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Boletim Epidemiologico SVSA 18 2023

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MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE E AMBIENTE

Boletim
Epidemiológico 18
Volume 54 | 19 dez. 2023

Aspectos epidemiológicos do
ofidismo no Brasil em 2022
INTRODUÇÃO
SUMÁRIO
Mundialmente, os acidentes ofídicos afetam por volta de 5,4 milhões de
pessoas. Destes, entre 1,8 e 2,7 milhões adoecem, e aproximadamente
1 Introdução
81.410 a 137.880 pessoas evoluem a óbito. Tais acidentes também podem
2 Métodos deixar sequelas por deficiência física e psicológica, e segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), as picadas de cobra acarretam cerca de três vezes
3 Resultados e discussão
mais amputações e outras deficiências permanentes anualmente.1
9 Considerações finais

9 Referências Os acidentes por serpentes é um sério problema de saúde pública em


muitos países tropicais e subtropicais, incluindo os países da América Latina.
As consequências das intoxicações por mordidas desses animais vão além
das questões médicas, afetando também as questões sociais e econômicas
devido à incapacidade de os pacientes continuarem trabalhando.1

A OMS incluiu os acidentes ofídicos na lista de doenças tropicais negligenciadas,


que acometem, na maioria dos casos, populações pobres que vivem em áreas
rurais. Essas populações necessitam de educação preventiva, tratamento e
serviços de gerenciamento de longo prazo. Mediante essa situação global e
com o intuito de alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS),
o Brasil, junto com diversos países das Américas, assumiu o compromisso
com a OMS de reduzir em 50% a mortalidade até 2030.7

Para tanto, esta estratégia foi desenvolvida com o fim de atender aos
seguintes pilares: aumentar a acessibilidade aos soros antivenenos; garantir
tratamento soroterápico com ênfase na segurança do paciente, na qualidade
e na eficácia; fortalecer os serviços de saúde; capacitar os profissionais de
saúde; mobilizar e sensibilizar a sociedade e integrar parceiros para viabilizar
recursos financeiros (compartilhamento de transferência de tecnologias entre
Ministério da Saúde os laboratórios produtores para produção desses antivenenos).7
Secretaria de Vigilância em Saúde
e Ambiente
SRTVN Quadra 702, Via W5 – Lote D, Acidente ofídico é o quadro clínico decorrente da mordedura de serpentes.
Edifício PO700, 7º andar No Brasil é comum chamar as serpentes de “cobras”, no entanto este
CEP: 70.719-040 – Brasília/DF nome é mais corretamente utilizado para se referir às serpentes da família
E-mail: svsa@saude.gov.br
Elapidae, representada pelas cobras corais verdadeiras. Algumas espécies
Site: www.saude.gov.br/svsa
de serpentes produzem uma peçonha em suas glândulas veneníferas
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capaz de causar alterações colinérgicas, hemorrágicas, que a serpente não consegue inocular o veneno, ou
anticoagulantes, necróticas, miotóxicas, citolíticas inocula uma quantidade muito pequena para causar
e inflamatórias. algum efeito observável.

Serpentes são répteis da ordem Squamata na qual estão As serpentes da família Viperidae possuem glândulas de
inseridas 22 famílias e cerca de 4.038 espécies.2 Elas veneno bem desenvolvidas e de grande porte. Com uma
podem viver em ambientes terrestres ou aquáticos, sobre dentição solenóglifa, os ossos maxilares são bastante
árvores ou mesmo enterradas.(3) No Brasil, as serpentes modificados, reduzidos, servindo como apoio a um único
que causam envenenamento com repercussão em saúde par de presas bastante alongadas e extremamente móveis.6
pública pertencem a duas famílias: Viperidae e Elapidae,
com cerca de 73 espécies.4,5 Serpentes da família Viperidae, Acidentes de menor gravidade causados por outras
com 35 espécies no Brasil, são caracterizadas por possuírem serpentes de menor importância e repercussão também
um tipo de dentição chamada solenóglifa, cujas presas são notificados e ocorrem em todo o País.6
são ocas, grandes e móveis, e pela presença da chamada
“fosseta loreal“, par de orifícios localizados entre as narinas Este boletim epidemiológico tem o objetivo de apresentar
e os olhos responsável por termorrecepção.6Nas serpentes a situação epidemiológica do ofidismo no Brasil no ano
da família Elapidae, com 38 espécies descritas no Brasil, de 2022, utilizando dados do Sistema de Informação
as presas inoculadoras são pequenas e canaliculadas, de Agravos de Notificação (Sinan). A publicação
localizadas na parte anterior da boca. Esse tipo de dentição fornece informações e subsídios ao gestor de saúde no
é chamado de proteróglifa. Essas serpentes não possuem desenvolvimento de atividades de educação em saúde
fosseta loreal.6 e melhoria no atendimento médico assistencial no SUS.

Os envenenamentos causados por serpentes de interesse


em saúde no Brasil são divididos em quatro grupos:5 MÉTODOS

a) Acidentes botrópicos: as jararacas dos gêneros Este é um estudo descritivo da situação epidemiológica
Bothrops e Bothrocophias são encontradas em todo dos acidentes ofídicos no Brasil no ano de 2022. Os dados
o Brasil nos mais diversos biomas e são responsáveis secundários utilizados neste estudo são provenientes
por causar a maioria dos acidentes no País; do Sistema de Informação de Agravos de Notificação
pertencem à família Viperidae. (Sinan). Os dados populacionais foram obtidos no Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (População
b) Acidentes crotálicos: há somente uma espécie residente, área territorial e densidade demográfica – 2022).
de cascavel descrita no Brasil, a Crotalus durissus.
Também pertence à família Viperidae. É encontrada Entende-se como caso confirmado para acidente ofídico
geralmente em áreas de matas abertas, sobretudo de o paciente com evidências clínicas de envenenamento,
cerrado e da caatinga. Possui um chocalho na ponta específicas para cada tipo de animal, independentemente
da cauda que serve para ação defensiva do território. de o animal causador do acidente ter sido identificado
ou não. Não há necessidade de preenchimento da ficha
c) Acidentes laquéticos: a maior serpente peçonhenta de notificação do Sinan para casos suspeitos. Os dados
das Américas, a Lachesis muta (surucucu-pico-de- utilizados foram extraídos do Sinan, incluídos todos os
jaca) também pertence à família Viperidae. acidentes ofídicos ocorridos no período de 1º de janeiro
de 2022 a 31 de dezembro de 2022.
d) Acidentes elapídicos: são causados pelas cobras
corais verdadeiras, da família Elapidae e gêneros A data de atualização do banco Sinan foi 17 de novembro
Micrurus e Leptomicrurus. As cobras corais possuem de 2023. O banco de dados passou por um processo
dentição proteróglifa, em que os ossos maxilares de remoção de duplicidades, identificadas por técnica
são reduzidos e não há dentes, exceto um par probabilística do programa RecLink3. Novas atualizações
de pequenas presas anteriores canaliculadas e podem alterar os dados aqui apresentados.
imóveis. Embora encontradas em todo o Brasil,
causam poucos acidentes quando se compara As seguintes variáveis sociodemográficas foram
com as demais serpentes de interesse em saúde, consideradas: Unidade da Federação (UF); município
principalmente por terem hábito fossorial. Estão de ocorrência do acidente; zona de ocorrência do
relacionadas a muitos casos de “picada seca”, em acidente (urbana, rural, periurbana, ignorada); faixa etária

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(até 9 anos, 10 a 19, 20 a 29, 30 a 39, 40 a 49, 50 de associação Odds Ratio (O.R.) usando o software Epi
a 59, 60 a 64 e 65 anos ou mais); sexo (masculino, Info 7.2.4.0. Essa medida de associação foi calculada
feminino, ignorado); cor/raça (parda, branca, preta, para os desfechos com óbito por animais peçonhentos/
amarela, indígena, ignorado). O tempo entre o acidente cura em relação a uma variável de referência. O intervalo
e o atendimento médico (0 Ⱶ 1 hora, 1 Ⱶ 3 horas, 3 Ⱶ 6 de confiança (IC) utilizado foi de 95%. Foi considerado
horas, 6 Ⱶ 12 horas, 12 Ⱶ 24 horas, ≥ 24 horas), tipo de estatisticamente significativo quando o valor de p no
serpente (botrópico, crotálico, elapídico, laquético, outras teste de Fischer foi igual ou menor que 0,05. Nos casos
serpentes, ignorado), local da picada (mãos, pés, pernas, de dados ignorados ou agrupados ou quando não houve
braços, tronco, cabeça, ignorado), o mês do acidente e a óbito, não foram calculadas as medidas de O.R.
evolução do caso também foram incluídos na avaliação.
O boletim foi produzido com dados secundários, não
O coeficiente de incidência por UF (proporção entre o sendo possível a identificação nominal dos indivíduos,
número de casos de ofidismo e a população exposta, atendendo as recomendações preconizadas pelo Conselho
expressa em número de casos por 100 mil habitantes) Nacional de Saúde na Resolução CNS nº 466, de 2 de
foi calculado com base em dados populacionais por dezembro de 2012.
UF, ano 2022 (IBGE). A taxa de letalidade (razão entre o
número de óbitos e o total de casos notificados, expressa RESULTADOS E DISCUSSÃO
em porcentagem) foi calculada com base no número de
óbitos registrados no Sinan. Serpentes foram notificadas como responsáveis por 29.543
registros de acidentes no Sinan em 2022. Os estados
Para tabulação e análise dos dados foram utilizados os que mais notificaram acidentes ofídicos foram Pará 5.695
softwares TabWin32 4.15 e Microsoft Excel 2016. O mapa (19,28%), Bahia 3.002 (10,16%) e Minas Gerais 2.880 (9,75%)
de distribuição espacial foi confeccionado no aplicativo (Tabela 1).
QGIS Desktop 3.30.0. Também foi calculada a medida

