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Aula 02 - Apostila

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By @kakashi_copiador

Aula 01
INSS (Técnico do Seguro Social) Passo
Estratégico de Direito Administrativo -
2023 (Pré-Edital)

Autor:
Tulio Lages

15 de Dezembro de 2022
Tulio Lages
Aula 01

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Sumário

Questões Estratégicas...................................................................................................................... 1

Questionário de revisão e aperfeiçoamento .................................................................................. 16

Perguntas.................................................................................................................................... 17

Perguntas com respostas ............................................................................................................ 19

Lista de Questões Estratégicas ...................................................................................................... 33

Gabarito...................................................................................................................................... 39

Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 40

QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar para a sua
prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões, mas que você
faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas questões.

Desconcentração e Descentralização

1. (Cespe/2011/TRE ES/AJAJ) Acerca de direito administrativo, julgue o item a seguir.

A desconcentração mantém os poderes e as atribuições na titularidade de um mesmo sujeito de direito,


ao passo que a descentralização os transfere para outro sujeito de direito distinto e autônomo, elevando
o número de sujeitos titulares de poderes públicos.

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Comentários

GABARITO: CERTO.

Na desconcentração, há criação de órgãos no âmbito de uma pessoa jurídica. Na descentralização, há


criação de novas entidades, ou seja, há distribuição de competências para outro sujeito com
personalidade jurídica distinta.

2. (Cespe/2013/TRT 10/AJAJ) Julgue o próximo item, relativo à administração indireta e à


descentralização administrativa.

A concessão de serviço público a particulares é classificada como descentralização administrativa por


delegação ou por colaboração.

Comentários

GABARITO: CERTO.

Na descentralização administrativa por delegação ou colaboração, a execução de um serviço público é


transferida para pessoa jurídica de direito privado ou a pessoa natural, por contrato ou ato
administrativo, mantendo-se o Poder Público com a titularidade do aludido serviço. A concessão, ao
lado da permissão e da autorização, é forma de descentralização administrativa por delegação ou
colaboração.

Administração Direta (órgãos públicos)

3. (Cespe/2015/TRE MT/AJAJ) À luz das normas que tratam da organização da administração


pública, assinale a opção correta.

a) Os órgãos e entidades da administração pública, direta ou indireta, estão sujeitos à supervisão do


ministro de Estado competente, salvo as agências reguladoras, que dispõem de disciplina especial.

b) A administração pública indireta abrange as autarquias, fundações públicas, empresas públicas,


sociedades de economia mista e organizações sociais.

c) O capital social das sociedades de economia mista deve ser integralmente público, e a participação do
Estado no capital social das empresas públicas deve ser majoritária.

d) As agências reguladoras integram a administração direta.

e) Os ministérios, órgãos integrantes da administração direta, não possuem personalidade jurídica


própria.

Comentários

GABARITO: “E”

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Os ministérios são órgãos integrantes do Poder Executivo, criados a partir do fenômeno chamado
desconcentração, fazendo parte, assim, da Administração Pública direta. Sendo órgãos, não possuem
personalidade jurídica própria.

A: errado. As agências reguladoras são autarquias em regime especial, integrando, portanto, a


Administração Pública indireta, sobre a qual incide a tutela ministerial, um controle finalístico para
verificação do cumprimento das suas finalidades institucionais.

B: errado. As organizações sociais são entidades do terceiro setor, entidades particulares de direito
privado, que não fazem parte da Administração Pública direta nem indireta.

C: errado. Nas SEM o Estado deve deter mais de 50% do capital social da empresa; o capital social das
empresas públicas é que deve ser integralmente público.

D: errado. As agências reguladoras integram a Administração Pública indireta, não direta.

4. (Cespe/2012/AGU/Procurador) Julgue o item seguinte:

Os órgãos da administração são classificados, quanto à estrutura, como simples, ou unitários, e


compostos; quanto à atuação funcional ou à composição, classificam-se como colegiados, ou coletivos,
e singulares.

Comentários

Gabarito: “ANULADA”

Quanto à classificação dos órgãos públicos, os doutrinadores não usam conceitos uníssonos e foi por
isso que a questão foi anulada.

Quanto à estrutura, os órgãos públicos podem ser simples (ou unitários) ou compostos.

Os simples são os constituídos por um único centro de atribuições.

Os compostos são constituídos por vários outros órgãos.

Ainda em relação à estrutura, Di Pietro faz ressalva sobre a classificação de Renato Alessi que classifica
os órgãos em burocráticos e colegiados.

Os burocráticos são os que estão a cargo de uma só pessoa física ou de várias pessoas ordenadas
verticalmente, isto é, de forma que cada uma delas possa atuar individualmente, porém ligadas, para a
sua necessária coordenação, por uma relação hierárquica.

Os colegiados são formados por uma coletividade de pessoas físicas ordenadas horizontalmente e não
em relação hierárquica.

Por outro lado, quanto à composição, os órgãos públicos podem ser singulares ou coletivos.

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Singulares são compostos por um único agente, com a Presidência e a diretoria de uma escola pública e
os coletivos por pluralidade de agentes, como ocorre no Tribunal de Impostos e Taxas aqui em São
Paulo, órgão administrativo colegiado que julga os tributos estaduais.

5. (Cespe/2013/PC-DF/Agente) Julgue o item seguinte:

A PCDF é órgão especializado da administração direta subordinado ao Poder Executivo do DF.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

A Polícia, qualquer que seja, faz parte da Administração Direta e a Polícia Civil é hierarquicamente
subordinada ao Poder Executivo.

6. (Cespe/2013/PC-ES/Delegado) Julgue o item seguinte:

De acordo com a doutrina, quando determinada pessoa, de boa-fé, desempenha função pública em
situações de emergência, deve ser aplicada a teoria do órgão, pois sua atuação será imputável ao Estado,
a exemplo do que ocorre com o denominado agente de fato.

Comentários

Gabarito: “ERRADO”

A pessoa que, de boa-fé, desempenha função pública em situação de emergência é o agente


necessário e a ele não se aplica a teoria do órgão.

Di Pietro diz que a teoria do órgão “é utilizada por muitos autores para justificar a validade dos atos
praticados por funcionário de fato: considera-se que o ato do funcionário é ato do órgão e, portanto,
imputável à Administração. A mesma solução não é aplicável à pessoa que assuma o exercício da
função pública por sua própria conta, quer dolosamente (como o usurpador de função), que de boa -
fé, para desempenhar função em momento de emergência, porque nesses casos é evidente a
inexistência de investidura do agente no cargo ou função”.

7. (Cespe/2013/PC-ES/Perito) Julgue o item seguinte:

Em relação à posição estatal, as casas legislativas e a chefia do Poder Executivo e dos tribunais
classificam-se como órgãos superiores.

Comentários

Gabarito: “ERRADO”

Quanto à posição estatal, os órgãos públicos podem ser classificados independentes, autônomos,
superiores ou subalternos.

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Independentes são os que possuem origem constitucional, não possuindo qualquer hierarquia
entre eles, como as casas legislativas, a chefia do executivo e os tribunais. Os independentes
possuem autonomia administrativa e financeira, por isso, a questão está errada, já que o Executivo
e os Tribunais são órgãos de índole constitucional, portanto, independentes.

Autônomos são compostos pela cúpula da Administração Pública sendo subordinados aos órgãos
independentes, contudo, possuem autonomia administrativa e financeira, participando das
decisões governamentais. Como exemplo, temos os Ministérios e as Secretarias.

Superiores são os órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação e hierarquia.
São os departamentos, diretorias, gabinetes.

Subalternos são os que se acham subordinados aos superiores, sem nenhum ou quase nenhum
poder decisório. Eles exercem atividades materiais como a portaria e a zeladoria.

8. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/Técnico Judiciário) Na administração pública federal, a


administração direta compreende os serviços integrados na estrutura administrativa da
A) Presidência da República, dos ministérios, das autarquias, das fundações públicas, das empresas
públicas e das sociedades de economia mista.
B) Presidência da República e dos ministérios, apenas.
C) Presidência da República, dos ministérios e das autarquias, apenas.
D) Presidência da República, dos ministérios, das autarquias e das fundações públicas, apenas.
E) Presidência da República, dos ministérios, das autarquias, das fundações públicas e das empresas
públicas, apenas.
Comentários:

A Administração Federal compreende a Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados
na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios (art. 4º, I, do Decreto-Lei
200/1967).

Gabarito: letra B.

9. (CESPE/2009/SEFAZ-AC/ Fiscal da Receita Estadual) Assinale a opção correta a respeito da


administração pública.

a) A representação judicial dos órgãos públicos, já que não possuem personalidade jurídica, deverá ser
feita pelos respectivos procuradores do ente a que pertençam, salvo na hipótese de defesa de suas
competências e prerrogativas, em que esses órgãos poderão ter órgão jurídico específico para atuar em
seu favor.

b) A delegação de atribuições no âmbito da mesma pessoa jurídica a outros órgãos recebe a


denominação de descentralização.

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c) As sociedades de economia mista, mesmo quando exploradoras de atividade econômica, em um


regime de mercado, se beneficiam da imunidade recíproca.

d) Uma ação judicial proposta contra uma empresa pública federal deverá ser julgada pela justiça
comum estadual.

Comentários

GABARITO: LETRA A

Vamos analisar item por item:

Letra A – Correto. Os órgãos públicos, como regra, sequer possuem capacidade processual, porque não
possuem personalidade jurídica. A capacidade processual, regra geral, é da entidade a qual pertence o
órgão público.

Todavia, a jurisprudência reconhece a capacidade processual de certos órgãos públicos autônomos e


independentes para a impetração de mandado de segurança na defesa de suas prerrogativas e
competências, quando violadas por ato de outro órgão.

