Aula 02 - Apostila
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Aula 01
INSS (Técnico do Seguro Social) Passo
Estratégico de Direito Administrativo -
2023 (Pré-Edital)
Autor:
Tulio Lages
15 de Dezembro de 2022
Tulio Lages
Aula 01
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Sumário
Questões Estratégicas...................................................................................................................... 1
Perguntas.................................................................................................................................... 17
Gabarito...................................................................................................................................... 39
QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar para a sua
prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.
A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões, mas que você
faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas questões.
Desconcentração e Descentralização
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Comentários
GABARITO: CERTO.
Comentários
GABARITO: CERTO.
c) O capital social das sociedades de economia mista deve ser integralmente público, e a participação do
Estado no capital social das empresas públicas deve ser majoritária.
Comentários
GABARITO: “E”
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Os ministérios são órgãos integrantes do Poder Executivo, criados a partir do fenômeno chamado
desconcentração, fazendo parte, assim, da Administração Pública direta. Sendo órgãos, não possuem
personalidade jurídica própria.
B: errado. As organizações sociais são entidades do terceiro setor, entidades particulares de direito
privado, que não fazem parte da Administração Pública direta nem indireta.
C: errado. Nas SEM o Estado deve deter mais de 50% do capital social da empresa; o capital social das
empresas públicas é que deve ser integralmente público.
Comentários
Gabarito: “ANULADA”
Quanto à classificação dos órgãos públicos, os doutrinadores não usam conceitos uníssonos e foi por
isso que a questão foi anulada.
Quanto à estrutura, os órgãos públicos podem ser simples (ou unitários) ou compostos.
Ainda em relação à estrutura, Di Pietro faz ressalva sobre a classificação de Renato Alessi que classifica
os órgãos em burocráticos e colegiados.
Os burocráticos são os que estão a cargo de uma só pessoa física ou de várias pessoas ordenadas
verticalmente, isto é, de forma que cada uma delas possa atuar individualmente, porém ligadas, para a
sua necessária coordenação, por uma relação hierárquica.
Os colegiados são formados por uma coletividade de pessoas físicas ordenadas horizontalmente e não
em relação hierárquica.
Por outro lado, quanto à composição, os órgãos públicos podem ser singulares ou coletivos.
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Singulares são compostos por um único agente, com a Presidência e a diretoria de uma escola pública e
os coletivos por pluralidade de agentes, como ocorre no Tribunal de Impostos e Taxas aqui em São
Paulo, órgão administrativo colegiado que julga os tributos estaduais.
Comentários
Gabarito: “CERTO”
A Polícia, qualquer que seja, faz parte da Administração Direta e a Polícia Civil é hierarquicamente
subordinada ao Poder Executivo.
De acordo com a doutrina, quando determinada pessoa, de boa-fé, desempenha função pública em
situações de emergência, deve ser aplicada a teoria do órgão, pois sua atuação será imputável ao Estado,
a exemplo do que ocorre com o denominado agente de fato.
Comentários
Gabarito: “ERRADO”
Di Pietro diz que a teoria do órgão “é utilizada por muitos autores para justificar a validade dos atos
praticados por funcionário de fato: considera-se que o ato do funcionário é ato do órgão e, portanto,
imputável à Administração. A mesma solução não é aplicável à pessoa que assuma o exercício da
função pública por sua própria conta, quer dolosamente (como o usurpador de função), que de boa -
fé, para desempenhar função em momento de emergência, porque nesses casos é evidente a
inexistência de investidura do agente no cargo ou função”.
Em relação à posição estatal, as casas legislativas e a chefia do Poder Executivo e dos tribunais
classificam-se como órgãos superiores.
Comentários
Gabarito: “ERRADO”
Quanto à posição estatal, os órgãos públicos podem ser classificados independentes, autônomos,
superiores ou subalternos.
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Independentes são os que possuem origem constitucional, não possuindo qualquer hierarquia
entre eles, como as casas legislativas, a chefia do executivo e os tribunais. Os independentes
possuem autonomia administrativa e financeira, por isso, a questão está errada, já que o Executivo
e os Tribunais são órgãos de índole constitucional, portanto, independentes.
Autônomos são compostos pela cúpula da Administração Pública sendo subordinados aos órgãos
independentes, contudo, possuem autonomia administrativa e financeira, participando das
decisões governamentais. Como exemplo, temos os Ministérios e as Secretarias.
Superiores são os órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação e hierarquia.
São os departamentos, diretorias, gabinetes.
Subalternos são os que se acham subordinados aos superiores, sem nenhum ou quase nenhum
poder decisório. Eles exercem atividades materiais como a portaria e a zeladoria.
A Administração Federal compreende a Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados
na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios (art. 4º, I, do Decreto-Lei
200/1967).
Gabarito: letra B.
a) A representação judicial dos órgãos públicos, já que não possuem personalidade jurídica, deverá ser
feita pelos respectivos procuradores do ente a que pertençam, salvo na hipótese de defesa de suas
competências e prerrogativas, em que esses órgãos poderão ter órgão jurídico específico para atuar em
seu favor.
