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APELAÇÃO 1 de 21

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA

CÍVEL DA COMARCA DE XXX.

Processo nº...

XXXXX, já qualificada nos autos da ação de indenização por danos


morais movida em face da empresa XXXXX, também já qualificada
nos autos em epígrafe, vem por meio de seu advogado, já constituído
e infra-assinado, inconformada com o conteúdo da sentença de fls...,
interpor tempestivamente APELAÇÃO, com fundamento nos artigos
1009 e seguintes do Código de Processo Civil, cujas razões e guia
comprobatórias do preparo, inclusive o porte de remessa e retorno
seguem acostadas.

Por oportuno, requer a intimação do Apelado para apresentar


contrarrazões, no prazo legal de 15 (quinze) dias e após tal
providência, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça
de São Paulo, nos termos dos § 1º e 3º do artigo 1010 do Código de
Processo Civil.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data.

Advogado, OAB nº.

------------------------------------------------------------------------------
--------------

RAZÕES DE APELAÇÃO

Apelante: XXXXX

Apelado: XXXXXXXXX

Origem: Juízo da XXX Vara Cível da Comarca de XXXXXX

EGRÉGIO TRIBUNAL,

ILUSTRES DESEMBARGADORES

I. SÍNTESE DO PROCESSO
A apelante ingressou com ação de indenização por danos morais, em
razão ter perdido a sua visão do olho esquerdo após a explosão de
aparelho de rádio que havia sido comprado a 05 (cinco) meses e
atingiu superaquecimento após permanecer 42 horas ligado
ininterruptamente.

No entanto, o douto magistrado da 01ª Vara Cível da Comarca


xxxxxx, após apresentação da contestação do apelado, decidiu
proferir julgamento antecipado da lide, decretando improcedência dos
pedidos da autora, sob o fundamento de que:

a) Há inexistência de relação de consumo, com consequente


inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, pois a apelante
não participou da relação contratual com a apelada, visto que foi sua
genitora quem adquiriu o produto na época;

b) Há prescrição da pretensão autoral em razão do transcurso do


prazo de três anos.

Dessa forma, a ação foi extinta e teve seu trânsito em julgado


publicado no órgão oficial.

II. CABIMENTO DO RECURSO

Inicialmente, cumpre destacar que é cabível no presente caso o


recurso de apelação, conforme o artigo 1009 do CPC, isso porque a
sentença foi proferida com resolução de mérito, nos termos do artigo
487, I do CPC e deu fim a fase cognitiva do procedimento comum.

Além do mais, a apelada é parte legítima, pois é parte vencida,


conforme disposição do artigo 996 do CPC, bem como o presente
recurso foi tempestivamente interposto no prazo legal, disposto no
artigo 1003, § 5º do CPC.

Por fim, o preparo foi devidamente recolhido e a guia comprobatória


segue acostada nos autos.

Assim, o recurso que foi interposto nos moldes do artigo 1010 do CPC
merece ser conhecido por preencher os pressupostos recursais.

III. EXPOSIÇÃO DAS RAZÕES JURÍDICAS QUE JUSTIFICAM A


REFORMA DA DECISÃO RECORRIDA

Embora tenha sido a genitora da apelante que realizou a compra do


aparelho de televisão, é certo que se equiparam aos consumidores
todas as vítimas do evento, conforme artigo 17 do Código de Defesa
do Consumidor.
Dessa forma, em razão da apelante ter sido vítima do evento e ter
perdido a sua visão do olho esquerdo, é indiscutível sua posição de
consumidora e a aplicação do Código de Defesa do Consumidor no
caso em tela.

O apelado é fabricante do produto e responde independentemente de


culpa pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos decorrentes da fabricação dos produtos, fato que restou
evidenciado, pois não oferecida a segurança que dele se esperava,
nos termos do artigo 17 § 1º do CDC.

Por fim, não há o que se falar em prescrição, pois conforme preceitua


o artigo 198 do Código Civil, esta não corre contra os incapazes, e a
apelante por ter 13 (treze) anos de idade, é considerada como
absolutamente incapaz (art. 3º do Código Civil).

Além do mais, na decisão o douto magistrado sustenta que o prazo


de prescrição é de 03 (três) anos, no entanto, a pretensão à
reparação pelos danos causados por fato do produto, prescreve em
05 (cinco) anos, nos moldes do artigo 27 do CDC.

IV. DOS PEDIDOS

Por todo exposto, requer a esse Egrégio Tribunal de Justiça, seja o


recurso conhecido e no mérito, lhe seja dado total provimento para
reformar a sentença a fim do pedido seja julgado, desde logo,
procedente, mediante o reconhecimento da relação de consumo e o
afastamento da prescrição, na medida em que o feito se encontra
maduro para julgamento.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

Advogado, OAB nº.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA


CÍVEL DA COMARCA DE XXX.

Processo nº...

XXXXX, já qualificada nos autos da ação de indenização por danos


morais movida em face da empresa XXXXX, também já qualificada
nos autos em epígrafe, vem por meio de seu advogado, já constituído
e infra-assinado, inconformada com o conteúdo da sentença de fls...,
interpor tempestivamente APELAÇÃO, com fundamento nos artigos
1009 e seguintes do Código de Processo Civil, cujas razões e guia
comprobatórias do preparo, inclusive o porte de remessa e retorno
seguem acostadas.

Por oportuno, requer a intimação do Apelado para apresentar


contrarrazões, no prazo legal de 15 (quinze) dias e após tal
providência, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça
de São Paulo, nos termos dos § 1º e 3º do artigo 1010 do Código de
Processo Civil.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data.

Advogado, OAB nº.

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RAZÕES DE APELAÇÃO

Apelante: XXXXX

Apelado: XXXXXXXXX

Origem: Juízo da XXX Vara Cível da Comarca de XXXXXX

EGRÉGIO TRIBUNAL,

ILUSTRES DESEMBARGADORES

I. SÍNTESE DO PROCESSO

A apelante ingressou com ação de indenização por danos morais, em


razão ter perdido a sua visão do olho esquerdo após a explosão de
aparelho de rádio que havia sido comprado a 05 (cinco) meses e
atingiu superaquecimento após permanecer 42 horas ligado
ininterruptamente.

No entanto, o douto magistrado da 01ª Vara Cível da Comarca


xxxxxx, após apresentação da contestação do apelado, decidiu
proferir julgamento antecipado da lide, decretando improcedência dos
pedidos da autora, sob o fundamento de que:
a) Há inexistência de relação de consumo, com consequente
inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, pois a apelante
não participou da relação contratual com a apelada, visto que foi sua
genitora quem adquiriu o produto na época;

b) Há prescrição da pretensão autoral em razão do transcurso do


prazo de três anos.

Dessa forma, a ação foi extinta e teve seu trânsito em julgado


publicado no órgão oficial.

II. CABIMENTO DO RECURSO

Inicialmente, cumpre destacar que é cabível no presente caso o


recurso de apelação, conforme o artigo 1009 do CPC, isso porque a
sentença foi proferida com resolução de mérito, nos termos do artigo
487, I do CPC e deu fim a fase cognitiva do procedimento comum.

Além do mais, a apelada é parte legítima, pois é parte vencida,


conforme disposição do artigo 996 do CPC, bem como o presente
recurso foi tempestivamente interposto no prazo legal, disposto no
artigo 1003, § 5º do CPC.

Por fim, o preparo foi devidamente recolhido e a guia comprobatória


segue acostada nos autos.

Assim, o recurso que foi interposto nos moldes do artigo 1010 do CPC
merece ser conhecido por preencher os pressupostos recursais.

III. EXPOSIÇÃO DAS RAZÕES JURÍDICAS QUE JUSTIFICAM A


REFORMA DA DECISÃO RECORRIDA

Embora tenha sido a genitora da apelante que realizou a compra do


aparelho de televisão, é certo que se equiparam aos consumidores
todas as vítimas do evento, conforme artigo 17 do Código de Defesa
do Consumidor.

Dessa forma, em razão da apelante ter sido vítima do evento e ter


perdido a sua visão do olho esquerdo, é indiscutível sua posição de
consumidora e a aplicação do Código de Defesa do Consumidor no
caso em tela.

O apelado é fabricante do produto e responde independentemente de


culpa pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos decorrentes da fabricação dos produtos, fato que restou
evidenciado, pois não oferecida a segurança que dele se esperava,
nos termos do artigo 17 § 1º do CDC.

Por fim, não há o que se falar em prescrição, pois conforme preceitua


o artigo 198 do Código Civil, esta não corre contra os incapazes, e a
apelante por ter 13 (treze) anos de idade, é considerada como
absolutamente incapaz (art. 3º do Código Civil).

Além do mais, na decisão o douto magistrado sustenta que o prazo


de prescrição é de 03 (três) anos, no entanto, a pretensão à
reparação pelos danos causados por fato do produto, prescreve em
05 (cinco) anos, nos moldes do artigo 27 do CDC.

IV. DOS PEDIDOS

Por todo exposto, requer a esse Egrégio Tribunal de Justiça, seja o


recurso conhecido e no mérito, lhe seja dado total provimento para
reformar a sentença a fim do pedido seja julgado, desde logo,
procedente, mediante o reconhecimento da relação de consumo e o
afastamento da prescrição, na medida em que o feito se encontra
maduro para julgamento.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

Advogado, OAB nº.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA


CÍVEL DA COMARCA DE XXX.

Processo nº...

XXXXX, já qualificada nos autos da ação de indenização por danos


morais movida em face da empresa XXXXX, também já qualificada
nos autos em epígrafe, vem por meio de seu advogado, já constituído
e infra-assinado, inconformada com o conteúdo da sentença de fls...,
interpor tempestivamente APELAÇÃO, com fundamento nos artigos
1009 e seguintes do Código de Processo Civil, cujas razões e guia
comprobatórias do preparo, inclusive o porte de remessa e retorno
seguem acostadas.

Por oportuno, requer a intimação do Apelado para apresentar


contrarrazões, no prazo legal de 15 (quinze) dias e após tal
providência, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça
de São Paulo, nos termos dos § 1º e 3º do artigo 1010 do Código de
Processo Civil.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data.

Advogado, OAB nº.

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RAZÕES DE APELAÇÃO

Apelante: XXXXX

Apelado: XXXXXXXXX

Origem: Juízo da XXX Vara Cível da Comarca de XXXXXX

EGRÉGIO TRIBUNAL,

ILUSTRES DESEMBARGADORES

I. SÍNTESE DO PROCESSO

A apelante ingressou com ação de indenização por danos morais, em


razão ter perdido a sua visão do olho esquerdo após a explosão de
aparelho de rádio que havia sido comprado a 05 (cinco) meses e
atingiu superaquecimento após permanecer 42 horas ligado
ininterruptamente.

No entanto, o douto magistrado da 01ª Vara Cível da Comarca


xxxxxx, após apresentação da contestação do apelado, decidiu
proferir julgamento antecipado da lide, decretando improcedência dos
pedidos da autora, sob o fundamento de que:

a) Há inexistência de relação de consumo, com consequente


inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, pois a apelante
não participou da relação contratual com a apelada, visto que foi sua
genitora quem adquiriu o produto na época;

b) Há prescrição da pretensão autoral em razão do transcurso do


prazo de três anos.
Dessa forma, a ação foi extinta e teve seu trânsito em julgado
publicado no órgão oficial.

II. CABIMENTO DO RECURSO

Inicialmente, cumpre destacar que é cabível no presente caso o


recurso de apelação, conforme o artigo 1009 do CPC, isso porque a
sentença foi proferida com resolução de mérito, nos termos do artigo
487, I do CPC e deu fim a fase cognitiva do procedimento comum.

Além do mais, a apelada é parte legítima, pois é parte vencida,


conforme disposição do artigo 996 do CPC, bem como o presente
recurso foi tempestivamente interposto no prazo legal, disposto no
artigo 1003, § 5º do CPC.