Letra B – Incorreta. A descentralização ocorre no âmbito de pessoas jurídicas distintas. Em


contrapartida, a questão refere-se, na verdade, à desconcentração, a qual ocorre no âmbito da mesma
pessoa jurídica.

Letra C - Incorreta. Pense comigo: se uma Sociedade de Economia Mista explora atividade econômica,
não seria justo/ético que ela tivesse privilégios fiscais não extensíveis aos particulares que com ela
disputam, de modo a acarretar uma concorrência desleal, não é verdade?

Por isso há a previsão da CF, art. 173, § 2º:

Art. 173. (...)

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios


fiscais não extensivos às do setor privado.

Veja, ainda, que tais entidades não são contempladas na previsão constitucional da imunidade recíproca
(CF, art. 150, VI, “a” e § 2º):

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

(...)

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

(...)

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§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas


pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Letra D – Incorreta. O foro judicial competente para dirimir litígios em que seja parte uma empresa
pública federal é a Justiça Federal (CF, art. 109, inciso I):

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem


interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Características gerais das entidades da Administração Indireta

10. (CESPE/2015/STJ) A respeito da organização administrativa do Estado e do ato


administrativo, julgue o item a seguir.

O princípio da especialidade na administração indireta impõe a necessidade de que conste, na lei de


criação da entidade, a atividade a ser exercida de modo descentralizado.

Comentários

GABARITO: certo.

As entidades da Administração Pública indireta estão vinculadas ao exercício de atividades definidas


em lei e inerentes aos fins para os quais foram criadas, em atendimento ao princípio da especialidade.

11. (CESPE/2015/STJ/AJAA) No tocante aos poderes administrativos, julgue o seguinte item.

A relação entre a administração direta e as entidades que integram a administração indireta pressupõe
a existência do poder hierárquico entre ambas.

Comentários

GABARITO: errado.

Não existe hierarquia entre ente integrante da Administração Pública direta e entidade da
Administração Pública indireta, mas sim vinculação.

12. (Cespe/2010/MPU/Analista Processual) No que diz respeito à organização administrativa


federal, julgue o item abaixo.

As entidades compreendidas na administração indireta subordinam-se ao ministério em cuja área de


competência estiver enquadrada sua principal atividade, mantendo com este uma relação hierárquica
de índole político-administrativa, mas não funcional.

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Comentários

GABARITO: ERRADO.

Não há supervisão / hierarquia entre as entidades da administração pública indireta e o ministério a


elas vinculado, há apenas tutela ministerial, um controle finalístico para verificação do cumprimento
das suas finalidades institucionais.

13. (Cespe/2015/FUB) No que diz respeito à administração pública federal, sua estrutura,
características e descrição, julgue o próximo item.

Órgãos como o SESC, o SENAI e o SESI são autarquias que colaboram com o Estado no desempenho de
atividades de interesse público.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

O SESC, SENAI E o SESI compõem o sistema “s” e realmente desempenham atividades de interesse
público, porém, mas não são autarquias e não compõem a administração pública indireta, mas sim o
chamado “terceiro setor”.

14. (CESPE/2018/TCE-PB/Auditor de Contas Públicas) As entidades que integram a


administração pública indireta incluem as
a) autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
b) secretarias estaduais, as autarquias e as fundações privada.
c) autarquias, as fundações e as organizações sociais.
d) organizações sociais, os serviços sociais autônomos e as entidades paraestatais.
e) empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos.

Comentários

GABARITO: LETRA A

(Nem parece questão de concurso de tribunal de contas, não é?!)

A administração pública indireta é composta por autarquias, fundações públicas, empresa pública e
sociedade de economia mista.

Letra A – Correta, conforme exposto acima.

Letra B – Incorreta, pois secretarias estaduais integram a administração direta e fundações privadas
não integram a administração pública.

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Letra C – Incorreta, pois organizações sociais não integram a administração pública: na verdade,
compõem o chamado “terceiro setor”, que é composto por entidades que prestam atividades de
interesse público, por iniciativa privada, sem fins lucrativos.

Letra D – Incorreta, porque nenhuma das entidades listadas integra à administração pública, mas sim
o terceiro setor.

Letra E – Incorreta, haja vista que os serviços sociais autônomos não integram a administração pública,
mas sim o terceiro setor.

Características específicas: Autarquia, Fundação Pública, Agências Reguladoras e


Agências Executivas.

15. (CESPE/2017/TRE PE/AJAA) As entidades autônomas integrantes da administração indireta


que atuam em setores estratégicos da atividade econômica, zelando pelo desempenho das
pessoas jurídicas e por sua consonância com os fins almejados pelo interesse público e pelo
governo são denominadas:

a) agências autárquicas executivas.

b) serviços sociais autônomos.

c) agências autárquicas reguladoras.

d) empresas públicas.

e) sociedades de economia mista.

Comentários

GABARITO: “C”

O conceito apresentado no enunciado está mais próximo ao das agências reguladoras, autarquias
altamente especializadas que exercem funções de regulação, controle e fiscalização de atividades
econômicas ou da prestação de serviços públicos delegados a pessoas privadas.

A: errada. “Agência Executiva” é uma qualificação conferida pelo Poder Público a autarquias ou
fundações públicas que firmem o contrato de gestão previsto no art. 37, § 8º da CF e possuam um plano
estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento consoante inciso I do
art. 51 da Lei 9.649/1998. Assim, uma agência executiva não é uma nova entidade administrativa.

B: errada. Os serviços sociais autônomos nem sequer integram a administração pública indireta.

D e E: erradas. As empresas públicas e sociedades de economia mista são criadas para que o Estado
exerça atividades de caráter econômico ou execute serviços públicos.

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16. (CESPE/2017/TRE PE/AJAA) As agências executivas estão inseridas no setor estatal


denominado

a) serviços não exclusivos, correspondente ao setor em que o Estado atua simultaneamente com outras
organizações públicas não estatais.

b) núcleo estratégico, setor em que as leis e as políticas públicas são definidas e em que seu
cumprimento é cobrado.

c) produção de bens e serviços para o mercado, correspondente à área de atuação das empresas estatais
do segmento produtivo.

d) atividades exclusivas, correspondente aos serviços que só o Estado pode realizar, possuindo poder
de regulamentar, de fiscalizar e de fomentar.

e) organizações sociais, correspondente às áreas que incentivam a produção não lucrativa, pela
sociedade, de bens e serviços públicos não exclusivos do Estado.

Comentários

GABARITO: “D”

“Agência Executiva” é uma qualificação conferida pelo Poder Público a autarquias ou fundações públicas
que firmem o contrato de gestão previsto no art. 37, § 8º da CF e possuam um plano estratégico de
reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento consoante inciso I do art. 51 da Lei
9.649/1998 (assim, uma agência executiva não é uma nova entidade administrativa).

Uma autarquia é pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração,
para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos
termos da lei (Di Pietro).

Fundação pública, por outro lado, é o “patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de
personalidade jurídica, de direito público ou privado, e destinado, por lei, ao desempenho de atividades
do Estado na ordem social, com capacidade de autoadministração e mediante controle da Administração
Pública, nos termos da lei ” (Di Pietro).

Portanto, os dois tipos de entidades que podem ser qualificadas com agências executivas, quais sejam,
autarquias e fundações públicas, estão inseridos sobremaneira no setor estatal de atividades exclusivas.

17. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Agências executivas como a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), a Agência Nacional de
Águas (ANA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) possuem atribuições de regulação e
fiscalização, podendo exercer também atividades de controle econômico.

Comentários

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GABARITO: ERRADO.

As agências executivas não exercem atividades de controle econômico, apenas as agências reguladoras
o fazem.

18. (Cespe/2016/TRE PI) Julgue a assertiva a seguir.

As agências executivas são compostas por órgãos da administração pública direta que têm como
finalidade executar atividades delegadas pelo poder público em função da comprovada capacidade de
gestão estratégica nos dois anos de atuação anteriores à delegação.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

As agências executivas são compostas por autarquias ou fundações, órgãos da administração pública
indireta, não da administração pública direta.

19. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

As agências reguladoras, compostas por autarquias e fundações, são vinculadas ao Poder Executivo e
exercem atividades delegadas pelo poder público.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

As agências reguladoras não são compostas por fundações, mas por autarquias em regime especial.

20. (Cespe/2013/TJDFT/AJAJ) Acerca das autarquias, empresas públicas e sociedades de


economia mista, julgue o item a seguir.

Nos litígios comuns, as causas que digam respeito às autarquias federais, sejam estas autoras, rés,
assistentes ou oponentes, são processadas e julgadas na justiça federal.

Comentários

GABARITO: CERTO.

Quando as autarquias estão litigando, no polo passivo ou ativo da demanda, ou, ainda, na condição de
assistentes ou oponentes, a causa é processada e julgada na Justiça federal, conforme o art. 109, inciso
I, da CF/1988:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

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I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem


interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

21. (Cespe/2013/TRT 17/AJAJ) Em relação aos poderes administrativos, à organização do


Estado e aos atos administrativos, julgue o item seguinte.

Entre as entidades da administração indireta e os entes federativos que as instituíram ou que


autorizaram sua criação inexiste relação de subordinação, havendo entre eles relação de vinculação que
fundamenta o exercício do controle finalístico ou tutela.

Comentários

GABARITO: CERTO.

As entidades da administração pública indireta não são subordinadas às entidades que as instituídas,
mas estas realizam controle finalístico / supervisão ministerial do cumprimento da finalidade daquelas
entidades.

Características específicas: Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista. Lei das


Estatais (exceto regras de licitações e contratos)

22. (CESPE/2015/STJ/AJAA) A respeito da organização administrativa do Estado e do ato


administrativo, julgue o item a seguir.

