Artigo Vacina
Artigo Vacina
Artigo Vacina
PERSPECTIVA NO BRASIL
Autores
Maria Juliana Moura-Correa – Doutora em Epidemiologia pela UFBA. Pesquisadora
Associada Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP)/Fundação Oswaldo
Cruz (FIOCRUZ).
Marcus Vinicius Correa dos Santos – Mestre em Ciências, doutorando pelo Programa
em Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio
Arouca (ENSP)/Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
Introdução
Escolhida pela Pfizer, a vacinas de mRNA COVID-19 fornece instruções para que
nossas células façam um pedaço inofensivo do que é chamado de proteína Spike, que é
encontrada na superfície do vírus que causa COVID-19. A vacina é administrada no
músculo do braço. Uma vez que as instruções (mRNA) estão dentro das células do
sistema imunológico, as células as usam para fazer o pedaço de proteína. Em seguida, a
célula exibe o pedaço de proteína em sua superfície. Nosso sistema imune reconhece
que a proteína não pertence a esse local e começa a construir uma resposta imunológica
e a produzir anticorpos, como acontece na infecção natural contra COVID-19.
Laboratório AztraZeneca
A vacina em parceria com o Instituto Butantã, em São Paulo, iniciou a fase 1/2 em
julho de 2020 e foi concluído em 30/11/2020 (Anvisa, 2021). O ensaio clínico fase 3,
randomizado, multicêntrico, conduzido por endpoint, duplo-cego, controlado por
placebo, avaliou a eficácia e segurança da vacina adsorvida COVID-19 (inativada)
produzida pela Sinovac. Os voluntários eram profissionais de saúde. Estes receberam
duas doses do produto (3 ug) sob investigação ou do placebo, em uma proporção de 1:
1, estratificada por faixa etária (18 a 59 anos e 60 anos ou mais) (Haidere et al., 2020).
No Brasil, a população total que participou dos estudos, voluntariamente, foi de 22.115
pessoas. Destas 10.000 eram do estudo da Oxford e 12.115 pessoas se inscreveram para
o estudo da Coronavac, sendo que em ambos os estudos, a vacina foi administrada na
proporção de 49,9% indivíduos e 50,1 % de placebo. A faixa etária que recebeu maior
parte de vacinas foi entre 18 e 55 anos, com 83% a de Oxford e 95% a Coronavac. Para
o total da aplicação das duas vacinas, as mulheres foram mais vacinas que os homens
com razão de 1,5 mais que os homens. E nas pessoas de raça branca essa diferença foi
maior, sendo que 1 pessoa negra foi vacinada a cada 10 brancos vacinados nos estudos
(Tabela1).
Tabela 1. Características da população testada com as vacinas de Oxford e
Coronavac. Brasil, 2021
Grupo
Vacina Placebo Vacina Placebo
(N=5000) (N=5002) (N=6057) (N=6058)
18-55 4146 (82.9%) 4192 (83.8%) 18-59 5738 (95,1) 5731 (95,0)
56-69 717 (14.3%) 692 (13.8%) 60+ 294 (4,9) 300 (5,0)
70+ 137 (2.7%) 118 (2.4%)
Sexo n (%)
Mulher 2764 (55.3%) 2688 (53.7%) Mulher 3829 (62,4) 3939 (65,2)
Homem 2236 (44,7%) 2314 (46,3%) Homem 2210 (36,6) 2099 (34,8)
Etnia n(%)
Quadro 1. Vacinas com estudos no Brasil, de acordo com eficácia e pedidos de uso
emergencial e registro. Brasil, 2021
Solicitado em
Brasil, Reino Solicitado
08/01/21
AztraZenica Unido e África 70,4% em
Autorizado em
do Sul 29/01/21
17/1/21
África do Sul,
Argentina,
Não
Jannsen Brasil, Chile, 85,0% Não Solicitado
Solicitado
Colombia, EUA,
México, Peru
África do Sul,
Alemanha, Solicitado
Pfizer Argentina, 95,0% Não Solicitado em
Brasil, EUA, 06/02/21
Turquia
Solicitado em
Brasil, China,
08/01/21 Não
SinoVac Chile,Indonésias, 50,3%
Autorizado em Solicitado
Turquia
17/1/21
Fonte: Adaptados dos estudos FORATO, 2021; VOYSEY et al., 2021, Anvisa, 2021.
Obs: a Vacina Sputnik V não realizou estudo no Brasil.
Nos resultados dos ensaios clínicos multicêntricos, ocorridos no Brasil, a eficácia geral
estimada foi entre 50,3% e 95,00%, atendendo, portanto, o limite proposto pela OMS e
FDA que considera eficaz a vacina que atingir um nível de proteção de pelo menos
50%. Estão com pedido de uso emergência duas vacinas, a do laboratório SinoVac e
AztraZenica.
Discussão
Referências bibliográficas
9. FORATO, F. Vacina da Johnson pede autorização de uso nos EUA; e como fica o
Brasil?. Canaltech, 2021. Disponível em: <https://canaltech.com.br/saude/vacina-da-
johnson-pede-autorizacao-de-uso-nos-eua-e-como-fica-o-brasil-178578/>. Acessado
em: 07/02/2021
VOYSEY M, Clemens SAC, Machi SA, et al. Safety and efficacy of the ChAdOx1 nCoV-19
vaccine (AZD1222) against SARS-CoV-2: an interim analysis of four randomised
controlled trials in Brazil, South Africa, and the UK. Vol 397, ISSUE 102169, p99-111,
January 09,2021.
Haidere MF, Ratan ZA, Nowroz S, et al. COVID-19 Vaccine: Critical Questions with
Complicated Answers. Biomol Ther (Seoul). 2021;29(1):1-10.
doi:10.4062/biomolther.2020.178