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Previdenciario

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MBA EM DIREITO DO TRABALHO E

PREVIDENCIÁRIO – LEGALE EDUCACIONAL

AULA INAUGURAL:
ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA
NA ATUALIDADE

 Professor Rodrigo Sodero


 Facebook: Rodrigo Sodero II e Professor Rodrigo
Sodero
 Instagram: @profrodrigosodero
Ementa da aula

 A atuação do advogado na APS. Meu INSS.


Tempo especial já reconhecido em processo
administrativo anterior. Atualização do tempo de
contribuição na APS. Tempo de contribuição x
Reclamação Trabalhista. Auxílio-doença x
Reabilitação profissional. Lei 13.457/17.
Cessação do benefício por incapacidade
concedido judicialmente em ação transitada em
julgado.
Ementa da aula

 Cessação do benefício por incapacidade


concedido judicialmente em ação em que ainda
não há trânsito em julgado. Algumas inovações
tecnológicas aplicadas à advocacia. Cômputo
do período de recebimento de benefício por
incapacidade como tempo de contribuição e
carência. Período de recebimento de benefício
por incapacidade e a possibilidade do cômputo
como especial.
Ementa da aula

 Aposentadoria por invalidez definitiva? Perda da


qualidade de segurado x Carência.
Aposentadoria especial do contribuinte
individual não cooperado. Tutela antecipada x
Devolução dos valores já recebidos em caso de
sua revogação. Aposentado no curso do
processo judicial de aposentadoria.
A atuação do advogado na APS

 O INSS exige que o advogado faça o pré-


agendamento através de seus canais de
atendimento, como condição para que seja
recebido na APS.

 Além disso, limita o número de protocolos,


permitindo apenas um por senha. No entanto,
essa limitação afronta a Lei 8.906/94 e a
Constituição Federal!
A atuação do advogado na APS

 Para resolver os problemas decorrentes dessas


atitudes arbitrárias tomadas pelo INSS, o advogado
pode impetrar Mandado de Segurança com pedido
liminar para que sejam garantidas as suas
prerrogativas. O mandado de segurança deve ser
impetrado contra o SUPERINTENDENTE REGIONAL
DO INSS. A competência será de uma das varas
cíveis da justiça federal, da cidade em que fica
localizada a Superintendência Regional.
A atuação do advogado na APS

 Para a impetração do Mandado de Segurança o


advogado poderá fazer um agendamento pelo site
www.previdencia.gov.br e juntar esta prova com a
petição inicial (Lei 12.016/09). Pode ainda buscar
notícias na internet que comprovem a prática do
procedimento pelo INSS.
 Fundamentos: arts. 5º, incisos XIII e XXXIV, 37 e 133,
da CF e aos arts. 6º, parágrafo único e 7º, incisos VI
e VII, da Lei 8.906/94.
A atuação do advogado na APS

 Entendimento do STF: INSS – ATENDIMENTO –


ADVOGADOS. Descabe impor aos advogados, no mister
da profissão, a obtenção de ficha de atendimento. A
formalidade não se coaduna sequer com o direito dos
cidadãos em geral de serem atendidos pelo Estado de
imediato, sem submeter-se à peregrinação verificada
costumeiramente em se tratando do Instituto. (RE
277.065, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, 1ª Turma,
julgado em 08/04/2014, publicação 13/05/2014)
A atuação do advogado nas APS

 ACP 26178-78.2015.4.01.3400 (17ª Vara da


Justiça Federal do DF).

 No ano de 2015 a OAB ajuizou Ação Civil


Pública (ACP) contra o INSS visando o
reconhecimento das prerrogativas dos
advogados, no que diz respeito ao
atendimento nas Agências da Previdência
Social de todo o Brasil.
A atuação do advogado nas APS

 A ACP continha pedido liminar que, naquela


época (2015), foi deferido em parte pelo
magistrado.