TABELA 1 Número absoluto e proporção de acidentes ofídicos e óbitos e coeficientes de incidência e letalidade segundo
a região e a UF de ocorrência – Brasil, 2022

Casos Óbitos Coeficiente de incidência Taxa de letalidade


2022
N % N % (acidentes/100 mil hab.) (%)

Região Norte 10.284 34,81 36 38,30 55,26 0,35


Rondônia 494 1,67 1 1,06 30,02 0,20
Acre 460 1,56 2 2,13 49,73 0,43
Amazonas 1.955 6,62 11 11,70 49,67 0,56
Roraima 566 1,92 6 6,38 68,64 1,06
Pará 5.695 19,28 14 14,89 65,27 0,25
Amapá 443 1,50 2 2,13 52,41 0,45
Tocantins 671 2,27 0 0,00 43,18 0,00
Região Nordeste 8.822 29,86 23 24,47 16,45 0,26
Maranhão 2.140 7,24 4 4,26 31,33 0,19
Piauí 427 1,45 1 1,06 13,92 0,23
Ceará 777 2,63 2 2,13 10,06 0,26
Rio Grande do Norte 413 1,40 0 0,00 16,06 0,00
Paraíba 481 1,63 3 3,19 13,72 0,62
Pernambuco 1.007 3,41 4 4,26 10,59 0,40
Alagoas 371 1,26 0 0,00 12,09 0,00
Sergipe 204 0,69 0 0,00 7,18 0,00
Bahia 3.002 10,16 9 9,57 20,88 0,30
continua

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conclusão
Casos Óbitos Coeficiente de incidência Taxa de letalidade
2022
N % N % (acidentes/100 mil hab.) (%)

Região Sudeste 5.974 20,22 20 21,28 6,83 0,33


Minas Gerais 2.880 9,75 12 12,77 14,16 0,42
Espírito Santo 682 2,31 1 1,06 16,60 0,15
Rio de Janeiro 560 1,90 1 1,06 3,21 0,18
São Paulo 1.852 6,27 6 6,38 3,97 0,32
Região Sul 1.915 6,48 5 5,32 6,73 0,26
Paraná 662 2,24 1 1,06 6,24 0,15
Santa Catarina 611 2,07 1 1,06 8,38 0,16
Rio Grande do Sul 642 2,17 3 3,19 6,17 0,47
Região Centro-Oeste 2.548 8,62 10 10,64 17,57 0,39
Mato Grosso do Sul 380 1,29 1 1,06 14,16 0,26
Mato Grosso 954 3,23 4 4,26 29,10 0,42
Goiás 1.110 3,76 5 5,32 19,20 0,45
Distrito Federal 104 0,35 0 0,00 3,59 0,00
Brasil 29.543 100,00 94 100,00 14,55 0,32
Fonte: Sinan. Dados atualizados até 17/11/2023 e sujeitos a alterações.

