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GASTROENTEROLOGIA

GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA


Gustavo Urzêda Vitória 1

GASTROENTEROLOGIA
PATOLOGIAS

- Hepatites virais agudas e crônicas:


Conceito:
• Hepatite é uma inflamação do hepatócito → vírus (HAV, HBV, HCV, HDV,
HEV, HSV, CMV, EBV, febre amarela, rubéola), bactérias, drogas, fungos,
doenças metabólicas e autoimunes.
Hepatite A (HAV):

Definição e epidemiologia:

• Picornavírus da família Picornaviridae do gênero hepatovírus.


• Vírus de RNA.
• Endêmica na maioria dos países.
• Baixa em países desenvolvidos e com alta incidência em países com
população economicamente mais desfavoráveis.
• Associada a baixas condições sanitárias.
• Período de incubação: 3-5 semanas.
• Infecções assintomáticas comuns principalmente em crianças.
• Adultos (em particular gestantes): doença severa.
• Convalescença pode ser prologada.
• Não há casos crônicos.

Transmissão:

• Fecal-oral (contato, fômites).


• Alimentos manipulados de forma não higiênica.
• Contaminação da água.
• Frutos do mar em águas poluídas.
• Sistema de esgoto deficiente.

Diagnóstico:

• Anti-HAV IgM no soro.


• IgG mostra contato prévio ou não, já que não cronifica.
• Clínica: sintomas virais.
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• Período prodrômico: sinais e sintomas gripais → febre, mal-estar, cefaleia,


artralgia.
• Nem todos apresentam icterícia.

Complicações:

• Hepatite fulminante → rara.


o 0,1% dos casos.

Prevenção:

• Vacinação (vacina inativa).


• Imunização passiva (soro).
Hepatite B (HBV):

Definição e epidemiologia:

• Hepadnavírus, DNA vírus, esférico, 42nm, envelopado, em formas


tubulares.
• Grande quantidade de vírus no plasma de portadores.
• Afeta somente humanos, portanto, não há outros reservatórios.
• Antígenos:
o Superfície: HBsAg.
o Core: HBcAg.
o Solúvel: HBeAg.
• Período de incubação: 30-180 dias.
• 350 milhões de portadores crônicos e 600 mil mortes/ano no mundo.
• 2 milhões de portadores crônicos no Brasil.
• Mais presente na região Norte do Brasil.
• 100 vezes mais infectante que o HIV.
• Risco de progressão para hepatite crônica: 5-10% em adultos e 70-90%
em crianças.
• Intrínseca relação com hepatocarcinoma.
• Tendência a diminuir com a implantação da vacinação.

Transmissão:

• Sexual, parenteral e vertical.

Diagnóstico:

• Marcadores:
o Antígeno s: superfície.
o Antígeno c: core.
o Antígeno e: envelope.
• Sorologia (ELISA):
o HBsAg: infectado ou não.
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o Anti-HBs: curado ou vacinado.


o Anti-HBc: total, IgM (infecção aguda) ou IgG (infecção crônica).
o HBeAg: replicação viral (vírus ativo).
o Anti-HBe: sem replicação viral.
• Virologia (PCR):
o HBV-DNA qualitativo.
o HBV-DNA quantitativo (mais comum).
• Transaminases aumentam muito e primeiro na aguda.
• Icterícia, febre, artralgia, mialgia, mal-estar, cefalia.

Crônica:

• HBsAg positivo por mais de 6 meses e IgG positivo também.


• Pode ou não haver doença hepática ativa.
• Geralmente quando há doença hepática ativa → intensa replicação viral
→ HBeAg positivo e TGP (ALT) aumentado.
• Não pode ter anti-HBs.
• Pode evoluir para cirrose e/ou carcinoma hepatocelular.

Tratamento:

• Só para a infecção crônica → lamivudina, entecavir e tenofovir.