Por fim, o preparo foi devidamente recolhido e a guia comprobatória


segue acostada nos autos.

Assim, o recurso que foi interposto nos moldes do artigo 1010 do CPC
merece ser conhecido por preencher os pressupostos recursais.

III. EXPOSIÇÃO DAS RAZÕES JURÍDICAS QUE JUSTIFICAM A


REFORMA DA DECISÃO RECORRIDA

Embora tenha sido a genitora da apelante que realizou a compra do


aparelho de televisão, é certo que se equiparam aos consumidores
todas as vítimas do evento, conforme artigo 17 do Código de Defesa
do Consumidor.

Dessa forma, em razão da apelante ter sido vítima do evento e ter


perdido a sua visão do olho esquerdo, é indiscutível sua posição de
consumidora e a aplicação do Código de Defesa do Consumidor no
caso em tela.

O apelado é fabricante do produto e responde independentemente de


culpa pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos decorrentes da fabricação dos produtos, fato que restou
evidenciado, pois não oferecida a segurança que dele se esperava,
nos termos do artigo 17 § 1º do CDC.

Por fim, não há o que se falar em prescrição, pois conforme preceitua


o artigo 198 do Código Civil, esta não corre contra os incapazes, e a
apelante por ter 13 (treze) anos de idade, é considerada como
absolutamente incapaz (art. 3º do Código Civil).

Além do mais, na decisão o douto magistrado sustenta que o prazo


de prescrição é de 03 (três) anos, no entanto, a pretensão à
reparação pelos danos causados por fato do produto, prescreve em
05 (cinco) anos, nos moldes do artigo 27 do CDC.

IV. DOS PEDIDOS

Por todo exposto, requer a esse Egrégio Tribunal de Justiça, seja o


recurso conhecido e no mérito, lhe seja dado total provimento para
reformar a sentença a fim do pedido seja julgado, desde logo,
procedente, mediante o reconhecimento da relação de consumo e o
afastamento da prescrição, na medida em que o feito se encontra
maduro para julgamento.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

Advogado, OAB nº.

Página 1 de 21

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE


DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

.:Apelação Cível nº. 334455 .2018.8.09.0001/1

FULANODETAL(“Recorrente”), já qualificado nos autos da Apelação


Cível em destaque, vem, com o devido respeito a Vossa Excelência,
por intermédio de seu patrono, alicerçado no
art. 105 inc. III alínea “a” da Constituição Federal, bem como
com supedâneo no art. 255, caput, do Regimento Interno do
Superior Tribunal de Justiça c/cart. 1.029, caput, do Código de
Processo Civil, interpor o presente
RECURSO ESPECIAL,
decorrente do v. acórdão de fls. 347/358, motivo qual revela suas
Razões. Dessarte, em face da negativa de vigência contrariedade à lei
federal, requer a esta Presidência conheça e admita este recurso,
com a consequente remessa ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça
.
Página 2 de 21

Igualmente, vi legis, solicita que Vossa Excelência determine, de


logo, que a parte recorrida responda, querendo, no prazo de 15
(quinze) dias, sobre os termos do presente. (CPC, art. 1.030, caput)
Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, 00 de janeiro de 0000.


Beltrano de Tal
Advogado

OAB (PP) 112233

Página 3 21

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL


Recorrente:
Fulano de Tal
Apelação Cível nº. 334455 - 66.2018.8.09.0001/1

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


PRECLARO MINISTRO RELATOR

(1) DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO

O recorrente fora da decisão hostilizada por meio do Diário da Justiça


Eletrônico, o qual circulou em 00 de maio de 0000 (sexta - feira).
Portanto, à luz do que rege o art. 1.003, § 5°, do CPC ,
plenamente tempestivo este Recurso Especial, máxime porque
interposto dentro do interregno da quinzena legal.

(2) – CONSIDERAÇÕES DO PROCESSADO (CPC, art. 1.029, inc. I )

Ajuizou - se, em desfavor do recorrido, ação de reparação de


Morais. Decorreu do fato desse perpermitiratrecocnulento
d
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m
p
r
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Os pedidos foram julgados procedentes.
Determinou
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impondo
-
lhe astreintes,
condenando
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o
a
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 0007095-04.2013.8.19.0202 - APELAÇÃO - 1ª
Ementa Des(a). CLÁUDIA TELLES DE MENEZES - Julgamento: 07/08/2018 - QUINTA CÂMARA
CÍVEL Apelação cível. Relação de Consumo. Ação de obrigação de fazer c/c repetição de
indébito, em dobro, e indenizatória por danos morais. Contrato de empréstimo consignado em
folha de pagamento. Autora que alega não ter celebrado o negócio jurídico. Instituição
financeira que reconhece a existência de fraude. Falha na prestação do serviço configurada.
Art. 14 do CDC. Fato de terceiro. Fortuito interno. Dever de indenizar. Súmulas nº 479 do STJ e
94 do TJRJ. Danos morais in re ipsa. Autora que não efetuou a devolução da quantia
indevidamente creditada e não comprovou a inscrição dos seus dados nos cadastros restritivos
de crédito. Redução da verba indenizatória. Provimento do recurso do réu. Apelo adesivo da
autora que restou prejudicado. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 07/08/2018
===================================

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, 00 de janeiro de 0000.

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, 00 de janeiro de 0000.

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL

Recorrente: Fulano de Tal


Apelação Cível nº. 334455-66.2018.8.09.0001/1

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


PRECLARO MINISTRO RELATOR

(1) – DA TEMPESTIVIDADE

O recorrente fora intimado da decisão hostilizada por meio do


Diário da Justiça Eletrônico, o qual circulou em 00 de maio de 0000 (sexta-
feira).

Portanto, à luz do que rege o art. 1.003, § 5°, do CPC,


plenamente tempestivo este Recurso Especial, máxime porque interposto
dentro do interregno da quinzena legal.

(2) – CONSIDERAÇÕES DO PROCESSADO


(CPC, art. 1.029, inc. I )
Ajuizou-se, em desfavor do recorrido, ação de reparação de
danos morais. Decorreu do fato desse permitir a abertura de conta e concessão
de fraudulento de empréstimo consignado. Os pedidos foram julgados
procedentes. Determinou-se a anulação do empréstimo, impondo-lhe astreintes,
condenando-o a pagar indenização de R$ 3.000,00 (três mil reais). Além disso,
igualmente em verbas de sucumbência.

Lado outro, não é preciso qualquer esforço para se


perceber que o valor da indenização fora imposta em valor irrisório.

Na espécie, de mais a mais, era imperioso que o Tribunal


de piso destacasse quais parâmetros foram adotados para se chegar a esse
montante.

O recorrente, em virtude disso, com suporte no inc. II, do


art. 1022 do CPC, opusera embargos de declaração.

Esses foram rechaçados, haja vista, seguindo o magistrado


de piso, inexistir qualquer espaço a aclarar quanto às razões a que se chegou ao
valor condenatório.

Desse modo, este recurso se apega, sobremodo, à ausência


de fundamentação no julgado (CPC, art. 489, § 1º, inc. III), pois, no caso, como
almejado, não foram declinados os critérios adotados ao desiderato. (CPC, art.
85, § 2º, incs. I, II, III e IV) É dizer, fosse motivada com supedâneo, v.g., no
grau de culpabilidade das partes, a capacidade financeira de ambas, os efeitos
decorrentes desse ato, etc.

O Tribunal Local, doutro giro, não divergiu da sentença.


Assim, afirmou-se, mais uma vez, que era desnecessário, na situação,
demonstrar, ponto a ponto, os motivos para se alcançar a soma indenizatória.

Assim, a matéria, sem dúvida, fora devidamente


prequestionada.

Destarte, certamente houve error in judicando. Há notória


inadequação ao se definir o quantum da condenação.

Nessas pegadas, sem dúvida, o acórdão merece reparo,


especialmente quando contrariou texto de norma federal, dando azo à
interposição do presente Recurso Especial.

(3) – DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO


ESPECIAL
( CPC, art. 1.029, inc. II )
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 105, INC. III, “A”

Segundo a disciplina do art. 105 inc. III letra “a” da


Constituição Federal, compete exclusivamente ao Superior Tribunal de Justiça
apreciar Recurso Especial, quando fundado em decisão proferida em última ou
única instância, se assim contrariar lei federal ou negar-lhe vigência.

Na hipótese, exatamente isso que ocorreu, permitindo,


desse modo, o aviamento deste recurso.

3.1. Pressupostos de admissibilidade recursal

Cumpre-nos, prima facie, é preciso destacar que o acórdão


fora proferido em 00/11/2017. Inquestionavelmente, incide-se o Enunciado
Administrativo nº 3, aprovado pelo Plenário do STJ, na sessão de 9/3/2016, no
qual reza: aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a
decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os
requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC.

Lado outro, o presente é (a) tempestivo, dado que


interposto dentro do interregno previsto na Legislação Adjetiva Civil (CPC, art.
1.003, § 5°); (b) o recorrente tem legitimidade para o interpor e, mais; (c) há a
devida regularidade formal.

Doutro modo, a questão federal foi devida prequestionada.


Essa foi expressamente ventilada, enfrentada, e dirimida pelo Tribunal de
origem (STF, Súmula 282/356 e STJ, Súmula 211).

Afora isso, todos os fundamentos, lançados no acórdão


guerreado, foram infirmados neste, não havendo, por isso, a incidência da
Súmula 283 do STF.

Por sua vez, o debate trazido à baila não importa reexame


de provas. Ao revés, unicamente matéria de direito, não incorrendo, portanto,
com a regra ajustada na Súmula 07 desta Egrégia Corte.

(4) – DO DIREITO
(CPC, art. 1.029, inc. I )

4.1. Violação de norma federal (CPC, art. 1.022, inc. I)

4.1.1. Enunciado Administrativo STJ nº 02

O decisum hostilizado, como afirmado alhures, fora


proferido em 11/00/2017. Por conseguinte, quanto as matérias de fundo, aqui
tratadas, deverão ser examinadas sob o enfoque jurisprudencial até então
dispensado por esta Corte.

4.1.2. Os temas estão controvertidos na decisão enfrentada


(Dialeticidade recursal)

Na espécie, não há que se falar em deficiência de


fundamentação deste recurso, muito menos sua incompreensão, haja vista que:
( i ) nos aclaratórios foram almejados esclarecimentos dos motivos em que se
apoiaram para se fixarem o valor condenatório, bem assim ausência dos
parâmetros adotados, como apregoa, até, o artigo 944 do Código Civil;

( ii ) no julgamento desses, afirmou-se, em síntese, que o julgador não está


obrigado a rebater, um a um, os argumentos suscitados pela parte em embargos
de declaração.

