limpeza eficiente dos gases de alívio da planta de branqueamento;
Sistemas de monitoramento de gases e sistema de controle em tempo real,
identificação e correção rápida dos distúrbios operacionais.
101
Caldeira de Biomassa
Devido às exigências legais, quanto à emissão de material particulado nos gases de
exaustão, a melhor alternativa para a limpeza de gases gerados na combustão pela
caldeira de biomassa será precipitador eletrostático de alta eficiência para remoção de
material particulado.
A descrição do precipitador é similar ao descrito para a caldeira de recuperação.
102
103
104
Sistema de Gerenciamento
O gerenciamento de resíduos sólidos gerados neste empreendimento contemplará as
melhores práticas, dentre as quais se destacam:
Segregação dos resíduos sólidos de acordo com a Norma NBR 10.004, utilizando-
se do padrão de cores da Resolução CONAMA nº 275/2001;
Coleta, acondicionamento, armazenamento e transporte dos resíduos sólidos, de
acordo com as legislações vigentes;
Destinação final ambientalmente adequada (reutilização, reciclagem,
compostagem, aproveitamento energético, etc.) e/ou disposição final
ambientalmente adequada (aterros) de todos os resíduos sólidos gerados no
empreendimento.
Fontes de Geração
Na unidade industrial da BRAXCEL, durante a fase de operação, serão gerados
resíduos sólidos industriais e não indústrias.
Os resíduos sólidos industriais gerados pelo processo produtivo de celulose serão
provenientes das áreas de manuseio de madeira, caustificação, caldeira e estações de
tratamento de água e efluentes.
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Volume estimado
Origem Tipo de resíduo
(m³/a)
Total 267.700
106
Resíduos Cor
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Tambor com
Papel / papelão Baia identificada Reciclagem
identificação azul
Tambor com Devolução ao fabricante /
Plástico Baia identificada
identificação vermelha reciclagem
Tambor com
Sucata metálica Baia identificada Reciclagem
identificação amarela
Tambor com
Vidro Baia identificada Reciclagem
identificação verde
Descontaminação e
Lâmpada
Tambor identificado Baia identificada reciclagem por empresa
fluorescente
licenciada
Devolução ao distribuidor
Bateria / pilha Tambor identificado Baia identificada e/ou processamento por
empresa licenciada
Resíduo de
Coprocessamento/
manutenção de Tambor de resíduo
Baia identificada incineração em empresa
equipamentos classe I
licenciada
(óleo lubrificante)
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Incineração e/ou
Resíduo de serviço Área do
Tambor identificado tratamento por empresa
de saúde ambulatório
licenciada
Resíduo orgânico Tambor com Caçambas
Aterro sanitário
(resto de refeição) identificação cinza metálicas
Lodo / areia da Caçambas Compostagem e/ou
Caçambas metálicas
ETE metálicas aterro industrial
Caçambas Compostagem e/ou
Lodo da ETA Caçambas metálicas
metálicas aterro industrial
Compostagem e
Dregs, grits, lama
Caçambas utilização como
de cal e cinzas da Caçambas metálicas
metálicas condicionante de solo em
caldeira fazendas
Compostagem
Objetivos da Compostagem
As instalações e operação do sistema de compostagem têm os seguintes objetivos
principais:
Reciclar adequadamente, por meio de sistema de compostagem eficiente os
resíduos gerados e passíveis de aproveitamento;
Sistematizar e homogeneizar o retorno de nutrientes contidos nos resíduos aos
plantios florestais, realizando adubações com o composto produzido;
Melhorar o status nutricional e os parâmetros físicos do solo, pela adição de
matéria orgânica;
Promover a substituição parcial dos fertilizantes e corretivos químicos
utilizados, com ganhos ambientais e econômicos;
Garantir adequada disposição dos resíduos gerados pela indústria às normas
técnicas vigentes e à legislação ambiental.
Benefício da Reciclagem de Resíduos
A reciclagem de resíduos reúne interesses do poder público, de empresas e da
sociedade, sendo, ainda, atividade que sintetiza vários princípios do desenvolvimento
sustentável.
Dentre os aspetos determinantes para o incentivo aos processos de reciclagem de
resíduos, podem ser citados aqueles relacionados ao espaço geográfico, como a falta
de áreas adequadas para a sua disposição, aspectos sanitários e ambientais, onde a
disposição inadequada pode trazer problemas de saúde pública, bem como a
contaminação de águas superficiais, subterrâneas e do solo (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE, 2002).
Além dos benefícios ambientais, a reciclagem de materiais favorece alguns aspectos
sociais e econômicos, como a geração de empregos e a redução de gastos com
investimentos em novos aterros, além de promover estratégias de conscientização da
população para o tema ambiental e a promoção do uso eficiente dos recursos naturais.
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109
110
A seleção dessa área foi baseada nos mesmos critérios para seleção de área para
implantação de aterro industrial, que visam utilizar as melhores tecnologias
disponíveis e melhores práticas ambientais para proteção ambiental, que são:
Distância mínima de 200 m de corpos de águas superficiais;
Distância mínima de 500 m de residências;
Profundidade de lençol freático maior que 3 m;
Implantação de um sistema de drenagem de águas pluviais capaz de suportar
uma chuva de pico com 25 anos de período de recorrência (consiste na
construção de canaletas de proteção em torno dos aterros para recolher as águas
de chuvas);
Implantar o aterro em terreno que apresente, preferencialmente, subsolo
constituído de material granular fino com coeficiente de permeabilidade inferior
a 10-6cm/s;
Implantação de poços de monitoramento do aquífero;
Instalação de sistema de coleta e tratamento de líquido percolado.