O coeficiente de incidência no Brasil foi de 14,55/100 mil Espécies de jararacas ocorrem em todos os estados
hab. As Regiões Norte 10.284 (34,81%) e Nordeste 8.822 brasileiros, 4 sendo o gênero Bothrops (acidentes
(29,86%) notificaram juntas quase dois terços dos acidentes botrópicos) responsável pela maioria dos envenenamentos
ofídicos em 2022, mesmo nestas estando apenas 36% da ofídicos no Brasil.11 Cidades localizadas ao longo da Bacia
população brasileira. Os maiores coeficientes de incidência Amazônica, como Santarém, Cametá, Breves, Marabá e
por ofidismo foram observados nos Estados de Roraima Portel, estão entre as que mais notificaram acidentes
(68,64/100 mil hab.), Pará (65,27/100 mil hab.) e Amapá botrópicos (Figura 1A).
(52,41/100 mil hab.). A Região Norte, como um todo,
apresentou coeficiente de incidência de 55,26/100 mil hab., Embora representadas por apenas uma espécie no Brasil,
cerca de 4,1 vezes o coeficiente de incidência do Brasil. as cascavéis (acidentes crotálicos) são serpentes que
costumam habitar áreas de mata aberta, como nos biomas
Foram notificados 94 óbitos por ofidismo em 2022. cerrado, caatinga e campos nas Regiões Sudeste e Sul6
Os estados que mais notificaram óbitos foram Pará (14), (Figura 1B). Duas subespécies de cascavel de distribuição
Minas Gerais (12) e Amazonas (11). A Região Norte notifi- mais restrita ocupam: uma delas a savana de Roraima; a
cou mais óbitos (36), seguida pela Região Nordeste (23). outra ocorre na Ilha de Marajó (PA). Apesar de terem sido
A região que apresentou o maior coeficiente de letali- descritas mais de trinta espécies de corais verdadeiras
dade foi a Centro-Oeste (0,39%) (Tabela 1), e o estado no Brasil,4 acidentes com estas serpentes são raros e
que apresentou o maior coeficiente de letalidade foi esparsados12. Das duas subespécies existentes de Lachesis
Roraima (1,06%). muta no Brasil,6 aquela que habita o bioma Amazônico
(Figura 1D) é a que mais causa acidentes.
Dos cinquenta municípios brasileiros que mais notificaram
acidentes ofídicos, 44 estão localizados na Região Norte, A administração precoce e a escolha correta do antiveneno
sobretudo no Estado do Pará. Um estudo publicado são medidas importantes para evitar a injúria renal aguda
em 2020 estimou em mais de 3 milhões de dólares a (IRA) em acidentes botrópicos e crotálicos.13 A IRA é uma
despesa anual do Sistema Único de Saúde relativa aos das principais complicações desses tipos de acidentes e
custos médicos diretos (hospitalização, medicamentos que podem levar o acidentado a óbito.5 Dados do Sinan
etc.) de vítimas de acidentes ofídicos na Amazônia, e mostram que a demora no atendimento após um acidente
de quase 270 mil dólares as despesas dos pacientes e ofídico é um dos fatores a aumentar o coeficiente de
seus acompanhantes.10 letalidade desses acidentes23 (Figura 2).

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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente | Ministério da Saúde Volume 54 | N.º 18 | 19 dez. 2023
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente | Ministério da Saúde Volume 54 | N.º 18 | 14 dez. 2023

A B

C D

Fonte: Sinan – Ministério da Saúde. Dados sujeitos a alterações, extraídos em maio de 2023.
Fonte: Sinan. Dados atualizados até 27/7/2023 e sujeitos a alterações.

Coeficientesespacial
FIGURA 12 Distribuição
FIGURA de incidência para cadaofídicos
dos acidentes 1.000 profissionais da enfermagem,
segundo o tipo de serpente, Brasil e regiões,Brasil,
por Município, 2018-2022
2022. A. Número
de acidentes botrópicos. B. Número de acidentes crotálicos. C. Número de acidentes laquéticos elapídicos. D. Número de
acidentes elapídicos

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10.000 1,20%

9.000
0,98% 1,00%
8.000

Taxa de Letalidade (%)


7.000
0,80%
Nº de acidentes

6.000

5.000 0,60%
Casos
0,45%
4.000 0,39%
0,36% Letalidade (%)
0,40%
3.000 0,27%
0,21%
2.000
0,20%
1.000

0 0,00%
0 1 1 3 3 6 6 12 12 24 24
Tempo acidente/atendimento (horas)

Fonte: Sinan/MS. Dados atualizados até 17/11/2023 e sujeitos a alterações.

