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Primeiro bloco de notas

Trabalho de Geologia

Nome: Youssene Carmo


N.º 13
Ano: 11.º
Classe: CTT
Data: 25/05/2023
Génese e classificação das rochas sedimentares
As rochas sedimentares constituem o principal grupo de rochas aflorantes, apesar de corresponderem a
um pequeno volume da crusta. Em Portugal encontram-se no continente, principalmente nas zonas
centro ocidental e sul, tendo-se formado nas Eras Mesozoica e Cenozoica, em bacias sedimentares
associadas à abertura do oceano Atlântico.
Estas rochas formam-se na superfície terrestre ou na sua proximidade.
Resultam da deposição de materiais provenientes de rochas preexistentes, da precipitação química de
substâncias dissolvidas nas águas ou da transformação de restos de seres vivos. A fase inicial da
formação das rochas sedimentares, correspondente à sedimentogénese, engloba a meteoriza-ção, a
erosão, o transporte e a sedimentação. Posteriormente, os materiais depositados, designados por
sedimentos, poderão ser sujeitos à diagénese, que inclui a compactação e a cimentação. O conjunto
destas etapas constitui um ciclo sedimentar.

• Sedimentação- Deposição dos sedimentos em camadas horizontais, os estratos, devido à anulação da


energia do agente transportador.

• Diagénese - Etapa constituída pela compactação e cimentação dos sedimentos, da qual resulta uma
rocha sedimentar.

Meteorização
A meteorização e o processo de alteração das rochas, que pode ser físico, através de crioclastia,
termoclastia, haloclastia, da ação dos seres vivos e por alívio de pressão, e químico, através das reações
de dissolução, hidrólise, hidratação e oxidação.

A ocorre uma progressiva desagregação das rochas através das fissuras, sem que se verifique uma
modificação das suas características mineralógicas e texturais, o processo é intensificado pelo aumento
progressivo da área da rocha exposta aos agentes de geodinâmica externa. A alteração das rochas na
superfície pode ser visível através das zonas montanhosas.
Existem vários processos que contribuem para a meteorização física e os que se destacam são: a ação do
gelo e a variação de temperatura.
• Ação do gelo - Áreas sujeitas a temperaturas abaixo do ponto de congelação, a água infiltrada nos
poros e nas fissuras das rochas congela e expande-se gerando tensões nesses espaços, que vão
contribuir para a formação de novas fraturas para o alargamento das já existentes, esse processo é
designado por crioclastia e é frequentemente em zonas de alta altitude e elevada latitude.

• Variação da temperatura - As rochas a superfície estás sujeitas a constantes variações térmicas. São
más condutoras de calor, às partes que estão expostas ao sol aquecem e expandem mais no seu interior.
Os minerais que compõem as rochas têm diferentes coeficientes de dilatação, dependendo das suas
propriedades, como a cor. Com a mudança de temperatura, à medida que os minerais mais escuros
absorvem mais calor e se expandem mais do que os claros, criam-se tensões diferenciais que podem
fragmentar a rocha, num fenómeno designado por termoclastia, é frequente em regiões desérticas e em
locais afetados por incêndios florestais.

• Ação dos sais minerais - A água que circula pelos interstícios das rochas contém sais dissolvidos, sob
condições específicas, esses sais podem precipitar e iniciar um processo de crescimento que gera uma
força expansiva nos minerais envolventes, contribuindo para o seu afastamento e consequente
desagregação das rochas. Esta ação dos sais minerais, ou haloclastia, é um processo frequente em áreas
costeiras e em territórios quentes e áridos, sujeitos a intensa evaporação.

• Atividade dos seres vivos - As rochas estão sujeitas a processos de alteração física causados pela ação
dos seres vivos, como por exemplo, o crescimento das raízes das árvores em fraturas das rochas provoca
o seu alargamento. A ação de pequenos animais sobre as rochas, através da escavação ou da
deslocação, pode contribuir também para a sua meteorização física.

• Alívio de pressão - A remoção das rochas suprajacentes pelos agentes da geodinâmica externa ou o
levantamento causado pelos movimentos tec-tónicos expõem gradualmente os maciços rochosos que
se encontram em profundidade. Como resultado desse alívio de carga, as zonas externas desses maciços
expandem mais do que as suas regiões internas, podendo originar fraturas designadas por diáclases.

As diáclases são um tipo de fraturação frequente que resulta do alívio de pressão ou de tensões internas
da crusta, particularmente visíveis nos maciços graníticos.

A meteorização química resulta da exposição das rochas aos agentes de geodinâmica externa, como o ar
e a água, com os quais reagem quimicamente.

