Semana 6 - CC
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Direito Processual Civil – Teóricas 2º Semestre
Documentos não-escritos
São exemplos de documentos não escritos, as fotografias, vídeos e gravações.
O valor probatório dos documentos não-escritos encontra-se no art. 368º CC.
Os documentos não-escritos se não forem impugnados, têm valor de prova plena dos factos ou
coisas que representem. Por exemplo, a gravação de alguém a falar, não é impugnada, faz prova
plena daquilo que se pode escutar.
Pelo contrário, se forem impugnados vale o regime da livre apreciação da prova (art. 366º CC).
II. Confissão (segundo meio de prova)
A confissão é o meio de prova mais credível.
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Em que consiste a confissão? Nos termos do art. 352º CC, a confissão é reconhecimento que
alguém faz de um facto que lhe é desfavorável e que favorece a parte contrária.
Porque é que este meio de prova tem um altíssimo valor epistémico? Porque é altamente
provável que se alguém reconhece aquilo que lhe prejudica é em razão da sua verdade, isto é,
este valor probatório funda-se numa regra de experiência muitíssimo consolidada.
Quanto ao objeto da confissão, deve ela respeitar a facto desfavorável ao confidente (art. 352º
CC), contudo a confissão não faz prova contra o confidente quando se verifica alguma das
causas constantes do art. 354º CC. Quais são elas?
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Quando se trate de confissão judicial escrita ou reduzida a escrito (art. 358 nº1 CC);
No caso de extrajudicial terá também esse valor probatório caso se verifiquem os dois
seguintes pressupostos:
o caso a confissão conste de documento autêntico ou de documento particular nos
termos aplicáveis deste meio de prova;
o caso o documento tenha sido dirigido à parte contrária (art. 358º nº2 CC);
Ex.: Imaginemos A propõe uma ação contra B, de responsabilidade civil, com fundamento em
que B é um hacker que acedeu ao email escrito por B. Se houver um documento escrito por B,
dirigido a um terceiro, a dizer que foi ele que fez, temos confissão com valor de prova plena?
Não, o valor epistémico decorrer daquele à quem pode aproveitar.
Nos demais casos a confissão é livremente apreciada pelo tribunal, o email pode ser valorado,
mas quem fixa a sua relevância é o próprio tribunal (art. 358º nº3 e nº4 CC e art. 361º CC).
A confissão é indivisível, significa isto que, em princípio, caso a declaração de alguém tenha
elementos desfavoráveis e favoráveis eles devam ser considerados na sua totalidade, isto é, não
se pode cindir o elemento desfavorável sem aproveitar o favorável, esta é a regra (art. 360º CC).
Ex.: Imaginemos, alguém afirma “o réu agrediu-me” e o réu responde “sim, mas foi porque
estava a ser agredido também”. Toda a firmação tem de ser aproveitada.
De todo o modo, muito embora seja esta a regra, a lei prevê determinadas especificações de
regime, perante uma confissão indivisível de alguém, pode a contraparte tomar uma das três
seguintes opções:
1. Prescindir da confissão na totalidade, nesse caso a declaração ficará sujeita à livre
apreciação do julgador (art. 361º CC);
2. Aceitar na totalidade a confissão, fica também provado o que aproveita ao confidente;
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O relatório pericial deverá ser apresentado imediatamente ou, se não for possível, no prazo
fixado pelo juiz que não deve ser posterior a 30 dias após o fim da diligência (art. 483º nº1
CPC).
Nota procedimental: Pode ser ordenada a presença dos peritos na audiência final para poderem
ser interrogados, nesses casos os esclarecimentos são feitos sobre juramento (art. 486º CPC).
Nota procedimental: É possível pedir uma segunda perícia destinada a averiguar os mesmos
factos e corrigir possíveis inconclusões (art. 487º CPC).
A prova pericial está sujeita à livre apreciação da prova (art. 389º CC).
O facto de estar sujeita à livre apreciação da prova não quer dizer que a perícia não tenha um
valor qualificado, mas por outra via, o juiz está sujeito ao dever de fundamentação racional da
sentença e a prova pericial exige uma razoabilidade de aceitação das conclusões do perito.
V. Prova por inspeção (quinto meio de prova)
A prova por inspeção está regulada nos art. 390º CC e nos art. 491º e ss. do CPC.
A que se destina? Destina-se a facultar o acesso direto a precessão direta do tribunal de
determinados factos.