( iii ) neste Recurso Especial, portanto, busca-se a anulação do acórdão


(pretensão de fundo), eis que, ao não se esclarecer (causa de pedir), contrariou-
se (fundamento) o que reza o inc. II, do art. 1.022, do CPC, uma vez que não fora
suprida a omissão de ponto crucial ao desiderato do pleito questionado.
Reverbera, até, na nulidade do julgado, em face da ausência desse
pronunciamento judicial e, mais, por inegável que a fundamentação recursal foi
genérica. (CPC, art. 489, § 1º, inc. II e III)

4.2. Sem os aclaratórios, certamente o REsp não seria conhecido,


por se intentar debate sobre aspectos fáticos e probatórios (STJ,
Súmula 05 e 07)

Lado outro, oportuno gizar que no Egrégio Superior


Tribunal de Justiça já há entendimento, consolidado, de que, quanto à
pretensão de exame do quantum indenizatório, mormente os critérios adotados
para mensurá-los, definidos pelo Tribunal Local, restaria impedido esse
propósito, por força, sobremodo, do disposto na Súmula 07.
Assim, para se evitar essa direção, imperioso o manejo dos
aclaratórios.
Observemos, de modo exemplificativo, o que já se decidira:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - AÇÃO


DECLARATÓRIA DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PEDIDO DE ALIMENTOS
- DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO
RECLAMO. INSURGÊNCIA DA AUTORA.
1. A ausência de enfrentamento da matéria pelo Tribunal de origem, não
obstante a oposição de embargos de declaração, impede o acesso a esta Corte
Superior, porquanto não preenchido o requisito constitucional do
prequestionamento. Incidência da Súmula nº 211 do STJ. 2. A reforma do
acórdão recorrido, a fim de se concluir pelo preenchimento dos requisitos
necessários ao reconhecimento da união estável, por demandar o reexame de
fatos e provas, encontra óbice na Súmula nº 7/STJ. Precedentes. 3. Agravo
interno desprovido. [ ... ]

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE


ALIMENTOS. FUNDAMENTAÇÃO. AUSENTE. DEFICIENTE.
SÚMULA Nº 284/STF. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA.
211/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. COTEJO ANALÍTICO E
SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA.
1. A ausência de fundamentação ou a sua deficiência importa no não
conhecimento do recurso quanto ao tema. 2. A ausência de decisão acerca dos
dispositivos legais indicados como violados, não obstante a interposição de
embargos de declaração, impede o conhecimento do Recurso Especial. 3. O
dissídio jurisprudencial deve ser comprovado mediante o cotejo analítico entre
acórdãos que versem sobre situações fáticas idênticas. 4. Agravo conhecido.
Recurso Especial não conhecido. [ ... ]

Com efeito, neste recurso se busca, no âmago,


prequestionar matéria afeita à legislação federal, além de perquirirem o exame
de fatos abordados no apelo.

4.3. Nulidade do acórdão, ante à inobservância do traçado de


parâmetros para se arbitrar a indenização

O ponto nodal da vexata quaestio, como se percebe, é que


os critérios de arbitramento dos danos morais não foram informados, máxime
quando estabelecidos no montante de R$ 3.000,00 (três mil reais).
Certamente isso se faz necessário.
Veja-se que na apelação, o recorrente salientou que:

( i ) a capacidade financeira da recorrido (um banco privado): (a) carreou-se o


último balanço publicado, no qual se projetou um lucro de R$ 0.000.000,00
(.x.x.x.) (fls. 157/177)

( ii ) a intensidade do dolo: (a) demonstrou-se que a parte recorrida fora


notificada acerca do negativação indevida, do empréstimo fraudulento, dos
débitos incorretamente feito em sua conta corrente, todavia, mesmo assim, não
tomou providências para evitá-la (fl. 143);

( iii ) o grau de idoneidade do recorrente: (a) foram carreadas várias certidões,


nas quais constam que esse não detinha seu nome inserto nos órgãos de
restrições, pessoa idosa e necessitada de crédito à sua subsistência (fls.
146/149);

( iv ) os reflexos financeiros proporcionados pela indevida negativação: (a)


confiram-se os vários documentos que demonstram que o nome do recorrente, a
partir de então, tivera negado vários pedidos de empréstimos consignados,
justamente por conta da condição de negativada nos órgãos de restrições (fls.
161/167).

Nesse compasso, tratam-se, sem qualquer hesitação, de


documentos que necessitariam de análise para, assim, estabelecer-se a
valoração apropriada dos danos morais. Porém, assim não ocorreu. Não houve
avaliação desses documentos, imprescindíveis ao estabelecimento do quantum
indenizatório.
A aferição, lado outro, tem apoio no que rege o art. 944
do Código Civil, eis que precisa de provas em conta, sobremodo, da extensão
do dano.
Especificamente acerca do tema enfocado, é de todo
oportuno gizar as lições de Arnaldo Rizzardo:

7.4. O montante da reparação


O assunto, mais extensamente, virá abordado em item adiante.
Não existe uma previsão na lei sobre a quantia a ser fixada ou arbitrada. No
entanto, consolidaram-se alguns critérios.
Domina a teoria do duplo caráter da reparação, que se estabelece na
finalidade da digna compensação pelo mal sofrido e de uma correta punição
do causador do ato. Devem preponderar, ainda, as situações especiais que
envolvem o caso, e assim a gravidade do dano, a intensidade da culpa, a
posição social das partes, a condição econômica dos envolvidos, a vida
pregressa da pessoa que tem o título protestado ou o nome negativado.
( ... )
É natural que não se elevará em cifra considerável a quantia se a vida
econômica da pessoa não depende de negócios, de financiamentos, da
concessão constante de crédito. Muito menos terá significação especial o ato
indevido se o indivíduo revela-se contumaz inadimplente, com processos de
cobrança ajuizados, protestos de títulos já lavrados e o nome já colocado no
cadastro de devedores.
( ... )
O contrário decidir-se-á na hipótese de atuar o lesado no comércio, ou estando
constituído como empresário, dependendo seus negócios da lisura de sua
conduta e do bom conceito operante as instituições financeiras e fornecedores
de produtos.
( ... )
Ademais, tudo o que fica ao arbítrio sujeita-se ao subjetivismo, às influências
pessoais do julgador, às preferências e experiências próprias, sem esquecer
que, não raramente, o juiz não tem experiência alguma, ou é imaturo, ou
formaliza juízos desconectados da realidade. O arbítrio sempre envolve uma
certa dose de arbitrariedade.
De sorte que mais coerente e afeito à prudência atribuir uma significação
econômica certa a postulação reparatória, com a exposição dos motivos, ou
justificando a razão do valor procurado...

E disso não discorda Sérgio Cavalieri Filho, quando


revela, verbo ad verbum:

20 Dano moral – critério do arbitramento


No âmbito do dano extrapatrimonial (moral), a sua quantificação como um
decréscimo material é também absolutamente impossível, razão pela qual o
critério do arbitramento judicial é o único apropriado, conforme
anteriormente destacado. Também aqui terá́ o juiz que se valer da lógica do
razoável, que permite cotejar meios e fins, causas e consequências, de modo a
aferir a lógica da decisão. Para que a decisão seja razoável é necessário que a
conclusão nela estabelecida seja adequada aos motivos que a determinaram;
que os meios escolhidos sejam compatíveis com os fins visados; que a sanção
seja proporcional ao dano. Importa dizer que o juiz, ao valorar o dano moral,
deve arbitrar uma quantia que, de acordo com o seu prudente arbítrio, seja
compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração
do sofrimento experimentado pela vítima, a capacidade econômica do
causador do dano, as condições sociais do ofendido e outras circunstâncias
mais que se fizerem presentes.
A indenização punitiva do dano moral pode ser também adotada quando o
comportamento do ofensor se revelar particularmente reprovável – dolo ou
culpa grave – e, ainda, nos casos em que, independentemente de culpa, o
agente obtiver lucro com o ato ilícito ou incorrer em reiteração da conduta
ilícita...

Enfim, seguramente essa deliberação merecia ser aclarada.


Existe, até mesmo, nulidade do decisum vergastado,
porquanto firmemente caracterizada a negativa de prestação jurisdicional.
Com esse enfoque, dispõe o Código de Processo Civil, verbo
ad verbum:

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
(...)
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

Sem dúvida, a regra, supra-aludida, encaixa-se à decisão


hostilizada. Essa passa longe de invocar argumentos capazes de motivarem o
montante fixado a título de reparação de danos morais.
A ratificar o exposto acima, é de todo oportuno trazer à
colação o magistério de José Miguel Garcia Medina, ad litteram:

O conceito de omissão judicial que justifica a oposição de embargos de


declaração, à luz do CPC/2015, é amplíssimo. Há omissão sobre o ponto ou
questão, isso é, ainda que não tenha controvertido as partes (questão), mas
apenas uma delas tenha suscitado o fundamento (ponto; sobre a distinção
entre ponto e questão, cf. comentário ao art. 203 do CPC/2015). Pode,
também, tratar-se de tema a respeito do qual deva o órgão jurisdicional
pronunciar-se de ofício (p. ex., art. 485, § 3º do CPC/2015), ou em razão de
requerimento da parte. Deve ser decretada a nulidade da decisão, caso a
omissão não seja sanada...

Nesse mesmo passo são as lições de Teresa Arruda Alvim


Wambier:

Em boa hora, consagra o dispositivo do NCPC projetado ora comentado, outra


regra salutar no sentido de que a adequação da fundamentação da decisão
judicial não se afere única e exclusivamente pelo exame interno da decisão.
Não basta, assim, que se tenha como material para se verificar se a decisão é
adequadamente fundamentada (= é fundamentada) exclusivamente a própria
decisão. Esta nova regra prevê a necessidade de que conste, da
fundamentação da decisão, o enfrentamento dos argumentos capazes, em tese,
de afastar a conclusão adotada pelo julgador. A expressão não é a mais feliz:
argumentos. Todavia, é larga e abrangente para acolher tese jurídica diversa
da adotada, qualificação e valoração jurídica de um texto etc.
Vê-se, portanto, que, segundo este dispositivo, o juiz deve proferir decisão
afastando, repelindo, enfrentando elementos que poderiam fundamentar a
conclusão diversa. Portanto, só se pode aferir se a decisão é fundamentada
adequadamente no contexto do processo em que foi proferida. A coerência
interna corporis é necessária, mas não basta...

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL

Recorrente: Fulano de Tal


Apelação Cível nº. 334455-66.2018.8.09.0001/1

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


PRECLARO MINISTRO RELATOR

(1) – DA TEMPESTIVIDADE

O recorrente fora intimado da decisão hostilizada por meio do


Diário da Justiça Eletrônico, o qual circulou em 00 de maio de 0000 (sexta-
feira).

Portanto, à luz do que rege o art. 1.003, § 5°, do CPC,


plenamente tempestivo este Recurso Especial, máxime porque interposto
dentro do interregno da quinzena legal.

(2) – CONSIDERAÇÕES DO PROCESSADO


(CPC, art. 1.029, inc. I )

Ajuizou-se, em desfavor do recorrido, ação de reparação de


danos morais. Decorreu do fato desse permitir a abertura de conta e concessão
de fraudulento de empréstimo consignado. Os pedidos foram julgados
procedentes. Determinou-se a anulação do empréstimo, impondo-lhe astreintes,
condenando-o a pagar indenização de R$ 3.000,00 (três mil reais). Além disso,
igualmente em verbas de sucumbência.

Lado outro, não é preciso qualquer esforço para se


perceber que o valor da indenização fora imposta em valor irrisório.
Na espécie, de mais a mais, era imperioso que o Tribunal
de piso destacasse quais parâmetros foram adotados para se chegar a esse
montante.

O recorrente, em virtude disso, com suporte no inc. II, do


art. 1022 do CPC, opusera embargos de declaração.

Esses foram rechaçados, haja vista, seguindo o magistrado


de piso, inexistir qualquer espaço a aclarar quanto às razões a que se chegou ao
valor condenatório.

Desse modo, este recurso se apega, sobremodo, à ausência


de fundamentação no julgado (CPC, art. 489, § 1º, inc. III), pois, no caso, como
almejado, não foram declinados os critérios adotados ao desiderato. (CPC, art.
85, § 2º, incs. I, II, III e IV) É dizer, fosse motivada com supedâneo, v.g., no
grau de culpabilidade das partes, a capacidade financeira de ambas, os efeitos
decorrentes desse ato, etc.

O Tribunal Local, doutro giro, não divergiu da sentença.


Assim, afirmou-se, mais uma vez, que era desnecessário, na situação,
demonstrar, ponto a ponto, os motivos para se alcançar a soma indenizatória.

Assim, a matéria, sem dúvida, fora devidamente


prequestionada.

Destarte, certamente houve error in judicando. Há notória


inadequação ao se definir o quantum da condenação.

Nessas pegadas, sem dúvida, o acórdão merece reparo,


especialmente quando contrariou texto de norma federal, dando azo à
interposição do presente Recurso Especial.

