EJA SER MAIS - Volume 3 - Manual Do Educador
EJA SER MAIS - Volume 3 - Manual Do Educador
EJA SER MAIS - Volume 3 - Manual Do Educador
Manual do Educador
mais
Ser
ISBN 978-85-427-0096-1
Manual do Educador
Ari Herculano de Souza
Licenciado em História e Geografia pela UNISAL. Especialização em Filosofia pela
PUCPR. Professor do Ensino Fundamental e Médio.
Cilé Terezinha Toledo Ogg
Licenciada em Geografia pela UFPR. Especialização em Educação de Jovens e
Adultos PUCPR. Professora e Coordenadora de Geografia do Ensino Médio-PR.
Ezenir Gabardo
Licenciada em Língua Portuguesa pela PUCPR. Especialização em Ensino de Língua
Portuguesa UTP. Professora de EJA da Educação Básica.
Lia Kucera
Licenciada em História Natural pela PUCPR. Professora do Ensino Fundamental e
Médio. Professora de EJA.
Maria Cristina Müller
Licenciada em Artes Plásticas pela FAP. Especialização em metodologia do Ensino
da Arte e Ensino Superior – IBPEX. Professora de EJA da Educação Básica.
Roseli Machado
Licenciada em Ciências Biológicas pela UFPR. Especialização em Educação Am-
biental. Professora do Ensino Fundamental e Médio.
Salete P. Andrade
Licenciada em Matemática pela PUCPR. Especialização em Educação Matemática
na sala de aula virtual PUCPR. Professora do Ensino Fundamental.
Valda Marcelino Tolkmitt
Licenciada em Educação Física pela UFPR. Especialização em esporte para todos.
Professora de Ensino Fundamental e Médio.
1ª edição
Curitiba
2013
Ficha técnica
Conselho editorial Aline Tavares
Mauricio Carvalho Belquís R. Drabik
Renato Guimarães Jéssica C. Ortiz
Dimitri Vasic Antonio Sevilha
Jorge Yunes
Tratamento de imagens
Marco Stech
Solange Eschipio
Mauro Bueno
Silvia Massini Licenciamento de textos
Célia de Assis Luiz Fernando Bolicenha
Valdeci Loch Mariana de Oliveira e Silva Castro
Imagem da capa
Editor
© sonya etchison/Fotolia.com
Carmem Lucia Gabardo
Revisão comparativa
Revisão Lucy Myrian Chá
Gilberto Girardello Filho
Juliana M. Gusso Rosado Finalização
Juliana Dias Marline Meurer Paitra (Coord.)
José Cabral Lima Júnior
Iconografia Patricia Librelato Rodrigues
Ana Cláudia Dias (Coord.) Solange Eschipio
O ser humano: que bicho é esse? ...................... 246 Relação homem/natureza ............................... 266
Conexões entre sistemas ............................. 246 Recursos naturais........................................ 267
Movimentando ossos e músculos ................ 250 A ecologia entra na moda ........................... 269
Ser humano: muito além do biológico... ..... 262
Das pedrinhas aos bilhões ................................ 298 As formas geométricas no cotidiano ................. 322
Os números também têm história................ 300 Ângulo ....................................................... 322
Sistema de numeração decimal .................. 302 Retas paralelas e perpendiculares ............... 327
Operações e resolução de problemas ......... 309 Formas planas e não planas ........................ 329
Poliedros .................................................... 336
Prismas e pirâmide ..................................... 338
Diferentes pessoas, diferentes culturas ............ 212 Um povo impulsiona a produção...................... 228
Migrações internas ..................................... 212 O trabalho .................................................. 228
Sociedade brasileira: exemplo de Parcerias: trabalho, industrialização e
pluralidade ...................................................213 desenvolvimento ........................................ 231
O Brasil da diversidade cultural é o mesmo Mulher também combina com
Brasil da desigualdade social? ..................... 215 sustentabilidade ......................................... 235
Aspectos contraditórios da desigualdade Globalização: Benefícios ou não ................ 243
brasileira: favelas e tecnopolos ................... 219
Arte ..................................................69
História ..........................................99
Geografia........................................173
Ciências ..........................................245
Matemática ....................................297
Referências .....................................397
espaço de escolhas temáticas e estruturais feitas pelo autor. Essas diferentes escolhas (tema e estrutura)
apontam as diversas formas de ver e pensar a realidade e, principalmente, possibilitam que o leitor
elabore o próprio discurso e possa concordar ou discordar daquilo que lê. Importante considerar que
o texto em prosa, escrito por Cecília Meireles, grande escritora brasileira, utiliza linguagem poética
Roda de conversa e figuras de linguagem que estimulam nossa imaginação na composição de
quadros mentais.
Diferentes são as formas de ver o mundo. A maneira como cada um vê seu es-
paço e interpreta sua vida é singular.
Você costuma olhar pela janela? Observar o seu jardim? Quais são as suas ex-
pectativas em relação à vida?
O que o título “A arte de ser feliz” lhe sugere?
de Vega. Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo,
no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar,
para poder vê-las assim.
(MEIRELES, Cecília. A arte de ser feliz. In:______. Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958)
GLOSSÁRIO
Jasmineiro – pé de jasmim.
Espessas – robustas, densas.
Lope de Vega – dramaturgo espanhol autor de muitas obras. Foi o fundador da comédia espanhola
e escreveu, durante sua vida, mais de 400 comédias.
Aspersão – ato ou efeito de aspergir; borrifar ou respingar com gotas de água ou de outro líquido;
orvalhar.
Crônica
Um dos objetivos da crônica é mostrar a singularidade dos aconteci-
mentos miúdos do cotidiano.
Nas crônicas contemporâneas, a narrativa se organiza em primeira ou
terceira pessoa, quase sempre como quem conta um caso, em tom intimista.
Geralmente, nesses textos se inserem trechos de diálogos, recheados com
expressões cotidianas. Conforme a esfera social que retratam, as crônicas
podem ser literárias, políticas, esportivas, jornalísticas, etc.
Os cronistas escrevem como se conversassem com seus leitores,
GLOSSÁRIO
Intimista – diz-se da poesia e dos poetas que exprimem em um tom confidencial os sentimentos mais
secretos da alma.
Esfera social – grupos específicos da sociedade; um universo constituído pelo agrupamento de indi-
víduos com interesses comuns.
Fruição – ato ou efeito de desfrutar, ler com satisfação, prazer. 9
Compreensão do texto
a) ( X ) No passado e presente.
b) ( ) No futuro.
c) ( ) Só no presente.
d) ( ) No passado.
manhãs, via um homem com um balde, atirando com as mãos gotas de água sobre as plantas.
muro, gatos que sonham com pardais, borboletas aos pares, marimbondos. Às vezes, passava um avião.
características individuais, porém, podemos aprender a olhar para ver melhor o mundo e descobrir as pequenas
felicidades.
• aspersão:
Ato ou efeito de borrifar ou salpicar com pequenas gotas de água ou outro líquido.
Cecília Meireles foi uma das maiores escritoras brasileiras. Em seu texto “A
arte de ser feliz”, há uma escolha cuidadosa das palavras, que vão compondo
de forma harmoniosa uma obra de arte. A habilidade e o cuidado com que a
autora faz esse arranjo sensibilizam o leitor, transportando-o ao maravilhoso
mundo da imaginação.
Escrever um texto significa utilizar a linguagem da melhor forma, a fim de
expressar claramente as ideias. Quanto maior é a atenção que dispensamos a
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
12
que iam para a escola. Pardais que pulavam pelo muro. Gatos que abriam e fechavam os olhos, sonhando com pardais”.
Produção de texto
Imagine-se diante da sua janela e escreva um texto narran-
do suas pequenas felicidades. Lembre-se: “é preciso aprender
13
Podemos falar de coisas simples que povoam o cotidiano das pessoas. Você
acredita que as coisas simples são importantes na construção da nossa trajetória de
vida? Você tem alguma atividade no seu dia a dia que lhe cause muita satisfação? O
que você gosta de fazer como lazer?
Leia os versos que compõem a letra da música “Marambaia” e perceba a men-
sagem que esses versos transmitem.
poética, a singeleza dos fatos da narrativa feita na primeira pessoa. Você pode desenvolver atividades explorando a
identificação das características do texto narrativo, os tempos verbais, o personagem-narrador (primeira pessoa), a
apresentação do espaço físico e do clima estabelecido, a estrutura do texto, como ele foi construído pelo autor e que
referências ao tempo podemos encontrar no texto. Importante considerar que nesse texto o autor utiliza a linguagem
poética e busca a simplicidade da narrativa ao expressar os sentimentos simples que compõem a vida das pessoas.
14
15
2. Leia novamente as palavras, desta vez em voz alta, e discuta com seus colegas e
o professor o que elas têm em comum.
3. Observe que essas palavras têm som nasal, representado pelos conjuntos de letras:
am, en, in, an, ão, un. Depois, circule nas palavras as sílabas que têm esse som.
Som nasal com M Som nasal com N Som nasal com til
(~)
Marambaia vendo verão
andorinhas
princesa violão
anunciando
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
quando coração
fazendo
lindo
sinto
varanda
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© Galyna Andrushko/Fotolia.com
Imagem do deserto
Aqui não há mais pássaros.
Todos foram embora, em busca
de novas florestas para reconstruir
seus ninhos.
Aqui não há mais chuvas.
Na terra gretada a fome avança
como um arado enferrujado.
No leito do rio seco os seixos resplandecem
entre cobras sonolentas.
E dos caibros dos galpões pendem pucumãs.
IVO, Ledo. Imagem do deserto. Soletrar: Revista do Departamento de Letras da Faculdade de Formação de
Professores (UERJ), São Gonçalo, ano 9, n. 18, jul/dez. 2009. Disponível em: <http://www.filosofia.org.br/sole-
trar/18/04.pdf>. Acesso em: 29 abr. 2013. 17
Em grupo
Os dois textos selecionados referem-se a paisagens da natureza, porém com enfo-
ques muito diferentes. Leiam novamente os textos e estabeleçam as comparações.
• Existe diferença significativa entre as paisagens apresentadas nos textos “Maram-
baia” e “Imagens do deserto”. Qual é?
• Com relação ao texto “Imagens do deserto”, você conhece, viu na televisão, leu nos
jornais ou teve acesso a informações sobre locais que sofrem profundas modifica-
ções causadas pelo ser humano? Cite-os.
• O desmatamento traz sérias consequências ao meio ambiente. Cite algumas.
• Situações de extrema agressão ao ambiente são reversíveis em curto prazo?
Compreensão do texto
4. Além das transformações no ambiente físico, que alterações acontecem nos co-
rações humanos?
18 Nossos corações também secam, não temos mais amor.
2. Compare o texto original e o texto reescrito por você e responda: qual é a forma
mais poética, mais emocionante?
Resposta pessoal.
19
Produção de texto
Vamos reescrever o poema de Ledo Ivo, dando a ele outro sentido. Veja o exemplo e
desenvolva uma sequência. Ao final, dê um novo título ao poema.
Aqui existem milhares de pássaros.
Todos voltaram com o renascer das florestas,
para reconstruir seus ninhos...
Resposta pessoal.
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
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Identidade social:
Unidade
2 formasde
participação Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Nesta unidade, você vai ler, analisar diferentes linguagens e tipos de mensagens,
diferenciar publicidade de propaganda, opinar sobre as formas de divulgação de
ideias e os significados da vida.
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Todos os dias, somos bombardeados por uma série de apelos que nos convi-
dam a consumir determinados produtos e a nos comportarmos de determinadas
maneiras. Você concorda que a publicidade influencia as pessoas ao consumo?
Podemos ficar isentos dessa influência? Como? E as propagandas que nos indicam
comportamentos a serem seguidos, podem ser ignoradas? O que é importante lem-
brarmos quando estamos diante de um desses apelos?
Jovens descobridores
Há vida fora da Terra? Quem foram as múmias?
Mikhail Zahranichny/Shutterstock
É possível reverter a destruição dos ecossistemas? E
alterar nossa herança genética? Muitas dessas per-
guntas, que atormentam a humanidade há séculos,
ainda não puderam ser totalmente respondidas pela
ciência. Foi pensando nos jovens descobridores que
existem em cada aluno, que a série Ciência Ilustra-
da chega ao Brasil. Traduzida em 33 países, a co-
leção traz quatro títulos: Arqueologia, Astronomia,
Ecologia e Genética. Os livros são de fácil consulta
e apresentam ilustrações, gráficos e fotos coloridas
para ajudar no entendimento dos temas abordados.
Série Ciência Ilustrada. 4 títulos: Arqueologia, Astronomia, Ecologia e Gené- Múmia de um faraó em uma tumba,
22 tica. Melhoramentos, 32 p. 2009.
Múmias – corpos de pessoas ilustres, como os faraós e os sacerdotes, que, no Antigo Egito, eram
preservados após a morte com o uso de substâncias balsâmicas.
Ecossistemas – sistemas compostos dos seres vivos e do ambiente e suas inter-relações.
Herança genética – conjunto de características que são transmitidas aos descendentes; aquilo que
é transmitido pelas gerações anteriores.
Em grupo GLOSSÁRIO
Organizem um debate sobre as questões abaixo, em que o
3. “Há vida fora da Terra? Quem foram as múmias? É possível reverter a destruição
dos ecossistemas? E alterar nossa herança genética?”. Você acredita que essas
perguntas despertam a atenção do público? Por quê?
Resposta pessoal.
5. “[...] a série Ciência Ilustrada chega ao Brasil. Traduzida em 33 países [...]”. Dessas
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
b) Astronomia:
Ciência que estuda a posição, os movimentos e a constituição dos corpos celestes.
c) Ecologia:
Parte da Biologia que estuda as relações dos organismos com o ambiente, isto é, com o solo, o clima e os outros
diferenças entre os seres vivos, das suas causas e dos mecanismos e leis da transmissão dos caracteres individuais.
Fonte: DICIONÁRIO do Aurélio. Disponível em: <http://dicionáriodoaurélio.com>. Acesso em: 29 abr. 2013.
Ministério da Saúde
garantir atenção integral à saúde
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
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4. O que cabe à gestão municipal do SUS para garantir a atenção integral à saúde
do idoso?
Desenvolver ações que objetivem a construção de uma atenção integral a saúde dos idosos. Organizar equipes de
Produção de texto
Pesquise publicidades e propagandas de produtos relacionados à saúde que você
considera que “manipulam” informações, vendem objetos, resultados ou produtos
irreais e fantasiosos. Cole-as no caderno e apresente seus argumentos sobre por
que você as considera enganosas.
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Depois, apresente o texto para os colegas de sala.
Falar da vida, da construção da nossa história, da arte de ser feliz pode parecer
complexo? Ou é simples? O que é construir nossa história? Como construímos nos-
sa trajetória de vida? Essa construção só depende de nós?
atenção às rimas, ao ritmo cadenciado pelo número de sílabas métricas dos versos, às imagens criadas pelo poeta.
Procure estabelecer com os alunos a relação do título com o assunto do texto.
Lembrem-se:
Tocando em frente As letras das músicas são escri-
tas em versos e organizadas em
estrofes. Escritas em linguagem
poética, ressaltam os sons, o ritmo
Ando devagar porque já tive pressa das palavras e a força de linguagem
figurada, provocando associações,
Levo esse sorriso porque já chorei demais emoções e interpretações distintas.
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei
(Refrão)
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(Refrão)
SATER, Almir; TEIXEIRA, Renato. Tocando em frente. Intérprete. Almir Sater. In: SATER,
Almir. Ao Vivo. [S.l.]: Columbia/Sony Music, 1992.
Compreensão do texto
1. “Ando devagar porque já tive pressa/Levo esse sorriso porque já chorei demais/
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe.”
Nos versos, há referência a dois tempos, dois momentos da história. Observe o
tempo dos verbos e responda: a que tempos os versos se referem?
Refere-se ao passado (já tive pressa) e ao presente (hoje me sinto mais forte).
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5. Para o personagem do texto, o que é “cumprir a vida”? Que comparação ele faz
sobre isso?
Cumprir a vida é compreender a marcha e ir tocando em frente. Ele compara a trajetória da vida com a caminhada de
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A letra da música “Bola de meia, bola de gude”, escrita e musicada por Milton
Nascimento e Fernando Brandt, refere-se a jogos infantis que as crianças realizam
nas ruas, nas praças, nos campos. Atividades que povoam nossa infância. Você se
lembra das brincadeiras de infância? O que elas significam na vida dos pequenos?
As crianças aprendem com as brincadeiras e convivendo com os outros? É bom ser
criança? É importante manter viva essa criança que vive em nós?
No texto “Bola
Bola de meia, bola de gude
de meia, bola Há um menino, há um moleque
de gude”, você
vai perceber o Morando sempre no meu coração
uso da função Toda vez que o adulto balança
poética da
linguagem. O Ele vem pra me dar a mão
autor faz uso de Há um passado no meu presente
combinações de
palavras, figuras
Um sol bem quente lá no meu quintal
de linguagem, Toda vez que a bruxa me assombra
exploração
dos sentidos e
O menino me dá a mão
sentimentos. E me fala de coisas bonitas
Esse tipo de
linguagem,
Que eu acredito que não deixarão de existir
encontrado em Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade
textos literários, Alegria e amor
Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão
BRANDT, Fernando; NASCIMENTO, Milton. Bola de meia, bola de gude. Intérprete: Milton Nasci- 33
mento: In: NASCIMENTO, Milton. Maria, Maria/O Último trem. [S.l.]: Far Out Recordings, 2000.
© Sean Gladwell/
Fotolia.com
Compreensão do texto
4. Que valores são lembrados pelo menino e que o adulto acredita que não deixarão
de existir?
Não deixarão de existir a amizade, a palavra, o respeito, o caráter, a bondade, a alegria e o amor.
6. Qual é o significado dos versos: “Há um passado no meu presente”; “Um sol
bem quente lá no meu quintal”?
Resposta pessoal.
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O menino me dá a mão
Há um passado no nosso presente. Um sol bem quente lá no nosso quintal. Toda vez que a bruxa nos assombra.
35
Depois de revisado o texto, se você quiser, poderá fazer a leitura em voz alta
36 para seus colegas de sala.
Diversidade cultural –
Nesta unidade, você vai refletir sobre as contribuições das pessoas para a vida
em sociedade e a construção das histórias de vida.
37
vida apresentar os aspectos mais importantes da vida de uma pessoa de forma clara e inteligível. Esse tipo de texto
apresenta características singulares em diferentes momentos históricos de um personagem.
No trabalho em sala de aula, é importante a contextualização, situando o educador brasileiro Paulo Freire no
tempo e no espaço, ressaltando as características individuais e a importância do seu trabalho para a educação brasileira, bem
como a criação do que se chamou de Método Paulo Freire, destinado à educação de grande parte da população brasileira que não
Roda de conversa teve oportunidade de frequentar a escola na infância e na juventude. É importante,
também, que se explore o texto como um discurso produzido em um contexto
O texto
O trabalho do educador Paulo Freire
Fabiano Accorsi/Folhapress
“Ele
por ele
mesmo” Paulo Freire, um dos maiores educadores brasilei-
é parte da
história ros, é exemplo de como o trabalho pode atingir grande
de vida parte da população e melhorar a história de vida das
de Paulo
Freire, pessoas. Sua dedicação a uma causa o tornou um cida-
escrita
por ele dão brasileiro notável e reconhecidamente respeitado
mesmo.
não só no Brasil, mas no mundo todo, dada a influência
de seu trabalho. Uma autobiografia permeada de sensações importantes
no desenvolvimento do menino que se tornou educador.
Pode-se também considerar que o autor narra reminiscências da infância, alguns
fatos que permaneceram na memória por terem sido significativos para o seu Educador Paulo Freire durante
desenvolvimento. palestra no auditório do colégio
Leia um pouco sobre Paulo Freire
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
[...] Paulo Freire nasceu em Recife, em 1921, e conheceu, desde cedo, a po-
breza, uma amostra dessa extrema pobreza na qual está submersa a nossa América
Latina. Desde a adolescência, engajou-se na formação de jovens e adultos traba-
lhadores. Formou-se em Direito, mas não exerceu a profissão, preferindo dedicar-
-se a projetos de alfabetização. Nos anos de 1950, quando ainda se pensava na
educação de adultos como uma pura reposição dos conteúdos transmitidos às
crianças e jovens, Paulo Freire propunha uma pedagogia específica, associando
estudo, experiência vivida, trabalho, pedagogia e política.
A partir dessa sua prática, criou o método que o tornaria co-
GLOSSÁRIO
nhecido no mundo, fundado no princípio de que o processo edu-
Pedagogia – cacional deve partir da realidade que cerca o aluno. Não basta
conjunto de
ideias de um
saber ler que “Eva viu a uva”, diz ele. É preciso compreender qual
educador; a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha
estudo das para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho. [...]
questões da
BRANDÃO, Carlos Rodrigues (Ed.) O que é o método Paulo Freire. São Paulo: Brasiliense, 1981.
educação. Professor, como fizemos no texto anterior, é importante que se contextualize o texto, se valorize o discurso
38 produzido e que o aluno seja orientado a perceber tanto a estrutura do texto como a linguagem utilizada.
Pela complexidade do tema e pelo vocabulário empregado, é necessário um trabalho de leitura em que o texto seja explorado
várias vezes, discutido oralmente, e que as atividades de interpretação sejam acompanhadas pelo professor.
Compreensão do texto
Autobiografia
Nesse texto, o autor narra fatos de sua infância, partindo das suas expe-
riências de vida para exemplificar a forma como o conhecimento é adquiri-
do pelas pessoas nas suas vivências e como o meio social influencia nossa
aprendizagem.
GLOSSÁRIO
40
2. “Me vejo então na casa mediana em que nasci.” Por quem está sendo narrado
o texto e em que pessoa?
O texto está sendo narrado por Paulo Freire, em primeira pessoa.
4. Observe: “à sua sombra [das árvores] brincava e em seus galhos mais dóceis a
minha altura eu me experimentava em riscos menores que me preparavam para
riscos e aventuras maiores”. A que riscos e aventuras Paulo Freire se refere nesse
trecho?
Refere-se aos riscos a serem enfrentados na vida adulta. Às situações que a vida traz.
Professor:
O texto “Ele por ele mesmo” é parte da história de vida de Paulo Freire, escrita por ele mesmo. Uma autobiografia
permeada de sensações importantes no desenvolvimento do menino que se tornou educador. Pode-se também
considerar que o autor narra reminiscências da infância, alguns fatos que permaneceram na memória por terem sido
significativos para o seu desenvolvimento.
Professor, é importante que se contextualize o texto, assim como foi feito no anterior, que se valorize o discurso
produzido e que o aluno seja orientado a perceber a estrutura e a linguagem utilizadas.
Pela complexidade do tema e pelo vocabulário empregado, é necessário um trabalho de leitura em que o texto seja
explorado várias vezes, seja discutido oralmente, e que as atividades de interpretação sejam acompanhadas pelo
professor.
É importante lembrar que grande parte das perguntas exige respostas subjetivas, portanto, essas respostas podem
ser estruturadas de forma diferente; isso não quer dizer que possa haver uma divergência muito grande no sentido
atribuído ao texto, mas pode ser expresso de forma diferente.
8. Relacione as seguintes frases ao sentido da palavra em negrito:
(a) De madrugada, Pedro foi ao trabalho. ( 2 )
(b) O menino entregou o trabalho ao professor. ( 1 )
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
42
O mundo...
Compreensão do texto
4. Você acredita que ela vai encontrar no dicionário a informação que procura?
Não, o dicionário informa o significado das palavras e não traz as informações que ela busca.
5. As tiras de Quino têm um lado humorístico. Discuta com seus colegas qual é o
humor dessa tira. Anote as conclusões.
Resposta pesoal.
43
Resposta pesoal.
Professor:
O trabalho com o texto na sala de aula deve buscar a interação leitor/texto, incentivando a discussão sobre os
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
enfoques apresentados no texto: a Terra como um planeta do Sistema Solar, que pode ser dissecada em seus
aspectos físicos, e a Terra como espaço habitado e transformado pelo homem.
No desenvolvimento da leitura, é importante que se explore o texto como um discurso produzido em um contexto
histórico, cultural e social. Nessa contextualização, cabe a discussão sobre o desenvolvimento de políticas mundiais
de preservação do ambiente, da necessidade de formação de mentalidade de respeito ao espaço em que vivemos.
Lembre-se, professor, de que para que ocorra a atribuição de sentido ao texto, é necessário, também, que o trabalho
em sala de aula valorize a estrutura do texto, a sequência narrativa, a estruturação dos parágrafos e das frases, que
se trabalhe o significado das palavras indicadas no glossário e outras cujos significados ainda não são conhecidas
pelos alunos.
Terra viva
[...] Na escola, eu tinha visto a Terra tão diferente. Aprendemos que é
um dos nove planetas que giram em torno do Sol e que é uma grande esfera
rochosa. Após a primeira viagem ao redor desta esfera feita pelos astronautas,
aprendemos que ela parece azul porque os oceanos, mares e lagos ocupam
sete décimos de sua superfície e que está coberta de redemoinhos brancos
que são as nuvens e que podem formar furacões. O planeta normalmente
parece manso. Em sua superfície existem lindas paisagens, umas regiões são
mais quentes que as outras. Em muitos lugares, sobretudo nos terrenos mais
elevados, com montanhas e vulcões, pode nevar. As nuvens trazem e levam
a chuva. Existem lindas florestas, savanas e pradarias. A maioria das pessoas
vive nas planícies, principalmente nas mais férteis. O homem transformou essa
paisagem construindo enormes conglomerados de casas e edifícios — as cida-
des — e aprendeu a cultivar o solo e a construir estradas. Pelo que sabemos, é
GLOSSÁRIO
Conglomerados – casas, edifícios reunidos em uma massa compacta; um grande número de edifica-
ções.
Dissecando – examinando com atenção os detalhes, os elementos que compõem um organismo hu-
mano, animal ou vegetal.
Em grupo
• O que significa o título do texto: “Terra viva”?
• Qual é o propósito de um texto de apresentação de um livro?
• O que se estuda sobre a Terra nos bancos escolares?
• Como a Terra passou a ser vista depois da primeira viagem dos astronautas ao
redor do Planeta?
• O que vem acontecendo com a Terra sob a ação da atividade humana?
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2. Que informações nós recebemos após a primeira viagem espacial feita pelos as-
tronautas?
Que a Terra vista do alto é azul porque os oceanos, mares e lagos ocupam sete décimos da sua superfície, bem como
que ela está coberta de redemoinhos brancos que são nuvens e podem formar furacões.
com montanhas e vulcões, nuvens que trazem e levam a chuva, florestas, savanas, pradarias e grandes planícies.
ambiental.
47
11. Pela forma como recebeu as informações na escola, do que a personagem aca-
bou ficando isenta?
Ficou isenta de qualquer responsabilidade quanto ao esgoto a céu aberto, quanto ao lixo espalhado pelas ruas perto
de casa e escolas.
uma manga no jardim da escola e de nunca ter observado a beleza de uma joaninha.
“[...] é coberta de redemoinhos brancos que são as nuvens e que podem formar
furacões.”
a) ( ) Uma nuvem de gafanhotos devastou as plantações de milho.
b) ( ) Nuvens de fumaça denunciavam a queimada no campo.
48 c) ( X ) A chuva era prevista, pesadas nuvens escureciam o céu naquela manhã.
Produção de texto
Atualmente, muito se fala de Ecologia. Os meios de Lembre-se:
Os textos de opinião devem ser bre-
comunicação têm divulgado informações sobre os pro- ves, claros na exposição dos fatos e
blemas que afetam a natureza e alertado sobre as pos- apresentar uma visão crítica. Esses
síveis consequências dos ataques ao ambiente. textos têm a finalidade de informar,
influenciar e convencer os leitores
Como estudar temas e assuntos de modo que pos- ou ouvintes por meio dos argumen-
samos, além de ouvir e sentir, vivenciar o que estamos tos apresentados. 49
aprendendo?
Você sabe o que é um estatuto? Qual é a finalidade das normas propostas nele?
Você sabe como se estrutura o texto dele? O que é necessário para que as pessoas
cumpram o que um estatuto prevê?
Para que o aluno faça a leitura do texto, é importante que o perceba como um discurso produzido em um contexto
histórico, cultural e social. A linguagem do texto é poética e permeada de figuras de linguagem que apresentam maior
dificuldade para o alcance do significado, exigindo maior cuidado no trabalho em sala de aula.
Os estatutos do homem
Para finalizar esta fase de nosso estudo, vamos ler alguns artigos que
compõem “Os estatutos do homem”, escritos por Thiago de Mello, e procurar
perceber como se sentem os homens que habitam neste mundo e como eles
deveriam viver para buscar a felicidade e a harmonia.