O simples fato de o poder público passar a deter a maioria do capital social de uma empresa privada a
transforma em sociedade de economia mista, independentemente de autorização legal.

Comentários

GABARITO: errado.

A criação de sociedade de economia mista depende de autorização legal, nos termos do art. 37, inciso
XIX, da CF/1988:

Art. 37. (...)

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

23. (Cespe/2015/TRE RS) No que se refere à administração pública direta e indireta, às


entidades paraestatais e ao controle dos atos da administração pública, julgue a assertiva a
seguir.

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Embora a sociedade de economia mista esteja vinculada aos fins definidos na lei que autorizou sua
criação, é possível a alteração de seus objetivos mediante ato do Poder Executivo, devidamente
aprovado na forma prevista em seus estatutos.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A alteração dos objetivos da sociedade de economia mista, em simetria com a forma que os definiu, deve
ser feita por lei, não por ato do Poder Executivo. Nesse sentido, o art. 173, § 1º, da CF/1988:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista


e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

(...)

24. (Cespe/2013/TJDFT) Acerca das autarquias, empresas públicas e sociedades de economia


mista, julgue o item a seguir.

As sociedades de economia mista podem revestir-se de qualquer das formas em direito admitidas, a
critério do poder público, que procede à sua criação.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

As sociedades de economia mista devem sempre ser S.A. (sociedade anônima), as empresas públicas é
que podem assumir qualquer das formas em direito admitidas.

25. (Cespe/2013/TJDFT) Acerca das autarquias, empresas públicas e sociedades de economia


mista, julgue o item a seguir.

Pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta, as empresas públicas são
criadas por autorização legal para que o governo exerça atividades de caráter econômico ou preste
serviços públicos.

Comentários

GABARITO: CERTO.

O enunciado apresenta a definição das empresas públicas, cuja criação depende de autorização legal -
art. 37, inciso XIX, da CF/1988:

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Art. 37 (...)

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

26. (Cespe/2013/TJDFT/AJAJ) Em relação ao direito administrativo, julgue o item a seguir.

Pertence à justiça federal a competência para julgar as causas de interesse das empresas públicas, dado
o fato de elas prestarem serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A competência para julgamento das causas de interesse das empresas pública é da justiça federal, mas
a questão erra ao apresentar a ideia de que todas as empresas públicas prestam serviço público, pois há
empresas públicas que exploram atividades econômicas, como a Caixa Econômica Federal.

27. (Cespe/2017/SEDF) Em relação aos princípios da administração pública e à organização


administrativa, julgue o item que se segue.

Por terem personalidade jurídica de direito privado, as sociedades de economia mista não se
subordinam hierarquicamente ao ente político que as criou. Exatamente por isso elas não sofrem
controle pelos tribunais de contas.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

As sociedades de economia mista realmente não se subordinam hierarquicamente ao ente que as criou,
porém, sofrem controle finalístico ministerial.

Além disso, sofrem sim controle pelo tribunal de contas, nos termos do art. 71, incisos II e IV da CF/88:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

(...)

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

(...)

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IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

28. (CESPE/ 018/SEFAZ-RS/Auditor do Estado) Assinale a opção que apresenta característica


comum às sociedades de economia mista e às empresas públicas.

a) Estão sujeitas ao regime de precatórios, como regra.

b) Não gozam de privilégios fiscais não extensíveis ao setor privado.

c) Não precisam realizar procedimento licitatório, a fim de viabilizar a atuação no mercado competitivo.

d) São criadas por lei.

e) Não estão sujeitas à fiscalização dos tribunais de contas.

Comentários

GABARITO: LETRA B

Vamos analisar item por item:

Letra A: Incorreta. Muito embora, conforme o julgado abaixo, o STJ tenha entendido ser possível a
sujeição ao regime de precatórios, não se trata da regra geral, mas de exceção:

É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço


público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858).

Letra B: Correta, nos termos do art. 173, § 2º, da Constituição Federal:

Art. 173. (...)

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de


privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

Letra C: Incorreta, a CF exige que tais entidades realizem licitação:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações


serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições

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a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas


as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Art. 173. (...)

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista


e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

(...)

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios


da administração pública;

Letra D: Incorreta, pois a lei autoriza a criação delas, mas não as cria.

CF, Art. 37. (...)

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

Letra E: Incorreta, haja vista que, assim como a administração direta, as entidades integrantes da
administração indireta estão sujeitas à fiscalização dos tribunais de contas.

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo, proporcionar
uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de perguntas que exigem
respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua resolução,
como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para consolidar
melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim, ao
resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do conteúdo, mas
muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

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Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor os
diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido na sua
prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar a resolução de
questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. Quem são os sujeitos que desempenham a atividade administrativa do Estado?


2. Qual o conceito de “entidade”?
3. Qual o conceito de “órgão”?
4. Qual a diferença entre órgão e entidade?
5. Qual a diferença entre entidade política e entidade administrativa?
6. O que é a centralização da atividade administrativa?
7. O que é a descentralização da atividade administrativa? Quais os tipos de descentralização?
Quais as suas características?
8. O que é a desconcentração da atividade administrativa?
9. O que os processos de descentralização e de desconcentração possuem em comum?
10. O que é o processo de centralização e de concentração? O que possuem em comum?
11. Qual o conceito de Administração Direta?
12. Qual a composição da Administração Direta?
13. Quais são as teorias que buscam explicar as relações do Estado com seus agentes? O que
essas teorias preceituam? Qual é a mais aceita atualmente?
14. Como se dá a criação e a extinção de órgãos da Administração Direta?
15. Os órgãos públicos possuem capacidade processual?
16. Como podem ser classificados os órgãos públicos?
17. Qual o conceito de Administração Indireta?
18. Qual a composição da Administração Indireta?
19. Qual a ideia subjacente à descentralização administrativa?
20. Quais os principais pontos em comum entre as entidades da Administração Indireta?
21. Quais as principais diferenças entre as entidades da Administração Indireta?
22. O que caracteriza a supervisão ministerial sobre as entidades da administração indireta?
23. Quais são os aspectos sobre os quais se distribui a supervisão ministerial?
24. Qual o conceito de autarquia?

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25. Como se dá a criação e a extinção das autarquias?


26. Quando ocorre o início da personalidade jurídica das autarquias?
27. Qual a natureza jurídica das atividades desempenhadas pelas autarquias?
28. A que regime jurídico se submetem as autarquias?
29. Quais as principais prerrogativas aplicáveis às autarquias?
30. Qual o entendimento do STF com relação à OAB? Ela integra a administração indireta da
União?
31. O que são autarquias de regime especial?
32. Qual a natureza jurídica do patrimônio das autarquias?
33. O pessoal das autarquias sujeita ao regime estatutário ou ao contratual trabalhista?
34. Como ocorre a nomeação dos dirigentes das autarquias?
35. Qual o foro competente para o processamento e julgamento das causas que envolvem
autarquias?
36. Qual o conceito de fundação pública?
37. Considere a seguinte assertiva: “as fundações públicas, ao contrário das privadas, não
possuem finalidade lucrativa”. Ela está correta? Comente.
38. Considere a seguinte assertiva: “as fundações públicas são criadas pelo Estado, a partir de
patrimônio público, enquanto as privadas são criadas por uma pessoa privada, a partir de
patrimônio privado”. Ela está correta? Comente.
39. É possível a instituição, pelo poder público, de fundações públicas de direito público?
Explique.
40. Qual diferença entre uma autarquia e uma fundação autárquica?
41. Como se dá a instituição e a extinção das fundações públicas?
42. Qual o regime jurídico aplicável às fundações públicas?
43. Qual a natureza dos bens do patrimônio das fundações públicas?
44. Qual o regime de pessoal a que estão submetidas as fundações públicas?
45. Como se dá o controle do Ministério Público sobre as fundações públicas?
46. Qual o foro judicial competente para dirimir litígios em que seja parte uma fundação
pública?
47. Qual o conceito de empresa pública?
48. Qual o conceito de sociedade de economia mista?
49. Como se dá a instituição e a extinção de empresas estatais?
50. O que são subsidiárias das empresas estatais?
51. As subsidiárias fazem parte da Administração Pública?
52. A criação de subsidiárias de entidades da administração indireta depende de autorização
em lei? E a participação de tais entidades em empresas privadas? A autorização precisa se dar
em cada caso? Qual o entendimento do STF sobre o assunto?

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53. Quais são as atividades desenvolvidas pelas empresas estatais?


54. Qual o regime jurídico que estão submetidas as empresas estatais? Há previsão de estatuto
para disciplinar o assunto?
55. Qual a natureza do patrimônio das empresas estatais?
56. Qual o regime de pessoal a que estão submetidas as empresas estatais?
57. Explique a questão da falência e da execução das empresas estatais.
58. Qual a forma jurídica das empresas estatais?
59. Como é a composição do capital das empresas estatais?
60. Qual o foro judicial competente para dirimir litígios em que seja parte uma empresa estatal?
61. O que são agências executivas?
62. O que são agências reguladoras?
63. Qual a natureza das atividades realizadas pelas agências reguladoras?
64. As decisões das agências reguladoras podem ser reapreciadas pelo ministério supervisor?
65. Quais as características do poder normativo das agências reguladoras?
66. Qual o procedimento de nomeação dos dirigentes das agências reguladoras?
67. É possível a celebração de contrato de gestão entre uma agência reguladora e o Poder
Público?
68. As agências reguladoras se submetem aos controles judicial ou legislativo?
69. É possível a desqualificação de uma agência reguladora?

Perguntas com respostas

1. Quem são os sujeitos que desempenham a atividade administrativa do Estado?


Órgãos públicos, entidades públicas e agentes públicos.
2. Qual o conceito de “entidade”?
“Unidade de atuação dotada de personalidade jurídica” (art. 1º, § 2º, inciso II da Lei 9.784/1999).
Uma entidade é uma pessoa jurídica, pública ou privada, abrangendo tanto as entidades políticas, como
as entidades administrativas.
3. Qual o conceito de “órgão”?
“Unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração
indireta” (art. 1º, § 2º, inciso I da Lei 9.784/1999).
O órgão não possui personalidade jurídica própria – é um elemento despersonalizado, um “centro de
competência”.
4. Qual a diferença entre órgão e entidade?
Basicamente, a entidade possui personalidade jurídica própria, enquanto o órgão não (é um elemento
despersonalizado).
5. Qual a diferença entre entidade política e entidade administrativa?

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Basicamente, a entidade política possui autonomia política e autonomia administrativa, enquanto a


entidade administrativa possui somente autonomia administrativa.
6. O que é a centralização da atividade administrativa?
É o desempenho direto, por parte do Estado, das tarefas a ele incumbidas, por intermédio de órgãos e
agentes administrativos que compõem sua estrutura.
7. O que é a descentralização da atividade administrativa? Quais os tipos de descentralização?
Quais as suas características?
É o desempenho indireto de tarefas incumbidas ao Poder Público, por intermédio de outras pessoas
físicas ou jurídicas, sem relação de hierarquia ou subordinação.
A descentralização pode ser política ou administrativa.
I) Descentralização política: criação de uma entidade política para o exercício de competências
próprias. Ex: criação de Estados e Municípios.
II) Descentralização administrativa: o poder central transfere parcela de suas atribuições a outra
entidade.
A descentralização administrativa pode ser classificada em três modalidades:
a) Descentralização por serviços, funcional, técnica ou por outorga: se verifica quando uma
entidade política (União, Estados, DF e Municípios), mediante lei (em sentido formal), cria (ou
autoriza a criação de) uma nova pessoa jurídica (de direito público ou privado) e a ela atribui a
titularidade e a execução de determinado serviço público, o que lhe confere independência em
relação à pessoa que a criou.
A descentralização por serviços é a que ocorre na criação das entidades da administração indireta.
b) Descentralização por colaboração ou delegação: ocorre quando, por meio de contrato ou ato
unilateral - não é necessária a edição de lei formal – o Estado transfere apenas a execução de
determinado serviço público a uma pessoa jurídica de direito privado, previamente existente,
conservando o Poder Público a titularidade do serviço.
A descentralização por colaboração é a que ocorre nas concessões, permissões ou autorizações de
serviços públicos.
c) Descentralização territorial ou geográfica: ocorre quando uma entidade local, geograficamente
delimitada, dotada de personalidade jurídica própria, de direito público, possui capacidade
administrativa genérica (ou seja, não regida pelo princípio da especialidade, como ocorre no caso
das entidades da Administração Indireta) para exercer a totalidade ou a maior parte dos encargos
públicos de interesse da coletividade.
A descentralização territorial é a que ocorre nos Estados unitários. No Brasil, pode ocorrer
atualmente na hipótese de vir a ser criado algum Território Federal (art. 18, § 2º da CF/88).
8. O que é a desconcentração da atividade administrativa?
É uma técnica administrativa de distribuição interna de atribuições, na qual a entidade se desmembra
em órgãos para melhorar sua organização estrutural com vistas a aprimorar o desempenho.
A atividade administrativa continua sendo exercida pela mesma pessoa jurídica, já que o órgão
resultante da desconcentração é desprovido de personalidade jurídica própria.

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O órgão resultante da desconcentração se subordina aos órgãos de maior hierarquia na estrutura


organizacional.
9. O que os processos de descentralização e de desconcentração possuem em comum?
Ambos possuem fisionomia ampliativa, pois importam na repartição de atribuições.
10. O que é o processo de centralização e de concentração? O que possuem em comum?
A centralização ocorre quando o Estado retoma a execução direta do serviço, depois de ter transferido
sua execução a outra pessoa.
Por sua vez, na concentração, dois ou mais órgãos internos são agrupados em apenas um, que passa a
ter natureza de órgão concentrador.
Ambos os processos possuem em comum a fisionomia restritiva, pois importam na agregação de
atribuições no Estado.
11. Qual o conceito de Administração Direta?
É o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (União, Estados, DF e Municípios),
aos quais foi atribuída a competência para o exercício de atividades administrativas, de forma
centralizada.
12. Qual a composição da Administração Direta?
A Administração Direta Federal é composta pelos “serviços integrados na estrutura administrativa da
Presidência da República e dos Ministérios” (art. 4º, inciso I do Decreto Lei 200/1967).
É importante destacar que compõem, ainda, a Administração Direta da União os órgãos dos demais
Poderes e do Ministério Público pertencentes à esfera federal.
Nas esferas estadual, distrital e municipal, deve ser observado a simetria com a esfera federal
(lembrando que nos Municípios não há Poder Judiciário nem Ministério Público próprio).
13. Quais são as teorias que buscam explicar as relações do Estado com seus agentes? O que
essas teorias preceituam? Qual é a mais aceita atualmente?
Teoria do mandato, teoria da representação e teoria do órgão.
a) Teoria do mandato: agentes eram vistos mandatários do Estado. Críticas sofridas: não explicava
como o Estado poderia outorgar o mandato, já que não possui vontade própria.
b) Teoria da representação: agentes eram considerados representantes do Estado, equiparados à
figura do tutor ou curador das pessoas incapazes. Críticas sofridas: equiparar o Estado ao incapaz
que, ao contrário daquele, não possui capacidade para designar representante para si mesmo, bem
como porque, da mesma forma que a teoria do mandato, permitia ao mandatário ou ao representante
ultrapassar os poderes da representação sem que o Estado respondesse por esses atos perante
terceiros prejudicados.
c) Teoria do órgão: mais aceita atualmente. Entende-se que a pessoa jurídica manifesta sua vontade
por meio dos órgãos que a compõem. Estes, por sua vez, são compostos de agentes. Assim, quando
os agentes agem, é como se o próprio Estado o fizesse. Há substituição da ideia de representação pela
de imputação: ao invés de considerar que o Estado outorga a responsabilidade ao agente, passou-se
a considerar que os atos praticados por seus órgãos, por meio da manifestação de vontade de seus
agentes, são imputados ao Estado.

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14. Como se dá a criação e a extinção de órgãos da Administração Direta?


Por meio de lei em sentido formal.
Na verdade, especificamente no âmbito do Poder Legislativo, o autor José dos Santos Carvalho Filho
entende que a criação e a extinção de seus órgãos, bem como as normas sobre sua organização e
funcionamento não dependem de lei, mas tão somente de atos administrativos praticados pelas
respectivas Casas (CF/88, art. 51, IV e art. 52, XIII).
Entretanto, para fins de prova, é recomendável que seja adotado a regra geral de que os órgãos públicos
necessitam de lei para serem criados. Somente se o examinador abordar de forma expressa o caso
específico do Poder Legislativo, recomendamos ao candidato que considere o entendimento de José dos
Santos Carvalho Filho.
15. Os órgãos públicos possuem capacidade processual?
Em regra, não, porque não possuem personalidade jurídica – a capacidade, em regra, é da própria
entidade a quem pertencem.
Exceções:
a) a jurisprudência reconhece a capacidade processual de certos órgãos públicos autônomos e
independentes para a impetração de mandado de segurança na defesa de suas prerrogativas e
competências (só neste tipo de caso), quando violadas por ato de outro órgão.
b) o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 82, inciso III, dispõe que são legitimados para
promover a liquidação e execução de indenização “as entidades e órgãos da administração pública,
direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos
interesses e direitos protegidos por este Código”.
16. Como podem ser classificados os órgãos públicos?
I - Quanto à estrutura:
a) Órgãos simples ou unitários: não possuem subdivisões em sua estrutura interna.
b) Órgãos compostos: reúnem em sua estrutura diversos órgãos menores, subordinados
hierarquicamente, como resultado da desconcentração.
Quanto à atuação funcional:
a) Órgãos singulares ou unipessoais: suas decisões dependem da atuação isolada de um único agente,
seu chefe e representante. Ex: Presidência da República, cujas decisões são tomadas pelo Presidente.
b) Órgãos colegiados ou pluripessoais: sua atuação e decisões são tomadas pela manifestação conjunta
de seus membros. Ex: Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal.
II - Quanto à posição estatal
a) Órgãos independentes: previstos diretamente na Constituição Federal, representando os três
Poderes, nas esferas federal, estadual e municipal, não sendo subordinados hierarquicamente a agentes
políticos. Exemplo: Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ e demais
tribunais, bem como seus simétricos nas demais esferas da Federação. Incluem-se ainda o Ministério
Público da União e o do Estado e os Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios.

