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Actos Bancários em Geral

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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Engenharia

I - GUPO

Actos Bancários em Geral

Licenciatura em Direito

Chimoio, Setembro, 2023


Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Engenharia

I – GUPO

Actos Bancários em Geral

Licenciatura em Direito

Discentes:

 Arsénio Rogério Farnela

 Matilde Cansepe

Disciplina: Direito Bancário e dos Seguros

Docente: Dra. Helga Facitela

Ano de Frequência: 4º

Chimoio, Setembro, 2023


Índice

Capítulo I: Introdução.......................................................................................................................1

1. Introdução.....................................................................................................................................1

1.2. Objectivos..................................................................................................................................1

1.2.1. Objectigo Geral......................................................................................................................1

1.2.1. Objectivos específicos............................................................................................................1

1.3. Metodologia de Pesquisa...........................................................................................................1

3. Características das cláusulas contratuais gerais...........................................................................3

4. Princípios gerais e princípios bancários.......................................................................................4

5. A Celebração................................................................................................................................5

5.1. Deveres bancários prévios.........................................................................................................5

6. Contrato bancário como um contrato de adesão...........................................................................5

6.1. Eficácia das cláusulas contratuais gerais...................................................................................5

7. Acto Nuclear.................................................................................................................................6

7.1. Abertura de conta......................................................................................................................6

7.1.1. Conta corrente........................................................................................................................7

Capítulo III: Conclusão....................................................................................................................9

1. Conclusão.....................................................................................................................................9

2. Referências bibliográficas..........................................................................................................10
Capítulo I: Introdução

1. Introdução

O presente trabalho é desenvolvido na disciplina jurídica de Direito Bancário e dos


Seguros, o mesmo aborda a matéria inerente aos “Actos bancários em Geral”, em concreto
aborda a contratação mitigada, as clausulas contratuais gerais, sua formação, características, os
princípios gerais e do direito bancário, a celebração, efeito das clausulas contratuais gerais, o acto
nuclear: a abertura de conta e conta corrente.

A estrutura do trabalho comporta três capítulos, este introdutório, o segundo faz a revisão
bibliográfica discutindo o objecto de análise deste trabalho e finalmente o capítulo conclusivo
onde estão presentes a conclusão e as referências bibliográficas.

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectigo Geral

 Este trabalho tem como objetivo geral abordar a matéria inerente aos “Actos bancários em
geral”

1.2.1. Objectivos específicos

 Definir contratação mitigada;

 Levantar os princípios gerais dos actos bancários;

 Falar da celebração dos actos bancários em geral;

 Abordar o acto nuclear: abertura de conta.

1.3. Metodologia de Pesquisa

Este trabalho quando à abordagem utiliza a metodologia de pesquisa qualitativa


caracterizada pela explicação da matéria por este abordada; Quanto aos objectivos e
procedimentos caracteriza-se por ser uma pesquisa bibliográfica, utilizando para o efeito fontes
bibliográficas (livros, leis, e artigos científicos) que abordam a matéria abordada no trabalho.
1
Capítulo II: Revisão de Literatura

I - Actos Bancários em Geral

1. Contratação mitigada

A contratação bancária, não só, mas principalmente, tem como terceira via, entre o
contratar e não contratar, a contratação mitigada que dá azo a direitos e deveres diferentes do
contrato clássico e que cria vínculos mais lassos do que a própria promessa não executável
especificamente.1

Incluem-se na contratação mitigada as cartas de intenção, os acordos de base e os


protocolos complementares que, como se vê, são verdadeiros contratos que incluem deveres de
procedimento, de esforço ou de negociação. (Waty, 2001, p. 146)

2. Cláusulas contratuais gerais

2.1. Formação

Segundo Waty (2011), são duas as correntes que falam sobre a formação das cláusulas
contratuais gerais. Uma defende que elas são pré-estabelecidas, que não existe livre manifestação
da vontade, que uma das partes fica adistrita à vontade da parte proponente. Esta desigualdade
das partes seria, por si, suficiente para afastar a ideia de uma relação contratual. A outra corrente
contratualista entende que existe manifestação da vontade no contrato de adesão, sustentam a sua
tese no facto de que o aderente participa na relação, manifestando sua vontade no acto da
contratação, tendo, sobre esse aspecto e por isso, bilateralidade.2

O consenso das duas correntes atinge-se com a aceitação de dois tipos de cláusulas, as
acessórias e as essências, estas últimas inalteráveis e só podendo produzir efeitos sobre o aderente
quando incertas de modo a precisar ou a completar as acessórias. Segundo o professor Menezes
cordeiro, isso significa que as cláusulas contratuais gerais não devem fazer esquecer que elas
questionam na práctica, apenas a liberdade de estipulação e não a liberdade de celebração e que,
1
Cordeiro A. M. (2014). Direito Bancário (5 ed.). Coimbra, Coimbra, Portugal: Almedina.