O texto está escrito em forma de Decreto, que é como nossos legislado-
res registram as normas que devem orientar o comportamento dos homens.
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
Agora vale a vida, e de mãos dadas, marchemos todos pela vida verda-
deira. Professor, a leitura crítica dos textos significa para nossos alunos a possibilidade de
inserção no mundo do conhecimento, que é imprescindível para o efetivo exercício da
cidadania, pois a possibilidade de intervenção na realidade se dá pelo conhecimento.
Artigo IX
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu
suor.
Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liber-
© Joseph Helfenberger/Fotolia.com
Em grupo
Discutam as questões abaixo e relatem as conclusões para os colegas de sala.
• Por que é importante decretar sobre a verdade?
• Qual o significado de pão, suor e ternura?
• Por que no poema se decreta que a palavra “liberdade” seja suprimida do dicionário
para tornar-se algo vivo e transparente com morada no coração do homem?
Compreensão do texto
4. No Artigo IX, o decreto permite “[...] que o pão de cada dia/tenha no homem o
sinal de seu suor”. Qual é a relação de sentido entre pão e suor?
O pão, como nosso alimento, é conseguido por meio do trabalho, representado pelo suor do rosto (pão/alimento x
51
suor/trabalho).
6. No Artigo Final, por que fica proibido o uso da palavra “liberdade”, que será
suprimida dos dicionários?
A liberdade deixará de ser apenas uma palavra no dicionário para ser algo vivo e transparente, passando a fazer parte
da vida do homem.
Produção de texto
Reúna-se com colegas, leiam novamente “Os estatutos do homem”, discutam e esco-
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
lham um tema para redigir um poema em forma de decreto. Algumas sugestões seriam:
“O estatuto da alegria“, “O estatuto da saudade”, etc.
Resposta pessoal.
Os alunos poderão ler os poemas escritos pelos grupos em sala de aula e, depois de
revisados, colocá-los no mural da sala.
52
Nesta unidade, você vai refletir sobre as ideias e registros da história dos homens
no tempo e as mudanças nos costumes que interferem na maneira de ver e sentir
as coisas no mundo.
53
Você sabe o que é um cartum? Já leu algum? Considera interessante essa for-
ma de expressão? Onde, geralmente, esses textos são publicados?
Professor, esse cartum (que apresenta desenho e texto) pode parecer de fácil leitura, mas, para que
a decodificação se concretize, é necessário que os alunos tenham alguns conhecimentos prévios,
Texto 1 tais como a forma como viviam os homens das cavernas, em que tempo viviam e quais marcas
deixaram de sua estada na Terra. Lendo com atenção os elementos que compõem o cartum, o aluno
poderá extrair o significado. O aluno deve ser orientado a perceber os detalhes da cena, as cores,
Cartum localizar os fatos no tempo e no espaço, discutir sobre o comportamento do homem das cavernas, o
início do processo de criação dos utensílios usados na época.
O cartum é uma anedota gráfica, uma narrativa humorística expressa por meio
de caricaturas, normalmente publicada em jornais ou revistas. Pode ou não ter ba-
lões ou legendas. Seu objetivo é provocar o riso do espectador pela crítica irônica e
humorística do comportamento do ser humano, dos seus hábitos e costumes. Geral-
mente, o cartum relata um fato universal sobre temas que podem ser entendidos em
qualquer parte do mundo por diferentes culturas em diferentes épocas.
Professor,
© RIFF. Reb’s
uma imagem
equivale a
muitas palavras,
portanto, é
importante que
o aluno perceba Nil, você já
que os textos terminou de
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
54
(RIFF. Enfim un livre intelligent sur la Préhistoire.)
Compreensão do texto
3. O que nos faz supor que existe mais um personagem nesse texto?
A indicação da fala do personagem (o balão de fala) que sai do interior da caverna.
55
Que sinais
deixaremos nós
para o homem do futuro?
MURRAY, Roseana. Caverna. In: ______. Ca-
sas. Belo Horizonte: Formato, 1994.
civilização moderna e os vestígios históricos dessa fase
da vida na Terra, aos quais ainda temos acesso. O texto
estabelece uma relação entre o mundo muito antigo
e o atual. Faz também uma indagação sobre o futuro,
incentivando a uma reflexão sobre o tema.
Pinturas rupestres no Chivero Game Park. Zimbábue (África),
Em grupo 2011.
No trabalho em sala de aula, na leitura do texto, além da fruição do poema,
da percepção da linguagem poética, é importante que se explore o texto
• Qual é o tema do poema? como um discurso produzido em um contexto histórico, cultural e social.
Nessa contextualização, cabe a discussão sobre a intenção do autor na
• Que sinais foram deixados pelos homens das cavernas?
• O que esses sinais nos contam sobre esses homens?
56 • Há uma diferença no enfoque dos textos “Cartum” e “Caverna”, qual é?
produção do texto e para que interlocutor ele se destina. É importante que o aluno perceba o foco narrativo, os indícios
da demarcação do tempo físico, a estrutura do texto: fatos e ações que compõem a trama, a busca da interlocução com o
leitor no último parágrafo.
4. O homem desse período histórico deixou desenhos nas paredes das cavernas. O
que ele representava por meio das pinturas?
Por meio das pinturas, o homem representava animais, caçadas, danças e misteriosos rituais.
algumas cavernas.
7. Cada povo vive em um período histórico e deixa suas marcas. Responda ao ques-
tionamento do texto, dizendo que sinais nós deixaremos para o homem do futuro.
Resposta pessoal.
57
4. Complete as frases seguintes com palavras e expressões que dão ideia de lugar
(em cima, embaixo, perto, dentro):
a) Os animais ferozes viviam perto dos homens.
b) Protegiam-se das tempestades embaixo das árvores.
c) Moravam também em cima de morros.
d) Os desenhos eram feitos dentro das cavernas.
58
Cide Gomes
59
Você sabe quais são as atribuições de um padeiro para suprir nossas mesas
com pão fresco diariamente? Você acredita que essa função com a tecnologia
atual ficou mais fácil? Como era fazer pão antes do avanço tecnológico? E imprimir
os jornais, ficou mais fácil?
narrativa, identificando a introdução, o desenvolvimento e a conclusão; o foco da narração,
incentivando o aluno a buscar indícios que orientem para o narrador (em primeira pessoa);
Leia a crônica: buscar no texto as ações mais importantes; o espaço em que ocorrem os fatos; a presença de
discurso direto, indicado pela pontuação; o clímax da narrativa; o tempo – buscando os indícios
do tempo cronológico; a composição da trama – como o autor articulou os fatos no texto; e a
O padeiro identificação do desfecho pelo aluno, destacando a importância da pontuação, dos elementos
coesivos e da organização dos parágrafos.
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café
e abro a porta do apartamento — mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo
instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve
do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões,
que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu
café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.
E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci
antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a
campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
— Não é ninguém, é o padeiro!
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
OtnaYdur/Shutterstock
Em grupo GLOSSÁRIO
1. O texto “O padeiro” é:
( X ) uma crônica escrita em prosa e na primeira pessoa;
( ) uma narrativa escrita em versos e na terceira pessoa;
( ) um poema escrito em versos e na primeira pessoa.
5. O fato de tomar café com pão do dia anterior fez com que o personagem-narrador
se lembrasse de alguém que conheceu no passado. Quem era?
O personagem-narrador lembrou-se de um homem modesto que entregava pães à porta dos apartamentos.
Resposta pessoal.
62
Leia o conto escrito por Artur Azevedo, que trata das relações de uma família do
século XIX.
Plebiscito
A cena passa-se em 1890.
A família está toda reunida na sala de jantar.
O Sr. Rodrigues palita os dentes, repimpado numa cadeira de balanço. Acabou
de comer como um abade.
D. Bernardina, sua esposa, está muito entretida a limpar a gaiola de um canário-
-belga.
Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se a olhar o caná-
rio. Ele, encostado à mesa, os pés cruzados, lê com muita atenção umas das nossas
folhas diárias.
Silêncio.
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
caráter de cer- muito boa! Eu! Eu ignorar a significação da palavra plebiscito! Eu! ...
teza absoluta.
A mulher e os filhos aproximam-se dele.
Comícios –
reunião pública O homem continua num tom profundamente dogmático:
de cidadãos,
geralmente a – Plebiscito!
céu aberto, em
que se fazem E olha para todos os lados a ver se há por ali mais alguém que
protestos e possa aproveitar a lição.
ou críticas de
caráter social – Plebiscito é uma lei decretada pelo povo romano, estabelecido
ou político. em comícios.
Estrangeiris- – Ah! – suspiram todos, aliviados.
mo – influência
geralmente – Uma lei romana, percebem? E querem introduzi-la no Brasil! É
forte da cultura, mais um estrangeirismo! ...
dos costumes,
de determinada AZEVEDO, ARTUR. Plebiscito. In:______. Contos. São Paulo: Três, 1973.
nação sobre a
outra.
66
Em grupo
• Qual é o gênero do texto?
• Qual é o assunto do texto?
• Quem faz a narração do conto?
• Em que ambiente se desenvolvem as ações do conto?
• Quais são as características dos personagens do conto?
• Por que o Sr. Rodrigues não admitiu que desconhecia o significado da
palavra “plebiscito”?
Compreensão do texto
“D. Bernadina, sua esposa, está muito entretida a limpar a gaiola de um canário-belga.”
67
2. Em seu caderno, escreva o que você observou sobre o uso dos sinais de pontua-
-ção na leitura do texto.
3. Que sinal de pontuação é colocado no início das frases e que indica o início do
discurso de um personagem?
4. Observe a frase seguinte e responda: por que o autor do conto utilizou dois sinais
de pontuação no final?
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
Produção de texto
A cena passa-se em 1890, há mais de um século, e a família está reunida na
sala de jantar. Sabemos do rápido avanço da tecnologia e da mudança no comporta-
mento das pessoas. Como você imagina uma cena semelhante adaptada aos tempos
atuais? Considere a forma de expressão verbal das pessoas, imagine o ambiente, os
equipamentos modernos que o compõem e faça um relato disso.
Resposta pessoal.
68
Os seres
e de produção
humanos
Unidade
Vick Muniz faz colagem a partir de lixo do Rio de
Janeiro, durante as Conferências das Nações
Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável
1 ambiente
eo
e o ambiente
sociais, culturais
Os seres humanos
Roda de conversa
LE DAUPHINE/PATRICK ROUX/Glowimages.com
A maioria dos azulejos foram feitos
pelo próprio Selarón, outros vieram de
lugares variados do mundo todo, como
Portugal, EUA, Grécia, Rússia, Austrália,
entre outros. As pessoas ficaram saben-
do de sua arte e mandaram azulejos pelo
correio; assim, ele foi montando sua obra.
Vick Muniz é fotógrafo, desenhista,
pintor e gravador. Nasceu em São Paulo,
em 1961. Em suas obras, utiliza técnicas Vick Muniz. França, 2011.
e materiais variados e inusitados, como geleia, doce de leite, gel para cabelo, etc.
Um exemplo é a obra Mona Lisa, que foi elaborada com geleia e pasta de amen-
doim, substâncias comestíveis.
específico e mais tarde poderá ser transferida para outro local, enquanto Selarón utiliza um espaço urbano, neste caso,
profundidade).
partiu de um local já existente, a escadaria de Santa Teresa, e fez uma composição, recobrindo-a com azulejos coloridos.
71
Produção
Com o auxílio do professor, dividam a turma
em quatro equipes. Duas equipes pesquisarão Você sabe o que é releitura?
É a reelaboração de uma obra
sobre Selarón e sua obra, e as outras duas, sobre utilizando outra técnica, outras
Vick Muniz e sua obra. As equipes devem apre- cores ou outras formas, porém,
sentar a pesquisa de forma oral para a turma mantendo uma ligação com a
obra de origem.
toda, utilizando recursos disponíveis na escola.
Cada equipe deverá apresentar uma releitura da
obra do artista pesquisado.
72
Produção
Escolha um material para compor sua arte efêmera. O trabalho poderá ser de-
senvolvido individualmente ou em grupo.
Após o trabalho realizado, apresente para a turma, explicando como ele foi
Sugestão
Pesquisem a obra de Bernard Pras e a comparem com a obra de Vick Muniz
quanto: à técnica e aos materiais utilizados, ao tema escolhido, à época realizada
e à dimensão.
73
Rogerio Canella/Folhapress
74
Produção
Pensem nos principais problemas relacionados ao ambiente que afligem sua
comunidade e conversem sobre isso em grupos.
Vocês conhecem o trabalho do artista Eduardo Srur, que, para chamar a aten-
ção da população para o problema da poluição, utilizou seu talento e criatividade?
Em determinado momento, ele utilizou manequins em caiaque e os colocou sobre
o lixo.
Após detectarem os problemas mais marcantes na comunidade, reúnam-se
em grupo para desenvolver uma intervenção urbana.
Ao montarem a obra, vocês podem criar uma iluminação (vela, lanterna, ho-
lofote) para valorizá-la.
GLOSSÁRIO
Fotografem as obras em vários ângulos
diferentes e em diferentes horários do dia ou Intervenção urbana: é uma forma de ma-
nifestação artística realizada em espaços
da noite. urbanos de grandes ou pequenos centros.
Comparem suas obras e percebam as Algumas interferências possuem grandes
diferenças e semelhanças entre elas quanto: proporções, enquanto outras não, como,
por exemplo, as “polaroides invisíveis”, de
– aos materiais utilizados; Tom Lisboa.
– à proporção das obras;
– ao assunto explorado. 75
Você percebeu que neste capítulo as obras mostradas, na maioria, foram pro-
duzidas a partir de materiais alternativos e que já estavam sem utilidade, os quais
chamamos sucata.
Traga para a sala de aula algum tipo de objeto que considere sucata, tais como:
pedaços de madeira, pedaços de ferro, vidro, plástico, lata.
Experimente bater (percutir) nele com a mão ou com outro objeto.
Ouça o som produzido por cada um e analise:
Quando uma pessoa estiver produzindo o “seu” som, os outros, sem ver o ob-
jeto, vão tentar adivinhar qual foi o material ou objeto utilizado pelo colega. Desta
forma, estaremos reconhecendo o timbre, que é a característica do som que cada
material produz; é por meio do timbre que identificamos as vozes das pessoas e
conseguimos diferenciar um som de outro.
Agora vamos analisar a altura; os sons mais altos são mais agudos e os mais
baixos são mais graves.
A duração é o elemento do som que percebemos quando um som é emitido
durante um espaço de tempo maior ou menor. Exemplo: quando alguém chama
por “João” a duração é menor do que quando ela manter Joãããããão.
Já a intensidade está ligada diretamente à força com a qual emitimos um som,
por exemplo, duas mãos batendo palmas é menos intenso que o som de um piano
caindo.
E, enfim, analisaremos a densidade sonora, que trata da quantidade de sons
que são emitidos ao mesmo tempo, por exemplo: quando uma pessoa toca um
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
violão, a densidade é menor do que quando uma orquestra de violões está tocando.
Desta forma, analisamos e conhecemos os elementos formadores do som.
– Explore sonoricamente o material que trouxe de casa e escolha como pro-
duzir o som (batendo, raspando, etc.);
– Cada um produz o “seu” som em seguida do outro;
– Agora, organizem-se da seguinte forma:
– Escolham a ordem em que cada pessoa produzirá o som;
– Quantas vezes ela o fará;
– Como acontecerá isso, por exemplo: a pessoa 1 produzirá “seu” som uma
vez, a pessoa 4 produzirá o seu três vezes e volta para a pessoa 1, que produzirá
duas vezes. Depois, as pessoas 1, 2 e 3 produzirão “seus” sons ao mesmo tempo.
Essa sequência de sons é denominada composição sonora.
76
– Isto é apenas um exemplo, cada grupo é que decidirá a forma de montar
sua composição, a sequência executada e a quantidade de participantes.
Identidade social:
Unidade
2 formasde
participação Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Festival de Folclore
de Parintins – Ga-
rantido. Parintins
(AM), 2010.
78
E o que mais?
79
“Apesar de você,
amanhã pode ser outro dia.
[...] que eu vou morrer de rir,
Que esse dia há de vir,
Antes do que você pensa”
80
Felix Lima/Folhapress
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
82
“A década de 1970
abre o mercado da música
Rodney Suguita/Folhapress
regional no Brasil”. Essa é
a opinião de Marcus Perei-
ra, publicitário, amante da
música popular, que certa
vez resolveu dar a clientes
e amigos, como brinde de
fim de ano, um álbum de
quatro discos elaborado
com base em pesquisas
folclóricas que ele fizera
com ajuda do compositor
Luís Carlos Paraná: Música
Cantores da Jovem Guarda. 1996.
popular do Nordeste. Após
o sucesso do brinde, Mar-
cus decidiu mudar de profissão e fundou uma gravadora voltada para a difusão
da música regional. Surgiram as coleções Música popular do Centro-Oeste/Sudeste,
Música Popular do Sul e Música popular do Norte. Na linha da pesquisa e recriação
do folclore, seguem o Quinteto Violado (sobre ritmos tradicionais do Nordeste, como
a dança do guerreiro, o toré, o carimbó e o marabaixo) e Elomar Figueira Mello (que,
no álbum duplo Na Quadrada das Águas Perdidas, funde cordel, lendas nordestinas
e influências eruditas).
Roda de conversa
d) No local onde você mora, existe algum grupo musical que produza este tipo
de música?
Resposta pessoal.
Saber mais
Vale a pena ouvir a versão interpretada pela cantora Maria Rita, que utiliza como
instrumentos o teclado, a bateria e o baixo acústico.
84
Diversidade cultural –
TIMBRE ALTURA
IS DA D E DURAÇÃO
ED N INTEN S I D A D E
87
ou sinais gráficos.
Agora, escreva no espaço abaixo os sons de sua composição musical e para
esta atividade utilize formas, sinais e desenhos que achar adequados.
Relações sociais,
culturais e de
Unidade 3 • Diferentes formas de ser e viver
Unidade
produção
A música clássica
As práticas musicais estão sempre relacionadas ao contexto cultural. Em cul-
turas diferentes, encontram-se diferentes estilos, abordagens e concepções sobre o
que é a música, o papel que ela representa ou deve exercer na sociedade.
As músicas podem estar vinculadas ao sagrado, ao profano, ao funcional, ao
artístico, etc. Pode-se falar de música de uma região do globo ou de uma época.
Fazer referência a um tipo específico de música significa dizer que ela agrupa certos
elementos diferenciados, por exemplo, pode tratar-se de música tradicional, erudita,
popular, entre outras.
Música erudita ou clássica é a música de concerto, mais elaborada, que per-
passa o tempo e resiste a modas e tendências.
Andreas Alteulein/Corbis/Latinstock
Manuscrito fac – símile da 9ª Sinfonia de Beethoven, 1824.
Ópera – obra dramática musicada, geralmente sem partes faladas, composta de recitativos, árias,
coro, às vezes balé e acompanhada de orquestra.
92 Romança – composição em geral curta para canto e piano, de cunho sentimental ou patético.
Heitor Villa-Lobos
Chiquinha Gonzaga
93
Resposta pessoal.
94
Letra
(em domínio público)
Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
Que eu quero passar
Eu sou da Lira
Não posso negar
Eu sou da Lira
Não posso negar
Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
1. Vamos pensar de que forma queremos contar a história: conto, fábula, texto
dramático, monólogo, etc.
Resposta pessoal.
2. Qual o tema central da obra? Que mensagem ela quer transmitir ao espectador?
Resposta pessoal.
6. Que sentimentos ou sensações a obra tem por objetivo despertar nos especta-
dores ?
Resposta pessoal.
96
– idade:
Resposta pessoal.
– sexo:
– características físicas:
Resposta pessoal.
– situação familiar:
Resposta pessoal.
97
– ocupação ou profissão:
Resposta pessoal.
– opção religiosa:
Resposta pessoal.
– características emocionais:
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
98
Os seres
ser humano que se renova a cada instante. Somos os mesmo seres humanos, mas ao
mesmo tempo, em cada instante somos “novos”, dadas as condições de existência nas
quais estamos inseridos. O homem é um ser imerso no tempo e no espaço.
imagem.
Depois respondam:
1) Amala e Kamala tinham identidade humana?
2) O que as identifica como seres humanos?
3) Por que elas desenvolveram o comportamento dos ani-
mais com os quais se criaram?
Disponível em: <http://www.smashinglists.com/10-feral-human-children-
-raised-by-animals/>. Acesso em: 16 de mar. 2013.
Meninos lobos.
Em grupo, discutam:
1. Temos algum sentido (olfato, visão, paladar, tato, audição) que os outros mamí-
feros não têm? Não.
2. Como esses sentidos são desenvolvidos nos seres humanos e nos animais? Apre-
sentam diferenças? Alguns animais apresentam sentidos mais desenvolvidos do que os seres humanos.
Exemplo, o olfato no cachorro, a visão na águia.
Registre, no caderno, o resultado da discussão. Leia-o para o professor e os
outros grupos da sala.
A família humana se diferencia da família dos demais animais pois, enquanto nos animais os pais instigam os filhos a
3. Qual a diferença entre o trabalho realizado pelos seres humanos e o dos outros
animais? Os animais agem por instinto, sem que haja intenção e liberdade no seu ato. Os seres humanos
projetam, executam e modificam livremente suas ações. A isso chamamos de trabalho.
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crescimento faz parte da sua natureza. Crescer
é, portanto, uma necessidade e um problema. A
solução para esse problema é a aprendizagem.
Ela não é algo natural, pois não depende dos
nossos instintos. O processo de aprendizagem
é uma criação humana e ocorre durante toda a
existência do sujeito.
Assim, existem outras necessidades bá- Família de macacos.
sicas para as quais os seres humanos criaram
respostas diferentes das dos animais.
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Rido/Shutterstock
A reprodução é exemplo disso. Os seres
vivos satisfazem essa necessidade procriando,
ou seja, tendo filhos. A forma como as pesso-
as satisfazem essa necessidade é diferente da
dos animais. Na vida animal existe apenas o
acasalamento e a reprodução. Entre os seres
humanos existe o parentesco. A criança precisa
Família humana.
da proteção dos familiares durante um período
muito mais longo do que os filhotes dos ani-
mais. Assim, na espécie humana, os familiares se reúnem não só para procriarem,
no caso dos pais naturais, mas permanecem unidos para cuidar dos filhos. É por
isso que existem as famílias entre os seres humanos.
O conforto corporal também é uma necessidade fundamental dos seres vivos.
102
O corpo precisa de uma determinada temperatura, de uma porcentagem de umi-
Salientar que seres humanos e animais (principalmente os mamíferos) têm necessidades iguais, porém os seres
humanos satisfazem suas necessidades de forma consciente, e por isso mesmo, criativa. Assim, constitui a cultura.
Andrea Danti/Shutterstock
Observe as duas imagens a seguir. Depois, converse com seus colegas sobre
o que se pede:
SSPL/Getty Images
Milos Stojiljkovic/Shutterstock
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Ferramentas primitivas
Trator
Aleksander1/Shutterstock
cada vez mais, aperfei-
çoando seus instrumen-
tos e a si mesmos à me-
dida que utilizavam sua
capacidade intelectual
para aperfeiçoar os ins-
trumentos já criados e Evolução humana.
criar novos.
Ao mesmo tempo,
105
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Para a maioria dos povos, o direito de uso coletivo da terra era sagrado. Não
havia propriedade particular.
Lentamente, porém, essa comunidade primitiva foi se transformando, fazendo
surgir pequenos grupos que passaram a controlar a produção, os produtos e a vida
da comunidade.
Esses grupos dominantes passaram a ter, então, o poder em suas mãos. A co-
munidade foi se dividindo: alguns passaram a mandar na comunidade e a maioria
ficou trabalhando na produção.
Aqueles que dominavam também se tornaram proprietários de terra, surgindo,
então, a propriedade particular.
Somente a posse da terra, porém, não bastava a essa classe. Quem iria traba-
lhar nela?
106
Tyler Olson/Shutterstock
sabendo fazer o seu traba-
107
© KaYann/Fotolia.com
5. Analise com seus colegas a ima-
gem.
a) O que ela expressa?
A pobreza no mundo.
b) Porque existe pobreza no
mundo?
Explicar como nas comunidades primitivas e
nas tribais atuais o sentimento de igualdade e
a cooperação é muito maior do que nas demais
culturas. A exploração dos seres humanos uns
pelos outros está intimamente ligada à posse dos
meios de produção, criada historicamente.
Pobreza.
Com seus colegas, tente responder à pergunta da Mafalda. Anote suas con-
clusões no caderno.
Os historiadores e pesquisadores concluíram que desde os primeiros tem-
pos até os dias atuais os homens foram e se tornaram o que são porque vivem
em coletividade. Essa convivência coletiva, no entanto, não se deu e não se dá
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
3. Responda:
a) Em que época da História prevaleceu o trabalho escravo, o servil e o assa-
lariado? O trabalho escravo prevaleceu na antiguidade, entre gregos e romanos principalmente; e nas Américas na
época da colonização. O servil, durante a Idade Média. O trabalho assalariado prevalece na cultura atual.
b) O que acontece nos dias de hoje? Existem ainda todas essas formas de
trabalho? Justifique. Embora prevaleça o trabalho assalariado, ainda existe em várias partes do mundo
formas de trabalho escravo e servil. A lei condena essas duas formas.
CIDADÃO
Tá vendo aquele edifício moço “Tu tá aí admirado?
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
110 Você conhece o restante da letra? Que tal pesquisar e depois lerem todos juntos?
2. As novas tecnologias alteraram a vida dos seres humanos? Cite aspectos positivos
Sim. Exemplo disso está nos avanços da Medicina, na
e aspectos negativos dessas mudanças. facilidade dos meios de comunicação. Se melhorou a condição
de vida humana, por outro lado, aumentaram algumas doenças (obesidade, estresse, câncer, etc.), desenvolveu-se a poluição,
acelerou-se a destruição da natureza.
3. A vida dos trabalhadores mudou obrigatoriamente para melhor com o fim da
escravidão e do trabalho servil? Sim enquanto aspecto legal (reconhecimento de direitos). Não,
obrigatoriamente quando analisamos os baixos salários e as condições
sub-humanas a que são submetidos muitos trabalhadores no mundo.
4. Que direitos trabalhistas vocês conhecem que devem garantir vida mais digna aos
trabalhadores? (Resposta do aluno).
Anote suas conclusões no caderno.
O texto a seguir demonstra o quanto os trabalhadores eram explorados no
início da era industrial.
112 Seu professor fará a leitura para vocês e, depois, discutirá com a turma ponto
a ponto para o melhor entendimento.
dois, mas estão mortos, graças a Deus! — Expressa satisfação pela morte
de seus filhos? — Sim. Agradeço a Deus por isso. Estou livre do peso de
sustentá-los, e eles, pobres criaturas, estão livres dos problemas desta vida
mortal. O leitor há de concordar que, para falar desse modo, o homem
devia realmente estar deprimido e na miséria. O que acontecia aos homens
que, reduzidos ao estado de fome absoluta, já não podiam lutar contra a
máquina, e finalmente iam buscar emprego na fábrica? Quais eram as con-
dições de trabalho nessas primeiras fábricas? As máquinas, que podiam ter
tornado mais leve o trabalho, na realidade o fizeram pior. Elas eram muito
eficientes e, em funcionamento constante, exigiam, do trabalhador mais
horas de trabalho. Isto para os proprietários significava altos lucros. Por
isso os dias de trabalho eram longos, de 16 horas. Quando conquistaram
o direito de trabalhar em dois turnos de 12 horas, os trabalhadores consi-
deraram tal modificação como uma bênção. Mas os dias longos, apenas,
não teriam sido tão maus. Os trabalhadores estavam acostumados a isso.
Em suas casas, no sistema doméstico, trabalhavam durante muito tempo.
A dificuldade maior foi adaptar-se à disciplina da fábrica. Começar numa
hora determinada, para, noutra, começar novamente, manter o ritmo dos
movimentos da máquina — sempre sob as ordens e a supervisão rigorosa
de um capataz — isso era novo. E difícil. Perante uma comissão do Par-
lamento em 1816, o Sr. John Moss, antigo capataz de aprendizes numa
fábrica de tecidos de algodão, prestou o seguinte depoimento sobre as
crianças obrigadas ao trabalho fabril: — Eram aprendizes órfãos? — Todos
aprendizes órfãos. — E com que idade eram admitidos? — Os que vinham
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
114
Muitas foram as lutas pelos direitos, desde a Antiguidade, que os seres hu-
manos travaram para garantir a identidade da espécie, baseadas no conceito de
igualdade.
Se temos todos a mesma genética, temos a mesma identidade de espécie.
Se os seres humanos, no decorrer de sua história, construíram formas desiguais
de convivência, é possível se planejar e lutar por uma humanidade mais justa,
fraterna, cooperativa e igualitária.
