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PLANO DE AULA - Importância, Desafios e Gestão Dos Recursos Hídricos Na América Latina

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8º ano

TEMA: Importância, desafios e gestão dos recursos hídricos na América Latina


OBJETO DE CONHECIMENTO: Transformações do espaço na sociedade
urbano industrial na América Latina
OBJETIVO: Demonstrar os mecanismos de governança dos recursos hídricos
na América Latina e as principais ferramentas da Politica Nacional de Recursos
Hídricos.
HABILIDADE DA BNCC: (EF08GE15) Analisar a importância dos principais
recursos hídricos da América Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata,
do Amazonas e do Orinoco).

Importância, desafios e gestão dos recursos hídricos na América Latina

A situação dos recursos hídricos na América Latina varia de país para


país, mas em geral, a região enfrenta desafios persistentes em relação à gestão,
comércio de água e industrialização das cidades.

Gestão da água

Em termos de gestão dos recursos hídricos, muitos países da América


Latina enfrentam problemas como a escassez de água, a degradação da
qualidade da água e a falta de infraestrutura adequada para a coleta e tratamento
de águas residuais. A gestão da água geralmente é responsabilidade dos
governos federal, estadual e municipal, mas nem sempre é eficiente ou eficaz.
Muitas vezes, há uma falta de coordenação entre os diferentes setores e uma
falta de investimento adequado na conservação e no uso sustentável da água.
O Brasil possui uma das legislações mais avançadas em termos de
gestão dos recursos hídricos. O país criou a Lei nº 9.433 de 08 de janeiro de
1997 que ficou conhecida como “Lei das águas”. Ela instituiu a Política Nacional
de Recursos Hídricos, que estabelece princípios, diretrizes e instrumentos para
a gestão integrada e sustentável da água. Através da Lei nº 9.984, de 17 de julho
de 2000, foi criada e regulamentada Agência Nacional das Águas (ANA). Ela
é a entidade responsável pela implementação da Política Nacional dos Recursos
Hídricos.
Além disso, o Brasil conta com o Conselho Nacional de Recursos
Hídricos (CNRH), Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU)
e os Comitês de Bacia Hidrográfica, que são responsáveis pela gestão
descentralizada dos recursos hídricos em nível de bacia. Esses comitês são
compostos por representantes do governo, usuários de água e sociedade civil.
O Chile tem uma situação única em relação à gestão dos recursos
hídricos, pois é um dos países com maior escassez de água na região. O país
adotou a Lei de Recursos Hídricos em 1981, que estabelece o direito de
propriedade da água e permite seu comércio. No entanto, a gestão da água no
Chile enfrenta desafios, principalmente devido à concentração da propriedade
da água nas mãos de grandes empresas e à escassez em certas regiões.
No México, a gestão dos recursos hídricos é de responsabilidade da
Comissão Nacional da Água (CONAGUA). O país tem uma legislação específica
para a gestão dos recursos hídricos, incluindo a Lei de Águas Nacionais. O
México enfrenta desafios devido à sobreexploração dos aquíferos, poluição da
água e falta de acesso à água potável em algumas comunidades.
A Argentina também possui uma legislação específica para a gestão
dos recursos hídricos, incluindo a Lei de Águas. O país tem uma abordagem
descentralizada para a gestão da água, com a participação de autoridades
provinciais e comitês de bacia. No entanto, a gestão dos recursos hídricos na
Argentina enfrenta desafios semelhantes a outros países da região, como
poluição da água e escassez em determinadas áreas.

Comércio da água e as transformações no espaço na sociedade urbano-


industrial

Em relação ao comércio da água é uma questão controversa na


América Latina. Alguns países têm sistemas de comércio de água estabelecidos,
nos quais os direitos de uso da água podem ser comprados, vendidos ou
alugados. No entanto, isso pode levar a desigualdades no acesso à água,
favorecendo os interesses econômicos em detrimento das necessidades básicas
das comunidades. O comércio de água também pode levar à sobreexploração
de recursos hídricos em certas regiões, afetando negativamente o meio
ambiente e as populações locais.
A industrialização das cidades também tem um impacto significativo
nos recursos hídricos da América Latina. O crescimento urbano acelerado e a
concentração de indústrias em áreas urbanas muitas vezes resultam em uma
demanda crescente por água. As atividades industriais podem poluir os corpos
d'água com resíduos químicos e poluentes, tornando a água imprópria para
consumo humano e prejudicando os ecossistemas aquáticos. Além disso, o
aumento do uso de água pelas indústrias pode agravar a escassez de água em
determinadas regiões.
Para enfrentar esses desafios, muitos países da América Latina estão
adotando medidas para melhorar a gestão dos recursos hídricos. Isso inclui o
fortalecimento das instituições responsáveis pela gestão da água, a promoção
da participação pública na tomada de decisões relacionadas aos recursos
hídricos e a implementação de políticas de conservação e uso sustentável da
água. Além disso, há uma crescente conscientização sobre a importância da
preservação dos ecossistemas aquáticos e da necessidade de uma abordagem
integrada para a gestão da água, considerando tanto as necessidades humanas
quanto as necessidades dos ecossistemas.

