Apostila Vol
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Apostila Vol
0 - INTRODUÇÃO
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relativa, isto é, existe um teor mínimo e um máximo de energia no meio que estabelece
uma condição de estagnação do metabolismo.
Nos vegetais, encontram-se semelhanças em alguns aspectos. Apesar de no geral, terem
maior amplitude de suporte em relação a energia do meio, também são susceptíveis a
valores mínimos e máximos.
O estado de valor energético mínimo admissível ao meio para determinada planta, vem
estabelecer nesta uma paralisação em seu processo de auto produção de alimento e
condicionar as transformações metabólicas a um valor mínimo vital.
Acima desse valor mínimo, a planta utiliza a energia do meio nos processos metabólicos.
Essa energia condiciona a aceleração dos processos vitais, a partir do valor mínimo até
um valor ótimo, decrescendo a sua atividade até um limite superior de energia no meio.
Isto se deve ao fato da planta durante o processo de síntese de alimentos, com utilização
de gás carbônico e vapor d’água do meio, possuir o processo inverso de respiração e
transpiração. Quando a energia do meio alcança um valor tal que o estímulo à respiração
é de dimensão equivalente ao sintetizado pelo gás carbônico e vapor d’água, pelo
processo fotossintético, ocorre o que é chamado de ponto de compensação (τ) , isto é, o
produto da reação fotossintética é consumido pela respiração, resultando em fotossíntese
líquida igual a zero.
Outro fato advém, que, quando a energia do meio alcança um valor elevado, a planta é
sugerida a perder água pelo processo de transpiração, em velocidade maior do aquela
que seria possível captar pelo, sistema radicular e transportar até as folhas. Essa situação
sugere providências da planta no sentido de fechamento dos estômatos, e
conseqüentimente em queda da razão fotossintética.
No intervalo dessas situações limites, a planta utiliza a energia do meio, como estímulo às
reações bioquímicas que caracterizam o seu metabolismo. É interessante frisar que
essas reações bioquímicas tem finalidades dirigidas aos estágios fenológico da planta, e
que elas devem ser completadas para estar completo cada estágio fenológico. Em um
meio de alta energia, ocorre o aceleramento dos processos bioquímicos, e isso vem
antecipar a complementação dos estágios fenológicos da planta, em relação ao meio
ambiente de baixa energia. Isto, em síntese, significa que o ciclo da planta, tem a sua
duração condicionada a energia do meio, desde que sejam as outras condições em
situação de otimização, isto é, a umidade e o teor em nutriente do solo.
Finalmente a quantidade de energia que a planta necessita em cada estágio, é um valor
praticamente constante para o mesmo cultivar.
Em virtude dessa característica, assume-se que seria possível estabelecer um critério de
análise de crescimento e de previsão de tempo para cada estágio fenológico, baseando-
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se na energia do meio. Como já foi dito, essa energia é expressa pela temperatura do ar,
logo, o estudo refere-se aos critérios de avaliação da temperatura do ar.
A temperatura é um dos fatores principais que controla o crescimento das plantas e
também sua distribuição sobre a terra.
Muitos processos fisiológicos nas plantas superiores ocorrem entre temperaturas de 0o a
40oC. Portanto, existe uma ampla faixa de temperatura para o crescimento, ainda que
algumas culturas sejam mais adaptadas a relativamente baixas, moderadas ou até altas
temperaturas. O melhoramento genético tem ampliado esta faixa nas últimas décadas. Do
ponto de vista agronômico, entretanto, a temperatura é ainda de vital importância para o
crescimento da planta, seu desenvolvimento e rendimento.
Uma vez que a temperatura requerida por uma certa espécie seja conhecida, a escolha
de uma área favorável pode ser feita, uma vez que médias de períodos longos de
variação anual e diurna da temperatura são freqüentemente disponíveis em todas as
partes do mundo. Alem disso, em temperaturas sub-ótimas, um aumento na temperatura
em casa de vegetação, cobertura plástica, pode ser obtido, mas tais instalações
requerem, freqüentemente, altos investimentos de capital. A aplicação de tais técnicas é
somente viável guando altos retornos de capital são esperados.
A prevenção contra a temperatura excessiva do ar e mudanças moderadas na
temperatura do solo são mais freqüentemente usadas.
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ou diminuirá, se a temperatura das plantas subir ou diminuir muito, e atingirá um ótimo
num nível intermediário de temperatura.
A temperatura de uma planta é determinada por sua relação com o ambiente. Se uma
planta fornece mais energia do que recebe, ela se tornará mais fria e vice-versa. Quando
os fluxos internos de energia forem iguais, a planta estará em balanço termal com o
ambiente.
4.1 - Radiação
É quantitativamente o mais importante dos três processos. Com relação a esta existem
duas formas:
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4.2 - Transpiração
Este segundo processo de transferência de energia faz com que as plantas se livrem do
excesso de calor, convertendo a água das folhas em vapor d’água que passa para a
atmosfera circundante.
Este processo consome energia e, portanto, a folha transpirante torna-se mais fria. O
vapor d’água é emitido através dos estômatos. A abertura e fechamento dos mesmos são
controlados por células especializadas de forma alongada, na epiderme das folhas,
denominadas células guardas. Normalmente, os estômatos estão fechados durante a
noite e abertos durante o dia.
A eficiência da transpiração em transferir energia pode ser julgada pelo fato de que a taxa
de transpiração, de somente 0,0005g de água cm-2 min-1 causa uma perda de energia de
aproximadamente 0,3 cal e isto é suficiente para baixar a temperatura da folha
transpirante de até 150 C.
Nos dias quentes, durante o período da manhã, as folhas iluminadas das plantas
constantemente aumentam de temperatura, e sua atividade fotossintética aproxima-se do
nível ótimo.
Ao meio dia, quando a taxa de calor está no máximo, a taxa de transpiração da folha é
também a mais alta, e produz o máximo de efeito resfriante.
Entretanto, apesar da transferência de energia pela transpiração, a temperatura da folha
alcança um nível acima do ótimo, e o processo fotossintético baixa. A concentração de
gás carbônico nas células guardas aumenta e os estômatos se fecham eliminando-se a
transpiração; a temperatura das folhas aumenta cada vez mais e a fotossíntese pára.
Neste ponto a folha murcha e a planta parece estar a ponto de uma catástrofe termal.
Felizmente, a murcha transforma a orientação das folhas com respeito à iluminação direta
do sol, e com isso, a taxa de calor se reduz.
A temperatura da folha torna-se mais fria e permite o reinicio da fotossíntese, reduzindo
dessa forma a concentração de gás carbônico nas células guardas e provocando a
reabertura dos estômatos.
Vários experimentos têm sido feitos demonstrando claramente que a transpiração é um
mecanismo eficiente para transferência de calor nas plantas. Um desse experimentos foi
realizado em câmaras de crescimento com temperatura controlada na qual se pode
reproduzir condições semelhantes à dos vales e das montanhas. Nesta câmara manteve-
se a iluminação constante e fez-se variar a temperatura desde 10oC até 60oC
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aproximadamente. Quando a temperatura do ar estava aproximadamente a 30oC ou
menos, as folhas das plantas testadas apresentavam-se mais quentes do que o ar
circundante. Quando a temperatura do ar subia acima de 30oC a temperatura das folhas
permaneciam mais frias que a temperatura do ar. Quando a temperatura das folhas
crescia, a transpiração das plantas aumentava lentamente até 41,5oC - efeito limite -.
Abaixo dessa temperatura, a taxa de transpiração era de 0,0005g/cm-2. min-1. Entretanto,
quando atingia a temperatura limite, a taxa passava para 0,0022g/cm -2.min-1. Esse
aumento de permeabilidade fez com que as folhas não se tornassem mais quentes que
42,0oC, mesmo quando a temperatura do ar circundante estava cerca de 20 oC mais alta
do que aquela.
Num outro experimento foram pintadas folhas de tomate com uma substância para
prevenir a abertura dos estômatos. Este tratamento, é claro, suprimiu a transpiração.
Quando foram medidas as temperaturas das folhas tratadas e não tratadas, verificou-se
que as folhas transpirantes erram mais frias que as não transpirantes, cerca de 5oC.
Estes experimentos entre outros, demonstraram a importância da transpiração no controle
de temperatura das plantas.
4.3 - Convecção
Este é o terceiro mecanismo que permite a transferência de energia entre as plantas e o
ambiente. Diferencia-se dos demais, principalmente porque poderá esfriar uma planta
quente e aquecer uma planta fria com igual facilidade, dependendo apenas se o ar é
mais quente ou mais frio que a planta.
A convecção atua através de uma fina zona atmosférica conhecida como camada limite
que contorna com ar calmo toda uma superfície.
A taxa de energia transferida através da camada limite depende da espessura da lâmina e
da diferença de temperatura entre o objeto e a atmosfera. No ar calmo, a camada limite
tem cerca de 1cm de espessura.
Por intermédio de fotografia especial, a camada limite e outras regiões de pouca variação
de densidade do ar pode se tornar visível, verificando-se também que o ar perto da
superfície de uma folha não é realmente calmo.
Consideremos uma folha iluminada que se tornou quente pela radiação solar. Se o ar é
mais frio que a folha, as moléculas de gás em contato com a superfície da mesma, serão
aquecidas por condução e ganharão energia. O aumento de energia das moléculas causa
a expansão da massa de ar e faz com que essa massa se expanda e suba para uma
camada mais alta.
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Enquanto o ar quente sobe, o ar mais frio o substitui ao longo da superfície das folhas e o
ar em contato novamente com a folha se torna aquecido e sobe sendo novamente
substituído, e assim sucessivamente.
À noite, ou sempre que a folha estiver mais fria que o ar, a situação é inversa. Na
escuridão a folha pode emitir mais energia do que recebe e torna-se mais fria que o ar
circundante. A convecção, então, força o ar mais quente a dar energia à folha mais fria,
enquanto as moléculas de gás perdem energia, o ar baixa até formar uma massa fria em
torno da base da planta.
Esta inversão aquecerá a folha que tende a estabilizar a sua temperatura a um ponto
próximo ao da temperatura do ar circundante.
A diminuição da eficiência da transferência de energia, a qual pode ocorrer, em noite claras
e calmas, quando a temperatura do ar cai perto do ponto de congelamento, pode causar
desastres a uma plantação de citros.
Existem várias maneiras de combater este início de congelamento das plantas e todos se
baseiam no princípio de criar correntes de ar entre as arvores.
O fluxo de ar aumenta a taxa de transferência de energia da atmosfera, aumentando o
calor ao redor das plantas, evitando que as mesmas atinjam o ponto de congelamento.
Tomando-se como exemplo a plantação de citros, verifica-se que um pequeno movimento
de ar rapidamente destroi a camada limite e, portanto, aumenta a taxa de condutividade
de transferencia de calor. Quando o fluxo de ar sobre a superfície da folha permanece
laminar ou não turbulento, a taxa de transferência de calor permanece proporcional à raiz
quadrada da velocidade do vento. O fluxo do ar, através da vegetação, entretanto,
rapidamente torna-se turbulento e quando isso ocorre, a taxa de transferência torna-se
quase proporcional à velocidade do vento.
Vários experimentos foram feitos procurando-se determinar a eficiência da convecção para
diferentes tamanhos de folhas. Resultados desses experimentos mostraram que, quando
o tamanho da folha aumentava, a taxa de transferência de calor para o ar por convecção e
por unidade de superfície da área tornava-se menor.