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d) Uma ação judicial proposta contra uma empresa pública federal deverá ser julgada pela justiça
comum estadual.
Comentários
GABARITO: LETRA A
Letra A – Correto. Os órgãos públicos, como regra, sequer possuem capacidade processual, porque não
possuem personalidade jurídica. A capacidade processual, regra geral, é da entidade a qual pertence o
órgão público.
Letra C - Incorreta. Pense comigo: se uma Sociedade de Economia Mista explora atividade econômica,
não seria justo/ético que ela tivesse privilégios fiscais não extensíveis aos particulares que com ela
disputam, de modo a acarretar uma concorrência desleal, não é verdade?
Veja, ainda, que tais entidades não são contempladas na previsão constitucional da imunidade recíproca
(CF, art. 150, VI, “a” e § 2º):
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
(...)
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Letra D – Incorreta. O foro judicial competente para dirimir litígios em que seja parte uma empresa
pública federal é a Justiça Federal (CF, art. 109, inciso I):
Comentários
GABARITO: certo.
A relação entre a administração direta e as entidades que integram a administração indireta pressupõe
a existência do poder hierárquico entre ambas.
Comentários
GABARITO: errado.
Não existe hierarquia entre ente integrante da Administração Pública direta e entidade da
Administração Pública indireta, mas sim vinculação.
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Comentários
GABARITO: ERRADO.
13. (Cespe/2015/FUB) No que diz respeito à administração pública federal, sua estrutura,
características e descrição, julgue o próximo item.
Órgãos como o SESC, o SENAI e o SESI são autarquias que colaboram com o Estado no desempenho de
atividades de interesse público.
Comentários
GABARITO: ERRADO.
O SESC, SENAI E o SESI compõem o sistema “s” e realmente desempenham atividades de interesse
público, porém, mas não são autarquias e não compõem a administração pública indireta, mas sim o
chamado “terceiro setor”.
Comentários
GABARITO: LETRA A
A administração pública indireta é composta por autarquias, fundações públicas, empresa pública e
sociedade de economia mista.
Letra B – Incorreta, pois secretarias estaduais integram a administração direta e fundações privadas
não integram a administração pública.
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Letra C – Incorreta, pois organizações sociais não integram a administração pública: na verdade,
compõem o chamado “terceiro setor”, que é composto por entidades que prestam atividades de
interesse público, por iniciativa privada, sem fins lucrativos.
Letra D – Incorreta, porque nenhuma das entidades listadas integra à administração pública, mas sim
o terceiro setor.
Letra E – Incorreta, haja vista que os serviços sociais autônomos não integram a administração pública,
mas sim o terceiro setor.
d) empresas públicas.
Comentários
GABARITO: “C”
O conceito apresentado no enunciado está mais próximo ao das agências reguladoras, autarquias
altamente especializadas que exercem funções de regulação, controle e fiscalização de atividades
econômicas ou da prestação de serviços públicos delegados a pessoas privadas.
A: errada. “Agência Executiva” é uma qualificação conferida pelo Poder Público a autarquias ou
fundações públicas que firmem o contrato de gestão previsto no art. 37, § 8º da CF e possuam um plano
estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento consoante inciso I do
art. 51 da Lei 9.649/1998. Assim, uma agência executiva não é uma nova entidade administrativa.
B: errada. Os serviços sociais autônomos nem sequer integram a administração pública indireta.
D e E: erradas. As empresas públicas e sociedades de economia mista são criadas para que o Estado
exerça atividades de caráter econômico ou execute serviços públicos.
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a) serviços não exclusivos, correspondente ao setor em que o Estado atua simultaneamente com outras
organizações públicas não estatais.
b) núcleo estratégico, setor em que as leis e as políticas públicas são definidas e em que seu
cumprimento é cobrado.
c) produção de bens e serviços para o mercado, correspondente à área de atuação das empresas estatais
do segmento produtivo.
d) atividades exclusivas, correspondente aos serviços que só o Estado pode realizar, possuindo poder
de regulamentar, de fiscalizar e de fomentar.
e) organizações sociais, correspondente às áreas que incentivam a produção não lucrativa, pela
sociedade, de bens e serviços públicos não exclusivos do Estado.
Comentários
GABARITO: “D”
“Agência Executiva” é uma qualificação conferida pelo Poder Público a autarquias ou fundações públicas
que firmem o contrato de gestão previsto no art. 37, § 8º da CF e possuam um plano estratégico de
reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento consoante inciso I do art. 51 da Lei
9.649/1998 (assim, uma agência executiva não é uma nova entidade administrativa).
Uma autarquia é pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração,
para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos
termos da lei (Di Pietro).
Fundação pública, por outro lado, é o “patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de
personalidade jurídica, de direito público ou privado, e destinado, por lei, ao desempenho de atividades
do Estado na ordem social, com capacidade de autoadministração e mediante controle da Administração
Pública, nos termos da lei ” (Di Pietro).
Portanto, os dois tipos de entidades que podem ser qualificadas com agências executivas, quais sejam,
autarquias e fundações públicas, estão inseridos sobremaneira no setor estatal de atividades exclusivas.