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b) Órgãos autônomos: se situam na cúpula da Administração, logo abaixo dos órgãos independentes,
auxiliando-os diretamente. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, mas não
independência. Caracterizam-se como órgãos diretivos. Ex: os Ministérios, as Secretarias de Estado etc.
c) Órgãos superiores: possuem atribuições de direção, controle e decisão, mas sempre estão sujeitos
ao controle hierárquico de uma instância mais alta. Não têm nenhuma autonomia, seja administrativa
seja financeira. Exemplo: Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes.
d) Órgãos subalternos: exercem atribuições de mera execução, com reduzido poder decisório, estando
sempre subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. Exemplo: seções de expediente, de
pessoal, de material etc.
III - Órgãos burocráticos: estão a cargo de uma só pessoa física ou de várias pessoas ordenadas numa
estrutura hierárquica vertical (ex: uma Diretoria, em que existe um diretor e várias pessoas a ele
ligadas). Fazem contraponto aos órgãos colegiados, que são formados por várias pessoas físicas
ordenadas horizontalmente, ou seja, em uma relação de coordenação, e não de hierarquia.
IV - Órgãos ativos, consultivos ou de controle: possuem como função primordial, respectivamente, o
desenvolvimento de uma administração ativa, de uma atividade consultiva ou de controle sobre outros
órgãos.
17. Qual o conceito de Administração Indireta?
Conjunto de pessoas jurídicas (desprovidas de autonomia política) que, vinculadas à Administração
Direta, têm a competência para o exercício de atividades administrativas, de forma descentralizada.
18. Qual a composição da Administração Indireta?
De acordo com Hely Lopes Meireles, a administração indireta é constituída dos serviços atribuídos a
pessoas jurídicas diversas da União, de direito público ou de direito privado, vinculadas a um órgão da
Administração Direta, mas administrativa e financeiramente autônomas.
Nos termos do art. 4º do Decreto Lei 200/196714, a Administração Indireta compreende as seguintes
categorias de entidades, todas dotadas de personalidade jurídica própria:
- Autarquias.
- Empresas Públicas.
- Sociedades de Economia Mista.
- Fundações Públicas.
A Administração Indireta contempla, ainda, os consórcios públicos de direito público, constituídos sob
a forma de associações públicas (art. 6º, inciso I e § 1º da Lei 11.107/2005).
19. Qual a ideia subjacente à descentralização administrativa?
Busca pela eficiência no desempenho das atividades estatais, notadamente em razão da autonomia
administrativa, gerencial e financeira, bem como da disponibilidade de pessoal especializado com que
contam as entidades da Administração Indireta.
20. Quais os principais pontos em comum entre as entidades da Administração Indireta?
As autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista apresentam três
pontos em comum: necessidade de lei específica para serem criadas, personalidade jurídica própria e
patrimônio próprio.

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Além disso, se submetem ao princípio da especialização (devem ser instituídas para servir a uma
finalidade específica).
21. Quais as principais diferenças entre as entidades da Administração Indireta?
Finalidade para as quais são criadas: as autarquias são indicadas para o desempenho de atividades
típicas de Estado; as fundações públicas, para o desempenho de atividades de utilidade pública; e as
empresas públicas e sociedades de economia mista, para a exploração de atividades econômicas.
Natureza jurídica das entidades: as autarquias são pessoas jurídicas de direito público; as empresas
públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado; já as fundações
podem ser tanto de direito público quanto de direito privado.
Criação e instituição das entidades: a criação de autarquias (por serem pessoas de direito público) se
dá mediante lei específica, diferentemente do que ocorre para as sociedades de economia mista e
empresas públicas (por serem pessoas de direito privado), que necessitam de uma lei que autorize a
sua instituição (art. 37, XIX da CF/88).
Assim, enquanto para as autarquias a lei específica já as institui diretamente, para as sociedades de
economia mista e empresas públicas a lei específica tem o papel de autorizar sua instituição, devendo
ainda outras providências serem tomadas para a criação da personalidade jurídica, notadamente o
registro no órgão competente.
Já com relação às fundações, se forem de direito público, sua criação e instituição obedece à mesma
regra das autarquias (lei específica, somente); se forem de direito privado, às mesmas regras das
sociedades de economia mista e empresas públicas (lei específica autorizadora + registro no órgão
competente).
Como na maioria das vezes as entidades a serem criadas comporão a Administração Indireta do Poder
Executivo, a lei específica de sua instituição ou autorização de sua instituição será de iniciativa privativa
do chefe do Poder Executivo (CF/88, art. 61, § 1º, inciso II, alínea “e”).
Entretanto, se a entidade a ser criada ou extinta excepcionalmente se vincular ao Poder Legislativo ou
Judiciário, a iniciativa da lei específica será do respectivo chefe de Poder.
22. O que caracteriza a supervisão ministerial sobre as entidades da administração indireta?
É o controle finalístico, sem subordinação, realizado pela administração direta sobre a indireta.
23. Quais são os aspectos sobre os quais se distribui a supervisão ministerial?
Controle político, pelo qual os dirigentes das entidades da administração indireta são escolhidos e
nomeados pela autoridade competente da administração direta, razão por que exercem eles função de
confiança.
Controle institucional, que obriga a entidade a caminhar sempre no sentido dos fins para os quais foi
criada.
Controle administrativo, que permite a fiscalização dos agentes e das rotinas administrativas da
entidade.
Controle financeiro, pelo qual são fiscalizados os setores financeiro e contábil da entidade.
24. Qual o conceito de autarquia?

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Autarquia é pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração,
para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos
termos da lei (Di Pietro).
Já o Decreto-Lei 200/1967, em seu o art. 5º, conceitua autarquia como o serviço autônomo, criado por
lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada.
25. Como se dá a criação e a extinção das autarquias?
A criação de autarquias depende apenas da edição de uma lei específica (CF/88, art. 37, inciso XIX).
A extinção depende também apenas da edição de uma lei específica, em razão do princípio da simetria
das formas jurídicas.
26. Quando ocorre o início da personalidade jurídica das autarquias?
A partir da entrada em vigor da lei específica que cria a autarquia, salvo se esta lei criar outras
exigências ou condições.
27. Qual a natureza jurídica das atividades desempenhadas pelas autarquias?
Como regra, atividades próprias e típicas de Estado, sem caráter econômico.
28. A que regime jurídico se submetem as autarquias?
Ao regime jurídico de direito público, em razão de possuírem personalidade de direito público. As
autarquias possuem as prerrogativas e sujeições características do regime jurídico-administrativo,
inerentes às pessoas jurídicas de direito público de natureza política (União, Estados, DF e Municípios).
Em regra, os atos que praticam são atos administrativos, contando, portanto, com todos os seus
atributos - presunção de legitimidade ou veracidade, imperatividade, exigibilidade ou coercibilidade e
autoexecutoriedade.
Ainda, as autarquias devem realizar licitação pública para efetuarem suas contratações, ressalvados os
casos especificados na legislação (art. 37, inciso XXI da CF/88).
Além disso, os contratos celebrados pelas autarquias também são, em regra, contratos administrativos
(alguns poucos podem ser de natureza eminentemente privada), sujeitos ao mesmo regime jurídico
aplicável aos contratos celebrados pelos órgãos da administração direta.
29. Quais as principais prerrogativas aplicáveis às autarquias?
a) Prazos processuais em dobro (art. 183, caput, do Código de Processo Civil).
b) Prescrição quinquenal, pela qual as dívidas e direitos em favor de terceiros contra a autarquia
prescrevem em cinco anos;
c) Impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade de seus bens;
d) Regime de precatórios para pagamento de dívidas decorrentes de condenações judiciais (art. 100,
caput, da CF/88).
e) Possibilidade de inscrição de seus créditos em dívida ativa e a sua respectiva cobrança por meio
de execução fiscal (Lei 6.830/1980);

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f) Imunidade tributária sobre o patrimônio, renda ou serviços vinculados a suas finalidades


essenciais ou às delas decorrentes (CF/88, art. 150, § 2º).
Pelo teor do dispositivo, esclarecemos que essa imunidade tributária não alcança os bens ou serviços
com destinação diversa das finalidades da autarquia, estando sujeitos, portanto, à incidência de
impostos;
g) Não sujeição à falência, sendo o ente federado que a criou subsidiariamente responsável pela
insolvência da autarquia.
30. Qual o entendimento do STF com relação à OAB? Ela integra a administração indireta da
União?
O STF (ADI 3.026/DF) entende que a OAB é um serviço independente não integrante da Administração
Pública. Uma entidade ímpar, sui generis, que possui algumas características típicas de uma autarquia
(personalidade jurídica de direito público, desempenho de atividade típica de Estado - fiscalização do
exercício da advocacia, exercendo poder de polícia e poder disciplinar) mas que não se confunde com
um conselho fiscalizador de profissão regulamentada.
31. O que são autarquias de regime especial?
São autarquias dotadas de independência ainda maior que as demais autarquias, em razão de a lei ter-
lhes conferido prerrogativas específicas e não aplicáveis às autarquias em geral, como, por exemplo, o
mandato fixo e a estabilidade relativa de seus dirigentes.
32. Qual a natureza jurídica do patrimônio das autarquias?
Natureza jurídica de bens públicos (art. 98 do Código Civil).
Por serem públicos, os bens das autarquias gozam das proteções conferidas aos bens públicos em geral:
impenhorabilidade, imprescritibilidade, restrições à alienação etc.
33. O pessoal das autarquias sujeita ao regime estatutário ou ao contratual trabalhista?
O pessoal das autarquias se submete ao regime jurídico único aplicável aos servidores da administração
direta, em razão da suspensão cautelar da eficácia do art. 39, caput, da CF/88, com redação dada pela
EC 19/98, por parte do STF (ADI 2135/DF), que resultou no retorno da vigência da redação original do
dispositivo.
34. Como ocorre a nomeação dos dirigentes das autarquias?
Os dirigentes das autarquias são nomeados pelo chefe do Poder Executivo (art. 84, inciso XXV da CF/88).
No caso de nomeação para ocupação do cargo de Presidente ou diretor do Banco Central do Brasil
(lembrar que o BaCen é uma autarquia), a CF/88 exige prévia aprovação do Senado Federal, por voto
secreto, após arguição pública (famosa “sabatina”) do nome escolhido pelo Presidente da República (art.
52, inciso III, alínea “d” da CF/88).
Além disso, é possível que a exigência de aprovação prévia do futuro dirigente por parte do Senado
decorra somente de lei (art. 52, inciso III, alínea “f” da CF/88). Isso ocorre, por exemplo, para a
nomeação dos dirigentes das agências reguladoras.
No âmbito dos Estados, DF e Municípios, o STF já pacificou o entendimento, com fulcro no próprio art.
52, inciso III, alínea “f” da CF/88, de que não padece de nenhum vício constitucional que normas locais
subordinem a nomeação de dirigentes de autarquias ou fundações públicas à prévia aprovação da
Assembleia Legislativa (ADI 2.225/SC).

