Introducao A Harmonia 1
Introducao A Harmonia 1
Introducao A Harmonia 1
Ficha Técnica
Título do Livro:
INTRODUÇÃO À TEORIA MUSICAL
2ª edição | 2021
Autores:
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Capa:
Álvaro Fusco
Realização:
Opus 3 | Ensino Musical
opus3ensinomusical.com.br
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Este livro possui várias figuras, notas, escalas, acordes no pentagrama e muito mais.
Mas peça pra ele tocar alguma coisa para você ouvir. Tenho certeza que nada vai
acontecer. A teoria nos ajuda a compreender e a melhorar a nossa prática. A teoria pela
teoria somente, não adianta muita coisa. Portanto, se não levar o conteúdo abordado
aqui para o seu instrumento, você está desperdiçando tempo.
Fique tranquilo, nós iremos explicar direitinho como fazer tudo isso, mas cabe somente
a você executar o que tratamos aqui.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Sumário
Parte I: Introdução à Teoria Musical ................................................................................ 9
Apresentação ............................................................................................................................. 10
1 - Introdução............................................................................................................................. 11
Tipos de som .......................................................................................................................... 11
Som musical ....................................................................................................................... 11
Ruído ................................................................................................................................... 11
Propriedades do som ............................................................................................................ 11
Duração............................................................................................................................... 11
Intensidade ......................................................................................................................... 11
Altura .................................................................................................................................. 11
Timbre ................................................................................................................................. 11
Elementos da Música ............................................................................................................ 11
Melodia ............................................................................................................................... 12
Harmonia............................................................................................................................ 12
Ritmo ................................................................................................................................... 12
2 - Notas Musicais ..................................................................................................................... 13
Curiosidade - Origem dos nomes das Notas Musicais................................................ 13
Tom e Semitom ...................................................................................................................... 14
Semitom (ou meio tom) .................................................................................................... 14
Tom ..................................................................................................................................... 14
Curiosidade - Temperado X Não Temperado .............................................................. 14
Acidentes e Sinais de Alteração .......................................................................................... 15
Sustenido ............................................................................................................................ 15
Bemol .................................................................................................................................. 15
Dobrado Sustenido ........................................................................................................... 15
Dobrado Bemol .................................................................................................................. 15
Bequadro ............................................................................................................................ 15
3 - Notação Musical................................................................................................................... 17
Partitura .................................................................................................................................. 17
Pauta ou Pentagrama........................................................................................................ 17
Claves .................................................................................................................................. 18
Clave de Sol ........................................................................................................................ 18
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Clave de Fá ......................................................................................................................... 19
Clave de Dó ........................................................................................................................ 19
Curiosidade - Utilização das Claves............................................................................... 20
Curiosidade - Origem das Claves ................................................................................... 20
Figuras de Som e Pausas .................................................................................................. 21
Acidentes e Sinais de Alteração no Pentagrama .......................................................... 23
Fermata ............................................................................................................................... 23
Ponto de Aumento e Ponto de Diminuição................................................................... 24
Legato e Ligadura ............................................................................................................. 24
Cifra ......................................................................................................................................... 24
Curiosidade - Somente a partitura nos diz tudo... ....................................................... 26
4 - Compasso .............................................................................................................................. 27
Tipos de Compasso ............................................................................................................... 27
Compasso Binário ............................................................................................................. 29
Compasso Ternário ........................................................................................................... 29
Compasso Quaternário .................................................................................................... 29
Compassos Simples e Compostos....................................................................................... 30
Compassos Simples .......................................................................................................... 30
Compassos Compostos .................................................................................................... 30
Curiosidade - outra forma de entender o Compasso Composto ............................... 31
Compassos Correspondentes .............................................................................................. 31
Contratempo .......................................................................................................................... 32
Ritmo Inicial - Tético, Anacruse e Acéfalo ........................................................................ 32
Tético ................................................................................................................................... 32
Anacruse ............................................................................................................................. 33
Acéfalo ................................................................................................................................ 33
5 - Símbolos da Notação Musical ............................................................................................ 34
Sinais de repetição................................................................................................................. 34
Símile................................................................................................................................... 34
Ritornello ............................................................................................................................ 34
Chaves de 1ª e 2ª vez ........................................................................................................ 35
Da capo (D.C)..................................................................................................................... 35
Segno / Dal Segno (D.S)................................................................................................... 35
Coda / Al Coda ................................................................................................................. 36
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Parte I
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Apresentação
Nosso objetivo aqui é apresentar aos nossos estudantes as bases fundamentais da
teoria musical com todo conhecimento necessário à formação de um músico consciente
e habilitado a entender como funciona o sistema de notas, leitura e ritmo.
Independente de qual instrumento você toque, este material irá guiar seus primeiros
passos no entendimento de como a música funciona de um modo geral e inicial, de
modo que os conhecimentos adquiridos aqui servirão de base para estudos mais
avançados de harmonia, leituras de partitura e percepção musical.
Portanto, sugerimos que, se você não tem nenhum, ou pouco conhecimento sobre
teoria musical, estude este livro com calma e paciência.
Se você já possui algum conhecimento, porém, não seguiu nenhum método e foi
aprendendo de forma “aleatória”, também sugerimos que estude os tópicos aqui
apresentados para que não tenha nenhuma lacuna em sua formação musical.
Outro ponto importante é que você pode (e deve) estudar este material junto ao seu
instrumento. Por exemplo, se seu instrumento é guitarra, uma boa forma de começar a
tocar seria estudando este conteúdo paralelamente ao seu estudo de guitarra, de modo
que o conhecimento teórico não fique preso apenas às idéias, mas que possa ser visto e
entendido na prática do seu instrumento. Obviamente este exemplo também serve aos
baixistas, violinistas, tecladistas, vocalistas, etc.
Por tratar-se de um assunto tão importante na vida dos músicos e, mais ainda, por ser,
provavelmente, seu primeiro contato com a teoria musical, o conteúdo existente foi
abordado da forma mais didática possível, contendo textos corridos explicativos,
tabelas, figuras, esquemas e boxes de curiosidades para que seu entendimento do
assunto seja pleno.
E para complementar os seus estudos musicais, indicamos que você acesse o nosso
blog no endereço: blog.opus3ensinomusical.com.br.
Nele você encontrará (além de Teoria Musical) dicas de treino, orientações para o seu
estudo, e muitas outras informações úteis, com um conteúdo gratuito, exclusivo e
objetivo.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
1 - Introdução
Você já se perguntou alguma vez o que é Música?
Porém, como músico, é importante que a resposta para esta pergunta seja um pouco
mais aprofundada.
Para entender melhor o que é música, vamos começar aprendendo os tipos de Som e
suas propriedades.
Tipos de som
Som musical
É o resultado de vibrações sonoras regulares e definidas, como piano, violão, sino e
instrumentos de percussão. O som musical pode ser grafado;
Ruído
É o resultado de vibrações sonoras irregulares e indefinidas, como trovão, motor de
carro e turbinas. Diferentemente do som musical, o ruído não pode ser grafado.
Propriedades do som
Duração
É o tempo que determinado som é propagado. Pode ser longo ou curto;
Intensidade
Pode ser forte ou fraca e irá depender da força e da pressão exercida quando o som for
produzido;
Altura
Está relacionada à frequência sonora. Permite-nos classificar se o som é grave ou
agudo;
Timbre
É a qualidade que nos possibilita descobrir de onde o som é produzido. Pode ter
origem de um instrumento musical, do canto dos pássaros, de uma voz humana, de
talheres batendo no prato ou de qualquer outra coisa que possa emitir sons.
Agora que você já entendeu um pouco mais sobre o som, vamos falar sobre os
principais elementos da música.
Elementos da Música
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Melodia
É a combinação de sons sucessivos (um após o outro), como por exemplo, o canto de
um pássaro ou o assobio de uma pessoa.
Harmonia
É a combinação simultânea de sons (tocados ao mesmo tempo), como por exemplo, um
acorde no violão ou várias vozes cantando simultaneamente em um coral.
Ritmo
É a combinação de sons longos, breves e silêncio (pausa), executados sucessivamente.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
2 - Notas Musicais
Fisicamente falando, uma nota musical é o resultado da agitação de moléculas de ar.
Estas vibrações são captadas e processadas pelos nossos ouvidos e interpretados como
som.
O que difere uma nota de outra, é a sua frequência. Entende-se por frequência a
quantidade de ciclos (oscilações) de uma onda sonora dentro de um período de tempo.
As notas mais graves vibram menos vezes (menor frequência), enquanto as notas mais
agudas vibram mais (maior frequência).
O nosso sistema musical é composto por 7 notas naturais que você provavelmente já
ouviu falar:
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Sí
As notas podem ser dispostas de maneira ascendente (iniciam na região grave e partem
para a região aguda), ou descendente (iniciam na região aguda e partem para a região
grave).
É importante ter em mente a diferença entre Nota e Acorde. O acorde, nada mais é, do
que um conjunto de 3 ou mais notas tocadas simultaneamente (se aproxima do
conceito de harmonia).
O nome das notas tem a sua origem na idade média. O famoso dó, ré, mi, fá, sol, lá, si
veio da música coral medieval. Quem foi o responsável foi Guido d’Arezzo, um padre
italiano, que criou o sistema de nomes das notas musicais. Oficialmente o sistema é
chamado de sistema de solmização. Ele funciona da seguinte maneira: as seis sílabas
foram tiradas das primeiras seis frases do texto de um hino a São João Batista. Confira:
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Ut queant laxis,
Resonare fibris,
Mira gestorum,
Famuli tuorum,
Solve polluti,
Labii reatum.
