Terrabrasilis 1656
Terrabrasilis 1656
Terrabrasilis 1656
Edição electrónica
URL: https://journals.openedition.org/terrabrasilis/1656
DOI: 10.4000/terrabrasilis.1656
ISSN: 2316-7793
Editora
Rede Brasileira de História da Geografia e Geografia Histórica
Refêrencia eletrónica
Maria Gabriela Bernardino, «Redesenhando a Fronteira Noroeste», Terra Brasilis [Online], 6 | 2015,
posto online no dia 17 dezembro 2015, consultado o 05 dezembro 2022. URL: http://
journals.openedition.org/terrabrasilis/1656 ; DOI: https://doi.org/10.4000/terrabrasilis.1656
Introdução
1 A Comissão das Linhas Construtoras Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao
Amazonas (CLTEMTA), popularmente conhecida como “Comissão Rondon”, chefiada
pelo então Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, em suas diferentes viagens de
exploração, foi caracterizada como uma tentativa republicana de integração dos
“sertões do noroeste” ao “Brasil civilizado”. É importante destacar que não existiam
caminhos terrestres que ligassem as regiões futuramente exploradas ao Rio de Janeiro,
então capital federal. Também devemos nos lembrar que a noção de território era
fundamental para uma república fundada por militares positivistas, pois para o
exército, território e segurança nacional são indissociáveis.
2 Nos seus mais de 20 anos de funcionamento, os interesses da Comissão foram bem
diversos: instalação de rede telegráfica na porção norte do país, integração territorial,
reconhecimentos de rios, levantamentos topográficos, correção de mapas, incremento
de lavouras, inspeção de fronteiras, análises geológicas, botânicas e zoológicas. Na
pesquisa desenvolvida, privilegiamos a compreensão da aliança entre ciência,
conhecimento e ocupação de território. Dentre as diversas potencialidades da
Comissão, o objetivo deste trabalho compreende os serviços cartográficos e
topográficos realizados pela CLTEMTA que originaram a confecção de uma nova Carta
do Estado Mato Grosso.
chefe da Missão Militar Francesa no Brasil, a Rondon para que a Carta fosse impressa
nas oficinas do Service Géographique de l'Armée – Paris – foi aceito. Sendo assim, em
março de 1922, o Chefe da Seção de Desenho, Capitão Francisco Jaguaribe Gomes de
Mattos foi enviado a Paris com o propósito de finalização e impressão da Carta. O tempo
não foi suficiente, Rondon justifica da seguinte forma:
Muitas razões havia para a aceitação desse convite: as de ordem técnica, as de
ordem cívico-humanísticas e ainda as de segurança. Supus que, enviando a Paris o
chefe da Secção de Desenho, o então Capitão Francisco Jaguaribe Gomes de Mattos,
poderia ele, fora das perturbações, concluir o desenho e iniciar a impressão.
Subestimei o tempo, pois que, partindo o oficial do Rio de Janeiro em março, eu
presumia que a 7 de setembro do mesmo ano estaria ele de volta, com a carta
impressa. Sou assim o responsável pela interrupção dos serviços que se realizavam
em Paris, por haver chamado, a título urgente, o referido oficial a quem incumbira
do encargo de orientar toda a representação da Comissão Rondon na Exposição
Comemorativa do Centenário da Independência do Brasil. Ganhei uma boa
representação da Comissão Rondon, mas desarticulei a finalização da impressão da
Carta (...). (Relatório do Conselho Nacional de Proteção ao Índio, 1953: 367)
13 As razões descritas por Rondon nos apresentam, sob sua perspectiva, apenas a primeira
interrupção do projeto da publicação Carta de Mato Grosso e mencionam a Exposição
Comemorativa da Independência, ocorrida em 1922. Um dos mapas analisados foi a
Carta Esquemática do Estado de Mato Grosso e Regiões Circunvizinhas 1890-1922,
elaborada especialmente para tal exposição, que seria uma espécie de Carta
“Provisória” de Mato Grosso e Regiões Circunvizinhas, organizada e desenhada pela
Seção de Desenho da Comissão, sob a direção do Capitão Francisco Jaguaribe Gomes de
Mattos, como consta na Carta. Era de se esperar que o mapa apresentado durante a
Exposição Internacional Comemorativa do Centenário da Independência do Brasil fosse
uma grande propaganda da Comissão, pois a legenda é toda baseada nos seus feitos
naquela região: linhas Telegráficas construídas pela Comissão Rondon, índios que foram
pacificados pela Comissão Rondon, índios em via de pacificação, jazidas minerais
desvendadas, estação onde funciona escola para índios, dentre outras atribuições à
Comissão. Além disso, a Carta também possui um pequeno mapa sul americano
indicando a região estudada pela Comissão Rondon e os principais itinerários feitos em
serviço pelo General Candido Mariano da Silva Rondon de 1890 até 1922.