2
Chongo, F. J. L. P. (). Cláusulas contratuais gerais. – Trabalho apresentado no INSCTM
2
como está, só se produzirão os efeitos jurídicos pretendidos quando incluídos nos negócios
singulares e mediante aceitação do aderente por celebração do respectivo contrato. (CORDEIRO)

3. Características das cláusulas contratuais gerais

A complexa a relação bancária constituída entre o banqueiro e o cliente pauta-se pela


celebração de negócios jurídicos que se sucedem no tempo, e não de apenas um. Para o professor
Menezes Cordeiro estabelece, entre essas partes, uma relação social e econômica aguando do
momento da conclusão de um primeiro negócio significativo, normalmente, a abertura da conta.
Essa relação tende, por isso, a ter continuidade, ambas as partes tem uma clara intenção de
prosseguir o negócio já iniciado. Deixa a relação bancária não resulta, todavia, o dever de
celebrar novos contratos para nenhuma das partes, podendo qualquer um terminar a relação e
qualquer novo negócio proposto ser objecto de livre rejeição.

Os actos bancários são, por isso actos comerciais objectivamente, especialmente


regulados na lei comercial, em geral e, subjectivamente, praticados por um comerciante, o
banheiro, no exercício da sua actividade comercial, salvo se não puder ter natureza comercial ou
se o contrário o resultado do próprio acto. Conclui-se que os jatos bancários São em princípio
objetiva e subjetivamente comerciais. Nestes termos perante atos mistos aplica-se o regime de
actos comerciais, do mesmo modo que os actos unilaterais. Podem ser identificadas as seguintes
características das cláusulas contratuais gerais:

 Generalidade: As cláusulas contratuais gerais tem em vista destinatários indeterminados.


Deste modo, o banqueiro propõe a uma generalidade de prováveis clientes certos negócios
(contrato de depósito, mútuo, etc) através de simples adesão às cláusulas contratuais; por
seu turno os clientes apenas declaram aceitar as propostas que lhes são apresentadas, nos
moldes das cláusulas contratuais gerais.
 Rigidez: As cláusulas contratuais e gerais devem ser aceites em bloco, não podendo os
destinatários induzir qualquer tipo de alteração no seu conteúdo.
 Complexidade: as cláusulas contratuais gerais são constituídas por vários pontos,
abarcando aspectos como determinação da lei aplicável, foram competente para dirimir os
litígios que venham a emergir da relação estabelecida.
3
 Natureza formulária: as cláusulas contratuais gerais constam em impressos onde o
cliente se limita a preencher os dados da sua identificação, morada, data e assinatura e,
eventualmente, a preencher quadrículas, em que decide pelo sim ou pelo não.
 Desigualdade entre as partes: pela sua natureza (pessoa colectiva), o proponente das
cláusulas contratuais gerais goza, em regra, de uma superioridade econômica e jurídico-
financeira em relação ao aderente.

4. Princípios gerais e princípios bancários

No campo bancário tem aplicação os princípios gerais do direito privado (tutela da


pessoa, autonomia privada, boa-fé, responsabilidade civil e propriedade e sua transmissão) e do
Direito público, nas áreas onde este aflui (legalidade, igualdade, imparcialidade,
proporcionalidade e boa-fé). Além disso, têm ainda uma aplicação tendencial os chamados
princípios dos actos comerciais (intemacionalidade, simplicidade e rapidez, clareza jurídica,
publicidade e tutela da confiança e onerosidade). (Cordeiro, 2014, p. 232)
Num sentido de crescente concretização, aos princípios comerciais dever-se-ia seguir os
princípios bancários: vectores próprios da banca e que, aos diversos actos bancários, dariam uma
ordenação e um conteúdo. Teríamos, assim:

 O princípio da simplicidade;
 O princípio da rapidez;
 O princípio da ponderação bancária.

O princípio da simplicidade dá azo aos subprincípios do consensualismo e da


reformalização normalizada, da informatização e da unilateralidade. O princípio da rapidez
faculta a normalização substancial, o recurso a cláusulas contratuais gerais e a desmaterialização.
O princípio da ponderação bancária origina a prevalência das realidades, a interpretação segundo
o primeiro entendimento e a eficácia sancionatória. 3
Muitos destes vectores têm a ver com a técnica de contratação. Outros, porém, prendem-
se já com o conteúdo dos próprios actos. Pela sua importância numa exposição de Direito

3
Cordeiro A. M. (2014). Direito Bancário (5 ed.). Coimbra, Coimbra, Portugal: Almedina.
4
bancário Moçambicano e pelo papel que assumem no plano do Direito bancário institucional,
houve que os inserir na dogmática geral.

5. A Celebração

5.1. Deveres bancários prévios

A culpa in contrahendo (responsabilidade negocial) é um instituto geral do Direito


privado. Dada, porém, a sua concretização preferencial através de deveres de informação, ela
apresenta-se, cada vez mais, como um instituto vocacionado para actuar no campo dos serviços e,
dentro deste, dos serviços bancários

A propósito da formação do contrato, e fosse qual fosse o esquema então seguido, uma
doutrina radical, hoje abandonada, entendia que, nas negociações preliminares, não havia Direito
aplicável: as partes seriam inteiramente livres, podendo assumir as atitudes arbitrárias que
entendessem. Não é, contudo, assim. Nas negociações preliminares, as partes devem respeitar os
valores fundamentais da ordem jurídica, pautando-se pela boa-fé.

6. Contrato bancário como um contrato de adesão

O contrato bancário caracteriza-se pela ausência de negociação individual previa em vista


do acordo das vontades e apresenta-se sobre a forma de cláusulas contratuais gerais estabelecidas,
qual estandartização das relações comerciais. Ao consenso opõe-se a aderência; ao contrato de
comum acordo contrapõe-se o contrato de adesão. Nos contratos bancários as cláusulas
contratuais gerais apresentam-se como condições gerais e especiais.

6.1. Eficácia das cláusulas contratuais gerais

As cláusulas contratuais gerais não são objecto de regulamentação específica no


ordenamento jurídico Moçambicano. Como qualquer instrumento contendo uma declaração
negocial podem ser postas em causa por falta de consciência da declaração, por falta de
capacidade acidental nos precisos termos admitidos pelo Código Civil. Pode então recorrer-se ao
regime do Código Civil relativo a boa fé, (art. 227, n.º 1); (239 e 702.º, n.º 2), da ordem pública e
5
dos bons costumes (art. 280, n.º 2), aos negócios usurários (art. 282 e 283), ao critério dos juízos
de equidade (art. 400.º CC) e aos limites da disciplina convencional da Responsabilidade Civil
(200, n.º2 e 809.º e as).

7. Acto Nuclear

A abertura de conta e o acto nuclear pelo qual o banqueiro e o cliente assumem deveres
recíprocos de, na sua relação, praticar várias operações bancárias; tem natureza complexa e
perene. Do contrato de abertura de conta pode surgir muitos outros contratos, por exemplo,
contratos de depósito, de mútuo, de desconto, de abertura de crédito, para além de ter acesso a
variadíssimos serviços postos à disposição pelo banqueiro. (Xavier, 1999, p. 299)

7.1. Abertura de conta


Como mencionado anteriormente, a abertura de conta é o contrato celebrado entre o
banqueiro e o seu cliente, pelo qual ambos assumem deveres recíprocos relativos a diversas
práticas bancárias. A abertura de conta é um contrato nuclear do direito bancário, que marca o
início de uma relação bancária complexa e duradoura e que fixa o regime essencial em que essa
relação se irá processar. A abertura de conta opera como um contrato nuclear, e não número o
contrato bancário, constituindo o tronco comum dos diversos actos subsequentes e que,
supletivamente, se aplicam as regras do mandato.

Para a conta corrente, são elementos necessários e essênciais, o contrato de conta corrente
celebrado entre um banqueiro e um cliente. A abertura de conta não dispõe de qualquer regime
legal, e um tipo social, assentado somente nas cláusulas contratuais gerais dos bancos,
comumente designadas condições gerais e nos usos e legislação bancária.