111
2.3.5.10 Ruído
A geração de ruído durante a operação do empreendimento será decorrente das
atividades do processo industrial.
As principais áreas geradoras de ruídos e seus respectivos níveis (pressão sonora) são
apresentados na Tabela a seguir.
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Ruído Futuro
Área
dB(A)
- Manuseio de madeira
. Picadores 90,0
- Evaporação 85,0
- Caustificação 85,0
- Turbinas 105,0
113
114
115
Canteiro típico
O canteiro típico será constituído de 6 áreas: escritório, vestiário, área de estocagem
de peças fabricadas e de equipamentos, almoxarifado e oficinas. As áreas são
propostas e poderão variar em função da atividade específica de cada empreiteira.
O escritório possui recepção, 2 salas de reunião, sala de gerência, área para técnicos,
copa, sanitários, arquivo/plotagem.
O vestiário é composto por pias, vasos sanitários, chuveiros e armários.
A oficina com uma área impermeável para lavagem de peças com uma canaleta que
deságua em uma caixa separadora de água e óleo.
O almoxarifado é dividido em portão e área coberta para descarga, recebimento e
expedição, escritório, almoxarifado peças pequenas, almoxarifado de equipamentos
elétricos-painéis, embalagens-sucata e sanitários.
As áreas de estocagem de peças fabricadas e de equipamentos serão dimensionadas de
acordo com a atividade e o porte de cada empreiteira.
Edificações temporárias
Refeitórios e Cozinha
Os refeitórios possuirão capacidade para servir diariamente cerca de 10.000 refeições.
As instalações compõem-se de cozinha industrial, açougue, padaria e áreas de preparo,
doca de recebimento, despensa, câmaras frigoríficas, áreas de lavagem e refeitórios
para o preparo e fornecimento de até 10.000 refeições.
Externamente haverá área para central de gás, transformador para fornecimento de
energia ao conjunto e reservatório elevado de água.
As câmaras frigoríficas serão do tipo industrial pré-fabricada.
Na cozinha, as instalações atenderão aos pontos de consumo de água fria, quente e
gás.
Para a ventilação da cozinha, será considerado o insuflamento de ar filtrado,
proveniente de equipamentos do tipo “lavador de ar”, instalados do lado externo à
cozinha, distribuindo o ar por meio de rede de dutos e grelhas. Este dispositivo visa
suprir o ar de exaustão das coifas, além de estabelecer condições de conforto
compatíveis com as atividades da cozinha.
O refeitório e as áreas de preparo de alimentos, tais como açougue, preparo de saladas
e vegetais e áreas ligadas à administração e controle da cozinha, serão atendidas por ar
condicionado e ventilação.
Centro Social
A edificação é composta de uma área para lojas/ shopping, sanitários, salas de TV,
lanchonete com área para cozinha, despensa, lavagem e mesas para jogos e caixas
eletrônicos e telefone na área externa coberta.
Escritórios de obras
A edificação é composta de blocos com escritórios, sala de reunião, auditório, copa,
coffee break, sanitários masculinos e femininos, um depósito e sala de ar
condicionado.
Ambulatórios, Brigada de Emergência e Segurança do Trabalho
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A área da brigada será formada por uma sala de plantão, sala para material/
equipamento, sanitários e vestiários e copa.
O ambulatório será composto por: recepção, sala de espera, sala de primeiros
curativos, quartos de recuperação, consultórios, sala de plantão, sanitários e copa.
A área de segurança do trabalho será composta por sala comum dos técnicos, sala de
reunião, sala do engenheiro de segurança, depósito de equipamento e materiais de
segurança e sanitários.
Portarias do Canteiro
A área da portaria do pessoal compõe-se de uma recepção, área da segurança,
catracas, guarda volume e de EPI para visita, sala de integração, café, e dois sanitários.
A portaria de caminhões compõe de uma sala de controle de veículos e um sanitário.
A área de apoio ao caminhoneiro compõe de sanitários, masculino e feminino e sala
de descanso.
Alojamento
Durante a fase de implantação do empreendimento está prevista a construção de 2
alojamentos para acomodação dos profissionais que vierem de outras regiões, com
capacidade de 1.500 pessoas cada um. A princípio, estes alojamentos serão instalados
nos municípios de Peixe-TO e São Valério-TO. A outra parcela dos trabalhadores será
alojada nos municípios da região, principalmente em Gurupi-TO.
Os mesmos serão constituídos de área delimitada por alambrados, providos de
portaria, vigilância, sistema de primeiros socorros, quartos, sanitários, refeitórios, área
de lazer, energia elétrica, arruamento, sistema de coleta e disposição de esgotos, água
potável e sistema de combate a incêndio.
Arruamento e pavimentação
As ruas principais do empreendimento serão pavimentadas com asfalto, concreto ou
blocos articulados com a utilização de guias, sarjetas e sarjetões e sistema de
drenagem compostos de bocas de lobo, bocas de leão, canaletas.