Agências executivas como a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), a Agência Nacional de
Águas (ANA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) possuem atribuições de regulação e
fiscalização, podendo exercer também atividades de controle econômico.
Comentários
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GABARITO: ERRADO.
As agências executivas não exercem atividades de controle econômico, apenas as agências reguladoras
o fazem.
As agências executivas são compostas por órgãos da administração pública direta que têm como
finalidade executar atividades delegadas pelo poder público em função da comprovada capacidade de
gestão estratégica nos dois anos de atuação anteriores à delegação.
Comentários
GABARITO: ERRADO.
As agências executivas são compostas por autarquias ou fundações, órgãos da administração pública
indireta, não da administração pública direta.
As agências reguladoras, compostas por autarquias e fundações, são vinculadas ao Poder Executivo e
exercem atividades delegadas pelo poder público.
Comentários
GABARITO: ERRADO.
As agências reguladoras não são compostas por fundações, mas por autarquias em regime especial.
Nos litígios comuns, as causas que digam respeito às autarquias federais, sejam estas autoras, rés,
assistentes ou oponentes, são processadas e julgadas na justiça federal.
Comentários
GABARITO: CERTO.
Quando as autarquias estão litigando, no polo passivo ou ativo da demanda, ou, ainda, na condição de
assistentes ou oponentes, a causa é processada e julgada na Justiça federal, conforme o art. 109, inciso
I, da CF/1988:
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Comentários
GABARITO: CERTO.
As entidades da administração pública indireta não são subordinadas às entidades que as instituídas,
mas estas realizam controle finalístico / supervisão ministerial do cumprimento da finalidade daquelas
entidades.
O simples fato de o poder público passar a deter a maioria do capital social de uma empresa privada a
transforma em sociedade de economia mista, independentemente de autorização legal.
Comentários
GABARITO: errado.
A criação de sociedade de economia mista depende de autorização legal, nos termos do art. 37, inciso
XIX, da CF/1988:
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
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Embora a sociedade de economia mista esteja vinculada aos fins definidos na lei que autorizou sua
criação, é possível a alteração de seus objetivos mediante ato do Poder Executivo, devidamente
aprovado na forma prevista em seus estatutos.
Comentários
GABARITO: ERRADO.
A alteração dos objetivos da sociedade de economia mista, em simetria com a forma que os definiu, deve
ser feita por lei, não por ato do Poder Executivo. Nesse sentido, o art. 173, § 1º, da CF/1988:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
(...)
As sociedades de economia mista podem revestir-se de qualquer das formas em direito admitidas, a
critério do poder público, que procede à sua criação.
Comentários
GABARITO: ERRADO.
As sociedades de economia mista devem sempre ser S.A. (sociedade anônima), as empresas públicas é
que podem assumir qualquer das formas em direito admitidas.
Pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta, as empresas públicas são
criadas por autorização legal para que o governo exerça atividades de caráter econômico ou preste
serviços públicos.
Comentários
GABARITO: CERTO.
O enunciado apresenta a definição das empresas públicas, cuja criação depende de autorização legal -
art. 37, inciso XIX, da CF/1988:
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Art. 37 (...)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Pertence à justiça federal a competência para julgar as causas de interesse das empresas públicas, dado
o fato de elas prestarem serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado.
Comentários
GABARITO: ERRADO.
A competência para julgamento das causas de interesse das empresas pública é da justiça federal, mas
a questão erra ao apresentar a ideia de que todas as empresas públicas prestam serviço público, pois há
empresas públicas que exploram atividades econômicas, como a Caixa Econômica Federal.
Por terem personalidade jurídica de direito privado, as sociedades de economia mista não se
subordinam hierarquicamente ao ente político que as criou. Exatamente por isso elas não sofrem
controle pelos tribunais de contas.
Comentários
GABARITO: ERRADO.
As sociedades de economia mista realmente não se subordinam hierarquicamente ao ente que as criou,
porém, sofrem controle finalístico ministerial.
Além disso, sofrem sim controle pelo tribunal de contas, nos termos do art. 71, incisos II e IV da CF/88:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
(...)
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
(...)
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IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
c) Não precisam realizar procedimento licitatório, a fim de viabilizar a atuação no mercado competitivo.
Comentários
GABARITO: LETRA B
Letra A: Incorreta. Muito embora, conforme o julgado abaixo, o STJ tenha entendido ser possível a
sujeição ao regime de precatórios, não se trata da regra geral, mas de exceção:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
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(...)
Letra D: Incorreta, pois a lei autoriza a criação delas, mas não as cria.
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Letra E: Incorreta, haja vista que, assim como a administração direta, as entidades integrantes da
administração indireta estão sujeitas à fiscalização dos tribunais de contas.
São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua resolução,
como ocorre nas clássicas questões objetivas.
O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para consolidar
melhor o que aprendeu ;)
Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim, ao
resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do conteúdo, mas
muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.
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Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor os
diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.
É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido na sua
prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar a resolução de
questões objetivas típicas de concursos, ok?