A abertura de conta conclui-se pelo preenchimento de uma ficha, com aposição de assinatura que
será válida para cheques, por exemplo as cláusulas gerais prevêm três negócios subsequentes:

 Convenção de cheque - na disponibilidade do banheiro;


 Emissão de cartões de débito e de crédito - dependendo de acordo o ulterior;

6
 Conceição de crédito por descobertos em conta - concessão pela admissão de um saldo
favorável ao banqueiro e não ao cliente que depende de decisão do banqueiro, quando é
saldo negativo.

7.1.1. Conta corrente

A conta corrente bancária é o suporte de diversas operações bancárias do cliente e


habilita-o a acender aos serviços bancários de caixa e de transferências, isto é, permite ao cliente
ecfetivar todo o giro profissional e pessoal.4

A conta corrente bancária e um elemento necessário da abertura de conta, e constitui um


contrato celebrado entre o banqueiro e o cliente, termos em que se postula a prestação de diversos
serviços bancários com relevo para o serviço de caixa, reportando-se os movimentos em dinheiro
e negócios mais vasto. O banheiro não surge como credor, sendo usado favorável ao cliente ou,
no máximo, igual a zero. O sardo é um elemento vital da conta corrente, pois só o saldo é
disponível, penhorável e representa o valor social e económico de uma conta bancária.

O cliente pode dispor permanentemente do seu saldo, o que dá lugar a extractos, a emitir
pelo banheiro cuja aprovação, pelo cliente, e em regra clássica e consolida os movimentos que
deles conste. A redução dos efeitos da conta corrente em elementos próprios de diversos
contratos deve ser entendida, contudo, em termos unitários. Conclui-se que a conta corrente é
uma forma de extinção de obrigações sucessivas, por compensação, não facultando por si outras
extinções.

O enceramento ou fecho da conta representa o facto e efeito de actuar a compensação


prevista pela conta, com vencimento do saldo fazendo desaparecer os créditos e débitos
recíprocos, até o limite da sua concorrência, sobejando eventualmente um sábado, a exigir (art.
348 e 350 CC). O termo do contrato extingue o próprio relacionamento em termos de conta
corrente, acarretando o fecho da conta e impedindo a retoma de novo ciclo, salva celebração de

4
Xavier, J. J. (1999). Contrato Bancário: in temas de Direito Bancario. Maputo: Mediateca do BCI.

7
novo contrato, conforme os artigos 349 e 777 CC. Havendo o prazo estipulado para o
encerramento da conta, nenhuma das partes pode por termo ao contrato.

8
Capítulo III: Conclusão

1. Conclusão

Exte trabalho abordou a matéria inerente aos actos bancários em geral, ao fim do mesmo
concluímos que na contratação mitigada as cartas de intenção, os acordos de base e os protocolos
complementares que são verdadeiros contratos que incluem deveres de procedimento, de esforço
ou de negociação. No campo bancário tem aplicação os princípios gerais do direito privado
(tutela da pessoa, autonomia privada, boa-fé, responsabilidade civil e propriedade e sua
transmissão) e do Direito público, nas áreas onde este aflui (legalidade, igualdade,
imparcialidade, proporcionalidade e boa-fé). A culpa in contrahendo (responsabilidade negocial)
é um instituto geral do Direito privado.

A abertura de conta e o acto nuclear pelo qual o banqueiro e o cliente assumem deveres
recíprocos de, na sua relação, praticar várias operações bancárias; tem natureza complexa e
perene. Para a conta corrente, são elementos necessários e essênciais, o contrato de conta corrente
celebrado entre um banqueiro e um cliente.

9
2. Referências bibliográficas

Doutrina:

Cordeiro, A. M. (2014). Direito Bancário (5 ed.). Coimbra, Coimbra, Portugal: Almedina.

Chongo, F. V. L . (2015). Clausulas contratuais gerais – Trabalho apresentado no INSCTM

Waty, T. A. (2011). Direito Bancário (2 ed.). Maputo, Maputo, Mocambique: Escolar Editoras.

Xavier, J. J. (1999). Contrato Bancário: in temas de Direito Bancario. Maputo: Mediateca do


BCI.

Legislação:

Código Civil

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