O papel da radiação, transpiração e convecção na vida das plantas, durante as horas
do dia, são diferentes daquelas durante a noite.
À noite, os valores de transferência são diferentes e influenciados por outros fatoras que
veremos a seguir:
1 - Com os estômatos das folhas fechados a transpiração é diminuída;
2 - Quando a temperatura da folha cai abaixo da temperatura do ambiente, o processo de
convecção torna-se inverso: adiciona energia do ar para a folha;
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3 - Entre o por do sol e o nascer do sol, a folha não tem taxa de radiação solar para
enfrentar. Embora a radiação termal continui através da noite, mesmo a saída dessa
espécie de energia é reduzida.
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6.1 - Método Simples
Soma-se as diferenças entre a temperatura média diária e temperatura base da planta
desde a germinação até a maturação da planta.
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temperatura de 14,5oC é igual, a 2, porque à dita temperatura as reações se produzem
duas vezes mais rápido que a temperatura de 4,5oC.
A velocidade de reação a uma temperatura qualquer se obtém, elevando o número 2 à
potência correspondente.
Em cada caso se calcula o expoente, subtraindo 4,5oC da temperatura dada e dividindo o
resíduo por 10.
Como se pode observar, segundo esta fórmula exponencial, a eficiência das temperaturas
se eleva em forma notável para as temperaturas altas.
Quando se deseja calcular a constante térmica pelo método exponencial, é necessário
substituir a temperatura média de cada dia pela velocidade de reação correspondente. A
estes valores também se chama de índices exponenciais.
A fim de evitar o cálculo do índice exponencial que corresponde a cada dia, recorre-se ao
uso de tabelas já preparadas para este fim. A Ecologia Agrária de Azzi, publicada na
Itália, em 1928, em sua página 85, traz uma destas tabelas. Finalmente somam-se todos
os índices.
O método exponencial sofre objeções para ser usado em países tropicais, pois, segundo
se tem demonstrado, as temperaturas elevadas, 38oC, 40oC, etc., são computados como
temperaturas muito eficientes.
Pelo contrário, ao se estudar o tema das temperaturas mínima, ótima e máxima para a
produção das fases, se viu que, a partir das temperaturas ótimas, qualquer elevação
térmica é perniciosa, ao invés de ser benéfica.
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b) População de plantas
Uma baixa população de plantas fará amadurecer mais cedo do que uma população mais
densa, desde que ervas daninhas não mascarem a diferença.
c) Tipo de solo
Os solos arenosos aquecem-se mais rapidamente do que os solos argilosos. Outras
variáveis tais como nível de fertilidade e características de umidade estão associados com
o tipo de solo.
d) Temperatura do solo
Durante o aquecimento da primavera, a temperatura do solo atrasa-se apreciavelmente
em relação à temperatura do ar. Portanto, unidades de calor acumuladas baseadas na
temperatura do ar podem ser altas demais. A temperatura do solo pode ser usada até à
emergência. Alguns pesquisadores reduziram a temperatura base da planta para 10oC e
usaram a temperatura do solo em lugar da temperatura do ar, na computação da
acumulação de calor.
e) Umidade
Solos pobremente drenados são frios e também causam maior número de problemas de
nutrição.
A maturação será retardada se a umidade é escassa na época de semeadura ou durante
o período inicial de crescimento, embora as unidades de calor sejam acumuladas.
9.0 -TERMOPERIODISMO
9.1 - Termocíclicas
Aquelas espécies que apresentam tecidos ativos à temperatura durante um ou mais
períodos anuais de variação da temperatura. Exemplo: plantas perenes e plantas
bianuais.
9.2 - Paratermocíclicas
As espécies anuais com tecidos ativos à temperatura em uma das termofases positiva e
negativa. Exemplo: cereais de inverno (trigo, cevada, etc.)
•
9.3 - Atermocíclicas
As espécies anuais com tecidos ativos à temperatura somente na termofase positiva do
termoperíodo anual. Exemplo: tomate, sorgo, milho, etc.
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EVAPORAÇAO
15
1.0 – INTRODUÇÃO
2.1.1 - Radiação Solar - a mudança de estado físico da água de líquido para vapor
demanda um consumo de energia da ordem de 590 cal.g-1 a uma temperatura ambiente
de 20ºC. O processo de evaporação é, fundamentalmente, um processo dependente da
energia disponível para a mudança do estado físico de água, sendo, portanto, a radiação
solar o fator isolado mais importante.
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e passam para o ar. A variação da temperatura da superfície da água em períodos curtos
pode exercer profundo efeito na quantidade de água evaporada.
2.1.4 - Vento - O efeito do vento na evaporação é exercido pela remoção do ar logo acima
da superfície evaporante. Normalmente, o vento retira, da camada acima da
superfície evaporante, o ar saturado ou próximo à saturação ficando sobre a mesma
superfície ar mais seco o que determina a manutenção do processo evaporativo. A
relação entre o vento e a evaporação é, entretanto, limitada. Acima de uma determinada
velocidade do vento a evaporação torna-se independentemente da mesma.
Para pequenas áreas, uma brisa leve (2m.s-1) já é suficientemente eficaz. Para grandes
superfícies de água 32 a 40km.h-1 seria um valor limite da velocidade do vento, acima da
qual não mais exerceria influência.
Outros fatores de menor importância podem ser citados: O armazenamento de calor ou
energia, especialmente em reservatórios ou evaporímetros de maior profundidade, a
pressão atmosférica - redução de pressão aumenta a evaporação-, umidade relativa do
ar, tamanho e profundidade da superfície evaporante, presença de sais e outras
impurezas, etc.
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sempre o sistema de cultivo em condições de máximo relacionamento com o meio. Como
é sabido, a planta retém em torno de 1 a 2% de água que utiliza, portanto, quanto maior a
quantidade de água utilizada, melhor o desempenho da planta.