14 Em 1924, o trabalho para a confecção da Carta foi reiniciado em Paris, pois nos anos de
1922 a 1924 novas plantas militares foram acrescentadas e extensas pesquisas
precisaram ser (re) feitas, o que tornou inevitável uma nova elaboração da Carta sob
novas condições. Portanto, de 1923 até 1930, Francisco Jaguaribe residiu na França e
dedicou-se aos estudos sobre a cartografia brasileira no âmbito do Service Géographique
de l'Armée.
15 Uma grande dificuldade quando se trata da confecção da carta de um estado com
limítrofes internacionais está relacionada às questões fronteiriças. Nesse sentido, um
novo serviço colaborou nessas questões: o Serviço de Inspeção de Fronteiras
(1927-1930). Durante o governo de Washington Luiz (1926-1930), o então presidente
decide por fins de examinar as condições de segurança e povoamento, solicitar uma
inspeção das fronteiras até o final de seu mandato, atividade a qual Rondon foi
nomeado Inspetor de Fronteira. A finalidade desse serviço era inspecionar as linhas
fronteiriças do Brasil nas regiões centro-oeste e norte e seus limites com a Colômbia,
Peru, Bolívia, Venezuela, Guiana Francesa, Guiana Holandesa, Guiana Inglesa, Paraguai,
Uruguai e Argentina. Fazendo um balanço da iconografia dessa Inspeção, disponível no
Arquivo Histórico do Exército, atentamos para o fato de encontrarmos certa
intencionalidade nas legendas e nas próprias fotografias contidas nos álbuns sobre a
Inspeção de Fronteiras, sempre recheadas de ideais positivistas e de autoria de
Benjamim Rondon, filho do General. É notório que Rondon tinha grande preocupação
em propagar seus pensamentos por meio de suas ações e impressionar com sua imagem
e a da Comissão para posteridade, embora ambas acabem por se confundir.
16 A Revolução de 1930 dissolve a Comissão Rondon e a Inspeção de Fronteiras. O General
Rondon opõe-se à Revolução e acaba sendo preso em Porto Alegre, porém logo é liberto
Considerações Finais
23 Embora o recorte temporal deste artigo esteja situado entre os anos de 1917 e 1952, é
importante ressaltar que a confecção da Carta contou com trabalhos cartográficos
produzidos por diversas seções das linhas telegráficas de 1890 até 1930. Algumas cartas
empregadas são cópias de antigos mapas dos séculos XVIII e XIX que foram
redesenhados pela Seção de Desenho da Comissão e utilizados como bases para a
correção cartográfica. Foram inseridas coordenadas geográficas determinadas pelos
astrônomos da Comissão Rondon e Inspeção de Fronteiras, além dos levantamentos
complementares no sul de Mato Grosso (1939-1942).
24 Algumas questões de trabalho foram levantadas no decorrer desta pesquisa, como por
exemplo, a compreensão mais aprofundada sobre os processos de interrupção e
reativação do Serviço de Conclusão da Carta de Mato Grosso, a investigação sobre a
trajetória dos oficiais envolvidos nesse serviço, em especial do cartógrafo Francisco
Jaguaribe de Mattos, e a forma como a Cartografia foi desenvolvida no âmbito da
Comissão Rondon. Interessa-nos igualmente analisar o impacto na imprensa mato-
grossense sobre a publicação de uma nova Carta do Estado de Mato Grosso e Regiões
Circunvizinhas. Contudo, consideramos um bom resultado parcial ter conseguido
compreender e expor neste trabalho, o caminho percorrido para a confecção dessa
Carta.
