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Política Pública

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Livro Eletrônico

Aula 00

Políticas Públicas p/ TCE-RS (Auditor-Administração e Ciências Econômicas)Com videoaulas- Pós-Edital

Professor: Paulo Guimarães, Rafael Encinas


Aula 00 Introdução às Políticas Públicas

Prezados, alunos!
Esta é a aula demonstrativa do curso de Políticas Públicas para o Tribunal de Contas do Estado do
Rio Grande do Sul, áreas de Administração e Ciências Econômicas. A disciplina faz parte do conteúdo
de conhecimentos específicos para os dois cargos e é a que possui o maior número de questões,
com peso 2, ou seja, é muito importante dentro do concurso.
Este curso será composto de oito aulas, além desta aula demonstrativa, no seguinte cronograma:

Aula Conteúdo Programático Data

00 Introdução às Políticas Públicas 01/jun

01 Formulação, análise e implementação de políticas públicas 12/jun

Avaliação de políticas públicas. Avaliação de programas e projetos. Tipos e modelos de


02 19/jun
avaliação de políticas públicas. Análise custo benefício e análise custo-efetividade.

Indicadores de políticas públicas. Coleta, análise e interpretação de informações


03 26/jun
quantitativas e qualitativas para avaliação de programas governamentais.

Auditoria na área de saúde. A saúde como direito fundamental (Constituição Federal/1988).


Políticas de saúde. Conceitos básicos de saúde coletiva. Sistema Único de Saúde (SUS):
04 03/jul
Conceito. Organização. Objetivos. Modelo assistencial. Atribuições e campo de ação.
Princípios e diretrizes.

Financiamento. Competências e atribuições da União, dos Estados e dos Municípios.


Recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde
05 10/jul
(Constituição Federal/1988, Lei 8.080/1990 e Emenda Constitucional 29). Fundo de Saúde:
Condições e forma de repasse. Controle social (Lei 8.142/1990 e Decreto 1.232/1994).

Estratégias e operacionalização do Sistema Único de Saúde: Finalidade das normas


operacionais. Sistema de saúde municipal. Condições de gestão do Município e do Estado
06 17/jul
(responsabilidades, requisitos, prerrogativas). Terceirização dos serviços de saúde.
Regionalização da assistência à saúde. Política de medicamentos e assistência farmacêutica.

Auditoria na área de educação. A reforma da educação básica na década de 1990, a


Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB Lei nº
9.394/1996. Políticas de avaliação da educação brasileira. Políticas de financiamento da
07 24/jul
Educação Básica no Brasil. Políticas para a universalização da educação básica. Diretrizes,
metas e estratégias previstas no Plano Nacional de Educação 2014-2024 (Lei Federal nº
13.005/2014).

08 Discursivas e Simulados 05/ago

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A banca do concuso será a Fundação Carlos Chagas. Tentarei usar o máximo de questões possível da
banca para que vocês possam se acostumar com a forma dela cobrar os conteúdos, mas também
veremos questões de outras bancas, principalmente em temas pouco cobrados pela FCC.
Agora, vou me apresentar. Sou Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União.
Já fui Analista Tributário da Receita Federal do Brasil e escriturário da Caixa Econômica Federal, além
de ter trabalhado em outras instituições financeiras da iniciativa privada. Tenho formação em
jornalismo e em ciências econômicas. Possuo especialização em Orçamento Público e atualmente
curso mestrado em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Tecnológica Federal do
Paraná. Sou professor de cursinhos para concursos desde 2008, tendo dado aulas em cursinhos de
Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Cuiabá. Também dou aula em cursos de pós-graduação.
Nesta aula demonstrativa, vocês poderão ter uma ideia de como será nosso curso. Espero que
gostem e que possamos ter uma jornada proveitosa pela frente.
Boa Aula!

Sumário

1 Conceito de Política Pública ........................................................................................ 3


1.1 Participação do Estado........................................................................................................... 5
1.2 Omissão como Política Pública .............................................................................................. 8
1.3 Decisões Estruturantes X Operacionais ................................................................................ 10
2 Estado, Sociedade e Políticas Públicas ....................................................................... 12
2.1 Dimensões da Política Pública.............................................................................................. 12
2.2 Política e Política Pública ..................................................................................................... 13
2.3 Tipologia das políticas públicas ........................................................................................... 17
3 Pontos Importantes da Aula ...................................................................................... 24
4 Questões Comentadas .............................................................................................. 25
4.1 Lista das Questões ................................................................................................................ 53
4.2 Gabarito ............................................................................................................................... 67

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1 CONCEITO DE POLÍTICA PÚBLICA


Estamos estudando uma disciplina que faz parte das ciências humanas, e não das ciências exatas.
Sei que isso é mais do que óbvio, mas é importante destacarmos isso, por que dificilmente temos
conceitos que sejam unanimidade entre os autores, não existe uma fórmula matemática que dê uma
resposta final para nossos problemas.
C à à à àP àP à à à esma coisa, vamos encontrar os mais diferentes tipos
de conceitos. Vamos dar uma olhada em alguns:

▪ Laswell: decisões e análises sobre política pública implicam responder às seguintes questões:
quem ganha o quê, por quê e que diferença faz.

▪ Dye: o que o governo escolhe fazer ou não fazer;

▪ Lynn: um conjunto específico de ações do governo que irão produzir efeitos específicos.

▪ Easton: alocação oficial de valores para toda a sociedade.

▪ Peters: política pública é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou
através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos.

▪ Lowi: uma regra formulada por alguma autoridade governamental que expressa uma
intenção de influenciar, alterar, regular, o comportamento individual ou coletivo através do
uso de sanções positivas ou negativas.

▪ Kraft e Furlong: Política pública é o que os oficiais públicos dentro do governo, e por extensão
os cidadãos que eles representam, decidem fazer ou não fazer acerca de um problema
público.

▪ Maria G. Rua: As políticas públicas (policies) são outputs, resultantes das atividades política
(politics): compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à alocação imperativa de
valores.

▪ Laswell e Kaplan: um programa projetado com metas, valores e práticas.

▪ Friedrich: é essencial que o conceito de política pública contenha uma meta, objetivo ou
propósito.

▪ Leonardo Secchi: é uma diretriz elaborada para enfrentar um problema público.

▪ Jones: uma decisão existente, caracterizada por consistência e repetitividade


comportamental tanto de quem a formula quanto também de quem a cumpre.

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Algo que é MUITO IMPORTANTE é sabermos diferenciar definições que apresentam uma visão
idealizada daquelas que apresentam uma visão da realidade, do que realmente acontece na prática.
Vamos ver algumas questões:

(CESPE/DPU/2015) A formulação de políticas públicas deve ser compreendida como o


processo por meio do qual os governos traduzem seus propósitos em programas e ações, que
produzirão os resultados ou as mudanças desejadas no mundo real.

(CESPE/MPU/2015) As políticas públicas correspondem à soma das atividades articuladas


pelos governos para melhorar a vida dos cidadãos. As decisões e análises sobre políticas
públicas implicam responder às seguintes questões: Quem ganha o quê? Por quê? e Que
diferença isso faz?

(CESPE/DPU/2015) Define-se política pública como o programa de ação governamental que


resulta de um processo ou conjunto de processos juridicamente regulados e que deve visar a
realização de objetivos sociais relevantes, expressando a seleção de prioridades, a reserva de
meios necessários à sua consecução e o intervalo de tempo para o atingimento dos resultados.

(CESPE/BSF/2014) Políticas públicas são elaboradas para definir quem obterá alguma
vantagem, o que será obtido, quando e como, sendo voltadas para garantir os interesses dos
beneficiados.

(CESPE/BSF/2014) Uma política pública expressa a moral e a visão da sociedade que a adota
e está associada aos valores culturais dessa sociedade.

Gabarito: C, C, C, E, E.

Eu destaquei alguns trechos das questões. A primeira fala que as políticas públicas promovem
mudanças desejadas no mundo real, a segunda que são voltadas para melhorar a vida dos cidadãos,
a terceira que buscam objetivos sociais relevantes, a quarta que objetiva garantir os interesses dos
beneficiados e a quinta que expressam a moral e a visão da sociedade.
Vocês devem concordar comigo que é muito difícil diferenciar interesses dos beneficiados e
melhorar a vida dos cidadãos, ou desejadas no mundo real e moral e visão da sociedade. Porém, as
três primeiras questões estão certas, e as duas últimas erradas.
Na minha visão, as três primeiras cobram o que seria o conceito ideal de política pública, ou seja,
teoricamente, o porquê da existência das políticas públicas. Já as duas últimas cobram como elas
realmente são na prática. Assim, na teoria, as políticas públicas buscam atender ao interesse da
sociedade como um todo, melhorar a vida das pessoas. Na prática, elas atendem aos interesses de
grupos de pressão ou de uma elite.
Por isso, as duas últimas questões estariam erradas por que, na prática, as políticas públicas não são
voltadas para garantir o interesse dos beneficiados e não expressam a cultura da sociedade como
um todo, mas aquilo que sai do jogo político entre os atores, em que alguns tem mais poder que os
demais.

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O grande problema nosso é conseguir identificar quando a questão está cobrando a teoria e quando
está abordando a prática. Muitas vezes isso é impossível. Tentem pegar algumas dicas no enunciado,
se a questão apresenta trechos que à à à à à à à à à à
à à à àà à à à à à à à à à à à à
à à à
A questão 0 foi copiada de Maria Paula Dallari Bucci, segundo a qual:
Política pública é o programa de ação governamental que resulta de um processo ou conjunto de
processos juridicamente regulados – processo eleitoral, processo de planejamento, processo de
governo, processo orçamentário, processo legislativo, processo administrativo, processo judicial –
visando coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de
objetivos socialmente relevantes e politicamente determinados.
Como tipo ideal, a política pública deve visar a realização de objetivos definidos, expressando a
seleção de prioridades, a reserva de meios necessários à sua consecução e o intervalo de tempo
em que se espera o atingimento de resultados.

A autora é da área jurídica, por isso sua definição possui um caráter teórico, do que deveria ser a
política pública ideal.
Leonardo Secchi afirma que qualquer definição de política pública é arbitrária, não há consenso
quanto à definição do que seja uma política pública. Isso ocorre devido às diferentes respostas dadas
a alguns questionamentos:

▪ Políticas públicas são elaboradas exclusivamente por atores estatais?


▪ Políticas públicas também se referem à omissão, ou negligência?
▪ Apenas diretrizes estruturantes são políticas públicas?

O autor refere- à à à à à à àV à à à à à à à
deles.

1.1 PARTICIPAÇÃO DO ESTADO

Percebemos nas quatro primeiras definições do início da aula uma grande valorização do Estado
à à à à àQ à àM à àG à‘ à à à alocação
imperativa de recursos à à à à à à à à à àsuas características centrais é o fato de
que são decisões e ações revestidas da autoridade soberana do poder público. Até certo ponto não
podemos negar isso. Contudo, temos que tomar cuidado com a real importância do Estado e da
sociedade nas políticas públicas.
M à àG à‘ à à à à à à à à à e não privadas ou
à àá à à à à à à à à à à àP à
a autora é a mais copiada em provas de políticas públicas, por isso guardem bem essa definição, pois
ela é muito importante. O CESPE é a banca em que eu mais vi a preocupação em dissociar as políticas
públicas do caráter estatal. Vamos ver uma questão.

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(CESPE/PMRB/2007) O termo público, associado à política, não se refere exclusivamente à


ação do Estado, mas, sim, à coisa pública, ou seja, àquilo que é de todos.
Comentários: A questão é CERTA. Segundo Potyara Pereira:
P A
pa E
se expressa como res publica, isto é, coisa de todos, e, por isso, algo que compromete
simultaneamente, o Estado e a sociedade. É, em outras palavras, ação pública, na qual, além
do Estado, a sociedade se faz presente, ganhando representatividade, poder de decisão e
condições de exercer o controle sobre a sua própria reprodução e sobre os atos e decisões do
governo e do mercado. É o que preferimos chamar de controle democrático exercido pelo
cidadão comum, porque é controle coletivo, que emana da base da sociedade, em prol da
ampliação da democracia e da cidadania
Gabarito: Certa.

Portanto, política pública não é sinônimo de política estatal. Temos que entender que a presença do
Estado é fundamental, assim como a participação da sociedade. Pereira conceitua política pública
como:
Políticas públicas são ações coletivas que tem por função concretizar direitos sociais, demandas
da sociedade e previstos nas Leis.

Podemos à àM à àG à‘ à à à à à à à à à à
àJ àP à à à à à àE à à à à à à à
à à à à à à à à à à à blica sem o Estado, já que Potyara
P à à à à àE à à à à à àN à à àM à àG à‘ à
à à à à à à àE já para Potyara, seria o Estado mais a sociedade. Vamos
ver outra questão.

(CESPE/TJ-AP/2007) Política pública significa ação coletiva cuja função é concretizar direitos
sociais demandados pela sociedade e previstos nas leis.
Comentários: A questão é CERTA. Podemos perceber que ela é cópia da definição de Potyara
Pereira. Assim, temos que entender que as políticas públicas são uma construção coletiva,
formadas por um conjunto de atores, apesar de caber ao governo o papel central. Segundo
Raquel Raichelis:
Na formulação, gestão e financiamento das políticas sociais deve ser considerada a primazia
do Estado, a quem cabe a competência pela condução das políticas públicas. Esta primazia,
contudo, não pode ser entendida como responsabilidade exclusiva do Estado, mas implica a
participação ativa da sociedade civil nos processos de formulação e controle social da
execução
Gabarito: Certa.

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Segundo Celina Souza, debates sobre políticas públicas implicam responder à questão sobre o
espaço que cabe aos governos na definição e implementação de políticas públicas. Segundo a autora,
não se defende que o Estado (ou os governos que decidem e implementam políticas públicas ou
outras instituições que participam do processo decisório) reflete tão somente as pressões dos
grupos de interesse, como diria a versão mais simplificada do pluralismo.
Também não se defende que o Estado opta sempre por políticas definidas exclusivamente por
aqueles que estão no poder, como nas versões também simplificadas do elitismo, nem que servem
apenas aos interesses de determinadas classes sociais, como diriam as concepções estruturalistas e
funcionalistas do Estado. No processo de definição de políticas públicas, sociedades e Estados
complexos como os constituídos no mundo moderno estão mais próximos da perspectiva teórica
daqueles que defendem qu à à à à à àE à à à à à à à à
tenha um espaço próprio de atuação, embora permeável a influências externas e internas.
Mas, aí fica a pergunta: existe política pública sem o Estado? Na visão de Maria das Graças não.
Segundo a autora:
As Políticas Públicas envolvem atividade política e sua dimensão pública é dada pelo seu caráter
imperativo, sendo uma de suas características centrais o fato de serem decisões e ações revestidas
da autoridade soberana do poder público.

Mas para Francisco Heidemann existe. Segundo o autor:


A perspectiva da política pública vai além da perspectiva das políticas governamentais, na medida
em que o governo, com sua estrutura administrativa, não é a única instituição a servir à
comunidade política, isto é, a promover “políticas públicas”.

Oà à à à à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à à à à à
governamental. Seria o caso de uma comunidade em que as pessoas juntam esforços para construir
moradias. Heidemann cita como agentes de políticas públicas entidades como as ONGs, as empresas
à à à à à à àE à à à T à“ à o nome
dado hoje para o esforço da produção de um bem público por agentes não governamentais, mas ao
mesmo tempo distinto do setor empresarial do mercado.
E à à à à à à à à àB àP à à à à à público
não-estatal à“ àB
O setor produtivo público não-estatal é também conhecido por “terceiro setor”, “setor não-
governamental”, ou “setor sem fins lucrativos”. Por outro lado, o espaço público não-estatal é
também o espaço da democracia participativa ou direta, ou seja, é relativo à participação cidadã
nos assuntos públicos. Neste trabalho se utilizará a expressão “público não-estatal” que define com
maior precisão do que se trata: são organizações ou formas de controle “públicas” porque estão
voltadas ao interesse geral; são “não-estatais” porque não fazem parte do aparato do Estado.

N à à à à à à à à à à à à à à
à -estatal está relacionado ao interesse coletivo, e não ao que se refere ao Estado. Essa
à à à à à à à à àB à à à à à
Tânia Keinert afirma que a Administração Pública no Brasil passou por dois paradigmas. De 1937 a
à à à à à à P à à àE uma visão centrada no aparelho do Estado
de maneira unilateral, numa situação de inexistência ou negação da sociedade civil. A partir de 1979,

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com a crise do Estado, é que as atenções se voltam para a sociedade e o público passa a ser
à à à
Segundo Raquel Raichelis, o debate atual sobre os termos público, publicização, público-não estatal
vem despertando polêmica e há atualmente uma luta teórica e político-ideológica pela apropriação
do seu significado, que remete ao caráter das relações entre o Estado e a sociedade na constituição
da chamada esfera pública.
A autora utiliza o conceito de publicização baseado numa visão ampliada de democracia, tanto do
Estado quanto da sociedade civil, e pela incorporação de novos mecanismos e formas de atuação,
dentro e fora do Estado, que dinamizem a participação social de modo que ela seja cada vez mais
representativa dos segmentos organizados da sociedade.
Inerente a esse movimento encontra-se o desafio de construir espaços de interlocução entre sujeitos
sociais que imprimam níveis crescentes de publicização no âmbito da sociedade política e da
sociedade civil, na direção da universalização dos direitos de cidadania.
A partir daí, o processo de publicização pretende alterar a tendência histórica de subordinação da
sociedade civil frente ao Estado, fortalecendo as formas democráticas de relação entre as esferas
estatal e privada.

1.2 OMISSÃO COMO POLÍTICA PÚBLICA

Alguns autores consideram que política pública também pode envolver a inação do Estado, a decisão
de não fazer nada em relação a algum assunto. Vamos rever o conceito de Dye de Política Pública:
O que o governo escolhe fazer ou não fazer.

