Cirurgia Geral
Cirurgia Geral
Cirurgia Geral
2023.3
PROFESSORA: Ângela Barra
Prática
Roteiro do Exame Físico do Abdômen
Inspeção
Ausculta
● Ausculta de ruídos hidroaéreos. Iniciar pelo QID, pela peristalse ser mais evidente —
íleo terminal e ceco. Ausculta das demais regiões abdominais;
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● Ausculta de aorta abdominal — sopros sisto diastólicos. E nas artérias renais
(devem ser pesquisados num ponto 2,5 cm acima e lateral à cicatriz umbilical).
Ausculta de ilíacas e femorais;
● Atrito — tumor hepático, infecção gonocócica disseminada, infarto esplênico;
Percussão
Palpação
Outros
Demais manobras
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● Sinais de Murphy, Courvoisier, Kehr, Blumberg etc
Inspeção de pelve
Peritonite
Introdução
Anatomia
● 11 ligamentos e mesentérios;
● 9 espaços ou compartimentos;
● Áreas desnudas em cólon ascendente e reto;
Fisiologia
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○ Há a circulação de líquido contaminado no espaço virtual entre a cápsula
hepática e a face inferior do diafragma. Consequentemente, há pleurite e
formação de aderências fibrosas entre essas estruturas;
Inervação
● Peritônio visceral é inervado pelo Sistema Nervoso Visceral → por isso a dor tende
a ser mais difusa, compreendendo um andar do abdome;
● Peritônio parietal é inervado pelo Sistema Nervoso Somático → por isso, a dor
tende a ser muito bem precisa e localizada;
Irrigação arterial
● O peritônio parietal é irrigado por artérias que correm pelas paredes torácica e
abdominais — vasos intercostais, frênicos etc;
● O peritônio visceral é irrigado pelos vasos esplâncnicos — tronco celíaco,
mesentéricos superiores e inferiores;
Fisiopatologia
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Classificação
Peritonite Primária
Peritonite Secundária
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● É a mais comum forma de peritonite;
● Decorre da perda de integridade da parede visceral: ruptura de víscera oca,
inflamação de víscera abdominal e pós-operatório;
● Diagnóstico:
○ Clínico — história clínica e exame físico (anamnese);
○ Exames de imagens;
○ Avaliação laboratorial;
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○ Reanimação:
■ Infusão de solução cristaloide na dose de 30 mL/kg EV nas três
primeiras horas. Soluções balanceadas e orientadas pelo status do
volume EV e da perfusão;
■ Vasopressor — comumente a norepinefrina, com alvo de PAM de 65
mmHg;
■ Albumina para pacientes que receberam grandes volumes de
solução cristaloide;
○ Antibioticoterapia:
■ Para o paciente crítico, realiza-se a antibioticoterapia empírica de
amplo espectro, e posteriormente o descalonamento a partir dos
resultados de antibiograma das culturas de sangue e de líquido
ascítico;
■ Patógenos presumidos e padrões de resistência, gravidade do
paciente e da fonte suspeitada ou identificada:
● A infecção é polimicrobiana;
● Patógenos comunitários — Enterobacteriaceae, Streptococcus ssp. e anaeróbios (B.
fragilis);
● Patógenos hospitalares — Enterobacteriaceae, Streptococcus spp e MRSA e
anaeróbios, Enterococcus ssp e Candida spp; Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella
betalactamase de espectro estendido, Escherichia coli;
Antibioticoterapia:
● Cilastatina, imipenem, meropenem, doripenem ou piperacilina-tazobactam:
terapia de agente único para pacientes de alto risco;
● Metronidazol + cefepima OU ceftazidima, ciprofloxacino ou levofloxacina:
pacientes de alto risco que requerem terapia de combinação;
● Vancomicina deve ser adicionada quando a infecção por MRSA é suspeitada;
○ Controle do foco:
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■ Medidas que visem a eliminar a fonte da infecção e controlar a
contaminação:
■ Princípios — drenagem de abscessos, desbridamento de tecidos,
tratamento definitivo da lesão:
Peritonite terciária
Conclusão
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○ Patógenos presumidos → comunitários ou hospitalares;
○ Padrões de resistência;
○ Antibióticos de amplo espectro nas fases iniciais;
Cirurgias Gástricas
Estômago
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● Inervação:
○ SNA parassimpático — nervos vagos;
○ SNA simpático — nervo esplâncnico maior e tronco simpático;
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Drenagem venosa do estômago.