Perguntas
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b) Órgãos autônomos: se situam na cúpula da Administração, logo abaixo dos órgãos independentes,
auxiliando-os diretamente. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, mas não
independência. Caracterizam-se como órgãos diretivos. Ex: os Ministérios, as Secretarias de Estado etc.
c) Órgãos superiores: possuem atribuições de direção, controle e decisão, mas sempre estão sujeitos
ao controle hierárquico de uma instância mais alta. Não têm nenhuma autonomia, seja administrativa
seja financeira. Exemplo: Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes.
d) Órgãos subalternos: exercem atribuições de mera execução, com reduzido poder decisório, estando
sempre subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. Exemplo: seções de expediente, de
pessoal, de material etc.
III - Órgãos burocráticos: estão a cargo de uma só pessoa física ou de várias pessoas ordenadas numa
estrutura hierárquica vertical (ex: uma Diretoria, em que existe um diretor e várias pessoas a ele
ligadas). Fazem contraponto aos órgãos colegiados, que são formados por várias pessoas físicas
ordenadas horizontalmente, ou seja, em uma relação de coordenação, e não de hierarquia.
IV - Órgãos ativos, consultivos ou de controle: possuem como função primordial, respectivamente, o
desenvolvimento de uma administração ativa, de uma atividade consultiva ou de controle sobre outros
órgãos.
17. Qual o conceito de Administração Indireta?
Conjunto de pessoas jurídicas (desprovidas de autonomia política) que, vinculadas à Administração
Direta, têm a competência para o exercício de atividades administrativas, de forma descentralizada.
18. Qual a composição da Administração Indireta?
De acordo com Hely Lopes Meireles, a administração indireta é constituída dos serviços atribuídos a
pessoas jurídicas diversas da União, de direito público ou de direito privado, vinculadas a um órgão da
Administração Direta, mas administrativa e financeiramente autônomas.
Nos termos do art. 4º do Decreto Lei 200/196714, a Administração Indireta compreende as seguintes
categorias de entidades, todas dotadas de personalidade jurídica própria:
- Autarquias.
- Empresas Públicas.
- Sociedades de Economia Mista.
- Fundações Públicas.
A Administração Indireta contempla, ainda, os consórcios públicos de direito público, constituídos sob
a forma de associações públicas (art. 6º, inciso I e § 1º da Lei 11.107/2005).
19. Qual a ideia subjacente à descentralização administrativa?
Busca pela eficiência no desempenho das atividades estatais, notadamente em razão da autonomia
administrativa, gerencial e financeira, bem como da disponibilidade de pessoal especializado com que
contam as entidades da Administração Indireta.
20. Quais os principais pontos em comum entre as entidades da Administração Indireta?
As autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista apresentam três
pontos em comum: necessidade de lei específica para serem criadas, personalidade jurídica própria e
patrimônio próprio.
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Além disso, se submetem ao princípio da especialização (devem ser instituídas para servir a uma
finalidade específica).
21. Quais as principais diferenças entre as entidades da Administração Indireta?
Finalidade para as quais são criadas: as autarquias são indicadas para o desempenho de atividades
típicas de Estado; as fundações públicas, para o desempenho de atividades de utilidade pública; e as
empresas públicas e sociedades de economia mista, para a exploração de atividades econômicas.
Natureza jurídica das entidades: as autarquias são pessoas jurídicas de direito público; as empresas
públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado; já as fundações
podem ser tanto de direito público quanto de direito privado.
Criação e instituição das entidades: a criação de autarquias (por serem pessoas de direito público) se
dá mediante lei específica, diferentemente do que ocorre para as sociedades de economia mista e
empresas públicas (por serem pessoas de direito privado), que necessitam de uma lei que autorize a
sua instituição (art. 37, XIX da CF/88).
Assim, enquanto para as autarquias a lei específica já as institui diretamente, para as sociedades de
economia mista e empresas públicas a lei específica tem o papel de autorizar sua instituição, devendo
ainda outras providências serem tomadas para a criação da personalidade jurídica, notadamente o
registro no órgão competente.
Já com relação às fundações, se forem de direito público, sua criação e instituição obedece à mesma
regra das autarquias (lei específica, somente); se forem de direito privado, às mesmas regras das
sociedades de economia mista e empresas públicas (lei específica autorizadora + registro no órgão
competente).
Como na maioria das vezes as entidades a serem criadas comporão a Administração Indireta do Poder
Executivo, a lei específica de sua instituição ou autorização de sua instituição será de iniciativa privativa
do chefe do Poder Executivo (CF/88, art. 61, § 1º, inciso II, alínea “e”).
Entretanto, se a entidade a ser criada ou extinta excepcionalmente se vincular ao Poder Legislativo ou
Judiciário, a iniciativa da lei específica será do respectivo chefe de Poder.
22. O que caracteriza a supervisão ministerial sobre as entidades da administração indireta?
É o controle finalístico, sem subordinação, realizado pela administração direta sobre a indireta.
23. Quais são os aspectos sobre os quais se distribui a supervisão ministerial?
Controle político, pelo qual os dirigentes das entidades da administração indireta são escolhidos e
nomeados pela autoridade competente da administração direta, razão por que exercem eles função de
confiança.
Controle institucional, que obriga a entidade a caminhar sempre no sentido dos fins para os quais foi
criada.