Para Dye, as políticas públicas são ações do governo que irão produzir efeitos na vida dos cidadãos,
mas por tratar-se de um aspecto político, a decisão de não planejar ou nada fazer em relação a um
problema social também pode ser considerado um componente de política pública. Colocando em
outras palavras, pode-se definir a política pública como o posicionamento assumido pelo governo
diante de uma questão relevante para a sociedade, ainda que esse posicionamento seja de omissão.
Percebam o que ele fala que o também é política pública o que o governo decide por NÃO fazer. Isso
também esta em outra definição de Enrique Saravia. Com uma perspectiva mais operacional, ele
coloca que:
Poderíamos dizer que ela [política pública] é um sistema de decisões públicas que visa a ações ou
omissões, preventivas ou corretivas, destinadas a manter ou modificar a realidade de um ou vários
setores da vida social, por meio da definição de objetivos e estratégias de atuação e da alocação
dos recursos necessários para atingir os objetivos estabelecidos.

P à à à à à à à àU à à à ànas definições
à à à à à à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à à
J àH àà à à à à à à ao mesmo tempo dois elementos-
à à à à à à à àP à à à à à à à à à à à
intenção manifestada formalmente, mas não haverá de forma alguma uma política positiva se não
houver ações que materializem uma intenção ou propósito oficial eventualmente enunciado. E

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à à à à à à à -se, obviamente, as eventuais políticas


à à à àD
Para Leonardo Secchi, as políticas públicas não envolvem omissão ou negligência. Para o autor, uma
política pública deve resultar em uma diretriz intencional, seja ela uma lei, uma nova rotina
à à à à à à à à à à à à à à à
problema público, is à à à à
Vamos ver agora uma questão:

(CESPE/CHESF/2002) Política pública é uma ação coletiva que tem por função concretizar
direitos sociais demandados pela sociedade e previstos nas leis. Os direitos declarados e
garantidos nas leis só têm aplicabilidade por meio de políticas públicas.
Comentários: Esta questão foi dada como CERTA. Ela foi copiada da definição de Potyara
Pereira, que afirma:
Políticas públicas são ações coletivas que tem por função concretizar direitos sociais,
demandas da sociedade e previstos nas Leis. Em outros termos, os direitos declarados e
garantidos nas leis só têm aplicabilidade por meio de políticas públicas correspondentes, as
quais, por sua vez, operacionalizam-se mediante programas, projetos e serviços .
Gabarito: Certa.

Q à à à à à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à“ à à à
classificação dos direitos fundamentais, os direitos de primeira geração se referem aos direitos de
não intervenção do Estado na vida privada, direitos como o de liberdade, livre associação, livre
manifestação do pensamento; os de segunda geração envolvem os direitos sociais, como educação,
saúde, assistência social; e os de terceira são os direitos coletivos, como os ligados à proteção do
meio-ambiente, do patrimônio histórico, etc. Os direitos de primeira geração, em que se prega a
não-intervenção do Estado, não precisariam de políticas públicas para serem concretizados. As
políticas públicas tornam-se necessárias com os direitos sociais, que exigem uma atuação positiva
do Estado.
Se as políticas públicas são instrumentos de concretização dos direitos previstos e garantidos nas
leis, é somente com a existência de uma política pública que as pessoas poderão exercer seus
direitos sociais. Por isso, é válida a intervenção do Poder Judiciário exigindo a implementação de
políticas públicas. O Judiciário não pode elaborar políticas públicas, mas pode compelir o poder
público a implementá-las, caso estejam previstas na Constituição e nas leis. Em julgamento de 2005,
o STF passou a adotar uma nova linha, quando decidiu que o município de Santo André deveria
garantir a matrícula de um menino de quatro anos na creche pública da prefeitura. O entendimento
é o de que é obrigação do município garantir o acesso à creche a crianças de até seis anos de idade,
independentemente da oportunidade e conveniência do poder público. Para Celso de Mello:
Quando a proposta da CF88 impõe o implemento de políticas públicas, e o poder público se mantém
inerte e omisso, é legitimo sob a perspectiva constitucional garantir o direito à educação e
atendimento em creches. O direito não pode se submeter a mero juízo de conveniência do Poder
Executivo.

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Embora inquestionável que resida, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo, a


prerrogativa de formular e executar políticas públicas, revela-se possível, no entanto, ao Poder
Judiciário, ainda que em bases excepcionais, determinar, especialmente nas hipóteses de políticas
públicas definidas pela própria Constituição, que sejam estas implementadas, sempre que os órgãos
estatais competentes, por descumprirem os encargos político-jurídicos que sobre eles incidem em
caráter mandatório, vierem a comprometer, com a sua omissão, a eficácia e a integridade de
direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional.

Assim, se há um direito previsto na lei e é necessária uma política pública para que ele seja exercido,
é um dever do Estado implementar tal política e cabe ao Judiciário exigir o cumprimento desta
obrigação.

1.3 DECISÕES ESTRUTURANTES X OPERACIONAIS

Enrique Saravia define política pública como:


Um fluxo de decisões públicas, orientado a manter o equilíbrio social ou a introduzir desequilíbrios
destinados a modificar essa realidade. Decisões condicionadas pelo próprio fluxo e pelas reações e
modificações que elas provocam no tecido social, bem como pelos valores, ideias e visões dos que
adotam ou influenciam na decisão.

L à à à à à à à à à à à à à à à
à à à à à àA política pública definiria os objetivos e as metas de uma ação para
um determinado público-alvo, quais os resultados esperados com tal ação, mas, além disso, deve
justificá-la.
Mas que tipos de decisões podem ser tratadas como políticas públicas? Alguns consideram como
políticas públicas apenas as macrodiretrizes estratégicas. Seriam exemplos a política nacional
agrária, a política educacional, etc.
Para Secchi, as decisões intermediárias e operacionais também devem ser consideradas como parte
da política pública. Aqui é interessante diferenciarmos os três tipos de decisões. Existem três tipos
de planejamento: Estratégico; Tático; Operacional.

Estratégico Tático Operacional

Prazo Longo Médio Curto

Amplitude Toda a organização Setor Atividade

Nível Hierárquico Alta Cúpula Gerências Setoriais Operacional

Aqui podemos identificar algumas das características que diferenciam o planejamento estratégico
do tático e do operacional:

▪ É responsabilidade da cúpula da organização;


▪ Envolve a organização como um todo;
▪ Planejamento de longo prazo.

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Cada um destes três planejamentos resulta num documento. O estratégico formula o plano, o tático
o programa e o operacional o projeto. Portanto:

▪ Plano: é um documento utilizado para o registro de decisões do tipo: o que se pensa fazer,
como fazer, quando fazer, com que fazer, com quem fazer. O processo de tomada de decisões
começa com a adoção de postulados gerais que depois são desagregados e especificados.
▪ Programa: é, basicamente, um aprofundamento do plano: os objetivos setoriais do plano irão
constituir os objetivos gerais do programa. È o documento que detalha por setor, a política,
diretrizes, metas e medidas instrumentais. É a setorização do plano.
▪ Projeto: é o documento que sistematiza e estabelece o traçado prévio da operação de uma
unidade de ação. É, portanto, a unidade elementar do processo sistemático da racionalização
de decisões. Constitui-se da proposição de produção de algum bem ou serviço, com emprego
de técnicas determinadas e com o objetivo de obter resultados definidos.

Podemos dizer que o plano contém o programa, que contém o projeto. Assim, os planejamentos
inferiores devem estar de acordo com os superiores.
Também é importante distinguir política pública de decisão política. Segundo Maria das Graças Rua,
uma política pública geralmente envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas. Já uma decisão política
corresponde a uma escolha dentre um leque de alternativas, conforme a hierarquia das preferências
dos atores envolvidos, expressando certa adequação entre os fins pretendidos e os meios
disponíveis. Assim, embora uma política pública implique decisão política, nem toda decisão política
chega a constituir uma política pública. Um exemplo está na emenda constitucional para reeleição
presidencial. Trata-se de uma decisão, mas não de uma política pública. Já a privatização de estatais
ou a reforma agrária são políticas públicas.

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2 ESTADO, SOCIEDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS


Agora vamos estudar como que Estado e sociedade se relacionam nas políticas públicas. Segundo
L àL à à à à à à à à à à à à à
entre Estado e sociedade, que é determinado pelas condições histórico-estruturais de
desenvolvimento de uma dada formação social.

2.1 DIMENSÕES DA POLÍTICA PÚBLICA

“ àK àF à à à à à à à à à àpolítica. Para a
ilustração dessas dimensões, tem-se adotado na ciência política o emprego de três conceitos em
inglês:

Dimensões da Política Pública:

▪ Polity = para denominar as instituições políticas. Refere-se à


ordem do sistema político, delineada pelo sistema jurídico, e
à estrutura institucional do sistema político-administrativo.
▪ Politics = para os processos políticos. Refere-se ao jogo
político, frequentemente de caráter conflituoso, em que os
atores buscam fazer valer seus interesses.
▪ Policy = para os conteúdos da política, é a política pública em
si. Refere-se aos conteúdos concretos, isto é, à configuração
dos programas políticos, aos problemas técnicos e ao
conteúdo material das decisões políticas.

Na realidade política, essas dimensões são entrelaçadas e se influenciam mutuamente. Segundo


“ à a ordem política concreta forma o quadro, dentro do qual se efetiva a política material
por meio de estratégias políticas de conflito e de consenso O autor está afirmando que as
instituições (polity) influencia o jogo político (politics) que determinará a política pública (policy). No
meio científico, fala-se em variáveis dependentes e independentes. As primeiras são aquelas que
são determinadas e influenciadas; enquanto as segundas são aquelas que causam a mudança. Por
exemplo, se um cientista que saber se o videogame pode causar comportamento violento em uma
criança, o ato de jogar videogame será a variável independente e o comportamento da criança a
variável dependente. Quando um economista analisa se o aumento da renda aumenta a inflação, a
renda é a variável independente e os preços a variável dependente.
Atualmente, ganhou muito força o neoinstitucionalismo, segundo o qual as instituições (polity)
possuem um papel importante na formação das políticas públicas (policy). Por muito tempo
predominou a visão racional, segundo a qual as pessoas deveriam tomar decisões como máquinas,
ou seja, calculando o melhor custo benefício de cada alternativa, a decisão seria aquela que
resultasse em maior eficiência para o sistema.

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Porém, o que se percebeu foi que diversos fatores limitam a racionalidade, entre os quais estão as
instituições, ente à à à à à à àE à à à à à à à
até costumes, fatores históricos e sociais. Segundo Elster:
Uma nas controvérsias mais persistentes no interior das ciências sociais é a que opõe duas linhas
de pensamento: de um lado, a do homo economicus; de outro, a do homo sociologicus. Enquanto
o homo economicus é guiado pela racionalidade instrumental, o comportamento do homo
sociologicus é ditado pelas normas sociais; o primeiro é "puxado" pela perspectiva de recompensas
futuras e o segundo é "empurrado" por forças quase inerciais. O primeiro adapta-se à mudança de
circunstâncias e está sempre à espera de melhorias; o segundo é insensível às condições do
momento e adere ao comportamento prescrito, mesmo quando estão disponíveis outras opções
aparentemente melhores.

O Neoinstitucionalismo é um movimento que surgiu durante a década de 1980 e que foca sua análise
nas instituições. Ele ganhou força devido às mudanças ocorridas nesse período, que demonstraram
a necessidade de criação de novas instituições. O Estado passava por um período de crise, até
mesmo nas democracias estáveis, o que inviabilizava as teorias até então aceitas. Ele defende que
as instituições possuem um papel importante nas políticas públicas, uma vez que não são neutras e
influenciariam as decisões.
Voltando às três dimensões da política, entende-se então que as instituições (polity) são a variável
independente, elas influenciariam tanto o jogo político (politics) quanto às políticas públicas (policy).
Porém, para Klaus Frey, isso ocorre mais em políticas consolidadas; em políticas novas e conflituosas
já não haveria essa relação. O autor cita como exemplo a política ambiental.
É inquestionável que o descobrimento da proteção ambiental como uma política setorial peculiar
levou a transformações significativas dos arranjos institucionais em todos os níveis de ação estatal.
Por outro lado, em consequência da tematização da questão ambiental, novos atores políticos
(associações ambientais, institutos de pesquisa ambiental, repartições públicas encarregadas com
a preservação ambiental) entraram em cena, transformando e reestruturando o processo político.

Portanto, na política ambiental foram as políticas públicas (policy) que influenciaram a construção
das instituições (polity) e redefiniram os atores do jogo político (politics).

2.2 POLÍTICA E POLÍTICA PÚBLICA

Oà à à à à à àG àá à à à à à àE à à
àN à à à à à à à à à à à à à à pólis, do
Estado. A tarefa da política seria investigar qual a melhor forma de governo e instituições capazes
de garantir a felicidade coletiva. Ao longo do tempo, ela foi recebendo vários sentidos, passando a
se aproximar daquilo que seria o comportamento adequado para chegar e permanecer no poder.
Essa é a ciência ou arte política à qual se faz referência mais frequentemente no discurso comum.
Segundo Bobbio, uma das possíveis definições de política é considerá- à à à à à à
à à à à à à à à
Outra visão a respeito da política é a de Schmiter, segundo o qual:
Política é resolução pacífica dos conflitos.

Para Maria das Graças Rua, este conceito é muito amplo, e é possível delimitar um pouco, por isso
ela conceitua política como:

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O conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se


destinam à resolução pacífica dos conflitos, quanto a bens públicos.

Para a autora, as sociedades modernas têm, como principal característica, a diferenciação social.
Isto significa que seus membros não apenas possuem atributos diferenciados (idade, sexo, religião,
renda, etc.), como também possuem ideias, valores e interesses diferentes e desempenham papéis
diferentes no decorrer da sua existência. Tudo isso faz com que a vida em sociedade seja complexa
e frequentemente envolva conflito: de opinião, de interesses, de valores, etc.
Entretanto, para que a sociedade possa sobreviver e progredir, o conflito deve ser mantido dentro
de limites administráveis. Para isto, existem apenas dois meios: a coerção pura e simples e a política.
O problema com o uso da coerção é que, quanto mais é utilizada, mais reduzido se torna o seu
impacto e mais elevado se torna o seu custo. Restaria, então, a política.
A política e a política pública são conceitos diferentes, mas se influenciam de maneira recíproca.
Para Eugenio Parada, ambas envolvem o poder social. Contudo, enquanto a política é um conceito
amplo, relativo ao poder em geral, as políticas públicas correspondem a soluções específicas de
como conduzir os assuntos públicos.
P àP à à à à à à à à à à à à as sobre
à à à à à àQ à à à à à à àP à
fundamental da função de um governo se refere à formulação, gestão e avaliação das políticas
públicas. O objetivo dos políticos consiste em estabelecer políticas públicas de sua preferência, ou
então bloquear aquelas que lhes pareçam inconvenientes.
Vamos rever a definição de Maria das Graças Rua:
As políticas públicas (policies) são outputs, resultantes das atividades política (politics):
compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à alocação imperativa de valores. As
políticas públicas envolvem, portanto, atividade política. Para usar a linguagem de Easton, resultam
do processamento, pelo sistema político, dos inputs originários do meio ambiente e,
frequentemente, de withinputs (demandas originadas no interior do próprio sistema político).

A autora adota em sua definição a teoria sistêmica, em que a


política é vista como o produto de um sistema, como a
resposta de um sistema político às forças que o afetam a
Inputs
partir do meio ambiente. As forças geradas no meio Inputs Demandas
Pressão
ambiente e que afetam o sistema político são conhecidas
como inputs à à à Oà à à à à
condição ou circunstância definida como externa às fronteiras Withinputs
do sistema político. O sistema político é o conjunto de estruturas
e processos inter-relacionados, que exerce as funções oficiais de
alocar valores para a sociedade. Os outputs, ou saídas, do sistema
político são as alocações oficiais de valores do sistema; essas alocações,
por sua vez, constituem as políticas públicas.
Segundo a autora, os inputs e os withinputs podem expressar Outputs
demandas e suporte. As demandas podem ser, por exemplo, Políticas
reivindicações de bens e serviços, como saúde, educação, estradas,
transportes, segurança pública, normas de higiene e controle de

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produtos alimentícios, previdência social, etc. Podem ser, ainda, demandas de participação no
sistema político, como reconhecimento do direito de voto dos analfabetos, acesso a cargos públicos
para estrangeiros, organização de associações políticas, direitos de greve, etc. Ou ainda, demandas
de controle da corrupção, de preservação ambiental, de informação política, de estabelecimento de
normas para o comportamento dos agentes públicos e privados, etc.
Ela cita como exemplo de suporte ou apoio a obediência e o cumprimento de leis e regulamentos;
atos de participação política, como o simples ato de votar e apoiar um partido político, o respeito à
autoridade dos governantes e aos símbolos nacionais; a disposição para pagar tributos e para prestar
serviços, como, por exemplo, o serviço militar, etc. Mas podem ser também atos mais fortes, como
o envolvimento na implementação de determinados programas governamentais, a participação em
manifestações públicas, etc.;
Assim, quando os empresários, por exemplo, deixam de pagar impostos, constata-se a ausência de
um input de apoio; o mesmo ocorre com a sonegação de impostos em geral, com a abstenção
eleitoral, com as manifestações contra os governantes: estes fatos significam que falta apoio seja
ao governo, seja ao próprio sistema político.
A diferença de withinputs e inputs é que os primeiros são provenientes do próprio sistema político:
dos agentes do executivo (ministros, burocratas, entre outros), dos parlamentares, dos
governadores de estado, do judiciário, etc. Com base nisso, a autora considera que grande parte da
atividade política dos governos destina-se a satisfação das demandas dos atores sociais ou das
reivindicações formuladas pelos próprios agentes do sistema político, ao mesmo tempo em que
articulam os apoios necessários.
Podemos diferenciar três tipos de demandas:

Tipos de Demandas

▪ Demandas Novas: aparecem com o surgimento de novos atores políticos,


ou então de novos problemas. Entre os novos atores estão aqueles que,
apesar de já existirem anteriormente, não estavam organizados. É no
momento em que se organizam que aparecem como novos atores
políticos. Graças Rua cita como exemplo os evangélicos. Há cerca de 20
anos eles não tinham peso político, mas representam hoje uma parcela
importante do eleitorado, com uma bancada própria no Congresso.
▪ Demandas Reprimidas: também há problemas que existiam
anteriormente, mas não eram vistos como problemas, mas sim como uma
à à àM à àG à‘ à à à à à à à à
▪ Demandas Recorrentes: envolvem problemas não resolvidos ou mal
resolvidos. Estão sempre voltando à agenda governamental. Ela cita o
exemplo da reforma agrária, uma vez que Estatuto da Terra tem mais de
trinta anos, o assunto foi votado na Assembleia Nacional Constituinte,
aprovou se mais tarde a Lei Agrária, porém, ainda hoje, o problema da
reforma agrária não se encontra resolvido.

