Demonstracao de Fluxo de Caixa - Tecnicas de Elaboracao
Demonstracao de Fluxo de Caixa - Tecnicas de Elaboracao
Demonstracao de Fluxo de Caixa - Tecnicas de Elaboracao
A Demonstração do Fluxo de Caixa permite aos utentes das Demonstrações Financeiras conhecer as
fontes de dinheiro (Caixa) a que a empresa teve acesso durante o período de análise e o destino que lhes
foi atribuído.
A Demonstração do Fluxo de Caixa é o único mapa que compõe o Relatório Contabilístico elaborado na
base do regime de CAIXA ou CASH BASIS. Todos os outros mapas são elaborados na base do regime de
ACRÉSCIMO ou ACCRUAL BASIS. Pelo regime de caixa, apenas são consideradas na DFC
(Demonstração de Fluxo de Caixa), as operações que provocaram a entrada e saída de dinheiro em
CAIXA e BANCOS.
Para a sua elaboração, as actividades são estruturadas em três categorias: actividades operacionais (as
que constituem objeto de actividade da empresa e outras que não sejam de financiamento ou investimento),
actividades de investimentos (aquisição e alienação de activos tangíveis e intangíveis e as aplicações
financeiras não consideradas como equivalentes de caixa) e as actividades de financiamento (aquelas
que resultam da alteração na extensão e composição dos empréstimos obtidos e do capital próprio da
empresa).
Existem dois métodos usados para elaboração da demonstração do fluxo de caixa: o método directo e o
método indirecto. A diferença entre os dois métodos reside no cálculo dos valores das actividades
operacionais. No método directo o fluxo líquido de caixa das actividades operacionais determina-se pela
diferença entre recebimentos e pagamentos operacionais enquanto, no método indirecto, o fluxo líquido de
caixa das actividade operacionais calcula-se adicionando ao resultado líquido do período os gastos que não
implicam desembolsos e aas variações de activos e passivos de exploração.
Pela imposição das Normas Internacionais e do siste
ma nacional de contabilidade (PGC), deve-se ser usado o MÉTODO DIRECTO na elaboração da
demonstração do fluxo de caixa, seguindo-se o modelo patente no referido normativo nacional.
O resultado das variações de caixa durante o período (campo 39) corresponde a soma algébrica do fluxo
líquido de caixa das actividades operacionais (campo 10), fluxo de caixa líquido das actividades de
investimentos (campo 24) e do fluxo de caixa líquido das actividades de financiamento (campo 38). O valor
do campo 40 (Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período) é o saldo de Caixa e Bancos no início do
exercício ou seja, Caixa e Bancos no fim do período anterior (n-1) patente no balanço inicial. Se a empresa
estiver no seu primeiro exercício de actividade, então, o campo 40 é nulo, ou seja, zero. O valor do campo
41 (Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Período) é a soma algébrica dos valores dos campos 39 e 40
e deverá coincidir com o saldo de Caixa e Bancos no Balanço Final do período em análise. Se esta
coincidência ocorrer, dir-se-á que “o mapa de fluxo de caixa fechou”.
A seguir apresentamos algumas fórmulas que devem ser aplicadas para converter informação dos balanços
e da demonstração de resultados (apresentada de acordo com o REGIME DE ACRÉSCIMO) para o regime
de CAIXA na Demonstração do Fluxo de Caixa, pelo MÉTODO DIRECTO:
Síglas e Abreviaturas Usadas:
DR de n Demonstração de Resultados por Natureza do exercício corrente (ano n);
Balanço de n Balanço do Exercício Corrente (ano n);
Balanço de n-1 Balanço do Exercício Anterior (ano n-1);
DFC de n Demonstração do Fluxo de Caixa do Exercício Corrente (ano n).
Se tivermos a disposição, apenas informações sobre um único exercício, os saldos iniciais, nas fórmulas
apresentadas abaixo são nulos. Muitas contas patentes nas fórmulas poderão, simplesmente, não estar
disponíveis pela natureza dos exercícios. Sendo assim assume-se que os seus valores são nulos.
ACTIVIDADES OPERACIONAIS
a) DETERMINAÇÃO DE RECEBIMENTOS DE CLIENTES
Efeito Descrição Fonte
+ Vendas Líquidas de Descontos DR de n
+ Prestações de Serviços Líquidas de Descontos DR de n
- Dividas Incobráveis ou Perdas p/ Imparidade de Clientes DR de n
+ Saldo Inicial de Clientes Balanço de n-1
- Saldo Final de Clientes Balanço de n
+ Saldo Inicial de Acréscimo de Proveitos Balanço de n-1
- Saldo Final de Acréscimo de Proveitos Balanço de n
+ Saldo Inicial de Proveitos Diferidos Balanço de n-1
- Saldo Final de Proveitos Diferidos Balanço de n
= RECEBIMENTOS DE CLIENTES
vendas líquidas de descontos e prestações de serviços líquida de descontos devem ser acrescidas de IVA,
uma vez que, nestas condições, os saldos inicial e final de clientes terão IVA.
Se o IVA for aplicável, o custo de inventários e existências iniciais e finais de mercadorias, produtos
acabados e matérias primas devem ser acrescidos de IVA, uma vez que os saldos iniciais e finais de
fornecedores terão, naturalmente, o valor de IVA.
ACTIVIDADES DE INVESTIMENTOS
g) DETERMINAÇÃO DE RECEBIMENTOS PROVENIENTES DA VENDA DE ACTIVOS (IN) TANGÍVEIS
Efeito Descrição Fonte
+ Mais Valias Realizadas (Ganho da Alienação) DR de n
+ Saldo Inicial de Activos (In)Tangíveis Balanço de n-1
+ Adições de Activos (In)Tangíveis Informação Adicional
- Saldo Final de Activos (In)Tangíveis Balanço de n
+ Saldo Inicial de Amortizações Acumuladas Balanço de n-1
- Saldo Final de Amortizações Acumuladas Balanço de n
= RECEBIMENTOS PROVENIENTES DA VENDA DE ACTIVOS (IN)TANGIVEIS
ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA:
1. Dalva BRITO e Paula FERREIRA. Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial
em Moçambique. Maputo: Texto Editores, 2014 [pág.41]
2. António BORGES; João MACHADO; José MORGADO; António MOREIRA; Helena
HISÍDRO. Práticas de Contabilidade Financeira. Lisboa: Áreas Editora 3a ed, 2002 [págs.
367 a 385]
Descrição Valor
Salários a Pagar 11,525.00
INSS a Pagar 1,750.00
Electricidade a Pagar 1,500.00
Total 14,775.00
Descrição Valor
50 Perfumes Casa Blanc @1,000.00MT 50,000.00
100 Deodorizer Francê @35.00MT 35,000.00
Total de Vendas de Bens 85,000.00
Pretende-se:
Elaboração do Mapa de Fluxo de Caixa da Beauty, Lda em 31.12.2016 pelo Método Directo.