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35. Qual o foro competente para o processamento e julgamento das causas que envolvem
autarquias?
No caso das autarquias federais, as causas judiciais devem ser processadas e julgadas pela Justiça
Federal. No caso das estaduais e municipais, na Justiça Estadual.
Nos casos de litígios funcionais entre a autarquia e seu pessoal regido pelo regime jurídico único
(servidores públicos), a causa deve ser processada pela Justiça Federal (se for autarquia federal) ou pela
Justiça Estadual (se for autarquia estadual ou municipal). Se o litígio for entre a autarquia e seu pessoal
regido pelo regime trabalhista (empregados públicos), será processado e julgado pela Justiça do
Trabalho (seja autarquia federal, estadual ou municipal).
No caso em que a parte seja servidor público estatutário egresso do regime trabalhista por conta da
instituição do regime jurídico único, a Justiça do Trabalho será competente para processar e julgar
reclamação relativa a vantagens trabalhistas anteriores à instituição daquele regime (súmula 97 do STJ).
Por fim, nos casos em que a Anatel não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente,
compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de
telefonia (súmula vinculante 27).
36. Qual o conceito de fundação pública?

"Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou
entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes" (art.
5º, IV do Decreto-Lei 200/1967).

Para Maria Sylvia Di Pietro, fundação instituída pelo poder público é o “patrimônio, total ou
parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito público ou privado, e destinado, por
lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem social, com capacidade de autoadministração e
mediante controle da Administração Pública, nos termos da lei1”.
37. Considere a seguinte assertiva: “as fundações públicas, ao contrário das privadas, não
possuem finalidade lucrativa”. Ela está correta? Comente.
Não, ambas possuem certo objetivo social, sem finalidade lucrativa.
38. Considere a seguinte assertiva: “as fundações públicas são criadas pelo Estado, a partir de
patrimônio público, enquanto as privadas são criadas por uma pessoa privada, a partir de
patrimônio privado”. Ela está correta? Comente.
Está perfeita.
39. É possível a instituição, pelo poder público, de fundações públicas de direito público?
Explique.
Sim, consoante doutrina majoritária e entendimento do STF (RE 101.126/RJ), embora essa
possibilidade não esteja expressa no texto constitucional.

1 Di Pietro, 2016, p. 542.

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As fundações públicas de direito público são consideradas uma modalidade de autarquia e por isso são
também denominadas de “fundações autárquicas” ou “autarquias fundacionais”.
40. Qual diferença entre uma autarquia e uma fundação autárquica?
A autarquia é um serviço público personificado, enquanto que a fundação autárquica é um patrimônio
personalizado, destinado a uma finalidade específica, de interesse social.
41. Como se dá a instituição e a extinção das fundações públicas?
Fundações públicas de direito público: instituição mediante lei específica, iniciando sua personalidade
com a entrada em vigor dessa lei; extinção também mediante lei.
Fundações públicas de direito privado: autorizada sua instituição por meio de lei, sendo necessário
ainda o registro do ato constitutivo para a aquisição de personalidade jurídica; extinção mediante
autorização legal.
42. Qual o regime jurídico aplicável às fundações públicas?
Fundações públicas de direito público: regime jurídico-administrativo (o mesmo aplicável às
autarquias). Prerrogativas e características que merecem destaque:
• Prazo especial para contestar e recorrer;
• Duplo grau obrigatório de jurisdição;
• Regime de precatórios para pagamento de dívidas decorrentes de condenação judicial (CF/88, art.
100);
• Imunidade tributária recíproca (CF/88, art. 150, inciso VI, alínea “a” e § 2º);
• Praticam atos administrativos;
• Celebram contratos administrativos, precedidos de licitação.
Fundações públicas de direito privado: regime jurídico híbrido, se sujeitando em parte a normas de
direito privado e, em outras, a normas de direito público. Prerrogativas e características que merecem
destaque:
• Não possuem prazo especial para contestar e recorrer;
• Suas lides não estão sujeitas ao duplo grau obrigatório de jurisdição;
• Não estão submetidos ao regime de precatórios para pagamento de dívidas decorrentes de
condenação judicial previsto na CF/88, art. 100;
• Contam, também, com a imunidade tributária recíproca (CF/88, art. 150, inciso VI, alínea “a” e § 2º).
• Praticam, em regra, atos de direito privado;
• Celebram, também, contratos administrativos, precedidos de licitação.
43. Qual a natureza dos bens do patrimônio das fundações públicas?
Fundações públicas de direito público: bens públicos (contam, portanto, com as prerrogativas a eles
inerentes).
Fundações públicas de direito privado: bens privados. Entretanto, os bens dessas entidades, quando
empregados diretamente na prestação de serviços públicos, podem se sujeitar a regras de direito
público (ou seja, possuir prerrogativas dos bens públicos, de forma equiparada).

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44. Qual o regime de pessoal a que estão submetidas as fundações públicas?


Fundações públicas de direito público: regime jurídico único, em razão da suspensão cautelar da nova
redação do caput do art. 39 da CF/88.
Fundações públicas de direito privado: divergência doutrinária – parte entende que deve ser aplicado o
regime trabalhista comum (CLT), parte entende que deve ser aplicado o regime jurídico único. É
consenso, por outro lado, que as disposições constitucionais sobre pessoal da Administração Pública se
aplicam a essas entidades.
45. Como se dá o controle do Ministério Público sobre as fundações públicas?
Embora o código civil imponha ao Ministério Público que vele2 pelas fundações (privadas), há
divergência doutrinária quanto a necessidade do velamento das fundações públicas pelo parquet, uma
vez que o controle finalístico já seria realizado via supervisão ministerial.
Por sua vez, o STF já proferiu entendimento no sentido de que o Ministério Público Federal deve realizar
o velamento das fundações federais de direito público (ADI 2.794). Nessa lógica, cabe ao Ministério
Público o controle de todas as fundações, sejam privadas ou públicas (tanto de direito público, quanto
de direito privada), sendo competente para velar pelas fundações estaduais e municipais o MP do
estado-membro em que se encontrem, pelas fundações distritais ou MPDFT e, pelas fundações federais
(independentemente da localização), o MPF.
46. Qual o foro judicial competente para dirimir litígios em que seja parte uma fundação
pública?
Fundações públicas de direito público: se for federal – Justiça Federal; se for estadual ou municipal –
Justiça Estadual (RE 215.741/SE).
Fundações públicas de direito privado: a doutrina entende que sempre deve ser a Justiça Estadual. Já a
jurisprudência entende que as federais têm foro na Justiça Federal (STJ, CC 37.681/SC e CC 16.397/RJ).
47. Qual o conceito de empresa pública?
Pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, criada por autorização legal,
sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, com a finalidade de executar atividades de caráter
econômico ou, em algumas situações, serviços públicos3.
48. Qual o conceito de sociedade de economia mista?
Pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, criada por autorização legal,
sob a forma de sociedade anônima, com controle acionário pertencente ao Poder Público, com a
finalidade de executar atividades de caráter econômico ou, em algumas situações, serviços públicos4.
49. Como se dá a instituição e a extinção de empresas estatais?
A instituição das estatais se dá por meio de autorização legal e posterior registro de comércio. Do mesmo
modo, a extinção das estatais depende de lei autorizadora.
Além disso, o STF entende que é suficiente autorização legal genérica para a desestatização de estatais
pode ser genérica5.

2 Velar = realizar controle finalístico


3 Carvalho Filho, 2016, p. 525.
4 Idem, ibidem.
5 STF – ADI 6241.

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Convém apontar que "ao final do processo de desestatização, a sociedade de economia mista ou empresa
pública não mais existirá: na privatização, porque o controle acionário deixou de ser do Estado; na
extinção, porque se decretou o fim da pessoa jurídica", segundo voto da Relatora do feito, ao interpretar
a Lei 9.491/1997, que trata de procedimentos relativos ao Programa Nacional de Desestatização.
Perceba que a CF/88 exige expressamente autorização legislativa específica para a instituição das
estatais, mas é silente quanto à forma legal a ser adotada na desestatização.
50. O que são subsidiárias das empresas estatais?
Subsidiárias são empresas controladas pelas estatais. Possuem personalidade jurídica própria e sua
criação depende também de autorização legislativa (art. 37, inciso XX da CF/88).
Na verdade, em razão da redação do dispositivo acima, também é possível que haja subsidiárias de
autarquias e fundações (e não somente de empresas estatais).
51. As subsidiárias fazem parte da Administração Pública?
Não (entendimento doutrinário). ==5617c==

52. A criação de subsidiárias de entidades da administração indireta depende de autorização


em lei? E a participação de tais entidades em empresas privadas? A autorização precisa se dar
em cada caso? Qual o entendimento do STF sobre o assunto?
Tanto a criação de subsidiárias, quanto a participação em empresas privadas necessitam de autorização
legislativa (inciso XX do art. 37 da CF/88).
Apesar do dispositivo falar em autorização legislativa “em cada caso”, o STF já proferiu entendimento
de que “é dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja
previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista
que a lei criadora é a própria medida autorizadora” (ADI 1.649/DF. No mesmo sentido, ADI 1.491 MC).
Ou seja, de acordo com o Supremo, a própria lei instituidora da entidade primária pode autorizar a
criação de subsidiárias (no plural mesmo) com a previsão do seu objeto de atuação, não sendo
necessária uma autorização legal específica para cada subsidiária a ser criada.
Ainda com base no dispositivo transcrito acima, convém relembrar que, assim como a criação de
subsidiárias, a participação de entidades da administração indireta em empresa privada necessita de
autorização legislativa.
Por fim, o STF entende, também, que a venda de subsidiárias não exige autorização legislativa (e nem
licitação).
53. Quais são as atividades desenvolvidas pelas empresas estatais?
Predominantemente, exploração de atividades econômicas. Nada obstante, podem também prestar
serviços públicos.
54. Qual o regime jurídico que estão submetidas as empresas estatais? Há previsão de estatuto
para disciplinar o assunto?
As estatais possuem personalidade jurídica de direito privado e regime jurídico híbrido.
Caso sejam exploradoras de atividade econômica, se submetem precipuamente ao regime jurídico de
direito privado e próprio das empresas privadas. Isso se dá porque o Estado, ao agir na condição de
empresário, não pode obter vantagens em detrimento das empresas da iniciativa privada, para que não
haja um desequilíbrio no mercado em que atuam (art. 173, § 1º, inciso II da CF/88).