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O à à à à à à à à à à à à
aceitáveis e as demandas se acumulam. Com isso, há uma crise que ameaça a estabilidade do
sistema. Uma das teorias a respeito da ingovernabilidade afirma justamente que esta é o produto
de uma sobrecarga de problemas aos quais o Estado responde com a expansão de seus serviços e
da sua intervenção, até o momento em que, inevitavelmente, surge uma crise fiscal. A não
governabilidade, portanto, seria consequência da falta de outputs.
Outra corrente afirma que a ingovernabilidade não é somente, nem principalmente, um problema
de acumulação, de distribuição e de redistribuição de recursos, bens e serviços aos cidadãos, mas é,
de preferência, um problema de natureza política: autonomia, complexidade, coesão e legitimidade
das instituições. A governabilidade depende do relacionamento entre a autoridade e suas
instituições de Governo e da força das suas instituições de oposição.
Atualmente, temos que entender que a não-governabilidade é o produto conjunto de uma crise de
gestão administrativa do sistema e de uma crise de apoio político dos cidadãos às autoridades e aos
governos. Na sua versão mais complexa, a não-governabilidade é a soma de uma crise de input
(entradas, insumos) e de uma crise de output (saídas, produtos).
Nas crises de output, o sistema administrativo não consegue compatibilizar, nem agilizar, os
imperativos de controle que lhe chegam do sistema econômico. As crises de input têm a forma das
crises de legitimação: o sistema legitimador não consegue preservar o nível necessário de lealdade
da massa, impulsionando assim os imperativos de controle do sistema econômico que ele assumiu.
As políticas públicas são ações do governo que buscam atender demandas da sociedade e do próprio
sistema político. No entanto, um dos grandes problemas está na definição de que demandas serão
consideradas na formulação das políticas públicas. Para Eugenio Parada, algumas pessoas ou
organizações possuem maior capacidade de incluir, hierarquizar e excluir temas na discussão social.
Assim, a agenda pública se constitui em um jogo de poder onde se constroem legitimidades e
ilegitimidades, a priorização de alguns valores em relação a outros.
Que haja competição entre os interesses privados e que estes confluam para a formação das
políticas públicas é a essência da democracia. No entanto, como em qualquer tipo de disputa, deve
haver regras comuns para quem participa. E o lobby, a corrupção e a falta de transparência no
financiamento da política são regras da desigualdade.

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2.3 TIPOLOGIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

Vamos começar com uma questão:

(CESPE/TCU/2011) Em relação às políticas públicas, julgue os itens subsequentes.


1. Quanto aos seus impactos sobre as relações sociais, as políticas públicas podem ser
classificadas como distributivas, redistributivas ou regulatórias.
2. Quanto à sua natureza, as políticas públicas podem ser estruturais, conjunturais ou
emergenciais.
3. Quanto à abrangência dos seus possíveis resultados, as políticas públicas podem ser
universais, segmentais, fragmentadas e focais.
4. As políticas públicas são implementadas por governos, em parceria ou não com outras
instituições sociais, com objetivo de realizar ações socialmente relevantes e economicamente
viáveis.
Comentários: O gabarito inicial das questões foi: C, C, E, E. Porém, apenas a primeira foi
à à à à à à à à à à à Oà à à à à
é controverso na literatura especializada. Por esse motivo, opta- à à à
Gabarito: C, X (C), X (E), X (E).

Essa é uma justificativa meio Bombril, serve para todo tipo de questão. O problema mesmo foi que
o formulador da prova foi preguiçoso, copiando à à à à à à OàP à à
P àP à àD àL à à àT à à‘ à à
http://www.fit.br/home/link/texto/politicas_publicas.pdf
Segundo o autor:
▪ Quanto à natureza ou grau da intervenção:
a) estrutural buscam interferir em relações estruturais como renda, emprego,
propriedade etc.
b) conjuntural ou emergencial objetivam amainar uma situação temporária, imediata.

▪ Quanto à abrangência dos possíveis benefícios:


a) universais para todos os cidadãos
b) segmentais para um segmento da população, caracterizado por um fator
determinado (idade, condição física, gênero etc.)
c) fragmentadas destinadas a grupos sociais dentro de cada segmento.

▪ Quanto aos impactos que podem causar aos beneficiários, ou ao seu papel nas relações
sociais:

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a) distributivas visam distribuir benefícios individuais; costumam ser instrumentalizadas


pelo clientelismo;
b) redistributivas visam redistribuir recursos entre os grupos sociais: buscando creta
equidade, retiram recursos de um grupo para beneficiar outros, o que provoca conflitos;
c) regulatória visam definir regras e procedimentos que regulem comportamento dos
atores para atender interesses gerais da sociedade; não visariam benefícios imediatos
para qualquer grupo.

Quanto à última questão, provavelmente foi tirada da definição de Maria Paula Dallari Bucci,
segundo a qual as políticas públicas são:
programas de ação governamental visando coordenar os meios à disposição do Estado e as
atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente
determinados.

Uma política pública não precisa ser economicamente viável para ser implementada. Por exemplo,
algumas doenças raras que atingem apenas 200 pessoas no país todo chegam a custar mais de R$
100 milhões por ano. Se esse recurso fosse aplicado em outra coisa, poderia salvar mais vidas, mas
foi politicamente determinado que o Estado fizesse essa política pública. Portanto, mesmo que não
seja economicamente viável, desde que a sociedade deseje, e expresse isso por meio de
representantes eleitos, a política será implementada.
A primeira questão traz a tipologia de Theodor Lowi, a mais tradicional das classificações. Ela foi
elaborada através de uma máxima: a política pública faz a política . Ela significa que cada tipo de
política pública vai encontrar diferentes formas de apoio e de rejeição e que disputas em torno de
sua decisão passam por arenas diferenciadas. Para Lowi, são quatro tipos de política pública:
▪ Distributivas;
▪ Redistributivas;
▪ Regulatórias;
▪ Constitutivas.

Segundo Maria das Graças Rua:


Em função das preferências e das expectativas de resultados (vantagens e desvantagens) de cada
alternativa na solução de um problema, os atores fazem alianças entre si e entram em disputa. Daí
se formam as arenas políticas: distributivas, regulatórias e redistributivas.

áà à à policy arena à à à à à à à àe expectativas das pessoas


afetadas por medidas políticas têm um efeito antecipativo para o processo político de decisão e de
implementação. Os custos e ganhos que as pessoas esperam de tais medidas tornam-se decisivos
para a configuração do processo polít à Oà à à policy arena à -se, portanto aos
processos de conflito e de consenso dentro das diversas áreas de política, as quais podem ser
distinguidas de acordo com seu caráter distributivo, redistributivo, regulatório ou constitutivo.
Klaus Frey conceitua os quatro tipos da seguinte forma:

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Tipos de Políticas Públicas

▪ Políticas distributivas são caracterizadas por um baixo grau de conflito dos


processos políticos, visto que políticas de caráter distributivo só parecem distribuir
vantagens e não acarretam custos - pelo menos diretamente percebíveis - para
à àE à à são caracterizadas por consenso e indiferença
amigável. Em geral, políticas distributivas beneficiam um grande número de
destinatários, todavia em escala relativamente pequena; potenciais opositores
costumam ser incluídos na distribuição de serviços e benefícios.

▪ Políticas redistributivas, ao contrário, são orientadas para o conflito. O objetivo é o


desvio e o deslocamento consciente de recursos financeiros, direitos ou outros
valores entre camadas sociais e grupos da sociedade. O processo político que visa a
uma redistribuição costuma ser polarizado e repleto de conflitos.

▪ Políticas regulatórias trabalham com ordens e proibições, decretos e portarias. Os


efeitos referentes aos custos e benefícios não são determináveis de antemão;
dependem da configuração concreta das políticas. Custos e benefícios podem ser
distribuídos de forma igual e equilibrada entre os grupos e setores da sociedade, do
mesmo modo como as políticas também podem atender a interesses particulares e
restritos. Os processos de conflito, de consenso e de coalizão podem se modificar
conforme a configuração específica das políticas.

▪ Políticas constitutivas ou políticas estruturadoras B à à à políticas


modificadoras de determinam as regras do jogo e com isso a estrutura dos
processos e conflitos políticos, isto é, as condições gerais sob as quais vêm sendo
negociadas as políticas distributivas, redistributivas e regulatórias.

2.3.1 Políticas Distributivas

Segundo Celina Souza, nas políticas distributivas, as decisões tomadas pelo governo desconsideram
a questão da limitação dos recursos. Os impactos gerados são mais individuais do que universais, ao
privilegiar certos grupos sociais ou regiões, em detrimento do todo. Para Lowi:
As políticas distributivas são caracterizadas por não estarem constrangidas por limitações de
recursos e pela facilidade com que podem ser desagregadas e seus recursos dispensados de forma
atomizada a unidades isoladas, sem obediência a qualquer critério mais geral e universalista; estas
políticas caracterizam, assim, ações pontuais, que não integram, de forma consistente, um conjunto
de intervenções mais institucionalizado (que definiremos, para nosso uso, como “programas”), e
ações de cunho marcadamente clientelista;

Em muitos casos, essas políticas são caracterizadas pelo clientelismo, em que o político fornece bens
e serviços a uma comunidade específica em troca de apoio político e votos. Lowi chama essas
à à à que é definida como um programa governamental que rende benefícios
localizados e que confere aos seus representantes políticos a oportunidade de conquistar apoio
político, ou seja, são políticas clientelistas.

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Os beneficiários normalmente são delimitados, pequenos grupos ou pessoas individuais de


diferentes extratos sociais; no entanto, o financiamento é difuso, ou seja, feito por toda a sociedade
por meio do orçamento público.
Inspirado na tipologia de Lowi e focalizando exclusivamente as políticas que interessam ao
empresariado, Smith (2000) designou este tipo de política pública como política "particular"
(particularistic issues). Políticas "particulares" provocam um alto grau de interesse no pequeno
número de empresas beneficiadas e um baixo grau de interesse na maioria das outras empresas,
pouco afetadas pelas decisões.

Tomem cuidado, pois tem muita coisa errada sendo falada acerca dos
tipos de políticas públicas. Lowi é claro em descrever as políticas
distributivas como restritas a determinados grupos, mas muita gente
se refere a elas como políticas que atendem a muitos beneficiários,
senão a todos, e que não haveria conflito por causa disso.
Klaus Frey, que tem um texto importante, fala o seguinte:
Em geral, políticas distributivas beneficiam um grande número de
destinatários, todavia em escala relativamente pequena
Portanto, fiquem de olho, pois determinadas questões podem ser
copiadas daí e seguir esse entendimento que considero equivocado.

As políticas públicas distributivas atendem demandas pontuais de grupos sociais específicos. Como
exemplos, podemos citar a pavimentação e a iluminação de ruas, ou a oferta de equipamentos para
deficientes físicos (como cadeiras de rodas). Esse tipo de política não é universal, uma vez que não
é garantida através de lei. Contudo, essas políticas são de fácil implantação, já que raramente há
opositores ao atendimento dessas demandas fragmentadas, pontuais e muitas vezes individuais.
Mas é preciso ter cuidado: nem toda política distributiva é uma política clientelista. Por exemplo,
políticas de emergência e solidariedade às vítimas de enchentes e terremotos são distributivas, mas
não são clientelistas. Mas, em geral, em um contexto de grandes desigualdades sociais, esse tipo de
política pode ser usado como moeda de troca nas eleições. No entanto, é preciso sublinhar que as
políticas distributivas podem ser implantadas sem clientelismo. A forma de processar as demandas
pontuais pode ser regulada e controlada socialmente. Um exemplo é a LOAS Lei Orgânica de
Assistência Social e a implantação dos Conselhos Municipais de Assistência Social, que permitem o
atendimento dessas demandas com base em critérios mais justos.

2.3.2 Políticas Regulatórias

Já as políticas regulatórias, que são mais visíveis ao público, envolvendo burocracia, políticos e
grupos de interesse. Segundo Lowi:
Políticas regulatórias são caracterizadas por apresentarem impactos específicos e individualizados,
elevando custos ou reduzindo a possibilidade de ação de agentes privados, embora as decisões
alocativas baseiam-se em leis e regulamentos e sejam estabelecidas em termos gerais.

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As políticas regulatórias distinguem-se das distributivas pelo fato de, em curto prazo, envolverem
uma escolha direta entre quem será favorecido e quem será desfavorecido. Estas decisões não têm
como objetivo atender a demandas individuais, porque "as decisões para cada caso devem ser
tomadas com base em regras gerais", e permanecem no nível setorial.
Para a elaboração destas políticas, existe uma forte instabilidade entre os grupos de poder,
impedindo a criação de uma elite organizadora no Congresso. A política regulatória sobre a qual Lowi
mais se detém é a política tarifária do comércio externo nos Estados Unidos, a partir de 1962, que
estabelece claramente os atores prejudicados (os antigos beneficiários da distribuição "fácil" de
tarifas protecionistas) e os atores favorecidos (os novos beneficiários do comércio mais livre).
Segundo Klaus Frey:
Políticas regulatórias trabalham com ordens e proibições, decretos e portarias. Os efeitos referentes
aos custos e benefícios não são determináveis de antemão; dependem da configuração concreta
das políticas. Custos e benefícios podem ser distribuídos de forma igual e equilibrada entre os
grupos e setores da sociedade, do mesmo modo como as políticas também podem atender a
interesses particulares e restritos. Os processos de conflito, de consenso e de coalizão podem se
modificar conforme a configuração específica das políticas.

O seu objetivo é regular determinado setor, criando normas para o funcionamento dos serviços e a
implementação de equipamentos urbanos. A política regulatória se refere à legislação e é um
instrumento que permite normatizar a aplicação de políticas redistributivas e distributivas, como,
por exemplo, a Lei de Uso do Solo e o Plano Diretor.
As políticas regulatórias são definidas globalmente para um setor, mas se caracterizam por atingirem
as pessoas enquanto indivíduos ou pequenos grupos, e não enquanto membros de uma classe ou
de um grande grupo social. Assim, essas políticas cortam transversalmente a sociedade, afetando de
maneira diferenciada pessoas pertencentes a um mesmo segmento social. Isso dificulta a formação
de alianças duradouras e bem definidas.
Embora distribua benefícios difusos para a maioria da população alvo, as políticas regulatórias
acabam por redundar em perdas e limitações para indivíduos ou pequenos grupos. Isto incentiva a
reação pontual daqueles que se sentem prejudicados. Quando estes pequenos grupos possuem
grande "poder de fogo" quase sempre representado pela disponibilidade de recursos econômicos
e/ou pela capacidade de articulação política podem ameaçar a viabilidade da política em questão.
Em geral, os cidadãos só percebem a existência das políticas regulatórias quando se sentem
prejudicados. A dificuldade de conhecimento e entendimento das Políticas Regulatórias não está
somente ligada à sua linguagem (na forma de lei), mas também ao fato dos cidadãos não
conseguirem articular essas políticas com o seu cotidiano concreto.

2.3.3 Políticas Redistributivas


Para Lowi, as políticas redistributivas,
envolvem relações entre amplas categorias de indivíduos, atingindo grandes agregados sociais;
trata-se de políticas claramente definidas enquanto tais, através de programas de intervenção, e
priorizando o investimento público em relação a grupos sociais específicos.

