Teabalho de Africa
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MANIFESTAÇÃO DE RESISTÊNCIA
INTRODUÇÃO
Compreendendo essa importância que o presente trabalho busca analisar a
manifestação da religião afro em terras brasileiras nos período da colonização. Igualmente,
entendendo que a religião por ter sido em seu princípio cultuadas por uma classe social
escravizada e por longos anos de história marginalizada e excluída, a expressão dessa fé por
muitos anos por consequência se tornou uma forma de resistência social desse povo.
A troca cultural como uma via de mão dupla, também provocará novas tradições e
interações luso, com o meio ao qual exploravam. Ainda que essas pinceladas, não tenham
mudado o rumo da história e poupado a barbárie colonizadora, motivara a formação de uma
nova cultura social luso-brasileira.
Por conseguinte, tão significante quantos os outros aspectos, a transmigração africana
para a colônia, seria o último ingrediente para a formação multicultural brasileira. O
comércio transatlântico não trouxe consigo apenas uma mão de obra escrava, também
carregou uma multi etnicidade e nacionalidades que encheram de cores, sabores, sons,
vocábulos, danças e religiosidades, formando assim variantes da cultura imposta pela
colonização. O início do processo de escravidão no Brasil no século XVI, motivado pela
colonização exploratória portuguesas das terras brasileira. “E aqui entraram negros das mais
diversas procedência sudaneses e bantus, da Costa d’ Africa, e da Contra costa, - de Angola,
da Costa dos Escravos, do Congo, da Costa do Ouro, Moçambique” (CARNEIRO. 12:1936).
Desembarcados na Bahia, Rio de Janeiro e outros estados, e vendidos nacionalmente,
os africanos escravizados, eram distribuídos de forma ordenada para que ficassem separados
de seus grupos linguísticos e culturais, dificultando assim a interação e comunicação entre
eles. Trabalhavam desde as zonas rurais na produção de monoculturas, dos engenho,
mineração e café, aos centros urbanos, nas mais diversas atividades, classificando-os como
escravos de ganho1. Contudo todo o processo de repressão e violência do período não foi
recebido sem uma resposta revoltosa dos escravizados, que ao longo da história manifestaram
diversas revoltas como Quilombo de Manoel Congo 2, Balaiada 3e Males4. “Elemento ativo
no progresso do país o negro reagiu ainda, mansamente, influindo no folclore, na religião, na
composição étnica do Brasil. E, mesmo trazendo algumas moléstias a mais…” (CARNEIRO.
13:1936)
Destarte, toda a história da formação social e cultural do Brasil foi provida de
antagonismo. A violência do colonizador, ao contrário de apagar, incendiou respostas de
resistências, negras e autóctones. E é dessas manifestações, expressadas na música, nas
crenças, nas festividades, que deram formação a identidade nacional e cultural do Brasil.
Nesses momentos, a distância da terra natal era diminuta ao som dos tambores
(batuques), florescendo o sentimento de união entre as diferentes etnicidades que se
encontravam no denominador comum, a terra natal, a condição de escravos e a luta diária de
permanecerem vivos. A medida que os anos vão passando, e vão surgindo diferentes meios
de se libertarem dessa condição de escravizados, quer seja pela fuga aos quilombos, pelo
suicídio ou pela compra da alforria, a sociedade brasileira ganhará um novo grupo social de
negros libertos, que desenvolveram as primeiras casas de religião.“São esses negros livres
que, mais ainda que os outros, fazem-se os mantenedores das religiões africanas, reunindo
fiéis nas casas humildes, segundo suas respectivas nações[...]”(BASTIDE. 76:1960)
A religião afro irá sair do interior, das grandes fazenda e alcançar os centros urbanos
com a formação de centros de irmandade negra, únicas organizações que a legalidade
colonial permitia. Auxiliando como importante influência para perpetuar as tradições
culturais africanas,“as confrarias serviam de veículo de diversas tradições africanas, que se
conservaram pela frequência dos contatos, pela conservação da língua e outras razões
semelhantes” (VALENTE. 2007:2011. apud. Scarano. 1976:150). Mesmo que a Igreja
utiliza-se as organizações para a catequização dos escravizados, a indisponibilidade de
missioneiros que soubessem falar as diferentes linguagens, das múltiplas nacionalidade,
dificultavam o sincretismo religioso. Como complementa Bastide
Devemos de início notar que essas confrarias foram sobretudo confrarias de bantos
e que os ioruba os Daomeanos foram menos atingidos. Em segundo lugar, os
africanos continuaram a falar suas línguas primitivas e, não obstante o desejo da
Igreja de fazer vir missionários conhecedores das línguas africanas para
evangelização dos escravos do Brasil,(71) este esforço não pode ser tentado mais de
uma vez; as confrarias assim protegidas pela ignorância lingüistica, contra o
controle de seus sacerdotes, puderam amiúde servir de refúgio a crenças muito
menos ortodoxas. (BASTIDE. 79:1960)
CONCLUSÃO
É nessas variantes culturais, que encontraremos o encontro de África e Brasil, da
ancestralidade Africana na formação brasileira. Todo processo de construção colonial e das
barberie desse sistema sobre o colonizado, provou como a historiografia negra e indígenas
verdadeiros crimes, genocídios, que na atualidade violam os direitos humanos. Assim, no
presente período legitimados pela missão civilizadora e evangelizadora, constituíram o maior
método de exploração e acúmulo primitivo da idade moderna.
Entretanto, como a história e sociedade, são formadas por antagonismo o contato
entre europeus e indígena e africanos resulta, não só em desalentos para essas duas
civilizações, como também na formação de diferentes movimentos de resistência e
organização sociais de solidariedade, de manifestação culturais que propiciaram não só uma
maneira de sobreviver a um contexto de violência, como igualmente originou essa mistura
cultural brasileira
REFERÊNCIA
BASTIDE, Roger. As Religiões Africanas no Brasil. São paulo: Editora São Paulo. 1985