Produção de Extrusado Doce
Produção de Extrusado Doce
Produção de Extrusado Doce
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
ISSN 0103-6068
Dezembro, 2004 56
Produção de Extrusados
Doces
República Federativa do Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente
Clayton Campanhola
Vice-Presidente
Diretoria-Executiva da Embrapa
Clayton Campanhola
Diretor-Presidente
Documentos56
Rio de Janeiro, RJ
2004
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
1a edição
1a impressão (2004): tiragem: 100 exemplares
Amauri Rosenthal
Chefe Geral da Embrapa Agroindústria de Alimentos
Sumário
Importância da Matéria-Prima e
Aspectos Gerais da Produção de
Extrusados
O tamanho de partícula das matérias-primas pode afetar notavelmente a
textura e uniformidade do produto final. O processo de extrusão permite
a utilização de uma série de ingredientes e tamanhos de partícula dos
mesmos A importância da uniformidade das partículas também está
relacionada com a uniformidade no condicionamento das mesmas. Isto
porque a variação das partículas possuem proporções ou taxas de
absorção de água diferentes. A taxa de umidifição de cada partícula está
relacionada com os princípios da difusividade da água. Portanto, tempo,
temperatura, umidade disponível, tamanho de partícula, presença de
amidos gelatinizados, fibras e proteínas entre outros fatores afetam este
princípio.
A uniformidade no tamanho das partículas dos ingredientes permite que
estas sejam adequadamente cozidas no processo de extrusão,
prevenindo assim dureza excessiva, cozimento parcial no produto final.
Se o tamanho das partículas da matéria-prima variam muito, o produto
final pode conter partículas indesejáveis com diferentes graus de cocção,
o qual diminui a qualidade tanto na aparência como na percepção do
sabor e da textura.
No processo produção de extrusados expandidos, também conhecido
como snacks, um dos principais fatores de qualidade do produto final
está relacionado com a matéria-prima. A expansão do produto depende,
principalmente, da composição do material e das condições de
processamento o que resulta da expansão longitudinal, da expansão
diametral ou de ambas. A expansão do produto depende da intensidade
de vaporização da água e das propriedades de fluxo do amido fundido.
10 Produção de Extrusados Doces
Segundo Zhang & Hoseney (1998) e Ryu & Ng (2001), o teor de água
não é o único fator importante no mecanismo de expansão, sendo as
propriedades reológicas do material fundido, as quais invariavelmente
dependem da temperatura e composição do material fundido dentro da
extrusora, as variáveis principais. Sendo assim as expansões,
longitudinal e radial, são dependentes da viscosidade e da elasticidade
do material fundido, respectivamente.
Normalmente a expansão é expressa pela relação entre a área da seção
transversal do extrusado e a área da matriz, ou pela relação entre os
diâmetros do produto extrusado e da matriz.
Foi observado que nos produtos extrusados expandidos, o ar ocupa de
85 a 92% do volume total, exceto para amostras extrusadas à baixa
temperatura. Desta forma, são obtidos extrusados com valores de
densidade no intervalo de 0,04 a 0,38 g/cm3. O grau máximo de
expansão pode ser previsto, com base no conteúdo de amido. Em
amidos puros a expansão pode chegar a 500%, seguido pelos grãos
integrais (400%), várias misturas (pet food) para alimentação de animais
(200-300%) e sementes oleaginosas (150-200%). O conteúdo de amido
nesses materiais é de 100, 65-78, 40-50 e 0-10%, respectivamente. De
acordo com algumas referências, o limite mínimo de amido num
produto, para que ocorra a expansão é de 60 a 70%. O aumento no
nível de amido danificado nos ingredientes crus conduz a produtos com
poros, textura macia, maior solubilidade e caráter pegajoso quando
comido.
O tamanho das partículas tem sido também apontado como um fator
importante na expansão, principalmente quando se utiliza extrusores
com rosca única. As partículas pequenas são mais rapidamente fundidas
e a massa resultante, de viscosidade baixa, não é transportada
apropriadamente. Este problema pode, nesses casos, ser eliminado pela
redução de umidade. Em contraste, quando da utilização de um extrusor
da marca Clextral de rosca dupla, o tamanho de partícula foi
considerado relativamente sem grande importância, sendo uma forte
indicação que o tamanho de partícula está relacionado com o tipo de
extrusor e sua configuração de parafuso (Desrumaux et al., 1998).
Com relação ao tipo de açúcar recomendado para a extrusão, é
importante considerar o tamanho dos grânulos de açúcar sejam
compatíveis em distribuição granulométrica com as partículas da fonte
amilácea seja esta de milho, trigo, arroz, mandioca ou de mistura. Outro
aspecto que deve ser considerado é a cor final do produto desejado,
sendo assim, prefere-se usar açúcar refinado por não afetar
grandemente a cor do produto final.
Produção de Extrusados Doces 11
Matéria-prima
Farinha de arroz + Açúcar (10%
do peso da farinha)
Mistura e Condicionamento
Umidade de condicionamento
entre 14-18%
Extrusão
Alta taxa de cisalhamento,
temperatura superior a 120°C
Secagem
Umidade do produto final abaixo
de 8%, deve ser crocante
“Saborização”
Adição de aroma de baunilha
Embalagem
Com eficiente barreira à umidade
Mistura e Condicionamento
Umidade de condicionamento de 30%
em base úmida.
Extrusão
Baixa taxa de cisalhamento
Temperatura da última zona inferior a
80 ºC
Corte
Na formato e tamanho desejados
Secagem
Umidade do produto final deve ser
abaixo de 8%.
Embalagem e comercialização
dos “pellets” expandidos
Referências Bibliográficas
Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento