Anvisa - Higiene Das Mãos
Anvisa - Higiene Das Mãos
Anvisa - Higiene Das Mãos
Espera-se com esta publicação proporcionar aos profissionais e gestores dos serviços
de saúde conhecimento técnico para embasar as ações relacionadas às práticas de hi-
gienização das mãos, visando à prevenção e à redução das infecções e promovendo a
segurança de pacientes, profissionais e demais usuários dos serviços de saúde.
Cláudio Maierovitch
Diretor da Anvisa
Em 1846, Ignaz Semmelweis, médico húngaro, reportou a redução no número de
mortes maternas por infecção puerperal após a implantação da prática de higieni-
zação das mãos em um hospital em Viena. Desde então, esse procedimento tem
sido recomendado como medida primária no controle da disseminação de agentes
infecciosos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio da Aliança Mundial para a Se-
gurança do Paciente, também tem dedicado esforços na elaboração de diretrizes e
estratégias de implantação de medidas visando à adesão à prática de higienização
das mãos.
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O QUE É HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS?
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As taxas de infecções e resistência microbiana aos antimicrobianos são maiores em
Unidades de Terapia Intensiva (UTI), devido a vários fatores: maior volume de traba-
lho, presença de pacientes graves, tempo de internação prolongado, maior quanti-
dade de procedimentos invasivos e maior uso de antimicrobianos.
As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas
utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e anti-séptico.
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•Antes de preparo de alimentos.
•Antes de preparo e manipulação de medicamentos.
• Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica.
Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não re-
queiram preparo cirúrgico
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos
das mãos do profissional de saúde.
Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos.
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Após risco de exposição a fluidos corporais
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi-
mos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros
profissionais ou pacientes.
Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com freqüência na rotina profissional.
Devem-se planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na seqüência: sítio
menos contaminado para o mais contaminado.
Outros procedimentos
Exemplos: manipulação de invólucros de material estéril.
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IMPORTANTE
USO DE ANTI-SÉPTICOS
Estes produtos associam detergentes com anti-sépticos e se destinam à higienização
anti-séptica das mãos e degermação da pele.
Indicação:
Higienização anti-séptica das mãos
• Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portado-
res de microrganismos multirresistentes.
• Nos casos de surtos.
Degermação da pele
• No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado
para toda equipe cirúrgica).
• Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de ca-
teter intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de
diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros.
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IMPORTANTE
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ÁGUA
SABÕES
Nos serviços de saúde, recomenda-se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido
ao menor risco de contaminação do produto. Este insumo está regulamentado
pela resolução ANVS n. 481, de 23 de setembro de 1999.
Recomenda-se que o sabão seja agradável ao uso, possua fragrância leve e não
resseque a pele. A adição de emolientes à sua formulação pode evitar resseca-
mentos e dermatites.
AGENTES ANTI-SÉPTICOS
Bactérias Bactérias
Grupo Gram- Gram- Micobactéria Fungos Virus Velocidade de Comentários
positivas negativas ação
Irritação de pele
Iodóforos +++ +++ + ++ ++ Intermediária menor que a de
compostos de iodo;
apresenta efeito
residual; aceitabili-
dade variável.
+++ excelente
++ bom
+ regular
- nenhuma atividade antimicrobiana ou insuficiente.
Fonte: Adaptada de CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Guideline for hand hygie-
ne in health-care settings: recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory
Committee and HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. MMWR v. 51, n. RR-16, p. 1-45,
Outubro/2002.
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PAPEL-TOALHA
IMPORTANTE
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LAVATÓRIOS
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Todos esses lavatórios devem ter fácil acesso e atender à proporção abaixo definida:
• Quarto ou enfermaria: 1 (um) lavatório externo pode servir a, no máximo, 4
(quatro) quartos ou 2 (duas) enfermarias.
• UTI: deve existir um lavatório a cada 5 (cinco) leitos de não isolamento.
• Berçário: 1 (um) lavatório a cada 4 (quatro) berços.
• Ambientes destinados à realização de procedimentos de reabilitação e cole-
ta laboratorial: 1 (um) lavatório a cada 6 (seis) boxes.
• Unidade destinada ao processamento de roupas: 1 (um) lavatório na área
“suja” (banheiro) e 1 (um) lavatório na área “limpa”.
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PORTA-PAPEL-TOALHA
SECADOR ELÉTRICO
Junto aos lavatórios e às pias, deve sempre existir recipiente para o acondicionamen-
to do material utilizado na secagem das mãos. Este recipiente deve ser de fácil lim-
peza, não sendo necessária a existência de tampa. No caso de se optar por mantê-lo
tampado, o recipiente deverá ter tampa articulada com acionamento de abertura
sem utilização das mãos.
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As técnicas de higienização das mãos podem variar,
dependendo do objetivo ao qual se destinam. Podem
ser divididas em:
IMPORTANTE
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HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS
Finalidade
IMPORTANTE
• No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize pa-
pel-toalha.
• O uso coletivo de toalhas de tecido é contra-indicado, pois estas permanecem
úmidas, favorecendo a proliferação bacteriana.
• Deve-se evitar água muito quente ou muito fria na higienização das mãos, a fim
de prevenir o ressecamento da pele.
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HIGIENIZAÇÃO ANTI-SÉPTICA
DAS MÃOS
Finalidade
Técnica
Finalidade
IMPORTANTE
• Para evitar ressecamento e dermatites, não higienize as mãos com água e sabão
imediatamente antes ou depois de usar uma preparação alcoólica.
• Depois de higienizar as mãos com preparação alcoólica, deixe que elas sequem
completamente (sem utilização de papel-toalha).
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ANTI-SEPSIA CIRÚRGICA OU PREPARO PRÉ-OPERA-
TÓRIO DAS MÃOS
Finalidade
As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser de cerdas macias e
descartáveis, impregnadas ou não com anti-séptico e de uso exclusivo em leito un-
gueal e subungueal.
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OUTROS ASPECTOS DA
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
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Anti-séptico degermante
Sabão (detergente) contendo um agente anti-sépti-
co em sua formulação; se destina à degermação da
pele. Exemplo: Clorexidina degermante a 4%; PVPI
a 10%.
Detergentes
São compostos que apresentam ação de limpeza
(Exemplo: surfactantes). O termo sabão é usado
para se referir a estes detergentes nesta publicação.
Serviço de Saúde
Estabelecimento destinado ao desenvolvimento de
ações de atenção à saúde da população, em regime
de internação ou não, incluindo atenção realizada
em consultórios e domicílios.