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As estatais também se sujeitam, em menor escala, a algumas normas de direito público, como as
seguintes regras constitucionais: necessidade de autorização legal para sua instituição (art. 37, inciso
XIX); sujeição ao controle do Tribunal de Contas (art. 71) e do Poder Legislativo (art. 49, inciso X);
exigência de concurso público para admissão de seus empregados (art. 37, inciso II) etc.
Por outro lado, caso sejam prestadoras de serviço público, as estatais são regidas predominantemente
pelo direito público (regime jurídico administrativo), em razão da titularidade do serviço ser do Estado
(ou seja, aqui não há livre iniciativa). Em menor grau, essas estatais se sujeitam ao direito privado, até
porque os serviços públicos desempenhados pelas estatais são considerados uma espécie de atividade
de natureza econômica.
A CF/88 prevê, em seu art. 173, § 1º, a edição de um estatuto jurídico das estatais (e suas subsidiárias)
que explorem atividade econômica. Esse estatuto foi recentemente instituído pela Lei 13.303/2016, que
“dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao
regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos” (art. 1º).
Logo, é importante destacar que o estatuto previsto na Lei 13.303/2016 abrange tanto as estatais que
explorem atividade econômica, quanto as que prestem serviço público.
55. Qual a natureza do patrimônio das empresas estatais?
Os bens das estatais são considerados bens privados (não gozam das prerrogativas inerentes aos bens
públicos – impenhorabilidade, imprescritibilidade, alienabilidade condicionada etc.).
Para a doutrina, especificamente no que diz respeito às estatais prestadoras de serviços públicos, a
parcela de seus bens que estejam afetados diretamente à prestação dos serviços, embora permaneçam
sendo considerados bens privados, contam com algumas proteções próprias dos bens públicos6.
56. Qual o regime de pessoal a que estão submetidas as empresas estatais?
Regime trabalhista comum (celetista, regido pela CLT), de emprego público, com vínculo de natureza
contratual, sem previsão de estabilidade, embora seja necessária a devida motivação para eventuais
atos de demissão.
O ingresso nos quadros das estatais deve, todavia, deve se dar por meio de concurso público (CF/88,
art. 37, inciso II).
Com relação aos dirigentes das estatais, quando não oriundos do quadro de pessoal da própria entidade,
não são classificados como empregados públicos celetistas (a eles não se aplicam as regras da CLT) e
tampouco ocupam cargos em comissão no sentido previsto no dispositivo supra – a relação dos
dirigentes com a estatal é regida pelo Direito Comercial.
É importante mencionar que não cabe ao Poder Legislativo aprovar previamente o nome dos dirigentes
das estatais como condição para que o chefe do Executivo possa nomeá-los7 - embora isso seja legítimo
para a nomeação de dirigentes de autarquias e fundações.

6 Inclusive nesse sentido o STF já decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, por ser empresa pública
que presta serviço público, possuem impenhoráveis os bens diretamente afetos ao serviço público prestado (RE
220.906).
7 ADI 1.642/MG.

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Por último, destacamos que é cabível mandado de segurança contra ato dos dirigentes de estatais
quando praticados na qualidade de autoridade pública (como nas licitações e concursos públicos), mas
é incabível nos atos de mera gestão econômica.
57. Explique a questão da falência e da execução das empresas estatais.
O art. 2º, inciso I da Lei 11.101/2005 (que trata da falência e da recuperação judicial) expressamente
exclui as estatais (independentemente de seu campo de atribuição) do processo falimentar regido por
tal diploma.
58. Qual a forma jurídica das empresas estatais?
Empresas públicas: qualquer configuração admitida no direito.
Sociedades de Economia Mista: necessariamente sociedade anônima.
59. Como é a composição do capital das empresas estatais?
Empresas públicas: capital totalmente público, mesmo que de entes federativos ou pessoas
administrativas diferentes.
Sociedades de Economia Mista: capital público e privado, de forma conjugada. A maioria do capital
votante (ações com direito a voto) deve ser necessariamente público, o que confere à pessoa política ou
administrativa o poder de controlar a sociedade de economia mista.
60. Qual o foro judicial competente para dirimir litígios em que seja parte uma empresa estatal?
Empresa pública federal: Justiça Federal (CF/88, art. 109, inciso I).
Sociedade de economia mista federal: Justiça Estadual8. Se a União intervier na causa como assistente
ou opoente, o foro passa a ser a Justiça Federal9.
Estatal estadual ou municipal: Justiça Estadual.
Ações judiciais sobre relações trabalhistas envolvendo empregados de estatais (de qualquer esfera
governamental): Justiça do Trabalho.
61. O que são agências executivas?
“Agência Executiva” é uma qualificação conferida pelo Poder Público a autarquias ou fundações públicas
que firmem o contrato de gestão previsto no art. 37, § 8º da CF/88 e possuam um plano estratégico de
reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento consoante inciso I do art. 51 da Lei
9.649/1998. Assim, uma agência executiva não é uma nova entidade administrativa.
Com a celebração do contrato de gestão, essas entidades assumem o compromisso de cumprir
determinadas metas de desempenho e, por outro lado, possuem sua autonomia gerencial, orçamentária
e financeira ampliada (art. 37, § 8º da CF/88).
Destacamos que a qualificação como “agência executiva” é uma faculdade (e não uma obrigação) do
Poder Público e é realizada mediante ato do Presidente da República; o contrato de gestão é firmado
com o Ministério Supervisor da autarquia ou fundação pública e possuirá periodicidade mínima de um
ano.
62. O que são agências reguladoras?

8Súmula STF 556: ‘É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista”.
9Súmula STF 517: “As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como
assistente ou opoente”.

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São autarquias altamente especializadas que exercem funções de regulação, controle e fiscalização de
atividades econômicas ou da prestação de serviços públicos delegados a pessoas privadas.
Embora não seja obrigatório, geralmente adotam o formato de autarquia em regime especial, o que lhes
confere maior autonomia se comparadas às demais autarquias.
Por serem autarquias, pertencem à Adm. Indireta.
63. Qual a natureza das atividades realizadas pelas agências reguladoras?
Exercem função típica de Estado, de natureza administrativa, notadamente a regulação (intervenção
indireta) e o exercício do poder de polícia.
64. As decisões das agências reguladoras podem ser reapreciadas pelo ministério supervisor?
Excepcionalmente, sim, para a apreciação da legalidade da decisão, ou quando a agência se distanciar
da política de Governo ou, ainda, quando se referir a atividade-meio da entidade – é o chamado “recurso
hierárquico impróprio”.
65. Quais as características do poder normativo das agências reguladoras?
Os regulamentos de natureza estritamente técnica expedidos pelas agências reguladoras são
conhecidos como regulamentos delegados ou autorizados, porque podem complementar a lei, não se
limitando apenas a dar fiel execução a ela. Mesmo assim, esses regulamentos dependem de prévia
autorização legal para sua edição, bem como não podem criar obrigações novas, sem que haja previsão
em lei.
Essa possibilidade de se transferir do Poder Legislativo, mediante autorização legislativa, a função
normativa de determinadas matérias específicas para as agências reguladoras (ou outra sede
normativa), consiste no instituto da deslegalização.
66. Qual o procedimento de nomeação dos dirigentes das agências reguladoras?
O Presidente da República realiza a nomeação do dirigente após este ter sido sabatinado pelo Senado
Federal (art. 5º, caput da Lei 9.986/2000).
67. É possível a celebração de contrato de gestão entre uma agência reguladora e o Poder
Público?
Sim. Nessa situação, a autonomia gerencial, orçamentária e financeira será ampliada, sendo
estabelecidas as metas de desempenho e aplicáveis as disposições previstas no art. 37, § 8º da CF/88.
Inclusive, a agência reguladora pode ser qualificada como agência executiva, caso preencha os
requisitos legais.
68. As agências reguladoras se submetem aos controles judicial ou legislativo?
Sim, como em regra se sujeitam as demais entidades da Administração Pública.
69. É possível a desqualificação de uma agência reguladora?
Não, ao contrário das agências executivas, que podem perder a qualificação. “Agência reguladora” não
é uma qualificação formal, portanto não é existe a figura de desqualificação de agência reguladora.

LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS

1. (Cespe/2011/TRE ES/AJAJ) Acerca de direito administrativo, julgue o item a seguir.

