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Feridas

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CURSO PARA TÉCNICOS

DE ENFERMAGEM

Avenida Conde da Boa Vista, 1209 - Boa Vista - Recife/PE -Fone: 3037-3939 -
contato@grautecnico.com.br
CUIDADOS DE ENFEMAGEM NO
TRATAMENTO DE FERIDAS

Prof. Roberto Cruz

NATAL – RN
2021

MÓDULO II – BASES FUNDAMENTAIS PARA O EXERCÍCIO DA ENFERMAGEM – II


MATÉRIA-FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM
A epiderme é a camada mais externa da
pele, cuja espessura varia ao longo do
corpo e não é vascularizada.

A derme, imediatamente após a


epiderme, comporta a estrutura vascular,
nervos e os anexos da pele: glândulas
sudoríparas, sebáceas, ceruminosas e
folículos pilosos. Portanto, responsável
pela integridade estrutural da pele.

Embora o tecido subcutâneo


(hipoderme) não faça parte da pele, ele é
importante para a função desta, uma vez
que é nele que há o tecido adiposo,
fundamental para garantir a função da
pele.
1. INTRODUÇÃO

Funções da pele:

Proteger o corpo contra o ambiente externo;


Barreira química e mecânica;
Termorregulação;
Excreção de líquidos e eletrólitos;
Sintetiza vitamina D e melanina;
Órgão sensorial para a percepção de pressão, dor e
temperatura.
2. FISIOPATOLOGIA DA PELE

Inflamação

Conjunto de respostas tissulares envolvendo vasos


sanguíneos, tecidos e agentes patológicos. Caracterizada
pelos SINAIS FLOGÍSTICOS.
3. CICATRIZAÇÃO

Quando a pele é rompida, seja por trauma ou


cirurgia, o indivíduo torna passa a ter risco para infecção
microbiana.

Para recuperação da continuidade tissular a pele passa


por uma série de etapas, estágios ou fases: Exudativa ou
Inflamatória; Proliferativa ou Regenerativa; e Maturação.
3. FASES DA CICATRIZAÇÃO

1ª) Fase Exudativa ou Inflamatória –


acontece dentro de 48 a 72 horas após a
formação da lesão
- > INFLAMAÇÃO;

2ª) Fase Proliferativa ou Regenerativa –


acontece dentro de 05 a 24 dias
- > GRANULAÇÃO/EPITELIZAÇÃO;

3ª) Fase Maturação – acontece dentro de


21 dias a 2 anos
- > CONTRAÇÃO.
3. TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

1ª intenção – aproximação das


bordas com fio cirúrgico;

2ª intenção – devido a perda


tecidual não é possível aproximar
bordas;

3ª intenção – devido perda tecidual


provocada por infecção na cicatriz
de 1ª intenção.
3. CICATRIZAÇÃO

Os fatores que influenciam a cicatrização são:


• Nutrição;
• Idade;
• Defesas;
• Uso de álcool;
• Terapêutica;
• Edema;
• Extensão da lesão;
• Suprimento sanguíneo.
4. FERIDAS

Ferida, Lesão ou úlcera é o processo de rompimento da


solução de continuidade da pele por um fator interno ou
externo.

Elas podem ser classificadas quanto:


A sua causa;
Ao tempo de reparação;
Ao seu grau de profundidade.
A sua contaminação.
4. FERIDAS

Quanto a sua causa

São classificadas em:

Cirúrgicas – incisão cirúrgica;

Traumáticas – causada por acidente mecânico, químico,


físico ou biológico;

Ulcerativas – associadas à deficiências circulatórias do


sangue (UV, UA, UN e LP).
4. FERIDAS

Quanto ao tempo de reparação

Agudas – cicatrização até 60 dias;

Crônica – ausência de cicatrização acima de 2 meses.


Cirurgia Limpa
Cirurgia Potencialmente Contaminada

Cirurgia Contaminada
Cirurgia Suja/Infectada
4. FERIDAS

Quanto ao estagio de profundidade.

