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Respostas Ao Dr. Samuel Ramos - Pr. Roberto Biagini

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RESPOSTAS AO DR.

SAMUEL RAMOS

Pr. Roberto Biagini


Mestrado em Teologia
Email: prbiagini@gmail.com
05/Junho/2020

Clique em ÍNDICE

INTRODUÇÃO
É preciso interpretar corretamente, como disse o Mestre:
“Como interpretas?” (Luc 10:26). E Cristo também advertiu aos
saduceus: “Errais, não conhecendo as Escrituras” (Mat 22:29).
Ele disse aos discípulos, a respeito do profeta de Daniel:
“Quem lê, entenda” (Mat 24:15).
O Dr. Samuel Ramos, ex-pastor adventista já aposentado,
alcançou o seu doutorado em Teologia Ministerial, e dirige
excelente ministério, mas compete com os ensinos adventistas
referentes às profecias. Ele tem apresentado uma teologia
contrária aos ensinos da Igreja Adventista do 7º Dia, através do
seu site, e em múltiplas palestras no YouTube, conseguindo a
simpatia de milhares de seguidores, incautos que não podem
lhe dar uma resposta. Além disso, ele já teve encontros com
teólogos adventistas, discutindo as propostas apresentadas em
seu livro “Revelações do Apocalipse”.
Então, resolvi escrever estas respostas com o único objeti-
vo de ajudar a muitos cristãos adventistas que ficaram choca-
dos diante de tanta discordância doutrinária. Fui informado
que algumas pessoas em certo estado do Brasil já estão
atormentadas, deixando e vendendo propriedades, sem saber
ao certo o que fazer, sem sabe para onde ir, querendo escapar
da perseguição, enquanto o seu professor permanece nos USA,
em sua confortável cidade.
Nessa época, muitos estão em casa e aproveitam seu
tempo para assistir pregações inspiradoras, sermões dos mais
diversos pastores, aumentando assim o seu conhecimento,
inclusive das profecias. Mas é preciso ter cuidado com certos
pregadores muito persuasivos, honestos, e muito carismáticos
mas claramente enganados em assuntos de profecia. Você
pode ser até doutor, mas se não seguir as 7 Regras de
Interpretação do Apocalipse, você poderá desencaminhar a
muitos e a si próprio, embalado na ilusória esperança de falsas
profecias.

CONTEÚDO
7 REGRAS DE INTERPRETAÇÃO
ERROS PROPOSTOS
I – TRADUÇÃO KING JAMES
1º Erro: A Tradução Fiel

II - OS 7 REIS DE APOCALIPSE 17
2º Erro: Os Papas são os 7 Reis
Quem São os Sete Reis?
Ateísmo Presente

III - OS PERÍODOS DE 1260, 1290 E 1335


3º Erro: Períodos Literais de Dan 12
4º Erro: Linguagem comum e incomum
Quando Começaram os Períodos de Dan 12?

IV - AS 7 TROMBETAS
5º Erro: As Trombetas Seguem os Selos
6º Erro: Não São Contemporâneos
7º Erro: A Terça Parte Jamais Aconteceu
8º Erro: Após os Selos, Vem as Trombetas
9º Erro: Após O Incensário, Vem as Trombetas
10º Erro: Ellen White Confirmou
11º Erro: A Lição de 1989 Ensina
12º Erro: A Lição de 1989 Me Esclareceu

Quadro Futurista da Série dos 7 de Apocalipse


Quadro Historicista das 7 Trombetas
Comparação Entre as Trombetas e as Pragas
Interpretação de Apo 8:1-2
Quiasma de Apo 8:2-6
Quiasma de Apo 15
Estrutura do Apocalipse em 7 Cenas
Trombetas na Lição de 1989

IV – OS 144 MIL: LITERAIS OU SIMBÓLICOS?


13º Erro: Os 144.000 são literais
144.000 = Grande Multidão
14º Erro: Os 144.000 Pregam para os Mornos
15º Erro: A Diferença Está no Caráter
16º Erro: Primícias da Grande Multidão

7 REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DO APCALIPSE


Começo com as 7 Regras de Interpretação, a fim de que
ninguém seja enganado por falsas teorias e seja desencami-
nhado por aspirações ilusórias.
1. Considere o pensamento hebraico, não o grego. É inútil
na interpretação do Apocalipse colocar o pensamento grego,
com sua lógica, seus esquemas perfeccionistas, sua visão
fantasiosa. Será inadequada a visão do pensamento oriental,
se usarmos lentes ocidentais. O Apocalipse foi escrito levando-
se em conta a linguagem, os hebraísmos, os símbolos, a
numerologia, os quiasmas, o clímax, a história, o exagero, a
repetição, a ampliação, as conexões, a estrutura, e a poesia
hebraica. Em muitos casos, errar nisso, é errar na interpreta-
ção.
2. Considere a luz do profeta Daniel. De fato, a base do
livro do Apocalipse é o livro de Daniel, sem o qual não
poderíamos saber a solução de muitos de seus mistérios.
Daniel cap. 2 é o grande Esboço de todas as profecias. O livro
de Daniel possui uma estrutura quiástica (em forma de X).
Assim também o livro de Apocalipse.
3. Considere o Contexto imediato. Por ex.: Se alguém diz
que a besta do Apocalipse é Nero, Hitler, Mussolini, ou papas,
deve provar pelo contexto que isso é verdade. Além do mais, o
contexto define a linguagem, se ela é literal ou simbólica,
porque vamos encontrar essa mistura. O contexto também
define o significado. Por ex., “anjos”, “estrelas”, “Eufrates” e
“mar” têm diferentes significados em diferentes capítulos, e
em diferentes contextos. Portanto, um texto fora do contexto
é apenas um pretexto. Não é válido.
4. Considere o método Historicista. O método preterista:
[colocar tudo no passado], e o método futurista [colocar tudo
no futuro] se mostraram falhos. O único método válido e
abrangente do passado, presente e futuro é o método
historicista, que interpreta o Apocalipse à medida que os fatos
ocorrem na História.
5. Considere o seu Período histórico: Desde o Nascimento
de Jesus Cristo até o Seu Reino vindouro. De fato, todas as
Profecias da cadeia de 7 [7 Igrejas, 7 Selos, 7 Trombetas – Ap
1-11], e as Profecias do Grande Conflito [Ap 12-22] se
cumprem na Era Cristã e culminam com a Volta de Cristo e o
estabelecimento do Seu Reino em Glória.
6. Considere a forma de transmissão de Repetição e
Ampliação. Ou seja, os primeiros capítulos são repetidos em
diferentes símbolos nos próximos capítulos, com o objetivo
didático de ampliar o seu significado. Por exemplo: Daniel 2 é
repetido e ampliado em Dan 7, que é repetido e ampliado em
Dan 8, que é repetido e ampliado em Dan 11-12. Esse método
é revelado também em Apocalipse nos grupos de 7, em Apo 12
que se amplia no cap. 13, que se amplia no cap. 17, ampliado
no cap. 18.
7. Considere a Linguagem simbólica de nomes, lugares,
números, raças, ou tempo profético. Não existe mais etnia,
nem raças, nem geografia. Por exemplo, Israel já não se refere
à nação israelita, mas ao povo de Deus. Nomes como
Babilônia, Eufrates, Armagedom são simbólicos. A numerologia
é simbólica e não se limita aos números escritos. Por ex., 4, 6,
7, 10, 12 são todos números simbólicos. 666, 1.260, 1290,
1335, 1.600, 144.000 também.

Estas são as 7 Regras do Apocalipse. Sem estas regras, não


podemos entender a mensagem. Não nos basta imaginar
alguma interpretação. Temos que seguir as regras. Tudo isso
pode ser comprovado pela Bíblia. Aqueles que tentaram
compreender o Apocalipse sem conhecer as Sete Regras,
falharam. Falhou o Preterismo, o Futurismo e o Idealismo.

ALGUNS ERROS PROPOSTOS POR SAMUEL RAMOS

I - TRADUÇÃO KING JAMES


1º ERRO: “A única tradução fiel da Bíblia é a King James.”
Essa afirmação não será autoritativa, se for proferida por
alguém que não é expert, erudito em grego e hebraico. Não há
base para exaltar uma versão em detrimento de todas as
outras, porque não existe tradução perfeita. Isso seria
impossível, porque o hebraico era um idioma muito limitado
com apenas 7.000 palavras, com muitos sentidos para cada
termo. No Dicionário Aurélio Online de nossa Língua estão
catalogados 435.000 verbetes.
Por exemplo, a palavra hebraica nephesh pode ser
traduzida por alma, vida, pessoa, mente, coração, emoções,
paixões, eu, pronome pessoal (meu, minha), vontade,
inteligência, desejo, apetite, morto, cadáver, etc. Mas o
tradutor só pode escolher uma única palavra para a frase do
texto. Pergunta: Qual seria a palavra escolhida mais fiel ao
original? É muito difícil decidir qual é a tradução mais fiel ao
original, em meio a centenas de traduções. Todas tem o seu
valor.
Algumas são boas, por exemplo em Luc 23:43, na resposta
de Cristo ao ladrão na Cruz, mas outras erram, como é o caso
da Bíblia de King James, nesse texto, enquanto muitas outras
acertam. Essa tradução também tem problema em Apo 5:9, de
acordo com os eruditos em grego. Já a tradução Almeida
Atualizada não tem esse problema e traduz esse texto
corretamente. [Ver Maxwel, Uma Nova Era, Segundo as
Profecias do Apocalipse, p. 154/4].
Ellen White usou a King James Version, por falta de outra,
mas em alguns textos, ela tinha dificuldade de definir a
verdade. Hoje, temos centenas de versões. Por isso, é bom ter
várias traduções para comparar os vários significados. Ou
dispor de um bom programa de computador, que contenha
uma centena de traduções, em vários idiomas, com um bom
Dicionário de Grego e Hebraico. É fácil encontrar isso grátis na
internet. Baixe o programa www.e-sword.net Ele é inteiramen-
te grátis, fácil e prático. Naturalmente, isso será muito mais
amplo do que uma só tradução.
É por causa de muitas dificuldades de se traduzir um texto
tão complexo como a Bíblia que sempre há possibilidades de
atualizações, para melhorias baseadas em descobertas linguís-
ticas e arqueológicas que ajudam o significado original. O Dr.
Rodrigo Silva já confirmou isso em várias de suas palestras.
A afirmação de que a tradução “King James” é a única fiel,
a única digna de confiança é tendenciosa e suspeita. É baseada
por alguém que sustenta a tradução porque mais lhe convém,
por conter as palavras que mais apoiam os seus ensinos. As
Testemunhas de Jeová também dizem a mesma coisa a
respeito da tradução deles, a versão Novo Mundo.