Controle administrativo, que permite a fiscalização dos agentes e das rotinas administrativas da
entidade.
Controle financeiro, pelo qual são fiscalizados os setores financeiro e contábil da entidade.
24. Qual o conceito de autarquia?
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Autarquia é pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração,
para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos
termos da lei (Di Pietro).
Já o Decreto-Lei 200/1967, em seu o art. 5º, conceitua autarquia como o serviço autônomo, criado por
lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada.
25. Como se dá a criação e a extinção das autarquias?
A criação de autarquias depende apenas da edição de uma lei específica (CF/88, art. 37, inciso XIX).
A extinção depende também apenas da edição de uma lei específica, em razão do princípio da simetria
das formas jurídicas.
26. Quando ocorre o início da personalidade jurídica das autarquias?
A partir da entrada em vigor da lei específica que cria a autarquia, salvo se esta lei criar outras
exigências ou condições.
27. Qual a natureza jurídica das atividades desempenhadas pelas autarquias?
Como regra, atividades próprias e típicas de Estado, sem caráter econômico.
28. A que regime jurídico se submetem as autarquias?
Ao regime jurídico de direito público, em razão de possuírem personalidade de direito público. As
autarquias possuem as prerrogativas e sujeições características do regime jurídico-administrativo,
inerentes às pessoas jurídicas de direito público de natureza política (União, Estados, DF e Municípios).
Em regra, os atos que praticam são atos administrativos, contando, portanto, com todos os seus
atributos - presunção de legitimidade ou veracidade, imperatividade, exigibilidade ou coercibilidade e
autoexecutoriedade.
Ainda, as autarquias devem realizar licitação pública para efetuarem suas contratações, ressalvados os
casos especificados na legislação (art. 37, inciso XXI da CF/88).
Além disso, os contratos celebrados pelas autarquias também são, em regra, contratos administrativos
(alguns poucos podem ser de natureza eminentemente privada), sujeitos ao mesmo regime jurídico
aplicável aos contratos celebrados pelos órgãos da administração direta.
29. Quais as principais prerrogativas aplicáveis às autarquias?
a) Prazos processuais em dobro (art. 183, caput, do Código de Processo Civil).
b) Prescrição quinquenal, pela qual as dívidas e direitos em favor de terceiros contra a autarquia
prescrevem em cinco anos;
c) Impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade de seus bens;
d) Regime de precatórios para pagamento de dívidas decorrentes de condenações judiciais (art. 100,
caput, da CF/88).
e) Possibilidade de inscrição de seus créditos em dívida ativa e a sua respectiva cobrança por meio
de execução fiscal (Lei 6.830/1980);
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35. Qual o foro competente para o processamento e julgamento das causas que envolvem
autarquias?
No caso das autarquias federais, as causas judiciais devem ser processadas e julgadas pela Justiça
Federal. No caso das estaduais e municipais, na Justiça Estadual.
Nos casos de litígios funcionais entre a autarquia e seu pessoal regido pelo regime jurídico único
(servidores públicos), a causa deve ser processada pela Justiça Federal (se for autarquia federal) ou pela
Justiça Estadual (se for autarquia estadual ou municipal). Se o litígio for entre a autarquia e seu pessoal
regido pelo regime trabalhista (empregados públicos), será processado e julgado pela Justiça do
Trabalho (seja autarquia federal, estadual ou municipal).
No caso em que a parte seja servidor público estatutário egresso do regime trabalhista por conta da
instituição do regime jurídico único, a Justiça do Trabalho será competente para processar e julgar
reclamação relativa a vantagens trabalhistas anteriores à instituição daquele regime (súmula 97 do STJ).
Por fim, nos casos em que a Anatel não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente,
compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de
telefonia (súmula vinculante 27).
36. Qual o conceito de fundação pública?
"Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou
entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes" (art.
5º, IV do Decreto-Lei 200/1967).
Para Maria Sylvia Di Pietro, fundação instituída pelo poder público é o “patrimônio, total ou
parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito público ou privado, e destinado, por
lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem social, com capacidade de autoadministração e
mediante controle da Administração Pública, nos termos da lei1”.
37. Considere a seguinte assertiva: “as fundações públicas, ao contrário das privadas, não
possuem finalidade lucrativa”. Ela está correta? Comente.
Não, ambas possuem certo objetivo social, sem finalidade lucrativa.
38. Considere a seguinte assertiva: “as fundações públicas são criadas pelo Estado, a partir de
patrimônio público, enquanto as privadas são criadas por uma pessoa privada, a partir de
patrimônio privado”. Ela está correta? Comente.
Está perfeita.
39. É possível a instituição, pelo poder público, de fundações públicas de direito público?
Explique.
Sim, consoante doutrina majoritária e entendimento do STF (RE 101.126/RJ), embora essa
possibilidade não esteja expressa no texto constitucional.
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As fundações públicas de direito público são consideradas uma modalidade de autarquia e por isso são
também denominadas de “fundações autárquicas” ou “autarquias fundacionais”.
40. Qual diferença entre uma autarquia e uma fundação autárquica?
A autarquia é um serviço público personificado, enquanto que a fundação autárquica é um patrimônio
personalizado, destinado a uma finalidade específica, de interesse social.