FIGURA 2 Relação entre número de acidentes, tempo entre acidente e atendimento e taxa de letalidade – Brasil, 2022
(N = 29.543)

Destaca-se a relevância da variável tempo nesses TABELA 2 Distribuição dos acidentes e dos óbitos por
ofidismo e taxa de letalidade segundo o tipo de ofidismo –
acidentes, pois quanto maior a demora para o atendimento
Brasil, 2022
adequado, maior a probabilidade de complicações locais
e sistêmicas.24 Casos Óbitos Taxa de
Serpente
N % N % letalidade (%)
Dentre as serpentes de importância em saúde, as que mais
Botrópico 20.566 69,61 67 71,28 0,33
causaram acidentes e óbitos foram as jararacas (acidentes
botrópicos) (Tabela 2). A quantidade de espécimes, a Crotálico 2.327 7,88 14 14,89 0,60

dentição altamente especializada – com os ossos maxilares Elapídico 339 1,15 0 0,00 0,00
bastante modificados, reduzidos, servindo como apoio a um Laquético 291 0,99 2 2,13 0,69
único par de presas bastante alongadas e extremamente Outras
2.163 7,32 2 2,13 0,09
móveis –, glândulas de veneno bastante desenvolvidas e serpentes
de grande porte – contribuindo para um aparato venenífero Ignorada 3.857 13,06 9 9,57 0,23
eficiente e com grande capacidade inoculadora – e a Total 29.543 100,00 94 100,00 0,32
ampla distribuição geográfica podem explicar a maior Fonte: Sinan. Dados atualizados até 17/11/2023 e sujeitos a alterações.
quantidade desse tipo de acidente.6
Os homens (76,43%) que se autodeclaram pardos (62,32%),
As serpentes com maiores taxas de letalidade foram as entre 40 e 49 anos (16,27%) e moradores da zona rural
surucucus-pico-de-jaca (0,69%) (Tabela 2) e as cascavéis (76,72%) caracterizam o perfil mais representativo de
(0,60%) (Tabela 2). Em 2022 não foi registrado óbito vítimas de ofidismo (Tabela 3). Segundo dados da Pesquisa
por coral-verdadeira. Acidentes botrópicos, laquéticos e Nacional por Amostra de Domicílio, em 2015 havia uma
crotálicos possuem como complicação do envenenamento predominância de homens em atividades agrícolas: 70,76%
a injúria renal aguda.5 Entretanto, há uma diferença na dos trabalhadores da agricultura eram homens(14). Mesmo
incidência de IRA, dependendo da espécie causadora, em menor número absoluto, mulheres tiveram mais
sendo entre 12 e 29% nos acidentes crotálicos, e entre 1,6 chance (OR: 1,58) de evoluir a óbito quando comparadas
e 13% nos acidentes botrópicos.11 Este dado pode ser uma aos homens. Quanto à declaração de raça/cor, nota-se
das explicações para a diferença de taxa de letalidade que indígenas apresentaram a maior taxa de letalidade
entre esses acidentes. (0,68%), com 2,74 vezes de chance de evoluírem a óbito
em relação às pessoas que se autodeclararam pretas.

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Esse dado ficou no limite da significância. A elevada taxa aumenta a probabilidade de prognósticos desfavoráveis.15
de letalidade nas comunidades indígenas pode ter relação Ao analisar a chance de evoluir a óbito por faixa etária, os
com questões culturais, pois muitas vezes o acidentado é indivíduos com 65 anos ou mais apresentaram a maior
tratado com métodos tradicionais dessas comunidades, o chance dentre as faixas analisadas (OR: 10,62) quando
que retarda o tratamento com antivenenos. Como muitos comparados aos indivíduos de 30 a 39 anos. Estudo
indígenas ainda vivem em áreas remotas, a dificuldade de anterior constatou que a injúria renal aguda foi mais
acesso aos serviços de saúde também deve ser considerada frequente em pessoas idosas em comparação às pessoas
para esse dado, visto que a demora no tratamento mais jovens após acidentes botrópicos.16

TABELA 3 Distribuição dos acidentes e dos óbitos por ofidismo, taxa de letalidade e Odds Ratio segundo variáveis
selecionadas – Brasil, 2022

Casos Óbitos Taxa de


Dados demográficos Odds Ratio (IC 95%)
n % n % letalidade (%)

