1 - Histórico Da EJA No Brasil
1 - Histórico Da EJA No Brasil
1 - Histórico Da EJA No Brasil
O ensino dos jesuítas tinha como fim não apenas a transmissão de conhecimentos
científicos, escolares, mas a propagação da fé cristã. A história da educação de jovens e
adultos no Brasil no período colonial se deu de forma assistemática, nesta época não se
constatou iniciativas governamentais significativas.
A constituição de 1934 não teve êxito, pois Getúlio Vargas o então presidente da república
tornou – se um ditador através do golpe militar e criou um novo regime o qual chamou
de: “Estado Novo”, sendo assim cria – se uma nova constituição escrita por Francisco
Campos.
A constituição de 1937 fez o Estado abrir mão da responsabilidade para com educação
pública, uma vez que ela afirmava o Estado como quem desempenharia um papel
subsidiário, e não central, em relação ao ensino. O ordenamento democrático alcançado
em 1934, quando a letra da lei determinou a educação como direito de todos e obrigação
dos poderes públicos, foi substituído por um texto que desobrigou o Estado de manter e
expandir o ensino público.
A constituição de 1937 foi criada com o objetivo de favorecer o Estado pois o mesmo tira
a sua responsabilidade; uma população sem educação (educação para poucos) torna a
sociedade mais suscetível a aceitar tudo que lhe é imposto; logo se entende que esta
constituição não tinha interesse que o conhecimento crítico se propagasse, mas buscava
favorecer o ensino profissionalizante, naquele momento era melhor capacitar os jovens e
adultos para o trabalho nas industrias.
Um dos precursores em favor da alfabetização de jovens e adultos foi Paulo Freire que
sempre lutou pelo fim da educação elitista, Freire tinha como objetivo uma educação
democrática e libertadora, ele parte da realidade, da vivência dos educandos.
Ao longo das mais diversas experiências de Paulo Freire pelo mundo, o resultado sempre
foi gratificante e muitas vezes comovente. O homem iletrado chega humilde e culpado,
mas aos poucos descobre com orgulho que também é um “fazedor de cultura” e, mais
ainda, que a condição de inferioridade não se deve a uma incompetência sua, mas resulta
de lhe ter sido roubada a humanidade. O método Paulo Freire pretende superar a
dicotomia entre teoria e prática: no processo, quando o homem descobre que sua prática
supõe um saber, conclui que conhecer é interferir na realidade, de certa forma.
Percebendo – se como sujeito da história, toma a palavra daqueles que até então detêm
seu monopólio. Alfabetizar é, em última instância, ensinar o uso da palavra.
O projeto MOBRAL permite compreender bem esta fase ditatorial por que passou o país.
A proposta de educação era toda baseada aos interesses políticos vigentes na época. Por
ter de repassar o sentimento de bom comportamento para o povo e justificar os atos da
ditadura, esta instituição estendeu seus braços a uma boa parte das populações carentes,
através de seus diversos Programas.
A necessidade de aumentar a base eleitoral favoreceu o aumento das escolas de EJA, pois
o voto era apenas para homens alfabetizados. Na década de 40 o governo lançou a
primeira campanha de Educação de adultos, tal campanha propunha alfabetizar os
analfabetos em três meses; dentre educadores, políticos e sociedade em geral, houve
muitas críticas e também elogios a esta campanha, o que é nítido e que com esta campanha
a EJA passou a ter uma estrutura mínima de atendimento. Com o fim desta primeira
campanha, Freire foi o responsável em organizar e desenvolver um programa nacional de
alfabetização de adultos, porém com o golpe militar o trabalho de Freire foi visto como
ameaça ao regime; assim a EJA volta a ser controlado pelo governo que cria o MOBRAL
conforme foi citado anteriormente.
O ensino supletivo foi implantado com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB
5692/71. Nesta Lei um capitulo foi dedicado especificamente para o EJA. Em 1974 o
MEC propôs a implantação dos CES (Centros de Estudos Supletivos), tais centros tinham
influências tecnicistas devido à situação política do país naquele momento.
É notório que nesta fase da história da Educação brasileira, a EJA possui um foco amplo,
para haver uma sociedade igualitária e uma Educação eficaz é necessária que todas as
áreas da Educação sejam focadas e valorizadas, não é possível desvencilhar uma da outra.
Referência:
Histórico da EJA no Brasil. Pedagogia ao Pé da Letra, 2013. Disponível em:
<https://pedagogiaaopedaletra.com/historico-da-eja-no-brasil/>.