Cada frase em latim era cantada um grau acima na escala musical. A tradução das
frases é a seguinte: “Para que os teus servos possam cantar as maravilhas dos teus
actos admiráveis, absolve as faltas dos seus lábios impuros”.
Ut foi substituído por dó por Giovanni Battista Doni. Ele achava a sílaba incômoda
para o chamado “solfejo”. Além disso, ele adicionou a sílaba si, como abreviação de
“Sante Iohannes” (“São João”). A sílaba sol chegou a ser diminuída para “só”, para
deixar todas as sílabas padronizadas para terminar em uma vogal.
Fonte: http://www.ultracurioso.com.br/qual-a-origem-do-nome-das-notas-musicais/
Tom e Semitom
As notas musicais possuem distâncias sonoras entre elas. A estas distâncias, damos o
nome de Intervalo. Os intervalos são formados pela combinação de Tons e Semitons.
Tom
Corresponde ao dobro de um semitom.
Obs.: Por ser um tópico bastante amplo, trataremos sobre os intervalos mais a frente.
Cada instrumento tem sua maneira característica de produzir as notas musicais. Com
isso, podemos classificar os instrumentos como Temperados e Não Temperados.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Sustenido
Bemol
Dobrado Sustenido
Dobrado Bemol
Bequadro
Sendo assim, vamos utilizar o teclado para entender a disposição das notas musicais:
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Como você pode notar, as teclas brancas correspondem às notas naturais e as teclas
pretas correspondem aos acidentes.
Analisando as teclas pretas, podemos perceber que cada uma destas notas recebe dois
nomes diferentes, contudo, possuem o mesmo som, como por exemplo, Ré#/Mi♭ ou
Sol#/Lá♭. A isto, damos o nome de Enarmonia.
Note também que não há acidentes entre as notas Sí/Dó e Mi/Fá, ou seja, cada um
destes intervalos é separado por um semitom.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
3 - Notação Musical
Podemos definir Notação Musical como o sistema de representação gráfica da música
que ouvimos.
Neste tópico falaremos também sobre os Símbolos da Notação Musical, que nos
orientam na execução das peças musicais.
Partitura
A Partitura é a forma oficial de Notação Musical. Através dela, todos os elementos da
música - Melodia, Harmonia e Ritmo - podem ser representados, possibilitando que o
músico execute qualquer peça musical, mesmo que nunca a tenha escutado antes.
Pauta ou Pentagrama
É a região onde são escritas as notas na partitura. Ela é composta por 5 linhas
horizontais e paralelas.
Como você pode perceber na imagem acima, existem 4 espaços entre as linhas. Estes
também serão utilizados para a leitura. A contagem das linhas e dos espaços acontece
de baixo para cima.
A figura a seguir mostra como as notas são representadas. De acordo com a sua
posição no pentagrama, elas serão mais graves ou mais agudas.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Claves
Ao utilizarmos somente o pentagrama nós temos uma representação relativa das notas,
ou seja, sabemos que um som é mais agudo do que outro, sem, contudo, definirmos as
notas. Para descobrirmos as notas musicais na pauta, devemos definir pelo menos uma
delas através das Claves, para, então, completarmos as outras seguindo a sequência:
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si.
Temos atualmente três tipos de Claves: Clave de Sol; Clave de Fá; Clave de Dó.
Clave de Sol
Define o lugar da nota sol na segunda linha.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Clave de Fá
Define o lugar da nota fá na quarta linha.
Clave de Dó
Define o lugar da nota dó na quarta ou na terceira linha.
Para se estabelecer a relação entre duas claves é necessário utilizar o Dó Central, que é
uma nota localizada nas duas claves.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
A clave de Dó foi criada para representar vozes humanas em corais. Porém ela passou
a ser bem menos utilizada após a criação das claves de Sol e de Fá.
As claves derivam das letras maiúsculas que eram indicações das linhas nas pautas
primitivas. O desenho da clave de sol origina-se na letra G, o da clave de fá na letra F e
o da clave de dó na letra C. O desenho das claves é uma deformação histórica das letras
acima.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Quando a figura está localizada na parte inferior da pauta (até a terceira linha), sua
haste é posicionada para cima. Já quando a figura está localizada na parte superior da
pauta (a partir da terceira linha), sua haste é posicionada para baixo. Quando a figura
está localizada na terceira linha, a haste pode ser posicionada para cima ou para baixo.
“Em música existem sons longos e sons breves. Há também momentos quando se interrompe a
emissão do som: os silêncios. (...) A duração é a maior ou menor quantidade de um som. A
relação entre durações do sons define o ritmo.”
Há figuras que representam a duração dos sons, assim como existem figuras que
representam a duração dos silêncios (pausas). As figuras que indicam a duração dos
sons também são chamadas de Valores Positivos, enquanto as que indicam a duração
das pausas são chamadas de Valores Negativos. Os valores indicam uma relação
proporcional entre cada figura.
Temos sete figuras de som e de pausas. Para cada figura de som existe uma Pausa
correspondente.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
As colcheias, semicolcheias, fusas e semifusas podem ser unidas pela Barra de Ligação.
Isto acontece quando há uma sucessão destas figuras de som no pentagrama. Veja a
seguir alguns exemplos:
É importante ter em mente qual é a relação proporcional entre cada uma das figuras de
som e de pausa.
Podemos observar que a Semibreve é a figura que possui o maior valor de tempo em
relação às outras figuras. Ela corresponde à duas Mínimas.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Fermata
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Ponto de Diminuição
Também conhecido como Staccato (traduzido como destacado), é um ponto colocado
acima ou abaixo da nota. Tem a função de indicar que a nota deve ser “destacada” das
demais, tendo assim, uma curta duração.
Legato e Ligadura
Legato
Traduzido para a língua portuguesa como ligado, indica que as notas devem ser
tocadas sucessivamente, sem interrupções entre elas, transmitindo a sensação de um
som contínuo.
Ligadura
É uma linha curva posicionada acima ou a seguir das notas que tem a função de indicar
o Legato.
Cifra
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
As cifras são códigos que representam os acordes que compõem a harmonia da música.
Tais códigos são as 7 primeiras letras do nosso alfabeto que correspondem aos 7
acordes naturais.
A Cifra (letra) ‘A’ corresponde a nota Lá. Sendo assim a letra seguinte ‘B’ corresponde
a nota seguinte - Si. A letra ‘C’ corresponde à nota Dó e assim por diante… Veja na
figura a seguir um esquema representando as Cifras e suas Notas Correspondentes:
Lá = A
Sí = B
Dó = C
Ré = D
Mí = E
Fá = F
Sol = G
Caso o acorde que pretendemos representar seja um acorde sustenido ou bemol
devemos adicionar o símbolo correspondente a esses acidentes ao lado direito da letra:
A - Lá maior
Am - Lá menor
A7 - Lá com Sétima
Note que os acordes maiores são representados apenas pela própria cifra, não havendo
necessidade de adicionar outros símbolos ou letras.
Obs.: O assunto ‘Formação de acordes’ será tratado mais adiante em nosso curso na apostila de
Harmonia.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Para tocar músicas utilizando a Tablatura ou qualquer tipo de Cifra, o músico precisa
necessariamente conhecer a música em questão. Isto acontece pois, como estas formas
de notação musical não indicam o tempo das notas, ele precisa ter em mente a duração
exata de cada nota ou acorde indicados.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
4 - Compasso
Ao ouvir uma música, muitas vezes, mesmo que inconscientemente, marcamos o ritmo
dela ao bater os pés. Nesta marcação, as batidas ocorrem em intervalos regulares de
tempo. Ao agruparmos essas batidas em blocos iguais, temos o Compasso.
Sendo assim, por definição, compasso é a divisão da música em trechos menores, que
se repetem de forma padronizada.
A divisão dos compassos é feita através de uma linha vertical. Esta linha é chamada de
Barra de Compasso ou Travessão.
Tipos de Compasso
Os tipos de compasso são representados pela Fórmula de Compasso, que é escrita em
forma de fração no início de cada música.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Existem diversos tipos de compasso, que são definidos a partir do número de tempos
(batidas ou pulsações) que eles possuem.
● Quando temos 1 tempo forte seguido de outro tempo fraco (totalizando dois
tempos) dizemos que o compasso é Binário;
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Compasso Binário
Possui 2 tempos, sendo o primeiro o tempo forte e o segundo, o tempo fraco. Ele pode
ser representado pelas frações:
O compasso binário 2/2 também pode ser representado pelo seguinte símbolo:
Compasso Ternário
Possui 3 tempos, sendo o primeiro o tempo forte e o segundo e terceiro tempos fracos.
Ele pode ser representado pelas frações:
Compasso Quaternário
Possui 4 tempos, sendo o primeiro o tempo forte, o segundo tempo fraco, o terceiro
tempo meio forte e o quarto tempo fraco. Ele pode ser representado pelas frações:
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
O compasso quaternário 4/4 também pode ser representado pelo seguinte símbolo:
Repare que a U.T. de cada compasso simples é formada a partir da soma de duas
figuras com valores iguais.
Compassos Compostos
Nos Compassos Compostos a unidade de tempo é uma figura pontuada divisível por
3:
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Repare que a U.T. de cada compasso composto é formada a partir da soma de três
figuras com valores iguais.
Para compreender melhor, podemos pensar que a pulsação deste compasso será
formada pelo agrupamento de 3 figuras de tempo representadas pelo denominador
(U.T.).