BIBLIOGRAFIA
Fontes Primárias
ARQUIVO HISTÓRICO DO EXÉRCITO. Inspeção de Fronteiras: Pará e Amazonas. 1927. 155 fot., p&b.
Álbum.
_____. Campanha de 1928/1929 (1ª Parte). Da cidade de Óbidos, Rio Amazonas ao Alto da
Cachoeira Grande, último Grupo “Paciência”; e Rio Cuminá: em caminho para a fronteira com a
Guiana Holandesa – Estado do Pará. 58 fot., p&b. Álbum.
_____. Campanha de 1928/1929 (2ª Parte). Da Barra do Rio Marapi sobre o Rio Parú do Cuminá ao
acampamento da Cabeceira Rica no Sopé do Pico Ricardo Franco; e Campos Gerais ao Sul da Serra
de Tumucumaque no Estado do Pará. 36 fot., p&b. Álbum.
_____. Campanhas de 1928/1929 (3ª Parte). Panoramas fotográficos do Topo do Pico Ricardo
Franco, para documentar a conformação do Arco formado pela Serra Tumucumaque, na
Cabeceira do Rio Parú do Cuminá: índios, Tiriôs, Rangús e Uianas; e Marco de identificação e
tomada de posse da fronteira no Estado do Pará e Guiana Holandesa, no Divisor Mani-Pacheu. 34
fot., p&b. Álbum.
_____. Campanha de 1929/1930 (2ª Parte). Da Serra do Rio Acre sobre o Rio Purús, Estado do
Amazonas a Mina de Manganês de Urucum, Corumbá, Estado do Mato Grosso. 38 fot., p&b. Álbum.
_____. Conclusão da Carta de Mato Grosso. Narração: Marino Neto. Brasil, 1955. FI. 1 Filme:
película (5 min. 05 seg.), 35 mm, p&b, 1 rolo. Filme montado junto com o filme Epopéia da
Comissão Rondon; Português.
PAULA, Luiz Moreira da. Levantamento do rio Jaucuara e de outros trechos do Estado, destinados
à conclusão da Carta de Mato-Grosso: relatório dos trabalhos realizados em 1941 e 1942.
apresentado ao Exmo. Sr. General Cândido Mariano da Silva Rondon pelo 2 Tenente Luiz Moreira
de Paula. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1952. 116 p. + [57] retrs. 27 cm.
Cartas utilizadas:
1) Localização: 08.04.1841
2) Localização: 08.04.1830
1919 – Levantamento das Cabeceiras do Rio Verde pela Commissão Mixta de demarcação de
limites do Brasil com a Bolívia – Copiada por Eduardo Thompson , colorido, nanquim, tinta
colorida, escala em metros , nota explicativa, papel tecido, bom estado, medindo 80,5 cm x 65
com
3) Localização: 08.04.1834
1931- Inspeção de Fronteiras – Folha 09 – Alto Guaporé (Fronteira Mato Grosso- Bolívia) –
Impresso, monocromático, escala de 1: 1.000.000. com legenda, nota explicativa, papel comum ,
telado, bom estado, medindo 50,5 com x 62,5
4) Localização: 08.04.1832
1931 – Inspeção de Fronteiras Folha 11 – Sul de Mato Grosso (Fronteira Mato Grosso – Bolívia –
Paraguai) Impresso, monocromático, escala de 1: 1.000.000, com legenda, nota explicativa, papel
comum, telado, bom estado, medindo 92,5 com x 71,5 cm
5) Localização: 08.04.1838
1928 – Carta da Província de Mato Grosso e partes das confrontantes e estados limítrofes –
Impresso, monocromático, com legenda convenções, nota explicativa, papel comum, bom estado,
medindo 62 cm x 81 cm
6) Localização: 08.04.1839
1923- Trecho da Planta da Cidade de Cuiabá – De Karkwalder (1892), copiada pelo desenhista M.
