Mel Aisncow. Tornar A Educação Inclusiva - Pg. 11-23
Mel Aisncow. Tornar A Educação Inclusiva - Pg. 11-23
Mel Aisncow. Tornar A Educação Inclusiva - Pg. 11-23
Tornar a educação
inclusiva: como esta tarefa
deve ser conceituada?
Mel Ainscow
O
maior desafio do sistema escolar em todo o mundo é o da inclusão
educacional. Em países economicamente mais pobres trata-se princi-
palmente de milhões de crianças que nunca viram o interior de uma
sala de aula (BELLAMY, 1999). Já em países mais ricos, muitos jo-
vens deixam a escola sem qualificações úteis, enquanto outros são colocados em
várias formas de condições especiais, longe das experiências educacionais comuns,
e alguns simplesmente desistem, pois as aulas lhes parecem irrelevantes para suas
vidas (AINSCOW, 2006).
Diante desses desafios, há evidências de crescente interesse na ideia da in-
clusão educacional. No entanto, esta área permanece confusa quanto às ações que
precisam ser realizadas para que a política e a prática avancem. Em alguns países,
a educação inclusiva é vista como uma forma de servir crianças com deficiência
no ambiente da educação geral. Internacionalmente, contudo, é vista de forma
cada vez mais ampla, como uma reforma que apoia e acolhe a diversidade entre
todos os estudantes (UNESCO, 2001). A educação inclusiva supõe que o obje-
tivo da inclusão educacional seja eliminar a exclusão social, que é consequência
de atitudes e respostas à diversidade de raça, classe social, etnia, religião, gênero
e habilidade (VITELLO; MITHAUG, 1998). Dessa forma, a inclusão começa a
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1 Nota da revisora: Ex. Dificuldade de aprendizagem, deficiência intelectual (leve ou moderada), deficiência
auditiva, distúrbios de comportamento etc.
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Definindo inclusão
A confusão existente nesta área é pelo menos em parte devida, internacio-
nalmente, ao fato de que a ideia de inclusão pode ser definida de várias maneiras
(AINSCOW; FARRELL; TWEDDLE, 2000). É importante lembrar também que
não há uma perspectiva de inclusão em um único país ou escola (BOOTH, 1995;
BOOTH; AINSCOW, 1998; DYSON; MILLWARD, 2000).
Com colegas, realizei recentemente uma análise de tendências internacionais
quanto ao pensamento na área (AINSCOW et al., 2006), a partir da qual sugeri-
mos uma tipologia de cinco formas de conceituar inclusão. São as seguintes:
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Referências Bibliográficas
BELLAMY, C. The State of the World’s Children: Education. Nova York: UNICEF, 1999.
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______. World Conference on Special Needs Education: access and quality; final
report. Paris: UNESCO, 1994.
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