Fruto dessas lutas, surgiram alguns documentos importantes que servem
para anunciar esse desejo humana e tentar garantir a construção de uma nova
sociedade.
Dentre esses documentos está a Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos, proclamados pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1948.
Leia um trecho dela:
Explicar o que é a ONU e sua importância.
116
Identidade social:
Unidade
Analisar a imagem de abertura,
contextualizando (autor e obra).
2 formasde
participação Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
ANDRADE, Carlos Drummond de. Retrato de família. In: Antologia Poética. Lisboa: Dom Quixote, 2001.
Acervo Iconographico
Brasil, a família não se com-
punha apenas de marido,
mulher e filhos. Era um ver-
dadeiro clã, incluindo a es-
posa, eventuais (e disfarçadas)
concubinas, filhos, parentes,
padrinhos, afilhados, amigos,
dependentes e ex-escravos.
Uma imensa legião de agre-
gados, submetidos à autorida-
de indiscutível que emanava
da temida e venerada figura Família no parque cerca de 1905.
do patriarca. Temida porque
possuía o direito de controlar a vida e as propriedades de sua mulher e filhos; ve-
nerada porque o patriarca encarnava, no coração e na mente de seus comandados,
todas as virtudes e qualidades possíveis a um ser humano.
Enciclopédia Nosso Século: Brasil – 1900/1910. São Paulo: Abril, 1980.
O objetivo é demonstrar a evolução da família, como ocorre com todas as instituições humanas.
Cuidar com os juízos de valor. A cada época e a cada cultura corresponde um tipo de família.
GLOSSÁRIO
Tendo como referência as famílias que você conhece, discuta com seus colegas
sobre algumas características da organização familiar atual:
W.Commons
quizadas. Às mulheres ficou reservada
a função de procriar, educar os filhos e
cuidar dos afazeres domésticos.
Em muitas sociedades antigas, nas
quais havia escravidão, como entre os
gregos e os romanos, o patriarca era
dono de escravos e passou também a
deter a posse de todos os membros de
sua família, principalmente das mulheres
e crianças.
No decorrer dos séculos, ocorreram
grandes mudanças na estrutura familiar,
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
122
1. Por que a mulher era considerada uma divindade entre os povos primitivos?
Por ser vista como a gestora da vida.
2. Deem exemplos de mulheres que ocupam cargos de comando e demonstram
eficiência.
Resposta pessoal.
3. Capacidade intelectual, artística e de gestão dependem do sexo da pessoa?
Não. A capacidade intelectual depende principalmente do processo de educação e de inserção social da pessoa.
4. Como está estruturada nossa sociedade hoje, com relação ao papel do homem
e o da mulher? Atualmente a sociedade passa por profundas mudanças, nas quais homens e mulheres
exercem cada vez mais papeis iguais e têm os mesmos direitos.
INGRES, Jean Auguste Dominique. Júpiter e Tétis. FEUERBACH, Anselm. Gaea. 1875. Óleo
1811. Óleo sobre tela, 327 cm x 260 cm. Museu Granet sobre tela, 113 cm x 80 cm. Museu Hamburger
(França). Kunsthalle, Hamburgo, Alemanha.
123
Segundo o artigo 70, da Lei n.° 11.340/2006, são formas de violência do-
méstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I- a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integri-
dade ou saúde corporal;
II- a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comporta-
mentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto,
chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qual-
quer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodetermi-
nação;
III- a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a pre-
senciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
Partir de alguns questionamentos sobre como os alunos pensam sobre a questão da dominação de gênero.
124 Debater sobre as formas de violência contra a mulher apresentadas no texto.
Roda de conversa
Nasup/Shutterstock
discuta com seus colegas:
1. O que ela representa?
2. Esse modelo de família é
comum a todas as famílias
que você conhece?
3. Existem famílias diferen-
tes dessa que aparece na
imagem?
4. Dê exemplos de outros ti-
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
pos de família.
GLOSSÁRIO
Produção de texto
Com o auxílio do professor, escrevam um texto coletivo em forma de um título de man-
chete que caracterize a família atual.
130
Escreva, no seu caderno, os verbetes abaixo, anotando ao lado de cada um deles Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
a palavra “aumentou” ou “diminuiu” referente ao índice de 2010 com relação ao que
era em 2000:
Aumentou.
União –
Diminuiu.
Casamento civil e religioso –
Pessoas separadas – Aumentou.
131
kurhan/Shutterstock
Observe a imagem e discuta com
seus colegas:
1. O que ela representa?
2. Você acha que nos tempos dos
seus avós seria possível uma cena
como essa?
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
Flashon Studio/Shutterstock
dono da fazenda.
De 1760 a 1850, a revolução se restringe
à Inglaterra. A preponderância é de produção
de bens de consumo, especialmente têxteis e
a energia a vapor.
A abolição da escravatura representava,
ao mesmo tempo, uma mudança na socieda-
de brasileira e um avanço econômico.
Negros escravos libertos, sem posse al-
guma e sem trabalho, lotaram as periferias
das cidades. Proprietários de fazendas e in-
dustriais preferiam adotar a mão de obra as-
salariada dos imigrantes, que então vinham
em massa para o Brasil.
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
4. Que heranças nós podemos perceber na nossa sociedade atual fruto da abolição
da escravatura? Asegregadas,
grande quantidade de pessoas negras e mulatas vivendo em condições de pobreza,
marginalizadas e discriminadas.
5. Baseados na imagem do “Pai de uma família atual cuidando de seu filho”, discuta
134 sobre o papel do pai na família atual. Atemos
família atual não possui um único padrão. Ao contrário,
hoje variados tipos de família e formas diferentes de
sua organização.
PENHA, Ariane Rafaela Brugnollo; LIGERO, Gilberto Notário. Teoria Geral da família. Disponível em:
<www.intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1634/1557>. Acesso em: 21 de
mar. 2013. Segundo Roberto Senise Lisboa (2004, p. 44).
135
GLOSSÁRIO
136
Diversidade cultural –
Unidade brasileira
Gerson L. Ferreira
América do Sul
Mas essa riqueza acabou atraindo também outros povos, que a roubavam do
nosso litoral.
Diante disso, Portugal, que já havia mandado várias expedições para explorar as
riquezas do litoral, resolveu mandar expedições para vigiar os ataques de outros povos.
Não deu certo.
O governo de Portugal resolveu então dar início à colonização do Brasil. Man-
dou a expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza. Após navegar ao longo
do litoral brasileiro, escolheu um lugar para fundar uma vila. Ela foi a primeira vila
do Brasil: São Vicente, no litoral de São Paulo, fundada em 1532.
Assim, começava a colonização e a ocupação efetiva do Brasil pelos portu-
gueses. Era preciso fundar mais vilas e fortes para a defesa do litoral. Desta forma,
foram surgindo outras vilas: Santos, Olinda, Salvador, Natal, Fortaleza, e outras, ao
longo do litoral.
Mas, mesmo assim, a colonização estava muito difícil.
O governo português tomou então outra atitude: dividiu o Brasil em Capitanias
Hereditárias, conforme você já estudou. Mas, apenas duas das Capitanias Heredi-
tárias deram certo: a de São Vicente (São Paulo) e a de Pernambuco.
Para tentar organizar melhor a colonização e a ocupação das terras brasilei-
ras, o governo português criou, em 1549, o Governo-Geral. O Governador- -Geral
morava em Salvador, na Bahia, e de lá administrava todo o Brasil.
Os moradores da capitania de São Vicente estavam na pobreza, já que a lavou-
ra de cana-de-açúcar dava pouco lucro. A saída foi, então, fazer expedições para o
Laércio de Mello
LEGENDA
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
Escala aproximada
1 cm = 415 quilômetros
Fonte: Com base cartográfica do IBGE OLIVEIRA, Cêurio. Revista Brasileira de Geografia 1940 e do Atlas
Histórico Escolar. Rio de Janeiro: Fename, 1977.
Laércio de Mello
Evolução do território brasileiro
141
Laércio de Mello com base cartográfica do IBGE OLIVEIRA, Cêurio. Revista Brasileira de Geografia 1940
e do Atlas Histórico Escolar. Rio de Janeiro: Fename, 1977.
Demonstrar que a população brasileira se concentra mais nas regiões litorâneas exatamente pela sua forma de ocupação.
Saber mais
Com auxílio do seu professor, leia o texto de biografia sobre Domingos Jorge Velho
Auxiliar os alunos, expondo um mapa do Brasil, para que eles possam fazer as localizações necessárias.
Roda de conversa O objetivo é apenas permitir aos alunos expressarem seus conhecimentos
sobre o assunto, a partir da obra de arte.
Roda de conversa Nessa roda de conversa, avaliar apenas o que o aluno já sabe sobre o
assunto.
O Brasil se libertou de Portugual. Agora era formado por um povo livre, so-
berano.
Teria que caminhar por si mesmo. Organizar-se como uma nação.
Discuta com seus colegas e exponha suas ideias oralmente:
O que significou aquele dia de 7 de setembro para milhões de brasileiros que aqui
viviam como escravos ou como homens livres, porém pobres?
Nada significou para as camadas populares, pois além de elas não terem participado do processo, em nada ele alterou
suas vidas.
D. Pedro se declarou então rei do Brasil, com o nome de D. Pedro I.
Assim, o Brasil Independente se tornou uma monarquia.
Nem todas as províncias do Brasil aceitaram a independência. Algumas, por-
que eram governadas por portugueses que preferiam ficar ligados a Portugal; outras,
porque os brasileiros não queriam a independência nas mãos de um estrangeiro,
já que D. Pedro era um português.
148
Jean-Baptiste Debret/W.Commons
D. Pedro não fez um bom governo. Perce-
bendo que perdia apoio das elites brasileiras,
preferiu renunciar ao governo do Brasil e vol-
tou para Portugal, após nove anos de governo.
Deixou seu filho como herdeiro, que ti-
nha apenas cinco anos de idade.
Por isso, enquanto ele não chegasse à
maioridade, o Brasil passou a ser governado
por regentes; isto é, governantes provisórios em
nome de outra pessoa.
Esse foi um período difícil para o Brasil.
governava o Brasil em nome do seu pai, D. Pedro II, que estava em tratamento de
saúde fora do Brasil.
Deixando de ser escravo, o negro era transformado em cidadão sem poder
viver a cidadania; homem livre sem poder participar da vida nacional; trabalhador
braçal sem poder usufruir dos bens que produz. Ficou marginalizado.
De um modo geral, a situação do negro não melhorou com a Lei Áurea. Para
muitos, piorou. Os negros se viram sem garantia de trabalho, sem instrução, sem
assistência, sem terra para cultivar, sem casa para morar, sem dinheiro.
A maior parte foi para as cidades, pensando que lá viveriam melhor. Foram
discriminados de todo jeito. Muitos se tornaram escravos do desemprego, da fome,
da miséria. Por isso, muitas comunidades negras de hoje não comemoram o dia
13 de maio. Preferem comemorar o dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi,
símbolo da luta do negro pela liberdade.
150 Demonstrar que foram feitas várias leis abolicionistas e que, portanto, a abolição não se deu apenas pela Lei Áurea.
Discuta com seus colegas sobre a frase a seguir e escreva o resultado no seu
caderno:
O negro foi libertado, mas não passou a ser verdadeiramente um cidadão.
O número de imigran-
Guilherme Gaensly
tes continuava a aumentar.
Trazidos principalmente para
o trabalho na agricultura do
café e na indústria que inicia-
va no Brasil.
Realmente, o Brasil ha-
via mudado. Com as mu-
danças na economia e a
vinda de imigrantes euro-
peus, surgiram novas ideias,
apoiadas por militares e por
parte das elites. Era melhor Imigrantes italianos chegando ao Brasil.
uma nova forma de governo,
pensavam. Uma forma de governo igual a dos Estados Unidos, onde não havia rei.
Uma forma de governo com presidente eleito pelo povo, mas não por todo o povo,
conforme o desejo das elites.
Essa nova forma de governar era chamada de República. E assim foi feito.
Em grupo
Justifique oralmente as afirmativas, trocando ideias com seus colegas:
1. Logo após a independência do Brasil, todas as províncias brasileiras aceitaram a
independência.
Não. Ocorreram revoltas em províncias como Bahía, Maranhão e Pará.
2. A independência do Brasil foi um movimento pacífico.
Não, devido às revoltas citadas.
3. Na época da Regência aconteceram muitas revoltas no Brasil.
Sim, como a Cabanagem, a Sabinada, a Balaiada e a Farroupilha.
4. A maior riqueza no Brasil na época do Império foi o café.
Sim.
5. Por querer garantir o seu desenvolvimento econômico, o Brasil passou a ter riva-
lidade com seus países vizinhos.Sim. Um exemplo disso foi a Guerra do Paraguai. Mas também
tivemos problemas de fronteiras com o Uruguai, o Peru e a Bolívia.
6. Com a Lei Áurea, muitos negros ex-escravos passaram a viver dignamente nas
151
grandes cidades. Não. Ao contrário, ficaram na marginalidade.
Pesquisa
Com o auxílio do professor, pesquise sobre o seu Estado e anote o resultado
no seu caderno:
• Como ele se chamava na época do Brasil Colônia?
• E na época do Brasil Império?
• Ele se separou de alguma outra Província ou Estado?
• Em que data é comemorado o “dia” do seu estado?
• Quais foram as maiores riquezas que fizeram o Estado se desenvolver?
• Desenhe um mapa do seu Estado, anotando nele as principais cidades.
© BernardBreton/Fotolia.com
postas:
1. O que ela representa?
2. Existem muitas situações co-
-mo essa da imagem espalha-
das pelo Brasil?
3. Que dificuldades passam as
pessoas que vivem nessa situa-
ção?
4. Já se passaram quase duzen-
tos anos da nossa independên-
cia e por que ainda temos brasi-
leiros vivendo assim?
5. Que soluções deveriam e de-
152 vem ser tomadas para melhorar Favela da Rocinha, 2007.
essa situação? 1. As péssimas condições de vida de boa parte da população brasileira.
2. Sim. Principalmente nas grandes cidades.
3. Falta de saneamento básico, dificuldade de moradia, dificuldade de locomoção, Etc.
4. Por falta de políticas públicas eficazes.
5. (Respostas dos alunos).
Roda de conversa
Governo Brasileiro/W.Commons
uma região ou de uma nação. O Brasil já teve
dois brasões, representados nas figuras ao
lado.
Com o auxílio do professor, interprete-as
junto com seus colegas.
1. O que eles representam?
2. Que símbolos eles têm em comum?
3. Que data está assinalada no segundo
Jean-Baptiste Debret/W.Commons
brasão e qual o porquê dessa data?
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
Proclamação da República
As ideias republicanas no Brasil surgiram de uma hora para a outra e culmi-
naram com o ato da Proclamação, no dia 15 de novembro de 1889.
Os ideais da Revolução Francesa (de 1789 a 1799), inspiraram as ideias repu-
blicanas de intelectuais e políticos brasileiros.
154
Em 1792, morre Tiradentes, hoje símbolo da luta por um Brasil livre do jugo
português.
Saber mais
Otto Hees/W.Commons
xou o poder e foi exilada
do Brasil.
Um grupo de mili-
tares e de civis, coman-
dados pelo Marechal
Deodoro da Fonseca, as-
sumiu o governo.
Uma nova Cons-
tituição foi feita. Mas
nem todos os brasileiros
podiam participar como
verdadeiros cidadãos. As
mulheres, os analfabetos
e os soldados não po-
diam votar ou serem
eleitos. Isto é, a maioria Última foto de D. Pedro II e a família imperial antes da proclamação da república.
da população ficava fora Da esquerda para a direita: imperatriz Tereza Cristina (esposa), D. Antônio (neto),
das decisões políticas. princesa Isabel (filha), imperador Pedro II, D. Pedro Augusto (neto), D. Luiz (neto),
conde D’Eu (genro, marido da princesa Isabel) e D. Pedro de Alcântara (neto).
Na realidade, boa
parte dos eleitores tam-
bém não era livre para
votar, pois tinha que votar em público. O voto não era secreto.
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
Destacar que a luta da mulher pelos seus direitos e pela igualdade é relativamente nova e está inserida dentro da
sociedade industrial que “retirou” a mulher de sua submissão doméstica para se inserir no mercado de trabalho, embora
ainda exerça dupla função em muitas famílias.
Acervo Iconographia
leituras e a supervisão
dos trabalhos domés-
ticos. Até mesmo as li-
nhas de parentesco, tão
caras à sociedade pa-
triarcal, só se tornavam
“efetivas” quando provi-
Acervo Iconographia
semana de trabalho de cinco
dias e meio, fim do trabalho do
menor, segurança no trabalho
e pontualidade no pagamento
dos salários. Além dessas, surgi-
ram outras reivindicações feitas
ao governo, como redução dos
preços dos aluguéis e do custo
dos alimentos, respeito ao direi-
to de sindicalização, libertaçãoGreve geral. Grevistas descem ladeira do Carmo, em direção ao Brás.
dos operários presos e recontra-São Paulo, 1917.
tação dos grevistas. O governo e
os industriais foram obrigados a negociar com os operários, que tiveram algumas de
suas reivindicações atendidas, tais como aumento salarial, pagamento de salários
fixos a cada mês, recontratação dos grevistas e promessa quanto à melhoria de
condições de vida dos operários.
Nos campos, no interior do Brasil, também surgiam movimentos de descon-
tentamento.
Grupos de militares igualmente se manifestavam descontentes, sendo que
muitos se revoltavam.
As elites brasileiras também estavam divididas. Algumas desejavam manter a situa-
ção que estava e que lhes interessava, outras, porém, queriam mudanças que pudessem
permitir o seu desenvolvimento. Eram principalmente as elites ligadas à indústria.
1. Se a mulher não votava, ela não era considerada cidadã? Qual a sua opinião?
Resposta pessoal.
2. Algumas mulheres também foram para a guerra e exerciam papéis importantes.
O que elas faziam lá?
Em geral serviam como enfermeiras e serviços administrativos.
3. Como os homens adultos foram para a guerra, às mulheres cabia o papel de
produção de material bélico. Qual a sua opinião sobre isso?
Resposta pessoal.
4. Você conhece alguma profissão hoje, século XXI, que só o homem pode exercer?
Justifique.
Resposta pessoal.
Saber mais
No dia 1.o de maio é comemorado o Dia do Trabalho na maioria dos países indus-
trializados. A data homenageia oito líderes trabalhistas norte-americanos que foram
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
Roda de conversa A imagem expressa uma das formas de repressão do regime ditatorial: a
censura. Deixar os alunos expressarem seus conhecimentos sobre isso.
Governo Brasileiro/W.Commons
Mas o governo de Getúlio Vargas durou quinze
anos, tornando-se, com o tempo, uma ditadura vio-
lenta. Por isso mesmo foi também um governo de
muitas dificuldades políticas.
Durante o governo Vargas ocorreu a Segunda
Guerra Mundial (de 1939 a 1945), que mexeu com
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
Após o governo de Getúlio foi feita outra Constituição, bem mais democrá-
tica. Foi a primeira Constituição de cuja elaboração representantes das camadas
162
populares puderam participar.
Saber mais
A seguir, você encontra dois dos mais importantes artigos da Declaração dos
Direitos da ONU. Leia-o com o auxílio do professor.
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Artigo XXIII
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições
justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual
trabalho.
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória,
que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a
Instalou um governo militar ditatorial. Muita gente concordou. Muita gente dis-
cordou. Ocorreram práticas de repressão e de autoritarismo. Houve muito progresso
econômico de um lado, mas, ao mesmo tempo, aumentou o nível de pobreza de
boa parte da população.
Para crescer, o País aumentou a sua dívida com outros países, pois passou
a pedir emprestado o dinheiro que não tinha e queria. É isso que chamamos de
dívida externa. Ocorreu também um bom desenvolvimento econômico, mas, ao
mesmo tempo, a classe trabalhadora ficou mais empobrecida com a desvalorização
do seu salário. A cidades cresceram bastante com o aumento do êxodo rural. Isso
significou maior quantidade de pessoas vivendo em áreas de favelas, com baixa
qualidade de vida.
O povo ficou novamente sem participar.
Por algum tempo, apenas...
164
Folhapress
participação do povo e
garantisse novos direi-
tos. Os novos governos
tiveram e têm até hoje
a árdua tarefa de desen-
volver o país econômica
e socialmente.
Hoje, o País tenta
3. Que soluções, vocês enquanto cidadãos, sugerem para sanar tais problemas? 165
Resposta pessoal.
Desesperar Jamais
Ivan Lins
166
Roda de conversa
Direitos adquiridos
A Constituição de 1934, feita no governo de Getúlio Vargas, trouxe avanços
para a sociedade brasileira e para a classe trabalhadora. Ela instituiu o salário mí-
nimo, a jornada de trabalho de oito horas diárias, o repouso semanal e as férias
anuais remuneradas.
Infelizmente, porém, logo após ela, Getúlio impôs outra constituição, em 1937,
que restringia os direitos políticos dos cidadãos e instituía uma ditadura que durou
por oito anos.
Após seu governo ditatorial, uma nova constituição reorganizou o governo
democrático no Brasil, até que o regime militar instituído no Brasil impôs nova
constituição e fez várias alterações quanto aos direitos políticos dos brasileiros. 167
Art. 1.o - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático
de direito e tem como fundamentos:
I - a soberania; Soberania significa a independência nacional, isto é, que o país não deve
se submeter ao poder ou interesse de nenhuma outra nação.
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
GLOSSÁRIO
Soberania – independência.
Livre iniciativa – iniciativa particular, não governamental.
Pluralismo político – que tem vários partidos políticos
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores ur- família, como moradia, alimentação, educa-
banos e rurais, além de outros que visem à ção, saúde, lazer, com reajustes periódicos
melhoria de sua condição social. que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
I- relação de emprego protegida contra
despedida arbitrária ou sem justa causa, V- piso salarial proporcional à extensão e à
nos termos de lei complementar, que pre- complexidade do trabalho;
verá indenização compensatória, dentre
VI- irredutibilidade do salário salvo o dis-
outros direitos;
posto em convenção ou acordo coletivo;
II- seguro-desemprego, em caso de de-
VII- garantia de salário, nunca inferior ao
semprego involuntário;
mínimo, para os que recebem remunera-
III- fundo de garantia do tempo de serviço; ção variável;
IV- salário mínimo fixado em lei, nacional- VIII- décimo terceiro salário com base na
mente unificado, capaz de atender às suas remuneração integral ou no valor da apo-
168
necessidades vitais básicas e às de sua sentadoria;
1. Quais as condições de vida das pessoas que recebem o salário mínimo mensal?
Normalmente não conseguem viver com dignidade, pois o salário mínimo nem sempre é suficiente para garantir
dignidade de vida ao indivíduo e sua família.
2. Qual a importância da carteira de trabalho?
Ela é o documento oficial do trabalhar e funciona como um contrato de trabalho.
3. O que é FGTS?
Significa Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
4. O que ainda precisa ser feito para melhorar as condições do trabalhador no Brasil?
Resposta pessoal.
5. De que forma os trabalhadores podem reivindicar melhorias e lutar por seus di-
reitos, quando eles não são respeitados?
Pela via da negociação ou pela via da pressão (direito de greve, por exemplo).
Pesquise qual o valor do salário mínimo atual. Compare o valor do salário mínimo com
o salário que você ganha ou da pessoa que sustenta sua família.
Depois, com o auxílio do professor, faça cálculos dos gastos que sua família tem com
água, luz, moradia, saúde, alimentação, transporte, educação.
Note os cálculos no seu caderno.
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
Direitos à educação
Em 1990 foi promulgado o Estatuto da Criança e do Adolescente, que esta-
belece direitos especiais que o governo e a sociedade devem ter para zelar pelo
crescimento saudável de nossas crianças e adolescente. O Artigo 53 diz que:
170
172
Desabamento causado por fortes chuvas em abril de 2012, Devastação causada pelo furacão Katrina na cidade de
em Teresópolis (RJ). Nova Orleans (EUA), em agosto de 2005.
Professor: Informe seus alunos que o IPCC ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas é o nome de uma
entidade criada em 1988, pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o
174 Meio Ambiente (Pnuma). O IPCC é organizado em três grupos de trabalho. O Grupo I se concentra no tema clima. O Grupo
II trata dos impactos das mudanças de clima e possíveis soluções, e o Grupo III estuda as dimensões econômicas e sociais
dos efeitos da mudança climática.
Os agradáveis e belos
momentos que o Planeta
nos oferece estão se modi-
ficando e essas alterações
negativas se multiplicam,
visíveis ou silenciosas.
Cientistas se dividem em
opiniões: uns acreditam
que é apenas um dos ciclos
vitais pelo qual o Planeta
passará. Outros alertam
Praia em Barra do Santo Antônio. (AL), 2010.
175
Saber mais
baixo carbono.
Disponível em: <www.brasil.gov.br/cop17/panorama/painel-intergovernamental-sobre-mudancas-climaticas-ipcc>.
Acesso: 21 jan.2013.
O diálogo fornece a você dados que lhe permitem estabelecer a diferença entre
tempo e clima? Por quê?
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno responda que o clima é o estudo médio do tempo para um determinado período
(meses ou anos) que se repete continuamente em certa localidade ou região. O tempo é a condição meteorológica de
177
Saber mais
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Professor: explique aos alunos que, segundo o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), tempo e clima
são dois termos que estão intimamente relacionados, mas, mesmo assim, são distintos. É bom lembrar
que temperatura, chuva, vento, umidade, nevoeiro, nebulosidade, etc., formam o conjunto de parâmetros
do tempo (estado instantâneo da atmosfera), e que o clima corresponde ao comportamento das condições
atmosféricas de determinado lugar por muitos anos sucessivos.
178
Hannamariah/Shutterstock
tações do ano” e estabeleça a relação que o
autor faz entre o clima e as estações do ano
e sua influência nas atividades humanas.
Você conhece mapas com temas diversos? Cite alguns. Conhece também
todas as possibilidades que a leitura de um mapa apresenta? Sabe como eles são
produzidos?
Existe outra forma de orientação, mais informal, semelhante a um mapa, que,
mesmo não sendo confeccionada por um cartógrafo, nós podemos elaborar? Qual é?
180
Gerson L. Ferreira
Fonte: Adaptado do Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
2. Cite outras informações que você pode obter da leitura desse mapa.
Ele informa os pontos cardeais; o tamanho do mapa em relação ao tamanho do espaço real, isto é, a escala; e a
3. Você conheceu, utilizou, manuseou ou leu algum outro tipo de mapa que foi
muito importante para a sua vida pessoal? Qual foi? Em qual ocasião?
Resposta pessoal.
181
Leitura
182
183
Saber mais
Pesquise sobre o Novo Código Florestal Brasileiro e o que ele fala em relação
às APPS – Áreas de Preservação Permanente – como as matas ciliares, que atuam
como proteção ao assoreamento das margens de rios, lagos, várzeas, provocados
por desmatamento, poluição e chuvas excessivas.
Analise esse assunto, que gerou muita polêmica entre ambientalistas e ruralistas
no Congresso Nacional, e exponha sua opinião crítica concluindo se irá prejudicar o
produtor rural, embora pretenda proteger mais o meio ambiente.
© gaelj/Fotolia.com
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
184
Cataratas do Iguaçu – Unidade de conservação do Brasil. Foz do Iguaçu (PR), 2006.
• De onde vem a água que chega até a sua casa? Ela é necessária para
você?
• Você já passou por um racionamento de água na sua cidade?
• Já sofreu um longo período de seca na sua região?
• A tubulação de água que chega até a sua casa já apresentou problemas
e o fornecimento ficou paralisado por algumas horas?
• No lugar onde você mora existe água encanada? Se a resposta for nega-
tiva, aponte as dificuldades que isso gera para a sua família.
Se respondeu “sim” para alguma dessas perguntas, você deve estar perceben-
do como a água é importante para você, para sua família e para todos.
Resposta pessoal.
Médias globais
Resposta pessoal.
185
Cide Gomes
186
http://blogconsultoria.natura.net/dicadesexta-n156-dia-mundial-da-agua-2013/adaptado
O ano de 2013 foi declarado na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU)
como o Ano Internacional das Nações Unidas de Cooperação da Água. [...] O objetivo
deste Ano Internacional é aumentar a conscientização e o potencial para uma maior
cooperação entre os países e povos, e alertar sobre os desafios da gestão da água
em função do aumento da demanda por acesso à água, distribuição e serviços. [...]
Também será uma oportunidade para aproveitar a dinâmica criada na Confe-
rência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), e apoiar
a formulação de novos objetivos que vão contribuir para o desenvolvimento dos
recursos hídricos de forma verdadeiramente sustentável.
Disponível em: <www.rededasaguas.org.br/>. Acesso em: 21 fev. 2013.
