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Contestação Trabalhista

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GMN

Gabriel
Meneses
Navarro
ADVOGADOS ASSOCIADOS

AO JUÍZO DA ___ VARA DO TRABALHO DE FORTALEZA (CE):

MICHELE SOARES SANTOS e RODOLFO SOARES LANDIM , já qualificados nos autos


do processo em epígrafe, representada por seus procuradores que esta subscreve, com
endereço profissional na Rua XXX, nº 00, bairro XXX, na cidade de XXX/XX, CEP XXXXX-
000, com endereço eletrônico: XXXX, onde recebe intimações e outros documentos
judiciais pertinentes, vem, mui respeitosamente perante Vossa Excelência, apresentar
defesa na forma de

CONTESTAÇÃO

em face de MARIA RODRIGUES, igualmente qualificada nos autos, pelos fatos e


fundamentos de direito que a seguir passa a expor:

1) PRELIMINARMENTE

1.1) DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

Conforme exposto na exordial, a reclamante requereu que Art. 11. A pretensão quanto
fosse realizado os pagamentos das verbas de TODO o contrato a créditos resultantes das
vigente, ou seja, desde 02/07/2016 a 31/12/2022, porém, não relações de trabalho
seria possível em decorrência da prescrição quinquenal da tutela prescreve em cinco anos
pretendida. Caso viesse a prosperar o pleito, no qual vai ser para os trabalhadores
demonstrado a diante, a reclamante apenas teria direito aos urbanos e rurais, até o limite
de dois anos após a
últimos 05 (cinco) anos, contados a partir do ajuizamento da
extinção do contrato de
ação, ou seja, só receberia a partir da data de 04/02/2018 até o
trabalho
final do contrato. Como prevê o art. 11 da CLT:

Rua Orivaldo da Silva, 4276, Aldeota - Fortaleza/CE - CEP - 60128028


gabrielmnavarrof@gmail.com
(85) 9 9187-0291
1.2) DA AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO VALOR ?
Conforme exposto na exordial, a reclamante não indicou o valor do pedido de
sobreaviso, sendo necessário o pedido ser julgado extinto sem resolução do mérito.
Conforme prevê o art. 840,§ 1° e § 3° da CLT:

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação


das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá
ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do
reclamante ou de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas


pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo serão julgados


extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

2) SÍNTESE DA INICIAL

A Reclamante ajuíza reclamação trabalhista pleiteando, em suma, o


reconhecimento da natureza salarial do plano de saúde e deslocamentos custeados
pelos reclamados, durante o período em que laborou como babá da filha do casal, entre
o período de 02/07/2016 a 31/12/2022.

Alega a Reclamante que no início da contratação, após a assinatura da CTPS, ficou


ajustado que os reclamados pagariam um salário mensal de R$ 1.800,00, além do plano
de saúde e deslocamentos da babá de sua residência para o local de trabalho de Uber.

O custo mensal do plano de saúde era de R$ 800,00 e as despesas com


deslocamento pelo aplicativo de viagens totalizavam o importe de R$ 400,00 por mês, de
modo que o casal arcava com aproximadamente R$ 3.000,00 mensais para a
manutenção da reclamante.

Durante todo o período trabalhado, a reclamante cumpria a jornada de trabalho: de


08h às 18h, com 1h de intervalo, de segunda a quinta-feira e, nas sextas-feiras,
encerrava o expediente mais cedo, saindo do trabalho às 17h.

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Não trabalhava aos sábados, pois desde o início da contratação ajustou com os
reclamados que faria a compensação do referido dia no decorrer da semana, ocasião em
que foi celebrado um acordo de compensação de jornada.

Por comodidade e a pedido da própria reclamante, os reclamados concordaram


que a reclamante poderia passar a semana na residência da família, chegando sempre na
segunda-feira, no início da manhã e indo para a sua casa na sexta-feira, após o término
do expediente de trabalho.