II - OS 7 REIS DE APOCALIPSE 17
2º ERRO: “Os 7 reis são os 7 papas desde 1929, até o
presente.”
O Tratado de Latrão (1929), feito com o cardeal Pietro
Gasparri (secretário do Estado da Santa Sé) e Benito Mussolini,
premier italiano, que formalizou o Estado do Vaticano, é
colocado como ponto de partida.
1. Pio XI (1929-1939)
2. Pio XII (1939-1958)
3. João XXIII (1958-1963)
4. Paulo VI (1963-1978)
5. João Paulo I (1978, 33 dias)
6. João Paulo II (1978-2005)
7. Bento XVI (2005-2013)
8. Francisco (2013- ?)
Pr. Samuel Ramos colocou uma relação semelhante de
papas como cumprimento de Apocalipse 17, como sendo os 7
reis. Mas ele já mudou de ideia e retirou todos os vídeos da
internet, porque não podia se enquadrar no texto. Foi uma
profecia falsa. Estava baseado em fantasias e falácias. Mas ele
foi humilde para reconhecer isso.
Em seu livro Revelações do Apocalipse, ele já apresentava,
em 2006, uma proposta dos 7 Reis de Apocalipse 17, mas logo
teve de retirar os vídeos da internet, porque suas propostas de
interpretação não puderam se cumprir, como ele mesmo
dissera em seu livro: “Se o presente papa morrer, e for
escolhido outro, esse estudo terá de ser revisto.” O Pr. Samuel
é muito culto, sincero e espiritual. Mas as suas propostas de
questões proféticas estão em desacordo com o ensino geral da
Igreja Adventista do 7º Dia.
Disse Ellen Whitte: “Alguns tomarão a verdade aplicável
ao seu tempo e pô-la-ão no futuro. Acontecimentos, na
sequência da profecia, que tiveram seu cumprimento no
passado distante, são considerados futuros, e assim, por essas
teorias, a fé de alguns é solapada... Aqueles que se aplicaram
a estudar novas teorias, têm uma mistura de verdade e de
erro,...” *Mensagens Escolhidas, vol II, p. 102#3; 104#2, 1896].
Isto é profecia que se cumpre em nossos dias, desde 1896.
Não devemos nos motivar por esses falsos ensinos.
Embora tenham uma mistura de verdade e erro, estão a
solapar a fé de alguns, trazendo resultados nefastos para a
Igreja, disseminando o erro e levando muitos a se desviarem,
abandonando a sua confiança e a de outros na direção da
Organização e de seus líderes.
Consideremos esse assunto dos papas por um pouco.
Alguns ainda querem sustentar que os papas eram os reis
mencionados na profecia, mas a Bíblia nunca disse que os reis
da profecia deviam ser papas. Pelo contrário, os reis da
profecia são governos, não pessoas (Dan 7:17,23).
Adotando o método historicista de intepretação, de
acordo com Apo 17:11, o oitavo rei que procede dos 7, não é
uma pessoa, mas um reino, e o único reino que procede dos
outros 7 reinos anteriores será o Papado, para dominar o
mundo inteiro (Apo 13:3,12).
Lemos de Apo 17: 9, que “as sete cabeças são sete
montes”, mas montes representam reinos (Jer 51:24-25), não
papas. “São também 7 reis”, mas reis representam reinos (Dan
7:17, 23).

QUEM SÃO OS 7 REIS?


As 7 cabeças são 7 reinos, são 7 reinos que perseguiram o
povo de Deus, que começam a ser contados desde o tempo de
Daniel.
Daniel 2 é o grande esboço que norteia todas as profecias
desde Babilônia até a eternidade. Não podem ser contados
Egito e Assíria, os reinos inimigos anteriores, porque houve
muitos outros perseguidores (Filistéia, Edom, Moabe, Amom,
etc., além do Egito e a Assíria), que perseguiram, humilharam,
escravizaram e mataram muitos israelitas. Mas temos apenas
7 a partir de Babilônia inclusa, mencionados em Apo 13. E o
oitavo, procede dos 7.

Todos eles são encontrados em Apo 13.


Em Apo 13:2, temos estes 5 primeiros:
1. Leão – Babilônia
2. Urso – Medo-Pérsia
3. Leopardo – Grécia
4. Dragão – Roma
5. Besta do mar – Papado: “Era” (538-1798):
Estes “5 CAÍRAM” Apo 17:9-10).

6. França > Ateísmo, besta do abismo (Apo 11:7) que


venceu o Papado (Apo 13:10; Dan 11:40); em 1798,
aprisionou o papa Pio VI. [O Papado está vencendo o
Ateísmo (Egito, o rei do Sul), e cumprindo a profecia de
Dan 11:42]. Entre a 1ª besta e a 2ª de Apo 13, se
encontra, nas entrelinhas do v. 10, a França que
representa o Ateísmo (GC, 269) que está espalhado
pelo mundo inteiro. “Um existe” Apo 17:10.
7. Besta da terra: EUA (Apo 13:11): “tem de durar pouco”
Apo 17:10.
8. Papado (restaurado): Babilônia (Apo 13:3,12; 17:5). “É
ele, oitavo rei”, que procede dos 7. (Apo 17:11).
O Ateísmo da França, muito esquecido pelos intérpretes,
embora seja a primeira sugestão do nosso Comentário Bíblico
Adventista, cresceu de modo extraordinário.
Basta perguntar:

Como se chama o Ateísmo? Em:


1. TEOLOGIA: Morte de Deus [Nietche]
2. CIÊNCIA: Evolucionismo
3. FILOSOFIA: Existencialismo
4. ECONOMIA: Capitalismo
5. METAFÍSICA: Espiritualismo
6. RELIGIÃO: Deísmo
7. POLÍTICA: Socialismo [Comunismo. (Carl Marx)]
De fato, “um existe” [Ateísmo francês] embora muito sutil,
espalhado pelo mundo inteiro. Mas será vencido pelo Papado,
firmado na Ciência que está percebendo que não podemos
conceber um Universo ou uma simples célula, tão complexos
para terem surgido do nada.
O grande gênio ateu da Ciência moderna, Stephen Hawking,
já falecido, disse, certa vez: “Tudo foi criado espontaneamente
do nada.” E os homens o aplaudiram, colocando-o num piná-
culo de glória, antes de sua morte. Mas logo os cientistas
criacionistas apontaram a contradição: “Ora, se tudo foi criado,
não é espontâneo; se é espontâneo, não pode ter sido criado.”
(Dr. Adauto Lourenço). “Se é do nada, então, quer dizer que do
nada, reunindo o nada, ajuntando todo o nada, o nada criou
tudo!” (Dr. Marcos Eberlin). O papa dirá que isso não faz
sentido. A menos que aconteça um milagre na teologia
católica, para não reconhecer a incoerência disso. Mas a
profecia diz outra coisa: “...a terra do Egito (Ateísmo da
França) não escapará.” *Dan 11:42; GC, 269+

Lista simples e completa dos 7 Reis:


5 Caíram:
1. Babilônia
2. Medo-Pérsia
3. Grécia
4. Roma
5. Papado
Tempo do Fim
6. Ateísmo [um existe]
7. Estados Unidos [tem de durar pouco]
8. Babilônia [o oitavo rei]

III - OS PERÍODOS DE 1260, 1290 E 1335


3º ERRO: “Os períodos de 1260, 1290 e 1335, de Daniel 12
devem ser interpretados literalmente, e se cumprirão após o
Decreto Dominical.“
Pr. Samuel Ramos está seguindo o pensamento de um
livro, que tem o título desses períodos, que se espalhou entre
os adventistas, mas que não tem o apoio da nossa Teologia.
Desde o tempo dos pioneiros, o surgimento da Igreja
adventista no mundo se deu por causa de um princípio
chamado de dia/ano, em que os períodos proféticos de Daniel
e Apocalipse são interpretados simbolicamente. Então, a partir
daí, sabemos que em 22 de outubro de 1844, começou o Juízo
Investigativo no Céu, e na Terra, nasceu a Igreja Adventista.
Não há nenhuma indicação nas passagens de Dan 12 que
possa fortalecer a ideia de que esses períodos devam ser
interpretados literalmente. Não há nenhuma indicação de que
períodos simbólicos possam ser usados literalmente. Também
não há nenhuma indicação de que esse capítulo deva ser
interpretado baseado no Decreto Dominical.
O erro está baseado em especulação sem nenhuma base
bíblica. Não se iluda com expressões como: “É o que a Bíblia
diz”, quando a Bíblia não está dizendo; quem diz é o pregador.
Ou: “Poderia ser mais claro?”, quando na realidade não está
claro. É apenas mais uma invenção do pregador, que já falhou
em muitas afirmações.
Interpretar um período profético como simbólico num
lugar e como literal noutro, é incoerência. Se há uma aplicação
simbólica do dia/ano, não haverá outra aplicação como literal
do mesmo período. O texto decide se será literal ou simbólico.
Mas nunca o mesmo período será simbólico num lugar e literal
noutro.
Mas ele diria: “Não há profecias com dupla aplicação?” De
fato, pode haver profecias com dupla aplicação, mas há uma
regra: “Sempre que uma profecia tiver alguma segunda
aplicação, isto será feito por outro profeta inspirado.” Há
inúmeros exemplos disso na Bíblia. No Sal 2:7, lemos: “Tu és
Meu Filho, Eu hoje te gerei.” O salmista Davi tinha em mente o
Reinado do Messias. Paulo, inspirado por Deus, aplicou o texto
para provar a Ressurreição de Cristo (Atos 13:33) e mais tarde,
com o mesmo texto, prova que Jesus é Filho de Deus (Heb 1:5),
superior dos anjos. E, numa terceira aplicação, diz que o texto
prova o sacerdócio de Cristo em Heb 5:5. Mas ele pode por ser
inspirado.
Em Isa 7:14, lemos de uma profecia aplicada aos dias de
Acaz; entretanto, Mateus a aplica ao nascimento de Cristo
(Mat 1:23). O Sal 22 é um salmo de Davi, aplicado em suas
tribulações, mas foi aplicado ao Messias, em muitos textos.
Mas os apóstolos podiam fazer estas aplicações proféticas, por
serem inspirados por Deus.
Ellen White tomou alguns textos bíblicos e fez diferentes
aplicações. Em 1Cor 2:9, Paulo diz que o texto de Isa 64:4, que
exalta a Deus, se refere ao Evangelho. Ele pode fazer isso. Ellen
G. White diz que se refere ao Céu (GC, 675). Ela pode, mas nós
não temos autoridade para tomar uma profecia e fazer dela
uma outra profecia, em uma segunda aplicação. Não temos a
autoridade de aplicar um período simbólico que já se cumpriu
no passado para figurar como literal, em outro tempo. Nem
Ellen White jamais fez isto, porque seria incoerência.
Mas, o que muitos ainda não perceberam é a sutileza da
pergunta: “Não há profecias com dupla aplicação?” Embora,
como vimos acima, os profetas inspirados canônicos e Ellen
White fizeram duplas aplicações uns dos outros, lemos esta
colocação: “Estudai o Apocalipse em relação com Daniel; pois a
História se repetirá.” *Testemunhos para Ministros, p. 116#3].
A grande ênfase está na História, não na profecia. Não são as
profecias de Daniel e Apocalipse que se repetirão. É a História,
em cumprimento às profecias já feitas, que se repetirão.

Neste ponto, o Pr. Samuel esqueceu da regra de número


6, que nos lembra o fato da repetição e ampliação, muito
comum nos livros de Daniel e Apocalipse. Em Daniel 12, o
profeta ouve as últimas palavras proféticas com referência aos
últimos dias com ênfase no período de 1260 dias/anos, cuja
importância se percebe pelo fato de ser um período
mencionado 7 vezes (Dan 7:25; 12:7; Apo 11:3,4; 12:6,14;
13:5).
Isso é uma repetição de Dan 7:25, onde se vê o período
pela primeira vez. Mas isso também é uma ampliação do
período que se vê nas profecias de Apocalipse. Mas os outros
períodos de 1290 e 1335 são uma ampliação de 1260 anos que
se cumpriram paralelamente no passado, dados a Daniel, a fim
de que ele tivesse a certificação das profecias que já haviam
sido dadas.

4º ERRO: “Quando a linguagem é incomum, o período é


simbólico; quando é comum, então, o período será literal”.
Por exemplo, diz Samuel Ramos: Em Dan 8:14, temos uma
linguagem comum ou incomum? Incomum: “tardes e ma-
nhãs”. Então, o período é simbólico. Mas em Dan 12:11-12,
onde lemos de 1290 dias e 1335 dias, a linguagem é incomum,
ou comum? É comum. Então, devemos interpretar de modo
literal. Não parece lógico? Mas, disse alguém, que na sabedo-
ria, muitas vezes, a lógica é ilógica. Outro professor de
Teologia já disse que “às vezes, a lógica nos permite errar com
segurança”.
Com todo o respeito, a regra acima exposta não procede e
não é suficiente, porque em Apo 12:6, onde se fala de 1260
dias, a linguagem é comum, mas o período é simbólico. Logo a
seguir, no v. 14, a linguagem é incomum [tempo, tempos, e
metade de um tempo], e o período deve necessariamente ser
interpretado da mesma forma do v. 6, simbolicamente. O
verso 14 é uma recapitulação do v. 6, uma retomada da linha
do pensamento interrompido pelos versos 7-12, e se refere ao
mesmo poder perseguidor.
Ora, em Daniel 12, acontece exatamente a mesma coisa
do que vemos em Apo 12. Em Dan 12:7, temos uma linguagem
incomum, e nos versos 11-12, temos uma linguagem comum.
Mas, ambos os períodos, comuns ou incomuns, devem ser
necessariamente interpretados simbolicamente, como exige a
correspondência e coerência com Apocalipse 12, além de
exata exegese. Não se admite, em uma exegese correta
interpretar diferentemente os mesmos períodos, em diferen-
tes capítulos, porque são repetições e ampliações do mesmo
poder. Portanto, a regra é o seu contexto profético, apoiado
por uma linguagem profética.