Compassos Correspondentes
Cada compasso simples tem um compasso composto correspondente e vice-versa. Vale
lembrar que o compasso composto terá sua Unidade de Tempo (U.T) pontuada.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Contratempo
Cada tempo musical pode ser dividido em partes de tempo que se alternam entre
partes fortes e fracas. O contratempo acontece quando as notas são executadas nos
tempos fracos ou nas partes fracas dos tempos do compasso. Desta maneira, os tempos
fortes ou as partes fortes dos tempos serão preenchidas por pausas.
Obs.: Para facilitar na contagem dos tempos, podemos “chamar” os contratempos de “e”. Desta
maneira, em um compasso binário, por exemplo, contaremos os tempos e contratempos da
seguinte maneira: 1, e, 2, e, 1, e, 2, e, 1, e…
O mesmo raciocínio se estende para todos os outros tipos de compasso.
Tético
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Anacruse
Acontece quando o primeiro compasso não é totalmente preenchido. As pausas não
são utilizadas antes da anacruse:
Acéfalo
Existe quando o início se dá em um tempo fraco ou em uma parte fraca de tempo.
Neste caso, o primeiro compasso se inicia com uma pausa. Para um ritmo ser
considerado acéfalo, suas primeiras notas devem ocupar mais da metade de um
compasso binário ou quaternário, ou mais de dois terços de um compasso ternário:
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Sinais de repetição
Os sinais de repetição têm a função de indicar trechos da música que se repetem para
evitar a repetição da grafia de notas e compassos. Dentro os sinais de repetição, temos:
Símile
Pode vir de duas maneiras diferentes:
1) Utilizado para indicar que o mesmo compasso se repete por uma ou mais
vezes.
Veja o exemplo:
Veja o exemplo:
Ritornello
Utilizado para indicar a repetição de um trecho musical, composto de três compassos
ou mais. O Ritornello irá aparecer duas vezes para indicar o trecho a ser repetido:
1) Primeiro, ele irá aparecer apontado para o lado direito, indicando o início do
trecho que deve ser repetido.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
2) Depois, ele irá aparecer apontado para o lado esquerdo, indicando o final do
trecho que deve ser repetido.
Chaves de 1ª e 2ª vez
Em alguns casos nós temos um trecho musical que se repete, porém, a parte final do
trecho não termina da mesma maneira. Nesses casos utilizamos os sinais 1ª vez e 2ª vez
para indicar que a repetição do trecho musical irá ocorrer até o compasso anterior à
marcação da 1ª vez, pulando para o sinal onde está marcado 2ª vez.
Sinal de 1ª vez.
Sinal de 2ª vez.
Da capo (D.C)
É utilizado para indicar a repetição de um trecho musical desde o início da música.
Quando o Da Capo (D.C) aparecer, significa que você deve voltar a tocar desde o início
da partitura.
Obs.: O sinal Fine determina o fim da música. Quando ele aparecer junto com o D.C, iremos
executar a repetição do trecho, e terminaremos a música no Fine.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Utiliza-se o Segno para indicar repetição de um trecho musical que não seja a partir do
início da música. No início da repetição, deverá aparecer o símbolo do Segno. O final
do trecho a ser repetido, deve ser indicado com o nome Dal Segno, ou sua abreviação,
D.S.
Coda / Al Coda
Estes sinais são utilizados de forma combinada ao Dal Segno ou Da Capo. Eles
aparecem quando a música se repete a partir de um trecho, porém, ela não repete o
trecho inteiro e pula para uma outra parte com notações diferentes.
Neste caso, o Segno vem indicado como D.S. al Coda e o Da Capo vem indicado como
D.C. al Coda.
Sendo assim, você deve iniciar a repetição a partir do sinal do Segno, continuar a tocar
até a primeira indicação da Coda, pular para a segunda Coda e seguir em diante.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Andamento (Agógica)
A palavra agógica foi utilizada pela primeira vez em um contexto musical em alemão
(agogik) e tem origem no grego, com significado de ‘guia’, ou ‘condutor’.
Na música esse termo se refere ao andamento, ou seja, a velocidade em que uma peça
musical deve ser executada e também às suas variações ao longo da peça. Essa
velocidade é medida em BPMs (Batidas por minuto). Geralmente esse andamento é
indicado na partitura acima da pauta, perto da armadura de clave e da fórmula de
compasso.
O Andamento da música também pode vir indicado por uma figura rítmica seguida de
um sinal de igual e um número. Neste caso, a figura rítmica indica a U.T. do compasso
e o número indica a quantidade de Batidas por Minuto (BPM) da música.
Andante 63 - 72
Andantino 69–80
Médio Sostenuto 76–84
Moderato 88–92
Allegretto 104–108
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Animato 120
Allegro 132
Rápido Vivace 160
Presto 184
Temos também na notação musical, alguns termos que indicam uma alteração no
andamento durante a execução da música:
Curiosidade - O Metrônomo
Quando um músico está preocupado com a parte técnica da execução, muitas vezes
não consegue manter a constância das pulsações, ou seja, os tempos que interpreta não
são iguais, nessa hora o metrônomo ajuda o estudante a manter a concentração e seguir
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Fontes:
http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20041/Elizeu/metronomo.htm
http://www.portalmusica.com.br/a-importancia-do-metronomo/
Dinâmica
A palavra dinâmica possui origem no termo grego dynamos e significa ‘força’. Na
música a dinâmica se refere a intensidade em que um som é emitido.
As variações de dinâmica que ocorrem em uma música são fundamentais para que
diferentes sensações sejam produzidas/sentidas. As progressões harmônicas e as
sequências melódicas junto a dinâmica nos ajudam a dar a música alguns significados
e sensações, como de alegria, tristeza, tensão, melancolia, suspense, etc.
Na notação musical existem alguns termos (de origem italiana) que nos indicam qual a
intensidade foi desejada na hora da composição. Veremos eles e suas abreviações,
partindo dos símbolos que indicam as dinâmicas mais baixas até as dinâmicas mais
altas, são eles:
Pianissimo – pp
Possui abreviação ‘pp’ e significa “Suavíssimo”, logo, o trecho deve ser tocado de
forma bem suave, porém, mais alta que no ‘ppp’. O som ainda é um som baixo.
Piano - p
Possui abreviação ‘p’ e significa “Suave”. Esta abreviação faz referência ao som natural
do piano.
Mezzo Piano – mp
Possui abreviação ‘mp’ e significa “Meio Suave”, indicando um primeiro aumento de
intensidade em relação ao som natural do piano.
Mezzo Forte – mf
Possui abreviação ‘mf’ e significa “Meio Forte”, sendo mais intenso que o anterior,
onde o som já se torna mais “pesado” devido a maior força aplicada ao toque no
instrumento.
Forte – f
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Fortissimo – ff
Possui abreviação ‘ff’ e significa “Fortíssimo”. Ele é mais forte que o próprio forte,
Existem também os símbolos que indicam uma variação gradual de intensidade a ser
aplicada nas notas, são eles:
Crescendo (cresc)
Indica que o volume vai
aumentando de forma gradual.
Diminuendo (dim)
Indica que o volume vai caindo
de forma gradual.
Sforzando
Indica um crescimento súbito
de intensidade de uma nota
para outra.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Parte II
Introdução à Harmonia
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Apresentação
Se você já chegou até aqui, quer dizer que já domina importantes conceitos da música
que são a base para que possa mergulhar de cabeça no universo musical. Parabéns! O
primeiro passo já foi dado. E uma vez que seu estudo está em movimento, a tendência
é que ele se mantenha assim. Portanto, aqui você irá continuar na sua caminhada e terá
uma noção do quão grande é o universo musical e como as possibilidades são
inúmeras.
Pense na harmonia como uma casa pronta, mas sempre podendo ser alterada e
remodelada. Sabemos que as etapas iniciais na construção de uma casa são muito
importantes e que não pode haver falhas ou erros estruturais, senão, a casa pode cair,
certo?! Tudo o que veremos aqui será como uma preparação do terreno, a fundação da
nossa casa para que possamos construí-la de forma segura, consciente e sem erros
estruturais. Depois que estiver com toda sua base pronta e segura, podemos decorá-la e
redecorá-la de várias maneiras. Deixaremos esta parte para a harmonia, de fato. Nos
preocuparemos nesta obra com a nossa base, nossa sustentação.
O conteúdo existente foi abordado da forma mais didática possível, contendo textos
corridos explicativos, tabelas, figuras, boxes de curiosidades, esquemas e exercícios
para que seu entendimento do assunto seja pleno. Faça os exercícios em um caderno
com folha pautada (com o pentagrama) quantas vezes forem necessárias. Não avance
com dúvidas, pois se trata de um estudo amplamente conectado e progressivo.
Qualquer lacuna pode ser prejudicial ao entendimento de um novo assunto. Além dos
exercícios você encontrará, ao final de cada capítulo, questões de revisão para melhor
fixação do conteúdo.
Por fim, para auxiliar a sua evolução na Teoria Musical, indicamos que você acesse o
nosso blog no endereço: blog.opus3ensinomusical.com.br.
Nele você encontrará (além de Teoria Musical) dicas de treino, orientações para o seu
estudo, e muitas outras informações úteis, com um conteúdo gratuito, exclusivo e
objetivo.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
6 - Escala Maior
Iniciaremos o conteúdo deste livro pela Escala Maior.
Ressaltamos que, para uma compreensão plena deste assunto, é necessário que você
tenha conhecimento sobre os Tons e Semitons, e saiba como eles são aplicados no seu
instrumento.