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Atingem maior número de pessoas e impõem perdas concretas e no curto prazo para certos grupos
sociais, e ganhos incertos e futuro para outros. Elas afetam a alocação da propriedade, da riqueza
ou da renda. O efeito das políticas redistributivas pode atingir igualmente toda uma classe social
de um lado, a classe dos money providers; de outro lado, a classe dos service demanders.
São, em geral, as políticas sociais universais, o sistema tributário, o sistema previdenciário e são de
mais difícil encaminhamento. Para Lowi, assemelham-se às políticas regulatórias no aspecto de
envolverem "relações entre amplas categorias de indivíduos e de que as decisões individuais
precisam ser inter-relacionadas". Os recursos são destinados aos maiores setores da sociedade.
O objetivo das políticas públicas redistributivas é redistribuir renda na forma de recursos e/ou de
financiamento de equipamentos e serviços públicos. O financiamento parte dos extratos sociais de
alta renda, enquanto que os beneficiários são os extratos de baixa renda.
A isenção ou diminuição do pagamento do IPTU para camadas sociais mais pobres na cidade com o
aumento desse imposto para os setores de maior nível de renda que vivem em mansões ou
apartamentos de luxo é um exemplo de política redistributiva. Com os recursos da cobrança do IPTU,
o município passa a financiar as políticas urbanas e sociais com o imposto pago pelos extratos de
média e alta renda, promovendo uma redistribuição de renda através da maior tributação dos mais
ricos e diminuição dos encargos dos mais pobres, sem diminuir sua arrecadação geral.
E à à à à à à à àP à‘ àH à à à à à à
que rouba dos ricos para dar aos pobres). Garantidas por programas governamentais e/ou por
projetos de lei, as políticas redistributivas são percebidas pelos beneficiários como direitos sociais e
atingem, segundo critérios definidos, grandes grupos sociais.
Contudo, pode haver dificuldade na implantação de políticas redistributivas, pelo fato dos setores
sociais penalizados pelo financiamento de tais políticas tenderem a se organizar com mais força do
que a numerosa parcela social que vai ser beneficiada. Uma alternativa para evitar possíveis
oposições, é a implantação de políticas redistributivas mitigadas (mais brandas), onde a
redistribuição de renda para os extratos mais pobres não aparece na forma de recursos monetários
ou financeiros, mas como serviços e equipamentos fornecidos pelo poder público.
Nesses casos, o financiamento pode ser garantido através dos recursos orçamentários, compostos
majoritariamente pela contribuição dos extratos de média e alta renda. Um exemplo desse tipo de
política é a realocação de recursos orçamentários para os setores mais pobres da população através
de programas sociais, tais como programas habitacionais, de regularização fundiária, de educação
à à à à à à à à à à à àN à à à à
mínima, a redistribuição de renda é realizada através do acesso direto a recursos monetários (a
renda mínima ou básica), vinculado, ou não, a programas educacionais (programa bolsa-família,).
Esse tipo de política redistributiva mais branda (através da realocação de verbas orçamentárias) tem
a vantagem de apresentar menor resistência dos extratos de média e alta renda da sociedade, uma
vez que os recursos desses programas são provenientes do orçamento público já existente.

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2.3.4 Políticas Constitutivas

Por fim, as políticas constitutivas lidam com procedimentos. Cada uma dessas políticas públicas vai
gerar pontos ou grupos de vetos e de apoios diferentes, processando-se, portanto, dentro do
sistema político de forma diferente.
A política estruturadora diz respeito à própria esfera da política e suas instituições condicionantes
à refere-se à criação e modelação de novas instituições, à modificação do sistema de
governo ou do sistema eleitoral, à determinação e configuração dos processos de negociação, de
cooperação e de consulta entre os atores políticos.
Ainda, segundo Lowi, as políticas de cunho regulatório ou redistributivo são aquelas que têm a
capacidade de mobilizar os agentes sociais na defesa de seus interesses, facilitando o processo de
participação. No entanto, as políticas regulatórias apresentam uma limitação, já que afetam
diretamente alguns atores sociais (setores privados empresas ou pessoas físicas cuja atuação é
==0==

regulada pelas ações governamentais) e indiretamente de forma difusa, outros setores (a população
potencialmente atendida pela medida, que não recebe os benefícios de forma imediata e palpável).

Distributivas Redistributivas Regulatórias Constitutivas

Características
▪ Baixo conflito; ▪ Alto conflito; ▪ O conflito depende ▪ Provocam conflitos
▪ Benefícios ▪ Benefícios da política; entre os entes e atores
concentrados concentrados ▪ Estabelece regras, diretamente
padrões de interessados
▪ Custos difusos ▪ Custos
concentrados comportamento ▪ Tem a capacidade de
▪ Toma lá da cá
alterar o equilíbrio de
▪ Jogo de soma zero
poder

Exemplos
▪ Pavimentação e ▪ Cotas raciais em ▪ Regras para a ▪ Regras do sistema
iluminação de ruas; universidades. segurança político-eleitoral.
▪ Oferta de ▪ Benefícios sociais ao alimentar. ▪ Distribuição de
equipamentos para trabalhador. ▪ Regras para a competências entre
deficientes físicos; ▪ Reforma agrária operação do poderes e esferas.
▪ Subsídios a mercado financeiro ▪ Regras das relações
determinados ▪ Leis em relação a intergovernamentais.
setores. aborto ou eutanásia ▪ Regras da participação
▪ Proibição de fumo da sociedade civil em
em lugares fechados decisões públicas.

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3 PONTOS IMPORTANTES DA AULA


▪ Segundo Maria das Graças Rua: As políticas públicas (policies) são outputs, resultantes das
atividades política (politics): compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à alocação
imperativa de valores.

▪ P à à à à à à à àáà à pública à à à à à
à à à à à à àE à à à om o que em latim se expressa
como res publica, isto é, coisa de todos, e, por isso, algo que compromete simultaneamente, o
Estado e a sociedade.

▪ Segundo Potyara Pereira: políticas públicas são ações coletivas que tem por função concretizar
direitos sociais, demandas da sociedade e previstos nas Leis. Em outros termos, os direitos
declarados e garantidos nas leis só têm aplicabilidade por meio de políticas públicas
correspondentes, as quais, por sua vez, operacionalizam-se mediante programas, projetos e
serviços.

▪ A Polity representa as instituições, a Politics os processos políticos e a Policy os conteúdos


concretos, isto é, à configuração dos programas políticos, aos problemas técnicos e ao conteúdo
material das decisões políticas.

▪ Demandas Novas aparecem com o surgimento de novos atores políticos, ou então de novos
problemas. Demandas Reprimidas são problemas que existiam anteriormente, mas não eram vistos
como problemas. Demandas Recorrentes envolvem problemas não resolvidos ou mal resolvidos.

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4 QUESTÕES COMENTADAS
1. (FCC/TCE-PI/2014)
Em relação às políticas públicas é correto afirmar:
a) A política pública está claramente definida pelos estudiosos da matéria, sendo considerada
uma atividade alternativa para a resolução de problemas de uma parcela minoritária da
sociedade.
b) O Brasil não adota o desenvolvimento de políticas públicas, pois a relação de programas
constantes do PPA, da LDO e da LOA já atende perfeitamente à solução dos problemas
existentes nas esferas pública e privada.
c) As tipologias conhecidas e aplicadas em políticas públicas levam às técnicas estabelecidas
pela amostragem e ciclo orçamentário, criando um perfeito relacionamento de causa e efeito.
d) O estilo na elaboração da política pública deve levar em consideração os métodos de
produção do planejamento público, de execução, a título gratuito ou oneroso, e da
macropolítica estabelecida em nível regional.
e) A elaboração da política pública leva em consideração a identificação do problema, a
formação da agenda e de alternativas seguidas pela tomada de decisão, implementação,
avaliação e extinção.

Comentários:
áà à á à à . Vimos que o conceito de política pública é bastante complexo, com algumas
divergências entre os autores. Segundo Leonardo Secchi:
Qualquer definição de política pública é arbitrária. Na literatura especializada não há um consenso
quanto à definição do que seja uma política pública, por conta da disparidade de respostas para
alguns questionamentos básicos:
1. Políticas públicas são elaboradas exclusivamente por atores estatais? Ou também por atores não
estatais?
2. Políticas públicas também se refere à omissão ou à negligência?
3. Apenas diretrizes estruturantes (de nível estratégico) são políticas públicas? Ou as diretrizes
mais operacionais também podem ser consideradas políticas públicas?

áà àB à à . Essa alternativa não faz muito sentido. As políticas públicas envolvem conceitos,
a sistematização do processo de tomada de decisão pública e implementação de ações voltadas para
resolver problemas da sociedade. Não existe um desenvolvimento de políticas públicas como um
programa, algo inventado, mas a análise do que acontece na prática.
áà à C à à . Não há esse perfeito relacionamento entre causa e efeito. Tradicionalmente
via-se as políticas públicas como o produto da atividade política e das instituições. Porém, Lowi
buscou inverter essa lógica, afirmando que as políticas públicas definem o jogo político. Segundo
Leonardo Secchi, no capítulo dos tipos de políticas públicas:
A ciência política tradicional sempre encarou as policies como um resultado das dinâmicas de
enfrentamento, disputa do poder e resolução de interesses entre atores (politics). Ou seja, sendo

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politics a variável independente não havia por que perder tempo estudando as policies, pois estas
não passavam variáveis dependentes. David Easton (1953) e seus seguidores da escola de
pensamento sistêmico das ciências políticas entendiam as políticas públicas como um produto do
processo político que transforma inputs (demandas e apoios) em outputs (decisões e ações).
Theodor J. Lowi propôs uma reviravolta na relação causal entre política (politics) e políticas públicas
(public policies). Lowi (1972) afirmou que “policies determine politics”, ou seja, as políticas públicas
determinam a dinâmica política. Em outras palavras, dependendo do tipo de política pública que
está em jogo, a estruturação dos conflitos, das coalizões e o equilíbrio de poder se modificam.

áà à D à à . Essa alternativa também não faz sentido, é muito confusa. Ela afirma que o
estilo da elaboração deve levar em consideração alguns fatores, como os métodos de planejamento,
de execução e da macropolítica regional. O que acontece é que nem sempre a elaboração e
alternativas segue uma lógica racional, em que primeiro há um problema para então ser pensada a
solução, muitas vezes os fluxos são independentes.
áà à E à à , ela traz as etapas do ciclo de políticas públicas do Leonardo Secchi. Estudaremos
o ciclo na próxima aula:

Gabarito: E.

2. (FCC/METRO/2010)
Na Análise de Políticas Públicas utiliza-se a distinção entre os termos polity, politics e policy.
Tais termos são relativos, respectivamente a:
a) dimensão institucional ou estruturas do sistema político; dimensão processual ou processos
de negociação política; dimensão material ou configuração dos programas políticos, problemas
técnicos e resultados concretos.

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b) dimensão material ou configuração dos programas políticos, problemas técnicos e


resultados concretos; dimensão institucional ou estruturas do sistema político; dimensão
processual ou processos de negociação política.
c) dimensão processual ou processos de negociação política; dimensão institucional ou
estruturas do sistema político; dimensão material ou configuração dos programas políticos,
problemas técnicos e resultados concretos.
d) dimensão processual ou processos de negociação política; dimensão material ou
configuração dos programas políticos, problemas técnicos e resultados concretos; dimensão
institucional ou estruturas do sistema político.
e) dimensão institucional ou estruturas do sistema político; dimensão material ou configuração
dos programas políticos, problemas técnicos e resultados concretos; dimensão processual ou
processos de negociação política.

Comentários:
áà à á à à :
▪ dimensão institucional ou estruturas do sistema político = POLITY;
▪ dimensão processual ou processos de negociação política = POLITICS;
▪ dimensão material ou configuração dos programas políticos, problemas técnicos e resultados
concretos = POLICY.
Gabarito: A.

3. (FCC/SGP-SP/2009)
Políticas públicas são
(A) apenas aquelas decisões e ações que se revestem de autoridade política soberana.
(B) apenas aquelas decisões que são consideradas legítimas por parte dos cidadãos soberanos.
(C) apenas as ações coletivas que afetam os interesses da maioria da população de um Estado
soberano.
(D) as ações coletivas ou individuais que atingem todos os cidadãos de um Estado soberano.
(E) as ações que obrigam indistintamente todos os cidadãos de um Estado soberano.

Comentários:
Mais uma questão tirada do texto da Maria das Graças Rua. Segundo a autora
Além disso, por mais óbvio que possa parecer, as políticas públicas são ‘públicas '- e não privadas
ou apenas coletivas. A sua dimensão 'pública' é dada não pelo tamanho do agregado social sobre
o qual incidem, mas pelo seu caráter "imperativo”. Isto significa que uma das suas características
centrais é o fato de que são decisões e ações revestidas da autoridade soberana do poder público.

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Portanto, o caráter imperativo é essencial. áà à á à à .


áà à B à à porque a legitimidade não é essencial, mesmo as políticas formuladas contra a
vontade da maioria da população são políticas públicas. Imaginem o caso de uma política de
legalização do aborto.
áà à C à à . Não são apenas ações coletivas e podem afetar interesses de uma minoria. Por
exemplo, a política voltada para os portadores de hemofilia, que são em torno de 11.000 pessoas.
áà à D à à , não precisam atingir a todos.
áà à E à à , não obrigam a todos.
Gabarito: A.

4. (FCC/SGP-SP/2009)
Uma política pública
(A) não configura decisões ou ações que envolvem o consentimento de uma comunidade
política soberana.
(B) é uma questão meramente técnica.
(C) nem sempre depende de decisões e ações que se revestem de autoridade política.
(D) geralmente envolve mais do que uma decisão política e requer diversas ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.
(E) corresponde a uma escolha das autoridades políticas, após ouvir os empresários.

Comentários:
áà à á à à porque o consentimento da comunidade política é importante. As políticas são
inscritas em leis, e sem o consentimento essas leis não são aprovadas.
áà à B à à , é muito mais do que técnica, é principalmente política.
áà à C à à , vimos que a autoridade política é essencial, para a Maria das Graças Rua.
áà à D à à . Segundo Maria das Graças Rua:
Uma política pública geralmente envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.

áà à E à à , não é preciso ouvir empresários.


Gabarito: D.

5. (FCC/SGP-SP/2009)
Com relação às três dimensões clássicas da policy analysis, considere:

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I. A dimensão institucional da politics tem em vista os processos políticos de caráter


conflituoso, dizendo respeito à imposição de objetivos e decisões que afetam a distribuição de
poder numa comunidade.
II. Nos casos de políticas setoriais novas e fortemente conflituosas, como é o caso da política
ambiental, tende a inverter-se a relação de causalidade esperada entre polity, politics e policy.
III. No caso de políticas setoriais consolidadas com estruturas de decisão relativamente
estáveis, espera-se que a policy seja a variável independente.
IV. Quanto mais conflituosa a dimensão da politics, maior a autonomia da policy community
na definição dos rumos de determinada política pública.
V. A prática comum da policy analysis de considerar a polity como variável independente e a
policy como variável dependente tem-se mostrado inadequada para os casos de países em
desenvolvimento.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I, II e V.
(B) I, III e IV.
(C) II, III, IV e V.
(D) II, IV e V.
(E) III e IV.

Comentários:
E à à à à à à P à à à à à à à à à
à à à à à à àB à àK àF
Segundo o texto:
Policy - politics - polity
D
P -se
adotado na ciência política o emprego dos conceitos em inglê denominar as
para os conteúdos
da política:

jurídico, e à estrutura institucional do sistema político-administrativo;
▪ -se em vista o processo político,
frequentemente de caráter conflituoso, no que diz respeito à imposição de objetivos, aos
conteúdos e às decisões de distribuição [I];
▪ refere-se aos conteúdos concretos, isto é, à configuração dos
programas políticos, aos problemas técnicos e ao conteúdo material das decisões políticas.

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Todavia, não se deve deixar de reparar que na realidade política essas dimensões são
entrelaçadas e se influenciam mutuamente. Segundo Schubert, a ordem política concreta forma
o quadro, dentro do qual se efetiva a política material por meio de estratégias políticas de
conflito e de consenso.
Dessa maneira, a prática comum da entre variáveis dependentes
e independentes, tendo por finalidade a redução de complexidade, pode-se mostrar embaraçosa
e inadequada para boa parte dos casos empíricos. Isto é particularmente óbvio nos casos de
políticas setoriais novas e fortemente conflituosas, como bem ilustra o caso da política ambiental
[II]. É inquestionável que o uma política setorial
peculiar levou a transformações significativas dos arranjos institucionais em todos os níveis de
ação estatal. Por outro lado, em consequência da tematização da questão ambiental, novos
atores políticos (associações ambientais, institutos de pesquisa ambiental, repartições públicas
encarregadas com a preservação ambiental) entraram em cena, transformando e
reestruturando o processo político.
No caso de políticas setoriais, consolidadas com estruturas de decisão relativamente estáveis
pode até ser legítimo considerar o fator instituições variável independente [III]. Mas se
esse não for o caso, ou seja, se os estudos empíricos preliminares mostram uma dinâmica
expressiva das estruturas institucionais, deve-se partir do pressuposto da existência de uma
dependência, pelo menos parcial, entre as políticas a serem examinadas e a variável
institucional.
A L té ser válida para um campo
de forma alguma
serve como lei global. O exame da vida de certas políticas setoriais, sobretudo as de caráter mais
dinâmico e polêmico, não deixa dúvidas referentes à interdependência entre os processos e os
resultados das políticas. A evolução histórica da política ambiental, por exemplo, mostra de
forma nítida como ambas dimensões têm se influenciado de forma recíproca e permanente. As
constelações de atores, as condições de interesse em cada situação e as orientações valorativas
elementos que podem ser considerados condicionantes do grau de conflito [IV] reinante nos
processos políticos - sofreram modificações significativas à medida que se agravaram os
problemas ambientais e se consolidou esse novo campo da política. O incremento da consciência
entre os interesses econômicos e ecológicos. Da mesma maneira
como a dimensão material dos problemas ambientais tem conduzido à cristalização de
constelações específicas de interesse, os programas ambientais concretos, por sua vez
elaborados por agentes planejadores, devem ser considerados o resultado de um processo
político, intermediado por estruturas institucionais, que reflete constelações específicas de
interesse. Um plano de zoneamento ambiental que prevê a transformação de zonas industriais
ou rurais em zonas de proteção ambiental, sem dúvida alguma, provoca resistência por parte
dos interesses econômicos afetados, o que representa uma modificação das condições de
E ente, tais interesses econômicos conseguem exercer uma pressão bastante
forte dentro do sistema político-
podem levar à revisão do plano original.

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Levando em conta a instabilidade e fluidez das estruturas institucionais e dos padrões político-
administrativos de países em desenvolvimento [V], caracterizados por democracias do tipo
delegativo, como é o caso do Brasil, podemos concluir que nesses países, mais ainda do que em
fatores condicionantes das
políticas públicas dando ênfase na sua dimensão processual, a fim de poder
fazer justiça à realidade empírica bastante complexa e em constante transformação.
A afirmação I foi considerada certa à à à à à à IN“TITUCIONáLà à à
quando na realidade a dimensão institucional é a polity. A politics é a dimensão PROCESSUAL. A
descrição da politics na afirmação está certa.
A afirmação III é errada porque são as instituições a variável independente.
A afirmação IV é errada porque o conflito reduz a autonomia na formulação da política, há mais
pressões dos grupos de interesse.
Gabarito: A.