PERÍODOS DE DANIEL 12
Alguns pensam que os períodos de Dan 12 devem ser
interpretados de modo literal, porque não consideram o
contexto mediato e imediato. Pelo contexto imediato, as
palavras “um tempo, dois tempos, e metade de um tempo”
apontam para Dan. 7:25, como vimos, que requer uma
interpretação simbólica, e, portanto, esta deve ser também
vista desta forma. Os outros dois períodos [1290 e 1335 dias]
estão dispostos em relação ao tempo do fim e relacionados
com 1260, que é a base daqueles.
Em um contexto mediato, mais distante, vemos como Dan
12:7,12 está relacionado com Apocalipse 10: 6-7. O juramento
do Homem vestido de linho é o mesmo juramento de Apo 10.
O conteúdo *“já não haverá demora (gr. eti, tempo)”+ aponta
para o Tempo do fim, relacionado com o final de 1260 e o final
de 2300 tardes e manhãs, além dos quais já não haveria mais
tempo profético.
Mas, a que se refere esse tempo profético? Samuel diz
que tempo profético, simbólico, não haveria, mas tempo literal
sim, haveria. Esta conclusão é forçada, porque não há
nenhuma indicação no texto de Dan 12 ou Apo 10, que se
adapte ou mesmo que sugira que de agora em diante, os
períodos devam ser interpretados literalmente.
Pelo contrário, Ellen White diz outra coisa: “... nenhum
período profético se estende até o segundo advento.” (GC,
456#2). Ela está se referindo a um tempo de marcação de
datas para a volta de Cristo. Este é o contexto. Agora, se o
período é de 3 anos e meio ou de 1335 dias, ou daqui a 30
anos, o conceito de marcação de datas e “tempo profético”
continua sendo válido.
Disse mais: “Vi que eles [os mileritas] estavam certos em
sua interpretação dos períodos proféticos; o tempo profético
terminou em 1844” *Primeiros Escritos, p. 243#2]. Portanto,
após 1844, não temos mais nenhuma possibilidade de marcar
períodos pequenos ou grandes, simbólicos ou literais, para
ansiosos nos preparar para o fim de todas as coisas. “O tempo
não tem sido um teste desde 1844.” *EGW, Primeiros Escritos,
p. 75#0]. Portanto, não se trata de tempo profético ou literal.
Trata-se de “tempo”, que pode ser literal ou simbólico, que
não é mais um teste.

QUANDO COMEÇARAM OS PERÍODOS DE DAN 12?


1260 DIAS/ANOS:
Dan 12: 7: “um tempo, dois tempos e metade de um
tempo” equivale a 3 tempos e meio; um tempo significa um
ano (Dan 11:13), portanto, 3 ½ anos proféticos.
Como um ano do calendário judaico era de 360 dias:
1 tempo = 1 ano = 360 dias > 360 anos
2 tempos = 2 anos = 720 dias > 720 anos
½ tempo = ½ ano = 180 dias > 180 anos
TOTAL >>>>>>>>>>>>>>> 1.260 anos

Esta expressão é apenas uma repetição de Dan 7:25, que


profetiza a respeito do Papado em seu tempo de supremacia
na Europa ocidental. O decreto de Justiniano, de 533 AD,
estabelecendo o bispo de Roma como o cabeça de todas as
Igrejas, só foi válido a partir de 538, com a vitória sobre os
ostrogodos, forças arianas contrárias.

Decreto de Prisão do papa


Justiniano Pio VI
538 >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> 1798
______________1260 anos ____________

1290 E 1335 ANOS


Os outros períodos de Dan 12:11 e 12 começaram em
508 AD, quando aconteceu a conversão de Clóvis, rei da
França, que foi a primeira tribo bárbara a se converter ao
Catolicismo, e a primeira nação a derrotar o Papado, em 1798.

1290 DIAS/ANOS: Dan 12: 11


A palavra “sacrifício” foi adicionada a diário (heb, tamid)
pelos tradutores. O significado original é um adjetivo que se
torna um substantivo, “o contínuo”, e se refere ao contínuo
ministério de Cristo como Intercessor no Céu (Heb 7:23-25).
“Abominação desoladora” não é o Decreto Dominical,
como tenta impor Samuel Ramos. Abominação desoladora é o
Sistema papal. É um sistema que não só impõe o Domingo,
mas a idolatria da missa, a veneração dos santos, a mariolatria
(adoração de Maria), a infalibilidade papal, a imortalidade da
alma, o inferno, o purgatório, a confissão auricular, a perse-
guição dos mártires, as cruzadas, etc. O sistema papal é muito
mais do que a imposição dominical, e o texto é muito mais
amplo do que um decreto, mesmo que seja de grande alcance.
Aliás, o texto fala do passado, não do futuro. O sistema já está
estabelecido e mais vivo do que nunca dantes, e já operava
nos tempos de Paulo (2Tes 2:7).
O período de 1290 dias está estreitamente ligado com o
de 1260 dias (Dan 12:7), ou seja, estes dois períodos cobrem o
mesmo curso histórico, terminam juntos. O excesso de 1290
sobre 1260 dias se localiza na remoção do “contínuo” como
também no estabelecimento do papado. Subtraindo-se 1290
de 1798, que é o seu final, teremos facilmente o seu início em
508 DC, ano da conversão de Clóvis, rei da França.
A data de 508 AD é considerada como o tempo em que foi
tirado da mente do povo o “contínuo” ministério de Cristo, e
posta a abominação desoladora, estabelecendo o Papado, sob
influência da França, pela conversão do rei Clóvis. Só de 508
AD é que se pode contar com o tempo em que foi estabelecida
a abominação desoladora (o sistema papal), desde os seus
primórdios.
Isso é passado. Não se repete, porque o sistema contra
Deus (2Tes 2:1-4) já foi estabelecido. Não pode haver uma
dupla aplicação de uma profecia que está em andamento. A
dupla aplicação de uma profecia não pode partir do intérprete,
mas de um outro profeta inspirado. Portanto, E.G.White está
autorizada a fazer essas aplicações semelhantes com valor
real. Ninguém mais. Não podemos confundir aplicações profé-
ticas com aplicações homiléticas que qualquer pregador pode
fazer.

A importância da conversão de Clóvis, rei dos Francos. Há


uma tendência do Dr. Samuel a desfazer da importância desse
ato, mas a História indica que foi grande a sua influência na
Igreja Católica, bem como politicamente, sobre outros bárba-
ros que se entregarem ao Cristianismo.
O Dr. Samuel tenta convencer o seu público de que a
interpretação adventista oficial é de que Clóvis é a abominação
desoladora. Esta não é a nossa interpretação. Nunca dissemos
isto. Antes, dizemos que o rei Clóvis da França ajudou o
Papado a se estabelecer a partir de 508 DC, quando se
manifestou como o primeiro bárbaro a se converter ao
Catolicismo, batizando-se no Natal desse ano. A sua conversão
levou os outros bárbaros a se tornarem cristãos também.
Diz a História que “Clóvis é significativo devido à sua
conversão ao Catolicismo em 496 DC, em grande parte, a
mando de sua esposa, Clotilde. Ele viria a ser venerado como
um santo por este ato, celebrado hoje, tanto na Igreja Católica
Romana como na Igreja Ortodoxa Oriental. Clóvis foi batizado
no dia 25 de dezembro de 508 DC.” Veja a fonte na internet:
https://pt.qwe.wiki/wiki/Clovis_I
“Clóvis, eventualmente, se converteu ao catolicismo após
a Batalha de Tolbiac no dia de Natal de 508 em uma pequena
igreja na vizinhança da Abadia de Saint-Remi em Reims; uma
estátua de seu batismo pelo papa São Remígio ainda pode ser
vista lá.” (Idem)
Esse batismo, levando à conversão de todo o povo dos
francos ao Cristianismo, foi um sucesso importante para a
Igreja Católica e um evento influente na história da Europa.
Basta ler na História Medieval.

Mais tarde, o imperador Justiniano em 533 DC baixou um


Edito reconhecendo o Papa como o Chefe de todas as Igrejas.
Como os bárbaros arianos Hérulos, Vândalos e Ostrogodos não
concordaram, foram destruídos pelo general Belisário, com o
seu exército, em 538 DC. Só então, o Papa foi definitivamente
estabelecido. Mas o rei da França deu o impulso que faltava.
Entretanto, em 1798 foi a mesma França que destronou o
Papa Pio VI, por ordem de Napoleão Bonaparte, pelo general
Berthier, que por sua vez enviou o soldado Haller.

1335 DIAS/ANOS: Dan 12:12


Lemos em Dan 12:12: “Bem-aventurado o que espera...”,
ou seja, se os períodos anteriores já passaram, e ainda não se
cumpriram certas profecias, então, deve esperar, ao passarem
os 1290 anos, ainda mais 45 anos, até que se cumpram os
1335 dias/anos, que estão paralelos. Começando em 508 AD, o
último período avança até 1843 [508 + 1335 = 1843], uma data
importante em relação com o grande despertamento adventis-
ta na América do Norte, que conhecemos como o movimento
milerita.
A bem-aventurança se refere à alegria da esperança na
Volta de Cristo que estava sendo pregada para 1843, por
Guilherme Miller, e seus colaboradores e por centenas de
pregadores espalhados pelo mundo. Esse período chega até
essa data memorável de 1843. Isso também já se cumpriu no
passado. Esse período não se repete mais.

Batismo de Prisão do Papa Alegria da


Clóvis Pio VI Esperança
508 >>538 >>>>>>>>>>>>>>>>> 1798 >>>>>>>>> 1843
_________1260 __________
_____________1290 ____________
____________________ 1335 _________________

Além do mais, é bom saber que o erro cresce ao sabermos


que E.G.White afirmou juntamente com os pioneiros da Igreja
adventista, que “os 1335 dias já se cumpriram no passado.”
[E.G.White. Carta H-28, 07/11/1850, citado por Dr. Alberto
Timm, em Ministério/Maio-Junho/1999, pág.18ss]. Portanto,
não vamos esperar que esta profecia se cumpra novamente,
muito menos um período simbólico transformado em literal,
sem motivo.

IV - AS 7 TROMBETAS
5º ERRO: “As Pragas seguem as Trombetas que seguem os
Selos, que seguem as Cartas. Então, as Trombetas estão todas
no futuro.”
Dr. Samuel coloca os Selos, as Trombetas e as Pragas no
futuro. Após as 7 Igrejas, começam os 7 Selos, segundo ele.

QUADRO FUTURISTA DA “SÉRIE DE 7” DO APOCALIPSE


O Dr. Samuel Ramos ilustra esta corrente cronológica da
seguinte maneira:
Ainda bem que a linguagem acima do Samuel é apenas
uma “proposta”, nada definitivo. Neste estudo, veremos que
esta cadeia cronológica não se adapta à realidade da profecia.

QUADRO HISTORICISTA DAS 7 TROMBETAS

O Quadro Futurista do Samuel parece muito atrativo, é


muito mais fácil de explicar do que memorizar fatos históricos,
mas não contém a verdade. A Igreja Adventista viu que o único
método que interpreta corretamente as profecias apocalíp-
ticas é o método historicista, que acompanha os eventos no
decorrer da História, em que as profecias se cumprem
pontualmente. Outros métodos como o idealista e o futurista
não se adaptam à profecia apocalíptica. Não ajudam a compre-
ensão de profecias que estão no passado ou no futuro.