Gestão dos recursos hídricos no Estado do Amazonas

A gestão dos recursos hídricos no estado do Amazonas é um desafio


complexo devido à extensão e diversidade de seus ecossistemas aquáticos,
incluindo rios, lagos e igarapés. O estado abriga a maior bacia hidrográfica do
mundo, a Bacia Amazônica, que desempenha um papel fundamental na
regulação climática global e na manutenção da biodiversidade.
No Amazonas, a gestão dos recursos hídricos é de responsabilidade da
Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), juntamente com o Instituto de
Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) que é o órgão executor da Política de
Recursos Hídricos. A Sema Amazonas é o órgão a nível estadual responsável
pela elaboração de políticas públicas ambientais relacionadas ao manejo
da água. Por meio da Assessoria de Recursos Hídricos (ASSHID), diversos
programas e projetos são desenvolvidos visando a conservação de rios,
igarapés, lagos e águas subterrâneas no estado.
Uma das principais preocupações na gestão dos recursos hídricos no
Amazonas é o desmatamento e a exploração não sustentável das florestas, que
podem afetar a qualidade e a quantidade de água disponível. O desmatamento
contribui para o aumento da erosão do solo e o assoreamento dos rios, o que
compromete a capacidade de armazenamento e transporte de água. Além disso,
a contaminação por atividades industriais e agrícolas também é uma
preocupação, pois pode comprometer a qualidade da água utilizada para
consumo humano e afetar a vida aquática.
Para enfrentar esses desafios, o estado do Amazonas tem
implementado medidas de proteção e conservação dos recursos hídricos. Isso
inclui a criação de áreas protegidas, como unidades de conservação e reservas
extrativistas, que visam preservar os ecossistemas aquáticos e garantir o uso
sustentável dos recursos naturais. Além disso, são realizados esforços para
promover a conscientização ambiental e a educação sobre a importância da
conservação dos recursos hídricos.
No entanto, é importante ressaltar que a gestão dos recursos hídricos no
Amazonas ainda enfrenta desafios significativos devido à dimensão e à
complexidade da região. A implementação efetiva das políticas de gestão, a
integração de diferentes setores e a participação ativa das comunidades locais
são aspectos essenciais para garantir a preservação dos recursos hídricos no
estado e a sustentabilidade dos ecossistemas amazônicos.

ATIVIDADES PARA O CADERNO

1. Em relação a gestão dos recursos hídricos no Brasil, a quem compete?


Quais são as leis e as instituições que regulamentam o uso da água no
país?

2. Como que a industrialização das cidades pode impactar de forma


negativa o uso, o acesso e a qualidade da água? Aponte os fatores
relacionando ao lugar em que vive.

3. Em relação a gestão dos recursos hídricos no estado do Amazonas, a


quem compete? Quais são as leis e as instituições que regulamentam o
uso da água no estado?
4. Como se encontra a qualidade da água no lugar em que vive? Faça um
pequeno resumo e aponte possíveis sugestões para a melhoria.

GABARITO
1. A gestão da água é de responsabilidade dos governos federal, estadual e
municipal. Entre as leis que regulamentam estão a Lei nº 9.433 (leis das
águas), Lei nº 9.984 (criação da ANA).

2. Crescimento desordenado, demanda crescente, poluição por agentes


químicos, uso pelas indústrias, ausência de água potável.

3. A gestão da água é de responsabilidade da Secretaria de Estado do Meio


Ambiente (Sema), juntamente com o Instituto de Proteção Ambiental do
Amazonas (IPAAM) e os comitês de bacias hidrográficas.

4. Sugerir com que os estudantes contextualizem o meio em que vive,


analisando os pontos positivos e negativos da qualidade da água dos rios,
paranás e igarapés.

REFERÊNCIAS

AMAZONAS. Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Dia da água. Disponível


em: https://meioambiente.am.gov.br/dia-da-agua-amazonas-avanca-na-gestao-
de-recursos-hidricos-do-estado. Acesso no dia 13 jul. 2023.

BRASIL. Agencia Nacional da Água (ANA). A gestão de recursos hídricos no


Amazonas. Disponível em: https://progestao.ana.gov.br/panorama-dos-
estados/am#:~:text=%C3%93rg%C3%A3o%20gestor%20de%20recursos%20h%C3%
ADdricos&text=O%20Instituto%20de%20Prote%C3%A7%C3%A3o%20Ambiental,da%
20Pol%C3%ADtica%20de%20Recursos%20H%C3%ADdricos.
Acesso no dia 13 jul. 2023.

RIBEIRO, W. C. Geografia política da água. 1. ed. São Paulo: Annablume,


2008. v. 1. 162p.

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