São João Rabello , colorido, nanquim, tinta colorida, aquarela, com seta Norte, legenda papel
tecido, telado, bom estado, medindo 51 cm x 34,5cm
7) Localização: 08.04.1821
S/D – Carta da Parte da Capitania de Mato Grosso e Goiás – Copiada pelo Cap. Luis Pedro Lecor,
em 1860, colorido, nanquim, aquarela, tinta colorida, escala em léguas, com seta Norte, notas
explicativas, papel canson, telado, bom estado, medindo 77,5 cm x 68,5 cm
8) Localização: 08.04.1822
S/D – Planta de Trabalhos executados entre Campo grande e Ponta Porá incluindo a linha
telegráfica, estradas de rodagem e trilhas de auto, pela CLTEMTA – Reduzida pelo 1 Sgt. J.Teixeira
Campos, colorido, nanquim, tinta colorida, escala de 1: 400.000, seta Norte papel canson, bom
estado, medindo 52 cm x 68,5 cm
9) Localização: 08.04.1823
S/D – Croquis traçados da E. F. de Catalão a Cuiabá – Desenhado pelo Tem. Vitor, colorido,
nanquim, tinta colorida, papel vegetal, bom estado, medindo 70,5 cm x 52 cm
S/D – Rio das Graças - Compensação de um trecho entre a linha telegráfica e a Foz no Rio
Araguaya- Monocromático, nanquim, papel canson, telado, bom estado, medindo 52,5 cm x 40,5
cm
1802- Mappa Geographico da Capitania de Matto Grosso – Impresso, monocromático, com nota
explicativa, escala em léguas papel comum, telado, bom estado, medindo 72 cm x 97 cm
1931 – Rio Paraguay – Carta Geral segundo o levantamento expedido executado pela Commissão
Argentina em 1931- Cópia heliográfica, com nota explicativa papel comum, telado, bom estado,
medindo 107,5 cm x 61,5 cm
1931 – Rio Paraguay – Carta Geral segundo o levantamento expedido executado pela Commissão
Argentina em 1931- Cópia heliográfica, com nota explicativa papel comum, telado, bom estado,
medindo 103,5 cm x 62 cm
1924 – Mappa das Operações da Campanha de Matto Grosso (...) – Cópia Impressa, colorida, com
legenda, papel canson, telado, bom estado, medindo 91 cm x 68,5 cm
1922 – Carta Esquemática de Matto Grosso – Cópia heliográfica, papel comum, bom estado,
medindo 82 cm x 55 cm
1939 – Estado de Mato Grosso – Município de Mato Grosso (...) – Cópia Heliográfica, com legenda,
nota explicativa, papel comum, bom estado, medindo 90 cm x 64 cm
S/D – Carta Geográfica das viagens feitas nas Capitanias do R. Negro e Matto Grosso desde o ano
de 1780 até o de 1789 para servirem de baze a demarcação dos lemites das ditas capitanias a
respeito dos domínios hespanhoes a ellas contigjos – Pelo Dr. Em Matemática Jose Joaquim
Vitória da Costa, copiado pelo major Antonio Pedro Lecor , em 1864, colorido, nanquim, tinta
colorida, aquarela, com nota explicativa, papel canson, telado, bom estado, medindo 90 cm x 68,5
cm
20) Carta do Mato Grosso e Regiões Circunvizinhas 1952 - Arquivo Museu do Índio
Bibliografia
ALMEIDA, Marta de; VERGARA Moema de Rezende (Org). Ciência, história e historiografia. São Paulo:
Via Lettera; Rio de Janeiro: Museu de Astronomia e Ciências Afins, 2008.
BIGIO, Elias dos Santos. Cândido Rondon: a integração nacional. Rio de Janeiro: Contraponto:
Petrobras, 2000.
CASER, Arthur Torres. O Medo do Sertão. Doenças e ocupação do território na Comissão de Linhas
Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas (1907-1915). Rio de Janeiro, PPGHCS/COC,
2009 Dissertação de Mestrado.
DIACON, Todd A. Rondon. O marechal da floresta. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
DIAS, Maria Odila da Silva. “Aspectos da Ilustração no Brasil”, Revista do IHGB, n 278, jan./mar.
1968, pp. 105-70.
DOMINGUES, Heloisa Maria Bertol. Ciência um caso de política: Ciências naturais e Agricultura no
Brasil Império. São Paulo: USP, 1995. Tese de Doutorado.