41. Como se dá a instituição e a extinção das fundações públicas?
Fundações públicas de direito público: instituição mediante lei específica, iniciando sua personalidade
com a entrada em vigor dessa lei; extinção também mediante lei.
Fundações públicas de direito privado: autorizada sua instituição por meio de lei, sendo necessário
ainda o registro do ato constitutivo para a aquisição de personalidade jurídica; extinção mediante
autorização legal.
42. Qual o regime jurídico aplicável às fundações públicas?
Fundações públicas de direito público: regime jurídico-administrativo (o mesmo aplicável às
autarquias). Prerrogativas e características que merecem destaque:
• Prazo especial para contestar e recorrer;
• Duplo grau obrigatório de jurisdição;
• Regime de precatórios para pagamento de dívidas decorrentes de condenação judicial (CF/88, art.
100);
• Imunidade tributária recíproca (CF/88, art. 150, inciso VI, alínea “a” e § 2º);
• Praticam atos administrativos;
• Celebram contratos administrativos, precedidos de licitação.
Fundações públicas de direito privado: regime jurídico híbrido, se sujeitando em parte a normas de
direito privado e, em outras, a normas de direito público. Prerrogativas e características que merecem
destaque:
• Não possuem prazo especial para contestar e recorrer;
• Suas lides não estão sujeitas ao duplo grau obrigatório de jurisdição;
• Não estão submetidos ao regime de precatórios para pagamento de dívidas decorrentes de
condenação judicial previsto na CF/88, art. 100;
• Contam, também, com a imunidade tributária recíproca (CF/88, art. 150, inciso VI, alínea “a” e § 2º).
• Praticam, em regra, atos de direito privado;
• Celebram, também, contratos administrativos, precedidos de licitação.
43. Qual a natureza dos bens do patrimônio das fundações públicas?
Fundações públicas de direito público: bens públicos (contam, portanto, com as prerrogativas a eles
inerentes).
Fundações públicas de direito privado: bens privados. Entretanto, os bens dessas entidades, quando
empregados diretamente na prestação de serviços públicos, podem se sujeitar a regras de direito
público (ou seja, possuir prerrogativas dos bens públicos, de forma equiparada).
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Convém apontar que "ao final do processo de desestatização, a sociedade de economia mista ou empresa
pública não mais existirá: na privatização, porque o controle acionário deixou de ser do Estado; na
extinção, porque se decretou o fim da pessoa jurídica", segundo voto da Relatora do feito, ao interpretar
a Lei 9.491/1997, que trata de procedimentos relativos ao Programa Nacional de Desestatização.
Perceba que a CF/88 exige expressamente autorização legislativa específica para a instituição das
estatais, mas é silente quanto à forma legal a ser adotada na desestatização.
50. O que são subsidiárias das empresas estatais?
Subsidiárias são empresas controladas pelas estatais. Possuem personalidade jurídica própria e sua
criação depende também de autorização legislativa (art. 37, inciso XX da CF/88).
Na verdade, em razão da redação do dispositivo acima, também é possível que haja subsidiárias de
autarquias e fundações (e não somente de empresas estatais).
51. As subsidiárias fazem parte da Administração Pública?
Não (entendimento doutrinário). ==5617c==
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As estatais também se sujeitam, em menor escala, a algumas normas de direito público, como as
seguintes regras constitucionais: necessidade de autorização legal para sua instituição (art. 37, inciso
XIX); sujeição ao controle do Tribunal de Contas (art. 71) e do Poder Legislativo (art. 49, inciso X);
exigência de concurso público para admissão de seus empregados (art. 37, inciso II) etc.
Por outro lado, caso sejam prestadoras de serviço público, as estatais são regidas predominantemente
pelo direito público (regime jurídico administrativo), em razão da titularidade do serviço ser do Estado
(ou seja, aqui não há livre iniciativa). Em menor grau, essas estatais se sujeitam ao direito privado, até
porque os serviços públicos desempenhados pelas estatais são considerados uma espécie de atividade
de natureza econômica.
A CF/88 prevê, em seu art. 173, § 1º, a edição de um estatuto jurídico das estatais (e suas subsidiárias)
que explorem atividade econômica. Esse estatuto foi recentemente instituído pela Lei 13.303/2016, que
“dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao
regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos” (art. 1º).
Logo, é importante destacar que o estatuto previsto na Lei 13.303/2016 abrange tanto as estatais que
explorem atividade econômica, quanto as que prestem serviço público.
55. Qual a natureza do patrimônio das empresas estatais?
Os bens das estatais são considerados bens privados (não gozam das prerrogativas inerentes aos bens
públicos – impenhorabilidade, imprescritibilidade, alienabilidade condicionada etc.).
Para a doutrina, especificamente no que diz respeito às estatais prestadoras de serviços públicos, a
parcela de seus bens que estejam afetados diretamente à prestação dos serviços, embora permaneçam
sendo considerados bens privados, contam com algumas proteções próprias dos bens públicos6.