As ruas destinadas aos canteiros de obras receberão pavimentação provisória em brita
e sistema de drenagem em valas.
Transporte de Materiais, Equipamentos e Pessoas
O transporte de cargas para o terreno do futuro empreendimento será realizado por
caminhões. Durante a implantação do empreendimento serão instalados equipamentos
pesados, como transformadores de alta potência, para os quais serão necessários
transportes especiais pesados. Estes transportes serão acompanhados por veículos de
segurança que impedirão o bloqueio temporário das rodovias.
O transporte dos funcionários do alojamento e dos funcionários moradores dos
municípios de Peixe, São Valério e Gurupi e de outros municípios próximos ao
empreendimento será realizado pelo próprio empreendedor ou empresa contratada.
Desmobilização
Após a conclusão das obras, as instalações serão desmontadas e o local onde elas se
encontram, será recomposto com as mesmas características de antes da instalação.
O solo será descompactado e será implantada cobertura vegetal de gramíneas
conforme projeto paisagístico.
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118
pH - 5,0 a 9,0
Temperatura ºC 35
Remoção de DBO % 60
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Resíduo Quantidade
Os entulhos de obra são classificados, de acordo com a Norma ABNT NBR 10.004,
como resíduos não perigosos e inertes (Classe II-B). É preliminarmente prevista a
geração de 36.000 m³ de entulhos durante a etapa de construção da fábrica com
duração de 24 meses.
Os resíduos sólidos orgânicos gerados na fase de implantação serão basicamente
provenientes da cozinha e refeitório (resíduos do processamento de alimentos, restos
das refeições, guardanapos e similares) e dos sanitários (papéis higiênicos). De acordo
com a Norma ABNT NBR 10.004, esses resíduos são classificados como resíduos não
perigosos e não inertes (Classe II-A). Durante a etapa de construção da indústria (24
meses), está prevista a geração de 7.000 m³ de resíduos orgânicos. Estes valores foram
baseados em dados de projetos e obras similares recentes na área de celulose no
Brasil.
Nessa fase será implantada a coleta seletiva dos resíduos sólidos, onde serão utilizados
recipientes apropriados e identificados de acordo com o padrão de cores estabelecidos
na Resolução CONAMA nº 275/01, conforme apresentado na Tabela a seguir.
Tabela 2.3.6.7/2. Padrão de cores para armazenamento de resíduos.
Resíduo Cor
120
121
Armazenamento Disposição/Destinação
Resíduo Coleta Seletiva
Temporário Final
Entulhos de obras
Aterro de resíduos de
(blocos, concreto, Caçambas Caçambas metálicas
obras
tijolos)
Caçambas com Reciclagem e/ou
Madeira Caçambas metálicas
identificação preta Incineração
Tambor com
Metais ferrosos e
identificação Baia identificada Reciclagem
não ferrosos
amarela
Tambor com
Papel / papelão Baia identificada Reciclagem
identificação azul
Tambor com
Devolução ao
Plásticos identificação Baia identificada
fabricante / Reciclagem
vermelha
Incineração e/ou
Resíduos Tambor Área do
processamento por
ambulatoriais identificados ambulatório
empresa licenciada
Coprocessamento/
Óleos lubrificantes e Tambor de resíduo
Baia identificada Incineração em
graxas classe I
empresa licenciada
Resíduos orgânicos Tambor com
Caçambas metálicas Aterro sanitário
(restos de refeições) identificação cinza
122
8000
7000
6000
N.º DE PESSOAS
5000
4000
3000
2000
1000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MESES
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
Com o passar dos anos, a avaliação de impactos ambientais (AIA, como hoje é
conhecida) foi amadurecendo, e seu grau de complexidade, aprofundamento e formas
de abordagem foram se amoldando às exigências legais de cada país, nação, sistemas
legais diversos. Mas, prioritariamente, a AIA a partir da segunda metade do século
XX, foi sendo encarada como um instrumento de gestão, de modo que muitos países e
organismos internacionais, tais como entidades financeiras, blocos internacionais
multilaterais passaram a adotá-la em seus processos decisórios. Como um exemplo, o
Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e o Banco Mundial
(World Bank), adotaram essas políticas e instruções em que a elaboração de estudos
ambientais e avaliação de seus impactos tornaram-se pré-requisitos na concessão de
financiamentos e diálogo perante tais entidades.
Assim, perante a tais alterações no cenário mundial e aumento de exigências dos
atores sociais e governamentais, o quadro legislativo foi se aprimorando e se
aperfeiçoando.
O Brasil, para acompanhar as mudanças mundiais, igualmente procurou aparelhar o
seu ordenamento jurídico, exemplo que foi seguido por vários Estados. Entre os que
mais se destacam, encontra-se Tocantins, que buscou ferramentas jurídico-
institucionais e normas ambientais avançadas.
O quadro jurídico e normativo do Tocantins permite a este Estado legislar sobre
matéria ambiental em mesmo nível de qualidade que os países desenvolvidos. Para
ilustrar este aparelhamento do Estado, busca-se a seguir fazer uma apresentação da
legislação nacional, e paralelamente abordar cada tema no âmbito do Tocantins.