SUGESTÃO DE SITE
<www.sosma.org.br/projeto/rede-das->aguas/>
8% está no Brasil
Gerson L. Ferreira
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
É importante que, ao conduzir esta atividade, você leve para a sala de aula um mapa político do Brasil e estabeleça
conexão entre os dois mapas, para que o aluno possa identificar a(s) bacia(s) que banha(m) o seu estado.
1. Observando o mapa, enumere, em seu caderno, todas as bacias hidrográficas
que nele constam.
Obras de transposição do Rio São Francisco, 2008. Canal para irrigação construído pelo Exército Brasileiro,
parte da obra de transposição do Rio São Francisco. 2011.
189
Pense nos variados tipos de vegetação que temos no Brasil e escreva, no ca-
derno, as cinco primeiras palavras que lhe vierem à mente. Leia para seus colegas
e verifique se houve coincidência nas respostas.
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Peça ao seu professor que escreva no quadro aquelas que se repetiram com
mais frequência.
A seguir, exponha para o grupo o que você conhece a respeito das caracterís-
ticas das vegetações apontadas.
190
© chris74/Fotolia.com
Cactus em São João do Sabugi (RN), 2011. Floresta Amazônica, 2008.
Alicia Yo/W. Commons
Ulfl/W. Commons
Pantanal mato-grossense, 2007. Rebanho bovino pastando em planície do pampa.
191
brasileira.
Sistematizando
O espaço geográfico é um lugar muito diversificado e a vegetação é um dos elemen-
tos que mais se destacam nas paisagens. A paisagem vegetal brasileira e as relações que
os seres humanos estabelecem com ela provocam várias transformações em nosso meio
ambiente.
As características dos variados tipos de vegetação estão relacionadas diretamente
ao clima, porém, essa regra se aplica somente para a vegetação natural ou nativa, como
aquelas que ainda podemos encontrar na Região Amazônica. Cada tipo de vegetação
diversificada encontrada no espaço geográfico depende também de outros elementos,
como a extensão territorial, o solo, o relevo, a altitude, a latitude e a hidrografia.
Leia as principais características da vegetação brasileira e identifique com números as
imagens apresentadas.
W. Commons
Ajancso/Shutterstock
© Marco Sádio/Fotolia.com
(5) Mata de Araucárias (6) Mata dos Cocais (8) Campos
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
194
© bst2012/Fotolia.com
© absolut/Fotolia.com
Identidade social:
Unidade
2 formasde
participação
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Nesta unidade, iremos discutir a participação e atuação do ser humano na sociedade.
• A importância da identidade social gerada por meio da nossa participação em va-
riados grupos.
• Os objetivos de grupos sociais constituídos legalmente para promoção de melho-
rias.
• A atuação e responsabilidade decorrentes da participação como membros de uma
sociedade.
• A mensuração de nossa qualidade de vida por meio do Índice de Desenvolvimento
Humano.
• A expectativa de vida do brasileiro e a qualidade de vida. 195
196
3. Se você participa de algum desses grupos, cite o nome e explique os objetivos dele.
1 Noruega 0,955
2 Austrália 0,938
3 Estados Unidos 0,937
4 Países Baixos 0,921
5 Alemanha 0,920
6 Nova Zelândia 0,919
7 Irlanda 0,916
7 Suécia 0,916
9 Suíça 0,913
10 Japão 0,912
Fonte: <www.pnud.org.br/atlas/ranking/IDH_global_2011.aspx?indiceAccordion=1&li=li_Ranking2011>.
200
Espera-se que o aluno conclua que não basta a longevidade se ela não vier acompanhada de qualidade de serviços
prestados à essa faixa etária, como demonstram as duas últimas imagens: falta de moradia e de atendimento médico
digno.
Leitura
Após a leitura da notícia, discuta com seus colegas e professor estas questões.
Pode-se dizer que a desatenção do governo com as pessoas idosas atinge ape-
nas as classes mais pobres da população? Qual seria o motivo da recusa do casal
em ser encaminhado para um abrigo de idosos? Considerando-se que o homem
recebia uma renda mensal, qual seria o motivo de ter perdido a sua moradia? Por
que mesmo as pessoas que possuem escolarização em nível elevado, quando se
aposentam têm, muitas vezes, a sua qualidade de vida rebaixada? 203
1. Segundo o texto, sintetize nas linhas abaixo o que está ocorrendo com a expec-
tativa de vida dos brasileiros.
A expectativa de vida dos brasileiros está aumentando e representou um ganho a população mascolina. Ainda assim,
em 2011, recém-nascido homem esperaria viver 70,6 anos, ao passo que as mulheres viveriam 77,7 anos.
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
3. Converse com seus colegas e pesquise nas famílias às quais vocês pertencem qual
é a proporção entre homens e mulheres acima de 60 anos e que ainda estão
vivos. Escreva o número de famílias pesquisadas e o percentual obtido por sexo
(mais homens ou mais mulheres) e elabore um resumo a respeito, expondo pos-
teriormente na sua sala de aula.
204 Resposta pessoal.
Forme dupla com um colega e, conversando entre si, analisem as frases e de-
batam sobre a velhice.
A seguir, assinalem a opção que mais se assemelha ao pensamento comum
da dupla. Se houver discordância, utilize as linhas para escrever o que você
pensa a respeito.
1. Ao dizer a frase, Simone de Beauvoir quer alertar as pessoas que não pensam no
futuro que as aguarda.
( ) sim ( ) não
Resposta pessoal.
206
207
Roda de conversa
Na sua classe existem idosos? Se a resposta for positiva, procure debater dire-
tamente com eles a respeito do cumprimento ou não dos artigos enumerados. Em
caso negativo, analise detalhadamente suas opiniões e promova discussões base-
adas em experiências de idosos que vocês conhecem.
Peça ao professor que vá anotando no quadro de giz, para posteriormente vo-
cês emitirem uma opinião conclusiva e proporem formas de atuação para amparo e
melhorias na qualidade de vida dos idosos.
1. Entreviste um idoso (de sua família ou não) seguindo este roteiro e, posteriormente
exponha os resultados para seus colegas e professor.
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
Saber mais
Você sabia que existe o Guia Global das Cidades Amigas do Idoso? Foi lançado pela
OMS (Organização Mundial de Saúde), por ocasião do Dia Internacional do Idoso, em 1º.
de outubro de 2007.
208
209
Fonte: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Guia Global: cidade amiga do idoso. Genebra, Suíça, 2008. Adap-
tado do Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
http://www.who.int/ageing/guiaafcportuguese.pdf
Jordânia, Amá
Líbano, Trípoli
Pasquistão, Islamabad
Pesquise
Procure dados para saber quais as providências que a cidade do Rio de Janeiro im-
plantou para receber o título de “cidade amiga dos idosos”. Registre-os abaixo.
Resposta pessoal.
210
Diversidade cultural –
Todos vocês, nesta sala de aula, partilham a mesma cultura? Conversem sobre
as diferenças culturais que o grupo possui.
Discutam cada um dos elementos citados ou outros que você acredita terem
contribuído para a variedade imensa de culturas que hoje o Brasil apresenta.
A letra da canção de Chico Buarque faz uma analogia entre a vida de uma pes-
soa e seus ancestrais. Você tem uma história semelhante para narrar? Isso também
aconteceu na sua família? Seus pais nasceram na mesma localidade onde vivem
atualmente ou vieram de outras cidades e regiões do país?
Descreva a sua história nas linhas a seguir sob a forma de poema ou de prosa,
como preferir. Após, leia para o grupo da sua sala de aula e para o seu professor.
Resposta pessoal.
212
Sabemos que muitas pessoas emigraram para o Brasil. Alguns, por vontade
própria para colonizar a nova terra descoberta; outros abandonando as condições
de vida insatisfatórias de seus países; outros, ainda, como os africanos, contra a sua
vontade, vieram na condição de escravos. Aqui encontraram um habitante nativo: o
indígena, com sua diversidade e seus costumes próprios.
Você concorda que todos contribuíram para criar a nossa pluralidade cultural?
Debata e justifique a sua opinião perante os seus colegas. Cite exemplos que você
conheça.
Juliana
Silva
Monir
Abraão
Franchesca Kioto
Matarazzo Tanigushi
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
Cide Gomes
Klaus Margarita
Schumacher Gonzáles
Esperança
Gonzáles
Heinz
Schumacher
214
Kristin Schumacher Javier Gonzáles
© davidein/Fotolia.com
vidor, fotografias retratam cotidiano
de trabalhadores que sobrevivem
do comércio em praias nordestinas
A Câmara dos Deputados apre-
senta até 12 de maio, no Espaço do
Você aprendeu anteriormente que entre as causas dos nossos movimentos mi-
gratórios o que predomina é a busca por melhores condições de vida.
Leia atentamente a letra da canção “Brejo da Cruz”, de autoria de Chico Buarque
de Hollanda, e depois responda às questões propostas.
Brejo da cruz
A novidade
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
© jokerpro/Fotolia.com
Uns têm saudade
E dançam maracatus
Uns atiram pedra
Outros passeiam nus
Cego tocando blues
Uns têm saudade
E dançam maracatus
Uns atiram pedra
Outros passeiam nus
Mas há milhões desses seres
Que se disfarçam tão bem
Que ninguém pergunta
De onde essa gente vem
São jardineiros
Guardas-noturnos, casais
São passageiros
Bombeiros e babás
Já nem se lembram
Que existe um Brejo da Cruz
217
identifica isso é o seguinte: “E desencarnando/ Lá no Brejo da Cruz/ (saem da cidade)Eletrizados/ Cruzam os céus do
2. Qual frase demonstra que os migrantes abandonam a cidade por questões so-
cioeconômicas?
“A novidade/ Que tem no Brejo da Cruz/ É a criançada se alimentar de luz”. A frase quer dizer que as crianças não têm
3. O que identifica que alguns ainda guardam laços com o seu lugar de origem?
A saudade que sentem é minimizada pela dança regional, o maracatu.
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
4. Cite alguns tipos de trabalho que os migrantes assumem na região para onde
migraram.
Resposta pessoal.
218
incentivar programas positivos como os tecnopolos, e ao mesmo tempo possibilitar condições para a população, de
220 Ocupação de moradias em área de manguezal, Cubatão Favela da Rocinha no Rio de Janeiro (RJ), 2007.
(SP), 2007.
221
3. São áreas marginalizadas no contexto social da cidade? Como isso pode ser com-
provado?
Resposta pessoal.
Sistematizando
Segundo historiadores, as favelas surgem no período da Guerra de Canudos, nos
idos de 1896/1897, que se desenrolou no Nordeste brasileiro. A cidadela de Canudos foi
construída nas imediações do Morro da Favela, que assim se denominava em razão de
uma vegetação que predominava no local denominada “favela”, característica da caatinga
nordestina.
Considera-se que as primeiras favelas surgiram no Rio de Janeiro logo após a Guerra
de Canudos e também em São Paulo. Seu aparecimento, entre outras causas, relaciona-
-se com a migração campo-cidade resultante da busca por melhores condições de vida.
As moradias são rústicas e improvisadas e normalmente ocupam áreas sem nenhuma
infraestrutura. Ali se mesclam diversas etnias com culturas também diversas.
Na maioria das vezes, seus habitantes são estereotipados, marginalizados e sofrem
preconceitos injustos, sendo tachados de “maloqueiros” e “marginais”. Não é incorreto
dizer que nas áreas ocupadas pelas favelas ocorre a convivência próxima de pessoas
honestas e desonestas. Porém, muitos ali habitam à espera de conseguir melhor forma de
222 sobrevivência em nossa sociedade desigual.
Roda de conversa
Observe a imagem a seguir. Ela se refere à cidade de São José dos Campos e
retrata a sede principal da Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica.
223
Sede da Embraer, em São José dos Campos (SP), 1997.
2. Formem grupos e pesquisem cinco características necessárias para que uma cidade
possa ser considerada um tecnopolo.
Universidades competentes que formam mão de obra altamente qualificada para o trabalho; desenvolvimento
constante em pesquisas para o avanço em novas tecnologias; instalações adequadas (preferencialmente construídas
pelo poder público); serviços modernos de telecomunicações; excelência na qualidade da produção, entre outras.
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
ou em processo de implementação em cidades onde já existem parques tecnológicos e grandes universidades que
224
Sistematizando
Em nosso país, o mesmo espaço geográfico que concentra tecnopolos (cidades com
tecnologia de última geração) reúne também aglomerações subnormais (favelas), como
são caracterizadas pelo IBGE. São duas faces do Brasil que, ao mesmo tempo, nos cho-
cam e preocupam. Essas paisagens demonstram as acentuadas diferenças sociais e eco-
nômicas que nem mesmo o processo de industrialização, pelo qual estamos passando,
conseguiu diminuir.
Não encontramos apenas o contraste tecnológico dos espaços ou apenas o das sub-
-moradias em nossas cidades. Outros problemas como educação, saúde, infraestrutura,
desemprego, violência, entre outros, são marcas visíveis da qualidade de vida não satisfa-
tória que ainda muitos brasileiros enfrentam.
Roda de conversa
GLOSSÁRIO
“É doloroso constatar que, no Brasil, 35% dos analfabetos já frequen-
taram a escola. As razões para o fracasso do País na alfabetização de Precoce:
seus jovens são várias: escola de baixa qualidade, em especial nas regi- aquele que
muito cedo
ões mais pobres do País e nos bairros mais pobres das grandes cidades; demonstra
trabalho precoce; baixa escolarização dos pais; despreparo da rede de capacidades
ensino para lidar com essa população. O mais preocupante é que, a des- ou habilida-
peito dos avanços conquistados, ainda observamos o baixo desempenho des próprias
de crianças
dos sistemas de ensino, caracterizado pelas baixas taxas de sucesso es- mais velhas
colar, sobretudo nos primeiros anos de escolaridade [...]” ou de adultos.
Analfabeto e Analfabetos
39% 39% 38% 37% 34% 27% 27%
Rudimentar funcionais
Analfabetizados
Básico e Pleno 61% 61% 62% 63% 66% 73% 73%
funcionalmente
Disponível em: <www.ipm.org.br/download/informe_resultados_inaf2011_versao%20final_12072012b.pdf>.
GLOSSÁRIO
Na tabela, pode-se observar a evolução dos
níveis de alfabetismo (analfabeto, níveis rudimentar, Analfabeto funcional – aque-
le que desconhece o alfabeto;
básico e pleno) e também uma classificação sintéti- que ou aquele que não sabe ler
ca que opõe o analfabetismo funcional (analfabeto nem escrever
absoluto e alfabetização rudimentar) à alfabetização Rudimentar – falta de desen-
volvimento, de profundidade;
funcional (níveis básico e pleno de habilidades). que contém apenas o essen-
Analisando a tabela responda: cial; resumido.
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
3. Em relação a esses dois níveis (analfabetos e rudimentar) o que você pode con-
cluir?
Resultou em uma redução do analfabetismo funcional de 12 pontos percentuais: de 39%, em 2001/2002, para 27%,
em 2011.
226
Em grupo
Comparem a situação dos operários no início do século XX com a atual situação
dos operários no início deste século. Há muitas diferenças? Quais são elas? Por que
ocorrem?
Anotem as conclusões e exponham oralmente para a turma.
2. Se você trabalha (ou trabalhou), como se realiza (ou realizava) o seu trabalho?
Explique.
Resposta pessoal.
229
6. “Se uma pessoa ficar desempregada, por um tempo excessivo, o fato pode ser
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
Resposta pessoal.
230
camponeses nas fazendas durante a colheita do café, produto muito importante na produção econômica da época.
renda para o Brasil pela exportação. A formação do capital a partir do comércio exportador e a valorização do café,
231
entre os produtos exportados, contribuiu para a expansão da nossa atividade industrial.
que só se sentirá honrado na vida se tiver um bom emprego e, na ausência deste, não consegue ser feliz.
© Luiz/Fotolia.com
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
232
Vista Aérea de uma fábrica de celulose em Eunápolis (BA), Indústria têxtil na cidade de Tubarão (SC), 2011.
2005.
2. Explique as razões que você acredita terem sido importantes para que esta in-
dústria se instalasse na sua cidade.
Resposta pessoal.
Sistematizando
O principal fator de produção, riqueza e desenvolvimento dos países é o trabalho. O
capital é o resultado da remuneração da produção, que, em círculos, pode e deve ser rein-
vestido para melhorar e aumentar a eficiência, a qualidade e o volume da própria produção.
234
Chargista: Amâncio
respeito da charge.
236
GLOSSÁRIO
Após a leitura dos textos sobre a situação da mulher traba-
lhadora no início do século XX, escreva um pequeno texto sobre Extradomés-
a situação da mulher trabalhadora neste início do século XXI. tico: além das
funções exerci-
Quais os direitos adquiridos? Ainda existe diferenciação entre das em casa.
os salários pagos para homens e mulheres? As condições de tra- Estafantes:
balho melhoraram? Como você analisa a situação da mulher que cansativas.
cumpre jornada dupla de trabalho? Isto é, que além de trabalhar Reivindica-
vam: reclama-
fora, ainda gerencia o seu lar? Os homens devem participar dos vam; exigiam.
trabalhos do lar, tanto quanto as mulher?
238
Acumulam, assim, afazeres do trabalho doméstico exercidos, paralelamente, às atividades de outro emprego.
Mulheres trabalhadoras
Elas estudam mais que os homens, sustentam 35% dos lares brasilei-
ros e representam mais de 42% dos trabalhadores no País. Nos últimos dez
anos, a renda total das mulheres aumentou 60% mais que a dos homens.
Hoje, dividem com eles o comando dos novos negócios brasileiros: 49,6%
dos que iniciam a carreira empresarial são do sexo feminino.
Os dados são do Global Entrepreneurship Monitor 2012 (GEM), rea-
lizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em
parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), e
apontam um cenário positivo para as trabalhadoras, mas ainda há desafios
239
[...]
240
Pesquisa
Reúnam-se em grupos e pesquisem sobre um dos temas a seguir:
• Como utilizar recursos naturais de forma sustentável;
• Consumo e sustentabilidade;
• Transportes e sustentabilidade;
• O que a população ganha com a prática da sustentabilidade.
Você poderá buscar dados para suporte de sua pesquisa na biblioteca de sua
escola, em revistas e livros e também na internet.
Após coletarem os resultados sob a forma de uma pesquisa, apresentem em
sala de aula e promovam discussões sobre o assunto.
Analise e reflita sobre a letra da canção “Pra sempre verde”, de Tom Jobim.
1. Você acha que canções como essa podem conscientizar as pessoas acerca da
preservação do meio ambiente? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal.
242
Você ou um de seus colegas deve ler em voz alta para a classe, trechos do livro
O País Distorcido, da Publifolha, que reúne textos publicados pelo geógrafo Milton
Santos na Folha de S.Paulo, de 1981 até sua morte, em 2001.
“A globalização é o estágio supremo da internacionalização. O processo de
intercâmbio entre países, que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde
o período mercantil dos séculos XVII e XVIII, expande-se com a industrialização,
ganha novas bases com a grande indústria, nos fins do século XIX, e, agora,
adquire mais intensidade, mais amplitude e novas feições. O mundo inteiro
torna-se envolvido em todo tipo de troca: técnica, comercial, financeira, cultural.”
Disponíve em:<www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u351805.shtml>. Acesso em: 10 amio 2013.
Resposta pessoal.
b) Em sua cidade há bares, lanchonetes, restaurantes, lojas e outros tipos de
comércio com nomes estrangeiros na fachada? Cite alguns e caracterize o
tipo de globalização que ocorre. Resposta pessoal, porém, espera-se que o aluno chegue a
compreensão de que o uso de palavras de outros idiomas
caracteriza a globalização cultural que, no caso do Brasil, está intimamente ligada ao uso de palavras da língua inglesa.
c) As rádios de sua cidade tocam mais canções brasileiras ou estrangeiras?
Qual tipo você prefere? Por quê?
Resposta pessoal.
d) Que marcas estrangeiras de carros você conhece? Quais montadoras estão
sediadas no Brasil? Que tipo de troca globalizada ocorre?
Resposta pessoal. O aluno deve citar que a troca globalizada é a comercial.
Em grupo
Seu professor vai dividir a classe em dois grandes grupos e sortear o grupo que de-
fenderá os prós e o que defenderá os contras da globalização. Ao final do debate, ambos
deverão apresentar uma conclusão sobre o tema.
Professor: aqui estão algumas sugestões que poderão ser ampliadas à seu critério.
PRÓS: a) permite maior troca cultural e tecnológica entre países que, se bem aplicadas, contribuirão na evolução cultural
244 e educacional. b) aumenta o fluxo comercial, o que poderá gerar mais riqueza ao país.
CONTRAS: a) cria maiores desigualdades, excluindo países e pessoas que não tem condições financeiras de acompanhar
avanços tecnológicos e sociais. b) gera instabilidades econômicas mundiais, pois qualquer crise que acontecer em
determinado país se alastrará como uma epidemia para diversas partes que, por não possuírem estabilidade, serão afetadas
mais profundamente.
Os seres
humanos
Unidade
1 eo
ambiente Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Nesta unidade, você vai compreender o corpo humano como uma complexa rede
de interdependência entre os sistemas que interage com o ambiente, numa dimensão
que vai muito além da biologia.
245
Cide Gomes
os laços mais próximos com
o grupo familiar, principal-
mente com a mãe, por um
período de tempo maior,
nos permitiram o convívio
com ensinamentos, cos-
tumes e tradições que são
passados de geração para
geração. Enfim, esta relação
construiu a cultura, que nos
deu identidade e nos diferen-
ciou dos outros animais.
Roda de conversa
– Por exemplo, que sistemas são acionados no ato de chutar a bola numa partida
de futebol?
© Rui Araujo?Fotolia.com
tar é uma ação voluntária, o comando parte
do cérebro – Sistema Nervoso Central; essa
ação vai movimentar ossos e músculos da per-
na – Sistema Locomotor; isso exige energia,
que vem dos alimentos digeridos – Sistema
Digestório. A glicose, produto da digestão, na
presença de oxigênio libera energia – Sistema
Respiratório. O oxigênio necessário para essa
reação é transportado pelo Sistema Circula-
tório.
No exemplo, o fato de chutar uma bola desencadeou, em segundos e simulta-
neamente, uma ação que envolveu uma rede de interdependência entre os diversos
órgãos, aparelhos e sistemas.
Complete o seguinte quadro.
Na ação de chutar a bola, quais sistemas foram envolvidos?
247
Dentritos
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Adriano Loyola
Axônio
Em grupo
© Rui Araujo/Fotolia.com
intestino, estômago, vasos sanguí-
neos e outros são formados por
tecido muscular liso, que possui
contração involuntária.
Outro tipo de tecido encon-
trado no nosso corpo é o muscular
cardíaco, que constitui o músculo
do coração e também possui con-
tração involuntária.
As contrações voluntárias
acontecem de acordo com nossa
vontade e são provocadas por es-
tímulos vindos do sistema nervoso
central. As involuntárias acontecem
independentes da nossa vontade e
são controladas pelo sistema nervo-
Esquema mostrando os músculos sem escala e cor fantasia.
so autônomo.
Crânio
© ilusjessy/Fotolia.com
Sistema esquelético: a sus- Maxilar
Clavícula
tentação do nosso corpo, prote- Mandíbula
ção dos órgãos internos e ponto Escápula
de apoio para a fixação dos mús- Úmero
culos são funções do sistema es- Esterno
Fíbula
3. Complete o quadro:
Músculo Tipo de contração Exemplo
Tecido muscular estriado
Voluntária Músculos do braço
esquelético
Produzindo energia...
Os sistemas envolvidos na produção de energia para movimentar ossos e
músculos são: digestório, respiratório e circulatório.
O sistema digestório é responsável pela transformação dos alimentos: o san-
duíche que você come só vai se converter em energia depois de passar por uma
série de transformações. Veja a seguir:
Na boca, o sanduíche é cortado, mastigado e triturado. Daí ele segue para a
faringe, o esôfago e cai no estômago. No estômago, sob a ação de enzimas e do
suco gástrico, o alimento é transformado em partículas menores. Depois, ele segue
252
para o intestino delgado, onde a digestão é concluída. Ainda no intestino delgado,
os nutrientes são absorvidos e caem na corrente sanguínea, sendo distribuídos para
Boca
Faringe
Adriano Loyola
Esôfago
Fígado
Estômago
Vesícula biliar
Intestino grosso
Intestino delgado
Apêndice Reto
vermiforme
Ânus
Esquema sistema digestório sem escala e cor fantasia.
1. O que pode acontecer com uma pessoa se os alimentos não forem bem digeri-
dos, os nutrientes devidamente absorvidos e os resíduos parcialmente eliminados?
a) Por que é importante mastigar bem os alimentos?
b) Por que o consumo constante de chiclete pode acentuar a gastrite e a úl-
cera?
c) O que é halitose e quais suas causas?
Em grupo
1. Por que os alimentos precisam passar pelo processo de digestão antes de serem 253
absorvidos pelas células?
5. Após a digestão, os nutrientes estão prontos para serem absorvidos. Como eles
chegam até as células?
Depois, o grupo se apresentará para a turma.
Complete o quadro com o que acontece com o alimento nos seguintes órgãos
do sistema digestório:
Órgão Ação
Intestino grosso Os resíduos (fezes) vão para o intestino grosso e são eliminados pelo ânus.
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Faringe
Laringe
Traqueia
Adriano Loyola
Pulmão
2. Em grupo, responda:
a) De onde vem o oxigênio necessário à respiração? Do ar.
Coração
Adriano Loyola
Vasos sanguíneos
por uma rede de vasos sanguíneos que formam o sistema circulatório. O sangue
circula impulsionado pelo coração.
Saber mais
Pressão arterial
É a pressão exercida pelo sangue nas paredes dos vasos sanguíneos. Ela é ne-
cessária porque mantém o sangue circulando pelo nosso corpo. A cada batimento
cardíaco, o sangue é impulsionado com pressão pelos vasos sanguíneos.
Significado dos dois números na medida da pressão: para medir a pressão ar-
terial é usado o esfigmomanômetro ou tensiômetro. Nesse procedimento são feitas
duas medidas: uma medida com o coração em sístole (contraído), e outra com o
coração em diástole (relaxado). Por exemplo, em uma pressão de 120/80mmHg, o
256 número 120 é a leitura do coração em sístole, e 80, do coração em diástole.
© naskybabe/Fotolia.com
guir um esfigmomanômetro ou tensiômetro.
A proposta é pesquisar se tem algum aluno
na sala de aula que possua esse aparelho e
que possa emprestá-lo. Se ninguém possuir,
a saída é convidar uma pessoa do posto de
saúde mais próximo para realizar essa tarefa.
O convite pode partir da direção ou mesmo
do seu professor.
Procedimento: de posse do esfigmoma-
nômetro, seu professor ou um funcionário do
posto de saúde iniciará a medição da pressão
nos alunos.
Um aluno fará a anotação das medidas
num quadro, por exemplo:
Esfigmomanômetro.
Com esses dados vocês saberão quantos alunos são hipertensos, quantos prati-
cam esportes e se a hipertensão está ligada ao sedentarismo. Os alunos hipertensos,
que não controlam a pressão, deverão ser encaminhados para o posto de saúde.
Depois, peçam ajuda para o professor de Matemática para elaborar um gráfico
com esses dados. O gráfico poderá ser publicado no mural da sala de aula. 257
Filtrando sangue...
O sistema excretor é responsável pela eliminação de produtos provenientes
do metabolismo celular, que é o conjunto das reações químicas que ocorrem na
célula.
O sangue circula por todos os órgãos e sistemas do nosso corpo, atingindo
todas as células. Nessa passagem, ocorre troca de substâncias entre eles, o sangue
deixa nutrientes e oxigênio e leva os produtos que devem ser eliminados. Esses pro-
dutos – excretas –, são levados pelo sangue até os rins, onde são filtrados, passam
pelos ureteres, chegam à bexiga, onde são armazenados e, em seguida, eliminados
para o exterior pela uretra.
Adriano Loyola
Rim
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Ureter
Bexiga
Uretra
Continuidade da espécie...
Desde que a vida se originou nesse Planeta, muitas espécies de seres vivos já
se extinguiram, outras surgiram, se adaptaram e se reproduziram. A reprodução é
um fenômeno que permite a conservação das espécies, pois tem a capacidade de
produzir descendentes.
O sistema genital, além do seu potencial em gerar filhos, também está ligado
à busca do prazer e da sexualidade. Esse momento de prazer compartilhado du-
rante uma relação sexual poderá se transformar em objeto de preocupação se as
pessoas envolvidas não se protegeram adequadamente. As consequências poderão
ser desde uma gravidez não planejada até contaminação por microrganismos e
transmissão de DSTs – Doenças Sexualmente Transmissíveis / AIDS.