56. Qual o regime de pessoal a que estão submetidas as empresas estatais?
Regime trabalhista comum (celetista, regido pela CLT), de emprego público, com vínculo de natureza
contratual, sem previsão de estabilidade, embora seja necessária a devida motivação para eventuais
atos de demissão.
O ingresso nos quadros das estatais deve, todavia, deve se dar por meio de concurso público (CF/88,
art. 37, inciso II).
Com relação aos dirigentes das estatais, quando não oriundos do quadro de pessoal da própria entidade,
não são classificados como empregados públicos celetistas (a eles não se aplicam as regras da CLT) e
tampouco ocupam cargos em comissão no sentido previsto no dispositivo supra – a relação dos
dirigentes com a estatal é regida pelo Direito Comercial.
É importante mencionar que não cabe ao Poder Legislativo aprovar previamente o nome dos dirigentes
das estatais como condição para que o chefe do Executivo possa nomeá-los7 - embora isso seja legítimo
para a nomeação de dirigentes de autarquias e fundações.
6 Inclusive nesse sentido o STF já decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, por ser empresa pública
que presta serviço público, possuem impenhoráveis os bens diretamente afetos ao serviço público prestado (RE
220.906).
7 ADI 1.642/MG.
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Por último, destacamos que é cabível mandado de segurança contra ato dos dirigentes de estatais
quando praticados na qualidade de autoridade pública (como nas licitações e concursos públicos), mas
é incabível nos atos de mera gestão econômica.
57. Explique a questão da falência e da execução das empresas estatais.
O art. 2º, inciso I da Lei 11.101/2005 (que trata da falência e da recuperação judicial) expressamente
exclui as estatais (independentemente de seu campo de atribuição) do processo falimentar regido por
tal diploma.
58. Qual a forma jurídica das empresas estatais?
Empresas públicas: qualquer configuração admitida no direito.
Sociedades de Economia Mista: necessariamente sociedade anônima.
59. Como é a composição do capital das empresas estatais?
Empresas públicas: capital totalmente público, mesmo que de entes federativos ou pessoas
administrativas diferentes.
Sociedades de Economia Mista: capital público e privado, de forma conjugada. A maioria do capital
votante (ações com direito a voto) deve ser necessariamente público, o que confere à pessoa política ou
administrativa o poder de controlar a sociedade de economia mista.
60. Qual o foro judicial competente para dirimir litígios em que seja parte uma empresa estatal?
Empresa pública federal: Justiça Federal (CF/88, art. 109, inciso I).
Sociedade de economia mista federal: Justiça Estadual8. Se a União intervier na causa como assistente
ou opoente, o foro passa a ser a Justiça Federal9.
Estatal estadual ou municipal: Justiça Estadual.
Ações judiciais sobre relações trabalhistas envolvendo empregados de estatais (de qualquer esfera
governamental): Justiça do Trabalho.
61. O que são agências executivas?
“Agência Executiva” é uma qualificação conferida pelo Poder Público a autarquias ou fundações públicas
que firmem o contrato de gestão previsto no art. 37, § 8º da CF/88 e possuam um plano estratégico de
reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento consoante inciso I do art. 51 da Lei
9.649/1998. Assim, uma agência executiva não é uma nova entidade administrativa.
Com a celebração do contrato de gestão, essas entidades assumem o compromisso de cumprir
determinadas metas de desempenho e, por outro lado, possuem sua autonomia gerencial, orçamentária
e financeira ampliada (art. 37, § 8º da CF/88).
Destacamos que a qualificação como “agência executiva” é uma faculdade (e não uma obrigação) do
Poder Público e é realizada mediante ato do Presidente da República; o contrato de gestão é firmado
com o Ministério Supervisor da autarquia ou fundação pública e possuirá periodicidade mínima de um
ano.
62. O que são agências reguladoras?
8Súmula STF 556: ‘É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista”.
9Súmula STF 517: “As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como
assistente ou opoente”.
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São autarquias altamente especializadas que exercem funções de regulação, controle e fiscalização de
atividades econômicas ou da prestação de serviços públicos delegados a pessoas privadas.
Embora não seja obrigatório, geralmente adotam o formato de autarquia em regime especial, o que lhes
confere maior autonomia se comparadas às demais autarquias.
Por serem autarquias, pertencem à Adm. Indireta.
63. Qual a natureza das atividades realizadas pelas agências reguladoras?
Exercem função típica de Estado, de natureza administrativa, notadamente a regulação (intervenção
indireta) e o exercício do poder de polícia.
64. As decisões das agências reguladoras podem ser reapreciadas pelo ministério supervisor?
Excepcionalmente, sim, para a apreciação da legalidade da decisão, ou quando a agência se distanciar
da política de Governo ou, ainda, quando se referir a atividade-meio da entidade – é o chamado “recurso
hierárquico impróprio”.
65. Quais as características do poder normativo das agências reguladoras?
Os regulamentos de natureza estritamente técnica expedidos pelas agências reguladoras são
conhecidos como regulamentos delegados ou autorizados, porque podem complementar a lei, não se
limitando apenas a dar fiel execução a ela. Mesmo assim, esses regulamentos dependem de prévia
autorização legal para sua edição, bem como não podem criar obrigações novas, sem que haja previsão
em lei.