O método seguido por Samuel Ramos é o futurista, em


que as profecias das Séries de 7 do Apocalipse são colocadas
no futuro.
Entretanto, para acertarmos a interpretação das profecias
de Apocalipse, temos que seguir as regras de interpretação
dadas no livro de Daniel, porque esta é a chave para interpre-
tar as profecias Escatológicas (futuras) e Cronológicas (ordem
no tempo).
A grande regra de interpretação do Apocalipse é a regra
da Repetição e Ampliação. Além do contexto que se deve
analisar cuidadosamente, além do significado das palavras, se
a visão é literal ou simbólica, temos que considerar a regra
áurea da Profecia: “Considere as repetições e ampliações
naturais das profecias de Daniel e veja se estas repetições e
ampliações não se verificam em Apocalipse”.
Por exemplo: Daniel 11-12 repete e amplia Dan 8-9, que
repete e amplia Dan 7, que repete e amplia Dan 2. Aplicando
este método em Apocalipse, veremos facilmente que as Cartas
de Apo 2-3 se repetem e se ampliam nos 7 Selos, e estes se
repetem e se ampliam nas Trombetas, especialmente no 5º
Selo que exibe o clamor dos mártires. As Trombetas são a
resposta de Deus a esse clamor por justiça, mesmo aqui na
terra. As Trombetas são juízos de Deus contra o Império
Romano, começando com Roma Ocidental (pelos bárbaros),
depois com Roma Oriental (pelos árabes e turcos), e então,
finalmente com Roma Mundial (pelas 7 Últimas Pragas).
As Trombetas são o aviso de misericórdia de Deus para
que os homens se arrependam antes que venham as 7 Últimas
Pragas, que destruirão não apenas “a terça parte” da Terra,
como no caso de 5 primeiras trombetas (Apo 8: 7-12; 9:15),
mas toda a Terra, como no caso das 7 Pragas (Apo 16).
As 7 Pragas se assemelham às Trombetas não para dizer
que são os mesmos acontecimentos, e do mesmo tempo, mas
para transmitir a mensagem de que os mesmos juízos parciais
das Trombetas do passado serão os mesmos juízos ampliados
que alcançarão TODA A TERRA, no futuro. Mas embora as
trombetas apresentem juízos simbólicos, as Pragas enfatizam
juízos literais de destruição da Terra toda.
Portanto, as profecias da “Série dos 3 Sete” do Apocalipse
não são cronológicas, não há uma sequência, porque há uma
justaposição delas, de tal modo que todas começam na Era
Cristã, e culminam com a Volta de Cristo. São acontecimentos
desde o tempo dos apóstolos, e se cumprem na Era Cristã. Elas
se cumprem em justaposição, assim como as profecias de
Daniel que tem os capítulos em repetição e ampliação.
Mas, qual é a sequência do livro de Daniel? Ele começa
com a Babilônia (literal) e termina com a Babilônia (simbólica).
Assim também o Apocalipse. Começa com Roma literal e
termina com Roma espiritual. Comparando com Daniel, temos
o mesmo final, porque Daniel estabelece um esboço que deve
nortear todo o livro do Apocalipse. Em Daniel 2, temos o
esboço que nos leva a Roma que é o último reino universal. As
Trombetas são os juízos parciais de Deus contra Roma, e as
Pragas são os juízos finais e globais contra a mesma Roma que
ainda não aprendeu e não se arrependeu dos seus atos
pecaminosos (Apo 9:20-21). Durante as 7 Últimas Pragas, já
será tarde para se arrepender (Apo 16:9,11), porque a porta da
graça terá sido fechada (Luc 13:24-25; Apo 15:8; 22:11).
Como podemos saber que as Pragas não começam junto
com a “Série dos 3 Sete” (Igrejas, Selos e Trombetas), que
ocorrem simultaneamente? Porque as Pragas têm um tempo
determinado pela ação final de Cristo no Santuário celestial.
De acordo com Apo 15:8, Cristo termina a Sua obra de
intercessão e Juízo Investigativo, e começam logo a seguir as 7
Pragas descritas no capítulo 16.

COMPARAÇÃO ENTRE AS TROMBETAS E AS PRAGAS


Muitos eruditos do Apocalipse encontram as semelhanças
entre as Trombetas e as Pragas, chegando à conclusão de que
deve haver alguma mensagem importante para tanta coinci-
dência em duas profecias tão significativas.

Mas a maioria fica apenas nas semelhanças e esquecem


de considerar ou descobrir que há claras diferenças também,
que não devem ser esquecidas, com o perigo de entrar numa
falsa interpretação.

Aqui entra a importância de se estudar as 7 Regras de


Interpretação, que podem nos ajudar a fazer as devidas
aplicações e descobrir que certos símbolos iguais aparecem
com diferentes significados em diferentes contextos. Um
exemplo especial aqui é o grande rio Eufrates, literal nas
Trombetas (Apo 9:14), mas simbólico nas Pragas (16:12).

Há muitas semelhanças entre as Pragas e as Trombetas.


Mas, se há tantas semelhanças, será que é tudo a mesma
coisa? Será que os acontecimentos das 7 Trombetas são os
mesmos das 7 Pragas? Será que as Trombetas são as Pragas, e
ocorrem ambas no final do tempo da graça, como querem
alguns, como o Pr. Samuel? Seriam apenas juízos do Fim, como
querem alguns ensinadores modernos?
Não, não podem ser, porque se há semelhanças, há
também diferenças. É o que vemos a seguir.

As diferenças são escatológicas, mas muito claras para


serem confundidas. Quando você se apega às semelhanças,
você tem a impressão de que as Trombetas e as Pragas são a
mesma profecia, e que acontecem juntas, e no mesmo tempo.
Mas quando você vê nitidamente as diferenças, você percebe
que as 7 Trombetas são anúncios em miniatura do que aconte-
cerá nas Pragas em escala mundial. Basta comparar.
6º ERRO: “As Cartas, Selos e Trombetas não podem ser do
mesmo período, porque não se correspondem, não se ajustam
no mesmo tempo.”
Ele está seguindo uma posição dos Protestantes. Não é
uma posição adventista. A teologia popular ainda está
discutindo sobre onde colocar as Trombetas: Dentro ou fora
do 7º Selo? Mas, como os Protestantes estão ainda em dúvida
sobre as profecias, os adventistas sabem onde colocar os
acontecimentos proféticos, porque têm a orientação do Espíri-
to de Profecia, especialmente do Grande Conflito.
Ramos quer dizer que não há uma justaposição no mesmo
tempo na História; portanto, não parece lógico você colocar as
Trombetas iniciando juntas com as Igrejas e os Selos, porque a
data da primeira trombeta é colocada em 395 AD, sob Alarico,
rei do visigodos, bem distante da data de 31, quando Cristo foi
crucificado.
Mas a resposta a esta questão está no fato de que os
esquemas exatos de datas não estão sendo exigidos para o
cumprimento da profecia. E como as Trombetas tratam de
juízos, estes devem esperar o tempo exato de Deus e não o
nosso. Primeiro, vem as ações perseguidoras; depois de um
tempo, vem os juízos. Deus espera até que os ímpios se
revelem; dá um tempo para que todos conheçam o caráter
deles. Só então, virão os juízos. Assim, Deus começou no Céu,
e é este o Seu método. Portanto, primeiro vem a perseguição;
depois vem os juízos, não concomitantes.
Você esperaria que os juízos contra os perseguidores
romanos começassem no tempo de Cristo? Eu também,
porque a culpa da morte de Cristo também pesa sobre Roma.
Porém, ao invés disso, eles destruíram Jerusalém e o templo,
no ano 70 de nossa Era. Mas a vingança divina parecia tardar.
Você esperaria que os juízos contra os romanos começassem
no tempo em que os cristãos foram lançados às feras? Eles
também, mas o tempo era de Deus, não deles.
Então, por que Samuel Ramos está dizendo que o tempo
não corresponde? Por que ele quer uma adaptação de datas
da Série dos 7? Por que ele tem dificuldade de ver as trombe-
tas durante a Era Cristã? Será que a profecia seguirá perfeita-
mente um esquema humano, ou seguirá o seu próprio
esquema, indicado nas profecias de Daniel? Ele vacila na regra
de número 1, que adverte quanto a interpretar a profecia dos
hebreus orientais com os óculos ocidentais. Ao interpretar as
profecias, temos que deixar o perfeccionismo grego, a fim de
entender o pensamento hebraico e escutar o que Deus diz em
Sua Palavra.
Seguindo o seu método de repetição/ampliação, não
temos mais nenhuma dúvida do seu exato cumprimento, ainda
mais porque foi confirmado pelos escritos de E.G.White. Basta
ler em O Grande Conflito, páginas 334-335, onde ela confirma
as Trombetas em suas datas exatas, até 11 de agosto de 1840.
Mas as 7 Pragas, ela as posiciona no fim do Tempo do Fim, nas
páginas 628-629, num contexto da ira de Deus sobre um
mundo impenitente, em imensas calamidades destruidoras.
E aqui, é bom lembrar que “trombetas são símbolos de
guerras” (Jer 4:19; Apo 9:7,9), não de filosofias, como disse o
Dr. Gerhard Hasel para o Dr. Alberto Treyer, ao saírem de uma
discussão teológica sobre as Trombetas do Apocalipse, em que
alguns estavam querendo sustentar a ideia de Iluminismo, etc.
Mas então, quando devem começar as Trombetas? Não
começam com Jerusalém, que foi destruída, na era primitiva,
como afirmaram o Dr. Edwin Thiele e seus seguidores? Não. As
Trombetas começam não contra Israel, porque os juízos contra
o povo judeu se cumprem nas palavras de Cristo em Lucas 21:
24, “até que os tempos dos gentios se completem.” Eles não
foram esquecidos, assim como tantas outas nações que são
castigadas à parte das guerras das Trombetas. Mas o foco de
Daniel e Apocalipse, e a grande preocupação dos cristãos de
todos os tempos era Roma [Apo 1:9; 6:10]. E ainda continua.
Esta interpretação conserva intactas as datas que já foram
confirmadas pelo Espírito de Profecia [O Grande Conflito, pp.
334-335]
Seguindo o esboço de Daniel 2, confirmado e ampliado em
Dan 11, Roma deve continuar perseguindo o povo de Deus
desde o tempo dos apóstolos até a destruição final. Portanto,
as Trombetas começam nessa época e terminam na consuma-
ção final. Quando os cristãos sofriam a perseguição nos dias
primitivos, o clamor era muito grande [Apo 6:9-10]. Muitos
estavam a ponto de deixar o Cristianismo, desistir de sua fé,
diante de tanta pressão. Então, o apóstolo de Patmos (Apo
1:9) recebeu a Revelação divina, e escreveu o Apocalipse. Era a
consolação de Deus para um povo massacrado, perseguido e
violentado. Era a promessa de que não seria a conversão de
Roma, que era esperada, mas a sua destruição que estava
predito em Daniel [Dan 2:44-45; 11:45].

7º ERRO: “A terra será destruída na sua ‘terça parte’, e


isso jamais aconteceu no passado. É algo futuro.”
As 4 primeiras Trombetas começam dizendo que a “terça
parte” será destruída (V. 7,8-9,10,12; idem 9:15). Daí, o nosso
oponente julga que isso se refere ao futuro do mundo, porque
jamais aconteceu no passado.
Ora, esse é mais outro erro crasso, porque a linguagem da
“terça parte” é simbólica de uma grande parte da terra, mas
não a sua totalidade, na localização de Roma, na Europa
Ocidental, inicialmente, a partir do IV Século. Mas Samuel
Ramos diz que isso jamais aconteceu no passado e vai
acontecer no futuro. Ora, se a linguagem deve ser interpretada
como algo literal, então, o erro é maior ainda, porque no final
dos tempos, não será destruída só a terça parte, mas TODA A
TERRA SERÁ DESTRUÍDA, com as 7 Pragas [Apo 15-16].

As 4 primeiras Trombetas atingem a “3ª parte” de Roma


local, simbolicamente. As 7 Pragas: Atingem todo o globo,
literalmente, não uma pequena parte.

1ª Praga. Apo 16:1-2. “Derramai pela TERRA.” Aos homens


portadores da marca da besta. Não diz que será destruída a
terça parte, mas toda a terra será atingida.
2ª Praga. Apo 16:3: “morreu todo o ser vivente do mar”, não a
terça parte.
3ª Praga. Apo 16:4: Rios e fontes de águas se tornam em
sangue, não a terça parte deles.
4ª Praga. Apo 16: 8. Os homens foram queimados, não a terça
parte deles. É muito mais no futuro do que aquilo que
aconteceu na destruição realizada pelos bárbaros, árabes e
turcos, no passado.
5ª Praga. Apo 16:10-11. Os homens estão em angústia, não a
terça parte deles.
6ª Praga. Apo 16:12. Todo o rio Eufrates recebe a praga, não a
terça parte dele, na batalha do Armagedom, quando todos os
ímpios serão destruídos e não a terça parte deles.
7ª Praga. Apo 16: 17. O ar será atingido pela 7ª praga, não
apenas a terça parte. O maior terremoto do mundo ainda está
no porvir.Todas as cidades das nações cairão. Todas as ilhas
fugiram”, não a terça pare delas. Etc, e etc...