 A liminar garantiu aos advogados atendimento


sem agendamento prévio, em local próprio e
independente de distribuição de senhas, durante
o horário de expediente.

 O INSS também deveria garantir aos advogados


a protocolização de mais de um benefício por
atendimento.
A atuação do advogado na APS

 O INSS então opôs embargos de declaração


contra a decisão e, naquela oportunidade, a
Justiça Federal suspendeu os efeitos da decisão
até o julgamento deste recurso.

 O que houve agora? A Justiça Federal julgou os


embargos de declaração, rejeitando-os. Assim,
foi restabelecida a liminar que garante
atendimento prioritário aos advogados nas
agências, devendo o INSS cumpri-la no prazo de
30 dias, sob pena de multa de R$ 50 mil/dia.
Meu INSS

 Há alguns meses está no ar o site


www.meu.inss.gov.br, plataforma que possibilita
que o segurado acesse diversas informações
importantes sobre a sua história previdenciária.

 É possível realizar o agendamento de perícias,


consultar cartas de concessão, CNIS, Histórico
de Créditos, dentre outras informações.
Tempo especial já reconhecido em
processo administrativo anterior
 Segundo determina o Memorando-Circular
Conjunto 24 DIRBEN/DIRSAT/INSS, de 25 de
julho de 2017, o INSS reconhecerá como tempo
especial aquele já analisado e entendido como
tal em processo administrativo anterior.

 As decisões de não reconhecimento


anteriormente proferidas também poderão ser
apenas reafirmadas.

 Atenção: com novos elementos probatórios é


possível a reapreciação.
Atualização do tempo de contribuição
na APS
 Segundo o Memorando-Circular Conjunto 56
DIRBEN/DIRAT/INSS aos segurados que
solicitarem espontaneamente o serviço de
Atualização de Tempo de Contribuição, deverá
ser resguardado, nos termos do art. 61 da IN
INSS/PRES 77/2015, o direito de protocolo,
devendo, nestes casos, ser efetuado via Sistema
Informatizado de Protocolo da Previdência
Social - SIPPS, observado o disposto no art. 691
e parágrafos da referida IN.
Atualização do tempo de contribuição
na APS

 Este serviço deixou de ser “agendável” em


novembro de 2016.

 Antes de protocolizar o pedido, o servidor do


INSS poderá SUGERIR a desistência da
atualização e a guarda dos documentos pelo
cidadão para apresentação junto a eventual
requerimento futuro de benefício, quando
necessariamente o CNIS será atualizado.
Tempo de contribuição x RT

 Para que o tempo de contribuição seja


reconhecido pelo INSS, administrativamente,
mesmo no caso de RT procedente com
reconhecimento de vínculo empregatício e
recolhimento das contribuições previdenciárias,
é necessário que haja início de prova material
nos autos processuais, tais como: recibos,
cartões de ponto, holerites, dentre outros.

 Fundamentos: art. 55, § 3º, da Lei 8.213/91, art.


71 da IN INSS/PRES 77/15 e Enunciado nº 4 do
CRSS (antigo CRPS).
Tempo de contribuição x RT

 Exceções: revisões em face da majoração dos


salários-de-contribuição e reintegração do
empregado (arts. 71, §§ 1º e 5º e 72, § 2º, da IN
INSS/PRES 77/15).

 Judicialmente a questão tem sido tratada de


forma semelhante pela maioria dos tribunais,
sendo certo que o STJ admitiu para julgamento
o PUIL 293/PR no que diz respeito ao
reconhecimento da sentença trabalhista
homologatória de acordo como início de prova
material. A Súmula 31, da TNU, diz que deve ser
reconhecida como início de prova material.
Auxílio-doença x Reabilitação
profissional

 Auxílio-doença: arts. 59 e seguintes, da Lei 8.213/91.

