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Capitalismo - As 12 Mentiras Que o Impulsionam

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1.

No capitalismo, qualquer pessoa pode enriquecer à custa

do seu trabalho
O objetivo oculto é obter o apoio acrítico dos trabalhadores no sistema e a sua
submissão, na esperança ilusória e culpabilizante em caso de fracasso de um dia
virem a ser também, patrões de sucesso.
Na verdade, a probabilidade de sucesso no sistema capitalista para o cidadão comum
é igual a ganhar na loteria. O “sucesso capitalista” é, com raras exceções, fruto da
manipulação e da falta de escrúpulos dos que dispõem de mais poder e influência.
As fortunas em geral derivam diretamente de formas fraudulentas de atuação.

2. O capitalismo gera riqueza e bem-estar para todos


Pretende-se fazer crer que a fórmula capitalista de acumulação de riqueza por uma minoria
dará lugar, mais tarde ou mais cedo, à redistribuição da mesma.
O objetivo é permitir que os patrões acumulem indefinidamente sem serem questionados
sobre a forma como o fizeram, nomeadamente sobre a exploração dos trabalhadores. Ao
mesmo tempo, mantêm nestes a esperança de mais tarde serem recompensados pelo seu
esforço e dedicação.
Este mito foi um dos mais difundidos durante a fase de “bem-estar social” pós-guerra, para
superar os estados socialistas. Com a queda do adversário soviético, o capitalismo deixou
também cair a máscara e perdeu credibilidade.

3. Estamos todos no mesmo barco


O objetivo é criar um complexo de culpa junto dos trabalhadores que permita aos
capitalistas arrecadarem os lucros enquanto distribuem as despesas por todo o povo.
Na verdade, o pequeno número de multimilionários, porque detém o poder, é sempre o
beneficiado em relação à imensa maioria do povo, quer em impostos, quer em tráfico de
influências, quer na especulação financeira, quer em off-shores, quer na corrupção e
nepotismo etc. Esse núcleo, que constitui a classe dominante, pretende assim escamotear
que é o único e exclusivo responsável pela situação de penúria dos povos e que deve pagar
por isso.

4. Liberdade é igual a capitalismo


O objetivo aí é tornar o capitalismo uma espécie de religião em que tudo se organiza em seu
redor e assim afastar os povos das grandes decisões macro-econômicas, indiscutíveis. A
liberdade de negociar sem amarras seria o máximo da liberdade.
Na verdade, sabe-se que as estratégias político-econômicas, muitas delas planejadas com
grande antecipação, são quase sempre tomadas por um pequeno número de pessoas
poderosas, à revelia dos povos e dos poderes instituídos, a quem ditam as suas orientações.
Nessas reuniões, em cúpulas restritas e mesmo secretas, são definidas as grandes decisões
financeiras e econômicas conjunturais ou estratégicas de longo prazo. Todas, ou quase todas
essas resoluções, são fruto de negociações e acordos mais ou menos secretos entre os maiores
empresas e multinacionais mundiais.

5. Capitalismo igual a democracia


O objetivo deste mito, que é complementar ao anterior, é impedir a discussão de
outros modelos de sociedade, afirmando não haver alternativas a esse modelo e todos
os outros serem ou se assemelharem a ditaduras.
Esta “democracia” não passa, pois de uma ditadura disfarçada. As “reformas
democráticas” não são mais que retrocessos, reações ao progresso. Daí deriva o
termo reacionário, o que anda para trás.
Tal como o anterior, este mito também serve de pretexto para criticar e atacar os
regimes de países não-capitalistas.

6. Eleições igual a democracia


O objetivo é denegrir ou diabolizar e impedir a discussão de outros sistemas político-
eleitorais em que os dirigentes são estabelecidos por formas diversas das eleições
burguesas, como por exemplo, pela idade, experiência, aceitação popular etc.
Na verdade, é no sistema capitalista, que tudo manipula e corrompe, que o voto é
condicionado e as eleições são atos meramente formais. O mito de que, onde há
eleições há democracia, é um dos mais enraizados, mesmo em algumas forças de
esquerda.