Portanto, mesmo que as Pragas não sejam universais em sua


destruição (Grande Conflito, 628:3), serão universais em seu
alcance. Desse modo, se durante as Trombetas vemos a terça
parte sendo destruída, vemos o alcance universal das 7 Pragas.
Portanto, a aplicação se refere a um tempo diferente para
ambas as profecias.
Considere, finalmente, as milhões de pessoas mortas em
guerras e invasão de cidades, e você verá na História que a
destruição da “terça parte” naquele tempo de menor popula-
ção, as queimadas na natureza, as embarcações incendiadas, o
sangue derramado de milhões realmente aconteceu. Veja os
dados históricos, em uma boa Enciclopédia ou um livro de
História Medieval, e busque por povos bárbaros, visigodos,
vândalos e hunos. Ou veja tudo na internet e visite o Google. É
muito temerário dizer que nada disso aconteceu. No mínimo,
revela uma falta de conhecimento histórico, ou um desejo de
que não tenha acontecido para que a minha teoria seja mais
válida.
8º ERRO: “A sequência está na Bíblia: Após o 7º Selo, vem
as 7 trombetas.”
Parece muito atrativo esse tipo de raciocínio, mas é muito
superficial. Não se faz uma análise profunda do livro, em seu
contexto mediato e imediato, em todo o livro. A questão da
sequência da cadeia de Profecias dos 7 Selos seguindo as 7
Igrejas, e as Trombetas seguindo os 7 Selos é um erro.
Muitos estão seguindo a interpretação de certas “Bíblias
de Estudo”, que têm ajudado em certo sentido, mas, por outro
influenciado erroneamente a muitos sinceros pesquisadores
da verdade.
A “Bíblia Anotada”, de 1991, tem o seguinte comentário
numa nota de rodapé: “Apo 8:1 abriu o sétimo selo. Com o
abrir do sétimo selo, vem a segunda série de julgamentos – as
sete trombetas. Aparentemente, os julgamentos anunciados
pelas Trombetas seguem cronologicamente os dos Selos.”
[Bíblia Anotada, ed. 1991, Charles C. Ryrie, Th.D., Ph.D., página
1598]. Ainda bem que o Dr. Ryrie foi honesto e usou uma
linguagem de teólogos dando margem à dúvida e à pesquisa,
quando disse que isso era “aparentemente.” Pois pesquisando
um pouco mais, você chegará à conclusão de que esta
afirmação é apenas aparente mesmo, não a pura verdade.
Alguns eruditos estão dizendo que as cadeias da Série de 7
são uma cronologia, não uma justaposição ao tempo da Era
Cristã. Dizem que as 7 Igrejas são seguidas pelos 7 Selos, os 7
Selos seguidos pelas Trombetas e estas são seguidas pelas 7
Pragas. Parece muito bonita e atraente esta interpretação,
mas não condiz com a verdade dos fatos.
Samuel Ramos prega pela internet muito insistentemente
esse esboço, no qual as Trombetas seguem os Selos, e, como
os Selos acabam na Volta de Cristo, ele coloca as Trombetas
não no passado, mas no futuro, seguindo o 7º Selo, como
juízos de Satanás, permitidos por Deus. As Pragas seriam os
Juízos de Deus diretamente.
Mas a simples leitura de Apo 8-9 e 15-16 indicam que as
Trombetas e as Pragas são ações divinas de juízos. Não ações
divididas com Satanás, embora Deus permita algumas ações
diabólicas, ao retirar a proteção do Seu Espírito. Mas ainda são
ações de Deus porque o que Deus permite, é contado como
ação dEle. Ele não tem parceria com o Seu inimigo. “Deus não
faz coisa alguma de parceria com Satanás.” *E.G.White,
Testemunhos Seletos, v. II, p. 286+ “Ele não trabalhará de
parceria com Satanás” *Fundamentos da Ed. Cristã, p. 464+.
“Deus e Satanás jamais trabalham em parceria” *T. Sel. Vol. II,
p. 26].
Muitos estão sendo desencaminhados, perdendo o esboço
dos pioneiros, incluindo as claras afirmações de EGW, sobre
Apo 6, no Grande Conflito, pp. 304, 333-334, além de sua
explanação do cumprimento de datas das Trombetas (pp. 334-
335).

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO DE APO 8:1-2


Como entender o texto das 7 Trombetas? Quando real-
mente começam?
Lemos em Apo 8:1-2: “Quando o Cordeiro abriu o sétimo
selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora. Então, vi os
sete anjos que se acham em pé diante de Deus e lhes foram
dadas sete trombetas.”
Qual é o significado destes 2 versos unidos? Será que a
palavra “Então” está bem colocada para se referir a um
acontecimento cronológico, que logo segue os acontecimentos
do verso anterior (Apo 8:1)? Ou será que há um problema de
tradução?
De fato, a palavra “Então” dá a impressão de continuidade
na cronologia dos acontecimentos dos 7 Selos. Mas, é isso
exatamente o que diz o original?
Há dois problemas aqui, os quais deram origem à esta
interpretação equivocada:
Primeira razão para mal interpretar o texto. O problema é
de tradução mesmo. A palavra “kai” do original grego, de onde
foi traduzido “Então”, na realidade tem vários significados. De
acordo com o Dicionário Grego de Strong, “kai” significa “E”,
entre outras possibilidades, como: “E, também, mesmo, assim,
(e por último:) então”. Note que a maioria das traduções verte
a palavra aqui em Apo 8:2, como: “E” (E vi...). Por quê? Porque
este é o primeiro e básico significado da palavra “kai”. A
palavra “Então” dá um sentido adverso que o original não tem.
Dá uma impressão de continuidade dos acontecimentos
anteriores, quando aqui, o apóstolo não se refere a uma
cronologia após ou dentro do sétimo Selo. O sétimo Selo
termina no V. 1, e o verso 2 começa a nova cadeia profética
das 7 Trombetas.
Então, vem a segunda razão da má interpretação: Houve
um problema na posição do capítulo 8. Sabemos que a divisão
da Bíblia em capítulos e versículos não faz parte da inspiração
dela. Foi acrescentada por Stephen Langton e Robert Stephane
(1.553 d.C.). Houve um problema de colocação indevida das
palavras do capítulo 8: 1 que pertencem naturalmente ao
capítulo 6, mas que precisou ser interrompido pelo capítulo 7
(explicando o que é o Selamento final), mas que, terminado o
parêntesis, ainda deveria pertencer ao capítulo 7, no final.
Então, teríamos em Apo 7:18, o conteúdo de Apo 8:1, com o
título que a tradução Almeida Atualizada deu: “O Sétimo Selo”.
Se isto tivesse sido feito desta maneira correta, haveria alguma
dúvida? Certamente não, assim como não há dúvida sobre a
colocação das cartas, em Apo 2-3.
Vejamos como ficaria, se fosse seguida a realidade do
texto:
Apo 7:17: pois o Cordeiro que se encontra no
meio do trono os apascentará e os guiará para
as fontes da água da vida. E Deus lhes
enxugará dos olhos toda lágrima. ] (Termina
o parêntesis)

O Sétimo Selo
Apo 7:18 Quando o Cordeiro abriu o sétimo
selo, houve silêncio no céu cerca de meia
hora.

As Sete Trombetas
8 E vi os sete anjos que se acham em pé
diante de Deus, e lhes foram dadas sete
trombetas.
2 Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar,
com um incensário de ouro, e foi-lhe dado
muito incenso para oferecê-lo com as orações
de todos os santos sobre o altar de ouro que
se acha diante do trono;
3 e da mão do anjo subiu à presença de Deus
a fumaça do incenso, com as orações dos
santos.

Mas, se este é o ideal, e não podemos chegar ao ideal,


porque não podemos mudar a disposição dos versículos,
então, pelo menos, podemos colocar um título, antes do 7º
Selo, no cap. 8:1. Este é o meu apelo à Sociedade Bíblica do
Brasil. Não achei nenhuma Bíblia com esta divisão que é a mais
natural possível. Veja como ficaria:
Apo 7:17: pois o Cordeiro que se encontra no
meio do trono os apascentará e os guiará para
as fontes da água da vida. E Deus lhes
enxugará dos olhos toda lágrima.

O Sétimo Selo
8 Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo,
houve silêncio no céu cerca de meia hora.

As Sete Trombetas
2 E vi os sete anjos que se acham em pé
diante de Deus, e lhes foram dadas sete
trombetas.
3 Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar,
com um incensário de ouro, e foi-lhe dado
muito incenso para oferecê-lo com as orações
de todos os santos sobre o altar de ouro que
se acha diante do trono;
4 e da mão do anjo subiu à presença de Deus
a fumaça do incenso, com as orações dos
santos.

Uma disposição correta dos títulos da Bíblia leva a uma


interpretação correta. E a recíproca também é verdadeira.
Apenas uma sugestão equivocada pode levar a muitos esque-
mas incorretos de interpretação.
Apo 8:2-6 é apenas uma Introdução às Trombetas,
independente do 7º Selo, que terminou no v. 1. Trata da Volta
de Cristo quando se fará silêncio no Céu, por falta de anjos
para louvar no Céu, por 7 dias (Mat 25:31).
Por que 7 dias? Como calcular 1 hora profética, baseada
em 1 dia profético?
1 hora = 1 dia (profético)/24= 360/24= 15 dias.
½ hora = 15 dias/2= 7dias e meia hora.
Quase meia hora = 7 dias exatos.

Ellen White diz que vamos subir ao Céu e demorar apenas


7 dias na viagem: “Todos nós entramos na nuvem e estivemos
por 7 dias ascendendo para o mar de vidro aonde Jesus trouxe
as coroas...” (Primeiros Escritos, p. 16.).
Mas, para termos uma visão mais clara do Apocalipse,
precisamos entender a sua Estrutura Geral. O Apocalipse está
dividido em 7 Cenas. Cada nova visão está antecipada por uma
introdução.

ESTRUTURA DO APOCALIPSE EM 7 CENAS


[Por Dr. Josué Gajardo, adaptado por Pr. Roberto Biagini]
Prólogo (1:1-8)
1. Cena Introdutória (1:9-20)
As Sete Iglesias (2:1-3:22)
2. Cena Introdutória (4:1-5:14)
Os Sete Selos (6:1-8:1)
3. Cena Introdutória (8:2-6)
As Sete Trombetas (8:7-11:18)
4. Cena Introdutória (11:19)
O Grande Conflito (12:1-14:20)
5. Cena Introdutória (15:1-8)
A Ira de Deus (16:1-18:24)
6. Cena Introdutória (19:1-10))
O Juízo Final (19:11-20:15)
7. Cena Introdutória (21:1-8)
A Nova Jerusalém (21:9-22:5)
Epílogo (22:6-21)

Esta estrutura é clara e nos dá uma compreensão mais


real. Ora, se todas as cenas possuem uma clara introdução, e
as Trombetas também possuem introdução, onde está a sua
introdução? É claro que se encontra nos versículos 2-6 [Apo 8],
anteriores ao início das 7 Trombetas. Esta compreensão desfaz
qualquer interpretação equivocada que coloca as Trombetas
dentro do 7º Selo, que já termina em Apo 8:1. O assunto cessa.
Depois dos Selos, há uma nova introdução que focaliza as 7
Trombetas que começam em Apo 8:7.
Independentemente do 7º Selo. Claro como cristal. É
simples assim.

