Redação Vunesp 2019
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SIM? NÃO?
Critérios de nota:
• A – Tema
• B – Estrutura e coerência (Tipo/ gênero; projeto de texto claro e bem
executado)
• C – Expressão (norma culta e elementos coesivos)
Há muito o consumo material relega à humanidade um ideário de
existência e sustento espiritual. Embora a aquisição de bens físicos tenha
trazido aos seres humanos um sentimento de alívio em meio aos seus mais
diversos afazeres cotidianos desgastantes, a compra desenfreada, ao longo
dos últimos anos, tornou-se pré-requisito básico para que homens e
mulheres vejam a causa de sua existência e (a) resolução de seus
problemas. Logo, aprofundar-se nessa doentia relação entre a psique
humana e o mundo material para o consumo é um ato de suma primazia.
SIM
De certa forma, a lógica capitalista incorporada mundialmente de que a
existência moral e física procede do simples ato de comprar é um conceito já
explanado pelo geógrafo brasileiro Milton Santos. Segundo ele, após o fenômeno
da globalização dos anos 1990, um redimensionamento moral humano acerca de
sua vivência nesse mundo é criado acerca de novos e persuasivos métodos
publicitários, logísticos e de integração humana como a internet. Por conseguinte,
essa revolução capitalista socioeconômica mundial permitiu com que a
humanidade criasse um ideário o qual atribui a existência e valores morais
humanos por base de bens que consome. Na prática, isso é rotineiramente
observado em milhares de compras via redes sociais, shoppings centers, sites
virtuais e entre outros meios.
Tópico frasal + reafirmação da tese + repertório + explicação da citação + assimilação + exemplo
Em vista disso, a supressão entre valores morais e éticos tão importantes
para a causa humana é mediada pelas compras. O filósofo britânico Nick Couldry,
com o seu livro “Por que a voz importa?”, já relata e demonstra como essa crise de
valores internos ocorre mediante da preocupação atual de consumo a fim de
garantir uma identidade própria, uma voz social que tenha importância. Contudo,
assim como o pensador relata e é observável na modernidade, o consumo apenas
investe o ser humano de existência por um curto período de tempo por suas
roupas e bens materiais da moda. Portanto, o ato de comprar garante o valor
existencial, mas efêmero e como resultado de uma crise interna de valores pessoais
pouco consolidados.
Destarte, a existência humana é atualmente alimentada pelo
consumo de bens físicos e aquisição de poder material. Abarcados em um
tempo e espaço controlados pela lógica capitalista ditadora de seus desejos
e marcados por uma decadência moral, homens e mulheres têm suas vidas
alimentadas e mantidas pelas compras. Desse modo, a formação de seres
humanos bestiais e alienantes é uma perspectiva futura caso esse panorama
de vidas inteiras regadas pelo consumo capitalista seja perpetuado ao longo
das próximas gerações.