 Caso o segurado esteja parcialmente incapaz para o


trabalho, sendo insusceptível de recuperação para a
sua atividade habitual, deve ser mantido o
pagamento do auxílio-doença até o término do
processo de reabilitação com sucesso ou até a
concessão da aposentadoria por invalidez.
Auxílio-doença x Reabilitação
profissional

 Portanto, a incapacidade parcial para o trabalho


– somente para a atividade habitual – é
suficiente para ensejar o pagamento do auxílio-
doença, sendo autorizada a sua cessação,
quando verificado o seu caráter permanente,
somente após o fim do processo de reabilitação.
Auxílio-doença x Reabilitação
profissional

 Atenção: caso, o segurado seja reabilitado com


sucesso, tendo em vista a persistência da
incapacidade para a atividade habitual, passa a
lhe ser devido o auxílio-acidente (art. 86, da Lei
8.213/91).

 Precedentes do STJ sobre a necessidade do


processo de reabilitação: REsp 1.034.611/DF,
REsp 460.331/AL e REsp 501.267/SP.
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 Lei 13.457/17: altera a Lei 8.213/91.


 Convocação dos segurados (“operação pente
fino”): o segurado aposentado por invalidez ou
em gozo de auxílio-doença poderá ser
convocado a qualquer momento para avaliação
das condições que ensejaram o benefício,
concedido judicial ou administrativamente,
observado o disposto no art. 101, da Lei
8.213/91. (vide arts. 43, § 4º e 60, § 10, da Lei
8.213/91)
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 Benefícios concedidos em ação judicial com


trânsito em julgado: princípio do paralelismo
das formas (art. 505, inciso I, do CPC e art. 71,
da Lei 8.212/91).

 Precedente do STJ sobre o tema: REsp


1.408.281/SC, decisão monocrática publicada em
07.03.2017, transitada em julgado
(jurisprudência conturbada).
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 Saída técnica: mandado de segurança ou ação


com pedido de tutela antecipada inaudita altera
parte!

 Dica: despacho com utilização de novas


tecnologias (vídeo salvo no YouTube, link na
petição, QR Code (www.e-lemento.com), app
leitor de QR Code, escolha do local, vestimenta,
identificação do advogado e duração do vídeo).
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 Benefícios concedidos em ação judicial via


deferimento de tutela provisória EM QUE AINDA
NÃO HÁ trânsito em julgado: o Estado detém o
monopólio da atividade jurisdicional, sendo,
portanto, a cessação administrativa ilegal.
(TRF4, APELREEX 0011668-33.2016.404.9999 e
AG 5010194-29.2017.404.0000).
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 Saída técnica: peticionamento imediato ao Juiz


ou Tribunal responsável pelo processo no
momento requerendo seja o INSS intimado para
que não realize a cessação do benefício
administrativamente. (importante ir
despachar/uso de novas tecnologias)
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade

 Art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91: Se, no período básico


de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por
incapacidade, sua duração será contada,
considerando-se como salário-de-contribuição, no
período, o salário-de-benefício que serviu de base
para o cálculo da renda mensal, reajustado nas
mesmas épocas e bases dos benefícios em geral,
não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário
mínimo.
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade

 Art. 55, inciso II, da Lei 8.213/91: o tempo de serviço


será comprovado na forma estabelecida no
Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das
categorias de segurados de que trata o art. 11 desta
Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de
segurado: (...) I - o tempo intercalado em que esteve
em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez.
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade

 Art. 164, inciso IX, da IN INSS/PRES 77/15: até que lei


específica discipline a matéria, são contados como
tempo de contribuição: 1. o não decorrente de
acidente do trabalho, entre períodos de atividade,
ainda que em outra categoria de segurado; 2. por
acidente do trabalho intercalado ou não com período
de atividade ou contribuição.
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade

 O período de recebimento de benefício por


incapacidade pode ser considerado para fins de
carência?
 É possível considerar o período em que o segurado
esteve no gozo de benefício por incapacidade
(auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez) para
fins de carência, desde que intercalados com
períodos contributivos. (art. 153, § 1º, da IN
INSS/PRES 77/2015)
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade

 E o período de recebimento de auxílio-acidente?


