Elementos de Máquinas e Mecanismos
Elementos de Máquinas e Mecanismos
Elementos de Máquinas e Mecanismos
Thiago Romanelli
romanelli@usp.br
Objetivo
Material no e-Disciplinas
Conceitos básicos
Elemento de máquina
Par cinemático
Mecanismo
Cadeia cinemática
Bastidor
Conceitos básicos
Par cinemático – dois elementos ligados entre si e a vinculação pode ser por:
ponto – o dente de
elemento flexível –
engrenamento das
correias
engrenagens
• Eixo X Árvore
Eixo é um elemento fixo, não submetido a esforço de torção e que apenas suporta
rodas, polias, etc. Como exemplo tem-se o elemento que suporta as rodas de uma
carreta agrícola.
Duas polias formam um par cinemático quando unidas por um elemento flexível
denominado de correia. Uma polia sempre será a motora e a outra a movida.
Cada tipo de correia corresponde a um tipo de polia.
As correias podem ser planas, em couro, borracha, lona ou mistas e servem para
transmissão ou para transporte.
As polias normalmente são de aço, alumínio ou madeira.
.
Elementos de transmissão de movimento: engrenagens
Nos primórdios eram rudimentares e construídas em madeira. Hoje são de ferro fundido, no caso de
transmissões de baixa velocidade e torque, ou usinadas em aço e de alta precisão nas transmissões
mais complexas.
São classificadas pela sua forma construtiva, definindo suas aplicações. Existem engrenagens
cilíndricas, helicoidais, cônicas e tipo parafuso sem-fim.
• As engrenagens cilíndricas são utilizadas somente em árvores paralelas e podem ser de dentes
retos, inclinados ou duplos (em “V”). Elas podem ter dentes internos ou externos.
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Elementos de transmissão de movimento: engrenagens
Embora pareça um princípio ultrapassado de transmissão, as rodas de atrito têm sua aplicação, inclusive em
máquinas agrícolas e florestais. A maior desvantagem que têm em relação aos outros princípios é o espaço
ocupado. Para que haja atrito tem que haver superfície e em transmissão de potências elevadas essa superfície
pode se tornar inviável.
As características e tipos são semelhantes às engrenagens, podendo ser para eixos paralelos ou não. A maior
diferença entre ambas é que nas engrenagens é impossível haver deslizamento. Nas rodas de atrito ele existe e
em alguns casos é até necessário, por isso a utilização desse princípio.
As rodas de atrito são construídas com diferentes materiais, porém na banda de contato utilizam-se materiais
antifricção como borrachas, couro e modernamente, algumas ligas metálicas.
Elementos de união
Muitos elementos têm funções aparentemente secundárias, porém a sua ausência pode
inutilizar uma máquina.
Por exemplo, o parafuso no cabeçote de um motor. Se mal apertado ou ausente pode
inutilizar o motor em poucas horas de funcionamento. Os órgãos de união servem,
portanto, para unir outros órgãos e podem ser subdivididos em desmontáveis, fixos e
flexíveis.
Elementos de união
- desmontáveis
- acoplamentos rígidos
Os acoplamentos ocorrem normalmente entre duas árvores, por exemplo entre a árvore
de manivelas de um motor estacionário e uma bomba de irrigação. Dependendo da
exatidão desse alinhamento podem ser utilizados diferentes tipos de acoplamentos. Os
acoplamentos rígidos se caracterizam por vínculo completo entre as partes. Os
elementos envolvidos nesse tipo de acoplamento são as chavetas, árvores estriadas e as
flanges (unidas com parafusos e porcas).
Elementos de união:
-desmontáveis
- acoplamentos rígidos
flange
chaveta árvore estriada
Elementos de união:
-desmontáveis
- acoplamentos flexiveis (com elementos)
Essa árvore recebe movimento do motor e tem na sua parte terminal, já fora do trator,
um acoplamento rígido estriado.
As máquinas a serem acionadas são a ela acopladas, porém não estarão alinhadas com a
TDP. Portanto, entre a TDP e o ponto de destino do movimento rotativo que passa para
a máquina, devem existir órgãos que permitam a transferência do movimento rotativo
com ângulos, às vezes de 30° ou mais.