6. (FCC/SGP-SP/2009)
Com relação à abordagem das arenas de políticas, considere:
I. A política estruturadora diz respeito à própria esfera da política e suas instituições
condicionantes, refere-se à criação e modelação de novas instituições, à determinação dos
processos de negociação, de cooperação e de consulta entre os atores políticos.
II. Essa abordagem parte do pressuposto de que as reações e expectativas das pessoas afetadas
por medidas políticas são decisivas para a configuração do processo político. Os custos e
ganhos que as pessoas esperam de tais medidas são incorporados pelo processo político de
decisão e de implementação.
III. Políticas regulatórias trabalham com ordens e proibições, decretos e portarias. Os efeitos
referentes aos custos e benefícios não são determináveis de antemão, dependem da
configuração concreta das políticas.
IV. Políticas redistributivas são caracterizadas por um baixo grau de conflito político, visto que
não acarretam custos pelo menos diretamente perceptíveis para outros grupos.
V. Políticas distributivas são orientadas para o conflito, pois o objetivo é o deslocamento
consciente de recursos financeiros, direitos ou outros valores, entre camadas sociais e nações.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I, II e III.
(B) III, IV e V.
(C) III e IV.
(D) II, III e V.
(E) I e V.

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Comentários:
A questão foi copiada do texto de Klaus Frey.
As políticas estruturadoras são as políticas constitutivas. A primeira afirmação é verdadeira, segundo
o autor:
A política estruturadora diz respeito à própria esfera da política e suas instituições condicionantes
(“polity”) – refere-se à criação e modelação de novas instituições, à modificação do sistema de
governo ou do sistema eleitoral, à determinação e configuração dos processos de negociação, de
cooperação e de consulta entre os atores políticos.

A segunda afirmação também é verdadeira. Ainda segundo o autor:


A concepção da “policy arena” foi originalmente introduzida no debate científico por Lowi (1972).
Ela parte do pressuposto de que as reações e expectativas das pessoas afetadas por medidas
políticas têm um efeito antecipativo para o processo político de decisão e de implementação. Os
custos e ganhos que as pessoas esperam de tais medidas tornam-se decisivos para a configuração
do processo político.

A terceira afirmação é verdadeira. Segundo o texto:


Políticas regulatórias trabalham com ordens e proibições, decretos e portarias. Os efeitos referentes
aos custos e benefícios não são determináveis de antemão; dependem da configuração concreta
das políticas. Custos e benefícios podem ser distribuídos de forma igual e equilibrada entre os
grupos e setores da sociedade, do mesmo modo como as políticas também podem atender a
interesses particulares e restritos. Os processos de conflito, de consenso e de coalizão podem se
modificar conforme a configuração específica das políticas.

A quarta e a quinta afirmação são falsas, elas inverteram os conceitos. Segundo o autor:
Políticas distributivas são caracterizadas por um baixo grau de conflito dos processos políticos, visto
que políticas de caráter distributivo só parecem distribuir vantagens e não acarretam custos - pelo
menos diretamente percebíveis - para outros grupos. Essas “policy arenas” são caracterizadas por
consenso e indiferença amigável. Em geral, políticas distributivas beneficiam um grande número
de destinatários, todavia em escala relativamente pequena; potenciais opositores costumam ser
incluídos na distribuição de serviços e benefícios.
Políticas redistributivas, ao contrário, são orientadas para o conflito. O objetivo é o desvio e o
deslocamento consciente de recursos financeiros, direitos ou outros valores entre camadas sociais
e grupos da sociedade. O processo político que visa a uma redistribuição costuma ser polarizado e
repleto de conflitos.

Gabarito: A.

7. (FGV/CGM-NITEROI/2018)
Leia o trecho a seguir.
A política pública financiada pela ________ , que visa distribuir gratuitamente aparelhos
auditivos para crianças com deficiência auditiva grave, é do tipo ____________.
Assinale a opção cujos termos completam corretamente as lacunas do trecho acima.
(A) sociedade como um todo - distributiva
(B) camada mais rica da sociedade - distributiva
(C) sociedade como um todo - redistributiva

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(D) camada mais rica da sociedade - regulatória


(E) sociedade como um todo regulatória

Comentários:
Vimos que:

Distributivas Redistributivas Regulatórias Constitutivas

▪ Baixo conflito; ▪ Alto conflito; ▪ O conflito depende da ▪ Provocam conflitos entre


política; os entes e atores
▪ Benefícios ▪ Benefícios
diretamente interessados
concentrados concentrados ▪ Estabelece regras,
padrões de ▪ Tem a capacidade de
▪ Custos difusos ▪ Custos concentrados
comportamento alterar o equilíbrio de
▪ Toma lá da cá ▪ Jogo de soma zero poder

As políticas distributivas têm custos difusos, ou seja, são financiadas por toda a sociedade, mas seus
benefícios são concentrados, como no caso de crianças com deficiência auditiva grave.
Gabarito: A.

8. (FGV/SEPOG-RO/2017)
Correlacione as tipologias listadas a seguir aos seus respectivos conceitos.
1. Consistem na distribuição de recursos a determinados segmentos da sociedade ou a regiões
especificas e, em geral, demandam controle social por meio de conselhos ou de outras formas
de participação popular. Não implica em custos diretos (ou diretamente percebidos) para a
parcela da sociedade não beneficiada.
2. Destinam- à à à à à à à à à à à à à à à
acesso ao poder, bem como as formas de negociação política.
3. Tem o intuito de redistribuir renda e direitos, por meio do deslocamento de recursos das
camadas mais privilegiadas financeiramente para as menos (ou economicamente ativas para
inativas). Impõem perdas concretas para determinados grupos sociais e ganhos incertos para
outros.
4. Normatizam o funcionamento de serviços públicos ou a oferta de recursos públicos. São
concretizadas por meio de decretos, portarias, ordens e proibições. As normas produzidas
podem tratar a comunidade de forma isonômica ou, por vezes, atender a interesses mais
restritos.
( ) Políticas Distributivas
( ) Políticas Redistributivas
( ) Políticas Constitutivas
( ) Políticas Regulatórias

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Assinale a opção que mostra corretamente a correlação, de cima para baixo.


(A) 1, 2, 3 e 4.
(B) 1, 3, 2 e 4.
(C) 1, 4, 3 e 2.
(D) 1, 2, 4 e 3.
(E) 1, 3, 4 e 2.

Comentários
A primeira afirmação traz as políticas distributivas. Elas atingem grupos específicos e são financiadas
pelo conjunto da sociedade, não havendo um grupo que sai perdendo. Quanto a afirmação dos
conselhos, eles também estão presentes em políticas redistributivas.
A segunda afirmação está relacionada às políticas constitutivas, que dizem respeito à própria esfera
à à à à à à à referem-se à criação e modelação de novas
instituições, à modificação do sistema de governo ou do sistema eleitoral, à determinação e
configuração dos processos de negociação, de cooperação e de consulta entre os atores políticos.
A terceira afirmação refere-se às políticas redistributivas, que atingem maior número de pessoas e
impõem perdas concretas e no curto prazo para certos grupos sociais, e ganhos incertos e futuro
para outros. Elas afetam a alocação da propriedade, da riqueza ou da renda.
A quarta afirmação refere-se às políticas regulatórias, que são caracterizadas por apresentarem
impactos específicos e individualizados, elevando custos ou reduzindo a possibilidade de ação de
agentes privados, embora as decisões alocativas baseiam-se em leis e regulamentos e sejam
estabelecidas em termos gerais.
Gabarito: B.

9. (FGV/SEPOG-RO/2017)
Com relação à distinção entre política pública e decisão política, analise as afirmativas a seguir.
I. Uma política pública geralmente envolve mais de uma decisão e requer diversas ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.
II. A decisão política corresponde a uma escolha dentre as opções de alternativas conforme a
hierarquia das preferências dos atores envolvidos, expressando uma adequação entre os fins
pretendidos e os meios disponíveis.
III. Embora uma política pública implique uma decisão política, nem toda decisão política chega
a constituir uma política pública.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) I e II, apenas.

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(C) I e III, apenas.


(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
Segundo Maria das Graças Rua:
As políticas públicas (policies), por sua vez, são outputs, resultantes da atividades política (politics):
compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à alocação imperativa de valores. Nesse
sentido é necessário distinguir entre política pública e decisão política. Uma política pública
geralmente envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações estrategicamente
selecionadas para implementar as decisões tomadas [I]. Já uma decisão política corresponde a
uma escolha dentre um leque de alternativas, conforme a hierarquia das preferências dos atores
envolvidos, expressando - em maior ou menor grau - uma certa adequação entre os fins
pretendidos e os meios disponíveis [II]. Assim, embora uma política pública implique decisão
política, nem toda decisão política chega a constituir uma política pública [III]. Um exemplo
encontra-se na emenda constitucional para reeleição presidencial. Trata -se de uma decisão, mas
não de uma política pública. Já a privatização de estatais ou a reforma agrária são políticas públicas.

Gabarito: E.

10. (FADESP/COSANPA/2017)
As políticas públicas dependem, em larga escala, de articulações democraticamente
compartilhadas e gestadas entre Estado e sociedade. E isso significa que
a) são promissoras as parcerias entre público-privado para operar e manter os serviços
públicos.
b) nenhuma política nasce no Estado, mas a partir de reinvindicações e demandas da
sociedade.
c) a sociedade civil, ao vocalizar suas demandas, desejam-nas revestida de valores ideológicos
e culturais.
d) o Estado tem papel fundamental na gênese das políticas públicas, pois cria e consolida as
estruturas sólidas para sua manutenção.

Comentários:
Vimos que é conflituosa a questão da participação do Estado nas políticas públicas. Nesse caso, o
enunciado coloca que devem haver articulações entre Estado e sociedade, ou seja, ela coloca a
necessidade de participação democrática da sociedade. Portanto, o enunciado coloca uma visão
à à à à B à à à à à à à à à à à
Não significa que as outras alternativas não possuam visões defendidas por alguns autores, mas a
à à à à à à à à à à B
Gabarito: B.

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11. (UFMT/DETRAN-MT/2015)
Políticas Públicas consistem em:
a) Outputs resultantes da atividade política, em áreas como emprego, educação, segurança e
saúde.
b) Procedimentos formais e informais que expressam relações de poder na solução de
conflitos.
c) Centros de competências instituídos para o desempenho de funções estatais, por meio de
seus agentes.
d) Procedimentos que permitem aos gestores públicos tornar públicas suas ações, garantindo-
lhes transparência.

Comentários:
áà à á à à . Vimos a definição de Maria das Graças Rua:
As políticas públicas (policies) são outputs, resultantes das atividades política (politics):
compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à alocação imperativa de valores.

áà à B à à . Esta é a definição de política. Segundo a autora:


Resta, então, a política. Esta envolve coerção principalmente como possibilidade mas que não se
limita a ela. Cabe indagar, então, o que é a política. Uma definição bastante simples é oferecida
por Schmitter: política é a resolução pacífica de conflitos. Entretanto, este conceito é demasiado
amplo, restringe pouco. E' possível delimitar um pouco mais e estabelecer que a política consiste
no conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se
destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos.

áà à C à à . Essa é a definição de órgãos públicos, de Hely Lopes Meirelles:


Órgãos públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais,
através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. São unidades
de ação com atribuições específicas na organização estatal.

áà à D à à , está relacionada com a publicidade dos atos administrativos.


Gabarito: A.

12. (FGV/TJ-BA/2015)
O conceito de políticas públicas tem sido discutido por diferentes autores, que coincidem no
conceito geral e nas características essenciais. O formato concreto de cada política está
vinculado a cada sociedade específica. Sobre as políticas públicas, é correto afirmar que:
a) constituem um fluxo de decisões públicas, orientado a manter o equilíbrio social ou a
introduzir desequilíbrios destinados a modificar essa realidade;
b) definem estratégias que apontam para uma única finalidade, que, de alguma forma, atende
aos diversos grupos que participam do processo decisório;
c) o processo de políticas públicas tende a desconsiderar as incertezas decorrentes das rápidas
mudanças do contexto;

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d) o processo de políticas públicas ocorre por meio de uma racionalidade manifesta, que
configura ordenação lógica da atuação de cada um dos envolvidos;
e) os tomadores de decisão no processo de políticas públicas tendem a assumir posturas
semelhantes independentemente do ambiente social em que se encontram.

Comentários:
áà à á à à . Essa é a definição de Enrique Saravia, que vimos na aula, e que está no texto
I à à à à à à à à à à à ENáP. Segundo
Saravia:
Mas o que é uma política pública? Trata-se de um fluxo de decisões públicas, orientado a manter o
equilíbrio social ou a introduzir desequilíbrios destinados a modificar essa realidade. Decisões
condicionadas pelo próprio fluxo e pelas reações e modificações que elas provocam no tecido social,
bem como pelos valores, ideias e visões dos que adotam ou influem na decisão.

áà à B à à . Ainda segundo Saravia:


É possível considerá-las como estratégias que apontam para diversos fins, todos eles, de alguma
forma, desejados pelos diversos grupos que participam do processo decisório. A finalidade última
de tal dinâmica – consolidação da democracia, justiça social, manutenção do poder, felicidade das
pessoas – constitui elemento orientador geral das inúmeras ações que compõem determinada
política.

Podemos ver que o erro está em afirmar que as estratégias apontam para uma única finalidade,
quando na realidade elas apontam para diversos fins.
áà à C à à . Segundo Saravia:
O processo de política pública mostra-se como forma moderna de lidar com as incertezas
decorrentes das rápidas mudanças do contexto.

áà à D à à . Para o autor:
É importante destacar que o processo de política pública não possui uma racionalidade manifesta.
Não é uma ordenação tranquila na qual cada ator social conhece e desempenha o papel esperado.
Não há, no presente estágio de evolução tecnológica, alguma possibilidade de fazer com que os
computadores – aparelhos de racionalidade lógica por excelência – sequer consigam descrever os
processos de política.

áà à E à à . Os tomadores de decisão não adotam posturas semelhantes,


independentemente do ambiente social, este influencia sim as decisões que tomamos, não existe
uma racionalidade perfeita que desconsidera as variáveis ambientais.
Gabarito: A.

13. (FMP/CGE-MT/2015)
No tocante a políticas públicas, analise as seguintes afirmativas.
I - Políticas distributivas são aquelas que distribuem bens ou serviços a segmentos
particularizados da população por intermédio de recursos oriundos de outros grupos
específicos.

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II - Políticas regulatórias são aquelas que estabelecem imperativos, interdições e condições por
meio das quais podem e devem ser realizadas determinadas atividades ou admitidos certos
comportamentos.
III - Políticas redistributivas são aquelas que alocam bens ou serviços a frações específicas da
sociedade, mediante recursos provenientes da sociedade como um todo.
Quais estão CORRETAS?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Comentários:
A afirmação I é errada, quando tira de alguém para dar para outro, é REDISTRIBUTIVA.
A afirmação II é certa.
A afirmação III é errada, essa é a DISTRIBUTIVA, que tira da sociedade como um todo.
Gabarito: B.

14. (FGV/DPE-RJ/2014)
Os modelos de elaboração de Políticas Públicas que aspiram à generalidade desconsideram o
fato de que diferentes ambientes sociais, que configuram a situação em que é feita a escolha
da política, aparentemente levam os tomadores de decisão a fazer opções significativamente
distintas. Deste modo, para que haja adequabilidade de um modelo teórico, deve-se levar em
conta que:
a) não existe diferença entre a busca de um modelo para os países desenvolvidos e os países
em desenvolvimento.
b) o analista deve vincular-se com rigidez a um modelo em particular, não devendo,
necessariamente, ter que observar os aspectos do ambiente em estudo.
c) nem sempre há necessidade de identificar e estruturar os aspectos da política a ser
analisada.
d) esse modelo deve estar ligado às metas fixadas e como produto da participação das massas.
e) na elaboração de políticas, as percepções e os interesses dos atores individuais estão
presentes em todos os estágios.

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Comentários:
áà à á à à , os modelos dos países desenvolvidos são muito diferentes dos países em
desenvolvimento, o papel das instituições é diferente, o comportamento dos agentes, entre outros
fatores.
áà à B à à . As políticas públicas não são isoladas do mundo externo, o ambiente influencia
muito.
áà à C à à . É necessário identificar os aspectos da política para analisa-la.
áà à D à à àE à à à à à à à à à à à à à à
seriam essas, da própria política, do Estado, do PPA, etc.? Porém, um modelo teórico não pode estar
restrito às metas definidas, a ele também cabe analisar as próprias metas. E também não há
necessidade de que seja produto das massas.
áà à E à à . Os interesses dos atores estão presentes em todas as fases da política pública.
Gabarito: E.

15. (CETRO/ANVISA/2013)
Sobre as políticas públicas, é correto afirmar que:
a) guardam profunda relação com o mandato eletivo, podendo estender-se por vários
mandatos, a fim de garantir a transparência nas ações dos agentes públicos em cargos
comissionados.
b) podem ser entendidas como o conjunto de planos e programas de ação governamental
estrategicamente tomados, voltados a influenciar a vida de um conjunto de cidadãos, por meio
dos quais são traçadas as metas, sobretudo para satisfação dos direitos fundamentais.
c) são instrumentos de democratização e orientação da política orçamentária governamental;
através da participação direta da sociedade civil, contribuem na definição das prioridades das
políticas públicas;
d) são um conjunto de normas voltadas à defesa dos direitos da sociedade, garantindo assim
que os servidores com cargo eletivo atendam aos princípios básicos previstos na Constituição
Federal
e) designam a ação do governo eleito na administração e condução dos atos públicos,
garantindo assim que as necessidades da sociedade sejam atendidas.

Comentários:
áà à á à à rrada. As políticas públicas são, teoricamente, de Estado, e não de governo, ou seja,
elas não devem estar vinculadas aos mandatos eletivos, elas devem perdurar por governos de
diferentes partidos.
áà à B à à . Demeterco Neto, Santos e Nagem conceituam políticas públicas como:

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O conjunto de planos e programas de ação governamental destinado à intervenção no domínio


social, por meio dos quais são delineadas as diretrizes e metas a serem fomentadas pelo Estado,
sobretudo, na implementação dos objetivos e direitos fundamentais dispostos na Constituição

áà à C à à à à . Ela é muito confusa, mal escrita. Na segunda parte, a leitura é de


à à à à à à à à à à à àáà à
parte eu considero correta, pois as políticas públicas devem orientar a política orçamentária, ou seja,
identificadas as demandas da sociedade e os problemas, cabe ao governo alocar recursos nas
políticas formuladas. Porém, o inverso também ocorre, já que restrições orçamentárias condicionam
as políticas públicas. Acredito que a banca tenha considerado errada porque a participação e a
democratização não são condições para a existência das políticas públicas.
áà à D à à . As políticas públicas não são sinônimo de normas, elas vão muito além do que
regulamentos e leis, vimos que até a omissão estatal pode ser considerada política pública.
áà à E à à . Não se garante que as necessidades da sociedade sejam atendidas. Esse é o
objetivo, mas não significa que esteja garantido. Sempre tomem cuidado com verbos como
à à à à à à à
Gabarito: B.

16. (CETRO/ANVISA/2013)
Acerca dos tipos de Políticas Públicas, marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida,
assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) As políticas distributivas envolvem relações entre amplas categorias de indivíduos, atingindo
grandes agregados sociais; trata-se de políticas claramente definidas enquanto tais, através de
programas de intervenção, e priorizando o investimento público em relação a grupos sociais
específicos.
( ) Quando ocorre de a legislação determinar, por um lado, que a alíquota do Imposto Predial
e Territorial Urbano (IPTU) seja progressiva em razão do valor do imóvel, e, por outro,
determinar isenção de recolhimento para os setores de menor nível de renda, resta claro que
ali está adotado um modelo de política redistributivo.
( ) É política distributiva aquela que direciona recursos orçamentários já existentes para
atender programas habitacionais e regularização fundiária.
( ) No âmbito das políticas regulatórias, os processos de conflito, de consenso e de coalizão
podem se modificar conforme a configuração específica das políticas adotadas.
a) F/ F/ V/ F
b) F/ V/ V/ F
c) F/ V/ F/ V
d) V/ V/ F/ F
e) V/ F/ V/ V

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Comentários:
A primeira afirmação é falsa. Essas são as redistributivas. Segundo Lowi:
▪ Políticas distributivas caracterizadas por não estarem constrangidas por limitações de recursos
e pela facilidade com que podem ser desagregadas e seus recursos dispensados de forma
atomizada a unidades isoladas, sem obediência a qualquer critério mais geral e universalista;
estas políticas caracterizam, assim, ações pontuais, que não integram, de forma consistente, um
conjunto de intervenções mais institucionalizado (que definiremos, para nosso uso, como
à à à à à à
▪ Políticas regulatórias caracterizadas por apresentarem impactos específicos e individualizados,
elevando custos ou reduzindo a possibilidade de ação de agentes privados, embora as decisões
alocativas baseiam-se em leis e regulamentos e sejam estabelecidas em termos gerais;
▪ Políticas redistributivas envolvem relações entre amplas categorias de indivíduos, atingindo
grandes agregados sociais; trata-se de políticas claramente definidas enquanto tais, através de
programas de intervenção, e priorizando o investimento público em relação a grupos sociais
específicos.
A segunda afirmação é verdadeira. Está cobrando mais de alguns e dando isenção para outros.
A terceira afirmação é falsa. Os recursos provêm da sociedade como um todo e atende a grupos
específicos.
A quarta afirmação é verdadeira. Segundo Klaus Frey:
Políticas regulatórias trabalham com ordens e proibições, decretos e portarias. Os efeitos referentes
aos custos e benefícios não são determináveis de antemão; dependem da configuração concreta
das políticas. Custos e benefícios podem ser distribuídos de forma igual e equilibrada entre os
grupos e setores da sociedade, do mesmo modo como as políticas também podem atender a
interesses particulares e restritos. Os processos de conflito, de consenso e de coalizão podem se
modificar conforme a configuração específica das políticas.

Gabarito: C.

17. (CEPERJ/SEPLAG-RJ/2012)
Nos últimos anos, a produção de políticas públicas por parte de governos tem despertado
interesse crescente no Brasil, como desdobramento da consolidação da democracia e da
necessidade de maior eficiência e melhores resultados das políticas sociais. São elementos
constitutivos desse campo de conhecimento:
A) o eleitorado, os partidos políticos, o sistema eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral
B) as privatizações dos serviços públicos, as agências reguladoras, a parceria público-privada e
os investimentos privados
C) o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União, a Polícia Federal e a Receita
Federal
D) a própria política pública, a política, a sociedade política e as instituições responsáveis pela
implementação das políticas públicas

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E) o sistema tributário nacional, os tributos diretos e indiretos, as transferências constitucionais


para estados e municípios e a guerra fiscal

Comentários:
“ àK àF à à à P àP à à à à à em:
http://www.scielo.br/pdf/soc/n16/a03n16.pdf
Este trabalho buscou trazer para o debate acadêmico uma resenha da literatura (ou das literaturas)
sobre um campo do conhecimento que busca integrar quatro elementos: a própria política pública,
a política (politics), a sociedade política (polity) e as instituições onde as políticas públicas são
decididas, desenhadas e implementadas. Disso pode-se concluir que o principal foco analítico da
política pública está na identificação do tipo de problema que a política pública visa corrigir, na
chegada desse problema ao sistema político (politics) e à sociedade política (polity), e nas
instituições/ regras que irão modelar a decisão e a implementação da política pública

Gabarito: D.

18. (ESAF/CGU/2012)
A formulação de políticas públicas é a ação pela qual os governos democráticos traduzem seus
propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou
mudanças no mundo real, conforme Celina Souza. Segundo esse enfoque, assinale a opção que
indica a quem compete a responsabilidade pelo desenho das políticas públicas.
a) Dos Governos, dos grupos de interesse e dos movimentos sociais, em que cada um deles
tem igual grau de influência no desenho da política pública.
b) Dos Governos, dos grupos de interesse e dos movimentos sociais, em que cada um tem
maior ou menor influência no desenho da política pública, dependendo do tipo de políticas e
das coalizões que integram o governo.
c) Exclusiva dos Governos.
d) Exclusiva de grupos de interesse.
e) Exclusiva dos movimentos sociais.

Comentários:
Segundo Celina Souza:
http://www.scielo.br/pdf/soc/n16/a03n16.pdf
A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos
traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados
ou mudanças no mundo real.
Apesar do reconhecimento de que outros segmentos que não os governos se envolvem na
formulação de políticas públicas, tais como os grupos de interesse e os movimentos sociais, cada
qual com maior ou menor influência a depender do tipo de política formulada e das coalizões que
integram o governo, e apesar de uma certa literatura argumentar que o papel dos governos tem
sido encolhido por fenômenos como a globalização, a diminuição da capacidade dos governos de
intervir, formular políticas públicas e de governar não está empiricamente comprovada.

Gabarito: B.

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19. (ESAF/CGU/2012)
Conforme Theodor Lowi, a política pública assume quatro formatos: políticas regulatórias,
políticas distributivas, políticas redistributivas e políticas constitutivas. Esta classificação é feita
segundo
a) os impactos de custos e benefícios que os grupos de interesse esperam de uma política
determinada.
b) as crenças, valores e ideias das coalizões de defesa que integram cada subsistema de uma
política pública.
c) a escolha racional de tomadores de decisão e operadores das políticas públicas.
d) eficiência da política pública.
e) o ciclo da política pública.

Comentários
Essa classificação foi elaborada através de uma máxima: a política pública faz a política. Ela significa
que cada tipo de política pública vai encontrar diferentes formas de apoio e de rejeição e que
disputas em torno de sua decisão passam por arenas diferenciadas. Para Lowi, a política pública
pode assumir quatro formatos:
▪ Distributivas;
▪ Redistributivas;
▪ Regulatórias;
▪ Constitutivas.
Segundo Maria das Graças Rua:
Em função das preferências e das expectativas de resultados (vantagens e desvantagens) de cada
alternativa na solução de um problema, os atores fazem alianças entre si e entram em disputa. Daí
se formam as arenas políticas: distributivas, regulatórias e redistributivas.

Gabarito: A.

20. (VUNESP/SEE-SP/2011)
Sobre os tipos de políticas públicas, aquela que tem objetivos setoriais ou atende a demandas
pontuais de grupos sociais específicos é a política pública
(A) redistributiva.
(B) distributiva.
(C) refinanciadora.
(D) regulatória.
(E) regulo-redistributiva.

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Comentários:
Esse é o modelo das políticas distributivas, que atendem a grupos específicos, de forma pontual,
desconsiderando a origem dos recursos.
Gabarito: B.

21. (VUNESP/SEE-SP/2011)
Sobre Política Pública, assinale a alternativa correta.
(A) O tipo ou modelo de Estado não tem influência nas políticas públicas.
(B) As políticas públicas atêm-se somente aos aspectos sociais.
(C) Principalmente as pessoas ditas vulneráveis são o motivo da existência das políticas
públicas.
(D) As políticas públicas nunca serão resultado apenas da análise técnica e racional sobre um
determinado problema.
(E) As relações internacionais estão fora do âmbito das políticas públicas.

Comentários:
áà à á à à . O tipo de Estado tem sim muita influência nas políticas públicas, pois elas não
são construções apenas técnicas, possuem também o caráter político.
áà à B à à E à à , elas abrangem todas as esferas estatais: social, infraestrutura, justiça,
relações internacionais, tecnologia e inovação, etc.
áà à C à à , em alguma medida o governo privilegia as populações mais vulneráveis, mas
não são o motivo da existência das políticas públicas. Estas surgem por uma série de fatores.
áà àD à à . A racionalidade perfeita é uma utopia, sempre existem limitações à racionalidade
e a política pública abrange o jogo político.
Gabarito: D.

22. (FMP/TCE-RS/2011)
A literatura sobre análise de políticas públicas diferencia três dimensões da política. Sobre
essas dimensões, avalie as afirmativas.
I. A dimensão institucional (polity) cuida dos conteúdos materiais concretos, da configuração
dos programas políticos, dos problemas técnicos e do conteúdo material das decisões políticas.
II. A dimensão processual (politics) concentra-se no processo político, frequentemente de
caráter conflituoso, no que diz respeito à imposição de objetivos, aos conteúdos e às decisões
de distribuição.

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III. A dimensão material (policy) diz respeito à ordem do sistema político, delineada pelo
sistema jurídico, e à estrutura institucional do sistema político-administrativo.
As afirmações I, II e III são:
a) verdadeira, verdadeira, verdadeira.
b) falsa, falsa, falsa.
c) falsa, verdadeira, verdadeira.
d) verdadeira, falsa, falsa.
e) falsa, verdadeira, falsa.

Comentários:
V à à àK àF à à à à policy anal à à à à à
política. Para a ilustração dessas dimensões, tem-se adotado na ciência política o emprego de três
conceitos em inglês:

▪ Polity = para denominar as instituições políticas. Refere-se à ordem do sistema político,


delineada pelo sistema jurídico, e à estrutura institucional do sistema político-administrativo.
▪ Politics = para os processos políticos. Refere-se ao jogo político, frequentemente de caráter
conflituoso, em que os atores buscam fazer valer seus interesses.
▪ Policy = para os conteúdos da política, é a política pública em si. Refere-se aos conteúdos
concretos, isto é, à configuração dos programas políticos, aos problemas técnicos e ao
conteúdo material das decisões políticas.

A afirmação I é falsa, a descrição é da policy.


A afirmação II é verdadeira.
A afirmação II é falsa, a descrição é da polity.
Gabarito: E.

23. (CONSULPLAN/ITABAIANA/2010)
Sobre políticas públicas, analise:
I. As políticas públicas são produtos resultantes da atividade política.
II. As políticas públicas compreendem o conjunto das decisões e ações relativas a alocação
imperativa de valores.
III. As políticas públicas são decisões e ações revestidas de autoridade soberana do poder
público.
IV. Uma decisão política corresponde a uma escolha dentre um leque de alternativas, conforme
a hierarquia das preferências dos atores envolvidos, expressando em maior ou menor grau,
uma certa adequação entre os fins pretendidos e os meios disponíveis.

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V. Um dos critérios utilizados para identificar os atores em uma política pública é estabelecer
quem tem alguma coisa em jogo na política em questão.
Estão corretas apenas as afirmativas:
A) I, II, III, IV, V
B) I, II, III
C) I, III, IV
D) I, II, V
E) II, III, IV

Comentários:
Essa questão foi tirada do texto da Maria das Graças Rua:
As políticas públicas (policies), por sua vez, são outputs, [I] resultantes da atividade política
(politics): [II] compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à alocação imperativa de
valores. Nesse sentido é necessário distinguir entre política pública e decisão política. Uma política
pública geralmente envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações estrategicamente
selecionadas para implementar as decisões tomadas. [IV] Já uma decisão política corresponde a
uma escolha dentre um leque de alternativas, conforme a hierarquia das preferências dos atores
envolvidos, expressando em maior ou menor grau - uma certa adequação entre os fins pretendidos
e os meios disponíveis. Assim, embora uma política pública implique decisão política, nem toda
decisão política chega a constituir uma política pública. Um exemplo encontra-se na emenda
constitucional para reeleição presidencial. Trata-se de uma decisão, mas não de uma política
pública. Já a privatização de estatais ou a reforma agrária são políticas públicas.
Além disso, por mais óbvio que possa parecer, as políticas públicas são ‘públicas '- e não privadas
ou apenas coletivas. A sua dimensão 'pública' é dada não pelo tamanho do agregado social sobre
o qual incidem, mas pelo seu caráter "imperativo”. Isto significa que uma das suas características
centrais é o fato de que [III] são decisões e ações revestidas da autoridade soberana do poder
público.
Como identificar os atores em uma política pública? Existem diversos critérios. Entretanto, [V] o
mais simples e eficaz é estabelecer quem tem alguma coisa em jogo na política em questão. Ou
seja, quem pode ganhar ou perder com tal política, quem tem seus interesses diretamente afetados
pelas decisões e ações que compõem a política em questão.

Todas as afirmações estão certas.


Gabarito: A.

24. (CONSULPLAN/ITABAIANA/2010)
Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:
( ) Podemos considerar que grande parte da atividade política dos governos se destina à
tentativa de satisfazer as demandas que lhe são dirigidas pelos atores sociais ou aquelas
formuladas pelos próprios agentes do sistema político, ao mesmo tempo que articulam os
apoios necessários.
( ) As demandas novas são aquelas que resultam do surgimento de novos atores políticos ou
de novos problemas.

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( ) As demandas reprimidas são aquelas em que os políticos não vão atender aos atores sociais,
não reconhecendo sua necessidade.
( ) As demandas recorrentes são aquelas que expressam problemas não resolvidos ou mal
resolvidos, que constam da agenda governamental.
A sequência está correta em:
A) V, F, F, F
B) F, V, V, F
C) V, V, F, V
D) V, V, V, V
E) F, F, F, F

Comentários:
A primeira afirmação é verdadeira. Vimos que Maria das Graças Rua fala em inputs e withinputs:
As políticas públicas envolvem, portanto, atividade política. Para usar a linguagem de Easton,
resultam do processamento, pelo sistema político, dos inputs originários do meio ambiente e,
frequentemente, de withinputs (demandas originadas no interior do próprio sistema político).

A segunda afirmação é verdadeira. Segundo a autora:


Demandas novas resultam do surgimento de novos atores políticos ou de novos problemas.

A terceira afirmação é verdadeira. Segundo a autora:


Demandas reprimidas: são aquelas constituídas por "estados de coisas" ou por não-decisões.

A quarta afirmação é verdadeira. Segundo a autora:


Demandas recorrentes expressam problemas não resolvidos ou mal resolvidos, e que estão sempre
voltando a aparecer no debate político e na agenda governamental.

Gabarito: D.

25. (ESAF/EPPGG/2009)
A questão de como implementar políticas públicas capazes de promover a inclusão social com
eficácia e eficiência em países como o Brasil é crucial na gestão pública. Tal como vêm sendo
concebidas no país, as políticas públicas apresentam algumas características comuns.
Identifique o enunciado falso.
a) Uma política pública é constituída por uma série de etapas: definição de agenda,
identificação de alternativas, avaliação e seleção das opções, implementação e avaliação dos
resultados.
b) Uma política pública geralmente envolve diferentes instâncias do governo e da sociedade
civil.
c) As políticas públicas são de longo prazo, mas produzem impactos ao longo de sua
implementação e não apenas ao final de sua vigência.

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d) As políticas públicas envolvem uma tensão entre práticas derivadas de modelos gerenciais,
que procuram isolar as decisões de fatores políticos, e as participativas, que buscam integrar
os segmentos sociais, objeto das políticas nos processos de gestão.
e) Uma política pública, para ser implementada, exige a aprovação por parte dos legislativos
de todos os níveis de governo envolvidos.

Comentários:
áà à á à à àF à à à à P àP à à à à à àC à
Souza:
http://www.scielo.br/pdf/soc/n16/a03n16.pdf
Segundo a autora, as políticas públicas podem ser vistas como um ciclo:
Esta tipologia vê a política pública como um ciclo deliberativo, formado por vários estágios e
constituindo um processo dinâmico e de aprendizado. O ciclo da política pública é constituído dos
seguintes estágios: definição de agenda, identificação de alternativas, avaliação das opções,
seleção das opções, implementação e avaliação.