9º ERRO: “É lógico que após Cristo lançar o incensário, em


seguida, seguem as Trombetas. A sequência está na Bíblia.”
Samuel Ramos está se referindo a Apo 8:5, onde lemos
que o Anjo lançou o incensário à terra, cheio do fogo do altar.
“E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.” O que isso
significa? Significa que após a Intercessão de Cristo no altar do
Santuário Celestial, Ele começa os juízos contra os ímpios.
Significa o Fechamento da Porta da graça. Isso diz E.G.White
[Primeiros Escritos, páginas 279-280]. Cessa a oportunidade de
salvação.
Então, diz Samuel Ramos: Não está claro? Logo após o
fechamento da Porta da graça, começam as Trombetas, já no
verso seguinte (Apo 8:6). É a sequência que está na Bíblia, diz.
Mas este é mais um engano que segue uma leitura
superficial, sem consideração sequer do contexto imediato,
além de desconhecer várias regras de interpretação do
Apocalipse.
1. Significado de uma Introdução. Já vimos que os vs. 2-6
são uma clara introdução às Trombetas. Uma introdução não
tem a finalidade de ser seguida cronologicamente pelo conteú-
do que introduz. Pelo contrário, o conteúdo começa pelo
primeiro item da introdução, não pelo último. Por exemplo:
Você introduz o seu sermão dizendo que ele está dividido em 7
partes, antecipando as coisas que você tem a pregar no
sermão. O que você faz a seguir? Começa na 7ª parte? Ou
desenvolve o conteúdo a partir da 1ª parte, depois passa para
a 2ª, vai à 3ª, até a última parte anunciada na introdução? É
claro que a introdução é apenas uma introdução, não é o
conteúdo.
Em Apo 8:2-6, temos uma Introdução que
[1] fala da visão das 7 Trombetas (V. 2), que é o tema que
vem a seguir, após a visão dos 7 Selos, que termina em 8:1;
[2] fala da Intercessão de Cristo durante a qual se
cumprem as Trombetas, em tempo de graça (v. 3-4), e
[3] fala do fim da Intercessão quando se concluirão as 7
trombetas (V. 5), no final da sétima trombeta (Apo 11:19).
E novamente,
[4] a visão dos 7 anjos que se preparam para tocar (V. 6).

A primeira regra de interpretação do Apocalipse diz que


devemos considerar os quiasmos e poesias. Quiasmo é uma
palavra que vem da pronúncia da letra X em grego. Nos
quiasmos da Bíblia, vemos como certas frases são colocadas
em transversal, em uma forma exclusivamente hebraica de
poesia. Vemos esse quiasma em Apo 8:2-6. Note:

Quiasma de Apo 8:2-6


A. 7 anjos recebem 7 trombetas. (V. 2)
B. Anjo usa o incensário. (V. 3-4).
B’. Anjo lança o incensário. (V. 5).
A’. 7 anjos se preparam p/ tocar as 7 trombetas (V. 6)

Os quiasmas que pertencem à literatura e poesia hebraica


são utilizados em toda a Bíblia a fim de esclarecer o sentido
com paralelismos e tornar mais atrativa e solene a linguagem.
Nesse caso, o paralelismo é quiástico, porque está em forma
de X: no centro e nas extremidades temos 2 conteúdos em
forma de paralelo, em semelhança.
Tudo isso é apenas uma introdução. A seguir, vem o
conteúdo que começa com a 1ª trombeta (8:7), e vai até a 7ª,
em cujo final, de acordo com a introdução, termina o tempo
de graça, e culmina com o estabelecimento do reino de Cristo
em glória (Apo 11:15-19). E termina como foi prometido na
introdução, com “relâmpagos, vozes, trovões e terremoto”,
símbolos dos Juízos das 7 Pragas que logo a seguir serão
derramadas sobre a Terra (Apo 8:5; 11:19; 16). Nada antes,
nada depois. É uma visão iniciada e terminada. É uma
introdução apenas, não uma sequência. Não são “profecias
sequenciais”, como ele diz.
2. As 7 Regras do Apocalipse. Pr. Samuel desconsiderou a
regra de nº 1, que adverte sobre o Clímax. Este é um método
muito usado no pensamento hebreu: Primeiro vem o Clímax,
depois o conteúdo que justifica o Clímax. Primeiro vem o
principal; depois vem o desdobramento. Por exemplo: Em Apo
14, temos um clímax da visão dos 144.000 no Céu (Apo 14:1-
5); depois, na terra, o desenvolvimento de como eles chega-
ram lá (Apo 14:6-16).
Este é um método muito interessante. Os hebreus ao
contar uma história faziam o que detestamos: “Não me conta
o final, porque perde a graça!” Mas, não é interessante que
Deus nos conta primeiro o melhor e depois, animados com o
melhor, temos forças para seguir pelo caminho com mais
forças? Os cristãos estavam sendo perseguidos (Apo 2:9);
então, Deus os anima com a certeza de que havia 7 anjos
enviados com 7 trombetas, anunciadoras de guerras contra os
seus inimigos (Apo 8:2). Mas, enquanto isso, eles seriam
confortados porque Cristo estaria intercedendo por eles (Apo
8:3-4), e que ao final, os seus perseguidores seriam destruídos
completamente (8:5). Este é o clímax. Mas, como seria feito
tudo isso? Então, o v. 6 e seguintes mostram como seria o
desenrolar das 7 Trombetas. Depois de narrar o clímax e a
certeza da vitória, João nos conta toda a história, desde o
início, no tempo da Era Cristã.
Em Apo 15:2-4, também temos um clímax bem
interessante. Os remidos são encontrados no Céu, no mar de
vidro, entoando o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro.
Já se encontram salvos, garantidos, têm a vitória final. Mas eis
que nos versos 5-8, Deus envia as Pragas. Ora, se fôssemos
seguir o raciocínio de Samuel Ramos, “a sequência está na
Bíblia”, e portanto, os justos deveriam baixar à Terra, e sofrer
o tempo das Pragas, sendo derramadas sobre os ímpios e eles
a sofrer a angústia de Jacó.
Note o quiasma semelhante ao de Apo 8:2-6, em Apo 15.

A. 7 anjos recebem as 7 taças. (15:1).


B. Justos no Céu. Mar de vidro. (15:2-4).
B’. Anjos no Céu. Santuário celestial. (15: 5-7).
A’. 7 anjos preparados com 7 flagelos. (15:8).

Aqui novamente, temos a solenidade, a ênfase, e a beleza


da poesia hebraica, além de ser mais didático para a compre-
ensão.
Assim como em Apo 14 e 15 temos um clímax, também
em Apocalipse 8:2-6: Primeiro o clímax da Intercessão e o
fechamento da Porta da graça. Depois, se desdobra como isso
acontecerá para os ímpios. Mas antes de tudo, Deus dá a
segurança para os crentes de que Cristo está intercedendo por
nós, e que os ímpios perseguidores romanos receberão o seu
devido castigo pelas guerras das Trombetas.
Com os Selos acontece a mesma coisa: Primeiro, temos
uma introdução em forma de Clímax: Os capítulos 4 e 5
oferecem o Clímax: O Juízo no Céu, que traz a mensagem à
Igreja perseguida, de que Deus tem tudo sob Seu controle, e
que Cristo já morreu e garantiu a nossa salvação, e que o
nosso nome está escrito no Livro do Destino. Depois desse
maravilhoso clímax, para animar e confortar os fiéis cristãos,
vemos os 7 Selos e como a Igreja foi perseguida, e como
clamam por justiça (Apo 6:9-10). Então, as Trombetas são a
resposta de Deus ao Clamor dos mártires. Nada de colocar isso
no futuro, porque a maior parte já se cumpriu no passado, e os
sinais e datas de Apo 6: 12-13 já foram verificadas no decurso
da História.
Estamos vivendo entre os versos 13-14 (Apo 6). Já ocorreu
o terremoto de Lisboa a 1º de novembro de 1775 [GC,304, cita
Apo 6:12]. Já é histórico o Escurecimento do Sol e da Lua,
ocorridos a 19/05/1780 [GC,306,308]; a queda das estrelas já
aconteceu a 13/nov./1833 [GC,333, cita Apo 6:13]. Falta se
cumprir o v. 14, quando o céu se recolhe como pergaminho,
montes e ilhas são movidos de seus lugares, virão as 7 Pragas,
etc. Todos estes sinais estão claros no Grande Conflito, pp.
304, 306, 308, 333, em cumprimento do 6º Selo. Ellen G. White
está citando Apo 6:12-13, e falando dos acontecimentos dos 7
Selos. Como o Samuel não pode ver isto, já que cita tanto esse
livro? Como pode colocar tudo isso para o futuro? Há muitas
profecias que se cumprirão no futuro; mas não precisamos
adicionar também as profecias que já se cumpriram no
passado, para que pudéssemos nortear o futuro.
Enfim, Samuel também quebra a regra nº 2, no tópico da
estrutura do Apocalipse. Se não observamos a sua estrutura,
aqui, a mais simples, de uma clara introdução, erramos na
interpretação. Se desconsiderarmos a regra de nº 5, também
erramos. Fala do Período Histórico de Apo 1-11. Os capítulos
12-14 estão no centro do livro, e falam especialmente do
Grande Conflito. Então, os cap. 15-22 que tratam da
Consumação Final, retomando as Cenas do Fim, tratando das
Profecias Escatológicas.
O erro está em colocar profecias que pertencem ao 1º
grupo dos cap. 1-11 [Igrejas, Selos e Trombetas] justamente no
3º grupo Escatológico. Se fizermos isso, desconsideramos a
regra 3 que trata do contexto. Se colocamos Selos e Trombetas
após o fechamento da Porta da graça, estamos avançando
para o cap. 15-16, fora do contexto. Somente em Apo 15:8 é
que o profeta começa a falar em visões do fechamento da
Porta da graça, embora em 8:5, haja uma previsão, mas que
anuncia o fechamento após a 7ª Trombeta, como vimos acima.
Até aqui havia oportunidade de salvação: nos Selos (Apo
6:11; 7:3) e nas Trombetas (8:3-4; 9:13,20-21). A ordem é
colocar as Trombetas (Apo 8:2-11:19) antes de 15-16, que
trata das 7 Pragas, que só ocorrem após as Trombetas. Só
assim haverá uma harmonia de estrutura. Os cap. 12-14 estão
no centro do quiasma estrutural do Apocalipse, delimitando a
parte Histórica [Apo 1-11] da parte Escatológica [15-22]. Errar
na estrutura é errar na interpretação. Podemos até ser
doutores, mas se desconsideramos as regras, vamos errar. Isso
acontece com os eruditos dentre os Protestantes. Muita
cultura, pouco acerto.
E finalmente, está o erro de passar despercebida a regra 9,
que nos ensina a observar o esboço de Daniel no sentido da
repetição e ampliação. Assim como em Daniel, há uma
repetição e ampliação de profecias, imagens e símbolos, isso
também ocorre em Apocalipse. As Cartas para as 7 Igrejas
possuem um conteúdo que é repetido nos Selos, repetindo os
períodos, as experiências em diferentes símbolos e ampliando
o seu significado. E os Selos se refletem nas Trombetas, ao
vermos os juízos de Deus contra o Império Romano opressor
dos cristãos, que clamavam por justiça (Apo 6:9-10). Repetição
é a chave para a memorização e aprendizado. Ampliação é a
chave para fixação de novas descobertas. Realmente, não há
como o método divino para transmitir Sua palavra.

