A Form Inicial em EFE A Partir Do Programa Residência
A Form Inicial em EFE A Partir Do Programa Residência
A Form Inicial em EFE A Partir Do Programa Residência
Resumo
O Programa Residência Pedagógica foi instituído, com o intuito de aperfeiçoar a
formação dos acadêmicos de licenciatura, estimulando-os a atuar ativamente na
prática de ensino, estabelecendo relações entre a teoria e a prática, além de
proporcionar uma maior aproximação e fortalecimento do diálogo entre Instituição
de Ensino Superior e a escola-campo. O estudo teve como objetivo relatar a
experiência de uma estudante do curso de Licenciatura em Educação Física do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - campus Canindé,
durante sua participação no Programa Residência Pedagógica. A experiência no
programa contribuiu para uma construção crítica na formação inicial, onde a
acadêmica e residente pôde vivenciar o “ser professor” antes mesmo de ingressar
no mercado de trabalho, aliando a teoria à prática, conhecendo múltiplas
realidades educacionais e assim emergindo profundamente nos desafios e
possibilidades da carreira docente.
Palavras-chave: Programa Residência Pedagógica. Formação Docente.
Educação Física.
1 Introdução
este conceito apenas técnico atribuído a licenciatura em Educação Física, propondo uma
educação integral do indivíduo, afim de emancipar o sujeito das barreiras postas pelo
tecnicismo.
A formação de professores carrega grande importância para a consolidação de
um ensino de qualidade, e como consequência das transformações tecnológicas, é
Foi a partir do Projeto de Lei do Senado n.° 227/2007 com o nome de Residência
Educacional que o Programa Residência Pedagógica (PRP) iniciou seus primeiros passos,
sendo inspirado inicialmente na Residência Médica, dada a importância deste no processo
de formação do graduando, sendo o momento em que o residente seria capaz de colocar
em prática o que foi visto em sua formação inicial, além de experienciar e construir novas
habilidades e aprendizagens proporcionadas pelo contexto no qual está inserido (BRASIL,
2007, p. 3).
A residência na formação inicial de professores teve sua primeira experiência no
curso de Pedagogia da universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) no ano de 2009
(FARIA; PEREIRA, 2019). “O PRP articula quatro disciplinas práticas que abarcam os
3 Relato de Experiência
discussão de textos que foram enviados previamente aos residentes. Tais textos tinham
como tema central assuntos relacionados a prática pedagógica e o “ser professor”. O
intuito deste momento inicial era ainda de forma teórica, instigar um aprendizado e a
compreensão sobre o contexto que permeiam o interior das escolas.
Como relatado anteriormente, o PRP foi dividido em fases: ambientação; imersão,
aspectos, Santos (2018) nos traz que a família possui um importante papel no processo
ensino-aprendizagem dos filhos, porém é nítido o afastamento que os pais e/ou
responsáveis têm em se dirigir à escola e acompanhar de perto o desenvolvimento do
aluno.
A autora afirma ainda que esse acompanhamento vai muito além do
Notou-se uma certa resistência por parte dos alunos em participar das aulas
práticas já planejadas. Insistiam a todo momento em vivenciar outras práticas como o
futsal ou “baleou” (Um jogo e brincadeira popular conhecido em outras regiões como
queimada ou carimba), sendo necessário em algumas vezes o preceptor interferir para
tentar mediar a situação para que se pudesse retornar às atividades elaboradas.
7 O conteúdo esporte faz parte da Educação Física, o seu ensino pode instigar
reflexões e pensamentos críticos, porém não deve ser colocado a cima dos demais
conteúdos e nem deve se resumir apenas em atividades práticas (FRANÇA, 2018).
Vale ressaltar que o uso do pátio para algumas práticas era inviável, visto que era
um ambiente próximo das outras salas de aula e por conta do barulho o diretor não permitia
seu uso, nos limitando apenas utilização da quadra poliesportiva. Estas questões que
corroboram com estudo de Rodrigues (2016), ao afirmar que os espaços para a prática de
Educação Física nas escolas públicas participantes de sua pesquisa eram muito restritas,
se reduzindo apenas a uso da quadra e por mais que a escola dispusesse do pátio ou de
salão de dança, eram pouco utilizados.
Por se ter percebido que os alunos eram muito direcionados para as práticas de
futsal e “baleou”, no momento de criação do projeto de intervenção, teve-se a ideia de
trazer outras práticas que pudessem somar àquelas já praticadas por eles, e assim ampliar
a visão que tinham da Educação Física. Assim foi feito, as atividades escolhidas foram os
jogos de oposição, oficina de esgrima, corrida de orientação e dança.
