O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Ma
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O ABSOLUTISMO
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META
Apresentar em seus aspectos básicos o regime de governo conhecido como
Absolutismo.
OBJETIVOS
Ao final desta aula, o aluno deverá:
apresentar os traços gerais do Absolutismo, seus principais teóricos e as
motivações para sua formulação;
exemplificar o regime absolutista a partir da figura de Luís XIV;
oferecer informações pontuais sobre o mercantilismo, caracterizando-o como
uma prática econômica típica dos regimes absolutistas.
identificar os principais traços que caracterizam o absolutismo;
apreender a importância do governo de Luís XIV e do significado de suas
práticas como modelos para outros soberanos absolutistas;
reconhecer características básicas do mercantilismo.
PRÉ-REQUISITOS
Leituras do capítulo anterior. Informações sobre
os Estados Nacionais.
INTRODUÇÃO
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O Absolutismo
Aula
ENTENDENDO O ABSOLUTISMO
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História Moderna I
O NACIONALISMO
Diplomacia Os Estados absolutistas não desenhavam a mobilização dos senti-
Foi uma das
mentos patrióticos em seus súditos, nos conflitos políticos e militares que
grandes invenções a todo o momento opunham reciprocamente os vários reinos da Europa
institucionais da Ocidental. O nacionalismo aqui presente era aparente. A instância última da
época. Significou a legitimidade era a dinastia, não o território. O Estado era concebido como
indelével marca de o patrimônio do monarca. O soberano era o próprio país.
nascença do Estado O Estado absolutista se mostra personificado no rei. Ele acumula
renascentista: com
o seu surgimento,
funções, desafia a Igreja, retira dela atribuições. Os reis, fortalecidos, avan-
nasceu na Europa çam sobre seus territórios, pacifica-os. Utilizam a diplomacia, dividem e
um sistema político conquistam territórios.
internacional, no
qual havia uma per-
pétua “sondagem
ABSOLUTISMO E BURGUESIA
dos pontos fracos
do meio ambiente O paradoxo do absolutismo ocidental era que ele representava funda-
de um Estado ou mentalmente um aparelho para a proteção da propriedade e dos privilégios
dos perigos prove- aristocráticos, embora, ao mesmo tempo, os meios através dos quais tal
nientes de outros proteção era promovida pudessem simultaneamente assegurar os interesses
Estados”.
Através da diplo-
básicos das classes mercantis e manufatureiras emergentes.
macia, as novas De certa forma, havia um campo de compatibilidade potencial, nesta
monarquias cen- fase, entre a natureza e o programa do Estado absolutista e as operações
tralizadas produzi- do capital mercantil e manufatureiro. A nobreza podia confiar o poder à
ram, pela primeira monarquia e permitir o enriquecimento da burguesia: as massas estariam
vez, um sistema ainda à sua mercê. O domínio do Estado absolutista era o da nobreza feudal,
formalizado de
pressão e inter-
na época de transição para o capitalismo.
câmbio entre Es- A existência de colônias na América contribuiu para o fortalecimento
tados, com o es- do Absolutismo em muitos países. As riquezas oriundas das novas terras
tabelecimento das eram providenciais na manutenção dos exércitos.
novas instituições
das embaixadas
fixas e recípro- O ABSOLUTISMO E SUAS BASES TEÓRICAS
cas no exterior,
chancelarias per- O absolutismo teve seus ideólogos. Entre eles, Thomas Hobbes
manentes, relatórios (1588-1679), Jean Bodin (1530-1596), Jacques Bossuet (1627-1704),
diplomáticos. foram fundamentais. O que propunham tais pensadores? Ora, os escritos
de nomes como estes ajudaram a consolidar, por exemplo, a ideia da neces-
sidade do estabelecimento de um “contrato social”, único procedimento
viável para evitar o caos social, a renúncia a alguns dos direitos individuais
em favor de um soberano, capaz de organizar a sociedade (Hobbes); a
importância em concentrar o poder totalmente nas mãos do governante,
pois só há poder soberano quando o povo se despoja do seu poder e o
transfere inteiramente ao governante. Este poder conferido é um reflexo
do próprio poder divino e, em última análise, isto justifica a obediência
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O Absolutismo
Aula
Thomas Hobbes
Filósofo inglês,
nasceu em We-
sport. Afirmou
que a primeira lei
natural da humani-
dade é “guerra de
todos contra to-
dos”. Defendeu o
estabelecimento de
um contrato social,
Jacques Bénigne Bossuet nasceu em Dijon, na França. Foi educado em colégio jesuíta. Tornou-se capaz de dotar o
padre e doutor em teologia. Viveu na corte de Luís XIV como seu tutor, cultivando a amizade do soberano de am-
Rei Sol. Deixou a corte em 1681, ao se tornar bispo. Escreveu para Luís XIV o livro Discurso sobre a plo poder e evitar
História Universal (1681). Autor da obra Política segundo as Sagradas Escrituras (1701).
(Fonte: http://www.abbaye-saint-benoit.ch). o caos social no
qual “o homem é
lobo do homem”.
que os súditos devem ao seu soberano (Bodin); a teoria do direito divino, O homem é um
que afirmava basicamente serem os poderes monárquicos concedidos por ser belicoso para
Hobbes. A sua
Deus, justificando a autoridade sem limites e invalidando o questionamento obra mais conhe-
às determinações reais (Bossuet). Bossuet foi, inclusive, tutor do filho mais cida é O Leviatã
velho de Luís XIII. O Delfim, o Primogênito da França (Premier Fils de (1651).
France), fora educado por um teórico do Absolutismo. Ao ser coroado Luís
XIV, o jovem soberano começou a mostrar que havia aprendido as lições.
