Terapia Fam Sistemica Intro
Terapia Fam Sistemica Intro
Terapia Fam Sistemica Intro
pt
Documento produzido em 13‐08‐2011
[Trabalho de Curso]
2011
RESUMO
O presente trabalho reflecte de forma clara e sucinta acerca de aspectos primordiais no campo
da terapia familiar. Começando pelas suas origens, viajando até aos anos cinquenta, avançando
depois da mudança de paradigma e, de forma mais ponderada, abordando um novo conceito de
doença mental. Aqui, a atenção deixa de ser dirigida ao sujeito, mas sim direccionada para o
funcionamento global do sistema onde o sujeito está inserido e onde também o sintoma ocupa um
papel de extrema importância, que comporta uma mensagem dirigida a todo o sistema. É ainda
referida a complexidade do processo terapêutico, os parâmetros a ter em conta na avaliação do
funcionamento familiar e o papel do terapeuta na terapia.
“Toda a doutrina social que visa destruir a família é má, e para mais inaplicável. Quando
se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo mas sim a
família”
A terapia familiar é desenvolvida a partir dos anos cinquenta nos Estados Unidos da
América, como uma mudança de paradigma do pensamento analítico para o pensamento
sistémico. Este movimento implicou a “importação” de conceitos de diversas áreas do saber para
a psicologia, onde se destacam três áreas: a Cibernética, através dos conceitos de regulação,
funcionamento e evolução do sistema familiar; as teorias da comunicação pela grelha de análise
para um melhor entendimento sobre a interacção nas famílias e finalmente, a Teoria Geral dos
Sistemas, da qual se retira a noção básica de sistema, onde se vê a família como um todo e não a
soma das várias partes. (Relvas, 1999)
Perante estes acontecimentos, constrói-se um novo conceito de doença mental onde o
sintoma é encarado como um comportamento lógico que possui total coerência tendo em conta o
contexto onde está inserido. O paciente identificado, portador do sintoma é assim um dos elos de
uma cadeia interactiva disfuncional de um todo, sendo que esta disfuncionalidade se deve aos
movimentos homeostáticos que o sistema poria em curso para obter a sua manutenção. (Relvas,
1999)
Com esta mudança de paradigma, o sujeito que tinha o sintoma deixava de ocupar o centro
da atenção; o interesse do terapeuta passava a alargar-se ao funcionamento global do sistema
onde o indivíduo está presente. O sintoma passa a ser percebido como um dos aspectos do
funcionamento e o foco da atenção é direccionado para o agregado de elementos em interacção
dinâmica, organizados em função de uma finalidade. Este sintoma, sendo um comportamento
manifestado por um ou mais dos componentes do sistema, é em si próprio e por definição, não
apenas relativo a quem o manifesta mas a todo o sistema. (Paixão, 1995)
O conceito de família é fundamental na prática da terapia familiar, Gameiro define-a como:
Quando existem casos de violência doméstica ou abuso sexual, a terapia familiar é contra-
indicada, uma vez que a vitima não irá provavelmente expressar sentimentos na presença do seu
agressor. (Bloch,1999)
Existem vários parâmetros que têm de se ter em conta na avaliação do funcionamento da
família no aqui e agora que segundo Bloch (1999), podem ser considerados tendo em conta os
seguintes tópicos:
BIBLIOGRAFIA
Relvas, A. P. (2003). Por detrás do espelho. Da teoria à terapia com a família (2ª Ed.).
Coimbra: Quarteto. pp. 16-36