As Escalas Musicais podem ter diversas utilizações. Por isso elas são tão importantes
para o músico. Com elas, podemos criar solos, melodias de voz, pegar músicas de
ouvido e etc…
Podemos entender a Escala Musical como uma “família” de notas. Estas notas se
sucedem consecutivamente de maneira ascendente (do mais grave para o mais agudo)
ou descendente (do mais agudo para o mais grave).
Basicamente, o que diferencia uma escala de outra é a disposição de seus intervalos, que
normalmente são compreendidos dentro de uma oitava.
Escalas Diatônicas
Também conhecida como Escala Natural, a Escala Diatônica é composta por sete notas
musicais. Este tipo de escala é formada por intervalos de tons e semitons.
Para entender melhor como se comportam estas escalas, vamos falar primeiro sobre os
Graus.
Graus
As notas que formam a escala são chamadas de Graus. Cada nota da escala
corresponde a um grau. Os graus são enumerados e indicados por algarismos
romanos. A primeira nota equivale ao Grau I; a segunda nota equivale ao Grau II; a
terceira nota, ao Grau III e assim por diante.
Depois do Grau VII, teremos o Grau VIII, equivalente à oitava nota da escala, que é a
mesma nota do Grau I.
Cada grau recebe um nome, de acordo com sua função dentro da escala.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Escala Maior
A Escala Maior é formada pelos seguintes intervalos:
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
T - T - ST - T - T - T - ST
Obs.: T = Tom ST = Semitom
Podemos pensar nesta ordenação de tons e semitons como um padrão. Sendo assim,
somos capazes de encontrar todas as escalas maiores utilizando esta estrutura de
intervalos.
Repare que iniciamos com nota Dó (que é o primeiro grau da escala) e seguimos a
estrutura de intervalos da escala maior. Com isso, formamos a escala de Dó Maior.
Uma característica marcante da escala de Dó Maior é a ausência de acidentes
(Sustenidos ou Bemóis).
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
* Importante: Devemos nos atentar às escalas sinalizadas na tabela anterior. Nestas escalas,
podemos perceber alguns acidentes “incomuns”, como ,♭♭, E#, B#, C♭ e F♭. Nestes
casos, é preferível que você utilize a escala enarmônica equivalente (sem os acidentes
“incomuns”). Desta forma, é possível encontrar os acidentes de cada escala com mais facilidade.
Na prática, as escalas enarmônicas são compostas pelas mesmas notas. Porém, na teoria, a
maneira de escrevê-las, é bem diferente.
Exercício
Ex.:
Escala Cromática
A escala cromática engloba todas as 12 notas existentes no nosso sistema tonal. Neste
tipo de escala, todos os intervalos são de semitons.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Cromatismo
Quando executamos uma sequência de notas separadas por intervalos consecutivos de
semitons, temos o Cromatismo.
Exercício
Revisando
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Os ciclos (ou círculos) das quintas e das quartas são muito úteis para nos ajudar a
formar as escalas maiores e menores. Estes ciclos são sucessões de notas musicais
separadas por intervalos regulares.
Para originar o ciclo das quintas, utilizaremos o quinto grau da escala maior (V). Já na
formação do ciclo das quartas, utilizaremos o quarto grau da escala maior (IV).
Para formá-lo, podemos iniciar com a nota Dó, por exemplo. A partir dela, iremos
inserir seu quinto grau, que é a nota Sol. Depois, inserimos o quinto grau de Sol, que é
o Ré. Continuamos com o raciocínio até chegar ao Dó novamente, onde o ciclo se
reinicia. Utilizando este raciocínio, iremos obter a seguinte sequência de notas:
Outra diferença é que no ciclo das quartas, utilizaremos bemóis para sinalizar os
acidentes.
Sendo assim, se iniciarmos com a nota Dó, sua próxima nota será o Fá, que é seu quarto
grau. Depois, teremos o Si♭, que é o quarto grau de Fá. Seguindo esta linha de
raciocínio até chegar ao Dó novamente, teremos as seguintes notas no ciclo das quartas:
Utilizando os Ciclos
Antes de utilizar os ciclos, é interessante compreendermos que um ciclo é exatamente o
inverso do outro. É isso mesmo! Repare na imagem a seguir que, se analisarmos as
escalas no sentido horário (área externa do círculo), teremos o ciclo das quintas,
enquanto ao analisarmos no sentido anti-horário (área interna do círculo), teremos o
ciclo das quartas:
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Repare também que as escalas estão organizadas de uma maneira que podemos
perceber claramente como os tons relativos se comportam nos ciclos.
Agora, seguindo o ciclo das quintas, iremos montar a escala maior de Sol, que é o
quinto grau de Dó Maior. Para obtermos a escala de Sol Maior, utilizaremos as notas
da escala de Dó Maior, porém, iniciaremos com a nota Sol, que é o primeiro grau da
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
escala que queremos obter. Para finalizar, basta acrescentarmos um # no sétimo grau.
Temos então, a escala de Sol Maior:
Vamos repetir o procedimento para encontrar a escala maior de Ré, que é o quinto grau
de Sol Maior. Sendo assim, utilizaremos as notas da escala de Sol Maior, porém,
iniciaremos com a nota Ré, que será o primeiro grau da escala que queremos. Após
isso, adicionaremos um # no sétimo grau. Com isso, temos a escala de Ré Maior:
Continuando este processo, podemos encontrar todas as escalas maiores e suas escalas
relativas menores, utilizando o ciclo das quintas. Veja a tabela a seguir:
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Agora iremos montar a escala de maior de Fá, que é o quarto grau de Dó Maior.
Utilizaremos as notas da escala de Dó Maior, porém, iniciaremos com a nota Fá, que é
o primeiro grau da escala que estamos montando. Devemos acrescentar um ♭ no
quarto grau. Temos então, a escala de Fá Maior:
Mantendo o raciocínio, montaremos agora a escala maior de Si♭, que é o quarto grau
da escala de Fá Maior. Vamos utilizar as notas da escala de Fá Maior, mas iniciaremos
com a nota Si♭, que o primeiro grau da escala que queremos. Adicionamos um ♭ no
quarto grau e teremos então, a escala de Si♭ Maior:
Observando a tabela acima, percebemos que, assim como no ciclo das quintas, ao
montarmos as escalas utilizando o ciclo das quartas, a escala seguinte sempre terá um
acidente a mais que a escala anterior: Fá Maior tem um acidente. B♭ Maior (que é o
quarto grau de Fá Maior) tem dois acidentes. E♭ Maior (que é o quarto grau de B♭
Maior) tem Três acidentes e assim por diante...
Armadura de Clave
Armadura de Clave é o nome do conjunto de acidentes que se encontram ao lado da
clave do pentagrama. Ela tem a função de indicar as notas que devem ser executadas
um semitom acima ou abaixo do seu valor natural:
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Vale ressaltar que uma armadura é composta somente por sustenidos ou somente por
bemóis. Não há sustenidos e bemóis em uma mesma armadura.
As notas dispostas no pentagrama seguirão a ordem dos ciclos das quintas (quando
houver sustenidos) ou do ciclo das quartas (quando houver bemóis). Para entender
melhor esta disposição das notas, vamos iniciar com a armadura de clave de Dó Maior.
Ao lembrar da escala de Dó Maior, percebemos que ela não possui nenhum acidente
em sua formação (sustenido ou bemol). Podemos concluir então que, quando não há
acidentes na armadura de clave, o tom da música é Dó Maior.
Ao montar a escala de Sol Maior, percebemos que ela só tem um acidente, que é o Fá#.
Com isso, sua armadura também só terá o Fá# como acidente.
Montando esta escala, notamos que temos dois acidentes: o Fá# e o Dó#. Estes
acidentes estão presentes na armadura de clave de Ré Maior.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Utilizaremos então, o ciclo das quartas para descobrir as armaduras de clave com
alterações em bemol e seus tons.
Para isto, iremos iniciar com Fá Maior, que só tem um acidente em sua formação, que é
o Si♭.
Depois, utilizaremos a escala de Si♭, que tem dois acidentes em sua formação. São eles
o Si♭ e o Mi♭.
Vamos continuar com este raciocínio até obtermos a armadura de clave com os sete
bemóis.
Note que os acidentes se sucedem seguindo uma ordem nas armaduras de cada tom.
Para os tons compostos por sustenidos, os acidentes aparecem seguindo o ciclo das
quintas (F, C, G, D, A, E, B).
Nos tons compostos por bemóis, os acidentes aparecem seguindo o ciclo das quartas
(B, E, A, D, G, C, F).
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
A princípio, estas dicas podem parecer um pouco confusas. Mas se você começar a
aplicá-las, irá perceber que são bem simples práticas.
Exercício
Praticando no Instrumento
Toque as escalas em todos os 12 tons no seu instrumento. Observe que elas também
apresentam padrões visuais. Pratique também dizendo (sem cantar) o nome de cada
nota. Este treino, em particular, ajuda tanto a memorizar as notas pertencentes à cada
escala, como também fortalece seu reconhecimento da localização das notas no
instrumento.
Treinando o Ouvido
Toque e cante (ao mesmo tempo para poder se afinar) a escala maior de Dó, nota por
nota (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó), e perceba a sonoridade dessa escala. Repare que
ao fazer isso em qualquer outro tom, a sonoridade da escala é a mesma, mudando
apenas a altura das notas. A escala maior possui um padrão de intervalos, que foi visto
neste capítulo, logo, esse padrão também será verificado no som dela.