Para além de apenas trazer as práticas e colocar os alunos para executá-las, foi
realizado anteriormente um momento no qual foi abordado o contexto histórico,
apresentação de vídeos demonstrativos, imagens e no caso da aula de esgrima, realizou-
se uma oficina no qual os alunos construíram suas próprias espadas, utilizando-se de
jornais, revistas, papelão, cola e fitas adesivas trazidas pelos próprios estudantes.
Com a introdução dessas novas práticas, percebeu-se a curiosidade dos alunos
em querer participar e conhecer tais atividades. Notou-se também uma maior participação
dos alunos de ambos os gêneros nessas vivências, considerado um grande avanço, visto
que a maioria das meninas não queriam participa das aulas de regência, muitas das vezes
8 meninas pela prática de atividade física, por muitas vezes ainda terem uma visão que
mulheres não praticam esportes.
Outras justificativas dadas pelas meninas pela não participação nas aulas de
Educação Física segundo França (2018) encontra-se pelas aulas pouco atrativas, a
“preguiça” e sintomas relacionado a doenças como dores de cabeça, dor na coluna, lesão
e principalmente dores menstruais.
A segunda escola-campo foi Colégio Paulo Sarasate, que de acordo com o diretor
da escola, as principais dificuldades encontradas na instituição são as questões da evasão
e a distorção de aprendizagem, dois fatores que infelizmente as escolas públicas vem
enfrentado.
Segundo Ferreira e Oliveira (2020), a evasão vem se tornando uma realidade no
contexto escolar, não sendo apenas problemas do aluno, mas de toda a sociedade e ainda
em muitos casos gera a marginalização do indivíduo. Um dos principais motivos atribuídos
ao abandono escolar está nas condições financeiras, em que muitos têm de escolher o
trabalho pra erar o próprio sustento e de sua família por não conseguir conciliar os estudos
com sua precoce ocupação profissional (FERREIRA; OLIVEIRA; 2020).
Nesta escola, os assuntos abordados nas aulas planejadas pelos residentes
foram: sistema muscular, vícios posturais e avaliação postural. A partir desses conteúdos,
pensou-se em atividade práticas que ajudassem os alunos a fixar o conteúdo e
vivenciassem de forma prática. Nas aulas de avaliação postural, foi levado a ideia do
plantigrama, atividade no qual os alunos pintavam os pés e os colocavam sobre uma folha
de papel a4, desta forma foi possível realizar uma análise dos tipos de pisadas, fazendo
os próprios estudantes se avaliarem. Também foi levada a proposta de construção de
9 alunos eram mais participativos e interagiam mais nas aulas, na outra ou eram mais
retraídos e mal participavam, sendo necessário a todo momento realizar uma abordagem
diferente, que pudesse aumentar a atenção de todos para a aula.
Concordamos com Gouveia (2017) ao afirmar que o processo pedagógico precisa
trazer uma intencionalidade, tornando claro seus objetivos e colocando o aluno no centro
do processo e foi nessa perspectiva que as aulas se encaminharam. A todo momento as
atividades eram planejadas para os alunos, afim de instigar sempre um diálogo entre
aluno-professor fomentando o ensino-aprendizagem.
Ao se pensar sobre o projeto de intervenção, foi levado em consideração os
intervalos das aulas, sendo um momento no qual era possível levar atividades que
pudessem proporcionar aos alunos um momento de lazer, visto que muitos neste
momento nem saiam das salas e quando saiam ficavam parados nos corredores. Neste
intuito foi proposto intervalos interativos com as mais diversas atividades como: ping pong,
badminton, tapete de dança, aulas de forró e uno.
Os alunos também tiveram a oportunidade de participar de uma colônia de férias
do IFCE, onde o grupo de residentes juntamente com o preceptor, organizaram as turmas
para participar desse projeto. Neste momento os alunos envolveram-se em diversas
atividades organizadas pelos próprios residentes como: natação, arquearia, dança,
atletismo, futsal e esportes verticais.
A terceira escola-campo foi o Centro de Educação de Jovens e Adultos - Frei José
Ademir. Essa instituição foi um local muito singular de se participar, toda a estrutura da
escola funciona de forma diferente das demais, como o fácil acesso que todos os
residentes, professores e discentes têm ao núcleo gestor, no que diz respeito a diretora e
11 4 Considerações finais
Referências