19
profundidade e desenvolvimento do sistema radicular, densidade da vegetação e
condições atmosféricas. Provavelmente, o fator que exerce maior peso é a demanda
evaporativa da atmosfera.
20
evaporômetros, o mais importante é o tanque de evaporação tipo "Classe A" que consiste
em um recipiente circular de 121cm de diâmetro interno e 25,4cm de altura, construído de
chapa de ferro galvanizado. Ele é montado sobre um estrado de madeira de modo que o
fundo do tanque fique em torno de 5 a 10cm de distância acima do solo. O tanque é cheio
de água até uma distância de 5cm de sua borda superior. Para efeito de padronização,
deve-se recompensar o volume do tanque sempre que tenha se observado uma
evaporação acumulada em torno de 22,9cm de água, ou seja, quando o volume de água
for de aproximadamente 2,5cm de profundidade deste recipiente e, sempre retirar água
quando, após o nível do mesmo for superior aos 5cm de sua borda superior. A leitura
também é feita uma vez ao dia e, a evaporação para um período de 24 horas, é dada
pela diferença entre duas leituras consecutivas, com suas devidas correções.
Muitas vezes nos é impossível ter o conhecimento da perda real em água de uma
superfície vegetada, seja por não possuir o equipamento, seja por falta de condições para
sua manipulação, ou por qualquer outra condição adversa em termos práticos diários.
Dessa maneira, a nossa opção resume-se na escolha de um método de estimativa de
perda d'água da superfície vegetada em parâmetros meteorológicos medidos em local a
parte da cultura. Esse local pode ser desde um posto agrometeorológico completo, até um
posto termo-pluvio-evaporímetro.
Os métodos de estimativa de evapotranspiração potencial ou de referência são muitos,
mas, os mais disseminados e utilizados são três, sendo o critério referencial baseado no
modelo aero-energético de PENMAN, o critério de extrapolação a partir do tanque
"Classe A" e o modelo de THORNTHWAITE, baseado unicamente em índices térmicos
obtidos a partir de termômetros.
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eliminação da necessidade de medidas de superfície, não disponíveis em estações
meteorológicas comuns e, também, difíceis de serem obtidos com a exatidão requerida.
Coeficiente Angular ( ∆ )
1 mb = 0,1 KPa
O boletim da FAO, número 24, (FAO) de DOORENBOS & PRUITT (1977), apresenta uma
equação modificada de PENMAN para estimativa da Evapotranspiração de referência
(ETo). Essa equação modificada é conhecida hoje como PENMAN-FAO. As principais
modificações envolveram a função devido ao vento mais sensível do que a utilizada
originalmente por PENMAN, em 1956, e um fator de ajustamento c que é baseado nas
condições locais de clima e a hipótese de que G=0 (fluxo de calor no solo) para períodos
superiores a 24 horas.
∆ γ
ETo = c ( Rn − G ) + 2 ,7 W f ( es − e ) (05)
∆ +γ ∆ +γ
onde,
W f = ( 1 + 0 ,864U2 ) (06)
O déficit de pressão de vapor d’água é calculado pôr dois métodos. Equação 07, quando
a temperatura do ponto de orvalho é disponível e caso contrário a equação 08.
c = 0.68 + 0.0028 URmax + 0.018 Rs - 0.068 Ud + 0.013 Ud /Un + 0.0097 Ud (Ud /Un)
24
+ 0.430 x 10-4 URmax Rs Ud /Un (09)
i = (Ta/5)1.514 (11)
Esta metodologia permite estimar a evapotranspiração potencial, equação 14, a partir das
leituras ou observações diárias deste instrumento.
ETP = Et . Kp (14)
26
onde V é a velocidade do vento a 2m de altura; UR é a umidade relativa; WS é a distância
em metros do tanque ao extremo da cobertura vegetal que circunda o mesmo.
Algum tempo após a derivação de sua fórmula, PENMAN (1956) declarava, com
sinceridade, textualmente: "A expressão para Ea é demasiadamente simples para ser
verdadeira para todas as condições, mas ela é adequada para muitas". De lá para cá seu
método tem sido o mais usado, especialmente em trabalhos de pesquisa, quer na sua
forma original, quer nas inúmeras variantes com ligeiras modificações introduzidas por
muitos pesquisadores.
Conforme afirma CHANG (1968), as evidências experimentais suportam a assertiva de
que a equação de PENAM é a melhor. Dados analisados mais tarde pôr JENSEN (1973)
continuam evidenciando a superioridade do método de PENMAN.
Alguns autores afirmam que o método de PENMAN não parece dar bons resultados para
estimativas diárias, sendo recomendado para períodos de 5 ou mais dias. Entretanto
TANNER & PELTON (1960), em exaustiva análise de comparação do método de
PENMAN com o método do balanço de energia detalhado, concluíram que a aproximação
de PENMAN é válida para estimar a evapotranspiração potencial para períodos curtos,
como um dia.
Outro fator que, como no balanço de energia, em determinadas condições, causa erro no
método de PENMAN é a energia advectiva não computada. Esse erro, pode, entretanto,
ser minimizado na prática se forem tomadas precauções referentes às condições da
conceituação de evapotranspiração potencial (superfícies grandes e uniformes,
especialmente).
O termo Ea, conforme observa o próprio PENMAN (1956), não é um termo crítico em sua
equação. Um grande erro na estimativa de Ea resulta em pequeno erro na
evapotranspiração (ETP). Esta é, possivelmente, a causa principal de que estimativas
indiretas de es, como a feita pelo evaporímetro de Piche, estejam dando resultados
satisfatórios.