• Aguda: só sintomáticos.
Hepatite C (HCV):

Definição e epidemiologia:

• É um flavivírus (Flaviviridae), gênero Hepacivirus, globulares, 50nm, RNS


fita única, nucleosídeo icosaédrico, envelopado.
• Distribuição:
o Genótipos 1a, 1b, 2 e 3 → mundial.
o Genótipo 4: África do Norte e Central.
o Genótipo 5: África do Sul.
o Prevalência no mundo: aproximadamente 1% (170 milhões de
infectados).
• Brasil: 3 milhões de infectados.
• 30% evoluem para cirrose em 10 anos.
• 5% evoluem para CA hepático.
• Não existe vacina.
• Período de incubação: 2-4 meses (média de 5 semanas).
• Usualmente subclínica.
• Agudas: começo insidioso → anorexia, dores abdominais, náuseas,
vômitos, icterícia (1/4).
• Aumenta TGP muito na aguda.

Transmissão:
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• Parenteral: usuários de drogas injetáveis, transplantados e


transfusionados antes de 1993.
• Sexual: controversa → mais quando há sangramento durante o ato.
• Profissionais da saúde: parenteral.
• Desconhecida.

Evolução:

• Sintomática (icterícia): 1-5% dos casos.


• Assintomática: 90% dos casos.
• Cronificação: 60-90%.
o 20-40%: cirrose em 20-30 anos.
o Progressores rápidos: < 20 anos.
o Progressores lentos ou não progressores: > 50 anos.

Diagnóstico:

• Anti-HCV (não tem IgG e IgM): infectado ou não.


• Aguda ou crônica: viremia por PCR.

Crônica:

• > 6 meses de viremia por PCR.


• Possui relação com carcinoma hepatocelular.
• Quadro de HCV crônica é essencialmente o mesmo de HBV crônica →
mesmas complicações, só que um pouco menores.

Tratamento:

• 96% de cura.
• Suflupovir e daclatasvir.
Hepatite D ou Delta (HDV):

Definição:

• Vírus defectivo (não pode infectar a célula sozinho).


• Envelope de HBsAg → precisa do HBV.
• Internamente apenas um antígeno: antígeno delta.
• Genoma de RNA.
• Mais no Norte do Brasil.

Clínica:

• Coinfecção:
o HBV + HDV juntas.
o Doença severa aguda.
o Menos risco de infecção crônica.
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• Superinfecção:
o Já tinha HBV, depois adquiriu HDV.
o Usualmente desenvolvem crônica.
o Alto risco de doença crônica severa.
o Pode ser apresentar como hepatite aguda.

Transmissão:

• Exposição percutânea: uso de drogas injetáveis.


• Exposição permucosas: contato sexual.

Diagnóstico:

• Anticorpo IgM anti-delta no soro.


• Antígeno delta no soro ou no fígado (biopsia).

Prevenção:

• Coinfecção: profilaxia pré (vacina para HBV) ou pós-exposição para


prevenir infecção por HBV.
• Superinfecção: educação para diminuir comportamentos de risco entre
portadores crônicos de HBV.
Hepatite E (HEV):

Definição e epidemiologia:

• Calivirus, icosaédrico, 27nm, RNA fita simples.


• Epidemiologia ainda pouco conhecida.
• Surtos na China, México e norte da África.
• Usualmente relacionado com grande contaminação de água por fezes.
• Precisa de uma grande quantidade de vírus para transmitir.
• Baixa prevalência e incidência no Brasil.
• Período de incubação: média de 40 dias (15-60).
• Mortalidade geral de 1-3%, em gestantes de 15-25%.
• Gravidade da doença: aumenta com a idade.
• Não há sequelas crônicas.

Transmissão:

• Fecal-oral.

Clínica:

• Aguda, autolimitada.
• Pouca cronificação.

Patogenia:
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• Similar a HAV.
• Replicação inicial no intestino, seguida de replicação no fígado.
• Viremia passageira.

Complicações:

• Hepatite fulminante em gestantes.

Prevenção:

• Vacina para HAV tem imunidade cruzada.


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