Sexo
Masculino 22.579 76,43 63 67,02 0,28 Ref.
Feminino 6.958 23,55 31 32,98 0,45 1,58 (1,02-2,41) p < 0,05
Ignorado 6 0,02 0 0,00 - -
Raça/cor
Branca 5.397 18,27 17 18,09 0,31 1,29 (0,48-3,51) p = 0,41
Preta 2.187 7,40 5 5,32 0,23 Ref.
Amarela 267 0,90 1 1,06 0,37 1,54 (0,18-13,27) p = 0,52
Parda 18.410 62,32 57 60,64 0,31 1,21 (0,48-3,02) p = 0,45
Indígena 1.462 4,95 10 10,64 0,68 2,74 (0,93-8,03) p = 0,05
Ignorado 1.820 6,16 4 4,26 - -
Faixa etária
Até 9 anos 1.998 6,76 8 8,51 0,40 3,39 (1,02-11,30) p < 0,05
10 a 19 anos 4.263 14,43 9 9,57 0,21 1,71 (0,48-6,05) p = 0,30
20 a 29 anos 4.703 15,92 5 5,32 0,11 1,25 (0,34-4,68) p = 0,50
30 a 39 anos 4.794 16,23 6 6,38 0,13 Ref.
40 a 49 anos 4.807 16,27 13 13,83 0,27 3,00 (0,97-9,31) p < 0,05
50 a 59 anos 4.075 13,79 14 14,89 0,34 2,69 (0,83-8,73) p = 0,08
60 a 64 anos 1.618 5,48 11 11,70 0,68 7,57 (2,33-24,63) p < 0,05
65 anos ou mais 2.595 8,78 27 28,72 1,04 10,62 (3,69-30,55) p < 0,05
Ignorado 690 2,34 1 1,06 - -
Zona de ocorrência
Urbana 5.644 19,10% 16 17,02% 0,28 Ref.
Rural 22.664 76,72% 76 80,85% 0,34 1,27 (0,73-2,21)
Periurbana 355 1,20% 0 0,00% 0,00 -
Ignorado 880 2,98% 2 2,13% - -
Fonte: Sinan. Dados atualizados até 17/11/2023 e sujeitos a alterações.

As partes do corpo mais acometidas por mordeduras de 39,39% nos acidentes elapídicos. Nas corais-verdadeiras, a
serpentes em 2022 foram os pés (Figura 3). A porcentagem manipulação inadvertida, ocasionada pela confusão entre
de acidentes neste local variou de acordo com o tipo de essas serpentes e as chamadas falsas corais, associada à
serpente: 54,69% nos acidentes botrópicos, 43,94% nos dentição menos flexível, que desfavorece a mordedura
acidentes laquéticos, 40,92% nos acidentes crotálicos e em regiões anatômicas que não sejam extremidades, é a
39,88% nos acidentes elapídicos. Acidentes ocorridos nas possível explicação para este dado.17,18
mãos variaram entre 14,63% nos acidentes laquéticos e

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Cabeça Braço Mão Tronco Perna Pés

34,26%

18,79%
1,52%

0,69% 43,94%

32,12% 29,34%

1,35% 39,39%
15,57%
40,92%
23,01% 21,32%
54,69%
0,47%

3,81% 19,09%
7,27%
4,10% 3,27%
1,73% 0,91% 1,27% 1,17%

Laquétipo Elapídico Crotálico Botrópico

Fonte: Sinan/MS.

FIGURA 3 Percentual de acidentes por local da picada e por tipo de serpente – Brasil, 2022 (N = 29.543)

Os acidentes ofídicos ocorreram durante todo o ano A relação de temperatura e pluviosidade bem como o
de 2022, mas é necessário destacar o comportamento aumento das atividades agrícolas (períodos de plantio
sazonal, sobretudo do ponto de vista regional. De modo e colheita) podem esclarecer a predominância nesses
geral, os acidentes ocorreram predominantemente no períodos do ano.19
começo do ano, período de maior pluviosidade (Figura 4).

1.200

1.000

800
Número de casos

Região Norte
60 0 Região Nordeste

Região Sudeste
400 Região Sul
Região Centro-Oeste
200

0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Ou.t Nov. Dez.
Mês do acidente

Fonte: Sinan/MS.

FIGURA 4 Acidentes ofídicos notificados no Sinan segundo o mês e a região de ocorrência – Brasil, 2022 (N = 29.543)

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Orientações como estas, capacitações para os profissionais