O Brasil inicia, portanto, a espinha dorsal do sistema jurídico, todavia, embora os
primeiros marcos regulatórios buscassem o aparelhamento estatal para licenciamento
das atividades, estes ainda carregavam o caráter de comando e controle, salvo algumas
exceções de normas que possuíam caráter programático.
Em termos históricos, cite-se a Lei Federal nº. 6.803/1980 (sobre zoneamento
industrial em áreas críticas de poluição), que determinou a elaboração de Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) para instalação de determinados empreendimentos como
industriais nucleares (ANTUNES, 2004), petroquímicas etc.
Posteriormente, segue-se a Lei Federal nº. 6.938/81, que instituiu a Política Nacional
do Meio Ambiente (PNMA), cujo teor é notadamente programático, e institui a
avaliação de impactos ambientais como um instrumento de implementação da política
ambiental brasileira.
O primeiro aspecto de que denota sua relevância é sua aplicabilidade para
empreendimentos públicos e privados, industriais ou não industriais, urbanos ou
rurais.
Ora, em se tratando do Estado Tocantins, as Diretorias e Coordenadorias do
NATURATINS, uma vez articuladas como autoridades do Poder executivo Estadual,
socorrem os Poderes Legislativo e Judiciário do Estado a implementar a política
ambiental no Estado.
Ora, essa capacidade institucional deriva da lei, a PNMA, que criou o Sistema
Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, com uma estrutura descentralizada capaz
de dotar de organicidade o sistema de políticas ambientais.
Pede-se licença para transcrever o artigo 6º da Política Nacional de Meio Ambiente:
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ambiental esparsa: Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei Federal
6938/81 e outras normas do CONAMA, por exemplo.
Deduz-se, que o objetivo último do licenciamento ambiental é evitar a poluição
ambiental, mitigar impactos ambientais negativos e exercer o controle estatal sobre o
uso e exploração dos recursos naturais.
Assim, toma-se como premissa que o licenciamento, por si próprio, constitui-se em
mecanismo de implementação do princípio da prevenção, de modo que sua elaboração
e apresentação ao órgão ambiental e sociedade é muito relevante para se conhecer e
debater sobre os efeitos da sua implantação e operação.
A fim de ilustrar como este mecanismo de prevenção ocorre, pode-se a seguir fazer
uma sintética leitura dos trâmites do EIA/RIMA, aplicáveis a este projeto da
BRAXCEL ora analisado.
O processo administrativo de licenciamento em si decorre das seguintes etapas: o
empreendedor, por meio de uma empresa de consultoria, realiza consulta formal ao
órgão ambiental sobre o empreendimento que se pretende desenvolver na região.
Nesta ocasião, é apresentada uma versão geral do empreendimento, com memoriais
descritivos, concepção básica do projeto e capacidades de operação.
A partir disso, o órgão ambiental irá analisar os dados e informações franqueadas, e,
posteriormente, emitirá uma resposta (Parecer Técnico) ou agendará uma reunião com
o empreendedor e seus consultores, fornecendo as diretrizes gerais (“as regras do
jogo”), do licenciamento ambiental daquela atividade, inclusive delimitando a
abrangência dos estudos, por exemplo: se será caso de desenvolver Estudo de Impacto
Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), ou outros mais
simples de avaliação de impacto ambiental. Muitas vezes, em sendo caso de realização
de EIA/RIMA, o órgão ambiental já emite o Termo de Referência (TR)2 discutido
previamente com as partes interessadas.
O EIA/RIMA é, então, desenvolvido por equipe multidisciplinar e trata dos principais
aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos, culminando com avaliação de impactos e
proposição de medidas mitigadoras. Após sua conclusão, o EIA/RIMA é protocolado
na Secretaria Estadual competente, no caso o NATURATINS, órgão ambiental
competente para analisar o estudo e proceder ao licenciamento ambiental. O prazo de
análise começa a contar do protocolo perante o órgão oficial. Na esfera federal é de 12
(doze) meses, e na esfera do Estado do Tocantins também (artigo 13, inciso XII, §2º,
alínea “a”).
O EIA/RIMA, durante a fase de análise do empreendimento, é submetido à audiência
pública na forma que dispõe o decreto regulamentador da lei estadual nº 261/91
(decreto estadual nº 10.459/94, artigos 24 a 30).
Realizada a audiência pública, o relator da audiência deverá lavrar Ata, que será
entregue ao presidente da mesma e anexada ao processo de licenciamento ambiental,
contendo as intervenções e manifestações ali realizadas. A equipe técnica encarregada
da análise do projeto irá, então, analisar as manifestações realizadas na audiência
pública, considerando seu cabimento e oportunidade de contribuir ao processo de
licenciamento. Feitas tais considerações da ata da audiência e das manifestações, este
documento será encaminhado ao responsável pela emissão da licença ambiental.
2
O TR é o documento oficial que fornece os procedimentos para o empreendedor realizar seus estudos ambientais.
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139
140
141
142
Por fim, os estudos adicionais no EIA/RIMA poderão ser exigidos pelo órgão
ambiental, como foi dito. O objetivo do EIA/RIMA é propiciar compreensão dos
impactos ambientais que ocorrerão devido ao empreendimento em análise.
Abordados de modo resumido os principais marcos regulatórios sobre o licenciamento
ambiental, relevante mencionar seus princípios norteadores para aplicação da
legislação ambiental.