Estagio I –comprometimento superficial, portanto a pele


se encontra íntegra, porém com hiperemia;

Estagio II – perda parcial do tecido envolvendo a epiderme


ou a derme, portanto pode apresentar escoriação ou bolha;

Estagio III –comprometimento além da epiderme e derme,


também da hipoderme;

Estagio IV – comprometimento de tecidos mais profundos.


EPITALIZAÇÃO
GRANULAÇÃO
FIBRINA
NECROSE
SECREÇÃO
 Seroso: líquido inflamatório com baixo conteúdo protéico
originado do soro sanguíneo ou das secreções serosas das células
mesoteliais.

 Hemorrágico: é decorrente de lesões com ruptura de vasos. Esta


quase sempre associado a um exsudato fibrinoso ou purulento.

 Purulento: é composto por células (leucócitos) e proteínas,


produzido por um processo inflamatório.

 Fibrinoso: extravasamento de grande quantidade de proteínas


plasmáticas, incluindo o fibrinogênio e a precipitação de grandes
massas de fibrina.
COBERTURAS
• Cobertura é a proteção da lesão ou ferida, contra a ação de
agentes externos físicos, mecânicos ou biológicos. É um
meio que consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura
estéril em uma ferida;

• A cicatrização da ferida consiste na restauração da perda de


continuidade;

• Atualmente, vem sendo preconizada a confecção de


curativos úmidos, considerando que a manutenção do meio
úmido entre a ferida e a cobertura favorece o processo de
cicatrização.
TIPOS DE CURATIVOS
• SEMI-OCLUSIVO: curativo absorvente, comumente utilizado em
feridas cirúrgicas.

• Possui diversas vantagens: permite a exposição da ferida ao ar,


absorve exsudato e o isola da pele saudável adjacente.
TIPOS DE CURATIVOS
• OCLUSIVO: não permite a passagem de ar ou fluidos,
funcionando como uma barreira contra bactérias.

• Tem como vantagens: vedar a ferida; impedir a perda de


fluidos; promover o isolamento térmico e de terminações
nervosas e impedir a formação de crostas.
TIPOS DE CURATIVOS
• COMPRESSIVO: utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, ou
promover estase, e auxiliar na aproximação das extremidades
do ferimento.

• SUTURA COM FITA ADESIVA: após a limpeza da ferida, as


bordas do tecido seccionado são unidas. Esse tipo de curativo é
apropriado para cortes superficiais e de pequena extensão.
TIPOS DE CURATIVOS
• CURATIVOS ABERTOS: são realizados em ferimentos
descobertos e que não têm necessidade de serem ocluídos.

• Algumas feridas cirúrgicas (após 24 horas), cortes pequenos


ou escoriações, queimaduras, etc. são exemplos desse tipo de
curativo
OBJETIVOS DA COBERTURA
• Tratar e prevenir infecções;

• Eliminar os fatores desfavoráveis que retardam a


cicatrização;

• Diminuir a incidência de infecções cruzadas.


FINALIDADES DO COBERTURA
• Remover corpos estranhos;
• Reaproxima bordas separadas;
• Proteger a ferida contra contaminação e infecção;
• Promover hemostasia;
• Preencher os espaços mortos e evitar a formação de sero-
hematomas;
• Favorecer a aplicação de medidas tópica;
• Fazer desbridamento mecânico e remover tecido morto;
• Reduzir edema;
• Diminuir a intensidade da dor.
NORMAS TÉCNICAS PARA REALIZAR A
COBERTURA
• Cobertura úmidos não são indicados em locais de cateteres,
introdutores, fixadores externos e drenos;

• O Soro Fisiológico 0,9% é indicado para limpeza e tratamento de


feridas com cicatrização por segunda ou terceira intenção,
porque limpa e umedece a ferida;

• Em cobertura contaminadas com muito exsudato, colocar cuba


ou bacia sob a área a ser tratada com soro fisiológico;

• Quando o cliente necessita de vários curativos, iniciar sempre


pela lesão limpa, seguindo-se as mais infectadas;
COBERTURA SECA X COBERTURA
ÚMIDA
• A cobertura úmida favorece a cicatrização e previne a
desidratação e morte celular, promove fibrinólise por ação
enzimática e quando ocluído protege terminações nervosas
reduzindo dor.