áà à B à à certa, as políticas públicas envolvem diversos atores, tanto no Estado quanto na


sociedade.
áà à C à à . Por exemplo, o Bolsa Família é uma política cujo objetivo maior é retirar as
pessoas da pobreza. Ele possui características de uma política de incentivo à acumulação de capital
humano, que busca o corte da transmissão intergeracional da pobreza, ou seja, olha principalmente
para as gerações futuras, para que elas possam ter condições melhores de desenvolvimento. Assim,
exige-se que as crianças estejam frequentando a escola e sejam vacinadas, pois quer se garantir
melhor educação e saúde para elas. Portanto, é uma visão de longo prazo, mas que já possui efeitos
ao longo de sua implementação.
áà à D à à . O modelo racional-legal pregava o insulamento burocrático, que constituí o
isolamento da burocracia tanto em relação aos políticos quanto da sociedade. O objetivo era garantir
que as decisões fossem racionais, técnicas, sem interferências políticas que poderiam prejudicar a
impessoalidade. Porém, isso se mostrou problemático, uma vez que os burocratas tomavam as
decisões distantes da realidade, sem ter o conhecimento das reais necessidades da população.
Atualmente, a sociedade não aceita mais o insulamento, ela exige participação.
A administração gerencial irá ter como princípio a participação da sociedade nas decisões. Porém,
muitos autores afirmam que isso ocorre apenas no discurso. Segundo Ana Paula Paes de Paula, as
últimas décadas foram marcadas pela luta dos brasileiros por processo de redemocratização do país,
buscando reformar o Estado e construir um modelo de gestão pública capaz de torná-lo mais aberto
às necessidades dos cidadãos brasileiros, mais voltado para o interesse público e mais eficiente na
coordenação da economia e dos serviços públicos. Ao analisar esse contexto histórico, a autora
identifica dois projetos políticos em desenvolvimento e disputa: administração pública gerencial e
administração pública societal.
Segundo a autora, a administração gerencial é participativa no nível do discurso, mas centralizadora
no que se refere ao processo decisório, à organização das instituições políticas e à construção de

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canais de participação popular, enquanto a administração societal é participativa no nível das


instituições, enfatizando a elaboração de estruturas e canais que viabilizem a participação popular.
áà à E à à , não há necessidade de que o Legislativo municipal e o estadual aprovem uma
política pública federal.
Gabarito: E.

26. (ESAF/MPOG-EPPGG/2008)
Apesar das divergências existentes, os diferentes autores coincidem no conceito geral e nas
características essenciais das políticas públicas. De acordo com esse consenso, não é um
elemento característico das políticas públicas:
a) um conjunto de medidas concretas, ou seja, ações realizadas por instituições com
competência para tal.
b) decisões ou formas de alocação de recursos.
c) um ou vários públicos-alvo.
d) apoio dos agentes públicos e dos atores sociais à concepção que orienta as decisões quanto
às prioridades da agenda governamental.
e) definição obrigatória de metas ou objetivos a serem atingidos, selecionados em função de
normas e valores.

Comentários:
Tanto essa como a outra questão sobre o conceito de política pública a ESAF tirou do texto de
Enrique Saravi à I à à à à à à à à à à à àENáPà à
políticas públicas. É muito importante vocês lerem esse texto e outros que fazem parte dessa
coletânea. Alguns dos textos podem ser encontrados no site da ENAP:
http://www.enap.gov.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=856
Enrique Saravia cita Thoenig, que considera que os elementos que podem caracterizar uma política
são cinco:
Um conjunto de medidas concretas; decisões ou forma de alocação de recursos, que ela esteja
inserida em um quadro geral de ação; tenha um público-alvo (ou vários públicos; apresente
definição obrigatória de metas ou objetivos a serem atingidos, definidos em função de normas e
valores.

Podemos observar que não faz parte dos elementos o apoio dos agentes públicos e dos atores sociais
à concepção que orienta as decisões quanto às prioridades da agenda governamental.
Gabarito: D.

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27. (IPAD/SGA-AC/2009)
No âmbito das políticas públicas, as demandas podem ser de vários tipos. Quais dessas
à à à à à à à à à -de- à à -

A) Demandas novas.
B) Demandas recorrentes.
C) Demandas reprimidas.
D) Demandas antigas.
E) Demandas costumeiras.

Comentários:
Vimos que as demandas reprimidas são as constituídas por estados de coisas e não-decisões.
Gabarito: C.

28. (ESAF/MPOG-EPPGG/2008)
O processo das políticas públicas mostra-se como forma moderna de lidar com as incertezas
decorrentes das rápidas mudanças do contexto sócio-político nacional e internacional, que
favoreceu uma concepção mais ágil da atividade governamental, na qual a ação baseada no
planejamento deslocou-se para a ideia de política pública. Todos os componentes abaixo são
comuns às definições correntes de política pública, exceto:
a) Ideológico: toda política requer um discurso legitimador, ou seja, destinado a reforçar a
convicção dos diversos atores quanto ao acerto das ações governamentais e à sua orientação
para o bem de todos.
b) Decisório: qualquer política envolve um conjunto sequencial de decisões, relativo à escolha
de fins e/ou meios, de curto ou longo alcance, numa situação específica e como resposta a
problemas e necessidades.
c) Comportamental: toda política pode envolver ação ou inação, mas uma política é, acima de
tudo, um curso de ação e não somente uma decisão singular.
d) Causal: toda política é um produto de ações e, por sua vez, provoca efeitos sobre o sistema
político e social.
e) Institucional: as políticas são elaboradas ou decididas por autoridades formal e legalmente
constituídas no âmbito da sua competência e são coletivamente vinculantes.

Comentários:
Saravia afirma que nas definições dos dicionários de ciência política encontram-se os seguintes
componentes comuns na definição de política pública:

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1. Institucional: a política é elaborada ou decidida por autoridade formal legalmente constituída


no âmbito da sua competência e é coletivamente vinculante;

2. Decisório: a política é um conjunto-sequência de decisões, relativo à escolha de fins e/ou


meios, de longo ou curto alcance, numa situação específica e como resposta a problemas e
necessidades;

3. Comportamental: implica ação ou inação, fazer ou não fazer nada; mas uma política é, acima
de tudo, um curso de ação e não apenas uma decisão singular;

4. Causal: são os produtos de ações que têm efeitos no sistema político e social.
Podemos perceber que o componente que não está presente é o ideológico.
Gabarito: A.

29. (ESAF/MPOG-EPPGG/2008)
De acordo com a classificação canônica das políticas públicas, são características das políticas
distributivas, exceto:
a) alianças específicas entre lideranças não antagônicas.
b) questões não adversárias, com baixo potencial de conflito.
c) questões passíveis de solução mediante a alocação de recursos públicos sempre divisíveis.
d) lideranças consolidadas pela contínua expansão do público beneficiado pelos recursos
alocados.
e) lideranças que se constituem à base da sua capacidade de responder a demandas discretas.

Comentários:
Segundo Luis Villanueva, as políticas distributivas são arenas relativamente pacíficas, que se
caracterizam por questões não rivais, susceptíveis de serem tratadas por recursos públicos sempre
divisíveis. Nela, são feitos acordos particulares de apoio recíproco entre demandantes não
antagônicos. As lideranças se afirmam por sua capacidade de gestão para responder a demandas
soltas, mas são lideranças efêmeras, que duram apenas enquanto as necessidades são satisfeitas.
A resposta da questão é à à D àá à à à à à à à à
beneficiado é uma característica das políticas redistributivas. Nestas, as lideranças tendem a ser
permanentes e contam com associações civis e políticas poderosas para a defesa de seus interesses
vitais.
Gabarito: D.

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30. (ESAF/MPOG-EPPGG/2008)
Os estudos de políticas públicas indicam que a partir dos interesses dos atores políticos as
à à à à à à à à à à à à à à
estabilizam ou se transformam. Assinale a única característica comum entre as políticas
regulatórias e redistributivas.
a) Arena formada por interesses exclusivos, contrapostos e conflituosos em torno de uma
mesma questão.
b) Arena de conflito e negociação, que obriga os atores a coalizões ou transações de concessão
recíproca.
c) Conflitos que emergem ou desaparecem segundo as questões em disputa e os grupos
potencialmente prejudicados ou beneficiados.
d) Lideranças consolidadas e permanentes, que contam com poderosas associações civis e
políticas para a defesa de seus interesses.
e) Sanções de alta intensidade: aplicam-se direta e imediatamente contra os que resistem aos
seus imperativos.

Comentários:
Essa questão foi mal elaborada, pois eles pegaram trechos do texto do autor e separaram. Para
entender melhor, é preciso ver o trecho todo. Segundo Luis Villanueva, a política regulatória é uma
arena de conflito e negociação entre grupos de poder, que o pluralismo explica muito bem. Trata-se
de uma arena
relativamente turbulenta, de interesses exclusivos e contrapostos de grupo, que se movem em
torno de uma mesma questão e que se vêem obrigados a formar coalizões e/ou realizar acordos
de recíproca concessão, uma vez que a eventual solução não pode favorecer de igual maneira as
partes envolvidas: existem afetados e beneficiados em razão de uma lei geral que regula
determinado campo de ação.

P à à à à à á à à B àOà à à à à à à à à à
se vêem obrigados a fazer acordos e concessões. Portanto, a letra "A" está ligada às políticas
regulatórias porque os interesses exclusivos e contrapostos se vêem frente a uma determinada
questão que precisam negociar. Já nas redistributivas não há acordos em torno de uma questão.
A política redistributiva, a mais audaciosa e radical, que aborda questões polêmicas das relações de
propriedade, poder e prestígio social estabelecidas, tende a ser a arena mais tensa e conflituosa,
semelhante à tradicional luta de classes do marxismo. O autor fala que:
Os acordos são impossíveis ou com resultados pouco significativos, já que o desfecho destas
questões radicais afetará inevitavelmente a numerosos setores da população em pontos cruciais
de sua sobrevivência social.

A letra "C" é característica da política regulatória. Aqui, a liderança se baseia na capacidade de somar
forças que comportam e defendem os mesmos interesses, assim como efetuar acordos vantajosos
para o grupo. Contudo, também é uma liderança passageira, ainda que menos efêmera que nas
políticas distributivas, pois os conflitos de interesses aparecem e desaparecem conforme as

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questões em disputa. Já nas políticas redistributivas, a liderança é permanente, assim como os


à à à à à à à D
Segundo Villanueva, num texto posterior, Lowi trouxe uma nova perspectiva, segundo a qual o tipo
de política será determinado pelo tipo de coação que o governo poderia razoavelmente empregar
à à à àáà à à à à à à à à à à
se abrange apenas as condutas, ou se chega também a envolver o contexto da ação. A coerção
à à à à à à à à à à à à à à
remotas.
Nesta nova perspectiva, as políticas distributivas e regulatórias coincidem no fato de que as suas
sanções abrangem os comportamentos individuais, mas diferem pelo fato de as sanções serem
remotas nas distributivas e imediatas nas regulatórias. Em oposição, as políticas constituintes e
redistributivas coincidem no fato de que suas sanções possíveis se estendem para abranger os
contextos de conduta, mas diferem na força de suas sanções, que são respectivamente remotas e
imediatas.
Assim, as políticas regulatórias e redistributivas coincidem em que ambas implicam sanções diretas
e imediatas contra eventuais resistentes, mas diferem no fato de as primeiras somente abrangerem
comportamentos individuais, enquanto as segundas envolvem o contexto em que se desenvolve a
ação, ao modificarem o contexto econômico e social.
Portant à à à á , B à C à à à à àáà à D àfala de
à à à àáà àE à à à à à à à à
Gabarito: E.

4.1 LISTA DAS QUESTÕES

1. (FCC/TCE-PI/2014)
Em relação às políticas públicas é correto afirmar:
a) A política pública está claramente definida pelos estudiosos da matéria, sendo considerada
uma atividade alternativa para a resolução de problemas de uma parcela minoritária da
sociedade.
b) O Brasil não adota o desenvolvimento de políticas públicas, pois a relação de programas
constantes do PPA, da LDO e da LOA já atende perfeitamente à solução dos problemas
existentes nas esferas pública e privada.
c) As tipologias conhecidas e aplicadas em políticas públicas levam às técnicas estabelecidas
pela amostragem e ciclo orçamentário, criando um perfeito relacionamento de causa e efeito.
d) O estilo na elaboração da política pública deve levar em consideração os métodos de
produção do planejamento público, de execução, a título gratuito ou oneroso, e da
macropolítica estabelecida em nível regional.

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e) A elaboração da política pública leva em consideração a identificação do problema, a


formação da agenda e de alternativas seguidas pela tomada de decisão, implementação,
avaliação e extinção.

2. (FCC/METRO/2010)
Na Análise de Políticas Públicas utiliza-se a distinção entre os termos polity, politics e policy.
Tais termos são relativos, respectivamente a:
a) dimensão institucional ou estruturas do sistema político; dimensão processual ou processos
de negociação política; dimensão material ou configuração dos programas políticos, problemas
técnicos e resultados concretos.
b) dimensão material ou configuração dos programas políticos, problemas técnicos e
resultados concretos; dimensão institucional ou estruturas do sistema político; dimensão
processual ou processos de negociação política.
c) dimensão processual ou processos de negociação política; dimensão institucional ou
estruturas do sistema político; dimensão material ou configuração dos programas políticos,
problemas técnicos e resultados concretos.
d) dimensão processual ou processos de negociação política; dimensão material ou
configuração dos programas políticos, problemas técnicos e resultados concretos; dimensão
institucional ou estruturas do sistema político.
e) dimensão institucional ou estruturas do sistema político; dimensão material ou configuração
dos programas políticos, problemas técnicos e resultados concretos; dimensão processual ou
processos de negociação política.

3. (FCC/SGP-SP/2009)
Políticas públicas são
(A) apenas aquelas decisões e ações que se revestem de autoridade política soberana.
(B) apenas aquelas decisões que são consideradas legítimas por parte dos cidadãos soberanos.
(C) apenas as ações coletivas que afetam os interesses da maioria da população de um Estado
soberano.
(D) as ações coletivas ou individuais que atingem todos os cidadãos de um Estado soberano.
(E) as ações que obrigam indistintamente todos os cidadãos de um Estado soberano.

4. (FCC/SGP-SP/2009)
Uma política pública

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(A) não configura decisões ou ações que envolvem o consentimento de uma comunidade
política soberana.
(B) é uma questão meramente técnica.
(C) nem sempre depende de decisões e ações que se revestem de autoridade política.
(D) geralmente envolve mais do que uma decisão política e requer diversas ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.
(E) corresponde a uma escolha das autoridades políticas, após ouvir os empresários.

5. (FCC/SGP-SP/2009)
Com relação às três dimensões clássicas da policy analysis, considere:
I. A dimensão institucional da politics tem em vista os processos políticos de caráter
conflituoso, dizendo respeito à imposição de objetivos e decisões que afetam a distribuição de
poder numa comunidade.
II. Nos casos de políticas setoriais novas e fortemente conflituosas, como é o caso da política
ambiental, tende a inverter-se a relação de causalidade esperada entre polity, politics e policy.
III. No caso de políticas setoriais consolidadas com estruturas de decisão relativamente
estáveis, espera-se que a policy seja a variável independente.
IV. Quanto mais conflituosa a dimensão da politics, maior a autonomia da policy community
na definição dos rumos de determinada política pública.
V. A prática comum da policy analysis de considerar a polity como variável independente e a
policy como variável dependente tem-se mostrado inadequada para os casos de países em
desenvolvimento.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I, II e V.
(B) I, III e IV.
(C) II, III, IV e V.
(D) II, IV e V.
(E) III e IV.

6. (FCC/SGP-SP/2009)
Com relação à abordagem das arenas de políticas, considere:
I. A política estruturadora diz respeito à própria esfera da política e suas instituições
condicionantes, refere-se à criação e modelação de novas instituições, à determinação dos
processos de negociação, de cooperação e de consulta entre os atores políticos.

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II. Essa abordagem parte do pressuposto de que as reações e expectativas das pessoas afetadas
por medidas políticas são decisivas para a configuração do processo político. Os custos e
ganhos que as pessoas esperam de tais medidas são incorporados pelo processo político de
decisão e de implementação.
III. Políticas regulatórias trabalham com ordens e proibições, decretos e portarias. Os efeitos
referentes aos custos e benefícios não são determináveis de antemão, dependem da
configuração concreta das políticas.
IV. Políticas redistributivas são caracterizadas por um baixo grau de conflito político, visto que
não acarretam custos pelo menos diretamente perceptíveis para outros grupos.
V. Políticas distributivas são orientadas para o conflito, pois o objetivo é o deslocamento
consciente de recursos financeiros, direitos ou outros valores, entre camadas sociais e nações.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I, II e III.
(B) III, IV e V.
(C) III e IV.
(D) II, III e V.
(E) I e V.