O princípio que norteia e dá fundamentos à legislação ambiental é o Princípio do
Desenvolvimento Sustentável.
A partir de agora, o presente texto irá abordar os princípios internacionais do Direito
Ambiental e os aspectos legais referentes a emissões atmosféricas, efluentes líquidos,
geração e disposição de resíduos sólidos, questões de uso e ocupação do solo, bem
como demanda e disponibilidade de recursos hídricos, relacionando cada assunto com
a indústria de celulose.
Os princípios tem desempenhado papel fundamental na consolidação da legislação (na
elaboração e na interpretação dos atos normativos). Frise-se que do ponto de vista
histórico, houve um evento internacional, a Convenção de 1972, que gerou a
Declaração de Estocolmo Sobre o Meio Ambiente Humano, com 26 Princípios. Vinte
anos após, ocorre outro evento seguido da Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, contendo 27 Princípios.
Estes dois diplomas internacionais foram firmados por centenas de Chefes de Estado,
de modo que princípios que foram firmados ali, aos poucos foram sendo absorvidos
pela legislação ambiental, de forma a conferir feição própria e disciplinar ações
antrópicas de intervenção nos diferentes ecossistemas.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Este princípio foi esculpido nas duas declarações citadas, consistindo nos dias de hoje
no elemento fundamental de idealização, criação e edição de normas ambientais,
(MILARÉ, 2004) cujo objetivo principal é atender diversas demandas de direitos
difusos (Direitos de Terceira Geração).
Historicamente, este princípio é um resultado do Relatório “Nosso Futuro Comum” de
autoria da Comissão Brundtland, construído da década de 1980. Essa comissão se
formou para estudar e aprofundar as discussões ocorridas na Convenção de 1972 em
Estocolmo. Enfim, entre as reflexões, formou-se o conceito de desenvolvimento
sustentável e suas premissas básicas, que podem ser encontradas no referido relatório.
Posteriormente, o teor deste relatório embasou a Conferência Sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (1992) para empregá-lo como princípio internacional.
Foi nessa conferência, também chamada de Cúpula da Terra, que foi expresso o
seguinte conceito no princípio 1: “Os seres humanos estão no centro das preocupações
com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em
harmonia com a natureza.” (NAÇÕES UNIDAS, 1992 - grifamos).
Foi a mesma conferência que adotou o conceito de direito inter-gerações, como
mecanismo de manutenção de uma economia compatível com as necessidades das
gerações presentes e futuras. Cite-se o referido princípio: “O direito ao
desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas
eqüitativamente as necessidades de gerações presentes e futuras.” (COMISSÃO
MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, ONU. 1991 –
grifo nosso).
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143
Observa-se que este princípio é dotado de feição econômica. Isso está ligado ao fato
de os recursos naturais serem finitos, isto é, a própria sobrevivência da atividade
empresarial que utiliza recursos naturais deve atender este princípio, permitindo
desenvolvimento econômico conjugado com respeito ao ambiente ecologicamente
equilibrado.
Tal constatação é importante ao considerar-se que a própria Constituição de 1988
assim determina, conforme seu artigo 170:
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:
(...)
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e
de seus processos de elaboração e prestação;
VII – redução das desigualdades regionais e sociais”. (BRASIL, 1988
– grifo nosso).
Atualmente, o que se espera em termos de Desenvolvimento Sustentável é a
continuidade das atividades econômicas com exploração racional dos recursos
econômicos. O objetivo é que o ambiente possa suportar a continuidade da exploração
de seus recursos perpetuando os benefícios para as gerações futuras, para que possam
desfrutar dos mesmos benefícios das presentes gerações.
Pode-se afirmar que o conceito de desenvolvimento sustentável está ligado
intimamente ao uso racional dos recursos naturais (MILARÉ, 2004). Trata-se, acima
de tudo, da sustentabilidade econômica seja de um empreendimento ou do ambiente
em si.
Dentro dessa lógica econômica e ecológica que o empreendimento industrial da
BRAXCEL deverá guiar-se e orientar seus investimentos.
PREVENÇÃO
Antes da abordagem sobre este princípio, é importante rememorar as reflexões
introdutórias deste capítulo, assim como fazer uma breve digressão sobre as a escolha
de alternativa locacional, alternativas tecnológicas e medidas controle ambiental,
medidas mitigadoras, entre outras premissas presentes no item “Caracterização do
Empreendimento”.
Inicialmente, abordar-se-á a escolha do site para unidade industrial no Município de
Peixe. Este trabalho preliminar, um dos fundamentos do EIA/RIMA, orientou-se pelo
próprio principio da prevenção, tomando por base o conjunto de elementos
tecnológicos da operação futura da fábrica conjugados aos elementos ambientais
passíveis de sofrer alterações (impactos ambientais). A escolha de um site está
alicerçada no conhecimento das condições ambientais e do cenário do entorno direto
do site analisado, tais como:
- possíveis interferências em Área de Preservação Permanente (APP);
- existência de populações tradicionais (indígenas, quilombolas e
outros);
- corredores ecológicos e de biodiversidade;
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145
3
MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro, Malheiros Editores.