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Vagotomia
● Técnicas:
○ Secção dos nervos vagos para impedir a secreção gástrica ácida — em
desuso para o tratamento da DUP;
○ Pode ser vagotomia total, seletiva ou superseletiva (desestimulação
somente do corpo gástrico) a depender do nível de secção → tronco do vago,
ramos do vago ou filamentos exclusivos da parede gástrica;
● Consequências da vagotomia troncular;
○ Esvaziamento dos líquidos ligeiramente acelerado;
■ Perda dos reflexos do fundo gástrico;
■ Freio duodenal enfraquecido;
○ Esvaziamento dos sólidos mais lento;
● Consequências da vagotomia seletiva: esvaziamento de líquidos ligeiramente
acelerados, e de sólidos ligeiramente lentificado → disarritmias, perda de reflexos;
Gastroduodenostomia à Billroth 1
● Consequências:
○ Esvaziamento de líquidos ligeiramente acelerado, levando à diminuição da
capacidade de reservatório, além da redução à resistência ao fluxo
anterógrado (pela retirada do piloro);
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Gastrojejunoanastomose à Billroth 2
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Y-en-Roux
Gastrectomia
total com reconstrução em Y-en-Roux;
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Síndromes Pós-Gastrectomia
Introdução
Características
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○ Vômitos biliosos, sem alimentos (por ser tardia), que geram alívio da dor;
○ Síndrome da alça cega: supercrescimento bacteriano, desconjugação de
sais biliares, esteatorreia e deficiência de vitamina B12 e falta de ferro;
● Sintomas:
○ Dor em cólica pela distensão da alça e vômitos biliosos;
○ Hérnia em defeitos do mesocólon ou de parede abdominal,
intussuscepção jejunogástrica (à semelhança de um encarceramento, por
volvo da alça pelo orifício remanescente), úlcera estomal e carcinoma
gástrico;
■ Portanto, deve-se prezar pela técnica adequada, evitando-se deixar
orifícios no mesocólon transverso (que está em contato com o
estômago);
Síndrome de Dumping
Precoce Tardio
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Sintomas gastrointestinais: Não há sintomas gastrointestinais, uma
● Plenitude vez que são tardios à alimentação
● Cólica abdominal
● Náuseas e vômitos
● Diarreia explosiva
● Fisiopatologia:
○ O alimento rico em CHO no intestino delgado promove a liberação de
hormônios (serotonina, polipeptídeo inibidor gástrico, peptídeo inibidor
vasoativo, neurotensina), desencadeando os sintomas vasomotores;
○ Além disso, os alimentos ricos em CHO causam desvio do líquido de EV para
a luz intestinal, causando hipovolemia. Consequentemente, há liberação de
epinefrina e sintomas vasomotores e gastrointestinais → propriedade
coloidosmótica;
■ Um exemplo seria secundário ao manitol, no preparo para
colonoscopia;
○ No dumping tardio, o líquido rico em CHO libera somente epinefrina e
enteroglucagon, este estimulando células 𝛽-pancreáticas, levado à
hiperinsulinemia e hipoglicemia mais evidentes;
● Tratamento:
○ Medidas clínicas — redução do volume das refeições, aumento da
frequência das refeições, líquidos 30 minutos após as refeições e evitar
carboidratos;
○ Cirúrgico — gastrojejunostomia em Y de Roux;
Diarreia Pós-Vagotomia
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○ Passagem de sais biliares não conjugados;
○ Redução do relaxamento receptivo e esvaziamento rápido de líquidos;
● A maioria é autolimitada. Caso não haja melhora, pode-se utilizar, como tratamento
clínico, a Colestiramina. Quanto ao cirúrgico, opta-se pela realização de uma alça
jejunal reversa (antiperistáltica) de 10 cm em continuidade 100 cm distal ao
ligamento de Treitz;
Estase Gástrica
Estase de Roux
Gastrite Alcalina
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● Quadro Clínico — saciedade precoce, dor epigástrica ao iniciar refeição e vômitos.
Perda de peso, desnutrição e anemia (folato, B12 ou ferro);
● Fisiopatologia — perda da função de reservatório do estômago (ressecção > 80%);
● Tratamento clínico (mudança dietética) ou cirúrgico (nova reconstrução).