10º ERRO: “As Trombetas acontecerão no futuro, porque


Ellen White disse isso: ‘trombeta após trombetas soará’. E isso
é futuro. É uma linguagem clara.”
Pr. Samuel Ramos se refere ao texto de Mensagens
Escolhidas vol. 3, p. 426: “Soará uma trombeta após a outra.
Uma taça após a outra será derramada...” Então, ele diz: “Está
claro. Não podia ser mais claro. As trombetas ainda soarão,
não no passado, mas no futuro.”
Este é outro erro porque ele tomou uma declaração em
que Ellen White falou de um modo muito geral e abarcante,
mas não estava especificando que tipo de trombetas estarão
soando. Ela está usando uma linguagem figurada para
trombetas, anunciando as Pragas. O mesmo faz o Apocalipse
quando chama as trombetas de pragas ou flagelos em Apo
9:20. Ora, se João podia chamar trombetas de pragas, por que
Ellen White não podia chamar pragas de trombetas? Mas
nesse texto, João não está confundindo trombetas com pragas;
apenas usa o termo para confirmar que as Trombetas seriam
juízos severos sobre os ímpios. Do mesmo modo, Ellen White
não está confundindo pragas com trombetas. Apenas está
dizendo que as pragas serão como foram as trombetas: Juízos
de Deus ainda mais severos, porque agora serão mundiais, e
não locais, como foram as Trombetas.
Ellen White não está aqui mencionando uma sequência
exata dos acontecimentos futuros, mas de um modo geral fala
de momentosos acontecimentos futuros, em uma linguagem
genérica, nada específica.
Observe o título que consta, antes da declaração. No livro
Mensagens Escolhidas (vol. 3, p. 426), o título é: “Cristo Se une
às fileiras no Último Conflito”. Note que se fosse verdade a
conclusão de Samuel, o título deveria ser pelo menos algo
como: “A Cronologia das Trombetas, Após os Selos.” Mas isso
nunca passou pela mente de Ellen White, porque nunca disse
isso. A seguir vem suas considerações sobre o Armagedom,
mas não define nada sobre a que tipo de trombetas se refere,
nesta simples afirmação geral. Lembre-se de que você nunca
deve tirar uma doutrina de uma só afirmação e muito menos,
se ela for obscura, diante do contexto de muitos outros livros.
A mesma declaração aparece em Eventos Finais, p. 147:1
(cap. 17). E qual é o título do capítulo? É este: “As Sete Pragas
e os Ímpios.” Não está falando das 7 Trombetas. Está falando
das 7 Últimas Pragas do futuro. Mas, se a informação é
insuficiente ainda, quando temos necessidade de saber mais,
vamos a outras fontes. Não se esqueça de examinar os
contextos não só de um livro, mas de outros que falam do
mesmo assunto.
Então, se queremos saber dos contextos, em que se
encontram as Trombetas e as Pragas, devemos folhear o livro
Grande Conflito, que não foi escrito em forma de compilação,
mas é um livro completo e analisa os acontecimentos
passados, presentes e futuros, a partir da Destruição de
Jerusalém até a Destruição do mundo, em sua sequência exata
e com o devido propósito.
Ellen White fala das Trombetas como estando sendo
cumpridas no seu próprio tempo, e daí para diante (Ver O
Grande Conflito, p. 334-335). Ali se encontra a 6ª trombeta, se
cumprindo até 11 de agosto de 1840, delimitando o tempo. Ela
deu inteiro apoio à interpretação de Josias Litch.
Disse o Pr. Litch: “...os 391 anos e quinze dias, [de Apo
9:15] começaram no final do primeiro período, terminará no
dia 11 de agosto de 1840, ... abatido o poderio otomano em
Constantinopla.” Disse E.G.White: “O acontecimento cumpriu
exatamente a predição.” *Grande Conflito, p. 335#2]. Ela ainda
falou que este foi “um notável cumprimento da profecia” *GC,
p. 334(#5)]. Ela falou disso como uma demonstração da
“exatidão dos princípios de interpretação profética” (GC, p.
335#2). Grave bem isto: Existem princípios de interpretação
profética exatos, que se forem desconsiderados, erramos na
compreensão. Por que o Pr. Samuel Ramos não falou disso?
Portanto, as Trombetas não estão no Futuro, mas estão se
cumprindo, sendo a 7ª Trombeta desde 1844, e agora já em
sua fase final, até a Volta de Cristo.
11º ERRO: “A Lição da Escola Sabatina de 1989 leva os
membros da Igreja a pensarem nos Selos como uma profecia
que vem na sequência da Igreja de Laodiceia, e as Trombetas
em sequência aos Selos.”
Estas palavras são contrárias ao que ele mesmo disse na
abertura de seu site: “A Lição apresenta uma interpretação
historicista dos 7 Selos e das 7 Trombetas”. Estas palavras
foram ditas antes de ele dizer as palavras de cima. No entanto,
se isso é verdade, então, ele está se contradizendo e deixando
a coerência de lado.
Ora, se a interpretação da Lição é historicista, então, não
pode ser futurista, como é o caso dele, que segue o Futurismo,
contrariamente ao que diz a Igreja, baseada nos termos do
Espírito de Profecia.
A Lição, realmente, apresenta o método historicista de
interpretação, nas páginas 85-103 (Lição 1989 Apocalipse 1ª
Parte), colocando os 7 Selos na História, desde os dias
apostólicos até a Volta de Cristo. Na página 125 da mesma
lição, J.J. Battistone, o autor, apresenta as Trombetas desse
modo: “As 7 Trombetas Assinalam o Colapso (a Queda) do
Império Romano”, destacando o método historicista de
interpretação, “o conceito tradicional adventista”, como diz.
Mas isso, Samuel Ramos desconsidera e deixa de citar, e
abandona completamente o método historicista que ele quer
mostrar que aprecia, mas não segue, e descamba para o
Futurismo. De fato, o método historicista é a joia das joias que
Deus deu para a Igreja adventista interpretar corretamente as
profecias e se distinguir das outras igrejas futuristas e
preteristas cujos teólogos que estão sem rumo.
7 TROMBETAS: Lição da Esc. Sabatina, 1989, 1ª Parte, p. 125

31 de Maio, Quarta.
Lição 10
II. As Primeiras Quatro Trombetas (Apoc. 8:7-13).
O conceito tradicional adventista. As trombetas abrangem
a história da Era Cristã, como fazem as sete igrejas (Apoc. 2 e
3), mas de uma perspectiva diferente. As trombetas são
interpretadas como os acontecimentos na História que tiveram
influência sobre a história da Igreja, (Ver Uriah Smith, As
Profecias do Apocalipse, págs. 123-182; W. A. Spicer, Beacon
Lights of Prophecy, págs. 215-267; Roy Allan Anderson, O
Apocalipse Revelado, págs. 97-127.)
Sete Trombetas Assinalam o Colapso do Império Romano
1) Invasão gótica do Império Romano do Ocidente ("a
terça parte") (410 A.D.).
2) Os vândalos atacam a Roma pelo mar, destruindo a
frota romana pelo fogo (455 A.D.).
3) Roma é atacada pelos hunos, sob a liderança de Átila
(quinto século).
4) O governo romano é destruído sucessivamente:
primeiro os imperadores, depois os senadores e então os
cônsules (quinto e sexto século).
5) Os sarracenos (forças islamíticas) invadiram a parte
oriental do Império Romano (sétimo século).
6) Tropas turcas destroem o Império Romano Oriental
(séculos catorze e quinze).
7) O fim do mundo.
Este conceito das trombetas se concentra na História como
palco da ira de Deus. O Império Romano é destacado como
objeto da ira divina por causa do papel que Roma desempe-
nhou na perseguição do povo de Deus e na supressão de Sua
Palavra. Tal conceito é compatível com a interpretação profé-
tica da História ... [Página 125]

12º ERRO: “A Lição da Esc. Sabatina de 1989 abriu o meu


entendimento para interpretar o Apocalipse desta maneira, de
modo a ver uma sequência após as Cartas, nos Selos e nas
Trombetas cronologicamente.”
Ora, lemos nas páginas 72-73 da Lição (1ª Parte) apenas a
declaração não do autor da Lição, mas do Comentário Bíblico
Adventista, que expõe “outra opinião” seguida por alguns. De
fato, a função de nosso Comentário nem sempre é se
posicionar, em todos os pontos controversos, mas apresentar
sugestões para deixar livre o leitor. No entanto, a Lição não dá
a entender que ela mesma segue essa opinião sugerida pelo
Comentário.
Portanto, Samuel Ramos se iludiu ingenuamente, como se
a Igreja estivesse dando abertura para o Futurismo. Mas o pior
de tudo não é só crer nisso, mas ensinar e pregar isso
abertamente como se fosse verdade, iludindo a uma “grande
multidão” de simpatizantes, pessoas desavisadas do erro. O
resultado será para muitos a desconfiança dos líderes da Igreja
e o desrespeito aos seus dedicados teólogos, o esfriamento da
fé, e a negação dos santos dízimos e ofertas. Outros descam-
bam para diferentes “ramos” dissidentes, em busca da verda-
de. Alguns abandonam as fileiras da Igreja, insatisfeitos, e são
vencidos pelas tentações do mundo.
Dr. Ramos, autor dessas colocações (em vermelho), se
quer citar a Lição da Escola Sabatina de 1989 abundante-
mente, como faz, em defesa das novas crenças, para ser mais
exato, deveria expor claramente o ensino mais amplo da Lição,
o que haveria de expor a falácia de suas novas “revelações”.

OS 144.000, LITERAIS OU SIMBÓLICOS?


13º ERRO: “Os 144.000 são literais, porque 144 é 144, não
143, nem 145. Como também 7 é 7 e não 6, nem 8.”
Este modo de ver o Apocalipse é muito simples, mas muito
superficial, porque ignora 3 regras de interpretação. Ele
desconhece o pensamento hebraico, que se revela em
numerologia inspirada (Regra 1); ele desconhece o contexto
que é nitidamente simbólico (Regra 3); e desconhece a
linguagem apocalíptica (Regra 7).
Mas note a declaração literalista. Muito pelo contrário,
nem sempre 7 é 7. Por exemplo: “João, às 7 igrejas que se
encontram na Ásia.” (Apo 1:4). Quantas igrejas se encontra-
vam na Ásia? Muito mais do que 7. Em Apo 5:6, lemos que o
Cordeiro tinha 7 chifres e 7 olhos: Como fica a declaração de
que 7 é sempre 7? Vemos aqui a verdade simbólica em Cristo
de que nem sempre 7 = 7, porque 7 é um símbolo que significa
a plenitude. “Vi 4 anjos...” (Apo 7:1). Quantos anjos? “4 anjos”
não são 4 anjos, porque 4 é símbolo de universalidade, e
portanto, representa todos os milhões de anjos que estão
empenhados nessa obra. Então, “4” não é 4. Quatro ventos
não são símbolos de 4 conflitos no mundo, mas é símbolo de
milhares de comoções políticas que surgirão nos últimos dias.
E daí, 144.000 não é símbolo de um povo restrito a um número
exato matematicamente, porque Ellen White viu os 144.000
em “quadrado perfeito”, mas 144.000 não é um quadrado
perfeito. Para ver isto, basta tirar a raiz quadrada em uma
calculadora (Primeiros Escritos, p. 16). Logo, 144 não é mais
144.
Certa vez, alguém perguntou ao Samuel num vídeo: “Se os
70 x 7 podiam ser símbolo de perdão infinito, por que 144.000
não podiam ser simbólicos?” E ele respondeu com muita lógica
que Cristo tirou este número de Dan 9, mas que 70x7
continuam sendo 70x7, que não é igual a 80x5. No entanto, se
falamos das profecias de Daniel, então, o erro aumentou,
porque Daniel falava de profecias simbólicas que foram
miniaturizadas para significar um número muitas vezes maior.
Assim, 70 x 7 em Daniel não significam apenas 490 dias, mas
490 anos. Então, o número que era pequeno se tornou
multiplicado para muitas vezes mais. Portanto, a colocação da
pergunta inicial tinha razão: 70 x 7 eram dois números
simbólicos que foram ampliados para significar muito mais do
que 490, mas indefinidamente, perdão sem conta. A pergunta
já possuía a resposta. Claro como cristal.

14º ERRO: “Os 144.000 são literais e se constituem no


único grupo que não está morno. No final, eles se levantarão,
para pregar e converter a grande multidão de cristãos mor-
nos.”
De onde ele tirou essa doutrina? Não da Bíblia, nem do
Espírito de Profecia.
Seria esse número literal ou simbólico? As Testemunhas
de Jeová e os Reformistas afirmam que é literal, mas esta não
é a posição da Igreja Adventista do 7º Dia.
Primeiramente, os 144.000 não são um número literal,
porque está num contexto de profecias e números simbólicos
[regra 3]. Apo 7 apresenta um contexto simbólico de 4 anjos, 4
cantos, 4 ventos, outro Anjo, nascente do sol, oriente, Selo de
Deus, número 12, o povo de Israel, além dos nomes das tribos
de Israel que também são simbólicos.
Ora, se tudo isso é simbólico, por que só esse número
seria literal? Pelo contrário, 144.000 foi escrito no original
como “144 mil”, com número e letras, indicando a clara
distinção do valor simbólico do número. De fato, 144 é
múltiplo de 12, e 1000 é múltiplo de 10. Doze é símbolo do
governo de Deus, como lemos de 12 patriarcas, 12 tribos, 12
apóstolos, 12 portas de Jerusalém, etc. Então, 12 x 12 = 144. E
10 x 10 x 10 = 1000. Dez é um número completo, símbolo de
medida perfeita, e mil é o número das multidões. Por outro
lado, 4 é o número da universalidade e indica os 4 pontos
cardeais, no mundo e em todo o universo.