Curiosidade – Dó Móvel
Para treinar seu ouvido, você pode utilizar o conceito de Dó móvel.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Para isso, você deve cantar as notas pensando nos graus da escala.
Independente do tom que você estiver sempre cante o primeiro grau com o
nome de Dó. O segundo grau com o nome de Ré, e assim por diante.
Ao cantar a escala de Mi, você substitui as notas (graus) dela pelos nomes Dó,
Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si. Ou seja, ao invés de solfejar (ato de cantar) com o nome
das notas da escala de Mi, você vai solfejar com os nomes das notas da escala de
Dó, porém, com o som da escala maior de Mi. No fundo, você está tocando e
cantando a escala de Mi, contudo, o solfejo das notas, fica mais fácil utilizando a
escala de Dó como referência. Este conceito de Dó móvel é ótimo para você
perceber como as escalas soam da mesma maneira, independente da tom que
você a toque/cante.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Graus Tonais
Os Graus Tonais são responsáveis por determinar o tom da escala. Eles são intervalos
Justos.
Graus Modais
Graus Modais têm a função de determinar o modo da escala, ou seja, se ela será uma
escala maior ou menor.
Os Graus Modais são o III, VI e o VII. Se compararmos duas escalas com a mesma
tônica, estes graus irão diferenciar a escala maior da menor.
Escala Menor
Após entender como se comportam os graus e intervalos na Escala Maior, aprender a
Escala Menor se torna muito mais fácil.
T - ST - T - T - ST - T - T
Vamos ver a seguir como se comporta escala de Dó menor:
Repare que o III, VI e VII graus sofreram alterações em relação à escala de Dó Maior.
Isto irá ocorrer com a formação de todas as outras escalas menores.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Note que os graus III, VI e VII sofreram uma redução de meio tom em relação à escala
de Sol Maior.
* Importante: É fundamental reparar que apesar de o sétimo grau ser um Fá natural, ele
também foi “bemolizado” e está meio tom abaixo em relação ao sétimo grau da escala de Sol
Maior, que é um Fá#. Com isso, entendemos que os graus modais menores estarão meio tom
abaixo em relação aos seus graus da escala maior correspondente, mas isto não significa que eles
serão sempre notas com acidentes.
* Importante: Assim como nas escalas maiores, devemos nos atentar às escalas menores
sinalizadas na tabela anterior. No caso das escalas que contém em sua formação os acidentes
“incomuns”, ( ,♭♭, E#, B#, C♭ e F♭). É preferível que você utilize a escala enarmônica
equivalente.
Exercício
Ex.:
Escalas Relativas
Escalas Relativas são duas escalas (uma maior e uma menor) que possuem as mesmas
notas entre si.
Cada escala maior tem a sua escala relativa menor e vice versa.
O primeiro passo para encontrar uma escala relativa, é definir se vamos partir da
escala maior ou da menor.
• Partindo da escala maior - O sexto grau de uma escala maior será a tônica
de sua escala relativa menor;
Vamos identificar agora a escala relativa de Dó Maior, localizando o seu sexto grau:
Vimos acima que a nota Lá corresponde ao sexto grau da escala de Dó Maior. Sendo
assim, podemos concluir que Lá Menor é o tom relativo (ou escala relativa) de Dó
Maior.
Para ter certeza disso, vamos fazer o processo inverso, formando a escala de Lá menor
e encontrando o seu terceiro grau:
- 58 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Obs.: Se duas escalas são relativas, seus tons também serão relativos. Portanto, os tons de Dó
Maior e Lá Menor também são relativos.
Escala Escala
Maior Menor
F Dm
C Am
G Em
D Bm
A F#m
E C#m
B G#m
B♭ Gm
E♭ Cm
A♭ Fm
D♭ B♭m
G♭ E♭m
Exercício
Revisando
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
8 - Intervalos
Se você já ouviu falar que os intervalos são importantes para os estudos da música,
você ouviu uma grande verdade.
Contudo, iremos partir do pressuposto que você não ouviu o suficiente. Os intervalos
são a base de tudo! São imprescindíveis!
Eles aparecem em todos os assuntos que você irá estudar aqui e em vários outros. Para
aprendermos bem harmonia, precisamos ter um conhecimento profundo sobre os
Intervalos. É baseado neles que as escalas se constroem, e também como os acordes se
formam, se caracterizando como maiores, menores, com sétima, diminutos e etc…
Temos que ter em mente que um intervalo alterado, mesmo que seja em somente um
semitom, pode alterar completamente a idéia harmônica e melódica de um trecho
musical. Por isso, é importante conhecer bem os intervalos e saber executá-los no seu
instrumento.
Definição
Musicalmente falando, um intervalo é a distância entre duas notas.
Formas de Intervalo
As formas de intervalo serão determinadas de acordo com a maneira de como eles são
executados. Em relação à forma, os intervalos podem ser:
• Simples ou Compostos;
• Melódicos ou Harmônicos.
Simples ou Composto
Simples
Suas notas estão dentro de uma oitava.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Composto
Suas notas estão em oitavas diferentes.
Exercício
Ex.:
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Melódico ou Harmônico
Melódico
Suas notas são tocadas em tempos diferentes, uma após a outra. Os intervalos
melódicos podem ser:
Harmônico
Suas notas são executadas simultaneamente.
Exercício
Ex.:
- 62 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Quantitativa
Como a própria palavra sugere, a classificação quantitativa é determinada pela
quantidade de notas entre os intervalos.
Para entender, vamos tomar como exemplo o intervalo de Ré e Lá. Devemos contar
quantas notas existem neste intervalo, incluindo o Ré e o Lá. Assim, teremos Ré, Mi, Fá,
Sol e Lá. Podemos perceber que são cinco notas. Com isso, temos um intervalo de
Quinta.
Veremos agora outro exemplo: o intervalo de Fá e Si. Temos as notas Fá, Sol, Lá e Sí.
São quatro notas. Sendo assim, temos um intervalo de Quarta.
Qualitativa
A classificação qualitativa será determinada pela quantidade de tons e semitons
existentes no intervalo.
Tipos de Intervalo
Conheceremos agora os tipos de intervalo. Eles são definidos de acordo com a
classificação Quantitativa (segunda, quarta, etc..) e Qualitativa (maior, menor,
aumentado…).
Intervalos Maiores
• 2M (Segunda Maior) - um tom;
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Intervalos Menores
• 2m (Segunda menor) - um semitom;
Intervalos Justos
• 1J (Primeira Justa ou Uníssono) - nenhum tom. São dois sons com a
mesma altura;
Intervalos Aumentados
• 4AUM (Quarta Aumentada) - três tons;
Intervalos Diminutos
• 4DIM (Quarta Diminuta) - um tom + dois semitons;
Obs.: Para facilitar o cálculo dos intervalos Aumentados e Diminutos, podemos pensar que os
Aumentados estão localizados um semitom acima dos Justos. Já os diminutos, estão localizados
um semitom abaixo dos Justos.
* Colocamos também aqui a sétima diminuta, pois se trata de um intervalo muito comum e está
presente nas tétrades diminutas, assunto que será visto mais à frente. Neste intervalo, a sétima
diminuta está localizada um semitom abaixo da sétima menor. A sétima diminuta é enarmônica
da sexta maior.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Agora tente formar a oitava de Dó contando cinco tons + dois semitons. Viu que
deu certo? Você vai encontrar o próprio Dó.
Intervalo Distância
Primeira Justa nenhum tom
Segunda menor 1/2 tom
Segunda Maior 1 tom
Terça menor 1 tom + um 1/2 tom
Terça Maior 2 tons
Quarta Diminuta 1 tom + 2 semitons
Quarta Justa 2 tons + 1/2 tom
Quarta Aumentada 3 tons
Quinta Diminuta 2 tons + 2 semitons
Quinta Justa 3 tons + 1/2 tom
Quinta Aumentada 4 tons
Sexta menor 3 tons + 2 semitons
Sexta Maior 4 tons + 1/2 tom
Sétima Diminuta 3 tons + 3 semitons
Sétima menor 4 tons + 2 semitons
Sétima Maior 5 tons + 1/2 tom
Oitava Justa 5 tons + 2 semitons
Terças
Se uma nota está localizada em alguma linha e temos outra nota localizada na linha
imediatamente acima, temos uma terça. O mesmo se aplica para os espaços. Veja a
seguir:
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Quintas
Se uma nota está localizada em alguma linha e temos outra localizada na segunda linha
acima, pulando uma linha, temos uma quinta. O mesmo se aplica para os espaços. Veja
a seguir:
Sétimas
Se uma nota está localizada em alguma linha e temos outra localizada na terceira linha
acima, pulando duas linhas, temos uma quinta. O mesmo se aplica para os espaços.
Veja a seguir:
Sabendo essas visualizações de intervalos na pauta, fica mais fácil calcular, também, os
intervalos de quarta, sexta e oitava. Eles não seguem o padrão linha / linha ou espaço /
espaço. Caso uma nota esteja localizada na linha, sua quarta, sexta ou oitava estarão em
algum espaço. O contrário também se aplica. Se a nota aparecer no espaço, um desses
intervalos citados será em alguma linha. Temos então linha / espaço ou espaço / linha.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Quartas
Sextas
Oitavas
Segundas
Os intervalos de segunda são sinalizados um pouco ao lado, separando-se ligeiramente
as notas, mesmo quando o intervalo é harmônico. Eles também seguem o padrão linha /
espaço ou espaço / linha.