Sexo seguro: muitos jovens acham que não é perigoso transar sem camisinha
apenas uma vez. Com essa mentalidade, muitos deles já experimentaram algumas
mudanças na sua adolescência, trocando os livros pelas fraldas ou até mesmo
Gravidez / Menstruação
Os espermatozoides e os ovócitos são células especiais, cuja função é a repro-
dução. Nos homens, os espermatozoides são produzidos pelos testículos, a partir
da puberdade e se mantém durante toda a vida. Na mulher é diferente, pois ela já
nasce com um determinado número de ovócitos I, que serão maturados na ovula-
259
Alguns dados...
Duração do ciclo menstrual: de 25 a 31 dias.
O 1º dia da menstruação inicia o ciclo menstrual.
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Obs: a urina é eliminada pela uretra, um canal que liga a bexiga ao exterior. A vagina é o órgão da cópula (ato sexual), canal
260 do parto e por onde são eliminados os produtos da menstruação.
Ovário Útero
Tuba uterina
Colo ou
Útero cérvix
Reto
Vagina
Vagina
Vulva
Genitais masculinos:
Os órgãos genitais masculinos são: pênis, escroto, testículo, epidídimo, prós-
tata, ducto deferente, ducto ejaculatório e vesícula seminal.
Hamilton Silva
Próstata
Glândula
vesiculosa
Pênis Ânus
Ducto deferente
Epidídimo
Uretra Testículo
Bolsa escrotal
261
Esquema do sistema reprodutor masculino. Cores-fantasia.
Em grupo
1. Explique o ciclo menstrual. É o período que caracteriza a vida hormonal da mulher. Vai do primeiro dia
de uma menstruação ao primeiro dia da menstruação seguinte. Nesse período, a mulher pode engravidar.
2. Se a mulher tem ciclo menstrual de 28 dias e quer engravidar, qual o melhor dia
para ter relação sexual? E se essa não for a proposta, o que poderá ser feito?
Para engravidar, o melhor dia para relação sexual ficaria entre o 11º e o 16º do início da menstruação. Se não quiser
engravidar, deve-se evitar relações sexuais nesses dias.
3. Transar apenas uma vez sem camisinha torna possível a gravidez? Por quê?
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Roda de conversa
1. Citar uma situação que vocês conhecem ou que já vivenciaram, onde o sentimen-
to influenciou a saúde do corpo. Por exemplo, a pessoa adoeceu depois de uma
decepção amorosa. Resposta pessoal.
2. Citar um exemplo em que o corpo mudou sob ação do ambiente. Por exemplo,
uma pessoa muito bem-humorada vai trabalhar num ambiente extremamente
hostil e acaba ficando doente. Resposta pessoal.
Depois, os alunos apresentarão o trabalho para o grande grupo.
Sexualidade
A sexualidade, vai muito além das questões biológicas ligadas à reprodução.
Ela está diretamente ligada à nossa história de vida, à nossa cultura, ao nosso grupo
social, aos nossos afetos e desafetos, aos nossos sentimentos, enfim, ela se expressa
Roda de conversa
a) Pode ser, por exemplo, em relação aos meninos, dificuldade de soltar o corpo durante a dança; ou dificuldade de chorar em público
de tanto ouvir a expressão: “homem não chora”; ou dificuldade de usar roupa rosa, porque isso está ligado ao gênero feminino.
b) Essas diferentes maneiras de expressar o que são o ser masculino e o ser feminino está nas ruas, estampada nas
roupas, nos cabelos, nos acessórios, que derrubam definitivamente paradigmas ligados as questões de gênero.
264 c) O sexo é a expressão da nossa biologia, e mostra características físicas de macho ou fêmea, homem ou mulher, que
desempenham papel específico durante a reprodução. Já a sexualidade, como vimos anteriormente, é uma construção
cultural.
d) Durante a negociação salarial, a questão do gênero ainda tem muito peso, mesmo hoje séc. XXI. As mulheres ainda
estão em desvantagem de salário em relação aos homens, para realizar o mesmo trabalho.
Identidade social:
Unidade
2 formasde
participação Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
Nesta unidade, você vai aprender que a natureza é um todo dinâmico, sendo o
ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive.
Vai compreender que os recursos naturais são limitados, e que os desgastes am-
bientais estão relacionados a fatores econômicos, sociais e políticos.
E também reconhecer a necessidade de um planejamento para um manejo dos
recursos naturais que atendam às necessidades presentes das pessoas, resguar-
dando-os para as futuras gerações. 265
© Dhoxax/Fotolia.com
Paper Dream/Shutterstock
Roda de conversa
Repare nos objetos que você está usando e nos que estão ao seu redor.
1. De que eles são feitos?
GoodMood Photo/Shutterstock
Recursos naturais
A princípio, acreditava-se que os recursos naturais, como a água, o solo, os
minerais, as plantas e os animais eram infinitos. Havia também um pensamento de
que o Planeta poderia absorver e neutralizar toda e qualquer forma de poluição.
Nesta concepção de natureza, nossa sociedade criou uma infinidade de ne-
cessidades e, com elas, os bens de consumo. Passamos a ser extremamente consu-
mistas. E, quanto mais consumimos, mais matérias-primas são retiradas da natureza
para a fabricação de mercadorias e embalagens. E assim, todos os dias, vão para
o lixo montanhas de resíduos de papelão, isopor, vidro, plástico, alumínio e tantos
outros cujos destinos são os lixões, terrenos baldios, fundo de rios. Alguns desses
materiais podem deteriorar-se em pouco tempo, outros levam milhares de anos
Professor, reflita com os alunos que o acúmulo de lixo em terrenos baldios pode tornar-se
para se decompor. ambiente propício para ratos, criadouros de mosquitos, mau cheiro. O descarte nos rios
É preciso que todos conheçam os problemas provocados pelo excesso de lixo,
e assim, coletivamente, encontrem soluções viáveis no uso dos recursos naturais e
na preservação do Planeta. eprovocando
córregos pode causar enchentes, entupir bueiros, além de poluir as águas,
a morte dos seres vivos aquáticos.
Cada um de nós pode contribuir de alguma forma para diminuir o lixo: con-
sumindo menos, separando materiais que podem ser reutilizados ou reciclados,
cobrando das autoridades medidas para resolver os problemas, etc.
SUGESTÃO DE SITES
www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/RIO+20-web.pdf
www.cnps.embrapa.br/mirim/mirim.html 267
Leitura
Roda de conversa
Saber mais
269
Leitura
Várias conferências foram realizadas, desde a década de 1960, sobre a questão
ambiental. Com a participação de muitos países, políticos, empresários, economis-
tas, comunidade científica e cidadãos comuns, debate-se em acaloradas discussões
o problema ambiental. Embora nem todos concordem, a conclusão é de que pre-
cisamos mudar a nossa relação com a natureza.
Algumas metas já foram acordadas para atingir esse objetivo.
Veja um exemplo:
O protocolo de Kyoto é um instrumento jurídico internacional que estabelece
compromissos com os países desenvolvidos em reduzir suas emissões de gases
poluentes na atmosfera. Esse acordo foi discutido em 1997 na cidade de Kyoto, no
Japão, porém, só entrou em vigor em 2005. Alguns países considerados extrema-
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
270
Manguezal de Jericoacoara (CE), 2011.
Pancrot/W. Commons
biental relacionado ao desenvolvimento do
caranguejo. Aponte quais são as consequên-
cias, para o ambiente e para o ser humano,
no caso de essa medida não ser obedecida
Relate em que medida a situação vi-
venciada pelos catadores de caranguejo é
um problema ecológico e em que medida
Roda de conversa
Professor, comente com os alunos que também existem critérios de sustentabilidade para a realização de plantio de
árvores de reflorestamento.Incentive os alunos pesquisarem mais sobre o tema.
272
© Stasys Eidiejus/Fotolia.com
toda a tecnologia de que dispomos
para investigar o Universo, não se sabe
da existência de outro planeta igual à
Terra: a presença de uma atmosfera
composta de diferentes gases, uma
temperatura ideal para a vida tal qual
a conhecemos, presença de água em
três estados físicos (líquido, sólido e ga-
soso), uma variedade imensa de seres
vivos, são alguns dos elementos que fa-
zem parte do nosso Planeta. Entretanto,
as características que permitem a vida
não estão em cada um deles por si só,
Fotografia do planeta Terra tirada da Estação Espacial Interna-
e sim em suas interconexões. cional, que está a cerca de 400 km distante do nosso planeta.
© FotoWorx/Fotolia.com
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
Roda de conversa
em presença de energia
Cide Go
luminosa, e a respiração é
realizada pelas plantas e
pela maioria dos animais
continuamente.
GLOSSÁRIO
Algas unicelulares:
organismos constituí-
dos por uma só célu-
la. A maioria vive na
água ou em lugares
úmidos; possuem clo-
rofila e são classifica-
dos como protistas. 275
Esquema da fotossíntese e a respiração, sem escala e cor fantasia.
Meteoro: fenômeno que ocorre quando um corpo entra na atmosfera terrestre e deixa um rastro lumi-
noso provocado pelo atrito – são as chamadas estrelas cadentes.
Nasa: em inglês – National Aeronautics and Space Administration. É uma agência do governo dos
Estados Unidos da América, responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologia e programas
de exploração espacial.
276
Cide Gomes
278
Procedimento
1. Qual a água que esquentou mais, a do copo que estava dentro da caixa ou a do
copo que estava fora? Como você explica esse fenômeno?
A água do copo da caixa esquentou mais. O ar do interior da caixa foi aquecido pela luz que passou pelo filme plástico
e não conseguiu sair, ficou preso lá dentro, aquecendo o ar que, por sua vez, esquentou a água.
279
corresponde ao filme plástico) e aquece a superfície do Planeta (o interior da caixa), mas o calor não consegue sair
para o espaço porque os gases de efeito estufa (filme plástico) que envolvem a Terra não deixam.
Água
A maior parte da superfície terrestre é coberta por água. Podemos encontrá-la
em três estados – líquido, sólido e gasoso.
Victor Polyakov/Shutterstock
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
Roda de conversa
Cide Gomes
so Planeta, fazendo parte dos rios,
lagos, mares, lençóis subterrâneos,
atmosfera e seres vivos, constituindo
o ciclo da água.
Não paramos para pensar na
importância de termos uma grande
quantidade de água sobre a Terra,
nem na possibilidade de um dia não 75%
dispormos de água potável para be-
ber.
A maior parte da água existente
na Terra é salgada, a qual não é própria
para o nosso consumo.
A água que usamos é doce. Mas
nem toda a água doce do Planeta está
disponível. Parte dela corresponde à
Água Doce
Água e o consumo consciente
[...]
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 1,1 bilhão de habi-
tantes não têm acesso à água tratada e cerca de 1,6 milhão de pessoas morrem
no mundo todos os anos em razão de problemas de saúde decorrentes da falta
desse recurso. A escassez do recurso também coloca em risco a produção de
alimentos. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação (FAO), 70% da água de superfície e subterrânea é usada na agri-
cultura. Em 2003, a ONU declarou o Ano Internacional da Água Potável para
conscientizar a população sobre sua importância e a necessidade de utilizá-la
de forma adequada.
[...]
Disponível em: <www.brasil.gov.br/sobre/ciencia-e-tecnologia/inovacao/Cases/agua-doce/agua-e-consumo-cons-
ciente>. Acesso em: 12 abr. 2013.
Roda de conversa
© tomek1977/Fotolia.com
© Jan Quist/Fotolia.com
Ambiente aquático. Vista área de floresta. Tronco de árvore.
Adriano Loyola
A energia do Sol é captada e transformada pelos produtores. Num fluxo unidirecional, essa energia é transferida aos
consumidores até chegar aos decompositores. Nessa transferência, há sempre uma perda de energia em cada um dos
níveis tróficos, ou seja, de um ser vivo para outro ser vivo.
Adriano Loyola
consumidor
consumidor
consumidor
consumidor consumidor
produtor
consumidor
consumidor
Od decompositores (fungos e bactérias) atuam decompondo a matéria orgânica.
Esquema de uma teia alimentar, sem escala e cor fantasia.
285
JSC/NASA
Dr. John Holdren, diretor do Escritório de Política
Científica e Tecnológica da Casa Branca, senta-se na
cadeira do comandante a bordo do ônibus espacial
Discovery no Centro de Processamento de Orbiter,
no Kennedy Space da NASA center. Cabo Canaveral, Estação Espacial Internacional vista do ônibus
Flórida (EUA), 2011. espacial Discovery, 2011.
Nossa origem
Estudos científicos revelam que o ser humano surgiu na África, há cerca de
150 mil anos. Não se sabe exatamente como isso aconteceu, mas há evidências de
que a nossa espécie, cientificamente denominada Homo sapiens, originou-se de
288 primatas, que, ao longo de muitas gerações, foram se modificando até apresentar
as características que temos hoje.
Isso não significa dizer que o ser humano tenha se originado dos macacos.
O que a ciência defende é que tanto o ser humano quanto os macacos (gorilas,
chimpanzés e orangotangos) se originaram de um mesmo ancestral, sendo que cada
uma dessas espécies se desenvolveu de forma diferente.
Professor, enfatize que no processo de evolução o ser humano não evoluiu do macaco, mas que evoluíram de um
ancestral comum.
Numa dessas espécies, surgiram características que foram significativas para a
evolução do Homo sapiens: um volume cerebral maior e a bipedia, ou seja, andar
em pé.
Assim, acredita-se que em um processo lento e contínuo, há cerca de 150 mil
anos, surgiu, na África, o Homo sapiens.
Professor, fale aos alunos que esta espécie surgiu na África e se destacava por ter um comportamento social bem
desenvolvido e pela capacidade de invenção, criação de objetos e pela simbologia por meio da arte.
Você pode achar que isso é muito tempo, mas se comparar com o apareci-
mento dos primeiros seres vivos sobre a Terra, 3,5 bilhões de anos, vai perceber 289
que a nossa existência é relativamente recente.
akg-images/Newscom/Glow Images
Assim, há cerca de 10 mil anos,
o Homo sapiens fez o que se con-
sidera a primeira grande revolução
humana – o desenvolvimento da
agricultura e a domesticação de
animais. Foi na interação com a na-
tureza que o ser humano construiu
Saber mais
Nomenclatura científica
O nome científico é uma denominação padronizada, de maneira que possa ser
entendido em qualquer língua.
E sempre binominal (duas palavras) e escrita em latim ou latinizado.
A primeira palavra escrita com inicial maiúscula e a segunda com inicial minúscula. As
291
duas em itálico ou grifado. Exemplo: Canis familiaris – nome científico do cão doméstico.
todos os momentos da
história. Estabeleça
relações com a atualidade,
questionando-os sobre
de onde vêm nossos
alimentos.
SUGESTÃO DE SITE
<www.ruadireita.com/ferramentas/info/evolucao-das-ferramentas-agricolas/#axzz2MLNUaOTW>.
292
© smart.art/Fotolia.com
RA/Acervo Editorial
Nada disso surgiu de maneira independente. Cada uma das invenções re-
presenta a singularidade e a capacidade do ser humano em elaborar e reelaborar
a sua própria existência.
Com o seu professor e colegas, analise em que condições a sentença a seguir
pode representar uma verdade.
Responda no caderno
293
Saber mais
Invenções
Cada civilização tem suas características próprias, que determinam
as formas de viver e relacionar-se entre si e com a natureza. Assim, as
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
invenções humanas têm origem nos costumes, nos conflitos e nas ne-
cessidades de cada povo.
Leitura
Rogério Reis/Pulsar Imagens
Inventos indígenas
Fosse para carregar crianças ou produtos do
roçado, os índios usavam a mesma invenção: o ja-
maxin, um cesto de três lados e fundo plano. Feito
de folhas de palmeira, ele podia ser levado apoia-
do na testa ou nos ombros. Bastava escolher! E
quem disse que índio não é bom de cozinha? Eles
faziam farinha de mandioca, um alimento que os
portugueses não conheciam. Mas para prepará-lo,
294 os índios precisavam retirar dessa raiz uma subs-
Entendendo o texto
Saber mais
Professor, explique
O ser humano buscou explicar o mundo a sua volta ao longo aos alunos que
a água é boa
da sua história, baseado em diferentes concepções: mítica, filosó-
295
1. Como você acha que seria a humanidade se nossos ancestrais não tivessem in-
ventado a agricultura?
Resposta pessoal. É esperado que o aluno faça relação do conhecimento adquirido com a sobrevivência e o sucesso
2. Você acha importante o ser humano inventar máquinas que permitem a explo-
ração do Universo?
Resposta pessoal. Professor, para enriquecer a aprendizagem, converse com os alunos sobre os avanços tecnológicos
decorrentes das pesquisas espaciais em diferentes campos (biologia, astronomia, medicina, informática, culinária).
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
4. Por que é importante o ser humano inventar maneiras de preservar nosso planeta?
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno estabeleça relação com a questão da existência da vida.
6. Como você acredita que será o nosso futuro com relação ao planeta Terra?
Resposta pessoal.
296
Nesta unidade, você estudará um pouco mais sobre a história dos números, com-
preenderá e utilizará as regras do sistema de numeração decimal, para leitura, escrita,
comparação e ordenação de números naturais. Refletirá sobre procedimentos de cál-
culo, as ideias associadas às operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.
Além disso, resolverá situações-problema utilizando estratégias pessoais de resolução
e os procedimentos estudados.
297
© David Davis/Fotolia.com
299
© Roman Sigaev/Fotolia.com
• a ordem de determinados elementos;
© Tim Scott/Fotolia.com
© Ilia Shcherbakov/Fotolia.com
Número de casa.
Painel de elevador.
© Yanik Chauvin/Fotolia.com
768.456.417-20 0800 3346-7046
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
história
Há milhares de anos os homens não
sentiam necessidade de contar, pois tudo de
que necessitavam para a sua sobrevivência
era retirado da própria natureza.
300
pie/W. Commons
Bryan Derksen/W. Commons
Saber mais
Saber mais
7 700 70 7 000
7 000
d) Qual o valor do algarismo 5 no número 4 057?
5 50 500 5 000
50
5. Nos três números abaixo, o algarismo oculto é o 3. Qual deles é o número maior?
9 14 999 7 95
9 14
6. Responda:
a) Qual o sucessor de 5 999?
6 000 Sucessor de um número é o
que vem imediatamente após
b) Qual o antecessor de 2 008? na sequência habitual. Por
2 015
e) Qual o sucessor de 2 014?
3 899
f) Qual o antecessor de 3 900?
g) Qual o sucessor de 999? 1 000
303
1 4 5 8 7 2 1 3
espectadores.
Do G1, em São Paulo
Tropa de elite 2, de José Padilha, tornou-se o filme mais visto da
história do cinema brasileiro, com um total de 10 736 995 espectadores
acumulado após nove semanas de exibição. A informação foi divulgada
pela assessoria do filme nesta quarta-feira (8) e confirmada pelo Instituto
Filme B.
O longa ultrapassou o antigo campeão, Dona Flor e seus dois maridos
(1976), em 1 470 ingressos vendidos. Dona Flor foi visto por 10 735 525 de
pessoas.
Roda de conversa
5 4 7 9
9 754
2 369
a) Qual deles é o menor?
b) Qual deles é o maior? 9 632
c) Quais são pares? 2 396 – 2 936 – 3 296 – 3 692 – 3 926 – 3 962 – 6 392 – 6 932 – 9 236 – 9 326 – 9 362 – 9 632
10. Responda:
a) Qual é o maior número par de 4 algarismos?
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
9 998
1 023
11. Marque um x na alternativa que corresponde à leitura do número 8 054 958.
a) oito milhões, quinhentos e quatro mil e novecentos e cinquenta e oito;
b) oito milhões, cinquenta e quatro mil e novecentos e cinquenta e oito;
c) oito bilhões, cinquenta e quatro milhões e novecentos e cinquenta e oito
mil.
d) oito mil, cinquenta e quatro, novecentos e cinquenta e oito.
306
Alternativa B. Professor: É importante propor aos alunos a análise de cada alternativa observando o que a torna
incorreta e que alterações poderiam feitas para que ela se tornasse correta.
b) 205 379
duzentos e cinco mil, trezentos e setenta e nove.
c) 150 098
cento e cinquenta mil e noventa e oito.
d) 95 003
noventa e cinco mil e três.
e) 1 000 016
um milhão e dezesseis.
f) 2 103 075
dois milhões, cento e três mil e setenta e cinco.
d) 5 + 7 + 1 000 + 3 + 6 + 9 + 100
c) 3 × 1 000 + 8 + 7
d) 3 × 100 + 80 + 7
15. Usando algarismos indo-arábicos, escreva os números:
a) Vinte mil, duzentos e noventa e quatro 20 294
b) Quinze milhões, novecentos e noventa e nove 15 000 999
c) Duzentos e cinco mil e treze 205 013
307
d) Tres milhões, cinquenta e quatro mil, quatrocentos e sete 3 054 407
O homem utilizou vários recursos para auxiliar os cálculos. Mas o ábaco me-
rece destaque por ser simples e eficiente.
© Andres Rodriguez/Fotolia.com
DM UM C D U DM UM C D U DM UM C D U
DM UM C D U DM UM C D U
Resposta do aluno.
Resposta do aluno.
17. Que números estão representados em cada ábaco?
a) b)
DM UM C D U DM UM C D U
308 63 000
72 411
DM UM C D U DM UM C D U
50 723 10 001
1151
+ Nesse caso juntamos
988 quantidades.
2 139
parcela
2117
+ 412 parcela
2 529 soma
21. A soma das três parcelas de uma adição é 9 888. A primeira parcela é o dobro
de 2 128, e a segunda é oito centenas. Qual é a terceira?
310 A terceira parcela é 4 832.
245
86 159
26 60 99
11 15 45 54
4 7 8 37 17
uma quantidade.
120
Elementos de uma subtração
minuendo
Faltam 120 reais. 947
–136 subtraendo
4 + 4 + 4 + 4 = 16
ou 4 x 4 = 16
Exemplo 2: Mariana quer escolher uma saia e uma blusa para ir ao cinema com
uma amiga. Ela dispõe de uma saia preta, uma saia azul e três camisetas: vermelha,
amarela e verde. De quantas maneiras diferentes ela pode se vestir?
Camiseta vermelha
Saia preta
Camiseta amarela
Camiseta verde
Camiseta vermelha
Saia azul
Camiseta amarela
Camiseta verde
1588 produto
23. Calcule:
• Em um pacote, há 20 balas. Quantas balas há em 12 pacotes?
Em 12 pacotes há 240 balas.
24. Numa lanchonete posso escolher entre 3 tipos de pão: pão de forma, pão
francês ou pão italiano. Para o recheio, há 4 opções: salame, queijo, presunto
ou mortadela. Quantos modos diferentes de sanduíche a lanchonete oferece?
A lanchonete oferece 12 modos diferentes de sanduíches.
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
25. Rafael comprou uma televisão. Ele deu uma entrada de R$ 1 150,00 e pagará
o restante em 12 prestações mensais de R$ 98,00. Qual é o valor da televisão?
314
206 736
c) 14 703 x 7 102 921 f) 8 614 x 24
Saber mais
Observe que cada quadradinho está dividido em duas partes. Eles serão com-
pletados com o produto correspondente dos algarismos de sua coluna x linha. A
diagonal servirá para separar do resultado deste produto: a dezena será indicada na
2 3
0 0
3
6 9
1 1
5
0 5
Após preencher todas as multiplicações, a soma será feita na direção diagonal,
do lado de fora da grade, começando pela direita, como no exemplo a seguir.
2 3
0 0
3
6 9
8 1 1
5
0 5
0 5 315
O resultado obtido é 805.
1 8 216 2 4
600
1 2
2 5
84 4
–
8 2 1 Bombons em cada caixa
04
– 4
00
Unidade 1 • Os seres humanos e o ambiente
84 6
–
6 1 4 Bombons em cada caixa
24
– 24
00
316
Serão necessárias 14 caixas.
513 144
c) 2 566 : 5 g) 6 515 : 45
d) 3 797 : 7 542 h) 8 829 : 25 353
Problemas
Normalmente, associamos problemas a aborrecimentos.
© zavgsg/Fotolia.com
29. Sabendo que entre as despesas previstas de Rafael estão: o pagamento da pres-
tação da casa, no valor de R$ 385,00; as compras feitas na farmácia, R$ 145,00;
a compra do supermercado, no valor de R$ 415,00; as contas de luz, água e
telefone que, juntas, somam R$ 192,00, determine:
318
31. Estela tinha economizando R$ 2 130,00. Continuou economizando por mais três
meses. Agora tem R$ 3 500,00. Quanto ela conseguiu economizar nesse período?
32. Após um depósito de 1 250 reais na minha conta bancária, meu saldo passou
a ser de 2 300 reais. Qual era o saldo antes do depósito?
319
Desafio:
O saldo era de R$ 1.050,00.
São sete respostas possíveis: Ciência hoje das crianças. Ano 18, n. 163. nov. 2005.
Livro de ciências, casaco, sapato e boneca;
Livro de ciências, vestido, sapato e bicicleta;
Revista, casaco, sapato e patins.
Revista, camisa, chinelo e boneca.
Dicionário, camisa, sapato e boneca.
Dicionário, vestido, chinelo e boneca.
320 Atlas, vestido, sapato e patins.
Nesta unidade, você verá algumas situações práticas em que utilizamos ângulos,
conhecerá os diferentes tipos de ângulos, suas unidades e instrumentos de medida.
Observará as formas geométricas presentes em elementos naturais e nos objetos
criados pelo homem e suas principais características, identificando semelhanças e di-
ferenças entre polígonos. Fará o reconhecimento de semelhanças e diferenças entre
poliedros (como os prismas, as pirâmides e outros) e a identificação de elementos como
faces, vértices e arestas. 321
Projetada para abrigar o sino da catedral de Pisa, na Itália, a torre começou a ser construída em 1173. Quando 3 dos seus
8 andares estavam prontos, notou-se uma ligeira inclinação, devido a um afundamento do terreno e ao assentamento
irregular das fundações. Tentou-se compensar fazendo outros andares um pouco maiores do lado de
Ângulo baixo, mas a estrutura afundou ainda mais, por causa do excesso de peso. Hoje ela está inclinada em um
ângulo apenas 3,9 graus e deve ficar estável e torta por mais alguns séculos, isso graças a um projeto de
restauração de algumas décadas atrás.
As figuras apresentadas a seguir sugerem a ideia de ângulo. Observe:
Avião decolando.
322
Roleta no ônibus.
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Vagas de estacionamentos.
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323
© Claudio Baldini/Fotolia.com
© Claudio Baldini/Fotolia.com
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
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Horiyan/Shutterstock
Quando a medida do ângulo é menor do que 90º, ele é chamado de ângulo
agudo.
Roda de conversa
325
b) 90º Reto
c) 180º Obtuso
d) 45º Agudo
Professor: A medida do ângulo de meia volta ou ângulo com medida igual a 180 º ,
item c, também é chamado de ângulo raso.
4. Assinale o ângulo que tem amplitude maior que 120o e menor que 180o.
Ângulo a Ângulo c
Ângulo b
Ângulo d
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
Ângulo d.
326
p
Veja situações que nos dão ideia de retas paralelas.
© Elô Martins/Fotolia.com
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© Paul Moore/Fotolia.com
As barras verticais dessas grade são Os trilhos dessa linha férrea são Os fios da rede elétrica são para-
paralelas. paralelos. lelos.
b d
a a) as retas paralelas.
As retas paralelas são b e d.
b) as retas perpendiculares.
c
As retas perpendiculares são a e b ou a e d. 327
328
W. Commons
do Departamento de Defesa dos Es-
tados Unidos que abriga todas as
forças armadas (exército, marinha,
aeronáutica, fuzileiros navais e guar-
da costeira) num único edificio co-
nhecido como Pentágono. O edificio
leva esse nome pois, quando visto de
cima, suas partes formam um pentá-
gono. O que é um pentágono? Qual é
a diferença entre pentágono e hexá-
gono? O que são polígonos? Sede do Departamento de Defesa, EUA.
A figura geométrica plana é aquela em que A figura não plana é aquela em que apenas
todos os pontos se apoiam sobre a superfície parte dos pontos se apoia na superfície e
em que repousa. Por exemplo, o desenho de parte não. Por exemplo, uma caixa sobre
um retângulo numa folha de papel. uma mesa.
329
As formas planas:
As figuras planas podem ser classificadas em polígonos e não polígonos.
1. Explique, com suas palavras, quais as características que um polígono deve ter.
Serão consideradas corretas as respostas que citarem como características de um polígono como uma região
330
assinalar com X os seis polígonos.
331
Triângulos e quadriláteros
Como vimos anteriormente, triângulo é um polígono que tem 3 lados, 3 vér-
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
a) b)
Equilátero
Escaleno
c) d)
Escaleno Isósceles
6. Um triângulo isósceles tem dois lados com igual comprimento. Assinale o triân-
gulo que é isósceles.