Portanto, o número 144.000 representa um povo mais


numeroso do que o seu próprio número, que foi dado para
significar o povo de Deus dos últimos dias. A simbologia está
num contexto de um grande exército que na batalha do
Armagedom luta junto ao Rei dos reis (Apo 17:14) contra os
poderes apóstatas.
Ora, em Apo 7:9 lemos de uma “grande multidão”. A que
povo se refere o apóstolo João? Há claras evidências de que os
144.000 são as mesmas pessoas da grande multidão, como
veremos abaixo no gráfico. Ora, se são o mesmo grupo, e as
mesmas pessoas, então não há uma distinção entre mornos e
não mornos. Não há um pequeno grupo de crentes fervorosos
pregando para um outro grupo maior de mornos! Isso é ilusão.
Os 144.000 pregam as 3 Mensagens angélicas de Apo 14:6-11,
agora e no Alto Clamor de Apo 18:1, com o poder do Espírito
Santo na Chuva Serôdia, sim, mas isso será para os inconversos
de fora da igreja. Os de dentro sofrerão a Sacudidura. Os
144.000 não pregarão para a grande multidão de Apo 7:9,
porque são idênticos; não pregariam para eles mesmos,
evangelizando os evangelizados.

OS 144.000 SÃO IGUAIS À GRANDE MULTIDÃO

Os 144.000 [simbólicos] = = A Grande Multidão [literal]


1. No Céu. Apo 14:1 1. No santuário do Céu. Apo 7:15; 11:19
2. Numeráveis. [Simbólicos]. 14:1; 7:4 2. Inumeráveis. [Literais] Apo 7:9
3. Selados/Distintos [Selo/Deus]. 7:4 3. Distintos *“Estes, quem são?”+. 7:13
4. Israel Espiritual. Apo 7:4 (de judeus e 4. De todas as nações, tribos, povos, e
gentios de todas as nações: Gl 3:7,29) línguas. Apo 7:9. Gál 3:8
5. Servos de Deus. Apo 7:3 5. Servem a Deus. Apo 7:15
6. Cantores. Apo 14:3 6. Louvam a Deus. Apo 7:10
7. Diante do Trono/Cordeiro. Ap14:3,1 7. Diante do Trono/Cordeiro. Ap7:9, 15
8. Rodeados pelos anciãos. Ap 14:3 8. Rodeados p/ anjos e anciãos 7:11,13
9. Canto exclusivo [experiência] 14:3 9. Experiência exclusiva. Apo 7:14
10. Comprados [pelo sangue]. Ap 14:3 10. Lavados no sangue/Cordeiro. 7:14
11. Salvos das 7 Pragas. Apo 7:1-3 11. Salvos da Grande Tribulação. 7:14
12. Livres da 4ª Praga. Apo 16:8-9 12. Livres do sol e calor. Ap 7:16
13. Protegidos da destruição. Apo 7:3 13. Protegidos no tabernáculo. 7:15
14. Fiéis. [Incontaminados] Apo 14:4 14. Fiéis. Vestes brancas. Ap 7:9,13
15. Cristãos. Seguem o Cordeiro. 14:4 15. O Cordeiro os apascenta Ap 7:17
16. Redimidos [dentre nações] 14:4 16. Lavados. Vêm das nações. 7:14, 9
17. Primícias [1ºs Frutos] Apo 14:4 17. 1ºs Frutos/Grande Tribulação. 7:14
18. Santos [caráter sem mácula] 14:5 18. Santos [vestes sem mácula]. 7:14
19. Estão vivos, na Terra (Apo 7:4), e 19. Estão vivos na Terra (1Tess 4:16), e
no Céu (Apo 14:1). Não ressuscitam. no Céu (Apo 7:9; 19:1).
20. João “ouviu” o número. Apo 7:4 20. João “viu” as pessoas. Apo 7:9.

A lição da Escola Sabatina de 1989, muito citada por


Samuel Ramos, diz claramente: “O número 144.000 representa
inteireza e perfeição, e constitui o resultado da multiplicação
de 12 po 12 e então por 1.000. Seria um erro deduzir que João
estava pensando em termos literais. A menção dos 144.000
está contida numa profecia muito simbólica.” [Lição Esc. Sab.
1989, 1ª Parte, p. 103]. Na Lição da 2ª parte (p. 58), lemos:
“Este número é simbólico...” O Pr. Samuel deveria levar em
consideração que os dois eruditos da Igreja, autores da Lição
da Escola Sabatina em que ele se baseia, dizem a mesma coisa
com respeito à simbologia do número dos 144.000. De fato, é
um erro pensar diferente, como disse J.J Battistone.

Conclusões do Gráfico
1. 1º, o anúncio [não foi visão] de que foram selados
144.000 na Terra [Apo 7:1-8]. Depois, a visão deles no Céu,
como uma grande multidão [Apo 7:9-17; 19:1]. Em Apo 14:1-5,
eles são vistos novamente no Céu. O primeiro grupo é
identificado com o segundo. Há uma justaposição, e ambos se
encaixam, em 20 pontos.
2. Não são ressuscitados. Em parte alguma de Ap. 7 ou 14,
se diz que eles serão ressuscitados. É o único grupo de salvos
que não serão ressuscitados, porque estarão vivos por ocasião
das 7 Pragas, antes da Volta de Cristo [Ap 7:3]. Isto seria bom
dizer a um testemunha de Jeová: eles não são ressuscitados.
3. Apo 7:1-8 é a visão na Terra. Apo 7:9-17 é a visão deles
no Céu. Primeiro, vem a visão, depois, a audição, a explicação,
ou interpretação de um anjo, ou ser celestial. O primeiro grupo
é justaposto ao segundo. Há uma justaposição, e ambos se
encaixam, como em muitos lugares da Bíblia: Por exemplo: Em
Daniel 7, etc., primeiro a visão; depois a interpretação da
mesma visão. Como em Apo 17.:
> Apo 17:1-8 = 1º, a Visão. Depois,
> Apo 17:9-18 = 2º, a Audição, na Interpretação do anjo.
4. Os 144.000 – esse número foi apenas “ouvido” *Ap 7:4+.
A grande multidão foi “vista” *Ap 7:9+. Isto justifica os 144.000
simbólicos sendo iguais à grande multidão literal. Única
diferença: o 1º grupo é simbólico; o 2º é literal. Portanto,
ambos são o mesmo grupo. Têm os mesmos característicos.
5. Não são os únicos a entrar no Céu, como dizem as
Testemunhas de Jeová. A Bíblia não faz esta distinção. Pelo
contrário: Mesmo os homens de Deus do Antigo Testamento
encontrarão sua pátria no Céu. [Hb 11:16,39]. Ver Fil 3:20-21.
Ademais, a Bíblia diz que todos os justos terão o privilégio de
morar no Céu com Cristo e os anjos por mil anos [Apo 20].
6. Em Apo 7:1-8, há uma miniaturização; em Apo 7: 9-17,
há uma ampliação. Em Apo 7:4, há uma audição a respeito de
um número que representa um povo; Em Apo 7:9, há uma
visão de que povo era este. O menor é símbolo do maior. Os
144.00 são um símbolo da grande multidão.
Ora, se estes dois grupos são o mesmo grupo, então, não
precisamos mais inventar novas teorias e novas doutrinas
acerca deles.

15º ERRO: “A principal diferença entre os 144.000 e a


grande multidão não é o número; é o caráter.”
Este é um erro grave, porque, como está claro nas
evidências apresentadas acima, primeiro, os 144.000 e a
grande multidão são o mesmo grupo, porque tem os mesmos
20 característicos. Os 144.000 são simbólicos da grande
multidão literal. E, segundo, se são o mesmo grupo, então, não
há nenhuma diferença, porque têm o mesmo caráter.
Senão, vejamos. Qual é o caráter dos 144.000? Eles são
puros, sem mácula, não se achou mentira na sua boca. (Apo
14:4-5). E qual é o caráter da grande multidão? Porventura são
inferiores? Não, eles estão sem mácula, porque foram lavados
pelo sangue de Cristo (Apo 7:14), do mesmo modo que os
144.000 que também foram lavados, porque foram redimidos
(Apo 14:4), e ser redimido é ser lavado pelo sangue de Jesus
Cristo (Rom 3:24-25; Col 1:14).
Portanto, não há diferença entre os dois grupos. A única
diferença que existe, para citar uma, é que um grupo é
simbólico, e o outro é literal. Mas o grupo simbólico é
justamente simbólico do grupo literal, ambos se mesclam num
só, há uma justaposição de ambos, porque ambos são o
mesmo. Note que a primeira descrição dos 144.000 foi apenas
“ouvida” (Apo 7:4), a outra foi “vista”, em confirmação. E
depois que João “viu”, e ouviu do anjo (Apo 7:14) pôde ter
certeza de que a “grande multidão” eram os 144.000 que
vieram da grande tribulação (Apo 7:14) que é apresentada nos
primeiros versos (Apo 7:1-4), mas agora são vistos todos
diante do trono de Deus, “no mar de vidro, tendo harpas de
Deus” (Apo 7:9,15; 15:2; Apo 14:2). Têm o mesmo caráter.

16º ERRO: “A teoria dos 144.000 simbólicos, sendo


milhões e milhões de salvos vivos, desfaz o simbolismo das
primícias e da seara. Os 144.000 são as primícias da grande
multidão.”
É outro engano, mas muito sutil. Os 144.000 são primícias
(Apo 14:4), mas são primícias de todos os mortos que serão
salvos, não da grande multidão, porque eles são a mesma
multidão. Basta fazer uma comparação de Apo 7:4,9 com 1Tes
4:16-17. Se bem que Apo 7 esclarece dois grupos que são
iguais, nos últimos dias, em 1Tessalonicenses 4 lemos dos dois
únicos grandes grupos que serão salvos: os vivos salvos e os
mortos salvos. Não existem três grupos de salvos. Apenas dois
grupos salvos na grande colheita final: os que estão vivos e os
que estão mortos.
Mas, por que os 144.000 são chamados de primícias?
Simples. Quando Cristo voltar, a quem em primeiro lugar Ele
contemplará como as Suas primícias? Primícias para Deus são
os primeiros frutos da salvação. Quais são os primeiros frutos?
É claro que serão todos os salvos vivos, não mais simbolizados
como 144.000 (12 tribos do Israel espiritual) mas como literais
numa grande multidão, redimidos de todas as “nações, tribos,
povos e línguas” (Apo 7:9). Estes salvos vivos são as primícias
da grande multidão de fiéis de todos os tempos de salvos que
hão de ressuscitar.
Aliás, falando dos salvos vivos, Ellen White diz que eles
são “os santos vivos, em número de 144.000”, que reconhe-
ceram e entenderam a voz de Deus anunciando “o dia e a hora
da volta de Jesus” (Primeiros Escritos, p. 15-16). Quem ouvirá e
entenderá o dia e a hora da volta de Cristo? Todos os salvos
vivos, que, por revelação, se conhecem como os 144.000 numa
grande multidão de primícias dos salvos de todos os tempos
que hão de ressuscitar, em uma multidão muito maior, “como
a areia do mar” (Oséias 1:10). Só haverá esses dois grupos:
Vivos e mortos salvos. O resto é pura imaginação.

CONCLUSÃO
Meu prezado irmão, aproveite o seu tempo para primeiro
selecionar aqueles pregadores que podem ajudar sem ofuscar
o brilho da verdade proclamada pela Igreja Adventista do 7º
Dia. Leia mais do Espírito de Profecia, para não depender tanto
de pregadores que citam muito os seus escritos dando uma
interpretação distorcida. É claro que todos queremos um
verdadeiro Reavivamento e Reforma. Mas isto se dará com a
verdade plena, não uma mistura de verdades com erros
[Mensagens Escolhidas, vol. II, pp. 101-104].

Note bem:
“A fé em uma mentira não terá influência santificadora
sobre a vida ou o caráter.”
[E.G.White, Mensagens Escolhidas. Vol. II, pág. 56].
Teste o conhecimento que você ouve, antes de aceitá-lo.
Somos todos adventistas e queremos que todos se salvem,
através de Cristo para Deus, pelo poder do Espírito Santo.

Que Deus o abençoe na confirmação da verdade em que


você já crê e está firme.

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