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4.2. A Fórmula de THORNTHWAITE
ou seja:
28
tensão da água no solo esteja próxima a uma atmosfera). O coeficiente Kc é definido
então em quatro estágios principais assim caracterizados:
Estágio I: Desde a semeadura até o início da emergência das plantas.
Estágio II: Desde a emergência das plantas até 80% do se desenvolvimento total.
Estágio III: Desde 80% de desenvolvimento até a maturação.
Estágio IV: Desde a maturação até colheita.
Cumpre notar que no estágio I, ocorre principalmente evaporação de solo nu, e nos
estágios seguintes a proporção entre evaporação e transpiração é determinada
principalmente pela densidade de cobertura.
Existe uma variação de Kc de cultura para cultura em função da densidade de cobertura,
do poste, de determinadas características aerodinâmicas da superfície, e biológicas da
planta.
5.1. Evapotranspiração Real
29
Para se determinar a evapotranspiração real (ETR) deve-se considerar o nível de água
disponível no solo. A evapotranspiração real (ETR) será igual a evapotranspiração
potencial (ETP) quando a água disponível no solo para a cultura for suficiente, ou seja,
ETR = ETP. A magnitude da ETR pode ser quantificada para períodos entre irrigações ou
chuvas intensas e para períodos mensais.
O conhecimento da evapotranspiração real é de grande valia, pois com ela é possível
estabalecer a relação evapotranspiração real e potencial, e assim estabelecermos um
coeficientes importante para a planta, o qual chamaremos de coeficiente da cultura (Kc).
Quando mais próximo da unidade for esse coeficiente tanto mais próximo das condições
ideais de crescimento e desenvolvimento se encontra a planta.
Dessa maneira tem-se uma idéia da importância que representa saber-se qual o valor
desse índice.
30
6.0 - BIBLIOGRAFIA
31
UMIDADE RELATIVA DO AR
32
1.0 - INTRODUÇÃO
Como um dos constituintes do ar atmosférico, o vapor d’água tem como característica, ser
variável em quantidade, de acordo com disponibilidade de água no local e energia do
meio. Apesar de ser um elemento variável em tempo e espaço é extremamente
importante, tanto no aspecto físico associado as suas características moleculares, como
no aspecto fisiológico, decorrente de sua dependência pelos seres vivos.
Como o vapor d’água é oriundo da superfície do solo, e sua concentração máxima é
próxima a ele e diminui a medida que se afasta da superfície. Também, as suas
interações físicas e fisiológicas com o meio, incluindo vegetais e animais determinam que
o vapor d’água seja considerado um elemento muito importante no estudo
bioclimatológico.
Falaremos aqui somente sobre as interações fisiológicas:
Com uma concentração praticamente nula nas regiões desérticas e nos extremos polares,
até 4% em volume, nas regiões tropicais quentes e úmidas, o vapor d’água é um do mais
importantes constituintes atmosféricos. Exerce papel de destaque no balanço de energia
próximo a superfície do solo. Além disso, sua presença é absolutamente indispensável
para toda espécie de vida na terra. É elemento decisivo no ciclo hidrológico, quer
transferindo água da superfície para a atmosfera, quer retornando, sob a forma líquida,
como chuva. Com isso, desempenha o papel de um agente termorregulador, impedindo
que a camada de ar junto ao solo se resfrie em demasia durante a noite. Ademais, ao
passar da fase líquida para a gasosa, absorve calor do ar circunvizinho, resfriado-o, e, ao
retornar da fase gasosa para a líquida, libera o calor latente acumulado; desta feita, estará
aquecendo a atmosfera. Possuindo máximas concentrações nas regiões tropicais e
equatoriais úmidas e mínimas nas latitudes elevadas e polares, acaba por estabelecer um
fluxo de vapor d’água das baixas para as altas latitudes e, ao condensar e precipitar,
aquece aquelas regiões. Com isso, o vapor d’água passa a desempenhar um papel
relevante no transporte do superávit de calor tropical em direção aos pólos. Quando o ar é
forçado a subir para as camadas superiores da atmosfera, o que é mais intenso nas
regiões tropicais e equatoriais, o vapor d’água, ao condensar, desempenha duplo papel:
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forma pesadas nuvens e transfere calor para a atmosfera superior, alimentando, assim,
não apenas chuvaradas intensas, mas também alguns dos mais temíveis fenômenos
atmosféricos - os tufões e os furacões. O vapor d’água é a maior fonte de energia latente
da atmosfera tropical.
0,622 e
q=
P − 0,378e
Note-se que a Umidade Específica é admensional, podendo ser expressa em g/g, kg/kg...
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É definida como a massa de vapor d’água contida na mistura em uma unidade de
massa do ar seco, expressa em g/g ou kg/kg. Difere da Umidade Específica apenas
porque está relacionada com o ar seco e não com o ar úmido (ar seco + vapor d’água ).
Pode-se expressá-la como:
e
r = 0,622
P
2.4 - Umidade Relativa ( UR )
Por um acordo internacional, a Umidade Relativa é definida como a relação entre a Razão
de Mistura observada e aquela que prevaleceria em condições saturadas, à mesma
temperatura. Expressa em percentagem (%), é dada por:
r
UR = x 100
rs
e
UR = x 100
es
ρv
UR = x100
ρ vs
q
UR = x100
qs
35
Existem, na literatura, várias expressões para o cálculo da pressão de saturação, obtidas
por integrações diretas a partir da equação de Clausius-Clapeyron.