Triangulo C
E F
A B
A B
D B
A
D C
A B
A
D C M Q
B N P
A
Paralelogramo
Trapézio
c) d)
Paralelogramo Paralelogramo
e) f)
Trapézio Paralelogramo
A C
B
14 cm
7 cm
Como o perímetro do retângulo é de 42 cm, basta dividir esse valor por 4, porque no quadrado todos os lados têm a
mesma medida. Portanto, cada lado do quadrado mede 10,5 cm.
336
© Zipo/Fotolia.com
© Brandelet Didier/Fotolia.com
© Zipo/Fotolia.com
Vértice
Prismas e pirâmides
Alguns poliedros podem ser classificados em prismas ou pirâmides, de acordo
com suas características.
Pirâmides Pirâmides
Prismas
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
Pirâmides
338
Esses poliedros são chamados de pirâmides.
339
Prisma A 6 12 8
Prisma B
6 12 8
@Luminis/folia.com
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
2. Liste cinco objetos que você conhece que lembram a forma de um paralelepípedo.
Compare suas respostas com a de seus colegas.
Algumas respostas possíveis: geladeira, fogão, carrocerias de caminhão, algumas caixas e alguns prédios.
340
a) b) c)
d) e) f)
g) h) i)
Agora ele quer fazer mais uma construção semelhante às anteriores, mas em
que a base seja a figura seguinte.
Base
Pirâmides
Encontramos muitas embalagens e até mesmo edifícios em forma de parale-
lepípedos nas grandes cidades.
342
Pirâmides do Egito.
© Gary/Fotolia.com
Pirâmide de Kukulcán.
5 vértices
Número de vértices:
8 arestas
Número de arestas:
Número de faces: 5 faces
X X X
X X
1 2 3 4 5 6 7
14. Na lista a seguir há uma série de afirmações. Assinale aquelas que são verda-
deiras em relação ao octaedro:
( X ) Tem oito faces.
( ) É um corpo redondo.
( X ) É um poliedro.
( ) As faces são triângulos isósceles.
( X ) Tem 6 vértices e 12 arestas.
( X ) O octaedro regular é formado por oito triângulos equiláteros.
347
Nome do
Número de faces
poliedro
4 Tetraedro
6 Hexaedro
8 Octaedro
12 Dodecaedro
20 Icosaedro
• O hexaedro regular, conhecido como cubo, é um poliedro regular que tem seis
tem seis faces iguais, em forma de quadrado. Só existem cinco poliedros regu-
lares: o cubo, o tetraedro, o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro.
• Platão, um filósofo grego que viveu por volta do século VI antes de Cristo, se
Unidade 2 • Identidade social: formas de participação
348
icosaedro dodecaedro
Diversidade cultural –
Nesta unidade, você verá que as frações são de grande uso no seu dia a dia. Estudará,
ainda, como ler, escrever e ordenar frações. Identificará frações equivalentes e conhe-
cerá os procedimentos utilizados para adicionar, subtrair, multiplicar e dividir números
fracionários. 349
Professor: As discussões que desafiam o raciocínio e incentivam os alunos a expor suas ideias são os
melhores caminhos para o desenvolvimento de conceitos.
Na primeira pergunta cada um ganharia metade ou um meio;
Fração Se fossem dois doces para seis crianças, cada uma ganharia a terça parte.
E na divisão de cinco doces entre quatro crianças, cada uma ganharia um doce inteiro e mais um quarto.
Bolo de fubá
Artigo 60 – A Constituição poderá ser
3 xícaras (chá) de fubá emendada mediante proposta:
6 ovos I – de um terço, no mínimo, dos
¾ de xícara (chá) de margarina com membros da Câmara dos Deputados
sal em temperatura ambiente ou do Senado Federal;
2 e ½ xícaras (chá) de açúcar II – do Presidente da República:
350
Eugene Shapovalov/Shutterstock
Fazendo conexão com... História
Na época da mineração no Brasil Colônia, durante o século XVIII, o Brasil pagava à Co-
roa portuguesa taxação altíssima e absurda que era chamada de “O Quinto”. Esse im-
posto correspondia a 20 % (ou seja, 1/5) de tudo o que fosse produzido em nosso país.
Leitura de frações
Os números fracionários serão lidos de acordo com o número de partes em
que um número inteiro for dividido:
1 inteiro
1 parte tomada
2 o inteiro foi dividido em duas partes iguais.
Lê-se um meio. 351
1 parte tomada
4 o inteiro foi dividido em quatro partes iguais.
Lê-se um quarto.
1 parte tomada
5 o inteiro foi dividido em cinco partes iguais.
Lê-se um quinto.
1 parte tomada
6 o inteiro foi dividido em seis partes iguais.
Lê-se um sexto.
1 parte tomada
7 o inteiro foi dividido em sete partes iguais.
Lê-se um sétimo.
1 parte tomada
8 o inteiro foi dividido em oito partes iguais.
Lê-se um oitavo.
1 parte tomada
9 o inteiro foi dividido em nove partes iguais.
Unidade 3 • Diversidade cultural – a sociedade brasileira
Lê-se um nono.
1 parte tomada
10 o inteiro foi dividido em dez partes iguais.
Lê-se um décimo.
Leitura Representação
Um meio 5
7
Dois quartos 5
7
Quatro décimos
Quatro oitavos 5
7
5
Três sextos 7
Dois quintos
5
Cinco sétimos
7
353
a) b) X c) d)
X
e) f) g) h)
© cemil adakale/Fotolia.com
i) Discuta com seus colegas por que algumas figuras
não foram assinaladas.
Professor: é muito importante que se privilegie a discussão nesse exercício, porque o aluno precisa
compreender que a divisão precisa ser feita em quatro partes iguais para mostrar “quartos”, o que, em
algumas figuras, não ocorreu.
4. Escreva como se lê cada fração.
a) cinco meios
Unidade 3 • Diferentes formas de ser e viver
três quartos
b)
cinco oitavos
c)
sete nonos
d)
354
cinco décimos
f)
sessenta centésimos
g)
5. Responda:
a) Como devo dobrar uma fita para que cada parte represente ?
Devo dobrar a fita em duas partes iguais.
b) Como devo repartir uma pizza para que cada fatia represente ?
A pizza deve ser repartida em oito pedaços iguais.
Agora encontre:
a) Um meio b) Três quartos c) Cinco sextos d) Sete oitavos
355
b)
c)
Neste momento, proponha a discussão da nomenclatura numerador e denominador. É importante
que o aluno compreenda que o denominador representa o número de partes em que se repartiu
o conjunto inicial e que denomina as partes (meios, terços, quartos, ...), enquanto o numerador
representa o número de partes. Contem quantas partes devem ser consideradas, concluindo que
d) quanto maior o número de partes, menor será o tamanho de cada parte.
f)
a) b)
3 ou 1 10 2
9 3 ou ou 1
20 4 2
Unidade 3 • Diferentes formas de ser e viver
c) d)
6 ou 3 12 ou 2
10 5 18 3
356
Sabendo que 120 funcionários representam um quarto do total de funcionários, temos que o total
é de 480 funcionários.
11. O Art. 7º, item XVII, da Constituição Federal, garante os principais direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, entre eles o gozo de férias anuais remuneradas
com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. Com base nessa
informação, calcule o valor dessa gratificação e complete a tabela abaixo:
receber o 13º salário proporcional aos meses trabalhado. Períodos de 15 dias ou mais no mês contam como mês
integral. Períodos de menos de 15 dias são descartados. O 13º salário proporcional também é devido às empregadas
que deixam o serviço, por decisão própria ou do empregador, mesmo antes de completarem um ano de casa.
13. Num concurso havia 336 candidatos inscritos. Sabendo que 1/6 dos candidatos
não compareceu no dia da prova e que somente a metade dos que fizeram a
prova passaram para a segunda fase, determine:
a) Quantos candidatos faltaram no dia da prova?
357
56 candidatos faltaram no dia da prova.
14. No Congresso Nacional, dos 560 deputados, 1/4 votou contra a aprovação do
projeto, e 3/5, a favor.
a) Quantos votaram a favor da aprovação do projeto?
336 deputados votaram a favor da aprovação do projeto.
Número misto
Quatro amigos pediram duas pizzas, cada uma com oito fatias. Depois que
todos se serviram, sobraram apenas três fatias. Como podemos representar a parte
Unidade 3 • Diferentes formas de ser e viver
que sobrou?
E a parte consumida?
GLOSSÁRIO
Fração impró-
pria – é aque- Números como são chamados de números mistos, porque
la em que o são formados de uma parte inteira e de uma parte fracionária. Os
numerador é números mistos podem ser escritos na forma de fração imprópria,
maior ou igual
ao denomina- e vice-versa.
dor. Exemplos:
Veja que no exemplo acima poderíamos ter dito que a parte
358
consumida das pizzas foi de
.
b)
8 ou 1 2
6 6
c)
18 ou 2 2
8 8
d) 13 ou 1 3
18 10
17. Represente cada fração por meio de figuras e escreva na forma mista corres-
pondente:
1 1
3
a)
1 1
6
c)
d) 3 2
5
359
1 = 2 = 4= 3 = 5
2 4 8 6 10
a)
Unidade 3 • Diferentes formas de ser e viver
b) 1 = 2 = 4= 3 = 6
3 6 12 9 18
360
d)
1 2 = 3= 4= 5
5 = 10 15 20 25
19. Complete:
a) 2 4
3 = 6
3 6
b) 5 = 10
c) 2 4
5 = 10
e) 2 6
3 = 9
f) 2 4
7 = 14
361
6 15 6
d) e) f)
20 8
g) h) 20 i)
a)
2 inteiros =
b) 15
3 inteiros =
c)
30
3 inteiros =
Unidade 3 • Diferentes formas de ser e viver
22. Complete:
24 14 27
a) b) c)
20
d) e)
18 8
f)
+ =
1 inteiro 2 inteiros 9
a) b) c) 10
2 1
g) 3 5 h) 5 i) 10
8
363
seja, .
2 + 1 =3
a) 4 4 4
3 + 1 =4
b) 6 6 6
Unidade 3 • Diferentes formas de ser e viver
4 + 3 =7
c) 8 8 8
d) 5+5= 9
10 10 10
6 + 5 = 11
e) 12 12 12
364
4 + 7 = 11
g) 12 12 12
3 + 5= 8
h) 9 9 9
2 + 3= 5
i) 8 8 8
4 + 3= 7
j) 10 10 10
Quando não há equivalência entre elas, devemos procurar uma outra fração,
na qual o denominador seja múltiplo comum entre os denominadores. No exemplo
acima, procuramos por um múltiplo comum entre 2 e 3.
Portanto, neste caso, as duas frações precisam ter como denominadores o
número 6. 365
26. Calcule:
16 + 6 = 22 22 + 15 = 37
a) 24 24 24 d) 24 24 24
Unidade 3 • Diferentes formas de ser e viver
5 + 6 = 11 16 + 9 + 6 31
b) 15 15 15 e) 24 24 24 = 24
16 + 15 = 31
c) 14 + 15 = 29
f) 20 20 20
21 21 21
366
6 =2 4 =2 5 =1
a) 3 x 3 b) 4 x 2 c) 5 x 5
367
Mas como gastou apenas a metade desse valor, dividimos a quarta parte em
duas partes menores e iguais.
Unidade 3 • Diferentes formas de ser e viver
368
a)
b) 1 x 1= 1
3 3 9
c) 1 x 1= 1
2 6 12
d) 2 x 1= 2 = 1
3 2 6 3
e)
1 x 3= 3
5 4 20
369
Musse de uva
Modo de preparar
6 claras
Na batedeira, bata
1 ¼ de xícara (chá) de açúcar
as claras em neve com
1 ½ garrafa de suco concentrado de uva o açúcar até obter picos
1 ½ envelope de gelatina vermelha sem sabor firmes. Aqueça o suco de
1 lata de creme de leite uva em fogo baixo até fi-
Calda car morno. Polvilhe a ge-
½ garrafa de suco de uva latina sobre o suco e bata
bem até dissolvê-la. Deixe
3 colheres (sopa) de açúcar
esfriar um pouco e junte
1 colher (sopa) de maisena às claras. Misture delica-
damente. Acrescente o
creme de leite e misture.
Sabendo que a receita acima rende 8 porções, Transfira para uma tigela e
reescreva a lista de ingredientes necessários leve à geladeira por uma
de forma que ela passe a render 16 porções. hora ou até começar a fi-
car firme. Retire da gela-
12 claras deira e mexa com uma es-
2 1 xícara (chá) de açúcar
pátula para a musse ficar
2
com textura homogênea.
Unidade 3 • Diferentes formas de ser e viver
Calda Calda
Numa panela, jun-
1 garrafa de suco de uva
te o suco de uva, o açú-
6 colheres (sopa) de açúcar car e a maisena, leve ao
2 colheres (sopa) de maisena fogo baixo, mexendo até
engrossar. Deixe esfriar e
sirva com a musse.
370
Exemplo 2:
vezes cabe em . Essa questão pode ser mais bem compreendida por meio de
um desenho:
371
6
372 Podemos observar que cabe ........ vezes em .
• ¼ do dia? 6 horas
• ¾ do dia? 18 horas
• ¾ do dia? 45 minutos
33. Numa eleição para direção de uma escola concorreram três candidatos. O candidato
A obteve 5/8 dos votos, o candidato B obteve 1/4 dos votos e o candidato C 45
votos. Quem ganhou a eleição? Quantas pessoas votaram?
Quem ganhou a eleição foi o candidato A com 225 votos. Votaram 360 pessoas.
34. Uma empresa tem 225 operários e 47 funcionários que trabalham na área
373
374
Relações sociais,
Unidade
4 culturais e de
produção Unidade 3 • Diferentes formas de ser e viver
Nesta unidade, você trabalhará com números decimais, representará uma fração de-
cimal na forma de número decimal e vice-versa, fará a leitura de números decimais,
conhecerá os algoritmos das operações fundamentais com números decimais e suas
aplicações em problemas do dia a dia que envolvem medidas e nosso sistema mo-
netário. 375
376
thelefty / Shutterstock.com
100 metros rasos: 9,58 s
200 metros rasos: 19,19 s
4x100 metros rasos: 37,04 s
Leremy/Shutterstock
© borissos/Fotolia.com
Acervo autora
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
377
um centésimo
um milésimo
Saber mais
Décimos e centésimos
Os números fracionários serão lidos de acordo com o número de partes que
um inteiro for dividido:
378
2, 1 3
Assim, o número 2,13, por exemplo, é lido como dois inteiros e treze centé-
simos.
1. Sabendo que:
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
2,12 0,74
b) e)
1,3 3,48
c) f)
380 0,03
2,03
Forma fracionária = 7
10
5
Forma fracionária = 10
6
Forma fracionária = 10
4
Forma fracionária = 10
2
Forma fracionária = 10
a) 63,2 d) 19,2
b) 0,57 e) 69,3
6,93
c) 31,9 f) 381
12 237
b) 0,12 100 e) 2,37 100
607 156
c) 6,07 100 f) 0,156 1000
32 = 0,32
b) Trinta e dois centésimos: 100
236 = 2,36
c) Duzentos e trinta e seis centésimos: 100
506 = 5,06
d) Cinco inteiros e seis centésimos: 100
225 = 2,25
e) Dois inteiros, vinte e cinco centésimos: 100
23 = 2,3
f) Dois inteiros e três décimos:
Unidade 4 • Relações sociais, culturais e de produção
100
2, 1 5
4, 2
1 3, 4 8 1
1 2, 8 3 1
04, 13
6 5, 3 7
– 00, 6 2
6 4, 7 5
383
4 10
2 5, 3 5 2 5, 3 5 0 2 5, 3 5 0
– 00, 2 2 5 – 00, 2 2 5 – 00, 2 2 5
2 5, 1 2 5
Usando a calculadora:
© Karen Roach/Fotolia.com
Como efetuar adições e subtrações de números decimais na
calculadora?
Acompanhe o exemplo: 2,17 + 3,587.
Ligue a calculadora.
Aperte as teclas 2 , 1 7 para registrar o primeiro número.
Observe que o número é registrado com ponto no visor da calculadora.
Em seguida, aperte o sinal de + .
Agora, registre o segundo número, apertando as teclas 3 , 5 8 7 .
Para conhecer o resultado, basta apertar a tecla = .
384
e) 45 – 2,38 42,62
ou
5 x 1,5 = 5 x 1 =
385
14. Rute comprou 12 litros de água em embalagens de 0,5 litros. Quantas emba-
lagens ela comprou?
Rute comprou 24 embalagens.
15. Dona Áurea comprou 6 metros de tecido. Ela gasta 1,2 para fazer cada peça
das encomendas que recebeu. Quantas peças foi possível fazer?
Foi possível fazer 5 peças.
386
387
Roda de conversa
17. Observe a nota fiscal abaixo; nela aparece o preço unitário de cada mercadoria.
a) Calcule o valor total da compra.
Total R$ R$153,40
388 b) Se a compra foi paga com duas cédulas de 100, qual foi o troco?
O troco foi de R$ 46,60.
Quantia de
Valor da Quantia de pagamento
Troco Novo troco
compra pagamento para facilitar o
troco
R$ 21,15 R$ 50,00 R$ 29,85 R$ 51,15 R$ 30,00
Professor: Explore outras possibilidades que poderiam facilitar o troco diminuindo o numero de cédulas e moedas
necessárias ou arredondando o troco para cédulas de valores maiores.
Estimativa
Fazer uma estimativa é determinar o valor de uma coisa, avaliar, calcular o
preço, a quantidade, enfim, encontrar um valor aproximado.
Rotineiramente passamos por situações em que isso se faz necessário: no su-
permercado, estimamos o preço a pagar pelos produtos, muitas vezes, estimamos
o tempo necessário para percorrer uma distância, etc.
19. Faça uma estimativa antes de conferir o resultado das operações:
a) O resultado de 2,78 + 6,32 é maior ou menor que 7?
9,1
389
São 13 alimentos: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão,
café, banana, açúcar, óleo e manteiga. No Brasil, a quantidade de cada ingre-
diente varia de acordo com a tradição alimentar de três grandes áreas do país:
a Região Sudeste, as regiões Sul/Centro-Oeste e as regiões Norte/Nordeste. Mas
não espere encontrar exatamente esses ingredientes nos kits que as empresas
distribuem aos funcionários. “Os cardápios das cestas de alimentos são defini-
dos em acordos entre patrões e empregados e têm pouco a ver com essa lista”,
afirma o economista José Maurício Soares, do Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Então, para que serve a cesta
básica? “Ela é um conceito abstrato, que mede se o poder de compra do salário
mínimo consegue suprir as necessidades alimentares básicas de uma pessoa du-
rante um mês”, diz a socióloga Claudia Garcia Magalhães, da Prefeitura de São
Paulo. Além de não ser um banquete, a cesta é fraca em certos nutrientes: ela
não atende plenamente às necessidades de vitaminas e minerais, encontrados
em frutas, verduras e legumes.
Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-produtos-compoem-a-cesta-basica>. Acesso em:
390 29 out. 2011.
GLOSSÁRIO
Dólar – s.m. Moeda dos Estados Unidos da América e de vários outros países. // Dólar comercial, o
que tem cotação do mercado oficial. // Dólar paralelo, o que tem cotação do mercado livre. // Dólar
23. Faça um levantamento do preço médio dos combustíveis na sua cidade e pre-
encha a tabela a seguir:
Valores (em R$) Professor: No site da Agên-
cia Nacional de Petróleo,
Litros Gasolina Etanol Gás Natural e Biocom-
bustíveis (http://www.anp.
1 gov.br/preco/prc/Resu-
mo_Por_Estado_Municipio.
5 asp) é possível visualizar
o levantamento de preço
10 máximo e mínimo dos com-
bustíveis em vários estados
brasileiros.
15
20
30 391
Kameel4u/Shutterstock
392
Agora, responda:
a) Na sua opinião, o que causa esse tipo de acidente? Provavelmente os alunos citaram
a falta de atenção dos motoristas e a falta de sinalização como principais causas destes acidentes.
393
Cide Gomes
Em cada copo será colocada 0,25 l ou seja 250ml de suco.
28. Na tabela abaixo estão representados os resultados obtidos por quatro atletas mi-
rins na prova de salto em distância. Escreva o nome dos três primeiros colocados
nessa competição.
Caio
Nome Gasolina 1º lugar:
Roberto
Roberto 3,88 metros 2º lugar:
Bruno 3,74 metros 3º lugar: Diego
polígono.
a) c)
2,5 m 2,5 m
1,8 m
7,5 m
12,6 m
2,5 m 4,5 m
b) 2,5 m d)
4,3 m
3,7 m 13,17
3,9 m
11,6 m
5,17 m
5,2 m
394
31. Marta pesava 67,5 kg e ganhou 6,5 kg em função da gravidez. Qual o novo
peso de Marta?
74 kg.
32. Substitua o símbolo ◊ nas expressões abaixo com um dos sinais operatórios:
+,-,x e :
a) 16 ◊ 0,15 = 2,4 16 x 0,15 =2,4
33. A divisão de 21 por um certo número decimal resulta em 28. Qual é esse nú-
mero decimal? 0,75
395
36. Cristiane, Viviane e Silvana são irmãs. Cristiane tem R$ 145,50. Viviane tem o a
metade que Cristiane e Silvana tem R$ 68,25 a mais que Viviane. Quanto têm
as três juntas?
As três juntas tem R$ 359,25.
396
Sites
<http://portal.saude.gov.br/>
<http://www.smashinglists.com/10-feral-human-children-raised-by-anials/>.
<http://diasbiomedicina.wordpress.com/2010/07/21/projeto-dos-1-000-genomas-expandin-
do-o-mapa-da-genetica-humana/>.
<http://www.prrr.mpf.gov.br/arquivos/pgr_cartilha-maria-da-penha_miolo.pdf.>.
<http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/noticias/homens-recebem-salarios-30-
maiores-que-as-mulheres-no-brasil>.
<http://unesdoc.unesco.org/imagem/0008/000862/>.
<www.brasil.gov.br/cop17/panorama/painel-intergovernamental-sobre-mudancas-climaticas-
ipcc>.
<www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=45576>.
<www.rededasaguas.org.br/>.
<www.sosma.org.br/projeto/rede-das->aguas/>
<www.pnud.org.br/IDH/DesenvolvimentoHumano.aspx?indiceAccordion=0&li=li_DH>.
<http://cristovam.org.br/portal3/index.php?option=com_content&view=article&id=5265:cri
stovam-lamenta-posicao-do-brasil-no-idh-e-critica-governo-por-nao-assumir-tragedia-na-
educacao&catid=27&Itemid=100072
<www.pnud.org.br/atlas/ranking/IDH_global_2011.aspx?indiceAccordion=1&li=li_
Ranking2011>.
<http://extra.globo.com/noticias/mundo/casal-de-idosos-desabrigados-vive-em-mcdonalds-
de-shopping-de-buenos-aires-por-2-anos-131948.html>.
<www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2271&id_
pagina=1>.
<www2.camara.leg.br/comunicacao/institucional/noticias-institucionais/camara-apresenta-
a-exposicao-201cvendedores-de-praia201d>. 399
400
1ª edição
Curitiba
2013
Princípios gerais
Esta coleção orienta-se pelos princípios ex- A educação de adultos torna-se mais que um
pressos na Constituição Federal de 1988, Artigo direito: é a chave para o século XXI; é tanto conse-
208 – CF alterado pela Emenda Constitucional nº quência do exercício da cidadania como condição
59, de 11 de novembro de 2009, os quais esten- para uma plena participação na sociedade. Além
dem o direito ao Ensino Fundamental aos cidadãos do mais, é um poderoso argumento em favor do
de todas as faixas etárias, estabelecendo o impe- desenvolvimento ecológico sustentável, da de-
rativo de ampliar as oportunidades educacionais mocracia, da justiça, da igualdade entre os sexos,
para aqueles que já ultrapassaram a idade de es- do desenvolvimento socioeconômico e científico,
colarização regular. além de um requisito fundamental para a constru-
Assim, a Educação de Jovens e Adultos e Ido- ção de um mundo onde a violência cede lugar ao
sos, “modalidade estratégica do esforço da Nação diálogo e à cultura de paz baseada na justiça.”
(Declaração de Hamburgo sobre a EJA)
em prol de uma igualdade de acesso à educação
como bem social, participa deste princípio”. Os princípios e indicações constantes nas
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Diante do desafio de resgatar um compromis-
de Jovens e Adultos embasam a elaboração desta
so histórico da sociedade brasileira e contribuir
coleção, bem como aqueles relacionados ao pro-
para a igualdade de oportunidades, inclusão e
cesso de ensino e aprendizagem da leitura e da
justiça social, a Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
escrita, os conhecimentos matemáticos, linguísti-
cação Nacional – LDB 9394/96, que estabelece as
cos, históricos, geográficos, científicos e artísticos.
diretrizes e bases da educação nacional, é comple-
A coleção objetiva ser um instrumento didático a
mentada com: Lei 11525/2007, que trata dos direi-
mais na sua prática pedagógica, trabalhando te-
tos da criança e do adolescente; Lei 11645/2008,
mas relevantes que possibilitam aos educandos a
que trata da inclusão de conteúdos da cultura
ampliação e o confronto entre as visões de mundo.
afro-brasileira e indígena; Lei 10741/2003, que
A proposta apresentada pode ser incorporada no
trata do estatuto do idoso; decreto 5296/2004,
seu planejamento.
que estabelece normas e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portado- “A flexibilidade curricular deve significar um
ras de deficiências. momento de aproveitamento das experiências di-
versas que estes alunos trazem consigo como, por
O Parecer CNE/CEB n.o 11/2000, na Reso-
exemplo, os modos pelos quais eles trabalham
lução CNE/CEB n.o 01/2000, define as Diretrizes
seus tempos e seu cotidiano. [...] O trabalho, seja
Curriculares Nacionais para a Educação de Jo-
pela experiência, seja pela necessidade imediata
vens e Adultos, determinando e fundamentando
de inserção profissional merece especial destaque.
a política educacional da educação de jovens e
A busca da alfabetização ou da complementação
adultos.
de estudos participa de um projeto mais amplo de
O princípio básico constitucional – o direi- cidadania que propicie inserção profissional e a
to fundamental do cidadão a uma educação de busca da melhoria das condições de existência.
qualidade – está previsto no art. 205 de nossa Portanto, o tratamento dos conteúdos curriculares
Constituição Federal de 1988: não pode se ausentar desta premissa fundamen-
“A educação, direito de todos e dever do tal, prévia e concomitante à presença em bancos
Estado e da família, será promovida e incentiva- escolares: a vivência do trabalho e a expectativa
da com a colaboração da sociedade, visando ao de melhoria de vida. Esta premissa é o contexto
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo no qual se deve pensar e repensar o liame entre
para o exercício da cidadania e sua qualificação qualificação para o trabalho, educação escolar e
404
para o trabalho. os diferentes componentes curriculares.”
(Jamil Cury, Parecer 11/2000 CNE/CEB)
Estrutura da obra
A coleção, ancorada nos princípios sócio- eixos de formação articuladores – identidade,
-históricos, pretende ser mais um instrumento pe- cultura, trabalho e cidadania. As unidades apre-
dagógico ao professor, com vistas à qualificação sentam os conceitos estruturantes dos conteúdos
do processo de ensino-aprendizagem de jovens das disciplinas, com a finalidade de conduzir um
e adultos inseridos em diferentes contextos e re- processo dialógico que possibilite a compreensão
alidades. e o estabelecimento das relações econômicas,
Ela foi organizada de forma multidisciplinar políticas, culturais e ambientais que caracterizam
e dividida em três volumes; cada um contempla a realidade vivida.
Seções
O encaminhamento metodológico dá dire- tes a exporem o que já sabem sobre os temas.