Caso Clínico
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● Incidência subestimada, no Brasil, dado que critérios diagnósticos não são
padronizados e a ocorrência após a alta hospitalar;
● ICS são aquelas que ocorrem em qualquer localização do sítio cirúrgico após
procedimento operatório;
● Termo adotado após 1992 — Força Tarefa de Combate à Infecção de Ferida
Cirúrgica (CDC);
● Organismos endógenos ao paciente, da pele ou de qualquer víscera aberta;
● É a complicação operatória mais comum;
● Aumenta chances de readmissão em 5 vezes e de óbito em 2 vezes;
● Duplicam tempo de permanência e custos ao sistema de saúde;
● Podem ocorrer a qualquer momento, entre 0 e 30 DPO, ou até 90 dias (prótese ou
órtese);
● 60 a 80% das infecções ocorrem nos sítios incisionais;
● Infecções de órgão e de espaço conferem alta mortalidade (93% das mortes por
ISC) — planos mais profundos;
Classificação
Potencial
contaminação Características Exemplos Estimativa de ISC
cirúrgica
Cirurgias eletivas de
sítios não Herniorrafia
comprometidos, Safenectomia < 2%
Limpa sem trauma prévio, Cirurgia cardíaca
sem abordagem de Cirurgia ortopédica
vísceras ocas e sob
técnica rigorosa
Abordagem de TGI,
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urinário, Gastrectomia
Potencialmente respiratório, sem Transplante de < 10%
contaminada evidência de fígado
infecção ou quebra Prostatectomia
de técnica
Trauma recente
inferior a 4 horas,
quebra de técnica,
situações de Colectomia
inflamação do órgão Colecistectomia por 20%
Contaminada acometido, colecistite
contaminação Amigdalectomia
grosseira do órgão
acometido
(abscesso)
Trauma superior a 4
horas, ferida Enterectomia por
contaminada (CE, ruptura de TGI 30 a 40%
Infectada fezes, pus, tecido Apendicite grau IV
desvitalizado). Colecistite com
Perfuração de empiema
vísceras
● Traumas superiores a 4 horas: avaliar cicatrização por segunda intenção ou, se por
primeira intenção, acompanhar o paciente mais proximamente no PO;
● Em cirurgias infectadas, não se faz profilaxia. Faz-se tratamento da infecção PO;
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Infecção bacteriana. Antibiótico parenteral
Abscesso alcança tecido (aeróbio e anaeróbio)
Infectada ou Suja limpo. Trauma com corpo
estranho, tecido
desvitalizado, fezes ou
tratamento retardado
● Depende de:
○ Natureza do procedimento;
○ Localização da incisão — se em mucosa potencialmente contaminada, por
exemplo;
○ Penetração de cavidade corporal ou víscera oca;
● Fatores influenciadores:
○ Inóculo bacteriano — saber quais bactérias colonizam aquela região;
○ Virulência — principalmente se uso prévio de antibióticos;
○ Efeito do microambiente — por exemplo, cavidade oral, foliculite adjacente
à incisão cirúrgica;
● Maioria — flora da pele inoculada na incisão. Os patógenos comuns são cocos
Gram-positivos (S. epidermidis, S. aureus e Enterococcus spp);
● Incisões infra inguinais e cirurgia intracavitária — bacilos gram negativos (E. coli e
Klebsiella spp);
● Cirurgias de faringe, TGI inferior ou TGU feminino — bactérias anaeróbias;
● Agentes mais comuns:
○ Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA);
○ Estafilococos coagulase negativa;
○ Enterococos;
○ E. coli;
● Padrões recentes de resistência (pelo uso indiscriminado de antibióticos em
nosocômios);
○ Enterococos resistentes à vancomicina — infecção nosocomial;
○ Bacilos Gram-negativos com resistência não usual;
○ Candida spp;
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Fatores de Risco para ISC
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7. Normotermia perioperatória;
8. Aumentar a FiO2 durante a operação e no pós-operatório imediato após a
extubação;
9. Transfusão de produtos sanguíneos não deve ser evitada;
Achados Clínicos
● Diagnóstico clínico;
● 4º ou 5º DPO:
● Sinais e sintomas dependem da profundidade:
○ ISC superficial: eritema, edema, dor e calor;
○ ISC profundo: sensibilidade se estende além da margem do eritema, sinais
de resposta inflamatória sistêmica;
○ ISC órgão/espaço: sintomas sistêmicos predominam (íleo paralítico,
alterações respiratórias, do sensório);
● Objetivos:
○ Prevenção da ISC — redução da carga bacteriana no local da operação;
● Indicações:
○ Procedimentos limpos com prótese;
○ Operações limpas-contaminadas;
○ Operações contaminadas;
● Escolha do antibiótico:
○ Baixo custo, bactericida, espectro de ação estreito, boa penetração tecidual e
que cubra os patógenos mais implicados naquele sítio;
○ Microbiota da pele e do sítio manipulado:
■ S. aureus e S. coagulase negativo — operações limpas;
■ Bactérias gram-negativas e anaeróbias;
● Dosagem:
○ Alcançar e manter níveis no sangue e nos tecidos que excedam a
concentração inibitória mínima para que haja efeito nos possíveis patógenos;
○ Do momento da incisão cirúrgica
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● Tempo de administração — 30 a 60 minutos antes da incisão;
● Via de administração — endovenosa;
● Duração:
○ Dose única — considerar meia-vida e o tempo da cirurgia;
○ Inferior a 24 horas;
○ CDC 2017 — procedimentos limpos sem doses adicionais após a síntese da
pele;
● Descolonização para MRSA:
○ Cirurgia eletiva;
○ Mupirocina tópica a 2%, intranasal, três vezes ao dia, associada com
banhos diários de clorexidina 2% por cinco dia;
Métodos Diagnósticos
● Exames laboratoriais;
● Cultura e antibiograma;
● USG;
● Tomografia computadorizada;
Conduta
● Prevenção;
● Antibiótico;
● Identificação do foco;
● Tratamento do foco;
○ Drenagem cirúrgica;
○ Drenagem minimamente invasiva;
Conceitos
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● PIA — Pressão Intrínseca Abdominal (cerca de 5 mmHg, podendo chegar a 40
mmHg em picos de tosse);
● HIA — Hipertensão Intra-abdominal: corresponde à PIA superior a 12 mmHg
(muitas vezes causando isquemia aguda) sem falência óbvia de órgãos;
● SCA — Síndrome Compartimental Abdominal: HIA com pelo menos uma falha de
órgãos evidente;
Introdução
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Definição 5 A mensuração da PIA deve ser realizada via pressão intravesical com
instilação máxima de 25 mL de solução salina estéril
Definição 9 A SCA é definida por PIA sustentada ou repetida 20 mmHg (com ou sem
pressão de perfusão < 60 mmHg), que está associada à disfunção ou à
falência de órgãos
Etiologias
● Pancreatite aguda;
● Aneurisma de aorta abdominal roto;
● Tumores abdominais e retroperitoniais;
● Íleo metabólico;
● Obstrução mecânica do intestino;
● Sepses;
● Traumas;
● Reposição maciça do líquido;
● Choque hipovolêmico — com a hipóxia, há liberação de citocinas e radicais livres
que sequestram líquido do vaso para o MEC;
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● Aumento agudo:
○ Espontâneo — peritonite, abscesso intra-abdominal, obstrução intestinal,
íleo adinâmico, ruptura de AAA, trombose venosa mesentérica,
pneumoperitônio, pancreatite aguda;
○ Pós-operatório — peritonite pós-operatória, hemorragia intraperitoneal,
abscesso intra-abdominal, íleo adinâmico, dilatação gástrica aguda;
○ Trauma — edema visceral após tratamento do choque, hemorragia
intraperitoneal, hemorragia retroperitoneal;
○ Iatrogenia — cirurgia videolaparoscópica, vestimenta pneumática
antichoque, correção de hérnias da parede abdominal ou diafragmáticas
volumosas, “empacotamento” de lesões hepáticas com compressas (cirurgia
de controle de dano hepático), fechamento de laparotomia sob tensão;
● Aumento crônico — grandes tumores intra-abdominais (de crescimento lento),
ascite, diálise peritoneal, ambulatorial, gravidez;
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Mensuração da PIA