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História Moderna I
Jean Bodin
Nasceu em Angers,
França. Foi filó-
sofo e magistrado.
Estudou na Uni-
versidade de Tou-
louse, da qual de-
pois foi professor.
Em seu livro Seis
Livros da Repúbli-
ca (Les Six Livres
de la République),
de 1576, Bodin
apresenta pioneir-
ismo ao abordar de Luís XIV.
modo sistemático (Fonte: http://2.bp.blogspot.com).
o problema da so-
berania. Com a chegada de Luís XIV ao trono, a burguesia e a nobreza foram
controladas, adequadamente submetidas a ele. Seus ministros atuavam como
funcionários. Cuidadosos para manter seu poder, o rei e seus conselheiros
demonstraram grande preocupação com a imagem real. O resultado desta
preocupação foi um governo marcado por rituais solenes, por espetáculos
e pelo exercício minucioso de produção da imagem do rei.
Em seus 72 anos de reinado, Luís teve a sorte de contar com artistas,
escritores e compositores habilidosos a seu serviço. Procurando imple-
mentar uma imagem positiva sobre si e sobre os seus atos, o rei cercou-se
das artes, utilizando-a como um instrumento legitimador, uma ferramenta
política fundamental. Ao fazer isto, inaugurou uma tradição e virou modelo
para outros monarcas.
Durante o governo de Luís, diversas produções apareceram para
representá-lo. O rei viu-se envolvido em diversos rituais, por balés, óperas
nas quais ele poderia representar o próprio Apolo, peças teatrais, entradas
triunfais (a Entrée triomphante) em Paris após suas vitórias. Sua efígie
aparecia em moedas comemorativas, estátuas equestres foram erguidas
em sua homenagem. Inúmeros retratos foram pintados do rei. Graças a
isto, podemos acompanhar toda a sua vida, pois há retratos de Luís bebê,
garoto, adolescente, homem feito e idoso. Até o momento da sua morte foi
representado. Luís XIV foi pintado como Apolo, Carlos Magno, Alexandre.
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Aula
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História Moderna I
CONCLUSÃO
RESUMO
O Absolutismo nasceu no século XVI como uma resposta política ao
contexto de crises vivenciadas pela Europa. A doutrina que justificava o
regime, porém, só foi sistematizada na primeira metade do século XVIII. Em
tese, o absolutismo defende o “poder absoluto” ou a “soberania absoluta”
do Estado. O regime revela uma complexa relação entre o rei, a burguesia
e a nobreza. No que se refere ao seu aspecto econômico, o Absolutismo
funcionou baseado em um conjunto de práticas econômicas chamadas de
mercantilismo. Entre os principais teóricos absolutistas podemos indicar:
Jean Bodin, Jacques Bossuet e Thomas Hobbes. O melhor exemplo que se
pode apontar de um soberano que aplicou os princípios do Absolutismo
é Luís XIV, monarca da França que ficou conhecido como o “Rei Sol”. O
ministro das finanças de Luís, Jean-Baptiste Colbert, fomentou a imple-
mentação de práticas mercantilista.
ATIVIDADES
1. Nesta aula, falamos de um sistema que ficou conhecido por sua capacidade
de centralizar o poder nas mãos do soberano e transformar a economia em
um problema nacional. Sabendo disto, escolha um dos filmes indicados
em nossa filmografia e elabore uma reflexão sobre como o Absolutismo
é representado nele. Responda aos seguintes questionamentos: o filme se
afasta do texto? Em quais aspectos? Por quais motivos o diretor optou
por tal interpretação do Absolutismo? Qual o tempo narrado no filme
escolhido, isto é, sobre que época ele fala? E qual o tempo da narrativa
do filme escolhido, qual a época em que o filme foi produzido? Como o
mundo estava neste período?
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O Absolutismo
Aula
AUTOAVALIAÇÃO
A atividade proposta sugere ao aluno exercitar a sua capacidade crítica.
Apontamos a observação do filme em relação ao conteúdo da aula não
para que ele procure “erros” na produção cinematográfica, mas para que a
entenda como uma produção de nossos dias, como uma interpretação do
passado, mas com os olhos e as pessoas do presente.
FILMOGRAFIA INDICADA
KAPUR, Shekhar. Elizabeth: a Era de Ouro. Inglaterra,
2007. 114 min. Sinopse: Continuação da narrativa fílmica
de 1997 de Elizabeth, de Shekhar Kapur. Apresentam-se
os momentos que antecedem aos conflitos entre as forças
britânicas e a Invencível Armada de Felipe II. Além disto,
Elizabeth enfrenta um adversário inesperado: o amor.
Observações: O filme mantém a qualidade fotográfica e
os figurinos do primeiro filme. É adequado observar os
enquadramentos diferenciados do filme. O diretor opta
por filmar a rainha a partir de ângulos distanciados, explora
cenários gigantescos e os coloca em contraste com as figu-
ras humanas, que parecem diminutas em diversas cenas.
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História Moderna I
REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4 ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2000.
ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasil-
iense, 1985.
BURKE, Peter. A fabricação do rei: a construção da imagem pública de Luís
XIV. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Perspectiva, 1994.
FALCON, Francisco José Calazans. Despotismo Esclarecido. São Paulo:
Ática, 1986.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o
dicionário da língua portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
MARQUES, Adhemar Martins et alli. “O Estado absolutista na Europa
moderna”. In: História Moderna através de textos. 10 ed. São Paulo: Con-
texto, 2003.p.54-66
REZENDE, Cyro. Sistema econômico comercial. História Econômica
Geral. 3 ed. São Paulo: Contexto, 1997.
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