• A cobertura seca é recomendada em feridas limpas,


favorecendo a cicatrização primária, devendo haver substituição
diária e é desaconselhado em feridas abertas, pois promove
formação de crostas, favorecendo coleção de líquidos e
proliferação bacteriana.
COBERTURA SECA X COBERTURA
ÚMIDA
• Para incisões cirúrgicas, a oclusão deverá ser por 24 a 48
horas mantendo o curativo seco.

• Nas feridas aberta: oclusão e manutenção do meio


úmido.
VANTAGENS DA COBERTURA ÚMIDA
• Prevenir a desidratação do tecido que leva à morte
celular;
• Acelerar a angiogênese;
• Estimular a epitelização e a formação do tecido de
granulação;
• Facilitar a remoção de tecido necrótico e fibrina;
• Serve como barreira protetora contra microrganismo;
• Promover a diminuição da dor; evitar a perda excessiva
de líquidos;
• Evitar traumas na troca do curativo
MATERIAIS
• Pacote estéril de: 1 pinça anatômica, 1 pinça dente-de-rato e
1 pinça kelly;
• Solução Fisiologica a 0,9% (SF);
• Seringa de 20 ml + agulha 40X12;
• Pacote de gazes estéreis;
• Esparadrapo, fita crepe ou micropore;
• Tesoura;
• Luvas de procedimento ou estéreis;
• Forro ou pano impermeável para proteger o leito;
• Cobertura de acordo com prescrição.
PROCEDIMENTO
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Preparar o ambiente;
• Lavar as mãos;
• Separar e organizar o material de acordo com o curativo;
• Levar a bandeja com o material e colocar sobre a mesa-
de-cabeceira;
• Descobrir a área a ser tratada e proteger a cama com
forro;
• Colocar o paciente em uma posição confortável;
• Calçar as luvas;
PROCEDIMENTO
• Abrir o pacote do curativo, colocando as pinças com os cabos
voltados para as bordas do campo;
• Colocar gazes, em quantidade suficiente, sobre o campo
estéril;
• Umedecer o micropore do curativo sujo com SF 0,9% para
facilitar a retirada;
• Remover o curativo com a pinça dente-de-rato,
desprezando-as na borda do campo;
• Desprezar o curativo;
• Colocar gazes ou compressas próximas à ferida para reter a
solução drenada.
• Limpar a ferida com jatos de SF diretamente do frasco ou
usando a seringa. Em caso de necrose tecidual, desbridação;
PROCEDIMENTO
• Com as luvas de procedimento, abrir os pacotes utilizados
no curativo de forma asséptica;
• Inspecionar a ferida e o tecido adjacente;
• Iniciar a limpeza da ferida com soro fisiológico pelas partes
mais limpas, depois as abertas não infectadas e, por último,
as infectadas. Com as outras 2 pinças faz-se swab para
ajudar na limpeza com o soro fisiológico, sem esfregar a gaze
direto na ferida;
• Após remover as secreções, tecidos necrosados soltos e
corpos estranhos, desprezar a pinça que segurou o swab na
cuba-rim;
• Colocar a cobertura escolhida sobre a ferida;
PROCEDIMENTO
• Colocar a gaze sobre a ferida, com o auxílio da
última pinça e fechar de acordo com o tipo de
curativo fechado;
• Organizar a unidade do paciente;
• Levar os materiais para o expurgo;
• Retirar as luvas, lavar as mãos com água e sabão,
depois com álcool;
• Registrar no prontuário o cuidado prestado, com as
características da ferida e a cobertura utilizada.
REGISTRO DE ENFERMAGEM
PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM

DATA ANOTAÇÃO
09.07.18 20:00 Cobertura extremamente sujo com secreção amarelada; realizada
troca da cobertura em ferida aberta no calcâneo esquerdo com SF 0,9%
Presença de pequenas quantidades de exsudato na região central da fe-
rida; bordas com presença de tecido revitalizado.--------------------------
-------------------------------tec. Enf. Iolanda Freitas COREN – RN 3344.
TIPOS DE COBERTURAS SECUNDÁRIA
E INDICAÇÕES
• Curativo com HIDROCOLÓIDE;

• Indicação: Feridas abertas não infectadas.