(3) – DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO


ESPECIAL
( CPC, art. 1.029, inc. II )
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 105, INC. III, “A”

Segundo a disciplina do art. 105 inc. III letra “a” da


Constituição Federal, compete exclusivamente ao Superior Tribunal de Justiça
apreciar Recurso Especial, quando fundado em decisão proferida em última ou
única instância, se assim contrariar lei federal ou negar-lhe vigência.

Na hipótese, exatamente isso que ocorreu, permitindo,


desse modo, o aviamento deste recurso.

3.1. Pressupostos de admissibilidade recursal

Cumpre-nos, prima facie, é preciso destacar que o acórdão


fora proferido em 00/11/2017. Inquestionavelmente, incide-se o Enunciado
Administrativo nº 3, aprovado pelo Plenário do STJ, na sessão de 9/3/2016, no
qual reza: aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a
decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os
requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC.

Lado outro, o presente é (a) tempestivo, dado que


interposto dentro do interregno previsto na Legislação Adjetiva Civil (CPC, art.
1.003, § 5°); (b) o recorrente tem legitimidade para o interpor e, mais; (c) há a
devida regularidade formal.

Doutro modo, a questão federal foi devida prequestionada.


Essa foi expressamente ventilada, enfrentada, e dirimida pelo Tribunal de
origem (STF, Súmula 282/356 e STJ, Súmula 211).

Afora isso, todos os fundamentos, lançados no acórdão


guerreado, foram infirmados neste, não havendo, por isso, a incidência da
Súmula 283 do STF.

Por sua vez, o debate trazido à baila não importa reexame


de provas. Ao revés, unicamente matéria de direito, não incorrendo, portanto,
com a regra ajustada na Súmula 07 desta Egrégia Corte.

(4) – DO DIREITO
(CPC, art. 1.029, inc. I )

4.1. Violação de norma federal (CPC, art. 1.022, inc. I)

4.1.1. Enunciado Administrativo STJ nº 02

O decisum hostilizado, como afirmado alhures, fora


proferido em 11/00/2017. Por conseguinte, quanto as matérias de fundo, aqui
tratadas, deverão ser examinadas sob o enfoque jurisprudencial até então
dispensado por esta Corte.

4.1.2. Os temas estão controvertidos na decisão enfrentada


(Dialeticidade recursal)

Na espécie, não há que se falar em deficiência de


fundamentação deste recurso, muito menos sua incompreensão, haja vista que:

( i ) nos aclaratórios foram almejados esclarecimentos dos motivos em que se


apoiaram para se fixarem o valor condenatório, bem assim ausência dos
parâmetros adotados, como apregoa, até, o artigo 944 do Código Civil;

( ii ) no julgamento desses, afirmou-se, em síntese, que o julgador não está


obrigado a rebater, um a um, os argumentos suscitados pela parte em embargos
de declaração.
( iii ) neste Recurso Especial, portanto, busca-se a anulação do acórdão
(pretensão de fundo), eis que, ao não se esclarecer (causa de pedir), contrariou-
se (fundamento) o que reza o inc. II, do art. 1.022, do CPC, uma vez que não fora
suprida a omissão de ponto crucial ao desiderato do pleito questionado.
Reverbera, até, na nulidade do julgado, em face da ausência desse
pronunciamento judicial e, mais, por inegável que a fundamentação recursal foi
genérica. (CPC, art. 489, § 1º, inc. II e III)

4.2. Sem os aclaratórios, certamente o REsp não seria conhecido,


por se intentar debate sobre aspectos fáticos e probatórios (STJ,
Súmula 05 e 07)

Lado outro, oportuno gizar que no Egrégio Superior


Tribunal de Justiça já há entendimento, consolidado, de que, quanto à
pretensão de exame do quantum indenizatório, mormente os critérios adotados
para mensurá-los, definidos pelo Tribunal Local, restaria impedido esse
propósito, por força, sobremodo, do disposto na Súmula 07.
Assim, para se evitar essa direção, imperioso o manejo dos
aclaratórios.
Observemos, de modo exemplificativo, o que já se decidira:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - AÇÃO


DECLARATÓRIA DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PEDIDO DE ALIMENTOS
- DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO
RECLAMO. INSURGÊNCIA DA AUTORA.
1. A ausência de enfrentamento da matéria pelo Tribunal de origem, não
obstante a oposição de embargos de declaração, impede o acesso a esta Corte
Superior, porquanto não preenchido o requisito constitucional do
prequestionamento. Incidência da Súmula nº 211 do STJ. 2. A reforma do
acórdão recorrido, a fim de se concluir pelo preenchimento dos requisitos
necessários ao reconhecimento da união estável, por demandar o reexame de
fatos e provas, encontra óbice na Súmula nº 7/STJ. Precedentes. 3. Agravo
interno desprovido. [ ... ]

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE


ALIMENTOS. FUNDAMENTAÇÃO. AUSENTE. DEFICIENTE.
SÚMULA Nº 284/STF. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA.
211/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. COTEJO ANALÍTICO E
SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA.
1. A ausência de fundamentação ou a sua deficiência importa no não
conhecimento do recurso quanto ao tema. 2. A ausência de decisão acerca dos
dispositivos legais indicados como violados, não obstante a interposição de
embargos de declaração, impede o conhecimento do Recurso Especial. 3. O
dissídio jurisprudencial deve ser comprovado mediante o cotejo analítico entre
acórdãos que versem sobre situações fáticas idênticas. 4. Agravo conhecido.
Recurso Especial não conhecido. [ ... ]

Com efeito, neste recurso se busca, no âmago,


prequestionar matéria afeita à legislação federal, além de perquirirem o exame
de fatos abordados no apelo.
4.3. Nulidade do acórdão, ante à inobservância do traçado de
parâmetros para se arbitrar a indenização

O ponto nodal da vexata quaestio, como se percebe, é que


os critérios de arbitramento dos danos morais não foram informados, máxime
quando estabelecidos no montante de R$ 3.000,00 (três mil reais).
Certamente isso se faz necessário.
Veja-se que na apelação, o recorrente salientou que:

( i ) a capacidade financeira da recorrido (um banco privado): (a) carreou-se o


último balanço publicado, no qual se projetou um lucro de R$ 0.000.000,00
(.x.x.x.) (fls. 157/177)

( ii ) a intensidade do dolo: (a) demonstrou-se que a parte recorrida fora


notificada acerca do negativação indevida, do empréstimo fraudulento, dos
débitos incorretamente feito em sua conta corrente, todavia, mesmo assim, não
tomou providências para evitá-la (fl. 143);

( iii ) o grau de idoneidade do recorrente: (a) foram carreadas várias certidões,


nas quais constam que esse não detinha seu nome inserto nos órgãos de
restrições, pessoa idosa e necessitada de crédito à sua subsistência (fls.
146/149);

( iv ) os reflexos financeiros proporcionados pela indevida negativação: (a)


confiram-se os vários documentos que demonstram que o nome do recorrente, a
partir de então, tivera negado vários pedidos de empréstimos consignados,
justamente por conta da condição de negativada nos órgãos de restrições (fls.
161/167).

Nesse compasso, tratam-se, sem qualquer hesitação, de


documentos que necessitariam de análise para, assim, estabelecer-se a
valoração apropriada dos danos morais. Porém, assim não ocorreu. Não houve
avaliação desses documentos, imprescindíveis ao estabelecimento do quantum
indenizatório.
A aferição, lado outro, tem apoio no que rege o art. 944
do Código Civil, eis que precisa de provas em conta, sobremodo, da extensão
do dano.
Especificamente acerca do tema enfocado, é de todo
oportuno gizar as lições de Arnaldo Rizzardo:

7.4. O montante da reparação


O assunto, mais extensamente, virá abordado em item adiante.
Não existe uma previsão na lei sobre a quantia a ser fixada ou arbitrada. No
entanto, consolidaram-se alguns critérios.
Domina a teoria do duplo caráter da reparação, que se estabelece na
finalidade da digna compensação pelo mal sofrido e de uma correta punição
do causador do ato. Devem preponderar, ainda, as situações especiais que
envolvem o caso, e assim a gravidade do dano, a intensidade da culpa, a
posição social das partes, a condição econômica dos envolvidos, a vida
pregressa da pessoa que tem o título protestado ou o nome negativado.
( ... )
É natural que não se elevará em cifra considerável a quantia se a vida
econômica da pessoa não depende de negócios, de financiamentos, da
concessão constante de crédito. Muito menos terá significação especial o ato
indevido se o indivíduo revela-se contumaz inadimplente, com processos de
cobrança ajuizados, protestos de títulos já lavrados e o nome já colocado no
cadastro de devedores.
( ... )
O contrário decidir-se-á na hipótese de atuar o lesado no comércio, ou estando
constituído como empresário, dependendo seus negócios da lisura de sua
conduta e do bom conceito operante as instituições financeiras e fornecedores
de produtos.
( ... )
Ademais, tudo o que fica ao arbítrio sujeita-se ao subjetivismo, às influências
pessoais do julgador, às preferências e experiências próprias, sem esquecer
que, não raramente, o juiz não tem experiência alguma, ou é imaturo, ou
formaliza juízos desconectados da realidade. O arbítrio sempre envolve uma
certa dose de arbitrariedade.
De sorte que mais coerente e afeito à prudência atribuir uma significação
econômica certa a postulação reparatória, com a exposição dos motivos, ou
justificando a razão do valor procurado...

E disso não discorda Sérgio Cavalieri Filho, quando


revela, verbo ad verbum:

20 Dano moral – critério do arbitramento


No âmbito do dano extrapatrimonial (moral), a sua quantificação como um
decréscimo material é também absolutamente impossível, razão pela qual o
critério do arbitramento judicial é o único apropriado, conforme
anteriormente destacado. Também aqui terá́ o juiz que se valer da lógica do
razoável, que permite cotejar meios e fins, causas e consequências, de modo a
aferir a lógica da decisão. Para que a decisão seja razoável é necessário que a
conclusão nela estabelecida seja adequada aos motivos que a determinaram;
que os meios escolhidos sejam compatíveis com os fins visados; que a sanção
seja proporcional ao dano. Importa dizer que o juiz, ao valorar o dano moral,
deve arbitrar uma quantia que, de acordo com o seu prudente arbítrio, seja
compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração
do sofrimento experimentado pela vítima, a capacidade econômica do
causador do dano, as condições sociais do ofendido e outras circunstâncias
mais que se fizerem presentes.
A indenização punitiva do dano moral pode ser também adotada quando o
comportamento do ofensor se revelar particularmente reprovável – dolo ou
culpa grave – e, ainda, nos casos em que, independentemente de culpa, o
agente obtiver lucro com o ato ilícito ou incorrer em reiteração da conduta
ilícita...
Enfim, seguramente essa deliberação merecia ser aclarada.
Existe, até mesmo, nulidade do decisum vergastado,
porquanto firmemente caracterizada a negativa de prestação jurisdicional.
Com esse enfoque, dispõe o Código de Processo Civil, verbo
ad verbum:

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
(...)
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

Sem dúvida, a regra, supra-aludida, encaixa-se à decisão


hostilizada. Essa passa longe de invocar argumentos capazes de motivarem o
montante fixado a título de reparação de danos morais.
A ratificar o exposto acima, é de todo oportuno trazer à
colação o magistério de José Miguel Garcia Medina, ad litteram:

O conceito de omissão judicial que justifica a oposição de embargos de


declaração, à luz do CPC/2015, é amplíssimo. Há omissão sobre o ponto ou
questão, isso é, ainda que não tenha controvertido as partes (questão), mas
apenas uma delas tenha suscitado o fundamento (ponto; sobre a distinção
entre ponto e questão, cf. comentário ao art. 203 do CPC/2015). Pode,
também, tratar-se de tema a respeito do qual deva o órgão jurisdicional
pronunciar-se de ofício (p. ex., art. 485, § 3º do CPC/2015), ou em razão de
requerimento da parte. Deve ser decretada a nulidade da decisão, caso a
omissão não seja sanada...

