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Sistematizado Pelo Professor & Coordenador de E.P.M.C.

quarta-feira, 17 de abril de 2019 WILIETE


BERNARDO H, BAPTISTA, MD. RESIDENTE DE CIRURGIA GERAL & FORMADOR DE APH -INEMA-ENGUELA
ENFERFMAGEM PATOLOGICA MÉDICO CIRURGICA (E.P.M.C.)
UNIDADE #-I: INTRODUÇÃO A ENFERMAEM PATOLOGICA MÉDICO-CIRÚRGICO
E CONCEITOS FUNDAMENTAIS.

OBJECTIVO GERAL DA DISCIPLINA


No final do ensino sobre a disciplina o aluno devera ser capaz de identificar os sinais e sintomas
das patologias do fórum cirúrgico e prestar cuidado de enfermagem e prevenir as complicações
das mesmas.
OBJETIVOS ESPECIFIC DE ENFERMAGEM PATOLOGICA MÉDICO- CIRÚRGICO
1. A enfermagem cirúrgica tem como objectivo o cuidado ao paciente submetido a um tratamento
cirúrgico. No hospital a enfermagem cirúrgica mantém relações estreitas com o paciente e seus
familiares e junto com outros profissionais como o cirurgião, a nutricionista, o fisioterapeuta,
psicólogo e outros, seu principal papel e actuar ao lado de profissionais e auxiliar em tudo o
que for preciso, sabendo que um hospital tem um ambiente complexo e exaustiva essa relação
muitas vezes são prejudicadas pelo excesso de trabalho, por isso um bom posicionamento
perante o seu trabalho e essencial.
2. Proporcionar ambiente terapêutico adequado aos pacientes com patologias diversificadas, em
regime de internação;
3. Manter um padrão de assistência prestada aos pacientes, o que exige a aplicação de um plano
de cuidados de enfermagem para a patologia específica do paciente/cliente.

HISTÓRIA DA CIRURGIA
Sabe-se que a cirurgia é praticada desde a pré-história, através de procedimentos de trepanação
(operação que consiste em praticar uma abertura em um osso). No entanto, a cirurgia teve seus
primeiros desenvolvimentos científicos no século XVI, com Ambroise Paré – “o pai da cirurgia
moderna”, que, além de esclarecer inúmeras questões de anatomia, fisiologia e terapêutica,
substituiu a cauterização com ferro em brasa pela ligadura das artérias depois de uma amputação
de membro. Mais tarde, a descoberta da anestesia e a criação da antissepsia marcaram, no final do
século XIX, o início da cirurgia moderna, cuja eficácia aumentou com a transfusão de sangue e a
neurocirurgia, desenvolvidas entre as duas grandes guerras. Nos anos 50, a descoberta dos
antibióticos também garantiu maior eficácia aos procedimentos cirúrgicos. Atualmente, todos os
órgãos são acessíveis à cirurgia e as técnicas recentes (a partir dos anos 60) de transplantes de
órgãos são uma vitória da cirurgia, embora ainda haja problemas de rejeição.
Egipto: realizou circuncisão e cirurgias oftalmológicas (4000 a.C).
Babilónia 2242 a.C, o rei Hamurábi legislou aos cirurgiões, castigos se errassem amputando os
dedos alegando prevenir novo erro.
Na Grécia, Hipócrates pai da cirurgia deu á medicina o espírito científico, defendia o uso do vinho
ou água fervida para irrigar as feridas. em 450 a.C.
Por volta de 130 a 200 d.C a cirurgia tornou-se uma disciplina médica. Galeno utilizou técnicas
avançadas para a sua época, fervia os seus instrumentos antes de os usar.

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Com a queda do Império Romano deu-se a destruição dos centros culturais e a separação entre o
oriente e ocidente, levando num grande atraso na profissão.
A cirurgia passou a ser praticada por aquele que melhor” manejasse uma faca”.
No século X, com a difusão dos mosteiros, houve novo progresso de medicina: Surgiu então um
decreto papal proibitivo da prática da cirurgia pelo Clero.
Em 1268, os cirurgiões de classe eram poucos, mas lutavam contra a prática da cirurgia pelos
barbeiros e, em 1425, um decreto proibia o tratamento das feridas praticado por barbeiros
Século XVI, os métodos para interromper o fluxo sanguíneo se desenvolveram da pressão digital
á utilização de um material para “amarrar” a extremidade do vaso sangrante.
Morton usou Éter 1846 como anestesia durante a cirurgia
Meados a finais de 1800, há registo de que a taxa de mortalidade em doentes que sofriam
amputação atingiu os 40%.
Ignaz Semmelweis, em 1847, demostrou a importância de se lavar as mãos entre os
procedimentos e cuidados ao doente.
Em meados do século XIX, a cirurgia surge como especialidade médica.
1867, Joseph Lister defendia o uso de anti-sépticos como ácido carbólico em aerossol durante a
cirurgia para matar microrganismos.
Finais de 1890 surgiu desenvolvimentos nos meios de diagnóstico, como RX, e os avanços no
desenvolvimento de instrumentos cirúrgicos.
Século XX muitos procedimentos cirúrgicos eram realizados em casa do doente. O papel da
enfermagem centrava-se na preparação do ambiente e no apoio ao doente.
A complexidade dos procedimentos e as exigências, em termos de tempo, tornaram a realização de
cirurgia no domicílio inconveniente para o cirurgião, o doente e a sua família.
Assim, começou-se a efectuar cirurgia em pensões médicas, privadas, que prestavam serviços de
hotel e de enfermagem.
Por volta da década de 1920 e 1930 a maioria dos médicos estava associada a hospitais.

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Clínica Médica: É um setor hospitalar onde acontece o atendimento integral do indiví-duo com
idade superior a 12 anos que se encontra em estado crítico ou semi-crítico, que não são
provenientes de tratamento cirúrgico e ainda àqueles que estão hemodina-micamente estáveis,
neste setor é prestada assistência integral de enfermagem aos pacientes de média com-plexidade.
A clínica médica compreende um grupo de especialidades médicas desenvolvidas dentro de uma
u-nidade hospitalar, organizada segundo um conjunto de requisitos, onde o paciente internado é
submetido a exames clínicos (anamnese), físicos, laboratoriais e especiais com a finalidade de
definir um diagnóstico e, a seguir um tratamento específico.
CONCEITO DE ENFERMAGEM PATOLOGICA MEDICO CIRÚRGICA
É uma especialidade que tem como objectivo o cuidado ao indivíduo submetido a um tratamento
cirúrgico.
Cirurgia: é a parte do processo terapêutico em que o cirurgião realiza uma intervenção manual ou
instrumental no corpo do paciente.
A cirurgia é caracterizada por quatro tempos principais:
✓ Diérese: É o rompimento da continuidade dos tecidos, ou planos anatômicos, para atingir
uma região ou órgão.
✓ Hemostasia: É o processo que consiste em impedir, deter ou prevenir o sangramento, pode
ser feitosimultâneo ou individualmente por meio de pinçamento e ligadura de vasos, eletro
coagulação ou compressão. Na realidade a hemostasia começa antes da cirurgia, quando se
realizam, nopré-operatório imediato, os exames de tempo de coagulação e dosagem de pró-
trombina.
✓ Exerese: Também denominada “cirurgia propriamente dita”. Possui caráter curativo,
paliativo, estético/corretivo, diagnóstico.
✓ Síntese: É a união de tecidos, que será mais perfeita quanto mais anatômica for à
separação, para facilitar o processo de cicatrização e restabelecer a continuidade tecidual
por primeira intenção.

CLASSIFICAÇÃO DA CIRÚRGIA DE ACORDO COM O ATENDIMENTO


✓ Emergência: Tratamento cirúrgico que requer atenção imediata por se tratar de uma
situação crítica. Por exemplo: Ferimento por arma de fogo em região precordial, hematoma
sub dural.
✓ Urgência: Tratamento cirúrgico que requer pronta atenção e deve ser realizado dentro de
24 a 48 horas. Por exemplo: apendicectomia, brida intestinal.
✓ Electiva: Tratamento cirúrgico proposto, mas cuja realização pode aguardar ocasião mais
propícia, ou seja, pode ser programado. Por exemplo: mamoplastia, gastrectomia.
CLASSIFICAÇÃO DA CIRÚRGIA DE ACORDO COM O OBJETIVO
✓ Cirúrgicas paliativas: Tem a finalidade de atenuar ou buscar uma alternativa para aliviar
o mal, mas não cura a doença.(Gastrostomia) Ex: Paracentese, colostomia.
✓ Cirurgias radicais Tem por objetivo extirpar ou corrigir a causa da doença, devolvendo a
saúde ao paciente. Para essa finalidade é necessário às vezes a retirada parcial ou total de
um órgão. Este tipo de cirurgia tem uma significação menos otimista quando se trata de

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câncer, neste caso, a operação curativa é aquela que permite uma sobrevida de alguns anos.
Ex: Mastectomia total; apendicectomia.
✓ Cirurgias reparadoras/ reconstrutoras (plásticas). Ex: Blefaroplastia; ritidoplastia,
mamoplastia.

✓ Cirurgias para diagnóstico Realizada com o objetivo de ajudar no esclarecimento da


doença. Ex: Cateterismo cardíaco; biópsias (laparotomia exploradora.)

CLASSIFICAÇÃO DA CIRÚRGIA DE ACORDO O RISCO CARDIOLÓGICO


✓ Cirurgias de Pequeno Porte I (Com pequena probabilidade de perda de fluido e sangue.
Por exemplo: plástica mamoplastia e endoscopia): Cirurgias oftálmicas e
otorrinolaringológicas
✓ Cirurgias de Médio Porte II (Com média probabilidade de perda de fluido e sangue):
Histerectomia, Prostatectomia.
✓ Cirurgias de Grande Porte III (Com grande probabilidade de perda de fluido e sangue):
Transplantes, cirurgias cardíacas, cirurgias neurológicas.
CLASSIFICAÇÃO DA CIRÚRGIA DE ACORDO A DURAÇÃO DO PROCEDIMENTO
✓ Cirurgias de Porte I (Até 2h): Cesariana, curetagem uterina, amigdalectomia
✓ Cirurgias de Porte II (De 2 a 4h): Histerectomia, colecistectomia
✓ Cirurgias de Porte III (De 4 a 6h): Revascularização cardíaca.
✓ Cirurgias de Porte IV (+ de 6h): Transplantes, gastroduodenopancreatectomia

CLASSIFICAÇÃO DA CIRÚRGIA DE ACORDO O POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO


1. CIRURGIA LIMPA: São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de
descontaminação, na ausência do processo infecioso e inflamatório local ou falhas técnicas
grosseiras; cirúrgicas electivas a traumáticas com cicatrização de 1ª intenção e sem drenagem.
Cirurgias em que não ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório e urinário. Ex:
Artroplastia do quadril, C. Cardíaca, Herniorrafia, Neurocirurgias, Procedimento cirúrgico
ortopédico, anastomose portocava e esplenorrenal, Ortoplastia, Mastectomia, Enxertos cutâneos,
Ooforectomia.
2.CIRURGIA POTENCIALMENTE CONTAMINADA: São aquelas realizadas em tecidos
colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação, na
ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatórios.
Cirurgias limpas com drenagem. Quando ocorre penetração nos tratos digestivos, respiratórios ou
urinário sem contaminação significativa. Ex: Histerectomia abdominal, C. Intestino delgado
(electiva), C. das vias biliares sem estase ou obstrução biliar, C. gástrica ou duodenal, Feridas
traumáticas limpas (até 10h após o trauma), Colecistectomia, C. Cardíacas prolongadas com
circulação extracorpórea.
3.CIRURGIA CONTAMINADA: São aquelas realizadas em tecidos traumatizados
recentemente e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação é difícil

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ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na
ausência de supuração local. Presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de 2ª
intenção, grande contaminação a partir do trato digestivo. Obstrução biliar ou urinária. Ex:
Cirurgia do cólon, Desbridamento de queimados, C. bucal e dentária, Fracturas expostas (10h após
o ocorrido), C. da orofaringe, C. gástrica, Câncer, Úlcera gástrica e C. por obstrução duodenal.
4.CIRÚRGIA INFECTADA: São intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou
órgão, em presença do processo infeccioso (supuração local),Tecido necrótico, Corpos estranhos e
Feridas de origem suja. Ex: C. do recto e ânus com exsudado, C. abdominal com presença de
exsudado e conteúdo de cólon, Nefrectomia com presença de infecção, Presença de vísceras
perfuradas, Colecistectomia por colecistite aguda com empiema.
ELEMENTO DA UNIDADE DO CENTRO CIRURGICO
O CENTRO CIRURGICO: É o conjunto de áreas e instalacões que permitem efetuar a cirurgia
nas melhores condicões de segurança para o paciente , e de conforto para a equipe de saúde. No
contexto hospitalar é o sector mais importante pela decisiva acção curativa da cirurgia, exigindo,
assim detalhes minuciosos em sua construcão para assegurar a execucão de técnicas assépticas,
instalacão de equipamentos especificos que facilitem o acto cirurgico.
Elemento: é a área ou compartimento com finalidade determinada que em conjuntos compõem
uma unidade hospitalar, a determinação da área minima dos elementos em metros quadrados
(m2) é feita levando-se em consideração o número de leitos ou seja:
✓ Hospital de pequeno porte- que possui capacidade normal de operação de 50 leitos.
✓ Hospital de médio porte- possui capacidade normal de operação de 151 leitos.
✓ Hospital de grande porte – possui a capacidade normal de operação até 500 leitos.
Acima de 500 leitos considera-se hospital de capacidade extra e para cada grupo de 50 leitos
hospitalar exige- se uma sala de operação ou cirurgia.
Com relação aos elemntos das unidade, alguns autores os agrupam em áreas:
✓ Área restrita – estão localizados os lavabos, ante-sala e sala de operação.
✓ Área semi- restrita- sala dos médicos, de enfermagem, sala de anestsista, secretaria
reserva do material, material de limpeza e sala de recuperação pós- anestesica.
✓ Áarea intermediária- onde se faz a transfereência das macas e esta o vestuario para o
pessoal.
✓ Área irrestrita- os elevadores e corredores
Sala de cirurgia ou de operação: é um dos componentes da zona esteril, distinada a realização
das intervenções cirurgicas.
Portas: As portas das salas de cirurgia devem ser largas o bastante para facilitar a passagem de
macas e equipamentos cirúrgicos. Devem possuir metal na altura da maca para evitar seu estrago,
ser de materiais laváveis e resistentes, de preferência revestidas de fórmica.É indicado o uso de p
ortas do tipo “vaivém” que impeçam o uso das mãos para abri-la. O ideal é que se tenha outra
porta de acesso à sala apenas para membros das equipes com visor de separação dos dois
ambientes.