Pode ser considerado para fins de carência?

 STJ: O auxílio-acidente - e não apenas o auxílio-


doença e a aposentadoria por invalidez - pode ser
considerado como espécie de "benefício por
incapacidade", apto a compor a carência necessária
à concessão da aposentadoria por idade.
Tempo de contribuição x Período de
recebimento de benefícios por incapacidade

 É de ser observada a vetusta regra de hermenêutica,


segundo a qual "onde a lei não restringe, não cabe
ao intérprete restringir" (STJ, REsp 1.243.760/PR,
Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado
em 02/04/2013, DJe 09/04/2013)
Tempo especial x Período de recebimento
de benefícios por incapacidade

 No que diz respeito aos períodos de gozo de auxílio-


doença ou aposentadoria por invalidez, que
sucedem período de exercício de atividade especial,
o parágrafo único, do art. 65, do Decreto 3.048/99,
diz que o período de afastamento deve ser
computado como especial, desde que o benefício
tenha natureza acidentária.
Tempo especial x Período de recebimento
de benefícios por incapacidade

 Art. 291, da IN INSS/PRES 77/2015: são considerados


períodos de trabalho sob condições especiais, os
períodos de descanso determinados pela legislação
trabalhista, inclusive férias, os de afastamento
decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-doença
ou aposentadoria por invalidez acidentários, bem
como os de recebimento de salário-maternidade,
desde que, à data do afastamento, o segurado
estivesse exercendo atividade considerada especial.
Tempo especial x Período de recebimento
de benefícios por incapacidade

 O parágrafo único do referido artigo determina


que: os períodos de afastamento decorrentes de
gozo de benefício por incapacidade de espécie
não acidentária não serão considerados como
sendo de trabalho sob condições especiais.
Tempo especial x Período de recebimento
de benefícios por incapacidade

 Entendemos que o afastamento deve ser


computado como especial desde que o
benefício por incapacidade suceda interregno
no qual houve exercício de atividade especial,
independentemente da espécie do benefício. (O
Decreto afronta o art. 84, inciso IV, da CF e o art.
29, § 5º, da Lei 8.213/91)
Tempo especial x Período de recebimento
de benefícios por incapacidade

 TNU dos JEF`s: nos autos do Processo nº


5012755-25.2015.4.04.7201 a TNU determinou a
suspensão de todos os processos que tramitam
pelo JEF sobre o tema.

 TRF4: IRDR no Processo 5017896-


60.2016.4.04.0000, aguardando julgamento.
Uma nova revisão?

 Art. 29, § 5º, da Lei 8.213/91: Se, no período


básico de cálculo, o segurado tiver recebido
benefícios por incapacidade, sua duração será
contada, considerando-se como salário-de-
contribuição, no período, o salário-de-benefício
que serviu de base para o cálculo da renda
mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases
dos benefícios em geral, não podendo ser
inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo.
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 A aposentadoria por invalidez pode ser


definitiva?

 Hipótese 01 (art. 101, da Lei 8.213/91): a partir do


momento em que o segurado completa 60 anos
de idade.
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 Hipótese 02 (nova hipótese criada pela Lei


13.147/17): a partir do momento em que o
segurado completa 55 anos de idade e quando
decorridos 15 anos da data da concessão da
aposentadoria por invalidez ou do auxílio-
doença que a precedeu (vide Memorando-
Circular Conjunto nº 32
/DIRBEN/DIRSAT/PFE/INSS, de 19.09.2017).
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 Alta programada

 Sempre que possível, o ato de concessão ou de


reativação de auxílio-doença, judicial ou
administrativo, deverá fixar o prazo estimado para a
duração do benefício.

 Duas hipóteses: administrativa e judicial.


Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 Na ausência de fixação de prazo, o benefício


cessará após o prazo de 120 dias, contado da
data de concessão ou de reativação, exceto se o
segurado requerer a sua prorrogação perante o
INSS, na forma do regulamento. (vide art. 60, §§
8º e 9º, da Lei 8.213/91)

 Justificativa para alta programada:


desburocratização.
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 O que pensa o STJ sobre a alta programada?

 O STJ pensa que há violação ao art. 62 da Lei


8.213/91 e à dignidade da pessoa humana (art.
1º, inciso III, da CF).
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 Isso porque, não é possível que um sistema


previdenciário, cujo pressuposto é a proteção
social, se abstenha de acompanhar a
recuperação da capacidade laborativa dos
segurados incapazes, atribuindo-lhes o ônus de
um auto exame clínico, a pretexto da diminuição
das filas de atendimento na autarquia (STJ,
AgInt no AREsp 1.049.440/MT e REsp
1.599.554/BA).
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 Recurso Ordinário e direito à realização de perícia


por médico diverso: o segurado que recorrer à Junta
de Recursos do CRSS contra a decisão que
entender pela sua aptidão para o trabalho tem direito
que a análise médica pericial seja feita pelo
assistente técnico médico da JR, sendo este um
perito diverso daquele que indeferiu o benefício.
(vide § 11, do art. 60, da Lei 8.213/91)
Lei 13.457/17 (MP 767/17)

 Perda da qualidade de segurado e a possibilidade de


utilização das contribuições vertidas anteriormente
para fins de carência: no caso de perda da qualidade
de segurado, para efeito de carência da
aposentadoria por invalidez e do auxílio-doença, o
segurado deverá contar, a partir da nova filiação,
com metade dos períodos previstos no art. 25, da Lei
8.213/91, ou seja, 06 contribuições. (vide art. 27-A, da
Lei 8.213/91)
Aposentadoria especial do contribuinte
individual não cooperado

 Beneficiários da aposentadoria especial: para o


INSS, somente o segurado empregado, o
trabalhador avulso e o contribuinte individual
desde que cooperado (art. 247, da IN
INSS/PRES 77/2015).
Aposentadoria especial do contribuinte
individual não cooperado
 Nos casos de contribuinte individual, nos termos do
inciso I, do art. 259, da IN INSS/PRES 77/2015, o INSS
deve reconhecer o período trabalhado em atividade
especial, por categoria profissional, até 28.04.1995,
mediante apresentação de documentos que
comprovem, ano a ano, a permanência na atividade
exercida (não seria necessária apresentação de PPP
ou qualquer formulário).
Aposentadoria especial do contribuinte
individual não cooperado
 No que diz respeito ao período trabalhado após a
edição da Lei 9.032/95, vejamos o que dispõe a
Súmula 62, da TNU: “O segurado contribuinte
individual pode obter reconhecimento de atividade
especial para fins previdenciários, desde que
consiga comprovar exposição a agentes nocivos à
saúde ou à integridade física." (DOU 03.07.2012)
Aposentadoria especial do contribuinte
individual não cooperado

 O segurado que se aposenta na modalidade especial


(B-46), pode continuar trabalhando em atividade
especial? O art. 57, § 8º, da Lei 8.213/91, diz que
NÃO.

 Entretanto, questiona-se a constitucionalidade do


dispositivo em face do direito constitucional de livre
exercício da profissão (art. 5º, inciso XIII, da CF).
Aposentadoria especial do contribuinte
individual não cooperado

 Precedentes do TRF4: Incidente de Arguição de


Inconstitucionalidade 5001401-77.2012.404.0000
e Apelação/Reexame necessário 5000262-
89.2010.404.7104.

 STF: matéria aguarda julgamento no RE


791.961/PR.
Tutela antecipada x Devolução dos
valores em caso de revogação

 Devolução dos valores já recebidos em sede de


tutela antecipada revogada nas ações
previdenciárias:

 STJ: REsp 1.384.418/SC (ruim) e Embargos de


Divergência em REsp 1.086.154/RS (dupla
conformidade).

