Helmintos Parasitologia Sanarflix
Helmintos Parasitologia Sanarflix
Helmintos Parasitologia Sanarflix
1. Introdução...................................................................... 3
2. Taxonomia..................................................................... 4
3. Família ancylostomidae e amarelão..................13
4. Larva migrans cutânea (LMC)..............................20
5. Schistosoma mansoni e esquistossomose.....24
6. Wuchereria bancroft e filariose...........................34
7. Enterobius vermicularis e
enterobiose/oxiuríase...................................................40
8. Trichuris trichiura e tricuríase................................45
9. Echinococcus granulosus e hidatidose............49
10. Hymenolepis nana.................................................56
11. Strongyloides stercolaris.....................................59
12. Taenia SP. ................................................................65
Referências bibliográficas .........................................74
HELMINTOS 3
2. TAXONOMIA
FLUXOGRAMA COM OS PRINCIPAIS REPRE-
SENTANTES DA CLASSE DOS HELMINTOS
Reino → Animália.
Filo:
• Platelmintos → são os represen- HELMINTOS
tantes mais inferiores dos helmin-
tos, os quais se caracterizam por
apresentarem simetria bila-
teral, uma extremidade ante-
Reino
rior com órgãos sensitivos e
de fixação, e uma extremida-
de posterior. São achatados
Filo
Platelmintos Nematoda
Figura 3. Principais representantes do filo dos nematódeos. Imagem retirada da aula sobre Helmintos da seção de
Parasitologia da Plataforma Sanarflix.
HELMINTOS 11
Figura 4. Representação da cavidade interna dos nema- Figura 5. Representação da cavidade bucal dos nema-
telmintos. Imagem retirada da aula sobre Helmintos da telmintos, com seus três lábios. Imagem retirada da aula
seção de Parasitologia da Plataforma Sanarflix. sobre Helmintos da seção de Parasitologia da Plataforma
Sanarflix.
Figura 7. Corte transversal demonstrando os componentes dos tecidos de sustentação dos nematelmintos. Imagem
retirada da aula sobre Helmintos da seção de Parasitologia da Plataforma Sanarflix.
HELMINTOS 12
Figura 8. Representação esquemática da reação imunológica envolvida na parasitose. Fonte: Neves, 2016.
HELMINTOS 13
Necator americanus e
Dermatite serpiginosa
Ancylostoma duodenale
Ancylostoma braziliense
Dimorfismo sexual
e Ancylostoma caninum
Larvas filarióides
Síndrome de Loeffler →
Intestino delgado
pode estar presente
• Vetores mecânicos
• Mebendazol (100 mg) e Exame clínico bem feito!
• Água
albendazol (400 mg)
• Alimentos
• Pamoato de pirantel
• Penetração ativa e direta
(10 mg/kg)
Tratamento
• Diarreia
• Dor abdominal
Tratamento
• Urticária
Autolimitada
Esquistossomose
Fase
Diagnóstico
Esplenomegalia e basofilia
Contribuem para que se suspeite des-
ta doença o fato de proceder o paciente
Ascite
de uma zona endêmica ou de ter visitado
um foco conhecido e nele se banhado, se
o quadro clínico for compatível com os da Varizes esôfagogástricas
esquistossomose.
Entretanto, os variados quadros que a in- Lesões à distância
tropical na Ásia, África e Américas, Tabela 2. Tabela retirada e adaptada da aula sobre
Helmintos da seção de Parasitologia da Plataforma
sendo um sério problema de saúde Sanarflix.
pública. É estimada em 1 bilhão a po-
pulação que vive em áreas de risco de
contrair a infecção e em 120 milhões Transmissão: vetor biológico
o número de parasitados. Destes, FILO Arthropoda
aproximadamente 112 milhões são CLASSE Insecta
portadores de W. bancrofti. A filario- ORDEM Diptera
se linfática no continente americano FAMÍLIA Culicidae
é causada exclusivamente pela W. GÊNERO Culex
bancrofti, sendo também conhecida ESPÉCIE Culex quinquefasciatus
como elefantíase, em uma de suas Tabela 3. Tabela retirada e adaptada da aula sobre
manifestações na fase crônica. Helmintos da seção de Parasitologia da Plataforma
Sanarflix.