Nestas reações, alguns minerais são convertidos noutros mais estáveis nas novas condições ambientais,
minerais de neoformação. De igual importância são as reações que conduzem à formação de
substâncias químicas em solução, todas estas alterações, a par dos fenómenos físicos, fragilizam as
rochas, acelerando a sua desagregação.
A meteorização química engloba processos complexos que, normalmente, ocorrem em simultâneo.
Entre estes destacam-se a dissolução, a hidrólise, a oxidação e a hidratação.

• Dissolução - A água é capaz de alterar alguns minerais, como a halite, constituída por cloreto de sódio.
Sendo as moléculas de água polares, a região da água com carga negativa interage com o ião Na e a de
carga positiva, com o ião Cl, removendo-os da rede cristalina no processo de dissolução.

• Hidrólise - Este processo corresponde à reação de substâncias com os iões H° ou OH resultantes da


dissociação da água. Osiões H* podem substituir átomos de carga positiva na estrutura dos minerais. No
granito verifica-se a substituição do K do feldspato potássio pelo H, formando-se um novo mineral de
argila a caulinite. Para além deste mineral de neoformação, formam-se substâncias solúveis na água. A
hidrólise intensifica-se na presença de outras fontes de H, como é o caso de ácidos, como por exemplo, o
ácido carbónico.

• Oxidação - Esta reação ocorre quando uma substância perde eletrões para outra. Uma das reações de
oxidação ocorre em minerais ricos em ferro. Em contacto com o ar, o ferro cede eletrões ao oxigénio,
ficando oxidado e originando óxido de ferro, como a hematite. Esta reação é intensificada na presença
de água.

• Hidratação - Esta reação pode ocorrer de várias formas, destacando-se a incorporação de moléculas de
água diretamente na estrutura cristalina de um novo mineral, como, por exemplo, na formação do gesso
a partir da anidrite.

Erosão

A erosão corresponde ao processo de remoção de fragmentos e de solutos da rocha originária, causado


por agentes como a água e o vento. Algumas paisagens geológicas, como os caos de blocos, em áreas
graniti-cas, são exemplo do efeito da erosão sobre as rochas da superfície, nestes, a meteorização ocorre
quando as rochas ainda não se encontram à superficie, é mais intensa em vértices e arestas. A erosão
remove das rochas as partes mais alteradas, arredondando os blocos.

Transporte

O transporte corresponde ao deslocamento dos materiais resultantes da erosão. Os agentes dessa


mobilização são a água, na forma liquida ou sólida e o vento. A gravidade e a energia solar, que anima o
ciclo da água e o movi mento do ar, são as causas energéticas desse movimento.

- O transporte também pode ocorrer em glaciares, estas massas de gelo deslocam-se lentamente desde
zonas de elevada altitude, onde o gelo se acumula, arrancando fragmentos de rochas e transportando
detritos as longo dos vales glaciares. Os glaciares têm uma grande capacidade de transporte,
deslocando da partícula mais pequena a blocos de várias toneladas.

Sedimentação

A sedimentação ocorre sempre que a água ou o vento perdem energia levando à deposição de parte das
partículas, que passam a constituir sedimentos. A medida que ocorre a diminuição da energia do agente
transportador, as partículas sólidas mais pesadas iniciam a deposição no caso do transporte pelos
glaciares, a sedimentação é simultânea e oca quando o gelo funde, formando-se depósitos mal
calibrados.
Para além dos detritos rochosos, os sedimentos podem resultar da pre tação de substâncias dissolvidas
na água, bem como da deposição de restos de organismos, como conchas, ossos e fragmentos de
plantas.

A deposição de sedimentos origina estratos, que consistem em camadas com características litológicas
distintas de espessura variável, entre milímetros e vários metros. Cada estrato distingue-se dos demais
pela cor, composição ou textura dos sedimentos. Por vezes, estas variações podem ocorrer no seio de
cada estrato. Os estratos são delimitados por superfícies geralmente planas, designadas por superficies
de estratificação. A superfície superior corresponde ao teto do estrato e a
inferior, ao muro.

Diagénese
A diagénese
consiste na conversão de sedimentos soltos em rochas sedimentares.
Embora seja um processo complexo, é possível considerar uma sequência de vários fenómenos, nos
quais se incluem a compactação e a cimentação.

•Compactação - Partículas comprimidas entre si sob o efeito de pressão.


Durante a compactação, a pressão exercida pelos estratos suprajacentes comprime os sedimentos e
reduz o espaço intersticial entre eles, diminuindo o volume do estrato e tornando os sedimentos mais
compactos e densos.

