Nº 4 (Pedra Negra)
Nº 4 (Pedra Negra)
Nº 4 (Pedra Negra)
Belo Horizonte, 25 de novembro – (Do correspondente) Realizou-se no dia 22 do corrente, no Instituto São
Raphael, um magnífico concerto musical em homenagem ao dr. José B. Olinda de Andrada, secretário da
Educação e Saúde Pública, aos primeiros diplomados pelo Instituto de Cegos São Raphael e ao dr. Fernando
de Melo Viana, paranympho da turma. [...] Depois de interpretados os vários números do programa, sob
aplausos de todos os presentes, a diretoria do Instituto fez servir aos convidados sorvetes e finos doces.
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INSTITUTO SÃO RAPHAEL - 1936
Pelo decreto nº 11.500 de 31 de agosto de 1934, o Instituto São Raphael tem por fim ministrar a cegos dos
sexos masculino e feminino, instrução primária, secundária, artística e profissional. O curso primário é obri-
gatório e os três últimos de livre escolha dos alunos de acordo com suas vocações. O Instituto só admite
alunos internos. É pensamento do governo quando oportuno anexar-lhe um curso especial, destinado a cegos
adultos, organizando em forma de externato.
A matrícula do Instituto São Raphael eleva-se a 80 alunos havendo um excesso de 30 alunos sobre a sua
lotação, que é de 50 apenas. Diplomou-se o ano passado a primeira turma de alunos do estabelecimento, que
está em franco processo, correspondendo satisfatoriamente as exigências regulamentares. Pela sua organi-
zação modelar e altas finalidades humanitárias é digno o Instituto de todo o carinho do governo.
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CAMPANHA DA LUZ EM PROL DOS 29 ANOS DE TRABALHO EM FAVOR
Talvez mesmo por não ver as coisas que o cercam, - Hino da Associação cantado por um grupo de ce-
o cego concentra toda a sua atenção na prática do gos de ambos os sexos, acompanhado ao piano;
exercício a que se dedica e alcança mais rapida- - Saudação a todos os presentes pelo professor
mente o resultado almejado. João Penteado - presidente da instituição;
São inúmeros os artistas cegos que adquiriam al- - Discurso em nome da direção técnica pelo 1º se-
gum renome como executantes em todos os instru- cretário José Gavronski;
mentos musicais e notadamente, no piano, no vio-
- Saudação em nome do 2º Núcleo Profissional com
lino, na harpa e no violão.
sede em Santos, pelo cego Osvaldo Borelli;
Há mesmo conjuntos musicais que são dignos de
- Saudação em nome do 3º Núcleo de Sorocaba,
maior apreço. [...] Citarei aqui apenas alguns no-
pelo cego Antônio Nicesio;
mes dos artistas mais distintos cegos e ambliopes:
professor JESUS FERREIRA é uma organização - Discurso em nome de todos os cegos, pelo ambli-
artística – declamador, compositor, violinista, pia- ope JESUS FERREIRA;
nista e regente de conjuntos corais de real valor. - Hino Nacional, cantado por grande número de
Com estímulos auditivos, conseguiu reger um cegos de ambos os sexos.
grande coral de cantores cegos com uma perfeita
(JORNAL: CORREIO PAULISTANO/1956)
harmonia de vozes. (JORNAL: DIÁRIO DE NOTÍCIAS/1949)
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ANO 1939
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Conservatório Dramático e Musical de São Paulo (CDMSP)
Foi uma escola superior de música erudita e arte dramática localizada no centro
de São Paulo que oferecia bacharelado em música com as habilitações em canto,
composição, regência e instrumento e em arte dramática, com foco na formação
de atores.