A Organização Mundial da Saúde es-
tabeleceu uma meta para erradicação
da filariose no mundo, incluindo a in- A transmissão se dá unicamente pela
terrupção da transmissão, prevenção picada do inseto vetor e deposição
e alívio de incapacidades associadas das larvas infectantes na pele lesada.
à filariose linfática. Parece que o estímulo que provoca
a saída das larvas da probóscide do
HELMINTOS 35
FILARIOSE
Fase
SAIBA MAIS!
Apresenta ciclo biológico curto (45- com dois úteros. Cada ramo ute-
60 dias), com tempo de vida também. rino se continua com o oviduto e
Porém, a enterobiose dura meses de- ovário.
vido a facilidade com que as reinfec-
• Macho → mede cerca de 5 mm de
ções ocorrem, de forma constante.
comprimento, por 0,2 mm de di-
âmetro. Cauda fortemente recur-
Taxonomia vada em sentido ventral, com um
espículo presente. Apresenta um
REINO Animmalia
único testículo.
SUBREINO Metazoa
FILO Nemathelmynthes • Ovo → mede cerca de 50 mcm de
CLASSE Secementhea comprimento por 20 mcm de lar-
ORDEM Rhabditida gura. Apresenta o aspecto gros-
FAMÍLIA Oxyuridae seiro de um D, pois um dos lados é
GÊNERO Enterobius sensivelmente achatado e o outro é
ESPÉCIE Enterobius vermicularis convexo. Possui membrana dupla,
Tabela 4. Tabela retirada e adaptada da aula sobre lisa e transparente. No momento
Helmintos da seção de Parasitologia da Plataforma
Sanarflix.
em que sai da fêmea, já apresenta
no seu interior uma larva.
Biologia do parasito
Habitat
O E. vermicularis apresenta nítido di-
morfismo sexual, entretanto, alguns Machos e fêmeas vivem no ceco e
caracteres são comuns aos dois se- apêndice. As fêmeas, repletas de
xos: cor branca e aspecto filiforme. Na ovos (5 a 16 mil ovos), são encontra-
extremidade anterior, lateralmente à das na região perianal.
boca, notam-se expansões vesicu- Em mulheres, ocasionalmente pode-
losas muito típicas, chamadas “asas -se encontrar esse parasito na vagi-
cefálicas”. A boca é pequena, seguida na, útero e bexiga.
de um esôfago também típico, sendo
claviforme, terminando em um bulbo
cardíaco. Ciclo biológico
Figura 12. Ciclo do E. vermicularis. A) Machos e fêmeas no ceco; 1) Ovos depositados na região perianal; 2) Ovos no
meio exterior, contaminando alimentos; 3) Ovos da região perianal levados a boca pelas mãos; 4) Ingestão de ovos
embrionados: eclosão de larvas no intestino delgado, migração de larvas até o ceco; vermes adultos. Cerca de 30 a
40 dias após a infecção, as fêmeas já estão repletas de ovos. Imagem retirada do livro Parasitologia Humana, 13ª ed.,
David Pereira Neves, 2016.
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SAIBA MAIS!
A presença dos machos na região perianal está mais associada a erosões crônicas pela ocor-
rência de reações inflamatórias granulomatosas.
Níveis de hormônio
Hematofagia ↑ TNF-alfa IGF-1 e precursor Perdas alimentares
do colágeno
Perdas sanguíneas
SAIBA MAIS!
A quimioprofilaxia em massa foi instituída no Brasil no intuito de reduzir os prejuízos pon-
deroestaturais e cognitivos em crianças acometidas com a tricuríase. Como esta profilaxia é
realizada pela administração de apenas um comprimido em dose única do tratamento para o
combate à doença, é útil na redução da parasitemia, mas inútil no controle de cura da doença.