Nesse mesmo passo são as lições de Teresa Arruda Alvim


Wambier:

Em boa hora, consagra o dispositivo do NCPC projetado ora comentado, outra


regra salutar no sentido de que a adequação da fundamentação da decisão
judicial não se afere única e exclusivamente pelo exame interno da decisão.
Não basta, assim, que se tenha como material para se verificar se a decisão é
adequadamente fundamentada (= é fundamentada) exclusivamente a própria
decisão. Esta nova regra prevê a necessidade de que conste, da
fundamentação da decisão, o enfrentamento dos argumentos capazes, em tese,
de afastar a conclusão adotada pelo julgador. A expressão não é a mais feliz:
argumentos. Todavia, é larga e abrangente para acolher tese jurídica diversa
da adotada, qualificação e valoração jurídica de um texto etc.
Vê-se, portanto, que, segundo este dispositivo, o juiz deve proferir decisão
afastando, repelindo, enfrentando elementos que poderiam fundamentar a
conclusão diversa. Portanto, só se pode aferir se a decisão é fundamentada
adequadamente no contexto do processo em que foi proferida. A coerência
interna corporis é necessária, mas não basta...

[Modelo] Ação anulatória empréstimo consignado fraude


indenização
Você já teve clientes que foram vítimas de fraude em empréstimos
consignados? Se sim, você pode ajudá-los a obter a indenização que merecem
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Download da Petição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___


VARA CÍVEL DA CIDADE.

PEDE-SE PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO PROCESSO

– FATOR IDADE

(art. 1.048, inc. I do CPC)

JOÃO DAS QUANTAS, viúvo, aposentado, residente e domiciliado


na Rua Xista, nº. 000, em João Pessoa (PB) – CEP .55.444-333,
inscrito no CPF(MF) sob o nº. 222.333.444-55, com endereço
eletrônico ficto@ficticio.com.br, ora intermediado por seu patrono ao
final firmado – instrumento procuratório acostado –, esse com
endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o
qual, em obediência à diretriz fixada no art. 106, inc. I c/c art. 287,
ambos do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias,
vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com
suporte no art. 148, 166, 171, 186, 927, todos do Código Civil
Brasileiro; Art. 14 do Código de Defesa do Consumidor c/c Art. 5º,
incisos V e X, da Carta Política, a presente

AÇÃO DE ANULATÓRIA C/C REPARAÇÃO DE DANOS

“MORAL E MATERIAL”

com

PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA,

contra

( 01 ) BANCO CLERO S/A, instituição financeira de direito privado,


com sua sede na Av. Y, nº. 0000, em São Paulo(SP) – CEP nº. 33444-
555, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 55.444.333/0001-22, com
endereço eletrônico clero@clero.com.br, em face dos motivos abaixo
delimitados.

INTROITO

( a ) Benefícios da justiça gratuita (CPC, art. 98, caput)

A parte Autora não tem condições de arcar com as despesas do


processo, uma vez que são insuficientes seus recursos financeiros
para pagar todas as despesas processuais, inclusive o recolhimento das
custas iniciais.

Destarte, o Demandante ora formula pleito de gratuidade da justiça, o


que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c
105, in fine, ambos do CPC, quando tal prerrogativa se encontra
inserta no instrumento procuratório acostado.
( b ) Quanto à audiência de conciliação (CPC, art. 319, inc.
VII)

A parte Promovente opta pela realização de audiência


conciliatória (CPC, art. 319, inc. VII), razão qual requer a citação da
Promovida, por carta (CPC, art. 247, caput) para comparecer à
audiência designada para essa finalidade (CPC, art. 334, caput c/c §
5º), antes, porém, avaliando-se o pleito de tutela de urgência aqui
almejada.

( c ) Prioridade na tramitação do processo (CPC, art. 1.048,


inc. I)

O Autor, em face do que dispõe o Código de Processo Civil, assevera


que é nascido em janeiro do ano de 1936 – documento comprobatório
anexo –, fazendo jus, portanto, à prioridade na tramitação do
presente processo, o que de logo assim o requer. (doc. 01)

I – EXPOSIÇÃO FÁTICA.

O Autor teve furtada sua carteira na data de 09 de setembro próximo


passado, a qual continha seu RG, CPF, seu cartão de saque de benefício
de aposentadoria, além da quantia de R$ 37,00(trinta e sete reais).

Imediatamente, tão logo percebeu o furto dos referidos documentos, o


mesmo tivera o cuidado de comparecer à Delegacia Distrital
correspondente à sua circunscrição e relatar os fatos mediante Boletim
de Ocorrência. (doc. 02).

Passados alguns meses, o Autor fora surpreendido com a


apresentação em seu extrato de um débito mensal de R$ 78,95(setenta
e oito reais e noventa e cinco centavos), o que se comprova pelos
extratos ora anexos. (docs. 03/06).

De pronto o mesmo entrou em contato com INSS, para averiguar o


motivo do citado desconto. Foi sido informado que os valores
debitados mensalmente se referiam a um empréstimo(consignado)
feito junto ao Banco x.x.x.x S/A, no valor total de R$ .x.x.x.
( .x.x.x.x.x.x. ).

Logo em seguida o Promovente ligou o citado banco, ora Réu, pedindo


que lhes fossem restituídos os valores debitados e a suspensão de
débito, pois jamais havia feito empréstimo com o mesmo. A
resposta foi negativa, visto que, segundo seus cadastros, a operação
havia sido realizada “dentro da normalidade” e administrativamente
nada poderia fazer.

Sem delongas, inegavelmente isso trouxe ao Promovente sequelas de


ordem moral, posto que os descontos(indevidos) diminuíram sua já
escassa capacidade financeira, deixando o mesmo inclusive incapaz de
comprar seus remédios necessários. Há, mais, lógico, o dano material,
na medida em que não houve contratação alguma com a instituição
financeira Ré, sendo devido a indenização de forma a restituir o que foi
até o momento indevidamente debitado de sua conta.

Cabia à Promovida verificar a correção da pessoa que se


habilitou a realizar negócio jurídico com a mesma, por meio
de documentos adulterados. Portanto, a mesma agiu com auto
grau de negligência e culpa, porquanto permitira que esse desiderato se
concretizasse.

HOC IPSUM
EST

II – MERITUM CAUSAE

(2.1.) – RELAÇÃO DE CONSUMO CONFIGURADA


O Autor é considerado consumidor por comparação, sendo
submetido, pois, à Legislação Consumerista (STJ – Súmula 297).
Como dito em linhas inaugurais, o Promovente não usufruiu dos
préstimos bancários da instituição financeira ora Ré, entretanto fora
prejudicado ao extremo, o que permite seja albergado pela legislação
especial aqui mencionada.

De outro bordo, temos a responsabilidade civil da Ré é objetiva,


sendo, destarte, desnecessária a comprovação de culpa.

CÓDIGO DO CONSUMIDOR

Art. 14 – O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos. (Não há destaques no texto original)

Por mero desvelo, revelamos o seguinte julgado:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS


MORAIS E MATERIAIS. FURTO DE VEÍCULO EM
ESTABELECIMENTO COMERCIAL. FATO COMPROVADO.
REPARAÇÃO CIVIL DEVIDA. CORREÇÃO MONETÁRIA.
INCIDÊNCIA DESDE O EVENTO DANOSO. JUROS DE
MORA. MARCO INICIAL. DATA DE CITAÇÃO. SENTENÇA
MANTIDA.

1. Aplicam-se as disposições do Código de Defesa do Consumidor à


vítima de evento danoso, nos termos do artigo 17 do CDC. II.
Dispõe o art. 14 do CDC que “O fornecedor de serviço responde,
independentemente de culpa, pela reparação dos danos causados
aos consumidores por defeitos relativos à prestação do serviço. ..”
O § 3º estabelece: “O fornecedor do serviço só não será
responsabilizado quando provar: I. que, tendo prestado o serviço,
o defeito inexiste; II. o defeito inexiste; II. a culpa exclusiva de
terceiro”. É a responsabilidade objetiva, pelo fato do serviço. III.
O furto de veículo do consumidor em estacionamento de
estabelecimento comercial, gera para o proprietário do bem o
direito em ser reparado pelos danos materiais e morais sofridos
em razão do ato ilícito que foi vítima. A prática do ilícito por
terceiro não afasta a responsabilidade do demandado, em face da
aplicação da teoria do risco do negócio. lV. Na fixação de
indenização por dano moral, o julgador deve levar em conta o
caráter reparatório e pedagógico da condenação, de forma a não
permitir o lucro fácil do ofendido, mas também sem reduzir a
indenização a um valor irrisório. V. Sobre a indenização por dano
materiais incide correção monetária do evento danoso. Já os
juros moratórios são contados desde a data de citação. (TJMG;
APCV 1.0702.14.039837-2/001; Rel. Des. Vicente de Oliveira
Silva; Julg. 23/02/2016; DJEMG 04/03/2016)

(2.2.) – DO DEVER DE INDENIZAR

Esclarecido antes que a relação jurídica entabulada entre as partes é


de consumo, o Código de Defesa do Consumidor é aplicável à
espécie, abrindo, no caso, a responsabilidade objetiva do Réu.

Ficou demonstrado cabalmente que houve fraude na concessão do


empréstimo.

Se outra pessoa utilizou o nome e documento do Autor, passando a


receber crédito em nome desse, somente à Ré é imputável a
responsabilidade, pois que apenas ela poderia se cercar dos
cuidados necessários à realização do contrato e conseqüente
concessão de crédito.

Ademais, as instituições financeiras são sabedoras que tal fraude é


comum e, ainda mais por essa razão, deveriam redobrar os
cuidados na realização dos contratos, certificando-se de que as
pessoas interessadas não estejam praticando atos ilícitos, que possam
prejudicar terceiros de boa-fé, como no caso.

Ocorre que há relevante parcela de culpa a ser imputada à Promovida,


ainda que eventualmente a mesma venha a provar que não seja
palpável sua contribuição com terceiro fraudador.

Vejamos as lições doutrinárias nessa mesma banda de raciocínio:

“(…)

A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, indicada no inciso III


do § 3º do art. 12 como hipótese de exoneração da responsabilidade
do fornecedor, a rigor vai nos remeter ao inciso anterior –
inexistência de defeito –, uma vez que, havendo culpa exclusiva do
consumidor ou de terceiro, por óbvio, não há defeito no produto. Se,
por outro lado, houve defeito (tendo-se sempre em mente o “caput” do
artigo 12 e seu parágrafo primeiro), e houver a concorrência e a
culpa de terceiro ou do lesado, esta, obviamente, deixa de ser
exclusiva e não se presta como eximente de responsabilidade, quando
muito servindo como minorante, a exemplo das legislações européias.

Aliás, ressalte-se que a culpa da vítima ou de terceiro somente é


objeto de cogitações, no direito comparado, quando concorrente com
o defeito, como minorante da responsabilidade do fornecedor.
(…)”(ALVIM, Arruda et alii. Código do Consumidor Comentado. 2ª
ed. São Paulo: RT, p. 126)

Obviamente que o que se imputa à Ré não se trata de um ato ilícito


doloso. Não há o elemento “vontade”, claro. Há, no entanto, um agir,
ou uma forma de agir, que permite este tipo de acontecimento, e
que deve, necessariamente, ser imputado àquele que por ela opta e que
dela extrai suas vantagens.

Ocorre que a maneira eleita pela Promovida para realizar algumas de


suas contratações traz consigo riscos que devem ser por ela assumidos.
É verdade que a dinâmica das transações diárias praticamente
inviabiliza que todas as medidas de precaução sejam realizadas. Não é
menos verdade que existem diversas formas de falsificação que
dificultam, cada vez mais, a identificação. Ingressa-se, no entanto,
em área de arbítrio da empresa, que ao optar por meios
vulneráveis de contratação assume o risco por eventual
contratação fraudulenta.

Em outras palavras: a fornecedora deve se responsabilizar


pelos prejuízos causados a terceiros em razão da sua
atividade.