Ex.: Numa ação de demarcação o juiz deslocar-se aos próprios prédios a demarcar para ver
diretamente.
A prova por inspeção esta sempre dependente de um juízo de conveniência feito pelo tribunal
(art. 490º nº1 CPC) a parte não tem direito a exigir que este meio de prova seja realizado, desde
logo, porque é um meio de prova que pode causar um enorme transtorno ao julgador.
Quando tenha sido requerido pela parte deverá ela fornecer ao tribunal os meios necessários
para a realização da diligência (art. 490º nº2 CPC).
Quanto ao seu valor probatório aplica-se a livre apreciação da prova (art. 391º CC).
VI. Prova Testemunhal (sexto meio de prova)
A prova testemunhal encontra-se prevista nos art. 392º e ss. CC e 495º CPC.
Em que consiste? Consiste na narração de factos de que um terceiro teve conhecimento. Esses
factos são o testemunho.
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É um meio de prova que pode ter uma enormíssima relevância no caso jurídico concreto por
indisponibilidade dos demais meios de prova, mas que é extremamente falível.
Mesmo se eliminarmos o elemento de não colaboração, isto é, a mentira intencional, ele
continua a ter um valor epistémico bastante reduzido pela falibilidade da memória
Quanto à admissibilidade podem ser testemunhas quaisquer pessoas, diferentes das partes e dos
seus representante (art. 496º e 453º CPC).
A capacidade para testemunhar depende da aptidão psicológica para depor sobre factos objeto
de prova assim, um menor pode depor como testemunha? Sim, se tiver capacidade. O critério é
o da capacidade natural (art. 495º nº2 CPC.
Nos termos gerais, quem seja indicado como testemunha, tem o dever de prestar depoimento
(art. 417º nº1 CPC). Admite-se, porém, que as pessoas elencadas no art. 497º possam recusar a
depor, isto é, descendentes, ascendentes, sogros, noras e genros e, nas causas recíprocas,
cônjuges, ex-cônjuges e pessoas que vivam em união de facto. Uma vez que há um dever de
testemunhar não devemos forçar a testemunhar, aqueles que fossem colocados numa colisão
legal. Podem ainda recusar-se a depor aqueles sujeitos a um dever profissional.
Caso seja prestado um testemunho falso, pode incorrer-se na prática de um crime (art. 360º CP).
A prova testemunhal, quanto à matéria, é excluída nas hipóteses do art. 393º e 395º CPC.
Como pode ser introduzida a prova testemunhal? Por iniciativa das partes ou do juiz, as partes
devem indicar o rol de testemunhas nos articulados, que podem ser editados ou alterados até 20
dias antes da audiência final. A regra é que cada parte pode presentar 10 testemunha (art. 511º
nº1 CPC) embora o juiz possa admitir, por decisão, um número superior (art. 511º nº4 CPC),
este limite é reduzido para metade nas ações de valor não superior à alçada da 1ª Instância. A
parte pode a todo tempo desistir da testemunha (art. 498º nº2 CPC), o que não pode é, após o
testemunho realizado, prescindir dele.
A prova testemunhal será feita na audiência final, presencialmente ou por videoconferência (art.
500º CPC). Há uma exceção para certas entidades que gozam e prerrogativa de inquirição, o
Presidente da República goza da faculdade de ser inquirido na sua residência (Palácio de
Belém) e, além disso, quer este, quer as entidade do art. 503º nº2 CPC gozam da possibilidade
de depor por escrito.
Terminado o depoimento pode seguir-se ou:
a chamada contradita, que consiste em alegar uma circunstância que põe em causa a
credibilidade da testemunha (art. 521º CPC) quer a respeito da fonte do seu
conhecimento, quer seja a credibilidade da própria testemunha). Deduzida a contradita,
a testemunha é ouvida sobre a matéria alegada. Não havendo confissão, segue-se a
produção de prova sobre o facto em causa (art. 521º CPC).
Ou a acareação - consiste em colocar face a face testemunhas com depoimentos
contraditórios, esta é conduzida pelo juiz.
Prestado o depoimento à testemunha é dado a dispensa. A testemunha pode exigir as despesas
em que incorreu e uma indemnização equitativa (art. 525º CPC).
O valor probatório da prova testemunhal é de livre apreciação da prova (art. 396º CC).
Os meios de prova seguintes não irão ser desenvolvidos.
VII. Prova por admissão (sétimo meio de prova)
VIII. Consulta processual da parte (oitavo meio de prova)
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