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FAMÍLIA
JESUS FERREIRA nasceu no município de Itaúna, Minas Gerais em 29 de junho de 1916. Filho de José
Ferreira da Silva (Zé Carreiro da Várzea da Olaria) e Conceição Caetano Ferreira, neto paterno de João de
Deus Ferreira e Castorina Maria de Jesus e pelo lado materno, neto de João Caetano e Luiza Caetano. Casou
com HERMÍNIA GOBBO FERREIRA nascida no município de Sacramento, Minas Gerais em 20 de janeiro
de 1910 e batizada aos 20 de abril 1911 na Paróquia de Nossa do Patrocínio do Santíssimo Sacramento; regis-
trada no Registro Civil do Ipiranga São Paulo, assinado pelo Oficial de Registro Civil e Escrivão de Paz
Geraldo de Barros Brotero em 01 de junho de 1940; filha de João Gobbo e Maria Scalon.
Jesus Ferreira teve 10 irmãos: parte de pai, José Ferreira, Geraldo Ferreira, Vital Ferreira, Constança, Apare-
cida e Aurora; por parte de mãe, Cosme Caetano da Silva, Terezinha, Agostinho e Maria São Gonçalo. Flo-
rescendo ainda mais 9 netos e 4 bisnetos.
O casal teve 3 filhos biológicos e um adotivo:
Professor José Gobbo Ferreira, Coronel do Exército e
doutor em Engenharia Aeroespacial, nascido aos 28 de fe-
vereiro de 1941 às 20 horas a Rua Sousa Pereira no muni-
cípio de Sorocaba, Estado de São Paulo; registrado pelo
Escrivão do Juízo de Paz e oficial do Registro Civil, Del-
mino Malheiro de Almeida e pelo Oficial Maior, Possidô-
nio F.M. Quertchetti;
Cleia Márcia Gobbo Ferreira, Técnica de Enfermagem;
Terezinha Gobbo Ferreira, nascida no dia 8 de outubro
de 1946, às 8:00 hs no prédio de número 1871 da Avenida
do Estado, Subdistrito (Santa Efigênia) São Paulo, assi-
nado pelo Oficial Arnaldo Leal – Serventuário da Escri-
vania do Juízo de Paz e oficial do Registro Civil das Pes-
soas;
José Carlos Munhoz.
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ITAÚNA CIDADE EDUCATIVA DO MUNDO ANO 1974 / 1975
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CURRICULUM VITAE
PROFISSÃO:
Professor, violinista, pianista, compositor, arranjador musical, regente Coral
ESCOLAR:
Primário - Instituto São Raphael 1927/1930
Ginasial Instituto São Raphael 1931/1935
Superior - Conservatório Dramático e Musical de São Paulo 1945
Curso de Extensão Cultural de regência e Técnica Vocal feito na Escola de Música da UFMG em 1973
REGISTROS:
Registros no MEC: Canto orfeônico - º 3518 29/09/1961
Educação Musical 8503 – 04/03/1969
Violino nº 709
TRABALHOS:
Professor de dicção - Instituto Pestalozzi, 1935 Belo Horizonte/MG;
Professor de Música - Instituto Padre Chico – São Paulo 1937/1939;
Adjunto da Direção Técnica - 1940-1945 da Associação Promotora de Instrução e Trabalho para Cegos –
APIT / São Paulo/SP;
Gerente Técnico - SOT para cegos São Paulo - 1946/1960;
Professor de Educação Musical Efetivo nível P3E MASP;
Representante anual como delegado do Instituto São Rafael (Assembleias de Conselho Nacional para o Bem
estar dos Cego, sediado no RJ);
Regente do Coral São Raphael – Belo Horizonte/MG – 1966/1974
Coral de Ex-alunos ARS VITA - 1975/1989/1995
OBRAS:
Publicação de obras musicais: “Noite de Estio”; “Faz-de-Conta” (Irmãos Vitale Ed. SP); “Coleções Noites
Brasileiras”, Canções de Minha Terra”, Cenas Infantis” entre outras.
Autor do Hino Oficial do Município de Itaúna
Compôs peças para violino, violoncelo, instrumento de sopro e canto.
Arranjos para coral, Orquesta e Banda
Parcerias com Mestres Eládio Peres Gonçalves e Carlos Alberto Pinto Fonseca.
Foi um dos artistas consagrados que participou do projeto e ajudou o município de Itaúna a obter o título de
“Cidade Educativa do Mundo” em 1975.
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Referências:
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