Expressões mais elaboradas, proposta por Goff - Gratch, foram adotadas pela OMM
como padrão para o cálculo de es . Tais expressões, entretanto, são bastante extensas, o
que dificulta sua utilização em cálculos rápidos. Dentre as diversas expressões
apresentadas na literatura para o cálculo de es , aquelas propostas por Tetens mostram
ótimos resultados quando comparadas com as fórmulas de Goff - Gratch, podendo ser,
portanto, utilizadas na grande maioria das aplicações meteorológicas.
o
Usando temperatura em C e pressão em mmHg, as equações de Tetens podem ser
expressas como:
7 ,5 t
237 , 3+ t
es = 6,1068x10
9 ,5 t
es = 6,1077 x10 265,5+ t
37
NUVENS
38
NUVENS
1.0 – CONCEITO
Uma nuvem é um conjunto visível de minúsculas partículas de água ou gelo; ou dos dois,
em suspensão na atmosfera. A aparência de uma nuvem depende da natureza, das
dimensões e da concentração das partículas que a compõem; ela depende igualmente da
luz recebida, bem como das posições relativas ao observador e do astro iluminante em
relação à nuvem.
Existem numerosos métodos para medir o raio e a concentração das gotículas das
nuvens.
As gotículas das nuvens formam-se quando atingem o estágio de equilíbrio à medida que
a umidade relativa varia. Esta hipótese é aceitável quando a velocidade das correntes
ascendentes que dão nascimento às nuvens é fraca; ela é menor quando esta velocidade
é elevada. A formação das gotículas de nuvens começa quando a umidade relativa do ar
atinge o seu valor máximo paras os grandes núcleos. Se, nesse momento a queda de
temperatura é lenta, somente os grandes núcleos agem como centro de condensação; se,
ao contrário, a queda de temperatura é rápida, fracas super saturações se produzem
permitindo aos núcleos pequenos entrar em ação. De maneira geral, pode-se dizer que a
estrutura de uma nuvem depende da velocidade das correntes ascendentes, que lhe dão
nascimento bem assim como da concentração e dos raios dos núcleos de condensação.
As nuvens podem apresentar-se ao observador sob uma infinidade de formas. Como não
é possível descrever um número infinito de formas, é necessário limitar-se às formas
39
características freqüentemente observadas. A descrição dessas formas características
varia segundo as condições de observação.
As formas de nuvens mais típicas foram destinguidas em 10 gêneros; cada um desses
gêneros está subdividido em espécies, segundo a forma das nuvens e sua estrutura
interna.
Camada cinza, sombria, cujo aspecto torna-se delicado pelas quedas mais ou menos
contínuas de chuva ou neve, que atingem o solo na maioria das vezes; esta camada é
suficientemente espessa para mascarar o sol, de maneira total. Existe freqüentemente,
40
abaixo da base da camada, nuvens baixas, esfarrapadas, soldadas ou não com elas. O
nimbostratus, como o altostratus, é uma nuvem cuja extensão e espessura são
geralmente muito grandes. Ela é composta de gotículas de água, superfundidas ou não, e
de grandes elementos de precipitação, sólidos ou líquidos.
Camada ou banco branco ou cinza, ou branco cinza, dando geralmente sombra própria,
habitualmente ondulado ou composto de lâminas, seixos, rolos, etc, soldados ou não,
parcialmente fibrosos ou difusos.
O altocumulus é, em geral, composto de finas gotículas, o que indica a nitidez de seus
contornos.
O cirrocumulus é uma camada fina ou banco branco, sem sombra própria, constituída
por pequeníssimos elementos em forma de grânulos, rugas, etc., soldados ou não, e
organizados com mais ou menos regularidade. É geralmente composto de pequenos
cristais de gelo muito dispersos.
41
Nuvens separadas em forma de filamentos brancos e delicados, ou de bandas estreitas
ou placas, brancas, ou, na maior parte, brancas.
PRECIPITAÇAO
42
CAPÍTULO VI
PRECIPITAÇÃO
1.0 - CONCEITO
44
convergência horizontal em áreas de baixa pressão. A precipitação frontal resulta da
ascensão do ar quente sobre o ar frio na zona de contato entre duas massas de ar de
características diferentes. Se a massa de ar se move de tal forma que o ar frio é
substituído por ar mais quente, a frente é conhecida como frente quente, e se por outro
lado o ar quente é substituído por ar frio, a frente é fria.
As precipitações ciclônicas são de longa duração e apresentam intensidades de baixa a
moderada, espalhando-se por grandes áreas. São importantes, principalmente, no
desenvolvimento e manejo de projetos em grandes bacias hidrográficas.
45
As medidas realizadas nos pluviômetros ou pluviógrafos são periódicas; em geral, em
intervalos de 24 horas feitas normalmente às 09:00.
As grandezas características são:
Altura Pluviométrica - medidas realizadas nos pluviômetros e expressas em mm.
1mm de precipitação = 1 litro de água por metro quadrado (1mm = 1l/m2)
Intensidade de precipitação - é a relação entre a altura pluviométrica e a duração
da precipitação expressa, geralmente em mm/h ou mm/min.
Duração - período de tempo contado desde o início até o fim da precipitação.
Para uma grande área, é muito improvável que a informação de um pluviômetro seja
representativa. Isto devido a topografia da área e características da chuva.
Para tanto é conveniente que haja diversos coletores, distribuídos pela área. A partir daí é
necessário estabelecer um critério de análise.
_ ∑P P1 + P2 + P3 ...................Pn
hmm= ------ = -------------------------------------
N N
onde:
P é a precipitação em cada ponto
N é o número de pontos de observação
46
4.2 - MÉTODO DE THIESSEN
Esse método difere do anterior porque estabelece uma área de influência para cada
pluviômetro. A precipitação é ponderada de acordo com a superfície de domínio. É
estimado o volume para cada estimada superfície ( P1 x S1 ) e somando-se todos os
volumes encontrados divide-se pela área total. Obtém-se dessa maneira, a média
ponderada da altura de água precipitada naquela área. Esse método é eficiente onde a
topografia não é muito irregular.
A2
. P2
A1
P1 .