Portanto, é ineficaz! A medida mais eficaz para redução de tais morbidades é a introdução do
tratamento adequado para tricuríase.
Transmissão
Os cães adquirem a infecção (equi-
nococose) ao serem alimenta-
dos com vísceras dos hospedeiros
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Além disso, o cisto hidático vai cres- anos. O primeiro sinal é geralmen-
cendo gradativamente (5 cm/ano), te o tumor. A hidatidose do jovem
ocorrendo deslocamento e com- é quase sempre devida a um cisto
pressão do local instalado. Absorve escolecífero não complicado. Seu
nutrientes do tecido, produz e libera número é maior que o dos adultos
proteínas no espaço de instalação, jovens, que já eliminaram alguns
como também imunomoduladores, cistos. A supuração é rara e a for-
de forma a evitar um processo de cal- ma óssea é raríssima.
cificação e sua inatividade.
• Hidatidose hepática → o tumor lo-
calizado no fígado pode produzir
Manifestações clínicas sensação local de tensão, peso ou
dor, com irradiação para o ombro.
A infecção tem início por via digestiva Na face inferior deste órgão, causa
e as hidátides vão localizar-se no fí- sensação de mal estar ou plenitu-
gado em 75 a 80% dos casos, ou nos de gástrica, ou simula um quadro
pulmões em 10 a 20% deles. Nos de pseudolitíase, com cólicas, icte-
músculos, encontram-se 4,7% dos rícia e elevação da temperatura. À
cistos, no baço 2,3%, no rim 2,1% e palpação encontra-se uma tumo-
no cérebro 1,4%. ração do tamanho de uma laranja
Os cistos são múltiplos em 1/3 dos móvel. Também pode simular cir-
casos, mas fatores epidemiológicos rose hepática devido a compres-
e fisiológicos devem impedir que eles são da veia porta e estase venosa
sejam mais numerosos. nessa área.
Mesmo a parede íntegra dos cistos
permite a passagem de substâncias
antigênicas que levam a produção de
anticorpos. A sensibilização do pacien-
te dá lugar a reações alérgicas do tipo
urticária, edema angioneurótico, asma
e choque anafilático, assim como a re-
ação intradérmica de Casoni.
As ações do parasito são de ordem
física, por compressão ou desvio de
órgãos, ou metabólica.
Figura 14. Tomografia computadorizada de abdome
demonstrando região cística hipodensa (cisto simples
• Formas benignas → a doença unilocular) com ausência de septações e calcificações
contraída na infância raramente no lobo direito do fígado. Cisto hidático. Imagem retira-
da do site “O radiologista”.
é diagnosticada antes dos 10-15
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ESPÉCIE
Hymenolepis nana, Hymenolepis • Habitat → o verme adulto é en-
diminuta contrado no intestino delgado,
Tabela 7. Tabela retirada e adaptada da aula sobre principalmente íleo e jejuno do ho-
Helmintos da seção de Parasitologia da Plataforma
Sanarflix. mem. Os ovos são encontrados
nas fezes e a larva cisticercoide
pode ser encontrada nas vilosida-
Biologia do parasito des intestinais do próprio ou na ca-
• Verme adulto → mede cerca de vidade geral do inseto hospedeiro
3-5 cm, com 100 a 200 proglo- intermediário.
tes bastante estreitas. Cada um
destes possui genitália masculina Ciclo biológico
e feminina. O escólex apresenta
quatro ventosas e um rosto retrátil Esse helminto pode apresentar dois
armado de ganchos. tipos de ciclo: um, monoxênico, em
que prescinde de hospedeiro inter-
• Ovos → são quase esféricos, me- mediário; e outro, heteroxênico, em
dindo cerca de 40 mcm de diâme- que usa hospedeiros intermediários,
tro. São transparentes e incolo- representados por insetos (Pulgas-
res. Apresentam uma membrana Pulex irritans, Xenopsylla cheopis e
externa delgada envolvendo um Ctenocephalides sp- e coleópteros).