Piso: Deve ser de superfície lisa, não porosa, resistentes a agentes químicos comuns, sem fendas
ou fissuras, ter aspecto estético, realçar a sujeira, não refletir a luz, impermeável, resistente ao

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choque, durável, de fácil limpeza, pouco sonoro e principalmente bom condutor de eletricidade
estática para evitar faíscas.

Paredes: Devem ser revestidas de material liso, resistente, lavável, anti acústico e não refletor de
luz. Pintadas de cores que evitam a fadiga visual, as tintas não devem possuir cheiro. Devem ser
utilizados cantos arredondados nas paredes, conforme o Manual de Controle de Infecção
Hospitalar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Teto: Deve ser de material resistente, lavável, não deve conter ranhuras e não deve ser poroso,
para facilitar a limpeza e impedir a retenção de microorganismos.

Janelas: Necessárias apenas para a entrada de iluminação natural, não permitindo a entrada de
poeira e insetos. Devem ser dotadas de tela, não possuir parapeitos dentro ou fora da sala, não
deve ainda, possuir cortinas ou persianas.

Iluminação: Na sala de operação, o objetivo da iluminação é minimizar a tarefa visual das


equipes médicas e enfermagem e oferecer condições para que a operação se processe com
precisão, rapidez e segurança.

Iluminação de emergência: Devem existir sistemas interligados e automáticos, para acionarem


geradores reserva de imediato na eventualidade de uma interrupção do fornecimento de força para
o Centrocirúrgico.

Ventilação/ Ar condicionado: Prover o ambiente de aeração em condições adequadas de higiene


e saúde: 99,9% de eficiência na retenção de partículas de até 5 micra de diâmetro.
Remover partículas potencialmente contaminadas liberadas no interior das salas sem acarretar
turbulência aérea: recomenda-se de 20 a 25 renovações completas do ar da sala, no espaço de
uma hora. Proporcionar umidade relativa adequada e temperatura ambiente de conforto e
segurança para o paciente e para a equipe que o assiste: temperatura entre 22 e 23°C. A umidade
deve permanecer entre 55 a 60%. No entanto, não deve ultrapassar 70% para não se tornar
ambiente propício ao desenvolvimento de microorganismos.

Rede de gases: O sistema de abastecimento pode ser descentralizado (utilização de cilindros


avulsos, transportados até o local de utilização) ou centralizado (conduzido por tubulação central
até os pontos de utilização).

Lavabo: Constituído de uma pia em aço inoxidável provida de torneira de água quente e fria,
escovas e anticépticos para a escovação cirúrgica. É previsto um lavabo para cada duas salas de
operação.

ÁREA FÍSICA
✓ A área mínima em m2 varia de acordo com a especialidade.
✓ Sala de cirurgia geral – 25 m2 :
✓ Sala de neurocirurgia e cirurgia cardiovascular – 36 m2; e sala auxiliar anexa, utilizada
para guarda de aparelhos, de 12 m2
✓ Sala de cirurgia ortopédica – 36 m2; podendo ter sala anexa para aplicação de gesso, de 20
m2

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✓ Sala de cirurgia otorrinolaringológica, oftalmológica, endoscópica e outras – 20 m2

MATERIAL CIRÚRGICO
É todo o conjunto de objectos, instrumentos e equipamentos que entram em contacto direito ou
indireto com a região operatória, utilizados para a execução de determinado procedimento
cirúrgico. Sua classificação e de acordo com a sua função ou uso principal, visto que muitos
equipamentos tem mais de uma utilidade. Basicamente, um procedimento cirúrgico segue 4
etapas principais: diérese, hemostasia, exerese e síntese.

CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL CIRURGICO

TIPO FUNÇÃO EXEMPLOS

DIERESE Corte Bisturi, tesoura

PREENSAO Apanhar Pinça anatômica e dentes de rato


estruturas
Pincamento de
HEMOSTASIA vasos Pinças hemostáticas (Halsted, Kelly )
Afastamento
EXPOSICAO de tecidos Afastadores (Farabeuf, Gosset etc.)
Pinça de Abadie - cirurgia gástrica
ESPECIAL Propria Pinça de Potts - cirurgia vascular

SÍNTESE Uniao de Tecido Porta-agulhas, agulhas

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EQUIPAMENTO DA UNIDADE DO CENTRO CIRURGICO


Equipamentos fixos: são aqueles que fazem parte da estrutura da sala:
1. Armário;
2. Foco central;
3. Balcão
4. Pontos de O2 e vácuo centralizado;
5. Negatoscópio;
6. Interruptores de tomadas elétricas de 110 a 12º wt;
7. Ar condicionado (AC).
Equipamentos móveis: são aqueles que podem ser movimentados na sala:
1. Mesa cirúrgica com acessórios
2. Mesa auxiliares com mayo e outros
3. Mesa para instrumento cirúrgico
4. Mesa para roupa esteres
5. Suporte de soro
6. Suporte de amperes
7. Suporte circular para bacia
8. Tala e suporte de braço
9. Banco giratório
10. Balde de lixo,

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11. Escadinha com 2 gruas
12. Foco auxiliar,
13. Estrado,
14. Monitores,
15. Aspirador portatil,
16. Aparelho de anestesia,
17. Bisturi electrico,
18. Electrocoagulador, 19. Carro de anestesia, entre outro
EQUIPA DO BLOCO OPERATORIO
✓ Equipa de anestesista- é composta de médicos anestesista , enfermeiro anestesista, com a
responsabilidade de preservar a medicação pré-anestésica, planejar e executar bem como
controlar o paciente durante e após a mesma até o restabelecimento dos seus reflexos.
✓ Equipa de cirurgia- composta por cirurgião principal, cirurgião auxiliar ou assistente e
instrumentista.
✓ Equipa de enfermagem- composta por enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de
enfermagem e circulante.

UNIFORMEOU E.P.I
Historicamente, o objetivo primario das barreiras de protecao em sala operatoria sempre se dirigiu
para a protecao dos pacientes a exposicao de microrganismos presentes e liberados pelos
trabalhadores. E o vestuario especifico de acordo com os procedimentos realizado no Centro
Cirurgico. Tradicionalmente, inclui o uniforme privativo (calca e blusa), prope ou sapato
privativo, gorro, mascara, avental cirurgico e luva cirurgica. Ressalta que a utilizacao do uniforme
privativo deve ser restrita ao ambiente do Centro Cirurgico, com o objetivo de protecao dos
profissionais envolvidos no cuidado ao paciente em tal unidade critica. As roupas da rua nunca
devem ser usadas em areas semi-restritas ou restritas do centro cirurgico. Deve haver um ponto de
demarcacao entre as areas de circulacao sem restricao e semi-restritas que ninguem pode ir, a
menos que esteja adequadamente paramentado, sendo que este deve incluir gorro ou capuz, propes
e mascara facial.

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TEMA III – ESTERILIZAÇÃO


Esterilização de materiais é a total eliminação da vida microbiológica destes materiais. É
diferente de limpeza e diferente de assepsia. Como exemplo, uma tesoura cirúrgica pode ser
lavada, e ela estará apenas limpa. Para ser esterilizada é necessário que seja submetida ao calor
durante um determinado tempo, destruindo todas as bactérias, seus esporos, vírus e fungos.
Existem várias técnicas de esterilização, que apresentam vantagens e desvantagens; contudo, a
técnica usada mais regularmente é a autoclavagem.
CONCEITO TÉCNICO
Esterilização de materiais é na verdade a tendência de eliminação de todas as bactérias ou
redução da população de uma colônia, pois ainda depois da esterilização o material supostamente
estéril ainda possui uma porção mínima de bactérias portanto depois de estéril estes materiais são
colocados com uma data de validade e armazenados em uma sala com temperatura controlada,
isto é, se não forem usados neste período os materiais deverão ser esterilizados novamente.
A questão da temperatura vai de acordo com o método de esterilização, quanto maior a
temperatura menor é o tempo de exposição dos materiais, isto se referindo a esterilização a
vapor, hoje em dia existem dois tipos de temperaturas, 121 °C e de 134 °C em autoclaves, para
manter a segurança e aumentar a confiabilidade no fim do processo, os materiais não devem sair
molhados deste tipo de equipamento, o que seca o material no fim da esterilização ou fase de
secagem é a temperatura que o material fica exposto da "câmara externa", que por sua vez a
pressão é geralmente maior que a pressão na camara onde ficam os materiais, a maioria das auto
claves contem duas câmaras facilitando este processo." apesar de toda esta tecnologia que temos
hoje o conceito de que o material está totalmente estéril é falso, podemos falar em métodos mais
seguros que é o correto.
A proximidade de um processo de esterilização com qualidade encontra-se na validação e
qualificação do equipamento, no suprimento de água do vapor, da manutenção.
NB: Níveis de processamento:

→ Esterilização: eliminação de esporos

→ Desinfecção de alto nível: eliminação de microbactérias

→ Desinfecção de nível intermediário: eliminação de fungos e vírus

→ Desinfecção de nível baixo: desinfecção de bactérias vegetativas e vírus lipídicos e médios.


Métodos de esterilização: parâmetros do processo

→ Esterilização por calor húmido ( Autoclave)


✓ Temperatura, tempo, pressão, qualidade do vapor

→ Esterilização por calor seco (Estufa)

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✓ Temperatura, tempo.

→ Esterilização por óxido de etileno


✓ Temperatura, tempo, concentração do gás, umidade relativa
Métodos de esterilização: equipamentos

→ Esterilização por calor úmido


✓ Autoclaves: artigos termo- resistentes e compatíveis com umidade.

→ Esterilização por calor seco


✓ Estufas: artigos termo- resistentes (mais altas temperaturas).
✓ Método atualmente em desuso

→ Esterilização por óxido de etileno


✓ Autoclaves por ETO: artigos termo- sensíveis
DESINFECÇÃO
Artigos plásticos e borrachas
✓ Hipoclorito a 1%
✓ Ácido peracético + peróxido de hidrogênio
Artigos metálicos
✓ Glutaraldeído
✓ Álcool a 70% (O enxágue é fundamental!)
MÉTODO FÍSICO
FLAMBAGEM
A flambagem é a colocação do material sobre o fogo até que o metal fique vermelho.
✓ Vantagem: fácil execução
✓ Desvantagem: Não é seguro, pode não esterilizar alguns tipos de bactérias pelo baixo
tempo de exposição. O material fica com uma cor preta, e com cheiro forte
FERVURA
Fever o material por 15 minutos (contar o tempo após o início da fervura). Após a fervura,
escorrer a água e deixar mais um pouco dentro da vasilha para secar; pegar o material sempre
pelo cabo e com as mãos bem lavadas. Após isso, secar bem o material com um pano limpo e
guardá-lo em recipiente com tampa, até o seu uso.

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CALOR SECO
Atua sobre os microorganismos provocando a oxidação dos constituintes celulares orgânicos e a
desnaturação e coagulação das proteínas. Penetra nas substâncias de uma forma mais lenta que o
calor úmido e por isso exige temperaturas mais elevadas e tempos mais longos, para que haja
uma eficaz esterilização.
São utilizadas as estufas. Conforme o calor gerado recomenda-se um certo tempo: a 170 Graus
Celsius, são necessários 60 minutos. A 120 Graus são necessários 12 horas.
✓ Vantagens: não forma ferrugem, não danifica materiais de corte. É o ideal para vidros,
metais, algumas gorduras e substâncias em pó.
✓ Desvantagens: O material deve ser resistente a variação da temperatura. Não esteriliza
líquidos.
CALOR HÚMIDO
Atua também desnaturando e coagulando as proteínas das células microbianas, mas a água vai
influenciar a destruição das membranas e enzimas pois pode induzir a destruição das ligações de
hidrogénio, o que vai tornar estes processos mais eficazes e diminuir o tempo de exposição.
AUTOCLAVAGEM: é a exposição do material a vapor de água sob pressão, a 121 °C durante
15min. É o processo mais usado e os materiais devem ser embalados de forma a permitirem o
contacto total do material com o vapor de água. Deve ser realizado no vácuo para permitir que a
temperatura não seja inferior à desejada, permitir a penetração do vapor nos poros dos corpos
porosos e impedir a formação de uma camada inferior mais fria. Podem ser usados autoclaves de
parede simples (que são mais rudimentares) ou de parede dupla, que permitem melhor extracção
do ar e melhor secagem. É muito usado para o vidro seco e materiais que não oxidem com água
(os materiais termolábeis não podem ser esterilizados por esta técnica). É utilizada ainda para
esterilizar tecidos. A sua eficácia é valiada por dois métodos. Indicadores químicos: mudam de
cor consoante a temperatura (ex. tubos de Brown a fita adesiva Bowie-Dick). Indicadores
biológicos: tubo com suspensão de esporos de bactérias muito resistente (Bacillus
stearothermophylus) que morrem quando expostos por 12 min ou mais a uma temperatura de
122 °C. Após um repouso de 14h, faz-se uma sementeira dos esporos, que deve dar negativa. Ver
autoclave.

→ Vantagens: fácil uso, custo acessível para grandes hospitais.


Desvantagens: Não serve para esterilizar pós.
1. Nota:Hoje já existem modelos de autoclaves que esterilizam cargas líquidas.
2. Ebulição: Não é um verdadeiro método, pois não elimina formas resistentes. A sua
condição mínima é a fervura a 100 °C durante 15 min.
3. Tindalização: o material é submetido a 3 sessões de exposição a vapor de água a 100 °C,
durante 20-45min, 45min e 20-45min, com um tempo de repouso entre elas de 24h.
Consegue-se a esterilização, visto que permite a germinação dos esporos entre duas
sessões e sua posterior destruição. É usada para soluções açucaradas ou que contenham
gelatina.

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RAIOS GAMA/ COBALTO
Os raios-gama têm comprimentos de onda ainda menores do que o tamanho dos átomos. Os
fótons de raio-gama levam muita energia e são mortais.
✓ Vantagens: Esteriliza uma variedade de materiais
✓ Desvantagens: caro e perigoso, requer equipe altamente especializada.
MÉTODOS QUÍMICOS
SUPERFÍCIES
✓ Hipoclorito de sódio 0,5%
✓ Cloro orgânico (pisos)
✓ Álcool a 70%
Fenol sintético
1. Gás Óxido de Etileno:O gás óxido de etileno é um produto altamente tóxico usado para
esterilizar materiais.
✓ Vantagens: Não danifica os materiais
✓ Desvantagens: Danos ao meio ambiente quando manipulado erroneamente, alto custo,
tóxico para o manipulador, requer aeração de 48 horas. demorado.
1. Glutaraldeído: Fornecido na forma de líquido a 25 ou 50%, são pouco voláteis a frio e
utilizados para a desinfecção de instrumentos médicos. Irritante das mucosas e tóxico,
necessita de cuidados especiais
✓ Vantagens: facilidade de uso
✓ Desvantagens: esterilização é tempo dependente. É necessário a imersão total do material.
Alergênico, tóxico e irritante. Mycobacterias podem ser resistentes, bem como esporos.
2. Formaldeído: Atualmente utilizado em processos fechados com autoclave especial. A
esterilização é eficiente mas depende de umidade local controlada.
✓ Vantagens: Barato. Muito eficiente. Ciclo de 6 horas. Baixa temperatura (55 °C)
✓ Desvantagens: Requer equipamento específico e controle rigoroso.
3. Ácido peracético: Líquido que esteriliza materiais por imersão.
✓ Vantagens: rapidez: em 10 minutos sob imersão apresenta desinfecção.
✓ Desvantagens: muitos fabricantes no mercado com formulações de ph baixo e assim
agressivo ao matrial, mas existe alguns com o ph neutro no mercado.
4. Plasma de Peróxido de Hidrogênio: Sistema à gás que utiliza equipamento complexo
composto de alto vácuo e gerador eletrico de plasma. Processo químico eficiente e de baixa
temperatura (35~40 °C).
➢ Vantagens: Rapidez, eficiencia, baixa temperatura.
➢ Desvantagens: Custo alto do equipamento e processo, incompatibilidade de embalagens.

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FILTRAÇÃO
Usa-se habitualmente em soluções e gases termolábeis. As substâncias atravessam superfícies
filtrantes, e a técnica é considerada esterilizante conforme o diâmetro dos poros. Se os poros
tiverem um diâmetro igual ou inferior a 0.2 μm, embora não retenham vírus. Os filtros podem ser
de vários tipos – velas porosas, discos de amianto, filtros de vidro poroso, de celulose, e fiutros
“millipore” (membranas de acetato de celulose ou de policarbonato).

UNIDADE #- IV: CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PRÉ- OPERATÓRIO,


TRANSOPERATÓRIO, PÓS- OPERATÓRIO ( GENERALIDADE)
1.PRÉ-OPERATÓRIO

a) MEDIATO OU TARDIO: Desde a admissão até o início do período pré-operatório


imediato.
b)
c) IMEDIATO: Primeiras 24h que antecede o acto cirúrgico.
2.Trans-Operatório ou Intra Operatorio:Momento da cirurgia.

3. Pós-Operatório
a) Imediato: São as primeiras 24h após o acto cirúrgico.
b) Mediato ou Tardio: São as 24 h subsequentes do período pós-operatório, até a sua alta
hospitalar.
DEFINIÇÃO DE PRÉ-OPERATÓRIO
É o período de tempo que tem inicia no momento em que se reconhece a necessidade de uma
cirurgia e termina no momento em que o paciente chega a sala de operação.
Subdivide-se em Mediato (Que vai desde o tempo da intervenção cirúrgica até 24 horas antes da
mesma.) e o Imediato (corresponde a preparação especial do pte. as 24 horas antes de ser levado
ao bloco operatório, incluindo a medicação pré-anestésica).
Alguns exames médicos do pré-operatório
1. Rx do abdómen.
2. Rx do tórax em pte maior de 50 anos.
3. Gastroscopia.
4. Ecografia.
EXAMES DE SANGUE
1. Tempo de coagulação
2. Tempo de (hemorragia) sangramento
3. Ureia
4. Creatinina
5. Glicemia
6. P. P
7. Teste de gravidez em mulheres dos 9 aos 60 anos de idade
8. HIV
9. Hemograma completo
10. Grupo sanguíneo e factor Rh

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Em paciente maior de 50 anos de idade indicamos o Electrocardiograma ( E.C.G) ou se
tiver antecedentes de doenças cardiovascular.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA OS EXAMES
1. Preparação psicológica
2. Avaliação constante
3. Levar o paciente ao local dos exames
4. Anotar na história clínica.
CUIDADOS NO PRÉ-OPERATÓRIOS :
1. Observar o estado do paciente, se tem secreção , se esta com tosse , ou sinal de
Infecção, no caso de observar falar ao Médico;
2.Pedir ao paciente que deixe de fumar nos dias anteriores da cirurgia, explicar o efeito que
causa nas vias respiratórias, e possível de infecção;
3.Observar o surgimento de febre ou qualquer alteração dos sinais vitais
4.Orientar o paciente a realizar exercícios respiratórios para aumentar a ventilação,
isso ajuda nos cuidados pós cirúrgicos, após recuperar da anestesia.
5.Coletar e encaminhar exames laboratoriais
6.Acompanhar o paciente quando for fazer exames de Radiografia ou Electrocardiogramas;
7.Observar a atitude do paciente, no caso de estar abatido, ou em estado de agitação
informar ao Médico;
8.Orientar o acompanhante, isso contribui para que fique mais tranquilo e relaxado
9.Anotar no prontuário qualquer Anormalidade

CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS IMEDIATOS:


São os cuidados realizados doze horas de antecedência da Cirúrgia
1. Jejum por doze horas antes cirúrgia dieta sólida, e 6h antes da cirúrgia dieta líquidas;
2. Banho na noite anterior, ou pela manhã.
3. Clister (Enema) na noite anterior.
4. Ministrar medicamento Pré- Operatório.
5. Colher amostra de sangue e urina para controlar evolução dos procedimentos cirúrgicos
realizados no paciente.
6. Retirar próteses não fixas, óculos, jóias, adornos, guardando-os de maneira adequada e
indicando a localização dos pacientes e de seus familiares.
7. Caso o paciente use lente, orientar limpeza, caso não traga orientar limpeza.
com S.F ,indicando qual corresponde ao olho D e E;
8. Necessidade Espiritual devemos atender conforme o pedido do paciente.
9. Preparo da pele com tricotomia do local a ser operado e limpeza com anti-séptico em região
definida;
PRÉ- OPERATÓRIO DE URGENCIA
Divide-se em: Urgência Imediatas e urgências menos apremiantes.
Entre as urgências imediatas temos:

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1. As inflamações agudas como apendecete aguda, perfuração da ulcera duodenal ou gástrica e
outras.
2. Obstruções intestinal aguda hérnia estrangulada, aderências peritonias e outras
3. Lesões traumáticas agudas como fracturas graves, feridas, lesões grave do tórax, cabeça ou
abdómen.
Cuidado no pré- operatório de urgência nos pacientes com fracturas importantes hemorragia não
devemos retirar o penso antes de serem anestesiado:
1. Cumprir com as indicações médicas.
2. Canalizar uma veia segura.
3. Extrair sangue para determinar o grupo sanguíneo e o factor Rh.
4. Sonda vesical em S.O.S.
5. Sonda mesogástrica em S.O.S.
6. Controlar os Sinais Vitais.
7. Não administrar Enema.
8. Retirar a roupa do paciente.
TRANSOPERATÓRIOS:
Compreende todos os momentos da cirurgia, da chegada do paciente a unidade de centro cirúrgico
ate a sua saída no final da cirurgia.
DEFINIÇÃO DE PÓS – OPERATÓRIO
É o período que vai desde o momento que termina a intervenção cirúrgica até a recuperação total
do paciente. A duração do pós-operatório é variável depende do tipo de operação e das condições
orgânicas de cada individuo e Subdivide –se em:
✓ Imediato: é o período que vai desde que termina o acto cirúrgico até que o paciente se
recupera da anestesia ou sessão as complicações. E pode durar de 24h à 72horas.

✓ Mediato: É o tempo que vai desde que o paciente se recupera da anestesia ou sessão as
complicações, até que recupera totalmente pode durar semana, meses segundo o tipo de
operação realizada e as condições físicas de cada indivíduo.

CUDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO


1. Documentar-se dos detalhes do acto cirúrgico antecedente durante o acto cirúrgico que
motivem modificações nos cuidados de enfermagem.
2. Recepção do paciente com condições da sala já preparada segundo o tipo de operação.
3. Observação do estado geral.
✓ Cor da pele
✓ Sinais vitais
✓ Sangramento
✓ Drenagem
✓ Venoclise
4. Transladar o paciente da maca para cama tendo enconta a região que foi operada para
evitar complicações como:
✓ Saída de drenos
✓ Sangramento e dor.
5. Revisar o penso para detectar possíveis hemorragia

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6. Proporcionar calor adicionais em S.O.S.
7. Colocar o paciente com a cabeça ladeada e heperistendida para facilitar o intercâmbio
gasoso e evitar uma possível bronca aspiração.
8. Si o paciente tiver uma cânula de Guedel ou tubo endotraqueal retirar no momento
oportuno e se necessário aportar oxigénio por mascara
9. Permanecer em alerta com os sinais vitais de schock como:

Pulso
→ Filiforme
→ Rápido
→ Hipotensão arterial ( HTA↓)

Estado mental
→ Confusão
→ Agitação
→ Sonolência

Apele
→ Fria
→ Humida
→ Palida

Cianose
→ Extremidade
→ Orelha
→ Unhas
10. Controlar a dor
11. Em paciente com anestesia epidural ou espinal controlar o movimento e a sensibilidade
dos membros inferiores, distensão vesical e aplicar uma sonda em S.O.S.
CUIDADOS DEENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO
1. Receber o paciente e observar o seu estado geral para detectar se existem sintomas que
denunciem complicações
2. Transladar o paciente da maca para cama cuidando a região operada e colocá-lo na posição
indicada.
3. Ligar sondas e drenagem nos colector
4. Refazer venoclise e o gotejamento
5. Apoio emocional ao paciente e familiares e dissipar as duvidas.
6. Preencher a folha de balanço hidromineral
7. Dieta segundo indicações médicas
8. Manter higiene do paciente
✓ Banho com insistência nas cavidades, friccionar os membros a escosta (região dorsal) e
os membros inferior para manter activa a circulação periférica

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✓ Estabilizar mudança de decúbito ao paciente para evitar complicações
9. Deambulação precoce.
✓ Aumentar o intercambio respiratório
✓ Ajudar a eliminar secreções brânquias
✓ Evitar estase venosa
10. Fisioterapia activa e passiva aos que não possam deambular
11. Fazer os curativos mantendo os princípios de asséptica e anti-assépcia
12. Observar a ferida, os bordes a cor e a secreção
13. Sinais vitais
14. Retirar os pontos segundo indicações médica.
COMPLICAÇÕES PÓS- OPERATÓRIA
1. Hemorragia
2. Deiscência.
3. Eviceração.
4. Infecção.
5. Bronca aspiração.
TEMA V- TERMINOLOGIA CIRÚRGICA E NOMECLATURA CIRURGICA
A terminologia técnica utilizada pelos profissionais da área de Saúde é constituída, em sua maior
parte, de palavras formadas pela composição de elementos gregos e latinos.
Assepsia: São meios utilizados para não contaminar uma área isenta de microorganismos.
Anti-sepsia: É a utilização de um produto anti-séptico numa área contaminada (tecido humano).
Anti-séptico: É o produto químico utilizado para a realização da anti-sepsia.
Esterilização: É o procedimento utilizado para a completa destruição de todas as formas de vida
microbiana, inclusive a esporulada.
Desinfecção: É o processo de destruição de microorganismos patogénicos ou não, na forma
vegetativa (não esporulada) de artigos semi-críticos através de meios físicos e químico.
Desinfectantes: São substâncias químicas capazes de destruir todas as formas vegetativas de
bactérias, fungos e vírus em artigos.
Germicidas: São produtos ou substâncias capazes de destruir indiscriminadamente ou
selectivamente microorganismos à temperatura ambiente.
Limpeza: é o fundamental para a remoção de matéria orgânica presente nos artigos.
Degermação: Consiste na eliminação dos microorganismos patogénicos das mãos e dos
antebraços da equipe cirúrgica.
Sanificação: É o processo de destruição de microorganismos patogénicos ou não, em áreas
físicas consideradas limpas.
NOMENCLATURA CIRURGICA
Entende-se por nomenclatura cirúrgica “o conjunto de termos de uma arte ou de uma ciência:
terminologia”. Assim sendo, a nomenclatura cirúrgica é o conjunto de termos utilizados para
indicar o procedimento cirúrgico a ser realizado. Cabe ao profissional de enfermagem entender os
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diversos aspectos que envolvem o procedimento cirúrgico, em especial a terminologia pertinente.
Essa terminologia é formada por prefixos, que designam a parte do corpo relacionada à cirurgia, e
por sufixos, que indicam o ato cirúrgico referente

✓ Pexia – fixação de um órgão.


✓ Plastia – alteração de forma de um órgão.
✓ Ráfia – sutura.
✓ Scopia- olhar no interior.
✓ Stomia – abertura de uma nova boca.
✓ Tomia- abertura de um órgão.

OPERAÇÕES DE REMOÇÃO DE (ECTOMIA)


✓ Apendicectomia- apêndice.
✓ Cistectomia – bexiga.
✓ Colecistectomia – vesicula biliar.
✓ Esplenomegalia- baço.
✓ Hepatomegalia- fígado.
✓ Histerectomia- útero.
✓ Mastectomia- mama.
✓ Nefrectomia- rim.
✓ Pneumectomia- pulmão.

OPERAÇÕES DE ABERTURA (TOMIA)


✓ Artromia- articulacão.
✓ Duodenotomia- duodeno.
✓ Laparotomia- cavidade abdominal.
✓ Toracotomia-parede torácica.
CONSTRUÇÃO CIRÚRGICA DE NOVAS BOCAS (STOMIA)
✓ Colecistomia- abertura e colocação de drenos.
✓ Colostomia- abertura do colo através da parede abdominal.
✓ Ileostomia - formacão de abertura artificial do ílio.
✓ Nefrostomia- colocação de sonda no rim para drenagem de urina.
OPERAÇÃO DE FIXAÇÃO (PEXIA)
✓ Hísteropexia- suspensão e fixação do útero.
✓ Nefropexia- suspensão e fixação do rim.
✓ Orquiopexia- abaixamento e fixação do testiculo em sua bolsa.
OPERAÇÕES PARA ALTERAÇÃO DA FORMA OU FUNÇÃO (PLASTIA)
✓ Blefaroplastia- plastica da palpebra.
✓ Mamografia- plastica de mama.
✓ Rinoplastia- plastica da trompa para sua recanalização.

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OPERAÇÕES DE SUTURA (RAFIA)
✓ Colporrafia- sutura da vagina.
✓ Gastrorrafia- sutura do estomago.
✓ Tenorrafia- sutura do tendão.

UNIDADE # VI ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CONTROL DO BALANÇO


HIDROELECTROLITICO ( DESIDARTAÇÃO)
DESIDRATAÇÃO: É a falta de água e sais minerais no organismo humano, os sais minerais são
chamado de « Electrólitos», sendo que os mais importantes são: sódio, cloro e potássio. Estes
sais minerais são importantes para o bom funcionamento das células do corpo humano.
Geralmente a desidratação ocorre com mais frequência nos meses mais quente do ano devido o
aumento da incidência de doenças gastrointestinais, principalmente no verão.
CAUSAS DA DESIDRATAÇÃO
A desidratação pode ocorrer de diversas causas
✓ Febre, exposição ao color, exercício físico, vomito e diarreia.
✓ Doenças como a diabetes melitus
✓ Ferimento, queimadura.
✓ Vômitos
✓ Diarreia
✓ Drenagem por sonda gástrica
✓ Drenagem ascética
✓ Queimadura
Tipos de Desidratação:
Como ja foi esplasmado, a desidratação e basicamente definida como o desequilíbrio entre a
ingestão e a eliminação de líquidos e sais minerais. Assim temos três tipos que são
1) Desidratação isotônica: é o tipo mais comum. Ocorre quando houver perda de água e sais
minerais.
2) Desidratação Hipotônica: ocorre quando existir perda de sais minerais do que água.
3) Desidratação hipertônica: ocorre quando existe perda de água do que sais minierais
Sintomatologia
✓ Polidepsia
✓ Mucosa oral pálida e inchada
✓ Astenia

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✓ Vertigem
✓ Palpitações
✓ Olhos encovado
✓ Perda progressiva de peso
✓ Vomito e diarreia persistente por mais de dois dias

DIAGNÓSTICO CLÍNICO DA DESIDRATAÇÃO

DESIDRATAÇÃO
DESIDRATAÇÃO LEVE GRAVE E CHOQUE
DADOS CLÍNICOS HIDRATADO OU MODERADA HIPOVOLEMICO

Estado geral Bom, ativo, alerta Normal, irritado, fadiga Prostrado, apático e
inconsciente

Sede, aceitação líquidos Normal, pode recusar Sede evidente,ânsia p/ beber Dificuldade ou
incapacidade de beber

Frequência cardíaca Normal Taquicardia discreta Taquicardia


significativo

Respiração Normal Normal taquicardia leve Mais profunda com ou


sem taquipneia

Olhos Normais Um pouco fundos Fundos

Umidade boca/ língua Normal Dificuldade de juntar saliva Saliva muito reduzida,
boca quase seca.

Turgor da pele(prega) Normal Alterado ( retorna em 2') Muito alterado,


pastoso( retorno> 2')

Lágrimas Presentes Ausente ou diminuída Ausente

Finos, periféricos
Pulsos Normais, cheios Normais, um pouco fino muito fraco ou
impalpável

Tempo de recoloração Normal(< 3 segundo) De 3 a 6' Maior que 6 segundo

Extremidade Quentes Normais ou frios Fria ou cianótica

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Muito reduzida ou
Diurese Normal Escassa e concentrada ausente

BALANÇO HÍDRICO
Definição: Balanço hídrico representa a monitoração detalhada de liquido administrados e
eliminados por um cliente num determinado período. Um adulto, em condições normais pode
ganhar líquidos por via oral, alimentos e água endógena e, perder pela diurese, fezes e insensíveis
(pulmões e pele). Os medicamentos administrados devem ser incluídos como ganhos e as
drenagens verificadas em vômitos, drenos e sondas como perdas. A diferença entre o ganho e
perda pode resultar em: balanço positivo (Reteu líquidos), negativo (perdeu líquidos) ou igualou.

CALCULO DO BALANÇO HIDROELECTROLITO( FORMÚLA)

BH= 𝐼 − 𝐸 = +/−
UNIDADE # VII- ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM INFECÇÃO
LOCAL EM CIRURGIA.
Abcesso: É designada de abcesso a acumulação de pus num tecido localizado, formando uma
cavidade delimitada por uma membrana de tecido inflamatório cuja parede interior (membrana
piogénica) exsuda o líquido purulento que a enche, em virtude da desintegração e morte (necrose)
do tecido original. Pode ser causado por vários agentes patogénicos microbiológicos, como as
bactérias piogénicas (incluindo estafilococos, estreptococos, pneumococos, gonococos, entre
outros), mas algumas substâncias químicas, como a essência de terebintina podem provocar uma
reacção orgânica semelhante.
Causas: - Bactérias, Amebas e Substancias químicas.
Sintomas: Dor, Calor, Rubor, tumefação e deformação.
Tto: Drenagem, antibioterapia e analgésico.
Abcesso Agudo: É uma colecção de pus numa cavidade revestida de tecido granuloso limitado
por paredes próprias. Nele estão presentes todos os sinais de uma inflamação. Pode aparecer em
qualquer parte do corpo.
Um abcesso pode complicar pela formação de um trajecto fistuloso.
Panarício: É uma infecção da ponta do dedo muitas vezes associadas a unha.
Furúnculo: É uma infecção de um folículo piloso. A fricção agrava o seu desenvolvimento.
Aparece como uma tumefação na pele vermelha quente e dolorosa: é intensa até que se da rotura e
saída do pús que alivia a tensão, um ou dois dias depois sai um rolhão de tecido necrosado e
depois a cura é rápida. Contudo deve-se evitar o seu alastramento, limpando as circunvizinhas
com um antisséptico.
Tratamento: O médico decidirá se é aconselhável praticar uma incisão do furúnculo ou dar uma
antibioterapia. O pior tratamento é espremer o furúnculo na tentativa de apressar a separação do

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rolhão. Existem furúnculos muito pequenos e extremamente dolorosos que se desenvolvem no
canal auditivo e no nariz.
Carbúnculo ou Antraz: É uma gangrena infecciosa do tecido celular, geralmente causada por
estafilococos: é parecida a um conjunto de furúnculos, mas o rolhão do tecido necrosado não pode
ser eliminado através de um orifício pequeno central como no furúnculo. A massa necrótica faz
pressão de baixo para cima privando a pele de sua circulação, em vários locais e por fim aparece
uma grande porção necrosada. Quando todo tecidos necrosado é eliminado fica uma grande zona
ulcerada que cicatriza lentamente até que se faça uma incisão ou uma enxertia para acelerar o
processo. A diabetes torna estes doentes muito susceptiveis as infecções cutâneas. Os doentes a
serem tratados de furúnculos ou carbúnculos devem sempre fazer analises de pesquisa dos índices
de açúcar no organismo.
Piomiosite: É uma inflamação de um grupo de músculos muitas vezes inflamados ao mesmo
tempo com presença de pús.
Tratamento: Na fase pré supurativa administramos antibióticos e na fase supurativa drenagem e
antibioterapia.
Abcessos Perianais: São abcessos muito compressos e que podem ter trajectos curvilíneos que
fazem diagnóstico diferencial com a hemorroide. O diagnóstico ao referir dejecções purulentas.
Tratamento: é feito exclusivamente pelo médico.
Erisipela: É uma lesão da pele caracterizada por inflamação com limites mal definidos que se
associam sempre com linfangites e adenopatias provocadas por estafilococo BETA
HEMOLITICO do grupo A.
Tratamento é feito com base em antibióticos.
Facielite: É uma inflamação da face (quando supuram denominam-se flemão).
Tratamento: drenagem e antibioterapia.
Paroniquia: É uma infecção do tecidos sublingual.
Cancrooris: É uma infecção da pele localizada na boca. É muito mais frequente em crianças
africanas desnutridas e evolui com gangrena dos músculos da face até a desnutrição dos ossos.
Tratamento: é feito com antibioterapia em altas doses por via endovenosa.
Celulite: É uma inflamação do tecidos celular subcutâneo ou conjuntivo. Geralmente
acompanhada por infecção hemolítica. A infecção alastra-se rapidamente e a zona afectada fica
vermelha brilhante. Os bordes não estão bem definidos como na erisipela: se a infecção alastra-se
a partir de uma ferida então esta deve ser indicada como na erisipela.
Tratamento na base de antibioterapia e drenagem.
Linfangite: É uma inflamação dos vasos linfáticos.
Adenopatia: É o estado patológico dos gânglios linfáticos.
Ulcera fagedemica ou tropical: É uma lesão que começa com uma bolha ou vesícula que
posteriormente ulcera atinge grandes dimensões. Afecta essencialmente os membros inferiores,
podendo malignizar-se se transformando em carcinoma espinhoso celular.

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Tratamento: antibioterapia de uso tópico e não só.
Gangrena de faurnier: É uma lesão do escroto que começa com um edema e inflamação,
evoluindo rapidamente para gangrena dos músculos do escroto seguida de necrose.
Tratamento: necrotomia do escroto geralmente feita no bloco operatório e antibioterapia por via
endovenosa, esta doença progride rapidamente.
Angina de Lwinding: É uma doença do tecido celular subcutânea que afecta a região cervico-
submandibular.
Tratamento deve ser agressivo com antibioterapia em altas doses e hidratação para evitar
compressão da árvore respiratória e asfixia.

TEMA XV - SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA


UTILIZAÇÃO DOS DRENOS CIRÚRGICOS
Os drenos e as sondas constituem em valiosos auxiliares utilizados na prática cirúrgica visando
facilitar o escoamento de conteúdo cavitário, parietal ou visceral.
Os drenos são utilizados para remoção de acúmulos anormais no interior da cavidade ou nos
permeios da parede abdominal.
As sondas tem indicação para o escoamento de conteúdo intraluminar, seja do tubo digestivo,
seja do aparelho urinário. Acessoriamente, destina-se a administrar líquidos e alimentos.
A drenagem tem várias funções, dentre elas podemos destacar:
Propiciar saída de secreções purulentas ou de conteúdo intestinal;
Remover qualquer líquido da cavidade peritoneal;
Evacuar líquidos intraluminares (urina, bile);
Descomprimir o tubo digestivo;
Orientar coleções e fístulas;
Ministrar líquidos e alimentos.
São reconhecidos dois tipos de drenagem:
Profilática: tem a finalidade de impedir o acúmulo de secreções;
Terapêutica: se destina a promover a saída de material acumulado.
Na parede abdominal podem ser utilizadas com o objetivo de drenar secreções purulentas
(abscessos) ou diminuir o espaço morto e eliminar restos de soro, sangue, tecidos, devido a
grandes descolamentos no subcutâneo ou pela colocação de material protético empregado como
reforço parietal.
A drenagem pode ser realizada por drenos e sondas:

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Drenos: são lâminas ou tubos de material sintético, com paredes flexíveis, largura variável,
usados na drenagem das grandes cavidades serosas (pleura, peritônio, pericárdio) e do espaço
intervisceral e tissular.
Sondas: são tubos de borracha, de plástico ou de derivados do petróleo, com calibre variado, que
apresentam paredes rígidas, porém maleável, podendo ter balonete, ser radiopacas ou não,
estando destinadas à luz do tubo digestivo e seus anexos, árvore traqueobrônquica e sistema
geniturinário.
PRINCÍPIOS DA COLOCAÇÃO DE DRENOS
Os drenos intraperitoneais não devem ser exteriorizados pela incisão para evitar infecção e
interferir na cicatrização;
O orifício de saída deve ser proporcional ao diâmetro do dreno para evitar compressão ou
evisceração;
O orifício de saída deve-se localizar em local de declive para facilitar a drenagem por gravidade;
Deve ficar suficientemente afastado da cicatriz cirúrgica para não interferir com os cuidados da
FO;
Não lesar com demasia a parede na confecção do trajeto parietal;
Não deixar o dreno entrar em contigüidade com as linhas de sutura para evitar fístulas;
Sempre fixar o dreno no local de exteriorização
TIPOS DE DRENAGEM
Existem 4 tipos de drenagem, conforme o mecanismo de ação:
✓ Drenagem laminar;
✓ Drenos de aspiração;
✓ Drenos túbulo-laminares e Cateteres de drenagem.
Drenagem laminar: Dreno de Penrose. Pode-se colocar gaze ou qualquer outro material
sintético absorvente dentro do Penrose com a finalidade de aumentar a drenagem. Seu
mecanismo de ação é por meio da drenagem passiva, por capilaridade. Tem a preferência nas
cirurgias do aparelho digestivo com anastomeses.
Drenos de aspiração: Drenos de sucção fechada, tubulares, firmes, produzidos de silicone ou
cloridrato de polivinil. Dreno Portovac. São utilizados em cirurgias com grande descolamento
tecidual (hérnia incisional, retalhos miocutâneos, esvaziamentos ganglionares) e quando há
extensa ressecção com espaço morto local. Este tipo de drenagem diminui o risco de
contaminação a partir do dreno, porém, deve ser retirado em 24 a 72 horas. Seu mecanismo de
ação funciona por sucção, sendo uma drenagem ativa.
Drenos túbulos-laminares: São formados por 2 ou 3 drenos tubulares de látex, silicone ou
teflon, com múltiplas perfurações, colocados dentro de um dreno de Penrose. Dreno de Sump.
Utilizado nos casos de pancreatite, abscessos ou quando se deseja lavar a cavidade abdominal. O
sistema funciona instilando solução fisiológica por um dos tubos, ao mesmo tempo que se aspira
sob baixa pressão por meio de outro. O terceiro tubo é o respiro, que evita o colabamento do

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sistema de sucção. Os tubos são fixados ao Penrose por meio de suturas individuais. O
funcionamento é por capilaridade e por drenagem ativa.
Cateteres de Drenagem (pigtailed): Drenos tubulares, finos, parede resistente e pouco flexível,
de plástico ou látex, utilizados por radiologistas, guiados por TC ou USG, para realizar
drenagens percutâneas de coleções ou cateterização de via biliar. Deve-se periodicamente instilar
soro para desobstruir o cateter, que é muito fino e, para fluidificar a coleção, facilitando e
acelerando o escoamento.
As sondas são tubos introduzidos no lúmen de vísceras ocas, sendo divididas conforme o órgão
em que será utilizada: sondas gastrintestinais, nasojejunais, nasobiliares, gastrostomia,
jejunostomias, cecostomias, retal, de Sengstaken-Blackmore, sondas urinárias entre outras.
As sondas, além de drenar o conteúdo presente no lúmen das vísceras ocas, também podem ser
utilizadas para administrar líquidos, medicamentos e nutrientes, descomprimir (sonda
nasogástrica, sonda retal, sondas utilizadas para descomprimir anastomoses) ou comprimir
(sonda de Sengstaken-Blackmore e sonda de Foley na prostatectomia).
INDICAÇÕES GERAIS
Drenar secreções purulentas localizadas ou de conteúdo intestinal e remover profilaticamente
qualquer líquido da cavidade peritoneal ou do subcutâneo, como suco bileopancreático ou
seroma, antes que sua presença cause complicações.
O emprego de drenos é conveniente nas seguintes situações:
1.Abscessos localizados e com parede espessa;
2.Anastomoses entre o trato digestivo, quando há insegurança em relação ao fechamento,
desproporção entre as bocas anastomóticas, má vascularização e infecção local.
3.Cirurgias em que há extensa área cruenta.
4.Cirurgias em que podem ter sido abertos pequenos ductos (vesícula biliar, pâncreas, fígado)
sem ser detectados;
5.Cirurgias e que há sutura de órgãos sem serosa e extrapiramidais;
6.Cirurgias de parede abdominal com grande descolamento de subcutâneo ou com utilização de
próteses.
INDICAÇÕES ESPECÍFICAS
Existem algumas cirurgias em que são acoplados sistemas de drenagem como rotina, com a
finalidade de descomprimir ou retirar secreções que coletam no leito cirúrgico.
Vias Biliares: Tubo em “T” de Kher: descomprimir o hepatocolédoco. O mesmo deve ser
elevado a partir do 4º dia para diminuir o escoamento biliar, fechado após o 7º dia pós-operatório
(após a realização da colancistectomia) e retirado após o 14º dia.
No caso de colecistectomia, a utilização de drenos é discutível (vários autores contra-indicam a
drenagem por apresentarem maior risco de infecção); caso seja utilizado, colocas-se o Penrose
ou dreno de aspiração Portovac tracionando-o no 1º dia e retirando-o no 2º ou 3º dia pós-
operatório.

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Pâncreas: Em cirurgias em que se manipula ou se resseca o pâncreas, há indicação de drenagem
devido ao suco pancreático que, por meio de suas enzimas proteolíticas, irrita os tecidos
vizinhos, podendo causar fístulas ou abscessos peripancreáticos. Os drenos de escolha são de
Sump e os de aspiração. No caso de abscesso pancreático, utiliza-se o dreno de Sump com o
objetivo de lavar e aspirar ao mesmo tempo, sendo retirado quando a aspiração vier límpida. Nas
pancreatectomias parciais, utilizam-se drenos de aspiração, tracionando-o pós-operatório, caso
não haja fístula. Deve-se realizar drenagem sondagem nasogástrica e diminuir estímulo
pancreático, até que o íleo paralítico desapareça.
Baço: Após esplenectomia, normalmente se utilizam drenos visando prevenir o acúmulo de
secreções no espaço subfrênico, devido à área cruenta no leito esplênico, pela dificuldade de
hemostasia causando pequenos sangramentos, ou devido a pequenas lesões em causa do
pâncreas. Embora a drenagem aumente o risco de infecção, colocam-se drenos de aspiração,
retirando-o quando a aspiração diminui, de preferência 2m 24 a 72horas.
Estômago: Os drenos são usados após gastrectomias quando a anastomose for difícil, utilizando
dreno de Penrose, retirando-o após o 4º dia. Deve-se sempre colocar SNG ou SNE para
descomprimir o lúmen e iniciar precocemente a alimentação. A sonda deve ser retirada após
o término do íleo paralítico, se for uma SNG. Se o intuito for alimentação, retira-se após o
paciente ter condições de via oral. Em caso de fistulização, o dreno permanece por um período
não inferior a 7 dias, tempo necessário par acriar um trajeto ao redor do dreno e orientar a fístula.
Duodeno: Os drenos são necessários devido à alta mortalidade que as complicações, como
fístula e infecção local, que podem ocasionar. A utilização dos mesmos não diminui a chance de
fístula, porém, com um escoamento precoce e efetivo, podem-se evitar cirurgias. O dreno de
escolha é de Penrose, sendo tracionado após o 3º dia e retirado após o 4º ou 5º dia pós-
operatório, caso não haja complicação local.
Intestino: Normalmente não se utilizam drenos em anastomoses intestinais, exceção feita para
os casos de anastomoses com o reto ou canal anal, pela ausência da camada serosa e por sua
posição extraperitoneal, apresentando tecidos menos resistentes à infecção. Nesses casos,
emprega-se o dreno de Penrose, retirando-se após o 4º dia. Em todas as cirurgias que
envolvem anastomoses intestinais, utilizam-se SNGs ou jejunostomias para descomprimir o
lúmen gastrintestinal, enquanto houver íleo paralítico.
Apendicite: Nos casos de apendicite aguda em que não há abscesso localizado, a drenagem não
se faz necessária, mesmo que haja perfuração com coleção purulenta na cavidade. Nesses casos,
faz-se apenas a lavagem exaustiva da cavidade.
Nas situações em que há abscesso localizado, deve-se deixar um dreno junto à cavidade
abscedada, sendo de escolha o de Penrose, devendo permancer no local até não mais sair
secreção purulenta, tracionando-os 24 horas antes de retirá-los definitivamente. Nesses casos,
quando se quiser realizar lavagem da cavidade, pode-se utilizar os drenos de Sump, para
limpar a cavidade e aspirar seu conteúdo, simultaneamente.
Parede Abdominal: Quando existe um grande descolamento do tecido subcutâneo ou quando se
colocam próteses junto à musculatura, deve-se utilizar o dreno Portovac para evitar que se
acumulem coleções no subcutâneo. A mesma deve permanecer por 2 a 3 dias, até que o
volume drenado em 24 horas seja inferior a 150 ml e retirado em um só tempo, sem tração
prévia.

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Outros: A drenagem tubular tem espaço nas cirurgias da região cervical
(TIREOIDECTOMIAS, ESVAZIAMENTOS LINFONODAIS, CIRURGIAS
VASCULARES , nas cirurgias ORTOPÉDICAS que utilizam próteses e em qualquer outra
cirurgia que apresente um espaço morto ou que não possa haver compressão das estruturas
adjacentes. O tempo de drenagem pode variar conforme o volume exteriorizado e o motivo pelo
qual o dreno foi colocado. Nos casos de abscesso intra-abdominal, os drenos de Sump estão
indicados para lavar e aspirar continuamente o abscesso, sendo retirados após desligar a lavagem
por 24 horas e o líquido sair límpido. Em cirurgias de grande porte e naquelas em que se
manipulam as vias urinárias ou a próstata, deve-se realizar sondagem vesical.
MANEJO DOS TUBOS
A colocação dos drenos na cavidade abdominal apresenta princípios básicos:
1. Devem ser colocados por contra-incisão para evitar infecção da ferida operatória e diminuir o
risco de deiscência;
2.São colocados lateralmente ao músculo reto abdominal, não muito pequenos para facilitar a
drenagem, porém evitando grandes aberturas para evitar hérnia incisional;
3.O trajeto confeccionado deve ser mais retilíneo o possível para facilitar a drenagem e evitar
coleções;
4.Devem ser fixados à pele para evitar que o mesmo seja tracionado por descuido ou que entre
na cavidade abdominal;
5.O curativo deve ser realizado separadamente ao da incisão principal para dificultar a
contaminação da ferida operatória com as coleções drenadas.
SONDAS
Obedece alguns preceitos básicos:
1.Deve ser introduzida com anestésico local;
2.Se não houver balonete para fixação, fixa-se externamente com curativos ou pontos para
dificultar a migração da mesma;
3.SNG não devem ficar mais que 7 dias, devido às ulcerações que a mesma pode causar na
mucosa da orofaringe e do esôfago;
4.Se houver necessidade de troca, deve-se trocar por sondas nasojejunais, que são menos
traumáticas e podem ficar por várias semanas;
5.No caso de sondas urinárias, deve-se pensar em antimicrobianos quando utilizadas por vários
dias.
REMOÇÃO DOS DRENOS
Profiláticos: Remove-se tão logo haja evidências de que não há mais drenagem significativa e
que o dreno não é mais necessário.
Terapêuticos: São mantidos no local enquanto houver drenagem em quantidade significativa.
Retira-se de modo gradativo, alguns centímetros a cada dia, de tal maneira a ocluir o trajeto da
profundidade para a superfície.

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COMPLICAÇÕES
Hérnia incisional
Obstrução por aderências
Necrose de tecidos vizinhos por compressão
Hematoma de parede
Perda do dreno na cavidade abdominal
Fístula por erosão da anastomose
SONDAS
Erosões junto à mucosa por irritação ou isquemia Aumento da produção de ácido pelo estômago
Fístulas
Perfuração durante a colocação
Infecção
Hemorragias pela erosão
TEMA VIII - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEMAO PACIENTE
POLITRAUMATIZADO: OSTEOMIOARTICULAR ( ESCALA DE COMA DE
GLASGOW)
Poli traumatizado: Vítima que apresente lesões em dois sistemas de órgãos, dos quais pelo
menos uma, ou a combinação das duas lesões, constitua um risco vital.
ENTORSES & LUXAÇÃO Perda parcial/total da relação anatómica
Causadas por:
✓ Trauma directo (traumatismo contundente)
✓ Indirecto (contracção muscular violenta)

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
✓ Dor
✓ Aumento de volume articular
✓ Impotência funcional
✓ Deformação
PROCEDIMENTO
✓ Repouso
✓ Penso frios
✓ Imobilização

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ESCALA DE COMA DE GLASGOW

Classificação de Gravidade
Leve (G 14 – 15)
Moderada (G 9 – 13)
Grave (G 1 – 3)
SINAIS DE GRAVIDADE
✓ Assimetria de pupilas
✓ Assimetria motora
✓ Fratura de crânio com perda de liquor ou exposição do tecido cerebral
✓ Deterioração neurológica ( queda de 2 ou mais pontos na escala de Glasgow ou cefaléia
intensa ou aumento do diâmetro de 1 pupila ou diminuição de força muscular em um lado
do corpo)
✓ Fratura com afundamento craniano
✓ Perda da conciência/desmaio;
✓ Dor de cabeça;
✓ Sangramento na cabeça;
✓ Diminuição da força muscular;
✓ Sonolência;
✓ Dificuldade de fala;
✓ Alterações na visão e na audição;
✓ Perda da memória;
✓ Coma.

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CONSEQUENCIAS
✓ Coma;
✓ Perda de visão;
✓ Convulsões;
✓ Epilepsia;
✓ Deficiência mental;
✓ Perda da memória;
✓ Alterações de comportamento;
✓ Perda de capacidade de locomoção e/ou
✓ Perda de movimento de algum membro.
ABORDGEM DO AO POLITRAUMATIZADO (TRAUMA)
X- Hemorragia maxiva.
A- Abertura das vias aéreas com o controlo da coluna cervical
B- Oxigénio e ventilação (oxímetro)
C- Circulação (preenchimento capilar)
D- Neurológico
E- Exposição do corpo com controlo da temperatura
NOVA DIRECTRIZES DA AHA (SEM TRAUMA)
C- Compressões torácicas 30:2 (100 à 120 por min).
A- Abertura das vias aéreas
B- Oxigénio e ventilação
D- Desfibrilação

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM FERIDA FERIDAS


CONCEITO DE FERIDAS: As feridas são consequência de uma agressão por um agente ao
tecido vivo. É o rompimento dos tecidos geralmente causada por trauma.
Classificação das Feridas: As feridas podem ser classificadas de varias maneiras:
Quanto ao Agente Causal
1. Incisas ou cortantes- são provocadas por agentes cortantes, como faca, bisturi,
laminas, etc.; suas características são predomínio do comprimento sobre a
Profundidade, bordas regulares e nítidas, geralmente retilíneas. Na ferida incisa o
corte geralmente possui profundidade igual de um extremo a outro da lesão, sendo pequena
ferida cortante, a parte mediana e mais profunda.
2. Corto-contusa- o agente não tem corte tão acentuado, sendo que a forca do
traumatismo e que causa a penetração do instrumento, tendo como exemplo o machado.
3. Perfurante- são ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como prego, alfinete. Pode ser
transfixante quando atravessa um órgão, estando sua gravidade na Importância deste órgão.
4. Perfuro-contusas- são as ocasionadas por arma de fogo, podendo existir dois

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orifícios, o de entrada e o de saída.
5. Lácero-contusas- Os mecanismos mais frequentes são a compressão: a pele e
esmagada de encontro ao plano subjacente, ou por tracção: por rasgo ou arrancamento tecidual.
As bordas são irregulares, com mais de um ângulo; constituem exemplo clássico as mordidas de
cão.
6. Perfuro-incisas- provocadas por instrumentos perfuro-cortantes que possuem gume e ponta,
por exemplo um punhal. Deve-se sempre lembrar, que externamente, poderemos ter uma
pequena marca na pele, porem profundamente podemos ter comprometimento de órgãos
importantes como na figura abaixo na qual pode ser vista lesão no musculo cardíaco.

SEGUNDO A COMPLEXIDADE
1. Simples ou superficiais
2. Complexas ou profunda
Segundo o Risco de Infecção
1. Limpas são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos sistemas
como o digestivo, respiratório e geniturinário. A probabilidade da infecção da ferida e baixa, em
torno de 1 a 5%.
2. Limpas-contaminadas também são conhecidas como potencialmente contaminadas; nelas há
contaminação grosseira, por exemplo nas ocasionadas por faca de cozinha, ou nas situações
cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas contaminados descritos anteriormente. O risco de
infecção e de 3 a 11%.
3. Contaminadas- ha reacção inflamatória; são as que tiveram contacto com material como
terra, fezes, etc. Também são consideradas contaminadas aquela sem que já se passou seis horas
após o acto que resultou na ferida. O risco de infecção da ferida já atinge 10 a17%.
4. Infectadas -apresentam sinais nítidos de infecção como secreções purulenta e tecido
necrótico.
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO
A pele e o maior órgão do corpo humano, tendo como principais funções: protecção contra
infecções, lesões ou traumas, raios solares e possui importante função no controle da temperatura
corpórea. A pele e subdividida em derme e epiderme. A epiderme, histologicamente constituídas
por camadas basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea e um importante órgão sensorial. Na
derme, encontramos os vasos sanguíneos, linfáticos, folículos pilosos, glândula sudoríparas e
sebáceas, pelos e terminações nervosas, alem de células como: fibroblastos, mastócitos,
monócitos, macrófagos, plasmócitos entre outros.
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CICATRIZAÇÃO: Após ocorrer a lesão a um tecido, imediatamente iniciam-se
Fenómenos dinâmicos conhecidos como cicatrização, que e uma sequência de
Respostas nos mais variados tipos de células (epiteliais, inflamatórias, plaquetas e
fibroblastos), que interagem para o restabelecimento da integridade dos tecidos.
A cicatrização pode ser por primeira, segunda e terceira intenção. Na cicatrização
✓ Primeira Intenção, ocorre a volta ao tecido normal, sem presença de infecção e as
extremidades da ferida estão bem próximas, na grande maioria das vezes, através da
sutura cirúrgica e fita adesiva.
✓ Segunda Intenção, não acontece a aproximação das superfícies, devido ou a grande perda
de tecidos, ou devido a presença de infecção; neste caso, há necessidade de grande
quantidade de tecido de granulação.
✓ Terceira Intenção, quando se procede ao fechamento secundário de uma ferida, com
utilização de sutura.
✓ Quarta Intenção: quando realizamos a dermoplastia

FACTORES QUE MODIFICAM OU AFECTAM A CICATRIZAÇÃO


1. FACTORES DE ACÇÃO LOCAL
✓ Infecção
✓ Corpo estranho
✓ Hematoma
✓ Edema
✓ Vascularização
✓ Curativo repetitivo
2. FACTORES DE ACÇÃO GERAL
✓ Idade
✓ Estado nutricional
✓ Diabete
✓ Obesidade
✓ Hipoproteinemia
✓ Hipovitaminose
✓ Alergia
✓ A medicação
✓ A temperatura
TRATAMENTO:
1. Limpeza da ferida
2. Drenagem S.O.S
3. Sutura S.O.S
4. Curativo com solução indicada
5. V.A.T S.O.S
6. V.A.R S.O.S

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TEMA IX - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEMAO PACIENTE COM QUIEIMADURA
& CONTROL DO BALANÇO HIDROELECTROLITICO ( DESIDARTAÇÃO)
FISIOPATOLOGIA DAS QUEIMADURAS
Ferida traumática com as características específicas: Rotura e perda da camada exterior do tecido
da superfície do corpo ou das camadas mais profundas, devido a lesões pelo calor resultantes de
exposição a agentes térmicos, químicos, eléctricos ou radioactivos; caracterizada por coagulação
das proteínas das células, aumento do metabolismo, perda da reserva de nutrientes nos músculos
e do tecido adiposo, perda de proteínas e compostos azotados, por grande dor, desconforto e
stress, com risco de choque e com risco de vida; necrosados tecidos, infecção da ferida,
contrataras, escarra hipotrófica com rigidez por espessamento, em que o doente fica
profundamente desfigurado; queimadura de 1º, 2º e 3º grau.”
As queimaduras podem ser divididas em quatro categorias segundo a sua causa:
✓ Térmicas: causadas pela chama, água quente ou vapor, outros líquidos quentes ou
superfícies quentes;
✓ Químicas: causadas por derrame de ácidos fortes ou outras substancias corrosivas. Pode
ocorrer lesão dos órgãos internos se os químicos forem absorvidos pelo fornecimento
sanguíneo;
✓ Eléctricas: causadas por uma corrente eléctrica que passe através do corpo. A lesão interna
pode ser consideravelmente maior do que parece pelo aspecto da pele;
✓ Radiação: devidas a demasiada exposição à radiação industrial ionizante ou consequência
de tratamento radioterapêuticos.
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS
SEGUNDO A PROFUNDIDADE
Queimadura de 1º grau:
Atingida a camada mais externa da pele, a epiderme. Clinicamente a lesão é hiperemiada,
húmida, com edema e muito dolorosa. Não provoca alterações hemodinâmicas, nem é
acompanhada de alterações clínicas significativas não sendo necessária reposição hídrica.
Cicatriza em aproximadamente cinco a sete dias.
Ex: as queimaduras por radiação sol.
Queimadura de 2º grau:
Atinge tanto a epiderme como parte da derme. A característica clínica mais marcante é a
formação de bolhas ou flictenas, que podem estar íntegras ou rompidas. Podem ser diferenciadas
em área de 2º grau superficial e profunda,
Queimadura de 3º grau:
Atinge a totalidade das camadas da pele (epiderme e derme) e, em muitos casos, outros tecidos
como o tecido celular subcutâneo, o músculo e o tecido ósseo, não dói devido a destruição das
terminações nervosas apresenta uma cicatriz feia, pode apresentar retracção articular a
necessidade de se fazer uma dermoplastia. (S.C.Q).
Clinicamente apresenta um aspecto esbranquiçado ou marmóreo. Há redução da elasticidade
tecidual, tornando-se rígida. Pode apresentar, por transparência, vasos sanguíneos trombosados.

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SEGUNDO A SUPERFICIELCORPORAL QUEIMADA (S.C.Q)


“Regra dos Nove WALLECE”
Por ser uma forma rápida, prática e de fácil memorização, e é frequentemente usada nas salas de
emergência, porém é importante ter em conta que não é um método muito preciso, e que só deve
ser utilizado na emergência como uma primeira determinação da extensão da área queimada.
Este método consiste na divisão do corpo em múltiplos de nove. A cabeça vale nove, cada
membro superior vale nove, o tronco anterior vale 18% e o posterior outros 18%, cada membro
inferior vale 18% e o períneo vale 1%, a mão cada vale 1%.

CRITERIO DE GRAVIDADE
QUIEMADURA DO 2º
✓ Criança ≥ 10% SCQ
✓ Velho ≥ 15% SCQ
✓ Adulto ≥ 25% SCQ
LOCALIZAÇÃO DA QUEIMADURA
Toda queimadura do 2º que aparecem no crânio, cara, pescoço, nas axilas nos pés nos genitais e
prega do flexora detenção independentemente da zona queimada.
1. Queimadura do 3º

✓ Criança
2% SCQ deve ser internada
✓ Adulto

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2. Toda as queimaduras eléctricas e químicas
3. Inalação de fumo ou gases

TRATAMENTO DA QUEIMADURA
Limpeza da superfície queimada lavando-a com S.F 0,9%, Gaze gorda; Sulfadiazina de prata ou
Burnex, (soluções anti-séptica como Betadine, clorexidine), em caso de queimadura por agente
caustica a limpeza deve ser feita com muita água ou soro fisiológico enrigado na região afectada.
De acordo aos diferentes tipos de queimadura e da sua gravidade temos os seguintes
procedimentos
1. Curativo oclusivo
2. Exposição ao ar livre/ curativo aberto
3. Escarotomia
4. Desbridamento cirúrgico inicial
TRATAMENTO GERAL HOSPITALAR
1. ECG nos casos críticos de SCQ mais de 50%.
2. Sinais vitais.
3. Reposição de líquidos canalizando duas veias periférica de grande calibre segundo a seguinte:
FÓRMULA DE BROOCA MODIFICADO OU PARCK LANDER
4. FÓRMULA DE BROOCA MODIFICADO OU PARCK LANDER
1) 2 ML × SCQ ×PESO/ KG = ½ 8h e ½ 16h
𝐷𝑜𝑠𝑒∗20
2) 𝑁𝑔𝑡𝑠 = 𝑡
3) 𝐵𝐻 = 𝐼 − 𝐸 = −/+ EXERCICIO

DADOS FORMÚLA

Idade: 28 A 2ml×SCQ×P/ kg= ½ 8h e ½ 16h


Peso=70kg 2ml×28,5× 70kg= ½ 8h e ½ 16h NB: 3990 ml/kg
½ cabeçaa= 4,5% Nas 1ras 8h= 1995ml/kg
Tarax anterior= 9% Durante as 16h= 1995ml/kg
MSE=9%
1∕ MIE=6%
3
SCQ=28,5%
Diurese= 1500ml
a) Calcular a quantidade de líquido nas 24h
b) Ngts=?
c) Bh=?
𝐃𝐨𝐬𝐞∗𝟐𝟎 𝟏𝟗𝟗𝟓𝐦𝐥/𝐤𝐠∗𝟐𝟎
𝐍𝐠𝐭𝐬 = = 𝑵𝐠𝐭𝐬 = 𝟖𝐡=𝟒𝟖𝟎 𝐬𝐠 = 83gts´
𝐭

𝑫𝒐𝒔𝒆∗𝟐𝟎 𝟏𝟗𝟗𝟓𝒎𝒍/𝒌𝒈∗𝟐𝟎
𝑵𝒈𝒕𝒔 = = 𝑵𝒈𝒕𝒔 = = 43gts´
𝒕 𝟏𝟔𝒉=𝟗𝟔𝟎 ´

𝐵𝐻 = 𝐼 − 𝐸 = −/+ 𝐵𝐻 = 1995𝑚𝑙𝑘𝑔 − 1500𝑚𝑙 = 425𝑚𝑙𝑘𝑔

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TEMA X - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEMAO PACIENTE COM FRACTURA
FRUCTURA
Conceito: é a rotura parcial ou total dos ossos e envolvendo por sua vez os músculos. Soluções
de continuidade óssea
Etiologia: Traumatismo e Doenças.
CLASSIFICAÇÃO DAS FRACTURAS
1. Segunda a causa.
2. Segunda a lesão das partes moles.
3. Segundo os traços da fractura.
Segunda a causa: pode ser directas, indirecta, tracção muscular
Segundo a lesão das partes moles:
a) Fracturas simples ou fechadas.
b) Fracturas expostas. c) Fracturas complicadas.
Segundo os traços das fracturas
a) Fracturas completas
b) Fracturas incompletas
c) Fracturas comunitiva
d) Fracturas por compreensão.
MANIFESTAÇÕESCLÍNICAS
✓ Dor
✓ Aumento de volume
✓ Impotência funcional
✓ Deformação
✓ Mobilidade anormal
✓ Crepitação óssea.
✓ Exposição óssea (fracturas Expostas)
✓ Edema
✓ Espasmo

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CUIDADOS DE ENFERMAGEM ESPECIFICOS NAS FRATURAS
PRÉ-OPERATÓRIO
✓ Retirar a roupa do paciente.
✓ Imobilização e protecção da região lesionada
✓ Talas (ataduras ou tiras de pano com firmeza sem apertar demasiado)
✓ Estancar a hemorragia em S.O.S
✓ Monitorar hidratação, nutrição com objectivo de maximizar a cicatrização e reduzir os
riscos de complicações pelo fornecimento de líquidos IV, conforme indicado.
✓ Radiografia da área lesada.
✓ Administrar analgésicos.
✓ O paciente deve urinar em comadre ou urinol antes da cirurgia para diminuir a necessidade
de cateterismo vesical.
✓ Familiarizar o paciente com o aparelho de tracção e necessidade de imobilização com gesso,
conforme indicado pelo tipo de cirurgia.
✓ Monitorar sinais vitais.
✓ Proporcionar conforto e segurança psicológica ao paciente.
✓ V.A.T
✓ Não tente reduzir a fractura.
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS
✓ Auxiliar o paciente com suas limitações, mediante imobilização e protecção do local
cirúrgico.
✓ Verificar os possíveis sinais e sintomas de choque originado de hemorragias.
✓ Avaliar e monitorar os sinais vitais
✓ Administrar líquidos.
✓ Administrar analgésicos se necessário, e proporcionar conforto ao paciente.
✓ Controlar as infecções do sitio cirúrgico, se possível.
NB: quando há presença de sangramento na base do crânio ou liquido transparente
devemos ter muito cuidado porque é grave, e cuidado com as fracturas da cintura pélvica e
do fémur porque tem a tendência de sangrar até 3 litros.
TRATAMENTO GERAIS DAS FRACTURAS
1. Redução: manual ou atracção.
2. Imobilização
3. Reabilitação
COMPLICAÇÕES
1. Infecções
2. Consolidação retardada
3. Pseudartrose
4. Osteomielites

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UNIDADE # -XIII: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DOENÇAS
DO APRELHO RESPIRATÓRIO:
Anatomia: É formado por um conjunto de órgãos responsáveis pela absorção de oxigênio do meio
ambiente e a eliminação de dióxido de carbono para o meio ambiente.
Órgãos do sistema respiratório:
✓ Vias aéreas superiores: fossas nasais, boca, faringe.
✓ Vias aéreas inferiores: laringe, traqueia, brônquios, pulmões.
HISTÓRICO E DEFINIÇÃO
O termo traqueostomia refere-se à operação que realiza uma abertura e exteriorização da luz
traqueal. A primeira descrição cirúrgica com sucesso data de 1546, por um médico italiano,
António Musa Brassávola, que operou um paciente com "abscesso na garganta" [1]. Entretanto, a
aceitação universal só veio com os trabalhos de Chevalier e Jackson, no início do século XX, que
descreveram pormenores da técnica, suas indicações e complicações [2, 3].
A traqueia estende-se da borda inferior da cartilagem cricóide até à carina. A parede posterior é
membranosa e faz relação com a parede anterior do esófago. Em nível do segundo anel traqueal,
situa-se o istmo da tireóide. Outro aspecto interessante é a sua mobilidade; é sabido que toda sua
extensão cervical pode se localizar no mediastino, pela simples flexão cervical, assim como a
hiperextensão pode trazer uma porção significativa situada no mediastino para a região cervical. A
irrigação sanguínea da traqueia tem íntima relação com o suporte sanguíneo do esófago; a sua
porção cervical é irrigada, predominantemente, por ramos da artéria tireóidea inferior. Digno de
nota, é que esta rede anastomótica penetra na traqueia na sua margem lateral, o que nos leva a
evitar a dissecção extensa nessa região, assim como uma dissecção circunferencial da traqueia
durante a traqueostomia. Outro aspecto interessante é a característica predominantemente
submucosa desta rede anastomótica, o que torna compreensível o porquê dos anéis traqueais
poderem ser lesados por isquemia, devido à hiperinsulfIação de um cuff endotraqueal. Durante a
realização de uma traqueostomia as estruturas que serão encontradas, por ordem de aparição, são:
pele e subcutâneo, platisma, musculatura pré-traqueal, eventualmente o istmo tireoidiano (que se
situa entre o 1º e o 2º anel traqueal), e a fáscia pré-traqueal.
TRAQUESOSTOMIA

A traqueostomia é um procedimento cirúrgico por meio do qual se cria um orifício na frente do


pescoço que dá acesso à traqueia, na altura entre o 2º e 3º anéis, permitindo uma ventilação
mecânica prolongada, naqueles casos em que a ventilação espontânea é impossibilitada. Em
termos mais populares, é um "buraco na garganta para permitir a passagem de ar". Normalmente,
o ar passa pelas narinas ou pela boca, atravessa a laringe por entre as pregas vocais e segue pela
traqueia até os brônquios e alvéolos pulmonares. Na traqueostomia, aquelas primeiras etapas são
eliminadas e o ar entra diretamente na traqueia através de uma cânula colocada no orifício feito na
traqueia. Ela representa, pois, um atalho para o paciente que precisa da ajuda de aparelhos para
respirar. Dependendo da sua causa, a traqueostomia pode ser temporária ou permanente.

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TIPOS CÂNULAS DE TRAQUEOSTOMIA
Cânula de traqueostomia metálica;
Cânula de traqueostomia plástica sem balão;
Cânula de traqueostomia plástica com balão

INDICAÇÕES
Historicamente, a traqueostomia foi desenvolvida para promover a desobstrução das vias aéreas.
Com os avanços técnicos atuais, tais como laringoscópio e broncoscópio de fibra ótica, as
indicações tradicionais da traqueostomia (como por exemplo a epiglotite aguda e obstruções
tumorais) sofreram uma grande mudança. Nestas situações, a broncoscopia de fibra ótica
possibilita reservar a traqueostomia para uma situação eletiva, fugindo da maior incidência de
morbidade e mortalidade da traqueostomia de urgência. A traqueostomia, portanto, não é o
procedimento de escolha no manejo da obstrução aguda das vias aéreas [3] .
Hoje em dia, a sua principal utilização é no manejo de pacientes que necessitam períodos
prolongados de suporte ventilatório mecânico. Há, ainda, a utilização da traqueostomia com o
intuito de promover uma adequada limpeza das vias aéreas, mesmo na ausência de necessidade de
ventilação mecânica. A Tabela 1 resume estas três principais categorias de indicação da
traqueostomia [6]:
Obstrução das Vias Aéreas
Disfunção Laríngea. A paralisia abdutora das cordas vocais, que ocorre na lesão do nervo
laríngeo recorrente (por exemplo, durante a realização de uma tireoidectomia) pode levar desde a
obstrução leve das vias aéreas até a uma obstrução completa, necessitando de uma traqueostomia.
Trauma. 1) Lesões maxilofaciais graves; 2) Fraturas ou transecções da laringe ou da traqueia, que
podem estar presentes nos traumas da porção anterior do pescoço; 3) Lesões da medula cervical
que impeçam uma manipulação do pescoço são situações encontradas no trauma onde a
abordagem das vias aéreas por intubação oro ou nasotraqueal torna-se difícil ou inviável. A
preferência nestas situações seria pela cricotireoidostomia, mas, frequentemente, também não é
possível realizá-la. Nestes casos, está indicada a traqueostomia de urgência. Uma outra situação
especial para a sua utilização é no grupo pediátrico (abaixo de 12 anos) onde a intubação
translaríngea não foi possível, uma vez que a cricotireoidostomia não é recomendada nesta faixa
etária [7].

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Queimaduras e Corrosivos. Inalação de gases quentes, gases tóxicos ou corrosivos podem
resultar em edema glótico significativo. Caso os métodos translaríngeos falhem ou sejam
inviáveis, podemos fazer uso da traqueostomia.
Modernamente, a intubação orotraqueal em pacientes com epiglotite ou difteria pode ser realizada
com o auxílio de um broncoscópio, não havendo esta disponibilidade, a traqueostomia pode ser
utilizada [8].
Neoplasias. A traqueostomia pode ser uma opção eficaz de alívio em casos de tumores avançados
da laringe e orofaringe.
Apnéia do Sono. Alguns pacientes possuem as vias aéreas livres quando acordados, mas pode
haver obstrução das vias aéreas por flacidez e colapsamento dos músculos faríngeos durante o
sono. Apenas os pacientes com distúrbios severos é que são candidatos à traqueostomia.
Limpeza das Vias Aéreas.
Em geral, as indicações da traqueostomia são feitas em quadros patológicos, tais como:

✓ Parada respiratória e/ou cardíaca.


✓ Insuficiência respiratória grave.
✓ Obstruções das vias aéreas altas.
✓ Presença de secreções abundantes da árvore brônquica profunda
CONTRA- INDICAÇÕES
Traqueostomia de Urgência. É sabido que os riscos de complicações são de duas a cinco vezes
maiores do que em situações eletivas, portanto não é um método a ser utilizado na urgência [7]. As
exceções se fazem nas situações específicas já citadas.
Traqueostomia à Beira do Leito. A traqueostomia deve ser realizada no centro cirúrgico com
todos os suportes necessários, sua realização à beira do leito deve ser evitada. A exceção se faz
Corpos Estranhos. Tentativas de retirada dos corpos estranhos são realizadas, inicialmente, por
manobras mecânicas ou endoscópicas. Comumente, ao chegar ao hospital, a vítima já passou da
fase aguda, por isso a traqueostomia, nessas situações, é pouco utilizada.
Anomalias Congênitas. Estenose da glote ou subglótica são exemplos de entidades conhecidas no
recém-nato que podem necessitar de traqueostomia.
em um ambiente de terapia intensiva, quando a saída do paciente daquele local pode trazer riscos
para o mesmo. É factível, então, a realização da traqueostomia no leito de uma UTI, desde que as
condições cirúrgicas sejam estabelecidas no local.

A traqueostomia tem vantagens sobre a intubação endotraqueal:

✓ Maior conforto para o paciente.


✓ Maior facilidade para remover as secreções da árvore brônquica.
✓ Manutenção segura da permeabilidade das vias aéreas.

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✓ Possibilidade de maior duração.
✓ Proteção contra eventuais aspirações e engasgos.
✓ Facilidade para a retirada dos aparelhos de respiração mecânica
As desvantagens incluem: hemorragia, infecção, pneumotórax e a necessidade de um
procedimento operatório que é o próprio risco.
TÉCNICA
A traqueostomia eletiva convencional deve ser realizada em um ambiente cirúrgico, que possui
instrumental, iluminação e assistência adequada. O procedimento começa com o posicionamento
do paciente, que deve estar em decúbito dorsal com um coxim sob os ombros e o pescoço em
extensão (Fig.

Fisiológica ou água estéril, aplicadores tipo cotonete, pacote de curativo e fita de tecido. Uma
cânula com balão (ar injetado dentro do balão) é necessária durante a ventilação mecânica. Um
balão de baixa pressão é comumente utilizado. Os pacientes necessitam utilizar uma cânula de
traqueostomia por longo período e que podem respirar espontaneamente comumente utilizam uma
cânula sem balão, uma cânula de metal.
2.Proporcionar ao paciente e à família instrução sobre os pontos principais quanto ao cuidado da
traqueostomia, iniciando sobre a inspeção do curativo da traqueostomia quanto a umidade ou
drenagem.
3.Lavagem das mãos.
4.Explicar o procedimento ao paciente e à família, conforme apropriado.
5.Usar luvas limpas; remover e descartar o curativo sujo. Profª Glenda Agra
6.Preparar os suprimentos estéreis, incluindo a água oxigenada, o soro fisiológico ou a água
destiladda, os aplicadores tipo cotonete, o curativo e a fita.
7.Usar luvas estéreis. (Alguns médicos aprovam a técnica limpa para traqueostomia de longo
período em pacientes no domicílio).
8.Limpar a ferida e a asa da cânula de traqueostomia com o aplicador tipo cotonete umedecido
com água oxigenada. Enxaguar com soro fisiológico.
9.Lavar a cânula interna com água oxigenada e enxaguar com solução fisiológica ou substituir por
uma cânula nova interna descartável.
10.Após a nova fita estar no local, remover a fita de tecido suja substituindo-a por uma fita limpa.
Colocar a fita de tecido limpo na posição para fixar a cânula de traqueostomia, inserindo a
extremidade da fita através da abertura lateral da cânula externa. Passar a fita em torno da parte
posterior do pescoço do paciente, inserindo-a através da abertura oposta da cânula externa. Junte
ambas as extremidades em torno de modo que elas possam se encontrar sobre um dos lados do

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pescoço. Estreite a fita até que apenas dois dedos possam ser inseridos confortavelmente sob ela.
Fixe com um laço. Para uma nova traqueostomia, duas pessoas devem ajudar a troca da fita.
11.Remova as fitas antigas e descarte-as em um recipiente de biossegurança.
12.Embora algumas traqueostomias de longa duração com os estomas cicatrizados possam
dispensar curativo, as outras traqueostomias necessitam curativo. Em tais casos, utilize um
curativo estéril de traqueostomia, fixando-o firmemente sob as fitas de tecido e envolvendo a
cânula de traqueostomia de modo que a incisão fique coberta, conforme mostrado adiante.

PÓS-OPERATÓRIO
1.Deixar um fio único na extremidade da cartilagem aberta em U, que deverá ser tracionado
superiormente para a identificação da abertura traqueal.
2.Deixar fixado na parede, junto ao leito do paciente, uma cânula esterilizada do mesmo diâmetro
da que está no paciente para ser usada em caso de emergência. Na falta de cânula nova, a cânula
que saiu ou obstruiu pode ser rapidamente lavada com SF0,9% ou água corrente e reinserida.
3.Conferir diariamente a pressão do balão, se possível com manômetro adequado para evitar lesão
da mucosa traqueal. Através de comprovações técnicas e científicas, chegou-se a um valor que não
comprometesse o exato funcionamento da cânula, ao mesmo tempo em que não causasse uma
lesão na parede da traquéia do paciente (traqueomalácia). Esta pressão foi mensurada entre 18 e 25
cmH2O. Este tipo de mensuração só pode ser realizado através de um cufômetro aferido.
4.Umidificar o ar ou oxigênio inspirado.
5.Fazer fisioterapia respiratória e aspiração cuidadosa das secreções traqueobrônquicas.
6.Manter curativo limpo ao redor da ferida cirúrgica.
7.Orientar a enfermagem sobre a reinserção da cânula traqueal em caso de descanulação.
8.Nas traqueostomias permanentes, trocar a cânula metálica uma semana antes da alta.
9.Limpar a cânula interna da traqueostomia metálica 3x por dia para evitar obstrução
10.Trocar a cânula metálica a cada 1-2 meses e a maleável a cada mês.
11.Broncoscopia de controle no pós-operatório tardio, para avaliar a possibilidade de
descanulação.

AS COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS DA TRAQUEOSTOMIA

Algumas das complicações mais comuns são: sangramento e infecção no corte, hemorragias,
hipoxia, edema traqueal, enfisema subcutâneo, obstrução da cânula, mau posicionamento da
cânula, estenose traqueal e subglótica, fístulas, dificuldade de entubação e agravos provenientes de
técnicas incorretas.

UNIDADE # -XIV: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM CHOQUE


GENERALIDADE SOBRE CHOQUE
Choque é a situação de falência do sistema cardiocirculatório em manter a distribuição de sangue
oxigenado para os tecidos.
Trata-se de uma condição de extrema gravidade, cuja identificação e atendimento fazem parte da
abordagem primária da vítima. Uma vez que o estado de choque atinja certo nível de severidade,
a vítima não será salva.

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MECANISMO DO CHOQUE
O sistema cv é responsável por transportar oxigênio e nutrientes para todos os tecidos do corpo e
eliminar gás carbônico e resíduos resultantes do processo de nutrição celular. Para realizar
adequadamente esse trabalho, o sistema cv retira oxigênio dos pulmões, nutrientes do intestino e
fígado e leva para todas as células do organismo. Depois disso, retira o gás carbônico e detritos
celulares da intimidade dos tecidos, levando-os para os órgãos responsáveis pela excreção
(pulmões, rins, fígado). A esse processo que ocorre em nível de capilares dá-se o nome de
perfusão tecidual.
Para que esse sistema funcione de forma adequada, é necessário que o coração se mantenha
bombeando o sangue, que o volume de sangue circulante seja suficiente para encher os vasos e
que o calibre dos vasos se ajuste às condições normais.
Uma falha em qualquer desses fatores irá provocar falha na perfusão tecidual, levando a vítima a
desenvolver o estado de choque.
O choque pode estar relacionado a: Coração – falha na bomba e sangue: perda de sangue ou
plasma; vasos: dilatação de vasos sanguíneos (capacidade do sistema cardiocirculatório muito
maior do que o volume de sangue disponível para enche-lo).
Com a diminuição de perfusão tecidual, o órgão terá a sua função prejudicada basicamente pela
falta de oxigênio de acúmulo de resíduos, especialmente ácidos e potássio. Sobrevém a
deterioração sistêmica com a morte de mais órgãos, até a morte do organismo. Cada órgão tem
maior ou menor sensibilidade `a falta de oxigênio (hipoxia), e a progressão para a deterioração
pode ser mais rápida (4 minutos) ou tardia (semanas). Cérebro, coração e pulmões são os mais
sensíveis à privação de oxigênio e em cerca de 4 a 6 minutos já tem suas funções prejudicadas. A
falha na circulação cerebral leva à diminuição do nível de consciência da vítima, os rins
diminuem o débito urinário e o coração aumenta a frequência de batimentos, num esforço para
aumentar o fluxo de sangue para órgãos vitais; com o agravamento do choque, o músculo
cardíaco comprometido desenvolve bradicardia e parada cardíaca.
Alguns sinais são fundamentais para detectar precocemente a hipoxia e prevenir o choque, ainda
na abordagem primária:
Diminuição do nível de consciência (por hipoperfusão cerebral) – ansiedade, agitação, evoluindo
para inconsciência.
Tempo de enchimento capilar prolongado – acima de 2 segundos.
Pele fria e pálida (prejuízo da circulação periférica).
Pulso fraco e rápido.
Queda de pressão arterial é sinal tardio que, quando presente, significa que o estado de choque
está instalado. Neste caso, a situação é crítica e necessita intervenção de imediato.
1.Choque hipovolêmico
É o tipo mais comum de choque. Sua característica básica é a diminuição acentuada do volume
de sangue. Pode ser causado pelos seguintes fatores:
Perda direta de sangue – hemorragia externa ou interna.

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Perda de plasma – em caso de queimaduras, contusões e lesões traumáticas.
Perda de líquidos pelo trato gastrintestinal – desidratação provocada por vômitos ou diarreia. A
redução no volume de sangue circulante causa uma diminuição no débito cardíaco e reduz toda a
circulação (perfusão tecidual comprometida). O tratamento definitivo do choque hipovolêmico é
a reposição de líquidos (soluções salinas e sangue). Ex: Trauma, cirurgia, vómitos, diarreia,
diurese e diabetes insípido, hemorragia, queimaduras, ascite e peritonite.
Sinais e sintomas: ansiedade, inquietação, palidez, cianose, pele fria e húmida, enchimento
capilar acima de 2 segundos, respiração rápida e profunda, pulso fraco e rápido, acima de 100 a
120 bpm (quando há grande perda de sangue, pulso difícil de sentir ou até mesmo ausente), sede,
secura na boca, na língua e nos lábios, náuseas, vômitos, fraqueza, tontura, frio, queda acentuada
da PA sistólica menor que 90 mmHg, olhos vitrificados sem brilho e pupilas dilatadas.
Tratamento: Ringer Lactato, SF 0,9% (cristalóides isotónicos: tampona a acidose metabólica)
previamente aquecidos,
Albumina e hetamido (expansor plasmático), Concentrado de hemácias, Posição de Trendenburg
modificada. Monitoramento hemodinâmico, Verificação de SSVV, Gasometria arterial,
Avaliação de níveis de Hg e Ht e níveis de ingesta hídrica, Oxigenioterapia (cateter, cânula ou
máscara de Venture). Se: hiperglicemia: insulina; se diabetes insípido: desmopressina; se
diarreia: antidiarreicos; se vômitos: antieméticos.

2.Choque carcinogénico
Surge por uma incapacidade de o coração bombear o sangue de forma efetiva. Este
enfraquecimento do músculo cardíaco pode ser consequência do IAM, situação frequente, e a
vítima normalmente apresenta dor torácica antes de entrar em choque. Arritmias cardíacas,
tamponamento pericárdico também podem provocar choque cardiogênico. Os sinais e sintomas
são semelhantes ao item anterior.
Ex: IAM, miocardiopatias, lesão valvular, tamponamento cardíaco, arritmias.
Tratamento:
Oxigenioterapia, Gasometria arterial,
Morfina (diminui a dor e alivia a dor torácica);
Medicamentos vasoativos (dopamina, nitroglicerina);
Controle da FC;
Suporte hídrico seletivo;
Terapia trombótica (observar quanto aos possíveis sangramentos);
Angioplastia; Cirurgia de enxerto de bypass da artéria coronária; Marca-passo;
ECG; Intracath: Avaliar PVC Para a acidose metabólica grave: bicarbonato de sódio EV.
Diuréticos: Diminuir a carga do coração, pois diminui o acúmulo de líquidos.

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A administração de líquidos deve ser monitorada para detectar sinais de sobrecarga hídrica
(Evitar EAP);
BIA: fornece assistência circulatória, agindo: aumentando o volume sistólico; melhorando a
perfusão arterial coronariana; diminuindo a pré-carga; diminuindo a demanda de oxigênio para o
miocárdio. Balanço hídrico: avaliar débito urinário e níveis de uréia e creatinina.
Choques Distributivos ou Vasogénios
Ocorre quando o volume sanguíneo é anormalmente deslocado na vasculatura – por ex: quando o
volume sanguíneo fica represado nos vasos sanguíneos periféricos.
3.Choque Neurogênico ou medular
Caracterizado por perda, pelo sistema nervoso, do controle do diâmetro vascular. Ocorre como
consequência de lesão na medula espinhal, interrompendo a comunicação entre o SNC e os vasos
sanguíneos. O resultado é a perda da resistência periférica e a dilatação da rede vascular, cujo
controle depende do fluxo de informações pela medula. Se o leito vascular estiver dilatado, não
existirá sangue suficiente para preencher a circulação, havendo perfusão inadequada de órgãos.
O choque medular também provoca queda da pressão arterial; entretanto a vítima permanece
alerta e orientada, com tempo de enchimento capilar normal, se mantém aquecida e com pulso
forte e com frequência normal ou reduzida.
Ex: TRM, anestesia espinhal ou lesão do SN, ação depressora de medicamentos ou falta de
glicose, síncope e desmaio.
Tratamento: Restauração do tônus simpático. Depende de sua etiologia.
Elevar a cabeceira do leito pelo menos 30º e mantê-la assim, pois ajuda na disseminação do
anestésico para cima em direção à medula; TRM: cuidadosa imobilização do paciente para evitar
a lesão adicional da medula espinhal
Medidas profiláticas para TVP.

4.Choque psicogénico
Desencadeado por estímulo do nervo vago e tem como característica principal bradicardia inicial
seguida de taquicardia na fase de recuperação. Faz hipotensão arterial, porém a vítima recupera-
se espontaneamente se colocada em decúbito dorsal.
Esse tipo de choque aparece em algumas condições, como, por exemplo, dor intensa.
5.Choque anafilático
Resulta de uma reação de sensibilidade a algo a que a pessoa é extremamente alérgica, como
picada de inseto, medicação, alimentos, inalantes ambientais. A reação anafilática ocorre em
questão de segundos ou minutos após o contato com a substância a qual o paciente é alérgico.
Ex: sensibilidade à penicilina; reação transfusional; agentes radiopacos.

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Sinais e sintomas: pele avermelhada, com prurido ou queimação; edema de face e língua;
respiração ruidosa e difícil, devido ao edema de cordas vocais; queda da PA, pulso fraco, tontura,
palidez, cianose; coma.
A vítima em choque anafilático necessita de medicação de urgência para combater a reação,
administrada por médico. Ao socorrista cabe: Dar suporte básico de vida, manter vias aéreas
pérvias e oxigenação.
Providenciar o transporte rápido ao hospital ou deverá ser comunicado antecipadamente.
Tratamento: Retirar o Ag ( se medicamentos) Administrar medicamentos que restituam o tônus
vascular
Fornecimento de suporte de emergência para as funções básicas da vida;
Adrenalina (vasoconstrição) EV;
Difenidramina EV: reverte os efeitos da histamina: reduzindo a permeabilidade capilar;
Aminofilina : reverte o broncospasmo EV;
Se: PCR: Ressuscitação; Intubação; TQT;
6.Choque séptico
Numa situação severa, toxinas são liberadas na circulação, provocando dilatação dos vasos
sanguíneos e consequente aumento da capacidade do sistema circulatório. Além disso, ocorre
perda de plasma pela parede do vaso, diminuindo o volume sanguíneo. Este tipo de choque
ocorre em pacientes hospitalizados.
Ex: bactérias Gram -; Gram +; vírus ou quando um microorganismo invade os tecidos do corpo,
o paciente exibe uma resposta imune, o qual ativa os mediadores bioquímicos, que por sua vez,
aumentam a permeabilidade capilar, havendo broncodilatação.
Tratamento:
A via parenteral de infecção deve ser retirada:
1.acesso EV periférico ou central;
2.SVF;
3.Abscesso deve ser drenado;
4.Área necrótica deve ser desbridada;
5.Drenos devem ser retirados;
6.Destruir o agente infeccioso.
Antibiótico de escolha: Cefalosporina
Observar pacientes de risco: idosos, desnutridos, imunodeprimidos, aqueles com trauma extenso,
queimaduras extensas; diabetes.

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AÇÕES DE ENFERMAGEM (GERAIS)
1.Reconhecer os sinais precoces de choque: alteração do nível da consciência, tempo de
enchimento capilar acima de 2 segundos, taquipneia, taquicardia, palidez.
2.Manter vias aéreas pérvias, controlar sangramentos e alinhar fraturas.
3.Administrar oxigênio ( 12 a 15 litros por minuto, sob máscara facial bem ajustada à face).
4. Manter a vítima aquecida.
5.Elevar MMII quando não houver contra-indicação.
6.Confortar a vítima.
7.Solicitar apoio médico, caso não esteja presente, e transportar a vítima rapidamente ao hospital.
8.Não fornecer líquido ou alimento pela boca. Se necessário umedecer os lábios.

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. MANUAL DO ESTAGIARIO EM ENFERMAGEM NIVEL MÉDIO
AUTOR: ALMESINDA M. DE O. FERNANDES & ANA KARLA DA SILVA
2ª. EDIÇAO REVISTA ATUALIZADA E AMPLIADA- 2010
2. BLACK BOOK CIRURGIA
AUTORES: ANDY PETROIANU, MARCELO ELLER MIRANDA, REYNALDO GOMES DE
OLIVEIRA
1ª. EDIÇÃO SETEMBRO 2008
3. COMPÊNDIO DE CIRURGIA 2003
AUTORES: PIERCE A. GRACE & NEIL R. BORLEY
4. APOSTILA- ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO- 2010
httpp://materialenfermagem.blogsppoot.com/
5. APOSTILA- ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO- 2012
SMELTZER, S. C., BARE, B.G. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 9ª ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
WEBGRAFIA
www.abcdasaude.com.br/
www.hepcentro.com.br/cirrose.htm
www.manualmerk.com.br www.abrale.org.br/doencas/leucemia
http://materialenfermagem.blogspot.com/
6. ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II- 2012
PRFª I.M.C. R
7.TRATADO DE ENFERMAGEM MÉDICO CIRURGICA
AUTORES: BRUNNER & SUDDARTH
VOLUME I. II- 2010
8. Enfermagem Médica, Cirúrgica de Especialidade I”
Autor: Prof. Emídio Cunha- 2010

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