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○ A aferição é realizada em cmH2O, que devem ser convertidos a mmHg
(dividir por 1,36), seja através de uma agulha 18G conectada ao transdutor
de pressão ou à seringa, seja através de kit de PVC — Técnica de Kron
● AbViser — sistema fechado com a sonda de Foley;
Hipertensão Intra-Abdominal
Tipos de SCA
Repercussões
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○ Edema gastrointestinal;
○ Redução da perfusão pulmonar;
○ Redução da perfusão no SNC;
○ Aumento da RVS no sistema cardiovascular;
○ Edema de parede abdominal;
○ Redução da vascularização dos rins, predispondo à lesão renal aguda;
● SNC:
○ Elevação da PIC;
○ Diminuição da PPC;
● Sistema Cardiovascular:
○ Hipovolemia;
○ Diminuição do DC;
○ Diminuição do retorno venoso;
○ Aumento da pressão da artéria pulmonar (PAP) e pressão venosa central
(PVC)
○ Aumento da resistência vascular periférica;
● Sistema Respiratório:
○ Elevação da pressão intratorácica (PIT);
○ Diminuição da complacência torácica;
○ Aumento da relação ventilação/perfusão;
● Sistema Digestivo:
○ Diminuição do fluxo sanguíneo esplâncnico;
○ Isquemia da mucosa e aumento da translocação bacteriana;
● Sistema Urinário:
○ Diminuição do débito urinário;
○ Diminuição da perfusão renal;
○ Diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG);
● Parede abdominal:
○ Diminuição da complacência abdominal;
Diagnóstico
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● Fatores de risco para SCA;
● Exame Físico do paciente;
● Medida da PIA pela pressão intravesical;
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● Objetivo — Pressão de perfusão capilar (PPC) superior a 50 mmHg;
○ PPC = PPA (Pressão de Perfusão Abdominal);
○ PPC = PAM - PIA;
○ É um melhor preditor de sobrevida do que a PIA isoladamente;
Manejo
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● Corrigir balanço hídrico:
○ Ressuscitação Volêmica;
○ Coloides e soluções hipervolêmicas;
○ Diuréticos;
○ Diálise com ultrafiltração;
● Complacência abdominal:
○ Sedação e analgesia;
○ Bloqueio neuromuscular;
○ Cabeceira inferior a 30° — decúbito dorsal total;
○ Ventilação mecânica otimizada com recrutamento alveolar;
● Corrigir excessos de líquidos intra-abdominais:
○ Puncionar ascite (paracentese de alívio) e puncionar coleções;
● Descomprimir TGI:
○ Passagem de cânula nasogástrica (CNG) em sifonagem;
○ Cateter retal;
○ Interromper terapia de nutrição enteral (TNE) por CNE;
○ Agentes procinéticos e medicamentos para esvaziamento gástrico;
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● Se após o manejo clínico, PIA > 20 mmHg — contactar equipe cirúrgica para
descompressão cirúrgica e monitoramento;
○ Laparotomia Descompressiva:
■ Tratamento padrão;
■ Medida salvadora;
■ Bolsa de Bogotá ou curativo a vácuo para controle da PIA;
○ Indicações:
■ SCA refratária e profilaxia;
○ Objetivos:
■ Diminuir a PIA — interromper a disfunção orgânica;
■ Expansão continuada;
■ Fechamento temporário;
■ Prevenir retração;
■ Evacuação de líquidos;
○ Fasciotomia anterior do reto abdominal — SCA secundária;
■ Pancreatite;
■ Grandes queimados;
■ Politransfundidos com grande volume;
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Conclusões
Caso Clínico
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● Submetido à fixação das fraturas, tendo recebido durante o intraoperatório 9 litros
de Ringer Lactato, 4 unidades de concentrado de hemácias e 4 unidades de
plasma;
● Nas primeiras horas após o acidente, evoluiu com PA 120 x 60 mmHg, FC 120 bpm,
PVC 20 cmH2O, PaO2 60 mmHg (FIO2 100%, PEEP 10), oligúria (U 100 mg/dL e Cr
2,4 mg/dL), gasometria arterial com pH 7,2, BE - 12 mEq/L e PaCO2 50 mmHg;
● PIA = 28 mmHg — HIA Grau IV;
● PAM = (120+ 2.60)/3 = 80;
○ PPA = PAM - PIA = 80-28 = 52 → abaixo do ideal (acima de 60).
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