P6
. A6
. P3
. A3
P5
A5
P4 A4
Isoietas são chamadas as linhas que interligam pontos de mesma precipitação. Esse
método é o mais preciso de todos, pois independe das características de topografia do
terreno e das precipitações. Os pontos de mesma precipitação estabelecem as curvas
que serão utilizadas para a estimativa do valor médio da altura pluviométrica em qualquer
ponto. O produto desse valor médio, pela área correspondida, entre as isoietas, possibilita
a estimativa de volume precipitado naquela superfície. A soma dos volumes parciais
dividido pela área total resulta no valor ponderado médio da altura da água precipitada. O
método das isoietas é mais utilizado para grandes superfícies.
P1
S1
P2
S2
P3
S3
P4 S4
P5
S5
P6
48
5.0 - FREQUÊNCIA DE TOTAIS PRECIPITADOS
m
F = ------ ( Método Califórnia)
n
ou
m
F = ------ ( Método Kimbal )
n+1
49
6.0 - PERÍODO DE RECORRÊNCIA OU FREQÜÊNCIA DAS INTENSIDADES
1
T = -------
F
50
F
PRESSAO ATMOSFÉRICA
51
1.0 - INTRODUÇÃO
O ar, como todos os fluidos, exerce pressão sobre tudo o que estiver nele ou em volta
dele. A pressão do ar, na realidade, jamais fora notada até que o cientista italiano
Torricelli realizou sua famosa experiência em 1643. Torricelli usou um tubo de vidro reto
e estreito com uma das extremidades aberta e a outra fechada, enchendo-o com mercúrio
e colocando-o em pé, com a extremidade aberta submersa em uma bacia com mercúrio.
Uma coluna de mercúrio de aproximadamente 760 mm de altura ficou imóvel dentro do
tubo, sem voltar para a bacia, o que só era possível se a atmosfera estivesse fazendo
pressão sobre a superfície do mercúrio da bacia.
2.0 - CONCEITO
A pressão atmosférica é uma força, ou peso, distribuída igualmente sobre uma superfície,
sendo medida, geralmente em gramas por centímetro quadrado (gr/cm2). Na superfície da
terra, a pressão do ar é de cerca de 1kg/cm2. Isto, por sua vez, significa que o peso de
uma coluna de ar com 1 m2, estendendo-se do nível médio do mar até ao limite exterior
da atmosfera, pesa cerca de uma tonelada.
52
Os instrumentos usados para a medição da pressão atmosférica são: o barômetro de
mercúrio, o barômetro de aneróide e o barógrafo de aneróide.
Basicamente o barômetro de mercúrio é o instrumento mais preciso na medição de
pressão atmosférica. A pressão atmosférica é dada pelo comprimento da coluna de
mercúrio entre o nível da cuba e o menisco.
Modernamente foi adotado uma unidade internacional de pressão atmosférica, o milibar
(mb), para facilitar a representação sinóptica. A relação com o milímetro de mercúrio é de
1 mb = 0,75 mmHg.
Entretanto, a leitura do barômetro de mercúrio deve sofrer algumas correções. Essas
correções são as seguintes: correção instrumental (Ci), correção de temperatura (Ct) e
correção de gravidade (Cg).
t = 15 - 0,0065. z
53
Adotando os valores acima estabelecidos, pode-se determinar matematicamente a
variação da pressão P (mmHg) em função da altitude z (metro) como sendo:
Como um valor aproximado, pode-se dizer que a pressão decresce de 1/30 de seu valor,
numa dada altitude média, para cada 275 m de altitude. Se ao nível do mar a pressão for
de 760 mmHg, a 275 m ela terá caído 1/30 de 760, ou seja, 25,3 mmHg, sendo pois 760 -
25,3 = 734,7 mmHg.
54
Fig. 02 - Variação anual da pressão atmosférica
Pelo fato das amplitudes térmicas anuais crescerem com o aumento da latitude, ocorre
um aumento da amplitude anual da pressão atmosférica do Amazonas para o Rio Grande
do Sul. Como exemplo, a amplitude anual de pressão atmosférica é 1,8 mmHg em
Manaus, 4,0 mmHg em Franca-SP e 6,0 mmHg em Pelotas-RS.
Pelo fato do ar sobre o continente se aquecer mais no verão e se resfriar mais no inverno,
em relação ao ar sobre o oceano, as pressões sobre o continente serão menores no
verão e maiores no inverno que as pressões sobre o oceano.
As linhas que unem locais de mesma pressão reduzida ao nível do mar são denominadas
Isóbaras. As isóbaras formam núcleos em que a pressão cresce ou decresce em direção
ao seu centro. Os núcleos de pressão crescente são chamados de centro de alta pressão,
simbolizados por A e os de pressão decrescente são chamados centro de baixa pressão
simbolizados por B.
55
UMIDADE RELATIVA DO AR
1.0 - INTRODUÇÃO
Como um dos constituintes do ar atmosférico, o vapor d’água tem como característica, ser
variável em quantidade, de acordo com disponibilidade de água no local e energia do
meio. Apesar de ser um elemento variável em tempo e espaço é extremamente
importante, tanto no aspecto físico associado as suas características moleculares, como
no aspecto fisiológico, decorrente de sua dependência pelos seres vivos.
Como o vapor d’água é oriundo da superfície do solo, e sua concentração máxima é
próxima a ele e diminui a medida que se afasta da superfície. Também, as suas
interações físicas e fisiológicas com o meio, incluindo vegetais e animais determinam que
o vapor d’água seja considerado um elemento muito importante no estudo
bioclimatológico.