responsáveis pelo atendimento quanto ao diagnóstico e
O Brasil é um dos países com a maior biodiversidade de ao tratamento dos acidentes e ampliação dos hospitais de
serpentes do mundo, sendo muitas delas endêmicas e referência e da disponibilidade de antivenenos, respeitando
passíveis de proteção ambiental.20 Muitas vezes o acidente a capacidade de produção dos laboratórios produtores
ocorre quando o homem invade seu habitat. oficiais, constituem algumas das ações adotadas pelo
Ministério da Saúde para cumprir o objetivo de redução de
Destaca-se a importância da saúde única nesse contexto, 50% da morbimortalidade dos envenenamentos ofídicos
que reconhece estarem os seres humanos intrinsecamente até 2030 estabelecido pela OMS.
ligados ao meio ambiente, aos animais e às plantas que
o habitam.8 Com isso, a perda de biodiversidade e o Para mais informações, acessar o site: https://www.gov.
desequilíbrio dos ecossistemas podem levar ao aumento br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-
do risco de acidentes por animais peçonhentos, pois estes peconhentos/acidentes-ofidicos
acabam procurando ambientes mais favoráveis para se
desenvolver, como aqueles onde há oferta de alimento e de
REFERÊNCIAS
abrigo, bem como as cidades. Nesse sentido, as serpentes são
parte integrante dos ecossistemas e desempenham um papel 1. World Health Organization. Snakebite envenoming.
fundamental no controle de populações de roedores e outras 2023. Disponível em: https://www.who.int/news-
presas, contribuindo para o equilíbrio dos ecossistemas.9 room/fact-sheets/detail/snakebite-envenoming
2. Uetz P, Freed P, Aguilar R, Reyes F, Hošek J. The
Além disso, a abordagem de saúde única também leva em reptile database [Internet]. [acesso em 24 ago 2023].
consideração os fatores ambientais. Mudanças climáticas, Disponível em: http://www.reptile-database.org/
degradação do habitat e desequilíbrios ecossistêmicos 3. Vitt LJ, Caldwell JP. Herpetology [Internet].
podem influenciar na distribuição e no comportamento das Herpetology: an introductory biology of amphibians
serpentes de importância em saúde, podendo aumentar and reptiles. Oxford: Elsevier; 2009. 1-720 p.
o risco de encontros com seres humanos. Portanto, a Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/
conservação da biodiversidade e a preservação dos retrieve/pii/B9780123743466X00016
ecossistemas naturais são fatores importantes para a 4. Guedes TB, Entiauspe-Neto OM, Costa HC. Lista de
prevenção de acidentes ofídicos.8,9 répteis do Brasil: atualização de 2022. Herpetologia
brasileira. 2023;12(1):56-161.
Envenenamentos causados por estes animais por vezes 5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância
trazem consequências importantes além do óbito, como em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica
sequelas, temporárias ou permanentes, que impactam de Vigilância em Saúde. Acidente ofídico. Em: de
a subsistência de trabalhadores, sobretudo os da Medeiros AC, organizador. Guia de Vigilância em
agropecuária, comunidades ribeirinhas e povos originários. Saúde. Brasília: Editora MS; 2021. p. 1019-24.
Profissionais da saúde devem, sempre que possível, 6. Melgarejo AR. Serpentes peçonhentas do Brasil. Em:
orientar as vítimas desses acidentes sobre a utilização de Cardoso JLC, França FO de S, Wen FH, Málaque CMS,
equipamentos de proteção individual (botas de cano alto Haddad Jr., organizadores. Animais peçonhentos no
ou perneira de couro, botinas e sapatos) durante atividades Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes.
agrícolas, de jardinagem ou manipulação de lenhas e São Paulo: Sarvier; 2009. p. 42-70.
palhas. Devem também orientar quanto ao acúmulo de 7. World Health Organization. Snakebite envenoming:
lixo ou entulho e mato alto em torno das residências, e, no a strategy for prevention and control [Internet].
caso de acidentes, é imperativa a procura de atendimento WHO, Abela-Ridder B, organizadores. Genebra:
médico o mais rapidamente possível.21 World Health Organization; 2019. 70 p. Disponível
em: https://www.who.int/publications/i/
A vítima de acidente ofídico deve receber o diagnóstico item/9789241515641
e o tratamento em centro especializado ou de referência 8. FAO, Unep, WHO, WOAH, organizadores. One health
que disponha de recursos para o suporte adequado. joint plan of action (2022-2026): working together
Podem existir complicações previsíveis e possivelmente for the health of humans, animals, plants and the
evitáveis, desde que o tratamento correto seja realizado environment [Internet]. Rome; 2022 [acesso em 24
em tempo hábil. A rede de serviços de saúde do SUS ago 2023]. 70 p. Disponível em: https://www.who.int/
provê o atendimento, o diagnóstico e o tratamento de publications/i/item/9789240059139
forma gratuita.