ção às várias seções que compõem cada unidade e Valoriza a participação nas interações em sala
estão presentes em todas as disciplinas, com a pre- de aula, a expressão oral – que independe da ca-
ocupação permanente de partir do conhecimento pacidade de lidar com o código escrito – e as
prévio do aluno e, ao mesmo tempo, colocá-lo no experiências de vida dos estudantes. Os objetivos
procedimento interacional que lhe permita se ins- desta seção são: preparar o aluno para a apren-
trumentalizar com a aquisição do conhecimento, dizagem; proporcionar ao aluno a reflexão sobre
processo no qual, colegas de turma e professor têm o tema; favorecer e estimular a participação nas
papel importante enquanto sujeitos da interação. interações em sala de aula, a expressão oral e as
Assim, na troca dos conhecimentos individuais, experiências de vida dos educandos.
se permite o salto de qualidade na busca da su-
Leitura
peração do que o sujeito já detém para alcançar
uma situação catártica por parte do indivíduo, de Esta seção trará textos de diferentes gêneros
se perceber em constante crescimento. que abordem o conteúdo da disciplina com concei-
tos e informações importantes para a aprendizagem
As seções que os livros apresentam podem
significativa do assunto abordado. Com a media-
ser assim descritas:
ção do professor, essa seção irá contribuir para a
Roda de conversa aquisição da competência leitora do aluno. Após a
Abertura do assunto com informações, textos leitura, os alunos farão atividades relacionadas ao
desafiantes e perguntas para estimular os estudan- conteúdo estudado, tendo o texto como referência. 407
AQUISIÇÃO DO
REFLEXÃO CONHECIMENTO
O conhecimento que o su- INSTRUMENTALIZAÇÃO
jeito sistematiza Explicação de objetos do conhecimento
USO O conhecimento que o su- Analise de situações propostas
jeito reelabora Pesquisa
CONHECIMENTO O conhecimento novo com SISTEMATIZAÇÃO
PRÉVIO o qual o sujeito interage Atividades de organização mental
O conhecimento que o sujeito CONEXÕES
procura conhecer PROBLEMATIZAÇÃO Interdisciplinaridadde de conhecimentos
O conhecimento que o sujeito Observação de imagens
interage INTERAÇÃO
O conhecimento que o sujeito Debate
408
já detém LEVANTAMENTO DE DÚVIDAS
Expectativas de aprendizagem
Objetos de conhecimento
Volume 3
Disciplinas
Língua
Unidade Arte História Geografia Ciências Matemática
Portuguesa
A percepção e A percepção • Nossa identi- Ambiente terra • O ser huma- Das pedrinhas
a construção do artista dade humana • Clima: fascínio no: que bicho aos bilhões
do nosso • Elementos do • Identidade e preocupa- é esse? • Os números
espaço ambiente na construída ções • Conexões também têm
• A arte de ser arte • O ser humano • Tempo e entre sistemas história
feliz • Intervenção se identifica clima: qual é – Chutando a • Sistema de
urbana pelo trabalho diferença? bola numeração
• Marambaia
– Aumentando decimal
• O trabalho • Brasil: um
OS SERES HUMANOS E O AMBIENTE
• Imagens do os batimen-
deserto modifica o só país... – Leitura e escri-
tos cardíacos ta de números
mundo diversos tipos
climáticos • Movimentando no sistema de
ossos e mús- numeração
• Água, riqueza
culos decimal
líquida
• Produzindo – Ábaco
• Nossas bacias
energia • Operações e
hidrográficas
• Eliminando resoluções de
1
• Vegetação
suor problemas
brasileira: um
• Filtrando san- – Ideias asso-
mundo de
gue ciadas à adi-
diversidades
ção
• Os espaços • Continuidade
– Ideias asso-
desconstruí- da espécie
ciadas à sub-
dos – Gravidez /
tração
menstruação
– Ideias asso-
• Ser humano: ciadas à mul-
muito além do tiplicação
biológico – Ideias asso-
• Sexualidade ciadas à di-
• Relações de visão
gênero: uma – Problemas
questão cultu-
ral.
410
Quintos...
direito e da cultura administrativa diferentes • Temperatura • Fração
cidadania brasileira brasileira culturas terrestre – Leitura de fra-
• O trabalho • A música, o • Assim come- • Migrações in- – Qual é o ções
do educador tempo e o çou nossa ternas problema do – Número mis-
Paulo Freire som história • Sociedade bra- efeito estufa to
• Ele por ele • Melodia, har- • O nascimento sileira, exemplo tão divul- – Frações equi-
BRASILEIRA
mento
– Heitor Villa- – Industrializa- decimais
• Mulher
Lobos ção e movi- – Operações
combina com
4
Língua Portuguesa
Concepção da disciplina
Dominar leitura e escrita numa sociedade para agir adequadamente nas diferentes situações
letrada é imprescindível para o exercício da par- sócio-verbais.
ticipação social da pessoa. É função da escola explicar o funcionamento
O ensino da Língua Portuguesa, definida nes- do sistema de escrita para que o educando possa
sa coleção, destina-se à alfabetização e letramento resolver questões práticas e ter acesso à informa-
dos anos iniciais da Educação de Jovens e Adultos. ção e às formas superiores de pensamento; desfru-
Apresenta uma proposta didática ancorada numa tar da literatura; e fazer usos sociais da escrita.
perspectiva interacionista de linguagem, e tem Para situarmos alfabetização e letramento na
a intenção de propiciar o desenvolvimento das literatura existente, nos valemos das colocações
competências comunicativas. Para isso, enfatiza o de Magda Soares (2004, p. 24):
desenvolvimento das atividades a partir de textos
de circulação social – gêneros do discurso diver- [...] um adulto pode ser analfabeto, porque mar-
sificados –, nos quais são realizados os estudos e ginalizado social e economicamente, mas, se
a sistematização para a aquisição do sistema de vive em um meio em que a leitura e a escrita
escrita e a reflexão sobre os usos da língua oral têm presença forte, se se interessa em ouvir a
e escrita. leitura de jornais feita por um alfabetizado, se
recebe cartas que outros leem para ele, se dita
A utilização da língua efetua-se em forma de cartas para que um alfabetizado as escreva, ..., se
enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, pede a alguém que lhe leia avisos ou indicações
que emanam dos integrantes duma ou doutra afixados em algum lugar, esse analfabeto é, de
esfera da atividade humana. O enunciado refle- certa forma, letrado, porque faz uso da escrita,
te as condições específicas e as finalidades de envolve-se em práticas sociais de leitura e de
cada uma dessas esferas, não só por seu conteúdo escrita.
(temático) e por seu estilo verbal, ou seja, pela
seleção operada nos recursos da língua – recursos Para a autora o letramento possui duas dimen-
lexicais, fraseológicos e gramaticais -, mas tam- sões: a individual – atributo pessoal que se refere à
bém, e sobretudo, por sua construção composi- posse individual de habilidades de leitura e escrita;
cional. Esses três elementos (conteúdo temático, e a dimensão social – fenômeno cultural –, que
estilo, e construção composicional) fundem-se refere-se ao conjunto de demandas e atividades so-
indissoluvelmente no todo do enunciado, e todos ciais que envolvem a língua escrita, o que dificulta a
eles são marcados pela especificidade de uma formulação de uma definição exata de letramento.
esfera de comunicação. Qualquer enunciado Segundo Rojo (2000, devido às mudanças sociais
considerado isoladamente é, claro, individual, e às exigências sobre os conhecimentos da leitura
mas cada esfera de utilização da língua elabora e da escrita em nossa sociedade, esses termos vem
seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sofrendo ressignificações.
sendo isso que denominamos gêneros do dis- Sobre esse processo, lemos também, na De-
curso. claração de Hamburgo sobre a Educação de Adul-
(BAKHTIN, 2000. p. 279).
tos, de 1997, da qual o Brasil é signatário:
Espera-se que os educandos elaborem e re-
elaborem seus conhecimentos, expressem e de- ... a alfabetização, concebida como o conheci-
fendam seus pontos de vista, confrontem as dife- mento básico, necessário a todos, num mundo
em transformação, é um direito humano funda-
412 rentes visões de mundo, reflitam sobre a língua
e desenvolvam sua competência comunicativa mental. Em toda a sociedade, a alfabetização é
Encaminhamento metodológico
Trabalho com a leitura de texto matização dos aspectos estruturais da língua. A
leitura é uma atividade cognitiva que implica o
No início da alfabetização, a mediação do
envolvimento do sujeito na busca e compreensão
alfabetizador como leitor é imprescindível. A in-
de sentidos e significados.
terpretação de um texto começa mesmo antes de
lê-lo; a previsão, a hipótese e a expectativa sobre Os significados produzidos pela prática
o que será lido e sua compreensão dependem de social resultam de processos de objetivação. O
conhecimentos prévios que o texto pressupõe: os texto escrito lido (recepção textual) é em si uma
do leitor em relação ao tema, ao autor, ao gênero objetivação de significados. Abordar o ensino da
e do interesse do leitor. leitura pressupõe essa compreensão. O processo
de apropriação dos significados escritos (objeti-
Para formar leitores competentes, é preciso
vados) será apreendido e interpretado pelo leitor
exercitar a atenção, a memória e o pensamento.
numa forma de ressignificação dos discursos. A
Na leitura, autor e leitor constroem os sentidos
pluralidade está presente nos diversos gêneros
do texto. Na compreensão do texto, o leitor ativa
discursivos, e como as palavras não apresentam
seu conhecimento prévio sobre o assunto, traz sua
um único sentido, a leitura é também uma esco-
experiência sociocultural.
lha de sentidos mais adequados a cada palavra
Segundo Kleiman (1996, p.7), ignora-se na escrita, conforme o contexto e a situação em que
“prática o fato de a leitura ser a atividade cognitiva foi produzida e usada.
por excelência; o complexo ato de compreender
A prática de leitura deve privilegiar situações
começa a ser compreensível apenas se aceitarmos
que possibilitem acesso aos diferentes gêneros
o caráter multifacetado, multidimensionado desse
textuais e compreensão da função a que se des-
processo que envolve percepção, processamento,
tinam.
memória, inferência, dedução”.
A ampliação do universo cultural do alfa-
O texto deve ser explorado nas suas diver-
betizando requer intenso contato com atividades
sas finalidades: pelo prazer de ler, para buscar 413
de leitura que ultrapassem os limites do seu co-
informações, para debater ideias e para a siste-
Ocorrências regulares
Correspondências regulares diretas: P/B, T/D, F/V.
Ex.: PATO, BODE, FIVELA.
Regulares contextuais: É o CONTEXTO, dentro da palavra, que define qual letra (ou dígrafo) deverá ser usada.
Ex.:
• Uso de R ou RR: RATO, PORTA, BARATA, CARRO, GRITO.
• Uso de G ou GU: GAROTO, GUERRA.
• Uso de C ou QU: CAVALO, QUEIJO.
• Uso de J formando sílabas com A, O, U: JACARÉ, JOGO, CAJU.
• Uso de Z em palavras que começam com o “som de Z”: ZEBRA, ZINCO.
• Uso de S no início de palavras, formando sílabas com A, O, U: SAPATO, SUADO, SOJA.
• Uso de E ou I no final de palavras que terminam com o som de I: PERDE, PERDI.
• Uso de O ou U no final de palavras que terminam com o som de U: BAMBO, BAMBU.
• Uso de M, N, NH ou TIL (~) para grafar nasalização: CAMPO, CANTO, MINHA, PÃO, MAÇÃ.
Regularidades morfológico-gramaticais (presentes em substantivos e adjetivos)
• Adjetivos que indicam lugar de origem se escrevem com ÊS/ESA: FRANCÊS/FRANCESA, INGLÊS/
INGLESA.
• Substantivos derivados de adjetivos se escrevem com EZA: BELEZA, POBREZA.
• Substantivos coletivos terminam com L: MILHARAL, CANAVIAL, CAFEZAL. 415
417
Quadro de gêneros
Exemplos de gêneros. Aspectos Características/elementos composicionais e traços
tipológicos capacidades de linguísticos
linguagem dominantes.
POEMA • Composição de tamanho muito variado;
• Capacidade de linguagem: • Explora a musicalidade baseada na sonoridade das palavras,
– expressar sentimentos, poetar. sustentada por rima, métrica, ritmo, aliteração e assonância;
• Função social: • Constrói-se não apenas com ideias e sentimentos, mas também
– despertar emoção, enlevo, senti- por meio do emprego do verso e de seus recursos musicais;
mento de beleza e apreciação es- • Presença da subjetividade;
tética; • As palavras são combinadas com a finalidade de compor ima-
– legitimar manifestações culturais. gens, sugerir formas, cores, odores, sons, permitindo múltiplas
sensações, leituras e interpretações;
• Exprime sentimentos por meio da palavra ritmada.
BIOGRAFIA • Descrição ou narração da vida de uma pessoa;
• Capacidade de linguagem: • Normalmente apresenta a vida de pessoas públicas (políticos,
– relatar. cientistas, escritores, esportistas, artistas, etc.) que por meio de
suas atividades deixaram uma importante contribuição para a
• Função social: sociedade;
– documentar, representar pelo dis- • Estrutura: apresentação do biografado e narração dos fatos mais
curso as experiências vividas situa- marcantes de sua vida; pode ainda apresentar aspirações, de-
das no tempo; sejos e planos do biografado;
– tornar pública e divulgar a história • Uso da 3.a pessoa do singular;
de uma pessoa. • Verbos no pretérito perfeito e imperfeito do indicativo e em algu-
mas poucas vezes no presente do indicativo;
• Uso de anáforas pronominais;
• Datas aparecem ao longo do texto (desde o nascimento);
• Trata de fatos reais;
• Elaborada em ordem cronológica ou em forma narrativa;
• Texto mostra os principais episódios da vida da pessoa;
• Textos longos (no caso de livros que relatam minuciosamente
a história/trajetória do biografado), textos curtos (em revistas,
sites, etc.);
• Uso abundante de pronomes pessoais e possessivos na 1.a pes-
soa (tanto do singular, quanto do plural);
• Uso de palavras ou expressões com valor temporal;
• Uso de marcadores espaciais (de lugar);
• Expressões que funcionam como modalizadores do discurso,
principalmente advérbios.
CONTO • Texto ficcional;
• Capacidade de linguagem: • Cria um universo de seres e acontecimentos de fantasia;
– narrar. • Texto conciso (não se espalha em grandes detalhes, vai direto
ao assunto);
• Função social: • Apresenta uma ou poucas ações;
– fazer com que o leitor tenha diferentes • A descrição das personagens limita-se ao essencial;
interpretações da realidade representa- • Linguagem empregada deve estar de acordo com o perfil do
da pelas personagens; narrador e das personagens;
– servir como fonte de aprendizado;
• Narrativa em 1.a ou 3.a pessoa;
– divertir, distrair e dar um suspense
à obra. • Faz uso de diálogos;
418
• Função social:
420 – participação e interação com outros
meios de comunicação.
423
Avaliação
O objetivo dos anos iniciais está voltado às que a avaliação se aplique não apenas ao aluno,
práticas letradas do ler, compreender e produzir considerando as expectativas de aprendizagem,
textos, o que requer o domínio da escrita alfabética mas às condições oferecidas para que isso ocor-
e o envolvimento do educando nestas práticas. A ra. Avaliar a aprendizagem, portanto, implica
avaliação consiste no acompanhamento do pro- avaliar o ensino oferecido – se, por exemplo,
cesso de ensino e de aprendizagem a fim de obter não há a aprendizagem esperada significa que
as informações necessárias para as intervenções o ensino não cumpriu com sua finalidade: a de
pedagógicas e do educando. Em suma: fazer aprender.” (PCN volume 1 introdução
BRASÍLIA,1997, p. 83, 84).
“[...] a avaliação contemplada nos Parâmetros
Curriculares Nacionais é compreendida como: Toma-se como eixos fundamentais para o de-
elemento integrador entre a aprendizagem e o senvolvimento da ação pedagógica: o texto como
ensino; conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste unidade de ensino; o papel dos gêneros textuais
e a orientação da intervenção pedagógica para na formação do leitor e produtor de texto e nas
que o aluno aprenda da melhor forma; conjunto escolhas de linguagem mais conscientes para a
de ações que busca obter informações sobre o efetivação da capacidade comunicativa. Desta
que foi aprendido e como; elemento de refle- forma, a avaliação tem como função precípua
xão contínua para o professor sobre sua prática a reflexão sobre o progresso dos educandos em
educativa; instrumento que possibilita ao aluno função dos objetivos pretendidos, o que ao mesmo
tomar consciência de seus avanços, dificuldades tempo subsidia o redimensionamento do encami-
e possibilidades; ação que ocorre durante todo o nhamento metodológico.
processo de ensino e aprendizagem e não apenas Estudos atuais indicam que a interpretação de
em momentos específicos caracterizados como textos e a produção textual devem ser trabalhadas
fechamento de grandes etapas de trabalho. Uma sob novo enfoque. A ressignificação dos estudos
concepção desse tipo pressupõe considerar tanto gramaticais também nos conduzem a tomá-los
o processo que o aluno desenvolve ao aprender como instrumento facilitador para a apropriação
424 como o produto alcançado. Pressupõe também
425
• Comentários sobre a
intenção do autor e • Identificar o conjunto
para que interlocutor de letras que indicam
se destina. o som nasal nas pala-
vras.
• Trabalhar com leitura, Imagem do deserto. • Discussão a aprtir do • Manifestar seus conhe-
oralidade, interpretação conhecimento prévio cimentos sobre o tema
e produção de textos. dos alunos sobre o do texto.
• Poema tema do poema.
• Relacionar os elemen- • Identificar o gênero “po-
tos do texto e os dados • Leitura em voz alta do ema”, apontando suas
do universo do leitor. poema. características.
• Discussão, em grupo,
sobre os temas abor-
dados nos textos, com
a intenção de estabele-
• Produzir um texto de re- cer diferenças e seme-
escrita do poema, dan- lhanças e as consequ- • Reescrever o poema,
do a ele novo sentido e ência sobre a natureza. alterando o sentido e o
título. título. 427
• Localização e atenção
às rimas, ao ritmo ca-
denciado pelo número
de sílabas métricas
dos versos, e às ima-
gens criadas pelo au-
tor.
• Estabelecimento de re-
lação do título com o
• Produzir um texto de • Escrever um texto de
assunto do texto.
opinião sobre o tema opinião, observando
do texto estudado. • Pessoas do discurso: as características do
singular e plural • Observação da pessoa gênero.
do discurso.
• Produção de texto de
opinião.
• Trabalhar com leitura, Bola de meia, bola de • Discussão para pro- • Participar da discussão
oralidade, interpretação gude. vocar a expressão sobre o assunto do tex-
e produção de textos. • Poema. oral do conhecimento to.
prévio do aluno.
• Emprego do pronome
possessivo.
• Identificar o uso do
• Pronome possessivo: pronome possessivo
singular e plural. para indicar a primeira
• Produzir um texto in- pessoa do singular e do
terpretando versos do plural.
poema e manifestando
memórias suscitadas
• Produzir textos sobre
pela leitura dos versos.
os versos selecionados
do poema.
432
433
• Atividade de criação do
diálogo – parte verbal • Criar um diálogo signi-
para compor um car- ficativo para compor o
tum. cartum.
• Concordância verbal.
• Advérbio de lugar.
• Trabalhar com leitura, • Discussão sobre o as- • Manifestar seu conhe-
oralidade, interpretação sunto do texto como cimento prévio sobre o
e produção de textos. incentivo ao desenvol- assunto que será estu-
vimento da oralidade. dado
435
Textos de apoio
Letramento e suas implicações para o ensino de Língua materna
mentação que estão ausentes de situações mais tensas e
Introdução
competitivas como as do local de trabalho. Tápias-Oliveira
Os estudos do letramento têm como objeto de co- (2006) relata uma experiência de formação em que se
nhecimento os aspectos e os impactos sociais do uso da solicitou aos estudantes, no primeiro ano do curso de
língua escrita (KLEIMAN, 1995). De origem acadêmica, o Letras, que elaborassem diários de aprendizagem regis-
conceito foi aos poucos infiltrando-se no discurso escolar, trando os momentos marcantes do processo: impressões
contrariamente ao que a criação do novo termo pretendia: e sentimentos sobre os momentos mais difíceis, interes-
desvincular os estudos da língua escrita dos usos escolares, santes, incompreensíveis das aulas. Frente à tarefa de,
a fim de marcar o caráter ideológico de todo uso da língua praticamente, ter de inventar o gênero, houve alunos que
escrita (STREET, 1984) e distinguir as múltiplas práticas de produziram exemplares mais próximos ao diário íntimo e
letramento da prática de alfabetização, tida como única e confessional, como exemplifica o trecho a seguir:
geral, mas apenas uma das práticas de letramento da nos-
sa sociedade, embora possivelmente a mais importante, Tenho uma certa dificuldade em ouvir o que o outro
até mesmo pelo fato de ser realizada pela também mais pensa, se pensa diferente de mim, e deixá-lo ir até o
importante agência de letramento, a instituição escolar. fim, permitindo que conclua seu raciocínio /.../.. Isso
Talvez tenha sido o contraste estabelecido entre alfa- é uma coisa que me angustia um pouco aqui no Cur-
betização e letramento, desde quando o conceito começou so e sei que preciso trabalhar, até por que, isso será
a circular no Brasil, em meados da década de 80, o que importante para que eu me sinta membro do grupo.
limitou a relevância e o impacto do conceito de letramento (TÁPIAS- OLIVEIRA, 2006, p. 82)
para o ensino e a aprendizagem aos primeiros anos de
contato do aluno com a língua escrita, ou seja, àquele pe- Alguns procuraram na correspondência epistolar o
ríodo em que o discente está em processo de aquisição dos modelo do gênero: E[nome do professor], “eu gostaria que
fundamentos do código da língua escrita. Assim, enquanto você fizesse mais atividades como essa (leitura de explo-
professores alfabetizadores se preocupam com as melhores ração), pois é muito importante. Através dessas análises
formas de tornar os seus alunos letrados, os professores de vou compreendendo melhor toda a sua matéria dada”
língua materna se preocupam com as melhores formas de (TÁPIAS-OLIVEIRA, 2006, p.95); já outros encontraram
introduzir os gêneros, criando-se aí uma falsa dicotomia, em textos mais próximos do relatório o modelo satisfató-
pois o aluno da quarta, sexta ou oitava série do Ensino rio para registrar suas impressões: “[o debate é] de suma
Fundamental, assim como o aluno de Ensino Médio está, importância, pois através desse debate é que podemos
também, ao longo de seu processo de escolarização, em esclarecer muitas dúvidas existentes e fazer ligação com
processo de letramento. Aliás, nesse processo, estão todos conceitos já estudados” (TÁPIAS-OLIVEIRA, 2006, p. 144).
os que utilizam a língua escrita em seu cotidiano. No contexto do Ensino Fundamental, Guimarães
Confrontado com novas necessidades de uso da (1999) relata uma experiência de três anos (da 5ª a 7ª série)
escrita, devido a uma promoção ou a uma mudança de em que os alunos, frente a uma situação comunicativa de
emprego que lhe exija escrever textos até então não ela- ter que recomendar, ou não, aos seus colegas de turma,
borados por ele, o empregado pergunta a colegas se há um livro que tivessem lido, experimentaram diversos gê-
modelos desses textos nos arquivos, analisa os textos dis- neros até chegar ao que pode ser reconhecido como uma
poníveis e, assim, forma algumas representações sobre o resenha padrão (resumo, análise crítica, recomendação
que estaria envolvido naquela produção. Com base nesse ou rejeição). Nas primeiras tentativas, na quinta série,
material, tenta uma primeira versão do texto que deve pro- produziam textos mais próximos da oralidade, alguns que
duzir, mostra o resultado a colegas, escuta seus comentá- a autora descreve como “bilhetes”, como em
rios e faz outra versão se necessário for. No processo, esse
profissional está formando uma representação do gênero /.../ Eu ri muito enquanto eu lia o livro principalmente
desconhecido, a qual é social mas também individual quando ele foge de casa.
e única. Os gêneros são as matrizes sócio-cognitivas e O que? Você não sabe do que estou falando?
culturais (MATENCIO, 2003) que permitem participar de Então vá depressa a uma livraria para comprar o livro
atividades letradas das quais nunca antes se participou. e saber do que estou falando. Você vai adorar /.../.
Esse modo de agir em situações novas, característico (GUIMARÃES, 1999, p. 77)
da aprendizagem, deveria ser particularmente verdadeiro
436 nas situações de aprendizagem escolar, pois na escola Já na sétima série, no terceiro ano do projeto, os
existem (ou deveriam existir) possibilidades de experi- alunos produziam, de fato, resenhas, como o trecho a
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Encaminhamento metodológico
É importante, nas aulas da disciplina de Arte, A partir de 2011 foi implantada no Brasil a
que em todos os momentos seja abordado o objeto Lei 11.769/08, que estabelece: “A música deverá
de conhecimento específico, a prática e a fruição. ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do
Isso precisa estar explícito no planejamento e, componente curricular” (§ 6º).
como tal, bem entendido no plano de trabalho Ao trabalharmos Arte, além de propiciar ao
docente. Lembrando que este encaminhamento aluno o contato com as quatro áreas do conheci-
vale para as quatro áreas de arte, as quais deverão mento em Arte, as quais tem igual importância, é
ser trabalhadas ao longo do ano letivo, partindo da imprescindível o fato de o professor não trabalhar
formação do professor e transitando pelas outras isoladamente a atividade, e sim de forma integra-
áreas. 441
da, abordando os elementos formais, a compo-
Avaliação
Avaliar implica conhecer como os conteúdos de É a partir de uma avaliação continuada que o
Arte são assimilados pelos estudantes a cada momento professor chegará à melhora significativa no pro-
da escolaridade e reconhecer os limites e a flexibilida- cesso de ensino, no qual a consequência será uma
de necessária para dar oportunidade à coexistência de aprendizagem mais efetiva.
distintos níveis de aprendizagem, num mesmo grupo A avaliação é uma aliada do professor, auxi-
de alunos. (PCN, p. 95) liando e promovendo a melhoria no processo de
A avaliação em Arte faz parte do cotidiano ensino para alunos e professores.
dos professores e, além de meio para diagnosticar Se a proposta da educação é formar sujeitos
a aprendizagem é também um desafio, uma vez que compreendam criticamente o mundo que os
que deve-se avaliar o desempenho do estudante cerca e o contexto social e histórico do qual são
acerca do conteúdo trabalhado. frutos, não faz sentido avaliar em um processo
O objetivo da avaliação é subsidiar os pro- que constate apenas se o estudante aprendeu ou
fessores a respeito do processo de aprendizagem, não o conteúdo abordado. Desta forma, a ação
de forma que seja possível estipular um nível clas- pedagógica que acontece no ambiente escolar
sificatório deste mesmo processo. deve contribuir nesta formação.
A avaliação deve estar em consonância com O processo avaliativo deve ser pensado de
os documentos legais da escola, como o Projeto acordo com as possibilidades que o professor
Político Pedagógico e, mais diretamente, a Pro- possui para avaliar os critérios estabelecidos pelo
posta Pedagógica Curricular. coletivo da escola.
Os critérios e os instrumentos de avaliação
Segundo os PCN (Brasil, 1997, p.102) a devem ser pensados de forma a valorizar a inten-
avaliação em Arte deve ocorrer em três mo- ção com que se avalia, o que se avalia e quando
mentos: se avalia.
• antes de uma atividade, para diagnosticar Entende-se que a avaliação é parte do proces-
o nível de conhecimento dos alunos; so metodológico escolar, porém, deve-se levar em
• durante o processo de aprendizagem; conta que ela é apenas um dos momentos e não
• ao final de um conjunto de atividades, todo o processo. Em Arte, o processo é mais va-
para analisar como a aprendizagem ocor- lorizado e considerado que o produto do trabalho
reu. desenvolvido; isto em qualquer uma das quatro
áreas que constituem esta disciplina.
442
443
444
Referências
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Catavento cultural. Disponível em: <www.cataventocultural.org.br/>.
450
Encaminhamento metodológico
A prática pedagógica do ensino da História problemas do cotidiano individual e coletivo. Esse
tem o compromisso social de propiciar aos estu- processo deve desconsiderar as referências tempo-
dantes – no caso desse material, à Educação de rais menores, as concepções factuais do processo
Jovens e Adultos: social e o foco sobre os personagens históricos
• o reconhecimento da sua identidade indi- tradicionais. Ao contrário, a condução do estudo
vidual, brasileira e humana; da História precisa se ater a conteúdos que pos-
sibilitem condições ao estudante de exercer sua
• o acesso à cultura de seu tempo e de sua
cidadania de forma mais consciente.
sociedade;
Inicialmente, é importante que os objetivos
• e oportunizar condições para exercer sua
propostos na página de abertura de cada unidade
cidadania.
sejam lidos e discutidos com os alunos, uma vez
Ao mesmo tempo, lhes possibilitar condições que tais objetivos darão significado aos conteúdos
para modificar seu cotidiano e agir na sociedade a serem estudados. O professor deverá ficar atento
buscando os melhores caminhos numa perspec- a tais objetivos durante todo o trabalho da unida-
tiva coletiva, enquanto cidadãos cônscio de sua de, para que eles possam servir de eixo norteador
realidade e instrumentalizados pelo saber signifi- da atividade pedagógica do ensino/aprendizagem
cativo aquirido. da História. Eles servirão também para a avalia-
Assim, o conteúdo da História selecionado ção, nas suas mais diversas formas, pois alunos e
para essa coleção não se caracteriza pela quanti- professor precisarão de clareza de qual uso deverá
dade de informações históricas, mas pela qualida- ser feito com o conteúdo da História estudado.
de delas, capaz de dar significado ao significante Assim, a estrutura do material e o tratamento
da disciplina. O mesmo vale dizer da forma como da História nele apresentado parte, a cada lição
esses conteúdos devem ser trabalhados em sala de ou tópico, do conhecimento prévio do aluno.
aula por alunos e professor. Na prática, trata-se de um texto introdutório que
A disciplina de História, então, objetiva pro- contextualiza o assunto a ser estudado, para em
piciar ao aluno uma compreensão da realidade, seguida propor-lhe alguma reflexão, análise e pro-
percebendo contradições, estabelecendo rela- blematização, dentro do que o material chama
ções entre as diferentes sociedades no tempo e de “Roda de conversa”. É um momento no qual
452 instigando à busca de possíveis soluções para os o aluno expressa o “uso primeiro” que ele faz do
conhecimento que detém.