Falaremos aqui somente sobre as interações fisiológicas:
Com uma concentração praticamente nula nas regiões desérticas e nos extremos polares,
até 4% em volume, nas regiões tropicais quentes e úmidas, o vapor d’água é um do mais
importantes constituintes atmosféricos. Exerce papel de destaque no balanço de energia
próximo a superfície do solo. Além disso, sua presença é absolutamente indispensável
para toda espécie de vida na terra. É elemento decisivo no ciclo hidrológico, quer
transferindo água da superfície para a atmosfera, quer retornando, sob a forma líquida,
como chuva. Com isso, desempenha o papel de um agente termorregulador, impedindo
que a camada de ar junto ao solo se resfrie em demasia durante a noite. Ademais, ao
passar da fase líquida para a gasosa, absorve calor do ar circunvizinho, resfriado-o, e, ao
retornar da fase gasosa para a líquida, libera o calor latente acumulado; desta feita, estará
aquecendo a atmosfera. Possuindo máximas concentrações nas regiões tropicais e
equatoriais úmidas e mínimas nas latitudes elevadas e polares, acaba por estabelecer um
fluxo de vapor d’água das baixas para as altas latitudes e, ao condensar e precipitar,
aquece aquelas regiões. Com isso, o vapor d’água passa a desempenhar um papel
relevante no transporte do superávit de calor tropical em direção aos pólos. Quando o ar é
forçado a subir para as camadas superiores da atmosfera, o que é mais intenso nas
regiões tropicais e equatoriais, o vapor d’água, ao condensar, desempenha duplo papel:
forma pesadas nuvens e transfere calor para a atmosfera superior, alimentando, assim,
não apenas chuvaradas intensas, mas também alguns dos mais temíveis fenômenos
atmosféricos - os tufões e os furacões. O vapor d’água é a maior fonte de energia latente
da atmosfera tropical.
56
2.0 - QUANTIFICAÇÃO DA UMIDADE ATMOSFÉRICA
0,622 e
q=
P − 0,378e
Note-se que a Umidade Específica é admensional, podendo ser expressa em g/g, kg/kg...
e
r = 0,622
P
57
2.4 - Umidade Relativa ( UR )
Por um acordo internacional, a Umidade Relativa é definida como a relação entre a Razão
de Mistura observada e aquela que prevaleceria em condições saturadas, à mesma
temperatura. Expressa em percentagem (%), é dada por:
r
UR = x 100
rs
e
UR = x 100
es
ρv
UR = x100
ρ vs
q
UR = x100
qs
58
que dificulta sua utilização em cálculos rápidos. Dentre as diversas expressões
apresentadas na literatura para o cálculo de es , aquelas propostas por Tetens mostram
ótimos resultados quando comparadas com as fórmulas de Goff - Gratch, podendo ser,
portanto, utilizadas na grande maioria das aplicações meteorológicas.
o
Usando temperatura em C e pressão em mmHg, as equações de Tetens podem ser
expressas como:
7 ,5 t
237 , 3+ t
es = 6,1068x10
9 ,5 t
265,5+ t
es = 6,1077 x10
59
A Temperatura do Ponto de Orvalho é definida como “ a temperatura na qual a
saturação ocorreria se o ar fosse resfriado à pressão constante e sem adição ou
remoção de vapor d’água Em outras palavras, é a temperatura na qual a quantidade de
vapor d’água atualmente presente na atmosfera estaria em sua máxima concentração.
Assim, a temperatura do ponto de orvalho poderá ser estimada por meio da seguinte
equação, fazendo e=es , ou seja:
60
PRECIPITAÇAO
1.0 - CONCEITO
62
As precipitações orográficas resultam de ascensão mecânica de correntes de ar úmido
horizontal sobre barreiras naturais, tais como montanhas. As precipitações da cidade de
Bonfim são exemplos típicos.
63
A maneira mais simples de se determinar o valor médio provável da precipitação, seria a
utilização da média aritmética desses coletores. Esse método é conhecido como método
aritmético:
_ ∑P P1 + P2 + P3 ...................Pn
hmm= ------ = -------------------------------------
N N
onde:
Esse método difere do anterior porque estabelece uma área de influência para cada
pluviômetro. A precipitação é ponderada de acordo com a superfície de domínio. É
estimado o volume para cada estimada superfície ( P1 x S1 ) e somando-se todos os
volumes encontrados divide-se pela área total. Obtém-se dessa maneira, a média
ponderada da altura de água precipitada naquela área. Esse método é eficiente onde a
topografia não é muito irregular.
E
A2
. P2
A1
P1 .
P6
. A6
. P3
. A3
64
P5
A5
P4 A4
Isoietas são chamadas as linhas que interligam pontos de mesma precipitação. Esse
método é o mais preciso de todos, pois independe das características de topografia do
terreno e das precipitações. Os pontos de mesma precipitação estabelecem as curvas
que serão utilizadas para a estimativa do valor médio da altura pluviométrica em qualquer
ponto. O produto desse valor médio, pela área correspondida, entre as isoietas, possibilita
a estimativa de volume precipitado naquela superfície. A soma dos volumes parciais
dividido pela área total resulta no valor ponderado médio da altura da água precipitada. O
método das isoietas é mais utilizado para grandes superfícies.
P1
S1
P2
S2
P3
S3
P4 S4
65
P5
S5
P6
ou
m
F = ------ ( Método Kimbal )
n+1
66
6.0 - PERÍODO DE RECORRÊNCIA OU FREQÜÊNCIA DAS INTENSIDADES
1
T = -------
67
FÓRMULAS PARA DETERMINAÇÃO DA ETP
Coeficiente Angular ( ∆ )
∆ = (eso - esa) / (To - Ta) (mb/ºC)
1 mb = 0,1 KPa
W f = ( 1 + 0 ,864U2 )
Fator de ajustamento
c = 0.68 + 0.0028 URmax + 0.018 Rs - 0.068 Ud + 0.013 Ud /Un + 0.0097 Ud (Ud /Un)
68
Método de THORNTHWAITE (1948)
i = (Ta/5)1.514
I = ∑ i (janeiro a dezembro)
ETP = Et . Kp
69