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146
147
148
O mais relevante a se considerar, não apenas para este projeto ora analisado, mas em
termos de desenvolvimento tecnológico, empresarial e científico é que o princípio do
usuário pagador está pautado na necessidade de se criar mecanismos de tributação
pelo uso de um recurso que pertence a todos. E, ao mesmo tempo, o caráter retributivo
de pagamento por serviços ambientais deverá ter o intuito de premiar aqueles que
preservam o ambiente além dos patamares determinados pela legislação. Essa
premiação (pagamento por serviços ambientais) pode eventualmente, no futuro
próximo, vir a ser concedida na forma de isenção ou imunidade tributária.
Mas, essas são apenas algumas reflexões que o presente estudo realiza como uma
contribuição aos analistas do NATURATINS e Sociedade Civil de Tocantins.
Apresentadas as bases fundamentais do Direito Ambiental, e os pressupostos legais
norteadores do estudo prévio de impacto ambiental, passa-se a analisar os principais
diplomas legais aplicáveis ao empreendimento da BRAXCEL.
ASPECTOS LEGAIS APLICÁVEIS AO PROJETO
Considerando a multidisciplinaridade, torna-se necessário que a abordagem da
legislação ambiental seja realizada por temas temática, agrupando-se assuntos
correlatos, o que propicia rica interpretação das normas e entendimento objetivo pelo
órgão de licenciamento ambiental e pelo empreendedor que utilizará este EIA/RIMA
como um instrumento de gestão ambiental na fase de operação.
Licenciamento Ambiental
Constituição Federal, de 1988. Artigo 225, §1º, inciso IV
Resolução CONAMA nº. 01/1986 – dispõe sobre elaboração de EIA/RIMA para
licenciamento ambiental e realização de audiência pública
Resolução CONAMA nº. 237/1997 – dispõe sobre licenciamento ambiental
Resolução CONAMA nº. 06/1986 – dispõe sobre os modelos para publicação de
pedidos de licenciamento
Resolução CONAMA nº. 09/1987 – Dispõe sobre a realização de audiência pública
Lei Estadual nº 261/1991 – Política Ambiental do Estado de Tocantins
Resolução COEMA nº 001/2003 - Estabelece as diretrizes e critérios de licenciamento
e gestão ambiental nas áreas de reservatórios artificiais e seu entorno.
Resolução COEMA nº 007/2005 – Dispõe sobre o Sistema Integrado de Controle
Ambiental do Estado do Tocantins.
Lei Complementar nº 140/2011 – Regulamenta o artigo 23 da Constituição Federal de
1988
Para tratar deste assunto, é necessário remeter às abordagens do início deste capítulo,
sobre os fundamentos legais do licenciamento ambiental. Naquela introdução, em
especial quando foram tratados os princípios básicos, mencionou-se o EIA/RIMA
como um instrumento de materialização do princípio da prevenção. Assim, para
complementar o raciocínio, vale citar os instrumentos de implementação do princípio
da prevenção que são aplicáveis a esta futura planta industrial de produção de
celulose:
a) Mapeamento e diagnóstico ambiental;
b) Planejamento integrado para mitigação dos impactos ambientais identificados;
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c) Ordenamento territorial;
d) Licenciamento ambiental (futuras auditorias periódicas e certificações); e,
e) Fiscalização ambiental pelo NATURATINS.
Ora, nota-se que o empreendimento com o cenário atual, encontra-se na etapa de
licenciamento perante o órgão ambiental, a fim de apresentar o estudo sobre sua
viabilidade locacional.
Tomando por base a exposição dos princípios jurídicos do direito ambiental aplicáveis
a este licenciamento, bem como pela leitura sistemática do EIA/RIMA
(caracterização, diagnósticos, avaliação de impactos, conclusões e RIMA), verifica-se
que as normas de licenciamento ambiental federais e estaduais são atendidas. Ora, a
legislação que exige em especial a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e
respectivo relatório foi cumprida.
Neste sentido, em se tratando da implantação de empreendimento industrial no sudeste
do Estado Tocantins, tendo em vista as exigências legais, o empreendedor está
respaldado pelo cumprimento de suas obrigações normativas, notadamente a exigência
do Texto Excelso, conforme artigo 225, §1º, inciso IV.
Ainda assim, o licenciamento ambiental demanda a realização de audiência pública,
considerando ser etapa importante no processo de licenciamento ambiental, de modo
que a sua execução é uma obrigação legal, e um direito da sociedade civil de conhecer
o empreendimento e seus impactos.
Assim, outro aspecto motivador da sua realização é a possível ocorrência de qualquer
das condições motivadoras do artigo 2º da Resolução CONAMA nº 01/86.
No projeto em análise, a implantação do projeto da BRAXCEL ocorrerá em área rural
já antropizada, mas em razão do princípio da prevenção determinou-se a elaboração
do EIA/RIMA.
Não obstante o cumprimento da legislação, importante observar que a região escolhida
encontra-se próxima ao Reservatório Peixe Angical, o qual possui em seu entorno a
APA Peixe Angical, com regulamento próprio presente no ato jurídico de sua criação.
No mesmo sentido, existe a Resolução COEMA nº 001/2003, que em seu artigo 10
determina condições especiais para o licenciamento de atividades no entorno de
reservatórios (artigo 10, §1º):
“§ 1° – Em função da complexidade e conseqüências na sua
capacidade de suporte limnológica, o licenciamento de
atividades no reservatório artificial, fora da APP, ou seja, ao
longo da bacia hidrográfica, deverá obedecer a critérios e
normas específicos, estabelecidos pelo NATURATINS, a
partir do Plano Ambiental de Conservação, Gestão e Usos
Múltiplos de Reservatórios Artificiais e seu Entorno.”