7. Partidos alternantes igual a alternativos


O objetivo deste mito é perpetuar o sistema dentro dos limites da classe dominante,
alimentando o mito de que a democracia está reduzida ao ato eleitoral.
Na verdade, este aparente sistema pluri ou bipartidário é um sistema
monopartidário. Duas ou mais facções da mesma organização política, partilhando
políticas capitalistas idênticas e complementares, alternam-se no poder, simulando
partidos independentes, com políticas alternativas. O que é dado escolher aos povos
não é o sistema que é sempre o capitalismo, mas apenas os agentes partidários que
estão de turno como seus guardiões e continuadores.

8. O eleito representa o povo e por isso pode decidir tudo


por ele
O objetivo deste mito é iludir o povo com promessas vãs e escamotear as verdadeiras
medidas que serão levadas à prática.
Na verdade, uma vez no poder, o eleito auto assume novos poderes. Não cumpre o
que prometeu e, o que é ainda mais grave, põe em prática medidas não enunciadas
antes, muitas vezes em sentido oposto e até inconstitucionais. Frequentemente, são
eleitos por minorias de votantes. Ao meio dos mandatos, já atingiram índices de
popularidade mínimos. Nestes casos de ausência ou perda progressiva de
representatividade, o sistema não contempla quaisquer formas constitucionais de
destituição.

9. Não há alternativas à política capitalista


Segundo Churchill: “A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não existe
nenhum melhor do que ela”.
O objetivo é impedir que outros sistemas sejam conhecidos e comparados, usando
todos os meios, incluindo a força, para afastar a competição.
Este mito faz parte da tentativa de intimidação dos povos de impedir a discussão de
alternativas ao capitalismo, a que se convencionou chamar o pensamento único.

10. A austeridade gera riqueza


O objetivo é fundamentalmente transferir para o setor público, para o povo em geral
e para os trabalhadores, a responsabilidade do pagamento das dividas dos
capitalistas. Fazer o povo aceitar a pilhagem dos seus bens na crença de que dias
melhores virão mais tarde.
Destina-se também a facilitar a privatização dos bens públicos, “emagrecendo” o
Estado, logo “poupando”, sem referir que esses setores eram os mais rentáveis do
Estado, cujos lucros futuros se perdem desta forma.

11. Estado menor, Estado melhor


O objetivo dos capitalistas é “dourar a pílula” para facilitar a apropriação do
patrimônio, das funções e dos bens rentáveis dos Estados. É complementar do
anterior.
Na verdade o que acontece em geral é o contrário: os serviços públicos privatizados
não apenas se tornam piores, como as tributações e as prestações são agravadas. O
balanço dos resultados dos serviços prestados após passarem a privados é quase
sempre pior que o anterior. Na ótica capitalista, a prestação de serviços públicos não
passa de mera oportunidade de negócio

12. A atual crise é passageira e será resolvida para o bem


dos povos
O objetivo dos capitalistas, com destaque para os financeiros, é seguir na pilhagem
dos Estados e na exploração dos povos enquanto puderem. Tem servido ainda para
alguns políticos se manterem no poder, alimentando a esperança junto dos povos de
que melhores dias virão se continuarem a votar neles.
Na verdade, tal como previu Marx, do que se trata é da crise final do sistema
capitalista, com o crescente aumento da contradição entre o caráter social da
produção e o lucro privado, até se tornar insolúvel.
Alguns, entre os quais os “socialistas” e social-democratas, que afirmam poder
manter o capitalismo, embora de forma mitigada, afirmam que a crise deriva apenas
de erros dos políticos, da ganância dos banqueiros e especuladores ou da falta de
idéias dos dirigentes ou mecanismos que ainda falta resolver.

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