Obs.: Devemos nos atentar que estas dicas de visualização não nos indicam as qualidades do
intervalo (se são maiores, menores, justos.). Estas qualidades são determinadas pela quantidade
de tons e semitons entre as notas do intervalo.
Exercício
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
4) De acordo com a nota escrita na pauta, escreva a nota gerada pelo intervalo pedido:
Intervalos Enarmônicos
A enarmonia ocorre quando uma mesma nota possui dois nomes diferentes.
O mesmo ocorre com os intervalos enarmônicos. Eles têm nomes diferentes, porém
possuem a mesma distância entre eles.
Intervalos Compostos
Conforme dito anteriormente, os Intervalos Compostos ultrapassam a distância de
uma oitava. Sendo assim, podemos pensar que um Intervalo Composto corresponde a
um intervalo simples com o acréscimo de uma ou mais oitavas.
Note que ambos os intervalos acima são entre as notas Mi e Fá. Porém, no intervalo
composto, o Fá está localizado uma oitava acima em relação ao intervalo simples.
Podemos também, contar o número de notas a partir do Mi até chegar ao Fá. Note que
no intervalo simples, o Fá é a segunda nota depois do Mi:
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Exercício
Inversão de Intervalos
Podemos executar os intervalos de maneira invertida. Para isso, devemos alterar a nota
mais grave para uma oitava acima ou alterar a nota mais aguda para uma oitava
abaixo.
Transformações Quantitativas
Um intervalo Se transforma
de em
2ª 7ª
3ª 6ª
4ª 5ª
5ª 4ª
6ª 3ª
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
7ª 2ª
Obs.: no caso das inversões quantitativas, a soma dos intervalos transformados será sempre
igual a 9. Por exemplo: o intervalo de 3ª se transforma em 6ª (3 + 6 = 9).
Transformações Qualitativas
Um Se transforma
intervalo em
Maior Menor
Menor Maior
Aumentado Diminuto
Diminuto Aumentado
Justo Justo
Exercício
6) De acordo com o intervalo pedido, aplique sua inversão, apontando a nota gerada,
seguindo o exemplo:
Obs.: Note no exemplo que, o raciocínio da inversão é utilizado para facilitar o cálculo do
intervalo pedido, porém, a resposta deve seguir a orientação do intervalo sem a inversão. Se o
intervalo for descendente o raciocínio da inversão será na ascendente, contudo, a resposta será de
acordo com o intervalo descendente, e vice-versa.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Revisando
● O que é intervalo?
● Quais as formas de intervalos que existem?
● Quais intervalos normalmente podem ser Justos, Aumentados ou Diminutos?
● Quais intervalos podem ser normalmente Maiores ou Menores?
Praticando no Instrumento
Treine também seu ouvido. Cante as duas notas do intervalo (uma após a outra) para
praticar e acostumar seu ouvido. Com o tempo, você irá reconhecer os sons de cada
intervalo. Use o seu instrumento para ajudar a se afinar e reconhecer os sons.
Sabemos que a partir de Dó, temos a nota Mi como terça maior. Toque o Dó e depois o
Mi mais próximo no seu instrumento. Observe o formato (padrão/desenho...) gerado.
Pegue esse formato e aplique agora tendo Sol como nota base. Começando do Sol, você
verá que a segunda nota do seu formato será um Si, que é a terça maior de Sol, ou seja,
você está aplicando o formato do intervalo de terças maiores.
Ao cantar o intervalo de Dó para Mi e de Sol para Si, você verá que a sensação sonora é
a mesma, pois seus intervalos são idênticos - terça maior. A diferença está apenas na
altura das notas (onde elas começam/mais grave ou mais agudo), porém o intervalo é
o mesmo.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Obs.: Cada instrumento terá suas peculiaridades e possíveis variações nos padrões
visuais de intervalo, o que irá depender de como as notas estão localizadas nos
mesmos. Portanto, ter um bom conhecimento da localização das notas no instrumento
ajuda bastante na prática dos intervalos.
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
9 - Acordes
Acorde é um conjunto de três ou mais notas diferentes, tocadas simultaneamente.
Obs.: é importante ter em mente que o conjunto de duas notas tocadas simultaneamente não
constitui um acorde. Como aprendemos anteriormente, a combinação de duas notas simultâneas
é chamada de intervalo.
Obs.: em alguns casos, os acordes podem ser notados de outras maneiras, como na tablatura, por
exemplo, (para alguns instrumentos de cordas: violão, guitarra, cavaquinho, etc…). Porém,
trataremos aqui somente da partitura e da cifra, por se tratarem de duas formas universais de
notação musical, que não se limitam a instrumentos específicos.
Acordes na Partitura
No pentagrama, identificamos rapidamente um acorde quando suas notas estão
agrupadas de maneira vertical. Veja alguns exemplos de acordes representados na
partitura:
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Como já sabemos, uma cifra vem indicada por uma letra maiúscula de nosso alfabeto.
Quando esta letra não vem acompanhada de nenhuma outra informação, está
subentendido que o acorde é Maior.
Ex.:
• A = Lá Maior
• C = Dó Maior
Se o acorde tiver algum acidente, o mesmo será indicado pelo seu símbolo
correspondente ao lado direito da letra.
Ex.:
• B♭ = Si bemol Maior
• D# = Ré sustenido Maior
Quando temos um acorde menor, devemos utilizar a letra “m” ao lado direito da letra
(ou do símbolo do acidente, quando houver).
Ex.:
• Am = Lá menor
• Gm = Sol menor
Para representar um acorde com sétima, utilizamos o número “7” ao lado direito da
letra (ou do símbolo do acidente, quando ou houver). É importante ter em mente que
quando o número 7 vem sozinho, temos uma sétima menor. Para representar a sétima
maior, devemos escrever a letra “M”, após o número 7.
Ex.:
Ex.:
- 75 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
• Aº = Lá diminuto
Escrita
Formação Como é falado
Recomendada
C Dó Maior Dó
C# Dó sustenido Maior Dó sustenido
Cm Dó menor Dó menor
C#m Dó sustenido menor Dó sustenido menor
C7 Dó Maior com sétima menor Dó com Sétima
C7M Dó Maior com sétima Maior Dó com sétima Maior
Cm7 Dó menor com sétima menor Dó menor com sétima
Cm7M Dó menor com sétima Maior Dó menor com sétima Maior
Dó maior com sétima Maior e Dó com sétima Maior e quinta
C7M(#5)
quinta Aumentada Aumentada
Dó menor com sétima menor e
Cm7(b5) Dó meio diminuto
quinta diminuta
Dó menor com sétima
Cº Dó diminuto
diminuta e quinta bemol
C6 Dó Maior com sexta Dó com sexta
Cm6 Dó menor com sexta Dó menor com sexta
Dó Maior com quarta (sem
C4 Dó sus quatro
terça)
Dó Maior com sétima menor e Dó com sétima e quarta (ou Dó
C7sus4
quarta (sem terça) com sétima e sus quatro)
Formação de Acordes
Como você já viu no início deste tópico, os acordes são formados por um conjunto de 3
ou mais notas executadas simultaneamente.
Em um primeiro momento, vamos considerar que a primeira nota que forma o acorde
(ou a nota que determina o nome do acorde) será a Fundamental. Por exemplo, se o
acorde for um Dó Maior, a nota dó será a fundamental. Esta nota também é
considerada o Baixo do acorde, pois é a nota mais grave.
- 76 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Neste capítulo trataremos dessas duas formas de acorde, além de suas inversões.
Notação
Para compreender melhor como se dá a formação dos acordes, representaremos os
graus da seguinte maneira:
• F - Fundamental;
• 2 - Segunda Maior;
• ♭2 - Segunda menor
• 3 - Terça Maior;
• ♭3 - Terça menor;
• 4 - Quarta Justa;
• ♭4 - Quarta diminuta;
• #4 - Quarta Aumentada;
• 5 - Quinta Justa;
- 77 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
• ♭5 - Quinta Diminuta;
• #5 - Quinta Aumentada;
• 6 - Sexta Maior;
• 7 - Sétima Maior;
• ♭7 - Sétima menor;
• 7 - Sétima Diminuta.
Tríades
As tríades são os acordes formados por três sons (três notas diferentes).
• Maiores;
• Menores;
• Aumentadas;
• Diminutas.
Tríade Maior
As tríades maiores são formadas pela Fundamental, Terça Maior e Quinta Justa do
acorde.
F-3-5
Para formar uma tríade maior, utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: 3 + ♭3.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Acorde C
Fundamental C
Terça Maior E
Quinta Justa G
Tríade Menor
As tríades menores são formadas pela Fundamental, Terça Menor e Quinta justa do
acorde.
F - ♭3 - 5
Para formar uma tríade menor, utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: ♭3 + 3.
Acorde Cm
Fundamental C
Terça menor E♭
Quinta Justa G
Tríade Aumentada
As tríades Aumentadas são formadas pela Fundamental, Terça Maior e Quinta
Aumentada do acorde.
F - 3 - #5
Para formar uma tríade aumentada, utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: 3 +
3.
- 79 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Podemos concluir então que a tríade de C(#5) é formada pelas notas C-E-G#.
Acorde C(#5)
Fundamental C
Terça Maior E
Quinta Aumentada G#
Tríade Diminuta
As tríades Diminutas são formadas pela Fundamental, Terça Menor e Quinta Diminuta
do acorde.
F - ♭3 - ♭5
Para formar uma tríade diminuta, utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: ♭3 +
♭3.