(TOCANTINS, 2003)
150
151
Não obstante haver prazo estipulado, poderá haver o NATURATINS pode alterá-los
mediante decisão justificada a qual deve ser informada ao empreendedor (artigo 14,
§3º).
Relevante também informar que esta norma estadual estabelece a possibilidade de
realização de audiência pública, por iniciativa dos atores legalmente elencados
(NATURATINS, Ministério Público, entidades civis constituídas há mais de um ano,
cinquenta ou mais cidadãos).
A norma objeto de análise foi bem cuidadosa, ao determinar em seus artigos 19 e 20, a
natureza da audiência pública, qual seja o seu caráter consultivo, e o seus objetivo de
participar a comunidade dos impactos do empreendimento e desta colher suas
sugestões, recomendações, manifestações para a análise final do NATURATINS. O
dispositivo seguinte (artigo 20) apresenta a previsão legal do local de realização da
audiência pública, na área de influência direta do empreendimento, mediante a
importância de fazer conhecer o empreendimento para esta população diretamente
afetada.
Os artigos 26 e seguintes, no CAPÍTULO II desta norma, tratam do licenciamento
ambiental em si. Ou seja, como são solicitadas as licenças prévia, de instalação e de
operação.
O artigo 28 será o próximo passo para este empreendimento, pois será a licença prévia
(LP) que irá conceber e permitir:
“Localização e concepção do projeto”;
“A sua viabilidade ambiental”;
“Estabelecer as condicionantes”;
“Estabelecer os parâmetros técnicos e legais a serem atendidos pelo
empreendedor”;
“Exigir a apresentação de medidas de controle ambiental em função dos
impactos causados pelo projeto”
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Além das questões já apontadas e das obrigações pari passo com o processo de
licenciamento perante o NATURATINS, o empreendedor BRAXCEL deverá
apresentar, nos termos do artigo 51, documentos adicionais: outorga de direito de uso
de recursos hídricos.
Para a fase de operação, deverá ser apresentada cópia do cadastro de Consumidores de
Matéria-Prima de Origem Florestal, pois a empresa tem suas atividades de produção
de celulose por meio da extração, coleta, beneficiamento, transformação,
industrialização e consumo de produtos, subprodutos ou matéria-prima originária de
formação florestal (conforme determina o artigo 51, inciso I da norma em comento).
Não obstante existir previsão legal da outorga de direito de uso de recursos hídricos
em lei própria, como mencionado adiante, a norma de licenciamento ora comentada
traz remissão àquela em seu artigo 89 definindo a necessidade prévia deste
instrumento no processo de licenciamento.
Além disso, o artigo 90 enuncia e deixa claro, que a modalidade de outorga para este
caso em tela: autorização de uso, por se enquadrar nos “demais casos em que o poder
público outorga o direito de uso de recursos hídricos para fins não caracterizados
como de utilidade pública ou de interesse social tratar” (sic), seguindo as
especificações contidas no artigo 91 da referida resolução de como devem ser
instruídos os requerimentos de outorga.
Em respeito à intervenção direta no solo do local pretendido para a futura fabrica
(Fazenda Morada do Boi), é importante observar que tal ação interventiva só é
possível com a emissão da licença de instalação, ou seja, a que permite agir
diretamente e causar alterações no local.
Em havendo necessidade de supressão de vegetação no site, será necessario observar o
disposto no artigo 121, devendo o empreendedor, se for o caso, providenciar a devida
Autorização de Exploração Florestal.
Por fim, para complementar as exigências previstas na norma estadual de âmbito
objetivo, são também necessários requisitos de ordem subjetiva, isto é, que dizem
respeito aos consultores e profissionais que elaboraram o presente EIA/RIMA.
O Capítulo V, artigos 132 a 140 da Resolução COEMA nº 007/2005, ora analisada,
apresenta a obrigatoriedade de cadastro dos profissionais responsáveis pelo
EIA/RIMA perante o NATURATINS, devendo a equipe técnica estar devidamente
cadastrada no órgão ambiental.
Para complementar a análise técnica, os princípios de direito ambiental e a própria
premissa de justiça social da sustentabilidade, entende-se que é cabível a realização de
audiência pública. A exposição do projeto à sociedade confere transparência ao
licenciamento ambiental e demonstra uma atitude de comprometimento empreendedor
com a comunidade do entorno e com a qualidade ambiental.
Patrimônio Cultural - Arqueologia, História e Manifestações Culturais
Decreto-Lei Federal nº. 25/37 – Dispõe sobre o patrimônio histórico e artístico
nacional;
Lei Federal nº. 3.924/61 – Dispõe sobre monumentos arqueológicos e pré-históricos;
Decreto Federal nº. 3.551/00 – Institui o registro de bens culturais de natureza
imaterial que constituem patrimônio cultural brasileiro e cria o Programa Nacional do
Patrimônio Imaterial - PNPI.
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Unidades de Conservação
Lei Federal nº. 9.985/00 (SNUC) – Institui de criação do Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza
Decreto Federal nº. 4.340/02 – Regulamenta o SNUC (alterado pelo Decreto Federal
nº. 6848/2009).