Esse é o risco do negócio.

Com tal agir, resulta pertinente a responsabilização da


Ré, independentemente da existência da culpa, nos termos do
que estipula o Código de Defesa do Consumidor.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos.

Em verdade existira defeito na prestação de serviços, o que


importa na responsabilização objetiva do fornecedor, ora
Promovida.

Nesse importe:
RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO
CONSTITUCIONAL E DO CONSUMIDOR. ACIDENTE
AUTOMOBILÍSTICO. CONCESSIONÁRIA DE TRANSPORTE
COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
INDENIZAÇÃO DEVIDA. DANOS MATERIAIS NÃO
COMPROVADOS. DANOS MORAIS DEVIDOS.
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO.

1. Na origem, aduz ter sofrido lesões em decorrência do


abalroamento ocorrido no veículo de transporte coletivo em que
se encontrava e de propriedade da empresa
promovida/recorrida, o que fundamenta a condenação da
empresa apelada no pagamento de indenização pelos danos
materiais e morais sofridos. Em apreciação ao feito, o magistrado
de primeiro grau entendeu pela improcedência dos pedidos,
tendo em vista o laudo pericial que aponta que a
responsabilidade pelo acidente foi de terceira pessoa.
Inconformada, a promovente apelou, argumentando, em síntese
restarem devidamente demonstrados os requisitos necessários a
condenação da empresa promovida, em razão da sua
responsabilidade objetiva. 2. A responsabilidade da empresa
promovida pelos danos ocasionados aos consumidores é objetiva,
tendo em vista cuidarse de empresa concessionária de transporte
público (art. 37, §6º da CF/88) e presente relação de consumo
(arts. 3º, 14 e 22 do CDC). Assim, independe ela da existência de
dolo ou culpa, bastando a demonstração do ato, dos danos e do
nexo causal entre o fato lesivo imputado e o dano sofrido. 3. In
casu, independente de restar demonstrada a culpa de terceiro,
outro veículo envolvido no acidente, a responsabilidade da
empresa promovida é objetiva, podendo agir regressivamente
contra o culpado pelo acidente, mas sem que possa elidir sua
responsabilidade em face dos consumidores lesados.
Precedentes. 4. A comprovação dos danos materiais é ônus da
promovente (art. 333, I do CPC). Quedandose ela inerte, não há
que referirse a indenização por eventuais prejuízos suportados. 5.
Quanto aos danos morais, o cotejo da prova constante nos autos
mostrase suficiente para a demonstração do transtorno
ocasionado à promovente, que teve que afastarse de seus afazeres
diários por algumas semanas, para tratar as sequelas decorrentes
do acidente. Assim, considerando a gravidade do ato ilícito
praticado, o abalo dele decorrente, o potencial econômico do
ofensor, o caráter punitivocompensatório da indenização e os
parâmetros adotados em casos semelhantes por esta Eg. Câmara
Cível fixo o quantum indenizatório em R$5.000,00 (cinco mil
reais). 6. Recurso conhecido e parcialmente provido, para anular
o julgado a quo e condenar a empresa promovida/recorrida no
pagamento de indenização dos danos morais sofridos pela
promovente, fixada em R$5.000,00 (cinco mil reais). Diante da
sucumbência recíproca, compensemse os honorários
advocatícios (art. 21 do CPC). (TJCE; APL 0009991-
55.2011.8.06.0136; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Paulo
Francisco Banhos Ponte; DJCE 07/03/2016; Pág. 18)

Ademais, aplicável ao caso sub examine a doutrina do “risco


criado”(responsabilidade objetiva), que está posta no Código Civil, que
assim prevê:

CÓDIGO CIVIL

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único – Haverá obrigação de reparar o


dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

Nesse contexto, cumpre-nos evidenciar alguns julgados:

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM..
SENTENÇA TERMINATIVA. (1) ILEGITIMIDADE PASSIVA.
ATO ILÍCITO QUE ATINGIU TERCEIROS. TEORIA DO
RISCO. NEGLIGÊNCIA CARACTERIZADA. PRELIMINAR
AFASTADA. SENTENÇA TERMINATIVA DESCONSTITUÍDA.
ART. 515, § 3º, DO CPC. CAUSA MADURA. JULGAMENTO
POSSÍVEL.
Segundo o Superior Tribunal de Justiça, a partir da diretriz do
Enunciado nº 479 da sua Súmula, “as instituições bancárias
respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos
praticados por terceiros – Como, por exemplo, abertura de conta-
corrente ou recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização
de documentos falsos -, porquanto tal responsabilidade decorre do
risco do empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno.
(RESP n. 1.199.782/PR, relator ministro luis felipe salomão, segunda
seção, julgado em 24/8/2011, dje 12/9/2011)”. – O fornecimento
desmedido de centenas de cheques – Que foram utilizados como
instrumento de ‘golpe’ que provocou danos a terceiros -, há menos de 6
(seis) meses da abertura da conta-corrente respectiva por empresa
fraudadora, é bastante para a manutenção da instituição financeira no
polo passivo da demanda, senão por tudo ao menos em função da
incidência da teoria da asserção. – Afastada a preliminar e estando a
causa madura (art. 515, § 3º, do código de processo civil), viável o
julgamento desde logo. (2) terceiro tomador de cheque sem fundos.
Destinatário final do serviço prestado no mercado. Aplicabilidade do
CDC. Exegese do art. 2º do diploma consumerista. Ademais,
equiparação dos terceiros bystanders. Arts. 17 e 29 do CDC. –
Consoante exegese do art. 2º do Código de Defesa do Consumidor, o
terceiro tomador de cheque, mesmo sem remuneração direta ou
qualquer relação anterior com o banco, caracteriza-se como
consumidor, uma vez que utiliza do serviço como destinatário final,
sem prejuízo da possível equiparação a que aludem os arts. 17 e 29 do
diploma consumerista. (3) responsabilidade por fato do serviço.
Inversão ope legis do ônus da prova. Art. 14, §3º, do CDC. Precedentes
do STJ. – A responsabilidade civil do banco em razão do fornecimento
negligente de talonários a golpista deve ser analisado sob a ótica da
responsabilidade civil por fato do serviço, operando-se a inversão do
ônus da prova por força legal (art. 14, §3º, do CDC), mostrando-se
desnecessária a prévia determinação de inversão do ônus probatório.
(4) responsabilidade civil do banco. Fornecimento de vultosa
quantidade de talonários a cliente recente. Omissão de cautelas
necessárias na prestação de serviço. Defeito caracterizado e
previsibilidade da possível inadimplência. Risco assumido e eficácia
social do contrato desrespeitada. Ilícito e nexo de causalidade
configurados. Exegese do art. 14 do CDC e dos arts. 927, par. Único, e
421 do CC. – O fornecimento indiscriminado de cheques a recém-
contratado, sem demonstração de lastro financeiro compatível ou
histórico comercial seguro, ou seja, sem análise criteriosa dos riscos de
sua operação, não fornecendo a segurança que dela se espera aos
consumidores beneficiários, configura defeito na prestação do serviço
no mercado de consumo ou ato ilícito e negligente, contrário à função
social do contrato e aos deveres de cautela próprios da atividade
bancária. – A alta probabilidade do inadimplemento de milhares
cártulas, diante da análise negligente do risco e do grande número de
títulos anteriores em circulação, torna o fornecimento dos talonários e
sua persistência não mais operações inocentes e desvinculadas do
dano, mas, sim, causas evitáveis e adequadas a ocasionar prejuízos aos
credores, no que configurado o nexo causal. (5) dano indenizável.
Pagamento do valor total das cártulas. Inviabilidade. Montante
incrustado de juros usurários. Nulidade. Responsabilidade limitada à
restituição da parte ao statu quo ante. Liquidação necessária. – Diante
da notoriedade ou extrema probabilidade da inclusão de juros
usurários no montante das cártulas, inviável atribuir ao banco
responsabilidade por pagamento de tais encargos nulos, devendo sua
obrigação limitar-se à restituição da parte autora ao estado anterior, no
que necessária e recomendável a remessa do feito para liquidação. (6)
ônus sucumbenciais. Inversão. – Com a reforma da sentença, impõe-se
a inversão dos ônus sucumbenciais. Sentença reformada. Recurso
provido. (TJSC; AC 2013.022742-4; Capital; Quinta Câmara de Direito
Civil; Rel. Des. Henry Petry Junior; Julg. 25/01/2016; DJSC
07/03/2016; Pág. 212)

APELAÇÃO CÍVEL.

Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos


morais e materiais. Alegação de culpa exclusiva da vítima. Inovação
recursal. Ausência de relação jurídica entre as partes. Aplicação da
teoria do risco do empreendimento. Protesto indevido. Dano moral
configurado. Quantum indenizatório. Manutenção. Juros moratórios e
correção monetária. Termo inicial. Sentença mantida. Recurso
parcialmente conhecido e, na parte conhecida, desprovido. 1. Não se
conhece da insurgência recursal atinente à culpa exclusiva da vítima,
eis que não arguida oportunamente. 2. É indevido o protesto de título
em nome do autor quando o débito registrado provém da conduta de
terceiro, que efetua transações mediante fraude, utilizando-se de
cheques falsos em nome do suplicante. Tal fato gera o dever da
empresa que efetuou a inscrição em indenizar, seja pelo
enquadramento da sua atividade como de risco, nos termos do artigo
927, parágrafo único, do Código Civil, seja pela aplicação do código de
defesa do consumidor. 3. Nos casos de protesto indevido de título ou
inscrição irregular em cadastros de inadimplentes, o dano moral se
configura in re ipsa, isto é, prescinde de prova, ainda que a prejudicada
seja pessoa jurídica. (resp 1.059.663/ms, Rel. Min. Nancy andrighi, dje
de 17/12/2008).4. A fixação do montante devido a título de dano moral
fica ao prudente arbítrio do julgador, devendo pesar, nestas
circunstâncias, a gravidade e duração da lesão, a possibilidade de quem
deve reparar o dano, e as condições do ofendido, cumprindo levar em
conta que a reparação não deve gerar o enriquecimento ilícito,
constituindo ainda, sanção apta a coibir atos da mesma espécie. 5. O
entendimento majoritário dos julgadores participantes do quórum de
julgamento, foi recentemente alterado, no sentido de que os juros
moratórios, em caso de indenização por danos morais, devem incidir
desde a data do evento lesivo, nos termos da Súmula nº 54, do Superior
Tribunal de justiça. Ressalvo, todavia, que este posicionamento foi
firmado por este colegiado com o intuito de privilegiar a posição
majoritária de seus integrantes, até mesmo para se evitar decisões
conflitantes, sem afastar, contudo, o entendimento pessoal de cada
magistrado com relação a esta questão. (TJPR; ApCiv 1425236-5;
Jandaia do Sul; Décima Câmara Cível; Rel. Des. Luiz Lopes; Julg.
10/12/2015; DJPR 18/02/2016; Pág. 210)

O nexo de causalidade, por outro lado, fica


evidenciado quando, em razão de um modo de conduta da Ré,
somada à atitude de terceiro não identificado, o Autor teve valores
descontados diretamente de seu benefício previdenciário, bem como se
viu obrigado a procurar o Judiciário para ver realizado seu direito.

(2.3.) – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A inversão do ônus da prova se faz necessária na hipótese em estudo,


vez que a inversão é “ope legis” e resulta do quanto contido no Código
de Defesa do Consumidor.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos.

[...]

 3º O fornecedor de serviços só não será


responsabilizado quando provar:
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

À Ré, portanto, caberá, face à inversão do ônus da prova,


evidenciar se a culpa pela indevida formalização do empréstimo foi do
consumidor, ora Autor, ou, de outro bordo, em face de terceiro(s), que
é justamente a regra do inc. II, do art. 14, do CDC, acima citado.

A tal respeito trazemos à baila as seguintes notas jurisprudenciais:

AÇÃO DECLARATÓRIA E INDENIZATÓRIA.