Acorde Cº
Fundamental C
Terça menor E♭
Quinta diminuta G♭
Tríade Formação
Maior 3 + ♭3
menor ♭3 + 3
Aumentada 3+3
diminuta ♭3 + ♭3
Exercício
- 80 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Praticando no Instrumento
a) G Gm Gº G(#5)
b) D Dm Dº D(#5)
c) A# A#m A#º A#(#5)
d) E♭ E♭m E♭º E♭(#5)
Obs.: se tiver dificuldades para realizar a montagem dos acordes no instrumento, recomendamos
que você consulte um dicionário de acordes, de acordo com o seu instrumento.
Tétrades
- 81 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
As tétrades são os acordes de quatro sons (quatro notas diferentes). Elas possuem uma
nota a mais em relação às tríades. Esta nota normalmente é alguma variação da Sétima
da escala do acorde em questão.
Existem vários tipos de tétrades. Veremos aqui os tipos mais recorrentes de tétrades
encontradas na música popular. São elas:
• ° oudim - diminuta;
Para uma montagem mais veloz das tétrades, também aconselhamos pensar nos
intervalos de terças consecutivas (maiores ou menores).
F-3-5-7
Para formar uma tétrade 7M, utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: 3 + ♭3 +
3.
- 82 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Podemos concluir então que o acorde de C7M é formado pelas notas C-E-G-B.
Acorde C7M
Fundamental C
Terça Maior E
Quinta Justa G
Sétima Maior B
Tétrade Maior com sétima
As tétrades 7 são formadas pela Fundamental, Terça Maior, Quinta justa e Sétima
Menor do acorde.
F - 3 - 5 - ♭7
Obs: Como vimos anteriormente nas regras de cifragem, ao nos referirmos a sétima menor, não
precisamos sinalizá-la com a letra “m”, bastando o número “7” para informar que a sétima é
menor.
Acorde C7
Fundamental C
Terça Maior E
Quinta Justa G
Sétima menor B♭
- 83 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
F - ♭3 - 5 - 7
Para formar uma tétrade m7M, utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: ♭3 + 3
+ 3.
Acorde Cm7M
Fundamental C
Terça menor E♭
Quinta Justa G
Sétima Maior B
Tétrade menor com sétima
As tétrades m7 são formadas pela Fundamental, Terça Menor, Quinta justa e Sétima
Menor do acorde. Elas também podem aparecer escritas na forma de C-7 (o sinal de
subtração indica a terça menor).
F - ♭3 - 5 - ♭7
Para formar uma tétrade m7, utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: ♭3 + 3 +
♭3.
Podemos concluir então que o acorde de Cm7 é formado pelas notas C-E♭-G-B♭.
Acorde Cm7
Fundamental C
Terça menor E♭
Quinta Justa G
Sétima menor B♭
- 84 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
F - 3 - #5 - 7
Para formar uma tétrade 7M(#5), utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: 3 + 3
+ ♭3*.
*A utilização da ♭3 acontece somente na teoria, para explicar a formação deste tipo de acorde.
Podemos concluir então que o acorde de C7M(#5) é formado pelas notas C-E-G#-B.
C7M(#5
Acorde
)
Fundamental C
Terça Maior E
Quinta Aumentada G#
Sétima Maior B
Tétrade Maior com sétima e quinta aumentada
As tétrades 7(#5) são formadas pela Fundamental, Terça Maior, Quinta Aumentada e
Sétima Menor da tonalidade desejada. Elas também podem aparecer escritas na forma
de C7(+5) (o sinal de adição significa que a quinta é aumentada)
F - 3 - #5 - ♭7
Para formar uma tétrade 7M(#5), utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: 3 + 3
+ ♭♭3.
Obs.: Neste caso, o ♭♭3 foi utilizado somente para calcular e identificar corretamente o
intervalo em questão.
- 85 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Podemos concluir então que o acorde de C7(#5) é formado pelas notas C-E-G#-B♭.
Acorde C7(#5)
Fundamental C
Terça Maior E
Quinta Aumentada G#
Sétima menor B♭
F - ♭3 - ♭5 - ♭7
Para formar uma tétrade m7(♭5), utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: ♭3 +
♭3 + 3.
Podemos concluir então que o acorde de Cm7(♭5) é formado pelas notas C-E♭-G♭-
B♭.
Cm7(♭5
Acorde
)
Fundamental C
Terça menor E♭
Quinta diminuta G♭
Sétima menor B♭
Tétrade Diminuta
As tétrades diminutas (°) são formadas pela Fundamental, Terça Menor, Quinta
Diminuta e Sétima diminuta do acorde.
F - ♭3 - ♭5 - ♭♭7
- 86 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Podemos concluir então que o acorde de C° é formado pelas notas C- E♭- G♭-B♭♭.
Acorde Cº
Fundamental C
Terça menor E♭
Quinta diminuta G♭
Sétima diminuta B♭♭
É importante ressaltar que a nota B♭♭ é enarmônica da nota A, porém não podemos
dizer que A é a sétima diminuta de C°, pois A é o sexto grau de C. Por isso, a sétima
diminuta de C° é B♭♭, e não A.
Outra diferença nos acordes de sexta é que eles são formados a partir de dois intervalos
de terça (maior ou menor) e um intervalo de segunda maior.
Sendo assim, teremos a tétrade Maior com sexta e a tétrade menor com sexta. Vamos
conhecê-las:
F-3-5-6
Para formar uma tétrade 6, utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: 3 + ♭3 + 2.
- 87 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Acorde C6
Fundamental C
Terça Maior E
Quinta Justa G
Sexta Maior A
Tétrade menor com sexta
As tétrades m6 são formadas pela Fundamental, Terça menor, Quinta justa e Sexta
Maior do acorde.
F - ♭3 - 5 - 6
Para formar uma tétrade m6, utilizaremos a seguinte estrutura de intervalos: ♭3 + 3 +
2.
Podemos concluir então que o acorde de Cm6 é formado pelas notas C-E♭-G-A.
Acorde Cm6
Fundamental C
Terça menor E♭
Quinta Justa G
Sexta Maior A
Tétrade com sétima e quarta
As tétrades 7sus4 fazem parte do grupo de acordes conhecidos como suspensos.
Nesses tipos de acorde, nós suspendemos (retiramos) a terça do acorde e adicionamos
ou a quarta justa (sus4) ou a segunda maior (sus2 - ocorre raramente). Os acordes 7sus4
são formados pela Fundamental, Quarta Justa, Quinta Justa e Sétima menor do acorde.
F - 4 - 5 - ♭7
- 88 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Neste caso, também não teremos 3 intervalos de terça. Teremos um intervalo de quarta
Justa, seguido por um intervalo de segunda Maior e depois uma terça menor: 4 + 2 +
♭3.
Podemos concluir então que o acorde de C7sus4 é formado pelas notas C-F-G-B♭.
C7sus
Acorde
4
Fundamental C
Quarta Justa F
Quinta Justa G
Sétima menor B♭
- 89 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Exercício
4) De acordo com as notas no pentagrama a seguir, identifique cada uma das tétrades
formadas por elas:
Voicing
Quando estudamos a formação dos acordes, vimos que eles podem ser de uma forma
geral composto por três (tríades) ou quatro (tétrades) notas. Ao montarmos nossos
acordes, nós o fizemos seguindo uma ordem: começamos na fundamental, depois
passamos para a terça, em seguida para a quinta, etc. Quando esta ordenação prevalece
inalterada, teremos um acorde no seu Estado Fundamental. Contudo, podemos
montar nossos acordes alterando esta ordenação de notas. Sendo assim, Voicing é a
maneira como as notas estão distribuídas no acorde.
- 90 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Inversão de Acordes
Podemos montar nossos acordes alterando o baixo. Isto quer dizer que, nossa primeira
nota pode não ser mais a fundamental do acorde, podendo ser um dos outros graus
que o compõem, seja ele uma tríade ou uma tétrade. Quando o acorde possui o seu
baixo em uma nota que não seja sua fundamental podemos dizer que temos uma
inversão de baixo.
Ao cifrarmos uma inversão de acordes devemos colocar uma barra inclinada ( / ) para
indicar que ocorreu uma inversão e em seguida colocar qual nota foi colocada no baixo
do acorde.
- 91 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Vamos ver agora como ficam as inversões nas tríades e depois nas tétrades. Iremos
explicar o processo em dó maior e depois iremos aplicar as mesmas ideias nas outras
tríades e tétrades, levando sempre em conta as diferentes possibilidades de terças,
quintas e sétimas.
Inversão em Tríades
Vimos que a tríade maior de C possui as notas C - E - G. Sendo C a fundamental; E a
terça maior e G a quinta justa.
Formação C/E
Terça Maior E
Quinta Justa G
Fundamental G
Podemos concluir então que a tríade de C/E é formado pelas mesmas notas da tríade
de C, porém com o baixo na terça do acorde, gerando: E - G - C.
Formação C/G
Quinta Justa G
Fundamental C
Terça Maior E
Podemos concluir então que a tríade de C/G é formada pelas mesmas notas da tríade
de C, e de C/E, porém com o baixo na quinta do acorde, gerando: G - C - E.