Avaliação
Evidentemente que a questão da avaliação É preciso, antes de mais nada, que a escola
em História está inserida dentro de uma visão se pergunte sobre que tipo de sociedade almeja
maior, de um todo, com o qual deve se preocupar construir, que valores precisa preservar e quais
a escola. Ela não pode ser encarada como algo à precisa superar.
parte, mas na relação com os fins a que uma dada
Estamos satisfeitos com a sociedade que temos 453
educação se propõe.
ou queremos lutar pela transformação dessa
457
Este artigo tem por objetivo discutir o uso das logias), relacionado ao que lhes é familiar. Entre o
analogias no ensino de História, utilizando con- científico e o senso comum, tornam-se recursos
tribuições dos autores que operam teoricamente didáticos com grande potencial para a ressignifi-
com o conceito de saber escolar considerando sua cação de saberes e práticas, sintetizando de forma
especificidade e originalidade.1 emblemática uma criação do saber escolar.
As analogias são utilizadas, frequentemente, No entanto, o risco do anacronismo ou a
pelos professores como recurso para facilitar a transferência de características e atributos indevi-
compreensão de conteúdos escolares, uma vez dos a processos e fenômenos diferenciados exige
que possibilitam mediações simbólicas e apren- cuidado e atenção para evitar que sua utilização
dizagens significativas. Nesse sentido, revelam-se se torne fonte de erros ou equívocos.
recurso tentador para superar o estranhamento dos O conhecimento histórico tem no reconheci-
464 alunos face ao desconhecido que é, por elas (ana- mento e consideração das diferenças socioculturais
Aí você pergunta o que é que significa isso pelo professor de forma a encaminhar o raciocínio
na prática? É simples... Hoje em dia, por exem- dos alunos para a compreensão do conceito, ao
plo, como o Brasil é uma república federativa, os mesmo tempo em que procura fazê-los perceber
estados têm uma grande autonomia com relação a construção histórica da vida social. A dimensão
ao poder central, tem poder próprio e lei, tem axiológica6 pode ser percebida nas críticas que ele
autonomia própria, tem imposto próprio que a faz ao denunciar o racismo presente na decisão
gente até já comentou aqui o caso do ICMS, por de trazer imigrantes europeus para o Brasil e as
exemplo. Só que naquela época os estados não “trapaças” aplicadas aos imigrantes pelos fazen-
tinham essa autonomia... deiros, por meio do “barraca”.
Eu comentei com vocês que o Brasil era um Os exemplos apresentados são expressões
império unitarista... Então as províncias depen- do saber ensinado, nos quais as analogias têm
diam demais dos recursos que vinham do impe- papel de destaque como recurso para viabilizar a
rador. Então, quando o Imperador distribuía esses compreensão e aprendizagem dos alunos.
recursos, a distribuição seguia muito mais um cri- De acordo com o que é proposto por Che-
tério político. Onde o imperador tinha políticos de vallard, as aulas desenvolvidas – onde se percebe
sua confiança predominando, ele liberava verbas claramente o papel do professor agindo como
com mais facilidades... Onde não tinha essa mes- um narrador, articulando os fatos de forma a pos-
ma confiança ele não liberava tanta verba. sibilitar aos alunos atribuir sentido ao que era
Aqui temos outra vez o uso da analogia: apresentado – abordavam temas desvinculados
como pano de fundo, temos a comparação en- das questões de pesquisa de origem e que eram
tre o fazendeiro do Vale do Paraíba e aquele do recontextualizados para o ensino, atendendo à
oeste paulista; mais detalhadamente, aparece a necessidade de publicização. Menções aos histo-
comparação entre a organização unitarista e cen- riadores que estudam essa questão também não
tralizadora do Império e a organização política da foram feitas, revelando o processo de despersona-
federação brasileira atual, utilizada para facilitar lização.7 A centralidade da exposição na pessoa
a compreensão pelos alunos do significado desse do professor lhe conferiu também a responsabi-
tipo de pacto político e os motivos de insatisfação lidade de avalista do que estava sendo ensinado.
da classe senhorial. A programabilidade, ou seja, a definição racio-
nal de sequências que permitam uma aquisição
Nesse caso, o professor buscou no presente
progressiva de conhecimento8 me parece clara,
um exemplo de prática – a cobrança do ICMS –
468 que possibilitasse aos alunos compreender os mo- revelando a crença presente entre os professores
472
Sites
Unirio: um instrumento didático de grande valor que pode ser sugerido pelo professor para que os alunos consultem,
caso estejam trabalhando com o tema do Brasil do XIX e, sobretudo, com a questão da escravidão, o site dá um
suporte extremamente coerente e eficiente para o desenvolvimento em sala de aula. Disponível em: <www.histo-
riaunirio.com.br/numem/detetivesdopassado>.
Mac (Museu de Arte Contemporânea de São Paulo): relatos das obras dos vários artistas, com fotos das esculturas
e quadros. Disponível em: <www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/roteiro/fichas.asp>.
UFF: rico material sobre os séculos XIX e XX a partir desse material, que reúne fotos, textos em pdf, bibliografias e
muitas sugestões de filmes. Disponível em: <www.historia.uff.br/nec>.
História Net: apresenta temas abordados de formas variadas, com link de mapas, sugestão de filmes e livros, rica
relação biográfica de personalidades históricas e charges curiosas. Disponível em: <www.historianet.com.br/home>.
Povos indígenas no Brasil: traz grande quantidade de dados sobre as diversas tribos do Brasil, com curiosidades
como a atividade artística que desenvolvem. Ótimo recurso para os professores que queiram conscientizar seus
alunos sobre a questão indígena no país, tão desprezada pela historiografia tradicional. Disponível em: <pib.socio-
ambiental.org/pt>.
Revista de História da Biblioteca Nacional: um espaço do historiador, onde este pode responder perguntas a inter-
nautas, publicar páginas e comentários sobre qualquer tema e se atualizar com essa troca intensa de informações.
Disponível em: <www.revistadehistoria.com.br>.
Best of History. extremamente completo, abrange uma temática variada e apresenta diversas maneiras de traba-
lhá-las, como jogos educativos, um conjunto de mapas, sugestões de atividades, além de reunir alguns temas pouco
abordados em escolas e até mesmo em universidades brasileiras, como História Oral e História Militar. – Em inglês.
Disponível em: <www.besthistorysites.net>.
Hyper History: site com atualidades, usando-se de diagramas, mapas e resumos sobre os diversos períodos históri-
cos em vários lugares. Apresenta ainda boa quantidade de links que complementam suas informações. – Em inglês.
Disponível em: <www.hyperhistory.com>.
www.ichs.ufop.br/cadernosdehistoria – Cadernos de História
www1.capes.gov.br/bdteses – Capes
www2.dbd.puc-rio.br/htdig_teses/ – Puc-rj
www.bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/tde_busca/index.php - Puc-Campinas - Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações.
www.sapientia.pucsp.br – Biblioteca Digital Puc-SP.
www.revista.iphan.gov.br – Revista Eletrônica do IPHAN – Patrimônio
www.rehb.ufjf.br – Revista Eletrônica de História do Brasil
www.revhistoria.usp.br – Revista de História (USP)
www.unicamp.br/chaa/rhaa/ – Revista de História da Arte e Arqueologia (UNICAMP)
www.revistafenix.pro.br – Revista de História e de Estudos Culturais
www.anpuh.uepg.br/historia-hoje – Revista História Hoje
www.iphan.gov.br/revistadopatrimonio – Revista do Patrimônio Histórico e Artístico
474
www.teses.usp.br/ – Biblioteca Digital – USP.
Encaminhamento metodológico
O trabalho com Geografia em sala de aula • Construção de conceitos, análise de dados
deve partir de um pressuposto que considera o e fatos, busca (pesquisa) de respostas e de
espaço dinâmico e plural, ao contrário de estático soluções para questionamentos propostos;
e único. O aluno será orientado no sentido de • Aplicação das respostas e soluções que con-
perceber e sentir que o espaço está sendo cons- tribuam pra a melhoria da realidade vivida;
truído historicamente pelo ser humano, por meio • Comparação da sua realidade com a de ou-
de processos em movimento que refletem a sua tros grupos sociais, em outras condições,
atuação, o seu trabalho e as transformações que próximas ou distantes da sua;
ele, como agente importante desse processo, deixa
• Compreensão da realidade social da popu-
como suas marcas no espaço e no tempo.
lação brasileira, analisando de maneira res-
Assim sendo, a metodologia utilizada é a que peitosa a diversidade existente, sem negá-la;
se segue:
• Desenvolvimento e aprimoramento da leitu-
• Exploração e valoração de conhecimentos ra cartográfica por meio de procedimentos
prévios retirados do cotidiano do aluno para necessários à sua compreensão;
análise e discussão de situações reais, com
• Trabalho com aulas expositivas em uma
a finalidade de compreendê-las e interferir,
perspectiva dialógica;
se necessário, para melhorá-las;
• Desenvolvimento cognitivo do aluno cen-
• Utilização de atividades motivadoras e sen-
trado em sugestões propostas pelos PCNs;
sibilizadores por meio de poemas, músicas,
charges entre outros, buscando o desenvol- • Abordagem de temas relativos ao Brasil em
vimento de competências de análise para o uma perspectiva física, socioeconômica,
favorecimento da aprendizagem; política e cultural;
• Construção de hipóteses e sugestões de lei- • Trabalho com a interdisciplinaridade com
tura sobre temas comumente transcritos na ícone específico que alerta quando um tema
mídia escrita e falada; pode ser abordado a partir de outro referen-
cial disciplinar;
• Busca de soluções de “como resolver”, in-
dividualmente ou em grupo, situações apre- • Reconhecimento e estabelecimento das
sentadas como problematizações; relações entre as diversas escalas de fenô-
menos geográficos (local, regional e global
476
e vice-versa);
Avaliação
Nesta obra, a disciplina de Geografia irá Será uma avaliação que se constituirá em um
tratar da avaliação como um processo que deve processo de crescimento e desenvolvimento do
ser formativo, contínuo, global e adaptado às di- sujeito/cidadão, visando capacitá-lo para atuar na
ferentes clientelas que serão avaliadas. No caso sociedade com autonomia, respeito e colaboração,
específico da Educação de Jovens e Adultos (EJA), entendendo melhor e preservando o meio ambiente
nos deparamos com uma grande diversidade de em que vive; inserido em uma sociedade em que
alunos em sala de aula. ele é o contribuinte da melhoria e agente de trans-
Sejam eles jovens ou idosos; trabalhadores formações positivas sob todos os aspectos.
ou não; com graus de conhecimento variados; A Geografia, como disciplina escolar oferece
com objetivos diferenciados a atingir, entende- subsídios para que professores e alunos ampliem a
mos que a avaliação deva fazer parte do processo qualidade de suas representações sociais, conhe-
ensino-aprendizagem de forma muito qualitativa, cendo as múltiplas dimensões da realidade, seja
lançando mão de instrumentos, também diversi- natural, social e histórica, que constantemente se
ficados, que realmente propiciem o aprendizado reorganizam no dinamismo apresentado por uma
de cada aluno com características inerentes a essa rede de mundialização econômica.
clientela. (PONTUSCHKA; PAGANELLI; CACETE, 2007) 477
Textos de apoio
Diferentes pessoas, diferentes culturas: Migrações
[...] Antes de mais nada, devemos considerar aos imigrantes, considerados ususpadores das opor-
que os movimentos migratórios, o ato de emigrar, tunidades de trabalho. [...]
significam a existência de dois problemas: tanto [...] Os imigrantes lutam para não perder a sua
uma ruptura do emigrante com o seu lugar de ori- identidade, procurando manter vivas as lembranças
gem quanto a necessidade de reintegração social na e as tradições dos lugares de origem. Os nascidos
condição de imigrante em seu local de destino. O nos lugares procurados pelos imigrantes resistem às
primeiro é marcado pelo distanciamento físico nas ameaças de perder suas identidades de primeiros
relações familiares e de amizades, assim como pelo povoadores do território. Para os primeiros é a luta
abandono das imagens dos lugares que marcam o para resistir à subordinação. Para os segundos é a
cotidiano das pessoas: bairros, ruas, povoados, etc. luta para garantir seus privilégios como pioneiros.
O segundo representa a condição de forasteiro, de Assim sendo, tudo nos leva a crer que as trans-
estranho, e a consequente necessidade de integração ferências de populações brasileiras de uma região
com o novo espaço físico e social. para outra, do campo para a cidade, foram acom-
Ruptura e integração são processos que acom- panhadas de traumas e conflitos. Grande parte da
panham os migrantes, quase sempre junto com con- população moradora hoje nas grandes cidades bra-
flitos tanto de natureza psicológica como sociocul- sileiras é constituída por migrantes nordestinos e elas
tural. O sentimento de perda em relação ao lugar de guardam ainda o apego aos seus lugares de origem.
origem é vivido conjuntamente com o da esperança Para muitos ainda se coloca a expectativa de retorno
de conquista em relação ao novo. Seus traços cul- aos lugares em que viviam, antes da chegada. Outros
turais, que se expressam pelas diferentes formas de tentam a reintegração às novas relações de trabalho,
linguagem (fala, modo de vestir, música, etc.), aca- subordinando-se aos novos padrões de vida na ci-
bam transformando-se, no lugar que os recebe, em dade, sem esperança de retorno, porém com seus
sinais identificadores do forasteiro. Negar ou persistir valores fortemente arraigados na vida do campo. [...]
no cultivo dessa linguagem é um dos dilemas que Talvez um dos grandes indicadores do subdesen-
se colocam para o imigrante. volvimento seja a perda de identidade das populações
Quase sempre tais conflitos acabam gerando pela imposição de uma itinerância nascida da pobreza.
discriminação e segregação, criadoras dos guetos [...]
étnicos e culturais de migrantes vindos do exterior ou Jurandyr L. Sanches Ross (Org.), Geografia do Brasil. São Paulo: USP,
do próprio país. Nos momentos de crise do mercado 1995. P. 396-9.
de trabalho, essa segregação aumenta em relação
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MIRANDA. Sérgio Luiz. O lugar do desenho e o desenho do lugar
Encaminhamento metodológico
A ciência escolar é constituída por conceitos, historicidade. Além disso, o trabalho com Ciências
procedimentos e atitudes que são selecionados a Naturais pressupõe a postura investigativa e crítica
partir de um corpo de conhecimentos científicos. diante de fatos, fenômenos, ideias e circunstân-
O desafio é incorporar à prática de ensino cias. Isso significa um “pensar científico”, enquan-
os conhecimentos selecionados de forma a torná- to processo de sistematização do conhecimento,
-los relevantes para a formação de um cidadão para a construção de novos significados.
crítico, autônomo e conhecedor de seus direitos Um ensino que vise à aculturação científica deve
e deveres. ser tal que leve os estudantes a construir o seu
Para isso, o trabalho com as Ciências da na- conteúdo conceitual participando do processo
tureza, nesta coleção, segue os princípios da me- de construção e dando oportunidade de aprende-
todologia dialética. Nesta metodologia, a prática rem a argumentar e exercitar a razão, em vez de
social se constitui o ponto de partida e de chegada fornecer-lhes respostas definitivas ou impor-lhes
da ação pedagógica. Considera-se como prática seus próprios pontos de vista transmitindo uma
social o universo central do cotidiano das pessoas. visão fechada das Ciências. [...]
A partir desse universo, a dinâmica pedagógica se (Anna Maria Pessoa de Carvalho - 2010 – CENGAGE Learning)
dá na interação estudantes/professor/conhecimen-
tos, que reconhece o aluno como sujeito pensante Entende-se por “aculturação científica” o en-
e protagonista do seu aprendizado. sino de Ciências em oposição à “acumulação de
[...] O processo educativo é uma acumulação conteúdos científicos” com perfil enciclopedista.
de experiências mais do que de conhecimen- (Mattheuws, 1994).
tos. Nessa perspectiva, os alunos da EJA trazem Logo, ensinar Ciências significa entender a
consigo bagagem considerável de experiências prática cotidiana como objeto de observação e sis-
que podem e devem ser usadas pelo professor a tematização; encaminhar atividades que propiciem
favor das ações educativas. O protagonismo do troca de ideias, comprovações, organização e regis-
estudante, nesta, mais do que em qualquer outra tro escrito; aplicar princípios científicos em contextos
modalidade, é palpável e expressivo. Alunos da diversos; construir, ampliar e aperfeiçoar conceitos;
EJA são protagonistas de reais e ricos em expe- e utilizar adequadamente a terminologia científica.
riências vividas. [...] (Caderno de orientações
Para concluir, vale ressaltar que o ensino de Ciên-
didáticas para EJA – SP)
cias, como todo processo educativo, está perma-
A prática pedagógica deve proporcionar ao nentemente em discussão e revisão numa dinâmica
aluno a diversidade de situações que resultem que busca atender às necessidades dos alunos em
em apropriação do conhecimento e, para tal, é incorporar os avanços alçados pelas pesquisas cien-
necessário que os conteúdos sejam abordados tíficas recentes, considerando as transformações
em sua totalidade, isto é, devem ser explicitados socioeconômicas e culturais pelas quais passa a
486 de maneira que se explorem os conceitos que sociedade”. PCN Ciências Naturais, p.37
constituem sua espacialidade, temporalidade e
488
491
497
Textos de apoio
Conhecimento: científico e cotidiano
Não há dúvida de que os conhecimentos pro- Depois de se reconhecer que as tonsilas exercem
duzidos pela ciência são verdadeiros. Esta frase uma importante função de defesa na porta de
simples precisa, no entanto, ser entendida em sua entrada do organismo, que é o trato digestivo, a
profundidade. A ciência não está amparada na ver- recomendação da operação é muito mais restrita
dade religiosa nem na verdade filosófica, mas em hoje em dia, sendo realizada apenas em último
um certo tipo de verdade que é diferente dessas caso, depois de tentados outros meios possíveis
outras. Não é correta a imagem de que os conhe- de tratamento.
cimentos científicos, por serem comumente fruto Este é um exemplo de que a experimentação
de experimentação e por terem uma base lógica, e a base lógica da ciência não lhe garantem a
sejam “melhores” do que os demais conhecimen- possibilidade de produzir conhecimentos inques-
tos. Tampouco se pode pensar que o conhecimento tionáveis e válidos eternamente. Mas a grande
científico possa gerar verdades eternas e perenes. questão é se outras formas de produção de co-
Muitas pessoas que viveram na década de nhecimento, sem a base experimental e lógica da
1960 perderam tonsilas, antigamente chamadas ciência, podem produzir conhecimentos válidos e
de “amígdalas”, através de cirurgias que passariam igualmente verdadeiros. Para tanto, examinaremos
a ser condenadas poucos anos depois. Naquela dois exemplos.
época, a ciência via aqueles órgãos como inúteis,
testemunhas do processo de evolução biológica. Sobrevivência nem sempre científica
Em espécies ancestrais aqueles órgãos teriam tido Dificilmente existe uma forma mais rigorosa
alguma função, perdendo qualquer utilidade nas para saber se um conhecimento é verdadeiro do
etapas subsequentes. Com as tonsilas era utilizado que testá-lo para saber se ele auxilia ou atrapalha
o mesmo raciocínio aplicado para outros órgãos, a sobrevivência das pessoas que o detêm. É um
como o apêndice vermiforme, o conhecido ór- teste muito duro!
gão responsável pelas “apendicites”. Mamíferos Podemos imaginar duas situações fictícias.
herbívoros, por exemplo, têm apêndices enormes Um grupo de pessoas está perdido em alto-mar,
e intestinos longos. Já mamíferos carnívoros têm após um naufrágio. Uma balsa com sobreviventes
apêndices pequenos e intestinos curtos. Assim, encontra frutos boiando na água, provavelmente
como a espécie humana não é herbívora (mes- uma carga de mangas transportada pelo próprio
mo que macrobióticos e vegetarianos em geral navio que se espalhou pelo mar depois que ele
discordem desta afirmação), ela não precisaria afundou. Como estão famintos, os náufragos se ali-
daquele órgão. Este raciocínio, aplicado às ton- mentam com as mangas até não aguentarem mais.
silas e coincidindo com interesses comerciais de
clínicas médicas privadas, resultou em cirurgias No mesmo dia, é encontrado um comparti-
realizadas em boa parte da população que podia mento secreto na balsa contendo leite esterilizado.
pagar por elas. Todos estão sedentos e sabem que o leite é um
ótimo alimento. Mas uma discussão se inicia no
Além daquele argumento lógico dos órgãos bote, uma vez que alguns argumentam que o con-
vestigiais, existem evidências experimentais. Pes- sumo de leite poderá levar a problemas digestivos,
soas sem as tonsilas tinham vala normal. Pessoas talvez até à morte, para aqueles que acabaram de
sem baço também. No entanto, passado algum comer grande quantidade de mangas.
tempo, percebeu-se que pessoas sem baço e sem
tonsilas apresentavam resistência imunológica Haverá algum fundo de verdade na afirmação de
comprometida em alguns casos. que comer manga e leite faz muito mal? O que
498 Faringites frequentes são o resultado mais os náufragos deveriam fazer?
comum entre aqueles que perderam suas tonsilas.
503
Matemática
Concepção da disciplina
Os textos matemáticos de diferentes perío- valorizado, possibilitando à escola cumprir seu
dos históricos destacam uma correlação entre o papel de garantir que os alunos tenham acesso e se
desenvolvimento de uma linguagem numérica e apropriem do conhecimento sistematizado pelas
as necessidades materiais dos homens. civilizações que nos antecederam, oferecendo-
De fato, a Matemática e as linguagens oral e -lhes instrumentos para compreender e atuar de
escrita têm uma relação de extrema proximidade. forma crítica na sociedade em vivem. Além disso,
Vários historiadores, ao analisar documentos de é importante que os alunos percebam a Mate-
época, destacam que os primeiros sistemas de mática como ciência que é parte do patrimônio
escrita surgiram para atender à necessidade de cultural-histórico e sujeita à constantes modifica-
calcular, somar, multiplicar e até mesmo repartir ções; portanto, em construção.
a riqueza material de alguma forma acumulada Segundo os Parâmetros Curriculares Nacio-
pelas sociedades primitiva. nais (PCNs):
A compreensão de que o conhecimento A Matemática comporta um amplo campo
matemático acumulado construiu-se a partir da de relações, regularidades e coerências que des-
solução de problemas que ocorreram durante a pertam a curiosidade e instigam a capacidade de
história da humanidade, sejam de ordem prática generalizar, projetar, prever e abstrair, favorecendo
ou relacionados a outras ciências ou ainda relacio- a estruturação do pensamento e o desenvolvimento
nados à própria Matemática, evidencia que uma do raciocínio lógico. Faz parte da vida de todas as
metodologia baseada na resolução de problemas pessoas nas experiências mais simples como contar,
deve fazer parte da rotina escolar. comparar e operar sobre quantidades. Nos cálcu-
Partindo desse pressuposto, a perspectiva los relativos a salários, pagamentos e consumo,
teórica aqui adotada é a sociocultural, que con- na organização de atividades como agricultura e
sidera o processo de ensino e a aprendizagem da pesca, a Matemática se apresenta como um conhe-
Matemática com ênfase nos contextos social e cul- cimento de muita aplicabilidade. Também é um
tural da aprendizagem, ressaltando a interação no instrumental importante para diferentes áreas do
processo de construção coletiva do conhecimento. conhecimento, por ser utilizada em estudos tanto
ligados às ciências da natureza como às ciências
Diante disso, convém salientar que o aluno
sociais e por estar presente na composição musical,
da EJA, muitas vezes, busca esta modalidade de
na coreografia, na arte e nos esportes.
ensino com uma trajetória de exclusão escolar e
acreditando que aprender Matemática é privilégio O trabalho com a Matemática
de poucos, vendo-a como uma disciplina cheia de
regras que devem ser aplicadas de forma rigorosa, A partir dessas considerações, se faz neces-
repleta de símbolos na maioria das vezes não com- sário, na EJA, encaminhamentos metodológicos
preendidos. Por outro, já percebe a importância da específicos nas aulas de Matemática, que além
Matemática no confronto com suas necessidades de levar em consideração as características dos
cotidianas, utilizando-a nas relações de compra alunos, possibilitem a incorporação e valorização
e venda, participando do mundo do trabalho e, dos conhecimentos e procedimentos construídos
apesar de ter pouca ou nenhuma escolaridade, sua e adquiridos nas leituras que esses jovens e adul-
experiência de vida e seu conhecimento próprio tos fazem do mundo e de sua própria ação nele,
possibilita sua sobrevivência. permitindo a sua ampliação e acesso aos conhe-
504 cimentos socialmente construídos.
Todo esse conhecimento informal deve ser
O ensino da Matemática deve, então, ser pau-
Encaminhamento metodológico
Acredita-se que os eixos estruturantes do en- busca de solução de problemas, que permite o le-
sino de Matemática na EJA, embora comuns aos vantamento dos dados do problema, a elaboração
definidos para educação regular, devem ser abor- de hipóteses, questionamentos, a interação entre
dados, como já citado anteriormente, na perspec- o grupo de alunos.
tiva sociocultural, sem contudo ignorar a relação Nas atividades de aprendizagem matemática,
entre eles, numa visão de interdependência. São deve haver um estudo reflexivo do cálculo, não
quatro os eixos: somente centrado em técnicas operatórias, mas
• Números e operações; que contemple os diferentes tipos (exato e apro-
• Grandezas e medidas; ximado, mental e escrito). Assim as estimativas, os
procedimentos de cálculo mental e a exploração
• Geometria;
do uso da calculadora devem ter espaço garantido
• Tratamento da informação. na sala de aula.
Números e operações O aluno perceberá, gradativamente, a exis-
tência de diversas categorias numéricas criadas em
O trabalho com o eixo de números e opera-
função de diferentes problemas que a humanidade
ções é fundamental, já que permite considerar a
teve que enfrentar, e à medida que se deparar
resolução de problemas e as investigações como
com situações-problema envolvendo isso, ele irá
métodos de ensino.
ampliando seu conceito de número.
Isso, por sua vez, implica em considerar o
contexto social, permitindo ao aluno buscar a Medidas
construção dos números e operações na reflexão Realizar medições e manipular instrumentos
sobre fatos históricos e no conhecimento histori- de medida é fundamental. Essa condição é impos-
camente constituído, porém associando as expe- ta tanto pelas necessidades da vida cotidiana, em
riências vividas pelos alunos. especial nas atividades relacionadas ao mundo do
Nesse processo frente a uma nova situação, o trabalho, como também pelo desenvolvimento da
aluno da EJA percebe a aula de Matemática como tecnologia e da ciência. 505
Avaliação
Partindo do princípio que o professor e os A identificação dos conhecimentos e das
alunos são personagens centrais na interpretação, aprendizagens dos estudantes, individualmente e
na elaboração e na reformulação do currículo que em grupo, contribui para a visualização crítica dos
atenda as reais necessidades dos alunos matricula- resultados das atividades vivenciadas, permitindo
dos nesta modalidade de ensino, a avaliação tem a busca de recursos e metodologias apropriadas.
assumido importância crescente. Contudo, o insucesso do aluno na realização de
A efetivação de um currículo envolve tanto uma atividade proposta não significa necessaria-
a seleção de temas e conteúdos relevantes como mente falta de conhecimentos, mas, algumas vezes,
a construção de experiências de aprendizagem pode sinalizar dificuldades na comunicação.
significativas para os alunos. Desse modo, a ava- Finalmente, cabe ressaltar que a avaliação
liação pode ser entendida como toda prática que, deve promover uma constante visualização so-
considerando o processo ensino-aprendizagem, bre os objetivos a serem alcançados, por todos os
promova questionamentos sobre ele, fornecendo elementos envolvidos pelo processo, melhorando
subsídios que servem de base para a reflexão, per- a comunicação, aumentando o conhecimento e
mitindo reajustes nas ações pedagógicas. contribuindo de fato para a tomada de decisões
em relação ao ensino e à aprendizagem.
507
510
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