Em todo o contrato de trabalho, a a reclamante jamais prestou qualquer tipo


de serviço aos reclamados após o término de sua jornada de trabalho, haja vista que
os próprios pais cuidavam da filha no período noturno e a empregada se recolhia nos seus
aposentos após os empregadores chegarem em casa.

Depois que a filha do casal completou 6 anos de idade e não mais sentindo a
necessidade dos serviços prestados pela babá, Maria foi dispensada sem justa causa e
recebeu, na ocasião, todas as verbas rescisórias que fazia jus, assinando inclusive
recibo de quitação.

3) DA VERDADE DOS FATOS

Primeiramente, é mister esclarecer que os Reclamados reconhecem a relação


contratual entre o período 02/07/2016 a 31/12/2022.

Conforme foi mencionado na exordial, a reclamante teve suas verbas rescisórias


pagas, porém, foi requerido aos reclamados o suposto pagamento das verbas relativas a
natureza salarial do plano de saúde e deslocamentos custeados pelo casal, no qual a
parte reclamante não tem direito, conforme será mencionado abaixo.

3) DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

3.1) DA NATUREZA SALARIAL

Conforme mencionado na própria exordial, a reclamante recebia plano de saúde


e deslocamentos da babá de sua residência para o local de trabalho de Uber, sendo o
custo mensal do plano de saúde R$ 800,00 e as despesas com deslocamento pelo
aplicativo de viagens totalizavam o importe de R$ 400,00 por mês, de modo que os
reclamados arcava com aproximadamente R$ 3.000,00 mensais para a manutenção da
reclamante.

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No entanto, é necessário observar que tais verbas não são de natureza
salarial, conforme prevê o art. 458, § 2o, III, IV e § 5o da CLT:

Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos
legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por
fôrça do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será
permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.

§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes
utilidades concedidas pelo empregador: (Redação dada pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)

III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou


não por transporte público; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante
seguro-saúde; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)

§ 5o O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não,
inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses,
órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em
diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado para
qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9o do
art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

3.2) DAS HORAS EXTRAS


+
Conforme demonstrado anteriormente pela parte reclamante, a mesma não
trabalhava aos sábados, pois desde o início da contratação ajustou com os reclamados
que faria a compensação do referido dia no decorrer da semana, ocasião em que foi
celebrado um acordo de compensação de jornada.

Por comodidade e a pedido da própria reclamante, os reclamados concordaram


que a reclamante poderia passar a semana na residência da família, chegando sempre na
segunda-feira, no início da manhã e indo para a sua casa na sexta-feira, após o término
do expediente de trabalho.

Em todo o contrato de trabalho, a a reclamante jamais prestou qualquer tipo de


serviço aos reclamados após o término de sua jornada de trabalho, haja vista que os
próprios pais cuidavam da filha no período noturno e a empregada se recolhia nos seus
aposentos após os empregadores chegarem em casa.

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Sendo assim, tornando-se impossível a tutela da reclamante, tendo em vista que foi
ajustado entre a reclamante e os reclamados no que tange a carga horária e o tempo de
descanso, no qual trabalhava por 08 (oito) horas diárias e também não ficou a disposição do casal
no período da noite, sendo plenamente legal. Como prevê o Art. 58-A/CLT e o art. 7°, XIII da
Constituição Federal de 1988:

Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a
trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele
cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até
seis horas suplementares semanais.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho.

4) DOS PEDIDOS

Assim, diante do exposto, vem mui respeitosamente à presença de V. Exa., para requerer

a) A total improcedência da ação, condenando o Reclamante ao pagamento das custas


processuais, honorários advocatícios e demais cominações legais;

REQUER e protesta ainda em provar o alegado por todos os meios de prova admitidos no
direito, especialmente pelo depoimento pessoal do autor, pena de confissão e pela oitiva
de testemunhas.

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade, 00 de xxx de 20XX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

OAB/XX XX.XXX

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