MOVIMENTAÇÃO INDEVIDA EM CONTA CORRENTE.
DANOS MATERIAIS E MORAIS.

I -. Relação de consumo caracterizada. Inversão do ônus da prova.


Banco que não provou que a contratação dos empréstimos não
reconhecidos pelo autor foi realizada por culpa exclusiva deste ou de
terceiro. Não se pode desconsiderar a eventualidade da clonagem do
cartão ou da senha ou a possibilidade do sistema eletrônico ser
destravado, possibilitando o uso do cartão sem a respectiva senha.
Responsabilidade objetiva da instituição financeira decorrente do risco
integral de sua atividade. Falha no sistema de segurança do banco
caracterizada. Inteligência dos arts. 6, VIII, e 14, § 3º, II, do CDC. As
instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos causados
por fraudes ou delitos praticados por terceiros, porquanto tal
responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-
se como fortuito interno. Orientação adotada pelo STJ em sede de
recurso repetitivo. Art. 543-C do CPC. Súmula nº 479 do STJ. II-
Danos materiais devidos. III- Danos morais caracterizados. O dano
moral puro é passível de ser indenizado, não sendo necessário que seja
provado prejuízo efetivo. Indenização devida, devendo ser fixada com
base em critérios legais e doutrinários. Indenização fixada em
R$5.000,00, quantia suficiente para indenizar o autor e, ao mesmo
tempo, coibir o réu de atitudes semelhantes. Nome do autor que sequer
foi negativado. Indenização atualizada com correção monetária, a
contar da publicação do acórdão, e juros moratórios, a contar do
evento danoso. Súmulas nº 362 e 54 do STJ. Sentença parcialmente
reformada. Ação procedente. Ônus sucumbenciais carreados ao réu.
Apelo do banco réu improvido e apelo do autor provido. “. (TJSP; APL
0012908-38.2013.8.26.0001; Ac. 9211639; São Paulo; Vigésima Quarta
Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Salles Vieira; Julg. 18/02/2016;
DJESP 04/03/2016)

CONSUMIDOR. DECLARATÓRIA DE DESCONSTITUIÇÃO


DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS. AUSENTE
MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA EM CONTA CORRENTE.
LANÇAMENTO INDEVIDO DE VALORES REFERENTES À
TARIFA DE MANUTENÇÃO DE CONTA. INSCRIÇÃO
INDEVIDA. INOBSERVÂNCIA DO DISPOSTO NA
RESOLUÇÃO Nº. 2.025 DO BACEN. COOPERATIVAS DE
CRÉDITO SÃO EQUIPARADAS ÀS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS. SÚMULA Nº 297/STJ. RÉ QUE NÃO SE
DESINCUMBIU DO ÔNUS PROBATÓRIO QUE LHE CABE,
NA FORMA DO ART. 333, II DO CPC. DANOS MORAIS IN RE
IPSA CONFIGURADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO
FIXADO EM R$3. 000,00 MANTIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pela parte ré, através do qual se


insurge contra a decisão que julgou procedentes os pedidos
formulados pelo autor, determinando a desconstituição do débito
no valor de r$537,53, bem como condenando-o ao pagamento de
danos morais, no valor de r$3.000,00 à demandante pela
inscrição indevida de seu nome em órgãos de proteção ao
crédito. 2. Primeiramente cabe ressaltar que conforme estabelece
o parágrafo 1º do artigo 18 da lei nº 4.595/64, as cooperativas de
crédito estão inseridas no sistema financeiro nacional, sendo
equiparadas à instituição financeira. Consoante súmula nº.
297/stj, “o código do consumidor é aplicável às instituições
financeiras. ” 4. Desse modo, trata-se de relação de consumo que
opera a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, inciso
viii, do cdc. Logo, cabia a demandada demonstrar a legitimidade
da cobrança dos encargos, o que não se verifica nos autos. Uma
vez que não acostou documentos a fim de corroborar suas
alegações no sentido de demonstrar a regularidade das
cobranças, não se desincumbiu do ônus que lhe impunha o art.
333, inciso ii do cpc, e assim a desconstituição do débito é
medida que se impõe. 5. Relação de consumo que opera a
inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, inciso viii, do
cdc. Logo, cabia a demandada demonstrar a legitimidade do
débito, o que não se verifica nos autos. 6. De acordo com o art.
2º, iii, e parágrafo único, da resolução nº. 2.025, do bacen, a
cobrança de tarifa por conta inativa deve ser expressamente
prevista em contrato, assim como deve ser considerada como
inativa a conta não movimentada por seis meses. 7. O autor vem
sendo cobrado sem fazer utilização mínima da conta. Ocorre que
a demandada, ao continuar efetuando descontos a título de
tarifa, e, por consequência, encargos sobre a mencionada
cobrança, considerando que estava sem movimentação
espontânea alguma, acaba expondo o consumidor a manifesta
desvantagem, nos termos do artigo 51, iv do Código de Defesa do
Consumidor. 8. A inscrição restritiva do indébito levada a efeito
constitui dano moral in re ipsa, consubstanciado pelo potencial
lesivo dessa conduta e pelos nefastos efeitos dela decorrentes,
restando caracterizado o dever de indenizar para a recorrente,
responsável pelo apontamento indevido, independentemente de
comprovação específica do prejuízo. 8. O quantum indenizatório
critérios de proporcionalidade e razoabilidade utilizados pelas
turmas recursais cíveis em casos análogos desmerecendo
reparos. Sentença mantida. Recurso improvido. (TJRS; RCív
0053781-19.2015.8.21.9000; Alegrete; Primeira Turma Recursal
Cível; Relª Desª Mara Lúcia Coccaro Martins Facchini; Julg.
26/01/2016; DJERS 01/02/2016)

JUIZADOS ESPECIAIS. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO


DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RELAÇÃO DE
CONSUMO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. CONTA
CORRENTE ABERTA POR INICIATIVA DO PRÓPRIO
BANCO. FALTA DE MOVIMENTAÇÃO POR PERÍODO
SUPERIOR A 6 MESES. DÉBITOS INDEVIDOS.
NEGATIVAÇÃO POSTERIOR COM BASE EM DÉBITOS
ORIUNDOS DA CONTA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO. DANO MORAL IN RE IPSA. RECURSO
CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. A relação que envolve as partes é de consumo, razão pela qual


aplica-se o Código de Defesa do Consumidor à questão,
ensejando a inversão do ônus da prova, vez que constatada a
vulnerabilidade e hipossuficiência do consumidor. 2. Constatado
pelos documentos juntados aos autos que a conta bancária em
nome da recorrida foi aberta em maio de 2012 e permaneceu
inativa até dezembro de 2012, ou seja, sem movimentação por
mais de 6 meses, fácil perceber o desinteresse da correntista em
dar continuidade ao contrato bancário, que, aliás, foi celebrado
por iniciativa da própria instituição financeira. 3. Em nome da
lealdade e boa-fé contratual, devem os bancos providenciar a
notificação do cliente com relação à inatividade da conta, bem
como sobre o encerramento ante à falta de movimentação. Nesse
contexto, após a comunicação do consumidor, e se a cobrança da
tarifa de manutenção da conta for gerar saldo devedor, o banco
deve suspendê-la. 4. A jurisprudência também tem alinhado o
entendimento de que se a cobrança da taxa de manutenção for
além do sexto mês da inatividade da conta corrente, e não
havendo prévia comunicação ao consumidor, deve ser declarada
ilegítima a cobrança e a consequente negativação ilegal (Acórdão
n. 680319, 20131110003184ACJ, Relator. FLÁVIO Fernando
Almeida DA Fonseca, 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do DF, Data de Julgamento. 07/05/2013). 5. O
procedimento de encerramento de conta corrente deve ser
conduzido de forma transparente e acessível ao consumidor, não
podendo a instituição financeira desincumbir-se de prestar
informações adequadas e todos os esclarecimentos necessários
ao correntista, quanto à finalização do negócio jurídico. 6. A
negativação do nome da recorrida em razão de débitos gerados
em uma conta aberta por período superior a 6 meses e que
sequer teve movimentação mostra-se indevida, configurando
falha na prestação de serviço da recorrente e a sua
responsabilidade pelos danos advindos da conduta irregular. 7.
Ademais, é incontroverso que a simples inscrição indevida do
nome do consumidor em cadastros de inadimplentes por débitos
inexistentes configura ato ilícito a ensejar a reparação de danos
na modalidade in re ipsa. 8. O valor fixado em R$ 5.000,00
(cinco mil reais) a título de danos morais atende aos princípios
da razoabilidade e proporcionalidade. 9. O valor da multa fixado
na sentença para o caso de descumprimento da obrigação por
parte da instituição financeira deve ser mantido, já que esta tem
como objetivo dar efetividade à ordem judicial para a tutela dos
direitos da recorrida, assegurando, assim, o seu mister. 10.
Recurso conhecido e desprovido. Sentença mantida por seus
próprios fundamentos. 11. Condenada a parte recorrente vencida
ao pagamento das custas processuais adicionais, se houver, e
honorários advocatícios, estes últimos arbitrados em 10% (de por
cento) sobre o valor da condenação, a teor do que dispõe o art.
20 § 3º do CPC e o art. 55 da Lei nº 9.099/95. 12. A Súmula de
julgamento servirá como acórdão, conforme regra do artigo 46
da Lei dos Juizados Especiais Estaduais Cíveis e ainda por força
dos artigos 12, inciso IX, 98, parágrafo único e 99, do Regimento
Interno das Turmas Recursais. (TJDF; Rec 2014.04.1.006376-3;
Ac. 857.082; Terceira Turma Recursal dos Juizados Especiais do
Distrito Federal; Rel. Juiz Robson Barbosa de Azevedo; DJDFTE
27/03/2015; Pág. 333)

(2.4.) – “PRETIUM DOLORIS”

O abalo psicológico sofrido pelo Autor, maiormente em face de sua


avançada idade, em razão dos indevidos descontos é evidente e
inarredável. A angústia, a preocupação, os incômodos são inevitáveis e
inegáveis. Ademais, o fato de ser cobrado injustamente trouxe ao
mesmo sensação de impotência e alterações de ânimo que devem ser
entendidas como dano moral. É presumível e bastante verossímil o
alegado desconforto sofrido pelo Promovente ao perceber que seus
parcos rendimentos, oriundos da aposentadoria, restaram diminuídos
pelo desconto de um empréstimo que não contratou.

Pelas normas de consumo, resulta expressa a adoção


da responsabilidade civil objetiva, assim conceituada pela
professora Maria Helena Diniz:

“Na responsabilidade objetiva, a atividade que gerou o dano é lícita,


mas causou perigo a outrem, de modo que aquele que a exerce, por ter
a obrigação de velar para que dele não resulte prejuízo, terá o dever
ressarcitório, pelo simples implemento do nexo causal. A
vítima deverá pura e simplesmente demonstrar o nexo da
causalidade entre o dano e a ação que o produziu” (in, Curso de
Direito Civil Brasileiro, 24ª ed.. Saraiva: 2010, vol. 7, p. 55).

( destacamos )

De outro plano, o Código Civil estabeleceu-se a regra clara de


que aquele que for condenado a reparar um dano, deverá
fazê-lo de sorte que a situação patrimonial e pessoal do
lesado seja recomposta ao estado anterior. Assim, o montante
da indenização não pode ser inferior ao prejuízo. Há de ser integral,
portanto.

CÓDIGO CIVIL

Art. 944 – A indenização mede-se pela extensão do dano.

Nessa esteira de raciocínio, emérito Julgador, cumpri-nos


demonstrar a extensão do dano (e não o dano ).

DANO MORAL

No caso em debate, ficou cabalmente demonstrada a ilicitude do


defeito na prestação do serviço, inclusive com a subtração da parca
aposentadoria do Autor. Ademais, isso dificultou, sobretudo, a
manutenção de sua saúde pela impossibilidade de adquirir seus
remédios. É que a subtração mensal dos valores pelo fraudulento
empréstimo trouxe ao mesmo forte constrangimento, angústia e
humilhação, capazes, por si só, de acarretar dano moral de ordem
subjetiva e objetiva.