A seguir, temos uma tabela com as possibilidades de tríades e suas inversões com
exemplo em C:
Tríades Fundamental
Maior F-3-5
- 92 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Ex.: C C-E-G
Menor F - b3 - 5
Ex.: Cm C - Eb - G
Aumentada F - 3 - #5
Ex.: C(aum) C - E - G#
Diminuta F - b3 - b5
Ex.: C° C - Eb - Gb
Tríades 1° Inversão
Maior 3-5-F
Ex.: C E-G-C
Menor b3 - 5 – F
Ex.: Cm Eb - G - C
Aumentada 3 - #5 – F
Ex.: C(aum) E - G# - C
Diminuta b3 - b5 – F
Ex.: C° Eb - Gb - C
Tríades 2° Inversão
Maior 5-F-3
Ex.: C G-C-E
Menor 5 - F - b3
Ex.: Cm G - C - Eb
Aumentada #5 - F - 3
Ex.: C(aum) G# - C - E
Diminuta b5 - F - b3
Ex.: C° Gb - C - Eb
Inversões Maiores
Inversões Menores
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Inversões Diminutas
Obs.: A execução de tríades diminutas é extremamente rara. Quase sempre, um acorde diminuto
é executado em tétrades, e quando isso acontece, suas inversões são equivalentes a outras
tétrades diminutas. Por isso, na prática, inversões diminutas não acontecem. Mas para efeito de
estudos, é importante saber como se comportam as tríades diminutas e suas possíveis inversões.
Inversões Aumentadas
Exercício
- 94 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Inversão em Tétrades
Além da primeira inversão (baixo na terça) e da segunda inversão (baixo na quinta), as
tétrades possuem uma terceira inversão, que é definida pelo baixo no sétimo grau.
Vimos que a tétrade X7M em dó, ou seja, C7M possui as notas C - E - G - B. Sendo C a
fundamental; E a terça maior, G a quinta justa e B a sétima maior.
Formação C7M/E
Terça Maior E
Quinta Justa G
Sétima Maior B
Fundamental C
Podemos concluir então que a tétrade de C7M/E é formada pelas mesmas notas da
tétrade de C7M, porém com o baixo na terça do acorde, gerando: E - G - B - C.
- 95 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Formação C7M/G
Quinta Justa G
Sétima Maior B
Fundamental C
Terça Maior E
Podemos concluir então que a tétrade de C7M/G é formada pelas mesmas notas da
tétrade de C7M e C7M/E, porém com o baixo na quinta justa do acorde, gerando: G - B
-C-E
Formação C/B
Sétima Maior B
Fundamental C
Terça Maior E
Quinta Justa G
Podemos concluir então que a tétrade de C/B é formada pelas mesmas notas da tétrade
de C7M, C7M/E e C7M/G, porém com o baixo na sétima maior do acorde, gerando: B
- C - E - G.
Obs.: Na terceira inversão (com baixo na sétima do acorde) a sétima já é indicada pela inversão.
Sendo assim, não há a necessidade de indicar que o acorde possui o sétimo grau. Por exemplo: no
acorde C/B, a nota B corresponde a o sétimo grau de C. Sendo assim, já está subentendido que se
trata de um acorde com sétima.
Inversões C7M
Inversões Cm7
- 96 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Inversões C7
Inversões Cm7(b5)
Inversões C7M(#5)
Inversões C7(#5)
Inversões C7sus4
- 97 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Inversões Cm7M
• Todo acorde menor com sexta equivale à primeira inversão de um acorde meio
diminuto. Ex.: Gm6 = Em7(b5)/G;
Sendo assim, vamos aprender as duas inversões dos acordes com sexta:
Inversões C6
- 98 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Inversões Cm6
Estado
Acordes
Fundamental
X7M F-3-5–7
C7M C-E-G-B
Xm7 F - b3 - 5 - b7
Cm7 C - Eb - G - Bb
X7 F - 3 - 5 – b7
C7 C - E - G - Bb
Xm7(b5) F - b3 - b5 - b7
Cm7(b5) C-E-G–B
X7sus4 F - 4 - 5 – b7
C7(sus4) C - F - G - Bb
X7(#5) F - 3 - #5 - b7
C7(#5) C - E - G# - Bb
Xm7M F - b3 - 5 – 7
Cm7M C - Eb - G - B
X7M(#5) F - 3 - #5 – 7
C7M(#5) C - E - G# - B
X6 F-3-5–6
- 99 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
C6 C-E-G-A
Xm6 F - b3 - 5 – 6
Cm6 C - Eb - G - A
- 100 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Acordes 1° Inversão
X7M 3-5-7-F
C7M E-G- B- C
Xm7 3m - 5 - b7 - F
Cm7 Eb - G - Bb - C
X7 3 - 5 -b7 - F
C7 E - G - Bb - C
b3 - b5 -b7 - F
Xm7(b5)
Eb - Gb - Bb -
Cm7(b5)
C
X7sus4 4-5-7-F
C7(sus4) F - G - Bb - C
X7(#5) 3 - #5 - b7 - F
C7(#5) E - G# - Bb - C
Xm7M b3 - 5 - 7 - F
Cm7M Eb - G - B - C
X7M(#5) 3 - #5 - 7 - F
C7M(#5) E - G# - B - C
X6 3-5-6-F
C6 E-G-A-C
Xm6 b3 - 5 - 6 - F
Cm6 Eb - G - A - C
- 101 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Acordes 2° Inversão
X7M 5-7-F–3
C7M G-B-C-E
Xm7 5 - b7 - F - b3
Cm7 G - Bb - C - Eb
X7 5 - b7 - F – 3
C7 G - Bb - C - E
b5 - b7 - F -
Xm7(b5) b3
Cm7(b5) Gb - Bb - C -
Eb
X7sus4 5 - b7 - F – 4
C7(sus4) G - Bb - C - F
X7(#5) #5 - b7 - F – 3
C7(#5) G# - Bb - C - E
Xm7M 5 - 7 - F - b3
Cm7M G - B - C - Eb
X7M(#5) #5 - 7 - F - 3
C7M(#5) G# - B - C - E
X6 5-6-F-3
C6 G-A-C–E
Xm6 5 - 6 - F - b3
Cm6 G - A - C - Eb
- 102 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Acordes 3° Inversão
X7M 7-F-3–5
C7M B-C-E-G
Xm7 b7 - F - b3 – 5
Cm7 Bb - C - Eb - G
X7 b7 - F - 3 – 5
C7 Bb - C - E - G
7 - F - b3 - b5
Xm7(b5)
Bb - C - Eb -
Cm7(b5)
Gb
X7sus4 b7 - F - 4 – 5
C7(sus4) Bb - C - F - G
X7(#5) b7 - F - 3 - #5
C7(#5) Bb - C - E - G#
Xm7M 7 - F – b3 – 5
Cm7M B - C - Eb - G
X7M(#5) 7 - F - 3 - #5
C7M(#5) B - C - E - G#
X6
Não se aplica
C6
Xm6
Não se aplica
Cm6
- 103 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Exercício
Revisando
- 104 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Todo conhecimento teórico que você adquiriu até aqui se torna praticamente inútil se
não for passado para o seu instrumento musical.
Por isso, é extremamente importante que você aplique tudo que vimos aqui.
Como você pode notar, as possibilidades são muitas. Por isso, pegue seu instrumento e
pratique, pratique, pratique… Quando achar que está ficando bom, pratique mais
ainda. Conhecimento não ocupa espaço na nossa mente.
Parabéns por ter chegado até aqui! A estrada do conhecimento não tem fim. Por isso,
aproveite ao máximo, cada parte do caminho.
- 105 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
E agora que você já deu esse passo, está apto para compreender assuntos mais
avançados como:
• Campo Harmônico
• Harmonia Funcional
• Acordes Dominantes
• Empréstimo Modal
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profundos e que vão te proporcionar resultados incríveis.
Portanto, vou deixar aqui meu convite para que você possa garantir hoje seu e-book
Campo Harmônico e Harmonia Funcional.
- 106 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Gabaritos
Escalas
1) Em uma folha pautada com o pentagrama, escreva todas as escalas maiores:
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Revisando
- 108 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Revisando
- 109 -
Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
- 110 -
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Intervalos
1) Classifique os intervalos a seguir em simples ou compostos, de acordo com o
exemplo:
a. Simples
b. Composto
c. Simples
d. Composto
a. Harmônico
b. Harmônico
c. Melódico
d. Melódico
e. Harmônico
f. Melódico
a. 2M
b. 7m
c. 5dim
d. 4J
e. 4J
f. 3m
g. 4aum
h. 6M
i. 3m
4) De acordo com a nota escrita na pauta, escreva a nota gerada pelo intervalo pedido:
a. 8J
b. 13
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
c. 11aum
d. 9m
e. 13m
f. 13
g. 11
6) De acordo com o intervalo pedido, aplique sua inversão, apontando a nota gerada,
seguindo o exemplo:
Revisando
• O que éintervalo?
Intervalo é a distância entre duas notas musicais.
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Acordes
1) De acordo com as tríades a seguir, escreva suas notas utilizando o pentagrama.
Monte o acorde duas vezes: uma vez na clave de sol e depois na clave de fá (neste
exercício não distribua o acorde pelas duas claves).
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
4) De acordo com as notas no pentagrama a seguir, identifique cada uma das tétrades
formadas por elas:
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
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Opus 3 | Ensino Musical - Introdução à Harmonia
Revisando
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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez
Referências Bibliográficas
MED, Bohumil. Teoria da música. 4ª. edição revista e ampliada. Brasília: Musimed,
1996.
CHEDIAK, Almir. Harmonia & improvisação. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, Vol. 1,
1986.
GUEST, Ian. Harmonia Método Prático Vol 1. 3. ed. Rio de Janeiro: Lumiar Editora,
2006.
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