Dor Na Criança
Dor Na Criança
Dor Na Criança
Isto significa que, a dor não é apenas uma sensação mais sim um fenómeno complexo que envolve
emoções e outros componentes que lhe estão associados, devendo ser encarada segundo um
modelo biopsicossocial.
A dor é um fenómeno subjetivo, cada pessoa sente a dor à sua maneira, não existem ainda
marcadores biológicos que permitam caracterizar objetivamente a dor.
Não existe relação direta entre a causa e a dor, a mesma lesão pode causar dores diferentes em
indivíduos diferentes ou no mesmo indivíduo em momentos diferentes, dependendo do contexto
em que o indivíduo está inserido nesse momento.
Por vezes, existe dor sem que seja possível encontrar uma lesão física que lhe dê origem.
Tipos de Dor:
Aguda:
A dor está associada a um breve episódio de feridas ou inflamações dos tecidos.
Geralmente, a intensidade da dor diminui num período de dias a semanas.
Acaba por ser uma dor que, até certo ponto, tem consequências benéficas para o
organismo. Trata-se de um sinal de alarme que avisa a ocorrência de um traumatismo, uma
queimadura, um derrame articular ou uma úlcera gástrica, por exemplo.
Neste contexto, é um sintoma muito importante para o diagnóstico de várias doenças,
sendo a principal causa de procura de cuidados de saúde pela população em geral. A
importância da dor aguda está bem patente em doentes que padecem duma patologia rara,
em que há uma deficiência congénita da sensibilidade dolorosa. Estes indivíduos que não
sentem dor, têm uma esperança média de vida muito inferir a um indivíduo normal
precisamente porque lhes falta esse mecanismo sinalizador que a dor representa.
Embora seja útil em muitas circunstâncias, ela deve ser combatida por forma a não se
perpetuar e a não se tornar eventualmente numa dor crónica. Além disso, existe um tipo de
dor aguda que é provocada pela própria intervenção dos profissionais de saúde, por
exemplo, nos procedimentos de diagnósticos ou nas terapêuticas cirúrgicas a chamada dor
aguda pós-operatória.
Neste caso, é fundamental controlar a dor, não por razões éticas e para evitar o sofrimento
desnecessário, como também para reduzir o risco de complicações pós-operatórias durante
o internamento dos doentes.
O mesmo se aplica à dor associada ao trabalho de parto.
Dor Crónica:
Geralmente é definida como uma dor persistente ou recorrente durante pelo menos 3/6m,
que muitas vezes persiste para além da cura da lesão que lhe deu origem, ou que existe sem
lesão aparente. A dor crónica não tem qualquer vantagem para o doente pelo contrário,
para além do sofrimento que causa, tem repercussões na saúde física e mental do indivíduo,
levando por exemplo a alterações do sistema imunitário com uma consequente diminuição
das defesas do organismo e aumento da suscetibilidade as infeções.
No campo da saúde mental, a dor crónica provoca frequentemente insónias, ansiedade,
depressão, podendo mesmo levar ao suicídio.
Há pois uma tendência atualmente para encarar a dor crónica não como um mero sintoma
mas, muitas vezes, como uma doença por si só com enormes repercussões sobre o indivíduo
e a sociedade pelo sofrimento e custo sócioeconómicos que lhes estão associados.
Dor Recorrente:
Caracteriza-se pela dor em episódios que alterna com períodos sem dor.
Considerações:
Crianças consideradas sem dor quanto mais pequenas forem;
Diferentes formas de prescrição em adultos/crianças;
Inadequados conhecimentos técnicos quanto à dor em crianças;
Metabolização/absorção de alguns fármacos também varia em crianças;
Não é pré-determinada pela extensão de tecido afetado;
Dor é única e subjetiva;
Só pode ser medida por métodos indiretos (pediatria pode ser + difícil).
Dor na Criança
Intensidade;
Conhecimentos científicos;
Localização;
Mitos/cultura;
Enfermeiro;
Tipo;
Fatores Cognitivos
Informação etiologia e prognóstico;
Conhecimentos acerca da terapêutica farmacológica e não farmacológica;
Expectativas sobre a eficácia e tratamento;
Identificação do desencadeador da dor.
Fatores Comportamentais
A resposta ao stress;
Uso de terapias farmacológicas e não farmacológicas;
Respostas da criança/família à dor;
Participação em atividades habituais (escola, desporto, vida social)
Fatores Emocionais
A ansiedade antecipatória;
Nível de stress/situações específicas de stress (escola, desporto e vida social);
Medo do diagnóstico e da dor crónica;
Incapacidades ou interrupção de atividades
Criança
Sexo;
Desenvolvimento;
Personalidade;
Conhecimentos da família;
Cultura;
Experiências anteriores de dor
Família
Apoio familiar;
Crenças;
Conhecimentos;
Socioeconómicos;
Culturais.
Reações da criança à dor
Lactentes:
Criança reage no momento;
Fácies de dor;
Movimentos corporais;
Choro intenso;
Alguma resistência física;
Falta de cooperação;
Alteração sinais vitais.
Infantes:
Noção de imagem corporal;
Capazes de comunicar a dor;
Experiências invasivas vistas como dolorosas;
Intenso desconforto emocional;
Resistência física
Pré-escolares:
Dor sentida como auto punição e sentimento de castração;
Verbalizações grosseiras/agressões;
Localizam facilmente a dor;
Medo de extravasamento de vísceras;
Fuga
Idade escolar:
Maior preocupação com a incapacidade e morte;
Noção do carácter indispensável das partes do corpo;
Medo da dor ligado a algo muito grave;
Conseguem alguns movimentos de controlo da dor;
Tentam agressões ou fuga;
Necessidade de dar limites.
Adolescentes:
Valorização da imagem corporal: a dor preocupa se afetar a imagem;
Medo da diferença e rejeição sexual, em relação aos outros;
Privacidade (isolamento);
Autocontrolo/não há resistência
Farmacológicos:
Não opióides: atua no SNP
Opióides: atuam no SNC
Histórias da dor
Colheita de informação que permita orientar a avaliação e o controlo da dor utilizando
todas as fontes de informação documentais disponíveis, aliada à observação e entrevista
dos pais/cuidador principal e da criança a partir dos 3a.
Escala de EDIN
A escala de dor e desconforto do RN foi desenhada para avaliar a dor persistente no RN
criticamente doente.