AULA 3 - MÃ Nima Intervenã Ã o em Odontopediatria
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AULA 3 - MÃ Nima Intervenã Ã o em Odontopediatria
ODONTOPEDIATRIA
Professora Beatriz Neves | Odontopediatria | Data 25/10/2021
Para a ABORDAGEM DA DOENÇA CÁRIE, deve-se determinar o risco Antigamente, na época de Black, para o tratamento de lesões de cáries,
do paciente, detectar lesões - e suas severidades -, decidir o plano de realizava-se extensão para prevenção, pois acreditava-se que ampliando a
cuidados e, por fim, realizar o tratamento específico. extensão do preparo para margens dentais sadia, evitaria o avanço da lesão
Na literatura não há comprovação de um tempo para as rechamadas dos de cárie. A abordagem era totalmente voltada para a restauração.
pacientes, sendo determinado através do risco. A cárie era considerada uma doença infecciosa que não podia ser
paralisada. Utilizava-se forma de retenção e resistência para amálgama,
onde ocorria um maior desgaste da estrutura dental sadia, quando
comparado aos materiais adesivos. O seu surgimento representou uma
evolução para a odontologia.
Hoje temos um avanço no manejo das lesões de cárie graças aos materiais
e técnicas desenvolvidas, onde é preferível a realização de procedimentos
minimamente invasivos, evitando restaurações desnecessárias, a fim de
impedir o Ciclo Restaurador Repetitivo, que se trata de um processo
de fragilização do elemento dentário. O dente restaurado corre risco de
infiltrações ou lesões de cárie secundárias, podendo ser necessárias mais
restaurações, tratamento endodôntico ou protético.
PRINCÍPIOS
CASO CLÍNICO: Criança de 3 anos e escova os dentes sozinha • Controle do processo da doença cárie, levando em consideração
todos os fatores relacionados à doença;
- Indicar dentifrício fluoretado, sempre; instrução de higiene oral; aplicação • Remineralizarão de lesões iniciais através do diagnóstico correto,
de verniz fluoretado; sem necessidade de restauração evitando a progressão da doença;
• Evitar a remoção de qualquer estrutura dentária a mais do que
HISTÓRICO
aquela extremamente necessária para restaurar;
• Uso de materiais adesivos que conservem ao máximo a estrutura • Intervenção mista
dentária;
• Uso de matérias mais longevos - com maior qualidade e NÃO-INVASIVA
durabilidade -, para reduzir reparos e substituições; Estratégias não-invasivas, não removem o tecido dental duro e envolvem,
• Priorizar a realização de reparos ao invés de restaurações novas; por exemplo, fluoretos e outros produtos.
• Diminuir procedimentos para manter o número de sessões no
mínimo possível, proporcionando um tempo clínico mais Estratégias para controlar o equilíbrio mineral, medidas de controle de
confortável para pacientes pediátricos. biofilme e de controle alimentar.
• Atividade de cárie
• Presença de cavitação: Avaliar o grau de severidade
• Acessibilidade à limpeza da lesão cavitada: Quando há possibilidade
de desorganização do biofilme da cavidade de uma lesão inativa pelo
paciente através da escovação e não havendo comprometimento
estético, apenas o acompanhamento pode ser suficiente.
Em pacientes sem lesões de cárie ou com baixo risco de cárie não há forte
evidência de que os métodos de aplicação profissional de flúor apresentem
efeito adicional no controle de cárie, já que a criança faz uso regular do
dentifrício fluoretado.
ESPUMA E GEL
Mesmo pH e concentração de Flúor
ORIENTAÇÕES
CRIANÇA NÃO PODE ENGOLIR !!!
Uma revisão sistemática sobre o Uso de géis fluoretados para prevenir cárie
dentária em crianças e adolescentes, verificou que ensaios clínicos que
utilizaram flúor gel tiveram um tempo de aplicação que variou de 3 a 5
minutos. Portanto, há evidências de qualidade moderada de um grande
efeito inibidor de cárie do gel de flúor na dentição permanente.