espaço claro e, mais internamen-
te, apresentam outra membra- Ciclo monoxênico: os ovos são elimi-
na envolvendo a oncosfera. Essa nados juntamente com as fezes e po-
membrana interna apresenta dois dem ser ingeridos por alguma crian-
mamelões claros em posições ça. Ao passarem pelo estômago, os
opostas, dos quais partem alguns embrióforos são semidigeridos pelo
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Figura 19. Strongyloides stercoralis. Representação esquemática das formas evolutivas: an – ânus; bo – boca; ca –
cauda entalhada; cl – cloaca; ep – espículo; es – esôfago; in- intestino; ov – ovário; pg – primórdio genital nítido; te- tes-
tículo; ut- útero divergente; vb – vestíbulo bucal curto; vu – vulva. Imagem retirada do livro Parasitologia Humana, 13ª
ed., David Pereira Neves, 2016.
HELMINTOS 62
ou corpo. São de cor branca leitosa seja, a medida que cresce o colo,
com a extremidade anterior bas- vai ocorrendo a delimitação das
tante afilada e de difícil visualização. proglotes e cada uma delas inicia a
formação dos seus órgãos. Assim,
• Escólex → pequena dilatação, me-
quanto mais afastado do escólex,
dindo, na T. solium, de 0,6 a 1 mm
mais evoluídas são as proglotes.
e, na T. saginata, 1 a 2 mm de diâ-
metro, situada na extremidade an-
terior, funcionando como órgão de As proglotes são subdivididas em jo-
fixação do cestódeo à mucosa do vens, maduras e grávidas e têm a
intestino delgado humano. Apre- sua individualidade reprodutiva e ali-
senta quatro ventosas formadas mentar. As jovens são mais curtas e
de tecido muscular, arredondadas já apresentam o início do desenvolvi-
e proeminentes. A T. solium possui mento dos órgãos genitais masculinos,
o escólex globuloso com um rostro que se formam mais rapidamente que
situado em posição central, entre os femininos. A proglote madura pos-
as ventosas, armado com dupla sui os órgãos reprodutores completos
fileira de acúleos em formato de e aptos para a fecundação. As situa-
foice. A T. saginata tem o escólex das mais distantes do escólex, as pro-
inerme, sem rostro e acúleos. glotes grávidas, são mais compridas e
• Colo → porção mais delgada do internamente os órgãos reprodutores
corpo onde as células do parên- vão sofrendo involução enquanto o
quima estão em intensa atividade útero se ramifica cada vez mais, fican-
de multiplicação. É a zona de cres- do repleto de ovos. A proglote grávida
cimento do parasito ou de forma- de T. solium é quadrangular e o útero é
ção das proglotes. formado por 12 pares de ramificações
do tipo dendrítico, contendo até 80
• Estróbilo → é o restante do corpo mil ovos, enquanto a de T. saginata é
do parasito. Inicia-se após o colo, retangular, apresentando no máximo
observando-se diferenciação tis- 26 ramificações uterinas do tipo di-
sular que permite o reconheci- cotômico, contendo até 160 mil ovos.
mento de órgãos internos ou de Entretanto, apenas 50% dos ovos são
segmentação do estróbilo. Cada maduros e férteis. Essas proglotes so-
segmento formado denomina-se frem apólise, ou seja, desprendem-se
proglote ou anel, podendo ter de espontaneamente do estróbilo. Na T.
800 a 1000 e atingir 3 metros na solium, são eliminados passivamente
T. solium, ou mais de 1000, atin- com as fezes, de três a seis anéis uni-
gindo até 8 metros na T. saginata. dos, enquanto na T saginata as pro-
A estrobilização é progressiva, ou glotes se destacam separadamente,
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Grego: hélmin
Acelomados Cilíndricos alongados
+ de 50% das
Schistosoma mansoni infecções em crianças Filariose Wuchereria bancrofti
Teníase e cisticercose
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Parasitologia Humana, 13ª ed., David Pereira Neves, 2016.
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Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2018; 53(3): 239-244.
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Hidatidose hepática. O Radiologista – blogspot, 2008.
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