Elementos de união:
-desmontáveis
- juntas universais
Elementos de união:
-desmontáveis
- mancais de deslizamento
Os mancais sempre existirão na união entre árvores ou eixos e bastidores, eixos e
rodas ou entre elementos especiais como biela e árvore de manivelas no motor.
Permitem o movimento relativo entre duas superfícies e minimizar o atrito presente.
Independentemente do tipo de mancal, o atrito é tanto maior quanto maior for o
esforço atuante sobre a união. Esses esforços podem ser radiais, axiais ou angulares,
também denominados de combinados.
Eles podem ser de deslizamento, também conhecidos como mancais de fricção e
nesse caso podem apresentar ou não uma camisa de material mais macio que o da
árvore ou eixo para que se desgaste e seja substituída sem desgastar a árvore ou eixo.
Essa camisa normalmente é feita de bronze.
Elementos de união:
-desmontáveis
- mancais de deslizamento
Elementos de união:
-desmontáveis
- mancais de rolamento
Elementos de união:
-desmontáveis
- parafusos e porcas
tipo prato
Elementos de transformação de movimento
Alguns pares cinemáticos têm funções bastante nobres e fundamentais. A transformação
de movimento rotativo em linear, ou o seu inverso, são comuns em motores e em muitas
máquinas agrícolas e florestais. Especificamente podem ser citadas:
• biela e árvore de manivelas que transformam o movimento retilíneo de um êmbolo em
giro do motor produzindo, nesse processo, o torque;
• came do sistema de comando de válvulas de um motor, que transforma movimento
rotativo da árvore do comando de válvulas em movimente linear das válvulas;
• excêntricos em geral, comuns, por exemplo, em máquinas que utilizam peneiras,
transformando movimente rotativo em linear alternativo para agitar as peneiras.
Elementos de transformação de movimento:
- biela
- came
- excêntrico
Mecanismos de transmissão
por engrenagens
transmissão direta
por correia
hidrostática
por corrente
Transmissão com mecanismo de segurança
limitadores de torque
freios
acoplamentos direcionais (catracas)
Eficiência de transmissão
Ef = Psaída / Pentrada
Relações de transmissão:
Relação de transmissão: i = D2 / D1
D1 N1 T1 D2 N2 T2
D2 / D1 = N1 / N2 = T2 / T1
Exemplo:
Motor elétrico:
N1 = 1750 rpm
T1 = 20 Nm
polia do motor D1 = 220 mm
D1 N1 T1 D2 N2 T2
Moinho
polia do moinho D2 = 410 mm
Ef = 0,97 D2 / D1 = N1 / N2 = T2 / T1
i = ?
N2 = ?
P2 = ? N2 = N1 D1 / D2 P2 = 2 π N2 T2
Relação de transmissão: i = D2 / D1 N2 = 1750 220 / 410 P2 = 0,97 P1
i = 410 / 220 N2 = 939 rpm P2 = 0,97 2 π N1 T1
Z1 N1 T1 Z2 N2 T2
Z2 / Z1 = N1 / N2 = T2 / T1
Exemplo:
Motor elétrico:
N1 = 1750 rpm
T1 = 25 Nm
engrenagem do motor Z1 = 15 Z1 N1 T1 Z2 N2 T2
Moinho:
engrenagem do moinho Z2 = 35
Z2 / Z1 = N1 / N2 = T2 / T1
Ef = 0,98
i = ?
N2 = ?
P2 = ? P2 = 2 π N2 T2
Relação de transmissão: i = Z2 / Z1
T2 = (Z2 T1 / Z1) Ef
i = 35 / 15 = 2,33 : 1 T2 = (35 25 / 15) 0,98
= 2,33 (de redução da rotação) T2 = 57,2 Nm
N2 = N1 Z1 / Z2 P2 = 2 π (750 / 60) 57,2
N2 = 1750 15 / 35 P2 = 4492,3 W
N2 = 750 rpm