7. (FGV/CGM-NITEROI/2018)
Leia o trecho a seguir.
A política pública financiada pela ________ , que visa distribuir gratuitamente aparelhos
auditivos para crianças com deficiência auditiva grave, é do tipo ____________.
Assinale a opção cujos termos completam corretamente as lacunas do trecho acima.
(A) sociedade como um todo - distributiva
(B) camada mais rica da sociedade - distributiva
(C) sociedade como um todo - redistributiva
(D) camada mais rica da sociedade - regulatória
(E) sociedade como um todo regulatória

8. (FGV/SEPOG-RO/2017)
Correlacione as tipologias listadas a seguir aos seus respectivos conceitos.
1. Consistem na distribuição de recursos a determinados segmentos da sociedade ou a regiões
especificas e, em geral, demandam controle social por meio de conselhos ou de outras formas

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de participação popular. Não implica em custos diretos (ou diretamente percebidos) para a
parcela da sociedade não beneficiada.
2. Destinam- à à à à à à à à à à à à à à de
acesso ao poder, bem como as formas de negociação política.
3. Tem o intuito de redistribuir renda e direitos, por meio do deslocamento de recursos das
camadas mais privilegiadas financeiramente para as menos (ou economicamente ativas para
inativas). Impõem perdas concretas para determinados grupos sociais e ganhos incertos para
outros.
4. Normatizam o funcionamento de serviços públicos ou a oferta de recursos públicos. São
concretizadas por meio de decretos, portarias, ordens e proibições. As normas produzidas
podem tratar a comunidade de forma isonômica ou, por vezes, atender a interesses mais
restritos.
( ) Políticas Distributivas
( ) Políticas Redistributivas
( ) Políticas Constitutivas
( ) Políticas Regulatórias
Assinale a opção que mostra corretamente a correlação, de cima para baixo.
(A) 1, 2, 3 e 4.
(B) 1, 3, 2 e 4.
(C) 1, 4, 3 e 2.
(D) 1, 2, 4 e 3.
(E) 1, 3, 4 e 2.

9. (FGV/SEPOG-RO/2017)
Com relação à distinção entre política pública e decisão política, analise as afirmativas a seguir.
I. Uma política pública geralmente envolve mais de uma decisão e requer diversas ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.
II. A decisão política corresponde a uma escolha dentre as opções de alternativas conforme a
hierarquia das preferências dos atores envolvidos, expressando uma adequação entre os fins
pretendidos e os meios disponíveis.
III. Embora uma política pública implique uma decisão política, nem toda decisão política chega
a constituir uma política pública.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) I e II, apenas.

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(C) I e III, apenas.


(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

10. (FADESP/COSANPA/2017)
As políticas públicas dependem, em larga escala, de articulações democraticamente
compartilhadas e gestadas entre Estado e sociedade. E isso significa que
a) são promissoras as parcerias entre público-privado para operar e manter os serviços
públicos.
b) nenhuma política nasce no Estado, mas a partir de reinvindicações e demandas da
sociedade.
c) a sociedade civil, ao vocalizar suas demandas, desejam-nas revestida de valores ideológicos
e culturais.
d) o Estado tem papel fundamental na gênese das políticas públicas, pois cria e consolida as
estruturas sólidas para sua manutenção.

11. (UFMT/DETRAN-MT/2015)
Políticas Públicas consistem em:
a) Outputs resultantes da atividade política, em áreas como emprego, educação, segurança e
saúde.
b) Procedimentos formais e informais que expressam relações de poder na solução de
conflitos.
c) Centros de competências instituídos para o desempenho de funções estatais, por meio de
seus agentes.
d) Procedimentos que permitem aos gestores públicos tornar públicas suas ações, garantindo-
lhes transparência.

12. (FGV/TJ-BA/2015)
O conceito de políticas públicas tem sido discutido por diferentes autores, que coincidem no
conceito geral e nas características essenciais. O formato concreto de cada política está
vinculado a cada sociedade específica. Sobre as políticas públicas, é correto afirmar que:
a) constituem um fluxo de decisões públicas, orientado a manter o equilíbrio social ou a
introduzir desequilíbrios destinados a modificar essa realidade;
b) definem estratégias que apontam para uma única finalidade, que, de alguma forma, atende
aos diversos grupos que participam do processo decisório;

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c) o processo de políticas públicas tende a desconsiderar as incertezas decorrentes das rápidas


mudanças do contexto;
d) o processo de políticas públicas ocorre por meio de uma racionalidade manifesta, que
configura ordenação lógica da atuação de cada um dos envolvidos;
e) os tomadores de decisão no processo de políticas públicas tendem a assumir posturas
semelhantes independentemente do ambiente social em que se encontram.

13. (FMP/CGE-MT/2015)
No tocante a políticas públicas, analise as seguintes afirmativas.
I - Políticas distributivas são aquelas que distribuem bens ou serviços a segmentos
particularizados da população por intermédio de recursos oriundos de outros grupos
específicos.
II - Políticas regulatórias são aquelas que estabelecem imperativos, interdições e condições por
meio das quais podem e devem ser realizadas determinadas atividades ou admitidos certos
comportamentos.
III - Políticas redistributivas são aquelas que alocam bens ou serviços a frações específicas da
sociedade, mediante recursos provenientes da sociedade como um todo.
Quais estão CORRETAS?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

14. (FGV/DPE-RJ/2014)
Os modelos de elaboração de Políticas Públicas que aspiram à generalidade desconsideram o
fato de que diferentes ambientes sociais, que configuram a situação em que é feita a escolha
da política, aparentemente levam os tomadores de decisão a fazer opções significativamente
distintas. Deste modo, para que haja adequabilidade de um modelo teórico, deve-se levar em
conta que:
a) não existe diferença entre a busca de um modelo para os países desenvolvidos e os países
em desenvolvimento.
b) o analista deve vincular-se com rigidez a um modelo em particular, não devendo,
necessariamente, ter que observar os aspectos do ambiente em estudo.
c) nem sempre há necessidade de identificar e estruturar os aspectos da política a ser
analisada.

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d) esse modelo deve estar ligado às metas fixadas e como produto da participação das massas.
e) na elaboração de políticas, as percepções e os interesses dos atores individuais estão
presentes em todos os estágios.

15. (CETRO/ANVISA/2013)
Sobre as políticas públicas, é correto afirmar que:
a) guardam profunda relação com o mandato eletivo, podendo estender-se por vários
mandatos, a fim de garantir a transparência nas ações dos agentes públicos em cargos
comissionados.
b) podem ser entendidas como o conjunto de planos e programas de ação governamental
estrategicamente tomados, voltados a influenciar a vida de um conjunto de cidadãos, por meio
dos quais são traçadas as metas, sobretudo para satisfação dos direitos fundamentais.
c) são instrumentos de democratização e orientação da política orçamentária governamental;
através da participação direta da sociedade civil, contribuem na definição das prioridades das
políticas públicas;
d) são um conjunto de normas voltadas à defesa dos direitos da sociedade, garantindo assim
que os servidores com cargo eletivo atendam aos princípios básicos previstos na Constituição
Federal
e) designam a ação do governo eleito na administração e condução dos atos públicos,
garantindo assim que as necessidades da sociedade sejam atendidas.

16. (CETRO/ANVISA/2013)
Acerca dos tipos de Políticas Públicas, marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida,
assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) As políticas distributivas envolvem relações entre amplas categorias de indivíduos, atingindo
grandes agregados sociais; trata-se de políticas claramente definidas enquanto tais, através de
programas de intervenção, e priorizando o investimento público em relação a grupos sociais
específicos.
( ) Quando ocorre de a legislação determinar, por um lado, que a alíquota do Imposto Predial
e Territorial Urbano (IPTU) seja progressiva em razão do valor do imóvel, e, por outro,
determinar isenção de recolhimento para os setores de menor nível de renda, resta claro que
ali está adotado um modelo de política redistributivo.
( ) É política distributiva aquela que direciona recursos orçamentários já existentes para
atender programas habitacionais e regularização fundiária.
( ) No âmbito das políticas regulatórias, os processos de conflito, de consenso e de coalizão
podem se modificar conforme a configuração específica das políticas adotadas.
a) F/ F/ V/ F

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b) F/ V/ V/ F
c) F/ V/ F/ V
d) V/ V/ F/ F
e) V/ F/ V/ V

17. (CEPERJ/SEPLAG-RJ/2012)
Nos últimos anos, a produção de políticas públicas por parte de governos tem despertado
interesse crescente no Brasil, como desdobramento da consolidação da democracia e da
necessidade de maior eficiência e melhores resultados das políticas sociais. São elementos
constitutivos desse campo de conhecimento:
A) o eleitorado, os partidos políticos, o sistema eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral
B) as privatizações dos serviços públicos, as agências reguladoras, a parceria público-privada e
os investimentos privados
C) o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União, a Polícia Federal e a Receita
Federal
D) a própria política pública, a política, a sociedade política e as instituições responsáveis pela
implementação das políticas públicas
E) o sistema tributário nacional, os tributos diretos e indiretos, as transferências constitucionais
para estados e municípios e a guerra fiscal

18. (ESAF/CGU/2012)
A formulação de políticas públicas é a ação pela qual os governos democráticos traduzem seus
propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou
mudanças no mundo real, conforme Celina Souza. Segundo esse enfoque, assinale a opção que
indica a quem compete a responsabilidade pelo desenho das políticas públicas.
a) Dos Governos, dos grupos de interesse e dos movimentos sociais, em que cada um deles
tem igual grau de influência no desenho da política pública.
b) Dos Governos, dos grupos de interesse e dos movimentos sociais, em que cada um tem
maior ou menor influência no desenho da política pública, dependendo do tipo de políticas e
das coalizões que integram o governo.
c) Exclusiva dos Governos.
d) Exclusiva de grupos de interesse.
e) Exclusiva dos movimentos sociais.

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19. (ESAF/CGU/2012)
Conforme Theodor Lowi, a política pública assume quatro formatos: políticas regulatórias,
políticas distributivas, políticas redistributivas e políticas constitutivas. Esta classificação é feita
segundo
a) os impactos de custos e benefícios que os grupos de interesse esperam de uma política
determinada.
b) as crenças, valores e ideias das coalizões de defesa que integram cada subsistema de uma
política pública.
c) a escolha racional de tomadores de decisão e operadores das políticas públicas.
d) eficiência da política pública.
e) o ciclo da política pública.

20. (VUNESP/SEE-SP/2011)
Sobre os tipos de políticas públicas, aquela que tem objetivos setoriais ou atende a demandas
pontuais de grupos sociais específicos é a política pública
(A) redistributiva.
(B) distributiva.
(C) refinanciadora.
(D) regulatória.
(E) regulo-redistributiva.

21. (VUNESP/SEE-SP/2011)
Sobre Política Pública, assinale a alternativa correta.
(A) O tipo ou modelo de Estado não tem influência nas políticas públicas.
(B) As políticas públicas atêm-se somente aos aspectos sociais.
(C) Principalmente as pessoas ditas vulneráveis são o motivo da existência das políticas
públicas.
(D) As políticas públicas nunca serão resultado apenas da análise técnica e racional sobre um
determinado problema.
(E) As relações internacionais estão fora do âmbito das políticas públicas.

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22. (FMP/TCE-RS/2011)
A literatura sobre análise de políticas públicas diferencia três dimensões da política. Sobre
essas dimensões, avalie as afirmativas.
I. A dimensão institucional (polity) cuida dos conteúdos materiais concretos, da configuração
dos programas políticos, dos problemas técnicos e do conteúdo material das decisões políticas.
II. A dimensão processual (politics) concentra-se no processo político, frequentemente de
caráter conflituoso, no que diz respeito à imposição de objetivos, aos conteúdos e às decisões
de distribuição.
III. A dimensão material (policy) diz respeito à ordem do sistema político, delineada pelo
sistema jurídico, e à estrutura institucional do sistema político-administrativo.
As afirmações I, II e III são:
a) verdadeira, verdadeira, verdadeira.
b) falsa, falsa, falsa.
c) falsa, verdadeira, verdadeira.
d) verdadeira, falsa, falsa.
e) falsa, verdadeira, falsa.

23. (CONSULPLAN/ITABAIANA/2010)
Sobre políticas públicas, analise:
I. As políticas públicas são produtos resultantes da atividade política.
II. As políticas públicas compreendem o conjunto das decisões e ações relativas a alocação
imperativa de valores.
III. As políticas públicas são decisões e ações revestidas de autoridade soberana do poder
público.
IV. Uma decisão política corresponde a uma escolha dentre um leque de alternativas, conforme
a hierarquia das preferências dos atores envolvidos, expressando em maior ou menor grau,
uma certa adequação entre os fins pretendidos e os meios disponíveis.
V. Um dos critérios utilizados para identificar os atores em uma política pública é estabelecer
quem tem alguma coisa em jogo na política em questão.
Estão corretas apenas as afirmativas:
A) I, II, III, IV, V
B) I, II, III
C) I, III, IV
D) I, II, V

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E) II, III, IV

24. (CONSULPLAN/ITABAIANA/2010)
Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:
( ) Podemos considerar que grande parte da atividade política dos governos se destina à
tentativa de satisfazer as demandas que lhe são dirigidas pelos atores sociais ou aquelas
formuladas pelos próprios agentes do sistema político, ao mesmo tempo que articulam os
apoios necessários.
( ) As demandas novas são aquelas que resultam do surgimento de novos atores políticos ou
de novos problemas.
( ) As demandas reprimidas são aquelas em que os políticos não vão atender aos atores sociais,
não reconhecendo sua necessidade.
( ) As demandas recorrentes são aquelas que expressam problemas não resolvidos ou mal
resolvidos, que constam da agenda governamental.
A sequência está correta em:
A) V, F, F, F
B) F, V, V, F
C) V, V, F, V
D) V, V, V, V
E) F, F, F, F

25. (ESAF/EPPGG/2009)
A questão de como implementar políticas públicas capazes de promover a inclusão social com
eficácia e eficiência em países como o Brasil é crucial na gestão pública. Tal como vêm sendo
concebidas no país, as políticas públicas apresentam algumas características comuns.
Identifique o enunciado falso.
a) Uma política pública é constituída por uma série de etapas: definição de agenda,
identificação de alternativas, avaliação e seleção das opções, implementação e avaliação dos
resultados.
b) Uma política pública geralmente envolve diferentes instâncias do governo e da sociedade
civil.
c) As políticas públicas são de longo prazo, mas produzem impactos ao longo de sua
implementação e não apenas ao final de sua vigência.
d) As políticas públicas envolvem uma tensão entre práticas derivadas de modelos gerenciais,
que procuram isolar as decisões de fatores políticos, e as participativas, que buscam integrar
os segmentos sociais, objeto das políticas nos processos de gestão.

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e) Uma política pública, para ser implementada, exige a aprovação por parte dos legislativos
de todos os níveis de governo envolvidos.

26. (ESAF/MPOG-EPPGG/2008)
Apesar das divergências existentes, os diferentes autores coincidem no conceito geral e nas
características essenciais das políticas públicas. De acordo com esse consenso, não é um
elemento característico das políticas públicas:
a) um conjunto de medidas concretas, ou seja, ações realizadas por instituições com
competência para tal.
b) decisões ou formas de alocação de recursos.
c) um ou vários públicos-alvo.
d) apoio dos agentes públicos e dos atores sociais à concepção que orienta as decisões quanto
às prioridades da agenda governamental.
e) definição obrigatória de metas ou objetivos a serem atingidos, selecionados em função de
normas e valores.

27. (IPAD/SGA-AC/2009)
No âmbito das políticas públicas, as demandas podem ser de vários tipos. Quais dessas
à à à à à à à à à -de- à à -
decisõ
A) Demandas novas.
B) Demandas recorrentes.
C) Demandas reprimidas.
D) Demandas antigas.
E) Demandas costumeiras.

28. (ESAF/MPOG-EPPGG/2008)
O processo das políticas públicas mostra-se como forma moderna de lidar com as incertezas
decorrentes das rápidas mudanças do contexto sócio-político nacional e internacional, que
favoreceu uma concepção mais ágil da atividade governamental, na qual a ação baseada no
planejamento deslocou-se para a ideia de política pública. Todos os componentes abaixo são
comuns às definições correntes de política pública, exceto:
a) Ideológico: toda política requer um discurso legitimador, ou seja, destinado a reforçar a
convicção dos diversos atores quanto ao acerto das ações governamentais e à sua orientação
para o bem de todos.

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b) Decisório: qualquer política envolve um conjunto sequencial de decisões, relativo à escolha


de fins e/ou meios, de curto ou longo alcance, numa situação específica e como resposta a
problemas e necessidades.
c) Comportamental: toda política pode envolver ação ou inação, mas uma política é, acima de
tudo, um curso de ação e não somente uma decisão singular.
d) Causal: toda política é um produto de ações e, por sua vez, provoca efeitos sobre o sistema
político e social.
e) Institucional: as políticas são elaboradas ou decididas por autoridades formal e legalmente
constituídas no âmbito da sua competência e são coletivamente vinculantes.

29. (ESAF/MPOG-EPPGG/2008)
De acordo com a classificação canônica das políticas públicas, são características das políticas
distributivas, exceto:
a) alianças específicas entre lideranças não antagônicas.
b) questões não adversárias, com baixo potencial de conflito.
c) questões passíveis de solução mediante a alocação de recursos públicos sempre divisíveis.
d) lideranças consolidadas pela contínua expansão do público beneficiado pelos recursos
alocados.
e) lideranças que se constituem à base da sua capacidade de responder a demandas discretas.

30. (ESAF/MPOG-EPPGG/2008)
Os estudos de políticas públicas indicam que a partir dos interesses dos atores políticos as
à à à à à à à à à à à à à à
estabilizam ou se transformam. Assinale a única característica comum entre as políticas
regulatórias e redistributivas.
a) Arena formada por interesses exclusivos, contrapostos e conflituosos em torno de uma
mesma questão.
b) Arena de conflito e negociação, que obriga os atores a coalizões ou transações de concessão
recíproca.
c) Conflitos que emergem ou desaparecem segundo as questões em disputa e os grupos
potencialmente prejudicados ou beneficiados.
d) Lideranças consolidadas e permanentes, que contam com poderosas associações civis e
políticas para a defesa de seus interesses.
e) Sanções de alta intensidade: aplicam-se direta e imediatamente contra os que resistem aos
seus imperativos.

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4.2 GABARITO

1. E 7. A 13. B 19. A 25. E


2. A 8. B 14. E 20. B 26. D
3. A 9. E 15. B 21. D 27. C
4. D 10. B 16. C 22. E 28. A
5. A 11. A 17. D 23. A 29. D
6. A 12. A 18. B 24. D 30. E

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