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9. Oliveira IC da S de, Ribeiro SP, Gomes SM 19. Oliveira RCD, Wen, FH, Sifuentes DN. Epidemiologia
de J, Cruz LID da, Lima RBC de, Almeida dos acidentes por animais peçonhentos. Em: Cardoso
EG de et al. Biodiversidade de serpentes: JLC, França FO de S, Wen FH, Málaque CMS, Haddad
ferramentas educativas para a conservação Jr. V, organizadores. Animais peçonhentos no Brasil:
das espécies. Res Soc Dev. 28 de setembro de biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. Sarvier;
2022;11(13):e67111334892-e67111334892. 2009. p. 6-21.
10. Magalhães SFV, Peixoto HM, de Almeida Gonçalves 20. Ministério da Saúde. Manual de prevenção e controle
Sachett J, Oliveira SS, Alves EC, dos Santos Ibiapina de zoonoses: normas técnicas e operacionais. Brasília:
HN et al. Snakebite envenomation in the Brazilian Ministério da Saúde; 2016. 121 p.
Amazon: a cost-of-illness study. Trans R Soc Trop 21. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde.
Med Hyg. 1o de setembro de 2020;114(9):642-9. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por
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Bothrops sp. and Crotalus sp. envenomation: critical Nacional de Saúde; 2001. 120 p. Disponível em:
review of the literature. 2009;31(2):128-35. https://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/
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in the Americas. Gutiérrez JM, organizador. PLoS Negl 22. Cardoso JLC, França FOS, Wen FH, Málaque CMS,
Trop Dis. 21 de junho de 2017;11(6):e0005662. Haddad JR. 2009. Animais peçonhentos no Brasil:
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Lima JB, Veras M do SB, Daher EF. Acute kidney injury Paulo: Editora Sarvier; 540 p.
caused by Crotalus and Bothrops snake venom: a 23. Alves EC, de Almeida Gonçalves Sachett J, Sampaio
review of epidemiology, clinical manifestations and VS, Sousa JDB, Oliveira SS, Nascimento EF et al.
treatment. Rev Inst Med Trop São Paulo. setembro de Predicting acute renal failure in Bothrops snakebite
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15. Fry B. Snakebite: when the human touch becomes a 24. Souza LA, Silva AD, Chavaglia SRR, Dutra CM,
bad touch. Toxins. 21 de abril de 2018;10(4):170. Ferreira LA. Profile of snakebite victims reported in
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em adultos idosos e não idosos. Rev Soc Bras Med
Trop. fevereiro de 2008;41(1):46-9.
17. Silva Jr. NJ, Bucaretchi F. Mecanismos de ação do
veneno elapídico e aspectos clínicos dos acidentes. Em:
Cardoso JLC, França FO de S, Wen FH, Málaque CMS,
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São Paulo: Sarvier; 2009. p. 116-24.
18. Strauch MA, Souza GJ, Pereira JN, Ramos T dos S,
Cesar MO, Tomaz MA et al. True or false coral snake:
is it worth the risk? A Micrurus corallinus case report.
J Venom Anim Toxins Trop Dis. 10 de dezembro de
2018;24(1):10.

Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial/Departamento de Doenças Transmissíveis


– CGZV/DEDT/SVSA.

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Boletim Epidemiológico
ISSN 9352-7864

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e Ambiente.
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que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer
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Ministra de Estado da Saúde Editoria científica


Nísia Verônica Trindade Lima Paola Barbosa Marchesini
Antonio Ygor Modesto de Oliveira
Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente
Ethel Leonor Noia Maciel
Produção
Núcleo de Comunicação – Nucom
Comitê editorial
Edgard Rebouças
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente – SVSA
Editorial Nucom
Ethel Leonor Noia Maciel
Fred Lobo
Departamento de Doenças Transmissíveis – DEDT Revisão Nucom
Alda Maria da Cruz Yana Palankof
Departamento do Programa Nacional de Imunizações – DPNI
Eder Gatti Fernandes
Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância
de Doenças Não Transmissíveis – Daent
Letícia de Oliveira Cardoso
Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde
do Trabalhador – Dsast
Agnes Soares da Silva
Departamento de Emergências em Saúde Pública – Demsp
Márcio Henrique de Oliveira Garcia
Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância
em Saúde e Ambiente – Daevs
Guilherme Loureiro Werneck
Departamento de Hiv/Aids, Tuberculose, Hepaties Virais
e Infecções Sexualmente Transmissíveis – Dathi
Draurio Barreira Cravo Neto

Equipe editorial
Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças
de Transmissão Vetorial/Departamento de Doenças
Transmissíveis – CGZV/DEDT
Etna de Jesus Leal, Flávio Santos Dourado, Francisco Edilson
Ferreira de Lima Júnior, Lúcia Regina Montebello Pereira,
Patrícia Miyuki Ohara.

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