Dessa maneira, o nexo causal ficou claríssimo. Logo, evidente está o


dano moral suportado pela Autora, devendo-se tão-somente ser
examinada a questão do quantum indenizatório.

É certo que o problema da quantificação do valor econômico a ser


reposto ao ofendido tem motivado intermináveis polêmicas, debates,
até agora não havendo pacificação a respeito. De qualquer forma,
doutrina e jurisprudência são pacíficas no sentido de que a fixação deve
se dá com prudente arbítrio, para que não haja enriquecimento à custa
do empobrecimento alheio, mas também para que o valor não
seja irrisório.
Ademais, a indenização deve ser aplicada de forma casuística,
supesando-se a proporcionalidade entre a conduta lesiva e o prejuízo
enfrentado pelo ofendido, de forma que, em consonância com o
princípio neminem laedere, inocorra o lucuplemento da vítima quanto
a cominação de pena tão desarrazoada que não coíba o infrator de
novos atos.

Dever-se-á observar, dessa maneira, a partir das condições financeiras


do Autor ( beneficiário do INSS ) e da Ré, instituição financeira de
grande porte, bem como o grau de ilicitude da conduta em estudo.

(2.5.) – RELAÇÃO DE CONSUMO

DEVOLUÇÃO EM DOBRO DO VALOR INDEVIDAMENTE


SACADO

De bordo, os valores indevidamente descontados deverão ser


restituídos de forma dobrada, à luz do que rege o § único do art. 42, do
Código de Defesa do Consumidor.

Nesse sentido:

DANOS MORAIS. LANÇAMENTO E DESCONTO INDEVIDO.


ALEGAÇÃO INEXISTÊNCIA DÉBITO. FATO NEGATIVO.
ÔNUS DA PROVA DO RÉU DANO MORAL COMPROVADO.
FALHA PRESTAÇÃO SERVIÇOS. ARTIGO 14 CDC.
DEVOLUÇÃO EM DOBRO. ARTIGO 42 CDC.

Quando o Autor alega a inexistência de débito, por se tratar da prova


de fato negativo, compete ao Réu, pretenso credor, o ônus da prova
acerca da existência e da legitimidade da dívida. A responsabilidade de
indenizar do banco Apelante decorre do fato do serviço, ou seja;
responde pelos danos relativos a defeitos da prestação do serviço
(artigo 14 CDC), pois a responsabilidade é objetiva. Restando
evidenciado nos autos, que a instituição bancária cobrou
indevidamente valores que não estavam previstos contratualmente,
evidenciada está a má-fé do fornecedor, sendo cabível a restituição em
dobro, nos termos do parágrafo único, do artigo 42 do Código de
Defesa do Consumidor. (TJMG; APCV 1.0097.14.002442-9/001; Rel.
Des. Luiz Carlos Gomes da Mata; Julg. 25/02/2016; DJEMG
04/03/2016)

RECURSO INOMINADO. TURMAS RECURSAIS.

Ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos


materiais e morais. Ação julgada procedente. Falha na prestação de
serviços de telefonia. Consumidor. Pessoa jurídica. Serviços
indispensáveis para a atividade comercial do autor. Prejuízo decorrente
do bloqueio da linha telefônica. Dano moral excepcionalmente
configurado. Devolução em dobro dos valores pagos indevidamente.
Sentença mantida pelos próprios fundamentos. Recurso improvido.
(TJRS; RecCv 0054489-69.2015.8.21.9000; Bento Gonçalves; Quarta
Turma Recursal Cível; Rel. Des. José Ricardo de Bem Sanhudo; Julg.
26/02/2016; DJERS 04/03/2016)

IV – DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Os descontos indevidamente efetivados incidem sobre pensão por


morte, ou seja, verba de caráter alimentar, com valor equivalente a
um salário mínimo, o que, por si só, revela fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação, circunstância esta suficiente para
caracterizar a urgência do provimento.

O art. 84 da lei consumerista autoriza o juiz a conceder a


antecipação de tutela, e mais, “Sendo relevante o fundamento da
demanda” deve o Juiz impor uma multa diária para que não haja por
parte do prestador dúvidas em cumprir imediatamente o designo
judicial:

Art. 84 – Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação


de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.

 1° – A conversão da obrigação em perdas e danos somente será


admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.

 2° – A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da


multa (art. 287 do CPC).

 3° – Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo


justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao
juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia,
citado o réu.

 4° – O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor


multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se
for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo
razoável para o cumprimento do preceito.

 5° – Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado


prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas
necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e
pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade
nociva, além de requisição de força policial.

Não bastasse o comando emanado do Código de Defesa do


Consumidor, O Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a
tutela de urgência quando “probabilidade do direito” e o “perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo”:
Art. 300 – A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

No presente caso estão presentes os requisitos e pressupostos para a


concessão da tutela requerida, existindo prova inequívoca e
verossimilhança das alegações, além de fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação.

O fumus boni iuris caracteriza-se pela juntada de documento,


dotado de fé pública, o qual relata a ocorrência do furto dos
documentos do Autor.

Evidenciado, igualmente, está o periculum in mora, eis que a


demora no resultado desta querela irá onerar financeiramente em
demasia o Autor.

A reversibilidade da medida também é evidente, uma vez que a


requerida, se vencedora na lide, poderá ressarcir-se dos valores
eventualmente tidos por corretos e devidos, quando assim ficar
definido nesta lide, por definitivo.

Desse modo, à guisa de sumariedade de cognição, os elementos


indicativos de ilegalidades contido na prova ora imersa traz à tona
circunstâncias de que o direito muito provavelmente existe.

Acerca do tema do tema em espécie, é do magistério de José Miguel


Garcia Medina as seguintes linhas:

“. . . sob outro ponto de vista, contudo, essa probabilidade é vista como


requisito, no sentido de que a parte deve demonstrar, no mínimo, que o
direito afirmado é provável (e mais se exigirá, no sentido de se
demonstrar que tal direito muito provavelmente existe, quanto menor
for o grau de periculum. “ (MEDINA, José Miguel Garcia. Novo código
de processo civil comentado … – São Paulo: RT, 2015, p. 472)

(itálicos do texto original)

Com esse mesmo enfoque, sustenta Nélson Nery


Júnior, delimitando comparações acerca da “probabilidade de direito”
e o “fumus boni iuris”, esse professa in verbis:

“4. Requisitos para a concessão da tutela de urgência: fumus boni


iuris: Também é preciso que a parte comprove a existência da
plausibilidade do direito por ela afirmado (fumus boni iuris). Assim, a
tutela de urgência visa assegurar a eficácia do processo de
conhecimento ou do processo de execução…” (NERY JÚNIOR,
Nélson. Comentários ao código de processo civil. – São Paulo: RT,
2015, p. 857-858)

(destaques do autor)

Em face dessas circunstâncias jurídicas, faz-se necessária a


concessão da tutela de urgência antecipatória, o que também
sustentamos à luz dos ensinamentos de Tereza Arruda Alvim
Wambier:

“O juízo de plausibilidade ou de probabilidade – que envolvem dose


significativa de subjetividade – ficam, ao nosso ver, num segundo
plano, dependendo do periculum evidenciado. Mesmo em situações
que o magistrado não vislumbre uma maior probabilidade do direito
invocado, dependendo do bem em jogo e da urgência demonstrada
(princípio da proporcionalidade), deverá ser deferida a tutela de
urgência, mesmo que satisfativa. “ (Wambier, Teresa Arruda Alvim …
[et tal]. – São Paulo: RT, 2015, p. 499)
Diante disso, o Autor vem pleitear, sem a oitiva prévia da parte
contrária (CPC, 9° parágrafo único, inc. I e art. 300, § 2º c/c
CDC, art. 84, § 3º), independente de caução (CPC, art. 300, §
1º), tutela de urgência antecipatória no sentido de:

1. a) seja deferida tutela provisória inibitória positiva de


obrigação de fazer (CPC, art. 497 c/c art. 537), no
sentido de determinar a suspensão imediata dos
descontos do empréstimo originário do contrato nº.
x.x.x.x, onde figuram o ora Autor e a Ré, bem como a
devolução imediata de todos os valores descontados a
título de empréstimo, inclusive que se abstenha de
apontar a pretensa dívida em cadastros de
inadimplentes;

20. b) em sendo deferida a tutela ora pleiteada,


requer-se que a Ré seja instada a cumprir a
determinação judicial no prazo máximo de 10(dez) dias,
sob pena incorrer no pagamento de multa diária de R$
500,00(quinhentos reais), até o limite de R$
20.000,00(vinte mil reais) (CPC, art. 297, caput) .

IV – dos pedidos e requerimentos

Em arremate, requer o Autor que Vossa Excelência se digne de tomar


as seguintes providências:

4.1. Requerimentos

1. a) A parte Promovente opta pela realização de


audiência conciliatória (CPC, art. 319, inc. VII), razão
qual requer a citação da Promovida, por carta (CPC, art.
247, caput) para comparecer à audiência designada
para essa finalidade (CPC, art. 334, caput c/c §
5º), antes, porém, avaliando-se o pleito de tutela de
urgência almejada;
1. b) requer, ademais, seja deferida a inversão do ônus da
prova, maiormente quando a hipótese em estudo é
abrangida pelo CDC, bem assim a concessão dos
benefícios da Justiça Gratuita.

4.2. Pedidos

1. a) pede, mais, sejam JULGADOS PROCEDENTES todos


os pedidos formulados nesta demanda, declarando a
ausência de relação jurídica entre Autor e Réu e, por
isso, seja anulado o contrato n°. 0000 e seus efeitos
jurídicos, tornando definitiva a tutela provisória antes
concedida e, além disso:

( i ) solicita que a requerida seja condenada, por definitivo,


para excluir o nome do Autor dos órgãos de restrições;

( ii ) em caso de descumprimento da decisão anterior, pede-


se a imputação ao pagamento de multa diária de R$ 500,00
(quinhentos reais);

( iii ) pleiteia a condenação da Ré, a título de reparação de


danos materiais, a restituir em dobro todos os valores
debitados na conta do Auto, correspondendo à quantia de R$
00.000,00 ( .x.x.x. );

( iv ) pleiteia a condenação da Ré a pagar, a título de


reparação de danos morais, o valor de R$ 00.000,00
( .x.x.x ), resultado da multiplicação de 10 vezes o valor do
contrato ilicitamente celebrado;
( iv ) solicita que seja definida, por sentença, a extensão da
obrigação condenatória, o índice de correção monetária e
seu termo inicial, os juros moratórios e seu prazo inicial
(CPC, art. 491, caput);

Súmula 43 do STJ – Incide correção monetária sobre dívida por ato


ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.

Súmula 54 do STJ – Os juros moratórios fluem a partir do evento


danoso, em caso de responsabilidade extracontratual.

1. b) por fim, seja a Ré condenada em custas e honorários


advocatícios, esses arbitrados em 20%(vinte por cento)
sobre o valor da condenação (CPC, art. 82, § 2º, art. 85
c/c art. 322, § 1º), além de outras eventuais despesas no
processo (CPC, art. 84).

Com a inversão do ônus da prova, face à hipossuficiência técnica do


Autor frente à Requerida (CDC, art. 6º, inciso VIII), protesta e requer a
produção de provas admissíveis à espécie, em especial a oitiva do
representante legal da requerida e de testemunhas, bem como perícia,
se o caso assim o requerer.

Dá-se à causa o valor do total cumulado da pretensão condenatória,


ou seja, a quantia de R$ 00.000,00 ( .x.x.x. ). (CPC, art. 292, inc. V
e VI)

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, 00 de janeiro do ano de 0000.

Fulano(a) de Tal
Advogado(a)

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