Outro trabalho relatou a importância de não utilizar medidas operatórias Grande quantidade apreendida – aderência a estrutura dental, permitindo a
em lesões de cárie não cavitadas. E ainda que aplicações adicionais de remineralização
verniz de flúor ou o uso de géis de flúor é aconselhável para dentes,
APLICAÇÃO SIMPLES E SEGURA: Boa aceitação, facilidade da técnica e
indivíduos, grupos ou populações com maior risco de cárie, atividade ou
uso com segurança. Deve ser realizada com microbrush em isolamento
prevalência.
relativo.
Pacientes com baixo risco de cárie e que fazem o uso regular de dentifrício
Paciente é orientado a escovar os dentes apenas no outro dia, para não
fluoretado não necessitam de aplicações de flúor profissional.
remover a película, pois varia com as recomendações do fabricante –
Duraphat é de 4 horas
VERNIZES FLUORETADOS
• Protocolo
Apresentação: incolor, amarelado, com sabor, etc Diamino Fluoreto de Prata – 10 a 38%
Profilaxia – pode ser realizada ou não antes da aplicação do verniz Nitrato de prata combinado com flúor
Surgiu a partir de 1969 no Japão, era utilizado em lesões iniciais moderadas SELANTES
em esmalte e em dentina.
Eliminação de nichos de retenção de biofilme, por inclusão de material, ou
Estudos demonstraram que o Diamino Fluoreto de Prata a 38% é mais obliteração, formando também uma barreira mecânica à desmineralização
eficaz na paralisação das lesões de cárie em dentina do que em outras do substrato adjacente abaixo do material.
concentrações
Desvantagens:
Estratégias microinvasivas removem o tecido dentário duro da superfície O uso do selante não elimina a necessidade de ações educativas e
em micrômetros – não usa ponta diamantada -, geralmente durante uma preventivas.
etapa de desgaste, como técnicas de selamento ou infiltração. A remoção
do tecido dentário é mínima, como através do condicionamento ácido Cerca de 90% das lesões de cárie são encontradas nas fóssulas e fissuras
utilizado para aplicação de selantes. dos dentes posteriores permanentes, sendo esta superfície oito vezes mais
suscetível à doença que a superfície lisa. Em dentes decíduos,
• Selantes (ionoméricos ou resinosos) aproximadamente 44% das lesões de cárie também se encontram nas
• Infiltrantes fóssulas e fissuras de molares.
Seleção do material SELANTES RESINOSOS
A seleção dependerá:
- Idade do paciente
Boa durabilidade
A aplicação do selante resinoso pode ser feita com uma sonda exploradora,
Umidade controlada rigorosamente aplicador de hidróxido de cálcio ou ainda com um aplicador específico
quando este acompanha o produto. Ajuste oclusal, pois não deve ficar alto.
SELANTES IONOMÉRICOS
Passo a passo
Seguir sempre a orientação do fabricante
Aplicação de ácido fosfórico Existem algumas evidências que apoiam a infiltração de lesões proximais
não-cavitadas. No entanto, existe atualmente apenas um produto (ICON)
Pode ser utilizado para sensibilidade dentinária disponível no mercado para infiltração de cárie e quase todos os estudos
relacionados foram patrocinados pelo fabricante desse produto, com o
INFILTRADORES (ÁCIDO CLORIDRICO)
potencial associado pra viés nos resultados relatados.
ICON – Único produto comercializado
É aplicado ácido clorídrico (remoção da camada superficial do esmalte) e
Comercialização liberada em 2009 em seguida álcool e ar (secagem) para que o ICON se difunda na
porosidade do esmalte.
Alto custo e raro
RESTAURADOR
Restauração de Resina Composta ou Tratamento Restaurador Atraumático
INTERVENÇÃO MISTA