 STF: ARE 734.199/DF e AI 829.661/MS - não há que


se falar devolução.
Tutela antecipada: a solução!

 Solução 01: produção antecipada de prova (art.


381, do CPC).

 Solução 02: realização da perícia antes da


apresentação de Contestação (Recomendação
Conjunsta CNJ/AGU/MTPS nº 01, de 15.12.2015).
Aposentado no curso do processo
judicial de aposentadoria
 Imaginem o caso: o segurado ajuíza ação
previdenciária visando a concessão de sua
aposentadoria por tempo de contribuição. Antes
que o processo termine, o segurado preenche
os requisitos necessários para a concessão do
benefício. Requer a aposentadoria
administrativamente e PIMBA: aposenta-se.

 Posteriormente a ação é julgada procedente.


Aposentado no curso do processo
judicial de aposentadoria
 Problema: o benefício concedido judicialmente é
inferior ao que o segurado está recebendo. O
juiz, na fase de execução, determina que o
segurado opte por um dos benefícios, sendo
certo que, caso escolha a prestação concedida
administrativamente não receberá os atrasados
do benefício garantido pela decisão judicial
transitada em julgado. Por outro lado, se
escolher o benefício concedido judicialmente a
renda mensal da aposentadoria será inferior.
Aposentado no curso do processo
judicial de aposentadoria
 1. Vejam que o Poder Judiciário reconheceu a
ILEGALIDADE, praticada pelo INSS e condenou o
INSS a conceder a aposentadoria ao segurado.

 2. Entendemos que somente assegurando a


percepção dos atrasados decorrentes do benefício
deferido judicialmente (período correspondente à DIB
deste benefício até a DIB da aposentadoria concedida
administrativamente – mais vantajosa) é que se
prestigiará a aplicação correta do Direito ao caso
concreto e se justificará a movimentação do Poder
Judiciário, já que o INSS indeferiu indevidamente o
pedido de aposentadoria realizado pelo segurado.
Aposentado no curso do processo
judicial de aposentadoria
 3. Há de ressaltar também que o segurado
forçosamente trabalhou por um período adicional
até que fosse reconhecido o seu direito à
aposentadoria administrativamente!

 4. E mais: esperou o término da ação para o


recebimento dos valores devidos pelo INSS,
certamente por alguns anos!

 5. Seria justo não receber nenhum valor em


decorrência do direito não reconhecido
oportunamente pelo INSS?
Aposentado no curso do processo
judicial de aposentadoria
 6. É claro que não. Entendimento contrário
premiaria o INSS, que se beneficiaria do ilegal
ato administrativo de indeferimento da
aposentadoria do segurado.

 7. Restaria configurada também a negativa de


vigência aos princípios que norteiam a
administração pública, especialmente, aos
princípios da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade e da eficiência (art. 37, da CF).
Aposentado no curso do processo
judicial de aposentadoria
 8. O direito adquirido do segurado (art. 6º, § 2º,
da LINDB) à aposentadoria por tempo de
contribuição (arts. 52 e seguintes da Lei
8.213/91) seria violado!

 9. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, o


segurado pode optar por receber o valor dos
atrasados do benefício concedido judicialmente
e também optar pela manutenção do mais
vantajoso.
Aposentado no curso do processo
judicial de aposentadoria
 10. Decisões proferidas pelo STJ em maio deste
ano de 2017, em casos idênticos, tais como no
REsp 1.668.902/PR e no REsp 1.667.360/SC,
publicadas em 24.05.2017, corroboram o acima
exposto.

 11. Do ponto de vista processual, a decisão


proferida na fase de execução que determina que
o segurado opte por um dos benefícios
caracteriza-se como interlocutória, atacável,
portanto, pela interposição de Agravo de
Instrumento (art. 1.015, do CPC).

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