• Troca: o hidrocolóide sempre que o gel extravasar ou o


curativo descolar ou no máximo a cada 7 dias

• Mecanismo: Protege terminações nervosas; É


impermeável e protege de penetração de bactérias
TIPOS DE CURATIVOS SECUNDÁRIO E
INDICAÇÕES
• Curativo com ALGINATO DE CÁLCIO;

• Indicação: Feridas abertas e cavitárias, sangrentas, altamente


exsudativas, com ou sem infecção, até a redução de exsudato;
profundas com exposição óssea e com tunelização;

• Mecanismo: O sódio presente no exsudato e no sangue interage


com o cálcio presente no curativo de alginato; auxilia no
debridamento autolítico, alta capacidade de absorção, forma um
gel que mantem o meio úmido.
Modo de usar: Remover exudato e tecido desvitalizado se
necessário. Preencher todo o espaço morto com fibra. Ocluir com
cobertura secundária estéril;

Troca: Sempre que a cobertura secundária esteja saturada. 24h se


exsudato infeccioso; 48h e 72h se exsudato em pequena
quantidade e ferida sem infecção.
TIPOS DE CURATIVOS SECUNDÁRIO E
INDICAÇÕES
• Curativo com CARVÃO ATIVADO;

• Indicação: Tratamento de lesões infectadas que apresentam


odor fétido;

• Mecanismo de ação: A prata exerce ação bactericida,


complementando a ação do carvão, o que estimula a
granulação e aumenta a velocidade da cicatrização;

• Troca: Trocar a cobertura secundária sempre que estiver


saturada. No início do tratamento a troca é diária. Ferida sem
infecção - troca entre 3 a 7 dias, substituir apenas o
secundário.
TIPOS DE CURATIVOS SECUNDÁRIO E
INDICAÇÕES
• Curativo com HIDROGEL;

• Indicação:Tratamento de áreas necróticas secas, esfacelos,


feridas em fase de granulação, epitelização e infectadas;
Queimaduras de 1º e 2º graus, lacerações e abrasões, feridas
oncológicas. Úlceras por pressão Manutenção de meio úmido
A remoção não traumatiza a ferida;

• Mecanismo: Ativação das enzimas controlando a flora


bacteriana Estimula a liberação do exsudato, colaborando
para a formação do tecido de granulação e epitelização
Troca: Necrose seca - máximo de 3 dias; Necrose
mole – 1 a 3 dias; Lesão descamante – 1 a 3 dias.
TIPOS DE CURATIVOS SECUNDÁRIO E
INDICAÇÕES
• Curativo com Acido Graxo Essencial (AGE);

• Compostos de hidrogênio, carbono e oxigênio;

• Precursor de substâncias envolvidas na divisão celular e


diferenciação epidérmica;

• Indicação: Feridas abertas com ou sem infecção; prevenção


de Lesão de decúbito.

• Mecanismo: Mantém o meio úmido e acelera o processo de


granulação tecidual.
Troca: Depende da avaliação do profissional, da cobertura
associada ao tipo de lesão.
TIPOS DE CURATIVOS SECUNDÁRIO E
INDICAÇÕES
• Curativo com Bota de Unna;

• É uma gaze elástica que contém óxido de zinco,


glicerina, gelatina em pó e água.

• É indicada no tratamento ambulatorial e domiciliar


de úlceras venosas de perna e edema linfático.
REFERÊNCIA

PRADO, Marta Lenise de; GALBCKE, Francine Lima


(org). Fundamentos de enfermagem. Florianópolis:
Cidade Futura, 2002.

PIANUCCI, Ana. Saber cuidar: procedimentos básicos


em enfermagem. 6 ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2005.

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