Essa possibilidade de se transferir do Poder Legislativo, mediante autorização legislativa, a função
normativa de determinadas matérias específicas para as agências reguladoras (ou outra sede
normativa), consiste no instituto da deslegalização.
66. Qual o procedimento de nomeação dos dirigentes das agências reguladoras?
O Presidente da República realiza a nomeação do dirigente após este ter sido sabatinado pelo Senado
Federal (art. 5º, caput da Lei 9.986/2000).
67. É possível a celebração de contrato de gestão entre uma agência reguladora e o Poder
Público?
Sim. Nessa situação, a autonomia gerencial, orçamentária e financeira será ampliada, sendo
estabelecidas as metas de desempenho e aplicáveis as disposições previstas no art. 37, § 8º da CF/88.
Inclusive, a agência reguladora pode ser qualificada como agência executiva, caso preencha os
requisitos legais.
68. As agências reguladoras se submetem aos controles judicial ou legislativo?
Sim, como em regra se sujeitam as demais entidades da Administração Pública.
69. É possível a desqualificação de uma agência reguladora?
Não, ao contrário das agências executivas, que podem perder a qualificação. “Agência reguladora” não
é uma qualificação formal, portanto não é existe a figura de desqualificação de agência reguladora.
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c) O capital social das sociedades de economia mista deve ser integralmente público, e a participação do
Estado no capital social das empresas públicas deve ser majoritária.
De acordo com a doutrina, quando determinada pessoa, de boa-fé, desempenha função pública em
situações de emergência, deve ser aplicada a teoria do órgão, pois sua atuação será imputável ao Estado,
a exemplo do que ocorre com o denominado agente de fato.
Em relação à posição estatal, as casas legislativas e a chefia do Poder Executivo e dos tribunais
classificam-se como órgãos superiores.
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a) A representação judicial dos órgãos públicos, já que não possuem personalidade jurídica, deverá ser
feita pelos respectivos procuradores do ente a que pertençam, salvo na hipótese de defesa de suas
competências e prerrogativas, em que esses órgãos poderão ter órgão jurídico específico para atuar em
seu favor.
d) Uma ação judicial proposta contra uma empresa pública federal deverá ser julgada pela justiça
comum estadual.
A relação entre a administração direta e as entidades que integram a administração indireta pressupõe
a existência do poder hierárquico entre ambas.
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13. (Cespe/2015/FUB) No que diz respeito à administração pública federal, sua estrutura,
características e descrição, julgue o próximo item.
Órgãos como o SESC, o SENAI e o SESI são autarquias que colaboram com o Estado no desempenho de
atividades de interesse público.
d) empresas públicas.
a) serviços não exclusivos, correspondente ao setor em que o Estado atua simultaneamente com outras
organizações públicas não estatais.
b) núcleo estratégico, setor em que as leis e as políticas públicas são definidas e em que seu
cumprimento é cobrado.
c) produção de bens e serviços para o mercado, correspondente à área de atuação das empresas estatais
do segmento produtivo.
d) atividades exclusivas, correspondente aos serviços que só o Estado pode realizar, possuindo poder
de regulamentar, de fiscalizar e de fomentar.
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e) organizações sociais, correspondente às áreas que incentivam a produção não lucrativa, pela
sociedade, de bens e serviços públicos não exclusivos do Estado.
Agências executivas como a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), a Agência Nacional de
Águas (ANA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) possuem atribuições de regulação e
fiscalização, podendo exercer também atividades de controle econômico.
As agências executivas são compostas por órgãos da administração pública direta que têm como
finalidade executar atividades delegadas pelo poder público em função da comprovada capacidade de
gestão estratégica nos dois anos de atuação anteriores à delegação.
As agências reguladoras, compostas por autarquias e fundações, são vinculadas ao Poder Executivo e
exercem atividades delegadas pelo poder público.
Nos litígios comuns, as causas que digam respeito às autarquias federais, sejam estas autoras, rés,
assistentes ou oponentes, são processadas e julgadas na justiça federal.
O simples fato de o poder público passar a deter a maioria do capital social de uma empresa privada a
transforma em sociedade de economia mista, independentemente de autorização legal.
Embora a sociedade de economia mista esteja vinculada aos fins definidos na lei que autorizou sua
criação, é possível a alteração de seus objetivos mediante ato do Poder Executivo, devidamente
aprovado na forma prevista em seus estatutos.
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As sociedades de economia mista podem revestir-se de qualquer das formas em direito admitidas, a
critério do poder público, que procede à sua criação.
Pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta, as empresas públicas são
criadas por autorização legal para que o governo exerça atividades de caráter econômico ou preste
serviços públicos.
Pertence à justiça federal a competência para julgar as causas de interesse das empresas públicas, dado
o fato de elas prestarem serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado.
Por terem personalidade jurídica de direito privado, as sociedades de economia mista não se
subordinam hierarquicamente ao ente político que as criou. Exatamente por isso elas não sofrem
controle pelos tribunais de contas.
c) Não precisam realizar procedimento licitatório, a fim de viabilizar a atuação no mercado competitivo.
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Gabarito
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
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