• Cimentação - Partículas unidas por um cimento precipitado nos poros.

A redução do teor de água favorece a precipitação de substâncias em solução nos interstícios do


depósito sedimentar, conduzindo à cimentação.
Essas substâncias, como a sílica, o carbonato de cálcio e o óxido de ferro. atuam como um cimento
natural, ligando os sedimentos, originando rochas sedimentares
Classificação das rochas sedimentares
A classificação das rochas sedimentares, ou outras, implica a sua caracterização, baseada em critérios
relevantes previamente definidos, e a formação de grupos, ou classes, baseados nas características
observadas, no entanto os processos de formação podem gerar rochas com características comuns a
mais do que um grupo, o que dificulta o processo de classificação, apesar da grande diversidade de
rochas sedimentares, é possível classifica-las em três grupos, consoante a origem dos sedimentos:
detríticas, quimiogénicas e biogénicas.

• Rochas sedimentares detríticas - As rochas sedimentares detríticas são constituidas, essencialmente,


por fraguementos de rochas preexistentes resultantes da ação dos agentes de meteori. zação e erosão.
Esses fragmentos são sedimentos designados por detritos ou clastos, para além desses detritos, estas
rochas podem integrar outros materiais, como restos de seres vivos ou minerais precipitados, que
podem ser encontrados em proporções mais reduzidas. Após diagénese, os sedimentos tornam-se
agregados coerentes, formando rochas sedimentares detríticas. Um dos principais critérios de
classificação das rochas detríticas é o tamanho dos clastos que as constituem. Para tal, é usada a escala
granulométrica sim-plificada de Udden-Wentworth.

- Os detritos de dimensão superior a 2 mm têm a designação genérica de balastros. Estes sedimentos,


após consolidação, formam conglomerados e brechas, que se distinguem de acordo com a forma dos
elementos detríticos que os constituem, mais arredondados no caso dos conglomerados e mais
angulosos no caso das brechas, uma vez que os materiais angulosos sofrem abrasão durante o
transporte, tornam-se gradualmente arredondados.

Os siltes e as argilas são os sedimentos com o menor tamanho, ocorrendo, frequentemente, associados
em rochas de granulometria fina.

Sendo estes os materiais menos pesados, são transportados a grandes distâncias, podendo depositar-se
em vários ambientes de sedimentação, desde que se verifique uma diminuição significativa da energia
do agente transportador.

Após a diagénese, as argilas evoluem para argilitos, e o silte, para siltito. Durante este processo, ambos
os detritos experimentam uma grande redução de volume, aquando da compac-tação, uma vez que até
80% do volume inicial dos sedimentos é ocupado por água.
Argilitos e siltitos caracterizam-se por serem suaves ao toque e friáveis, ou seja, por se desagregarem
com facilidade.
, nas rochas onde a fração argilosa é predominante, o cheiro a barro após humedecimento é uma das
características distintivas, estas rochas caracterizam-se pela sua impermeabilidade à água, originando
paisagens com reduzida cobertura vegetal.

Rochas sedimentares quimiogénicas


Durante a meteorização, vários compostos e iões são libertados para a água, sendo depois
transportados em solução para lagos, lagunas, mares interio. res e oceanos. Por exemplo, a água salgada
é normalmente rica em iões que são a sílica, carbonato, sulfato, cálcio, cloreto, sódio e potássio.

Em determinadas condições ambientais, estas substâncias dissolvidas reagem entre si, precipitando e
formando minerais que irão constituir as rochas sedimentares quimiogénicas, o processo de
precipitação é frequentemente influenciado pela atividade dos seres vivos.

Rochas carbonatadas
As rochas carbonatadas são constituídas, essencialmente, por minerais com o ião carbonato (CO3) na
sua composição química. Estes minerais resultam da reação de vários iões com o ião bicarbonato
(HCOs), em meio aquoso (equação 6), formando-se um precipitado que se deposita no fundo da bacia de
sedimentação.

Rochas sedimentares biogénicas


A maior parte dos sedimentos que constituem as rochas sedimentares. biogênicas provêm de restos de
seres vivos ou resultaram da sua atividade
Neste grupo de rochas iremos considerar os calcários biogénicos e os carvões.

Muitos calcários resultam da acumulação de restos de seres vivos e distinguem-se de acordo com os
vestígios neles predominantes, cor exemplo, os recifes de coral são estruturas edificadas por corais,
animais que usam car bonato de cálcio como molécula estrutural dos seus esqueletos, após a sua morte
e decomposição das partes moles do corpo, estas estruturas rígidas acumulam-se, dando origem, após
diagenese, ao calcário recifal.

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