HEIZER, Alda. Notícias sobre uma expedição: Jean Massart e a missão biológica belga ao Brasil,
1922-1923. História, Ciências, Saúde. Manguinhos v.15, n.3, p.849-864, jul. - set. 2008.
& Sá, Dominichi Miranda de, “No rastro do desconhecido”, Revista de História da Biblioteca Nacional,
Ano 1, nº11, agosto de 2006.
MACIEL, Laura Antunes. A Nação por um Fio. Caminhos, práticas e imagens da Comissão Rondon. São
Paulo: Educ/FAPESP, 1998.
SÁ, Dominichi Miranda de; SÁ, Magali Romero; LIMA, Nísia Trindade.Telégrafos e inventário do
território no Brasil: as atividades científicas da Comissão Rondon (1907-1915).História, Ciências,
Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.15, n.3, p.779-810,jul.-set. 2008.
RESUMOS
A Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas, também conhecida
como “Comissão Rondon”, é bastante conhecida por seu trabalho de instalação de linhas
telegráficas e pela mediação em contatos com povos indígenas. No entanto, sua atuação
estendeu-se muito além dessas atribuições. O conhecimento territorial de regiões remotas do
Norte e do Oeste do Brasil era considerado prioritário pelo poder central, bem como a revisão de
seu mapeamento. No presente artigo, analisa-se o processo de elaboração da Carta do Estado de
Mato Grosso e Regiões Circunvizinhas (1917-1952), projeto chefiado pelo General Francisco Jaguaribe
Gomes de Mattos, cartógrafo da Comissão Rondon.
At the time that the central Government considered territorial knowledge of remote regions of
the North and the West of Brazil as a priority, the Commission of Strategic Telegraph lines from
Mato Grosso to Amazon, also known as "Rondon Commission", not only worked on the
installation of telegraph lines but also participated in mediations with indigenous peoples.
Moreover, its performance went well beyond these assignments, as reports, documents and maps
produced by the Commission prove. This article examines the making process of the Map of the
State of Mato Grosso and Surrounding Regions (1917-1952), a project headed by General
Francisco Jaguaribe Gomes de Mattos, cartographer of the Rondon Commission.
En un contexto en que el Gobierno central consideraba que el conocimiento del territorio de las
remotas regiones del noroeste era una prioridad, la Comisión Estratégica de Líneas Telegráficas,
también conocida como “Comisión Rondon”, instaló líneas telegráficas, medió con los pueblos
indígenas y produjo materiales que contribuyeron al conocimiento geográfico de esas regiones.
Este artículo analizar el proceso de producción del Mapa del Estado de Mato Grosso y regiones
vecinas (1917-1952), un proyecto encabezado por General Francisco Jaguaribe Gomes de Mattos,
cartógrafo de la Comisión Rondon.
Sous les auspices d’un gouvernement central qui considérait que la connaissance du territoire
des régions éloignées du nord-ouest était une priorité, la Commission Stratégique de Lignes
Télégraphiques, aussi connue comme « Commission Rondon », a installé des lignes
télégraphiques, a négocié avec les peuples indigènes et a produit des matériels qui ont contribué
à la connaissance géographique de ces régions. Cet article analyse le processus de production de
la Carte de l'État de Mato Grosso et ses régions voisins (1917-1952), un projet dirigé par Général
Francisco Jaguaribe Gomes de Mattos, cartographe de la Commission Rondon.
ÍNDICE
Índice geográfico: Brasil, Mato Grosso, Fronteira Noroeste
Palavras-chave: Carta de Mato Grosso, Fronteira Noroeste, Comissão Rondon, Francisco
Jaguaribe de Mattos
Palabras claves: Carta de Mato Grosso, Frontera Noroeste, Comisión Rondon, Francisco
Jaguaribe de Mattos
Índice cronológico: 1917-1952
Keywords: Map of Mato Grosso, Northwestern Frontier, Rondon Commission, Francisco
Jaguaribe de Mattos
Mots-clés: Carte de Mato Grosso, Frontière Nord-Ouest, Commission Rondon, Francisco
Jaguaribe de Mattos
AUTOR
MARIA GABRIELA BERNARDINO
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde - Casa de
Oswaldo Cruz- FIOCRUZ