Resolução CONAMA 371/2006 – Estabelece as diretrizes aos órgãos ambientais para
o cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle de gastos de recursos advindos de
compensação ambiental, conforme o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza (SNUC), e dá outras providências.
Decreto Estadual nº 1.444/2002 - Institui a unidade de conservação denominada APA
– Lago de Peixe Angical, e adota outras providências.
Outro tema de relevante interesse é a criação e manutenção de áreas protegidas, entre
elas parques, estações ecológicas, RPPN, refúgios de vida silvestre e demais
categorias das chamadas Unidades de Conservação da Natureza, que atualmente
encontram amparo legal geral na lei federal nº 9.985/2000.
O diagnóstico ambiental do meio biótico deve atender integralmente a legislação sobre
o tema, de modo que se faz remissão especial ao levantamento de unidades de
conservação existentes na área de influência do projeto. Sobre este aspecto, a
identificação de unidades de conservação que possam ser diretamente afetadas pelo
empreendimento leva a algumas reflexões.
A primeira reflexão necessária é a avaliação de impactos ambientais especificamente
sobre a unidade de conservação analisada, e quais atividades podem afetá-la,
detalhando os níveis de magnitude, abrangência e possibilidade de mitigação dos
impactos.
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Direito do Ambiente. MILARÉ, Edis. Editora Lúmen Júris. 8ª edição revista.
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(*) não deve ser excedido mais que uma vez ao ano.
Por outro lado, a existência de limitações pode ser vista como um benefício, no caso
da BRAXCEL, que adota uma postura proativa. Tal benefício se revela pela Política
Estadual de Mudanças Climáticas, conforme seu artigo 10
“Art. 10. É o Poder Executivo autorizado a conceder, na forma
e condições que estabelecer:
I - diferimento, redução da base de cálculo, isenção, crédito
outorgado e outros incentivos fiscais relativos ao Imposto
sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, nas seguintes
operações:
a) com biodigestores que contribuam para a redução da
emissão de gases de efeito estufa;
b) com metanol, inclusive insumos industriais e produtos
secundários empregados na sua produção, destinado ao
processo produtivo de biodiesel;
c) com biodiesel, inclusive insumos industriais e produtos
secundários empregados na sua produção;
d) de geração de energia baseada em queima de gases
provenientes de lixo; (...)” (TOCANTINS, 2008).
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Este benefício não se limita apenas à concessão dos benefícios de isenção ou ICMS,
mas cria a possibilidade de um mercado estadual de reduções de emissões de Gases de
Efeito Estufa (GEE). O artigo 18 do mencionado diploma legal assim determina:
“Art. 18. São apreciadas, com prioridade pelo Instituto
Natureza do Tocantins - NATURATINS, as licenças
ambientais referentes às atividades de projetos, de MDL e
outros mecanismos de estabilização da concentração de gases
de efeito estufa.
Parágrafo único. Para fins de concessão da prioridade de que
trata o caput deste artigo:
I - são definidos pelo NATURATINS os critérios de
reconhecimento das atividades de projeto de outros
mecanismos de estabilização da concentração de gases de
efeito estufa, não enquadrados como MDL, definidos pelo
Protocolo de Quioto;
II - deve ser apresentada, no órgão competente pelo
licenciamento ambiental, declaração ratificando o
enquadramento do empreendimento no MDL ou em outros
mecanismos de estabilização da concentração de gases de
efeito estufa, aplicando-se essas determinações, também, para
as atividades de projetos que se encontrarem em fase de
licenciamento ambiental na data da publicação desta Lei.”
(TOCANTINS, 2008)
Resíduos Sólidos
Como já mencionado anteriormente, todo empreendimento ou atividade industrial
possui suas externalidades. E é justamente essa externalidade (consequência
indesejada) o aspecto principal do princípio do usuário pagador, ou poluidor pagador
como preferem outros.
Trata-se, portanto, de um tema polêmico e atual, merecedor de atenção especial e
dedicação nesse EIA/RIMA.
A fim de facilitar a abordagem, a análise é feita a partir de duas situações em
separado, o que irá tornar o entendimento claro e propício à questão.
O primeiro aspecto refere-se à geração de resíduos na fase de implantação do
empreendimento, a qual se desdobra em dois aspectos:
a) resíduos advindos das atividades dos próprios operários alocados para implantação
da obra; e,
b) resíduos da construção civil do canteiro de obras.
Inicialmente, no que se refere aos resíduos advindos dos operários, a coleta, separação
e destino final serão de responsabilidade do empreendedor.
O segundo aspecto diz respeito aos resíduos oriundos da construção civil. É
importante, assim, salientar que as atividades de coleta e destinação destes resíduos
constituem encargo do gerador dos resíduos, que no caso é o próprio empreendedor
BRAXCEL. Este deverá observar disposições legais da Resolução CONAMA nº.
307/02, durante a fase de implantação (obras civis), até a completa desativação do seu
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Na Tabela a seguir são apresentadas as novas plantas que serão instaladas no Brasil
(Greenfield).
Tabela 2.5/3. Novas plantas que serão instaladas no Brasil (Greenfield).
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ANEXO I
Layout do empreendimento
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ANEXO II
Fluxograma geral do processo
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ANEXO III
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART