Psicologia Da Gravidez
Psicologia Da Gravidez
Psicologia Da Gravidez
Kniebiehler e Fouquet (1980) fizeram uma análise das duas figuras básicas do
feminino e da maternidade, na tradição cristã: Eva, a mulher tentadora,
erotizada, que simboliza as forças perigosas e pecaminosas da mulher, é
raramente pensada como símbolo de maternidade, embora, como primeira
mulher, seja a mãe de todos nós. Ao contrário, à ideia do erótico se associa a
noção de castigo, da expulsão do Paraíso. Vista como fraca e frívola, Eva
tornou-se o símbolo do mal. A exaltação da imagem materna liga-se a Maria,
que concebeu sem pecado, ouse já, sem sexo. Desse modo a noção de
pureza, caridade, humildade, renuncia e dedicação vincula-se a imagem de
maternidade santificada, dissociada da sexualidade, condição indispensável
para redenção.
Com a introdução da mesa de parto, a mulher passou a ficar deitada para que
o médico pudesse ver melhor o que estava acontecendo.
O abandono de crianças chegou a ser uma prática tão difundida que, no século
XVII, começaram a surgir, na Europa, as primeiras instituições destinadas a
acolher essas crianças. Quanto ao infanticídio, apesar de crime punido com
severidade, era amplamente praticado sob o disfarce de “acidente”.
Na verdade, toda crise é uma transição, mas nem toda transição resulta em
crise. Pg. 29
Situar a gravidez como crise ou transição não quer dizer que o período crítico
termine com o parto. Na realidade, grande parte do processo de maturação
ocorre após o parto: o puerpério é um período de transformação, pois implica
novas mudanças fisiológicas, consolidação da relação pais-filho e grandes
modificações da rotina e do relacionamento familiar. Pag. 32
Caplan (1961) observou que a maneira como a gestante imagina seu bebê
pode servir de sinal prognóstico de dificuldades na relação materno-filial,
principalmente quando a mulher só consegue visualizar o filho como uma
criança maior e não como um bebê: isso é sinal de dificuldades para cuidar do
filho recém-nascido. Pag. 55
O “Homem grávido”
Em 1857, Michael escreveu sobre os povos da Biscaia, que logo após o parto a
mulher se levanta e recomeça o trabalho, o homem vai para cama com o
recém-nascido e recebe felicitações dos vizinhos. O homem acamado é quem
cuida do bebê e o acalma com sua voz. Nesses povos, quando o bebê morria,
o homem era amaldiçoado pelas mulheres. Pag 58
A gravidez na adolescência
É maior também os riscos de maus-tratos ao bebê, uma vez que essas mães
ainda estão estruturando sua identidade e podem se sentir sobrecarregadas ao
atender às constantes demandas do bebê. Pag 64
Hoje, sabemos que o mundo intrauterino está longe de ser estático: está sujeito
a inúmeras mudanças e variações até mesmo em seus componentes
fundamentais (a placenta, o cordão, o líquido amniótico). Pág 71
Stern (2002) comenta que o recém-nascido não apenas enxerga como também
já tem reflexos que permitem que ele fixe o olhar em um objeto e siga seu
movimento.
O estudo de Cicero (1994) discute os efeitos do uso de álcool pelo pai e seus
efeitos no desenvolvimento fetal. Em estudos com animais, as fêmeas sem uso
do álcool produziam prole normal, mas, quando havia consumo de álcool por
parte do macho, verificavam-se anormalidades, o que sugere que o uso do
álcool pode ter efeitos tóxicos sobre os espermatozoides.
Jaques el.al. (2014) observam que, embora a maconha seja uma das drogas
mais consumidas, há poucas pesquisas sobre os efeitos de seu uso na
gravidez e suas repercussões a curto médio e longo prazo.
Há também poucas pesquisas sobre os efeitos da maconha no período de
amamentação. Pág. 83
Warshak et. Al. (2015) realizaram uma pesquisa com 6.468 mulheres, entre
usuárias e não usuárias de maconha na gravidez, controlando variáveis mtais
como: idade, número de filhos, etnia e acesso a atendimento pré-natal, e entre
outras. Verificaram que o uso da maconha aumentou o risco de nascimentos
de bebês de menor peso e de internação em Unidade de Tratamento Intensivo
Neonatal (UTI neonatal), mas não ocorreu aumento de complicações
obstétricas ou anomalias fetais.
Como observa Reading (1983), altos graus de ansiedade podem ter efeitos
diretos na mobilidade uterina, na saúde e no desenvolvimento fetal, e também
efeitos indiretos, na medida em que impulsionam comportamentos tais como o
aumento do soncumo de cigarros ou de álcool.
Um dos temores mais comuns é não saber reconhecer os sinais de parto e ser
pega de surpresa. Essa insegurança, em parte, tem fundamento real, uma vez
que os sinais do trabalho de parto nem sempre são inconfundíveis. Por
exemplo, a mulher pode não sentir perceber o desprendimento do tampão
mucoso (de aspecto gelatinoso) que protege a entrada do útero), a bolsa
d’àgua pode não se romper, a mulher - à espera das “dores” – pode não se dar
conta das contrações e, desse modo, boa parte do trabalho de parto transcorre
sem ser percebido. Por outro lado, há os “alarmes falsos”: uma pequena perda
de líquido, desprendimento do tampão, contrações regulares, ida para o
hospital, retorno à casa porque o trabalho de parto ainda está no começo.
( E sem eu te contar que toda gestante que já passou pela minha história, apresentou medos,
ansiedades e temores, que pouco a pouco foram trabalhados, e que em cada encontro mitos
caíram por terram, trazendo a tona o poder e a potência que essas mulheres, essas gestantes
carregavam?
Saber onde está pisando, saber o que vem, entender de onde vem o medo, se prevenir, e
encontrar o melhor cenário para se preparar para receber esse bebê, é um trabalho conjunto.
Cada família escolhe seu caminho, e o meu papel, como doula, é informar, acolher e trazer luz.