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A desconcentração mantém os poderes e as atribuições na titularidade de um mesmo sujeito de direito,


ao passo que a descentralização os transfere para outro sujeito de direito distinto e autônomo, elevando
o número de sujeitos titulares de poderes públicos.

2. (Cespe/2013/TRT 10/AJAJ) Julgue o próximo item, relativo à administração indireta e à


descentralização administrativa.

A concessão de serviço público a particulares é classificada como descentralização administrativa por


delegação ou por colaboração.

3. (Cespe/2015/TRE MT/AJAJ) À luz das normas que tratam da organização da administração


pública, assinale a opção correta.

a) Os órgãos e entidades da administração pública, direta ou indireta, estão sujeitos à supervisão do


ministro de Estado competente, salvo as agências reguladoras, que dispõem de disciplina especial.

b) A administração pública indireta abrange as autarquias, fundações públicas, empresas públicas,


sociedades de economia mista e organizações sociais.

c) O capital social das sociedades de economia mista deve ser integralmente público, e a participação do
Estado no capital social das empresas públicas deve ser majoritária.

d) As agências reguladoras integram a administração direta.

e) Os ministérios, órgãos integrantes da administração direta, não possuem personalidade jurídica


própria.

4. (Cespe/2012/AGU/Procurador) Julgue o item seguinte:

Os órgãos da administração são classificados, quanto à estrutura, como simples, ou unitários, e


compostos; quanto à atuação funcional ou à composição, classificam-se como colegiados, ou coletivos,
e singulares.

5. (Cespe/2013/PC-DF/Agente) Julgue o item seguinte:

A PCDF é órgão especializado da administração direta subordinado ao Poder Executivo do DF.

6. (Cespe/2013/PC-ES/Delegado) Julgue o item seguinte:

De acordo com a doutrina, quando determinada pessoa, de boa-fé, desempenha função pública em
situações de emergência, deve ser aplicada a teoria do órgão, pois sua atuação será imputável ao Estado,
a exemplo do que ocorre com o denominado agente de fato.

7. (Cespe/2013/PC-ES/Perito) Julgue o item seguinte:

Em relação à posição estatal, as casas legislativas e a chefia do Poder Executivo e dos tribunais
classificam-se como órgãos superiores.

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8. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/Técnico Judiciário) Na administração pública federal, a


administração direta compreende os serviços integrados na estrutura administrativa da
A) Presidência da República, dos ministérios, das autarquias, das fundações públicas, das empresas
públicas e das sociedades de economia mista.
B) Presidência da República e dos ministérios, apenas.
C) Presidência da República, dos ministérios e das autarquias, apenas.
D) Presidência da República, dos ministérios, das autarquias e das fundações públicas, apenas.
E) Presidência da República, dos ministérios, das autarquias, das fundações públicas e das empresas
públicas, apenas.

9. (CESPE/2009/SEFAZ-AC/ Fiscal da Receita Estadual) Assinale a opção correta a respeito da


administração pública.

a) A representação judicial dos órgãos públicos, já que não possuem personalidade jurídica, deverá ser
feita pelos respectivos procuradores do ente a que pertençam, salvo na hipótese de defesa de suas
competências e prerrogativas, em que esses órgãos poderão ter órgão jurídico específico para atuar em
seu favor.

b) A delegação de atribuições no âmbito da mesma pessoa jurídica a outros órgãos recebe a


denominação de descentralização.

c) As sociedades de economia mista, mesmo quando exploradoras de atividade econômica, em um


regime de mercado, se beneficiam da imunidade recíproca.

d) Uma ação judicial proposta contra uma empresa pública federal deverá ser julgada pela justiça
comum estadual.

10. (CESPE/2015/STJ) A respeito da organização administrativa do Estado e do ato


administrativo, julgue o item a seguir.

O princípio da especialidade na administração indireta impõe a necessidade de que conste, na lei de


criação da entidade, a atividade a ser exercida de modo descentralizado.

11. (CESPE/2015/STJ/AJAA) No tocante aos poderes administrativos, julgue o seguinte item.

A relação entre a administração direta e as entidades que integram a administração indireta pressupõe
a existência do poder hierárquico entre ambas.

12. (Cespe/2010/MPU/Analista Processual) No que diz respeito à organização administrativa


federal, julgue o item abaixo.

As entidades compreendidas na administração indireta subordinam-se ao ministério em cuja área de


competência estiver enquadrada sua principal atividade, mantendo com este uma relação hierárquica
de índole político-administrativa, mas não funcional.

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13. (Cespe/2015/FUB) No que diz respeito à administração pública federal, sua estrutura,
características e descrição, julgue o próximo item.

Órgãos como o SESC, o SENAI e o SESI são autarquias que colaboram com o Estado no desempenho de
atividades de interesse público.

14. (CESPE/2018/TCE-PB/Auditor de Contas Públicas) As entidades que integram a


administração pública indireta incluem as
a) autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
b) secretarias estaduais, as autarquias e as fundações privada.
c) autarquias, as fundações e as organizações sociais.
d) organizações sociais, os serviços sociais autônomos e as entidades paraestatais.
e) empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos.

15. (CESPE/2017/TRE PE/AJAA) As entidades autônomas integrantes da administração indireta


que atuam em setores estratégicos da atividade econômica, zelando pelo desempenho das
pessoas jurídicas e por sua consonância com os fins almejados pelo interesse público e pelo
governo são denominadas:

a) agências autárquicas executivas.

b) serviços sociais autônomos.

c) agências autárquicas reguladoras.

d) empresas públicas.

e) sociedades de economia mista.

16. (CESPE/2017/TRE PE/AJAA) As agências executivas estão inseridas no setor estatal


denominado

a) serviços não exclusivos, correspondente ao setor em que o Estado atua simultaneamente com outras
organizações públicas não estatais.

b) núcleo estratégico, setor em que as leis e as políticas públicas são definidas e em que seu
cumprimento é cobrado.

c) produção de bens e serviços para o mercado, correspondente à área de atuação das empresas estatais
do segmento produtivo.

d) atividades exclusivas, correspondente aos serviços que só o Estado pode realizar, possuindo poder
de regulamentar, de fiscalizar e de fomentar.

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e) organizações sociais, correspondente às áreas que incentivam a produção não lucrativa, pela
sociedade, de bens e serviços públicos não exclusivos do Estado.

17. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Agências executivas como a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), a Agência Nacional de
Águas (ANA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) possuem atribuições de regulação e
fiscalização, podendo exercer também atividades de controle econômico.

18. (Cespe/2016/TRE PI) Julgue a assertiva a seguir.

As agências executivas são compostas por órgãos da administração pública direta que têm como
finalidade executar atividades delegadas pelo poder público em função da comprovada capacidade de
gestão estratégica nos dois anos de atuação anteriores à delegação.

19. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

As agências reguladoras, compostas por autarquias e fundações, são vinculadas ao Poder Executivo e
exercem atividades delegadas pelo poder público.

20. (Cespe/2013/TJDFT/AJAJ) Acerca das autarquias, empresas públicas e sociedades de


economia mista, julgue o item a seguir.

Nos litígios comuns, as causas que digam respeito às autarquias federais, sejam estas autoras, rés,
assistentes ou oponentes, são processadas e julgadas na justiça federal.

21. (Cespe/2013/TRT 17/AJAJ) Em relação aos poderes administrativos, à organização do


Estado e aos atos administrativos, julgue o item seguinte.

Entre as entidades da administração indireta e os entes federativos que as instituíram ou que


autorizaram sua criação inexiste relação de subordinação, havendo entre eles relação de vinculação que
fundamenta o exercício do controle finalístico ou tutela.

22. (CESPE/2015/STJ/AJAA) A respeito da organização administrativa do Estado e do ato


administrativo, julgue o item a seguir.

O simples fato de o poder público passar a deter a maioria do capital social de uma empresa privada a
transforma em sociedade de economia mista, independentemente de autorização legal.

23. (Cespe/2015/TRE RS) No que se refere à administração pública direta e indireta, às


entidades paraestatais e ao controle dos atos da administração pública, julgue a assertiva a
seguir.

Embora a sociedade de economia mista esteja vinculada aos fins definidos na lei que autorizou sua
criação, é possível a alteração de seus objetivos mediante ato do Poder Executivo, devidamente
aprovado na forma prevista em seus estatutos.

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24. (Cespe/2013/TJDFT) Acerca das autarquias, empresas públicas e sociedades de economia


mista, julgue o item a seguir.

As sociedades de economia mista podem revestir-se de qualquer das formas em direito admitidas, a
critério do poder público, que procede à sua criação.

25. (Cespe/2013/TJDFT) Acerca das autarquias, empresas públicas e sociedades de economia


mista, julgue o item a seguir.

Pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta, as empresas públicas são
criadas por autorização legal para que o governo exerça atividades de caráter econômico ou preste
serviços públicos.

26. (Cespe/2013/TJDFT/AJAJ) Em relação ao direito administrativo, julgue o item a seguir.

Pertence à justiça federal a competência para julgar as causas de interesse das empresas públicas, dado
o fato de elas prestarem serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado.

27. (Cespe/2017/SEDF) Em relação aos princípios da administração pública e à organização


administrativa, julgue o item que se segue.

Por terem personalidade jurídica de direito privado, as sociedades de economia mista não se
subordinam hierarquicamente ao ente político que as criou. Exatamente por isso elas não sofrem
controle pelos tribunais de contas.

28. (CESPE/ 2018/SEFAZ-RS/Auditor do Estado) Assinale a opção que apresenta característica


comum às sociedades de economia mista e às empresas públicas.

a) Estão sujeitas ao regime de precatórios, como regra.

b) Não gozam de privilégios fiscais não extensíveis ao setor privado.

c) Não precisam realizar procedimento licitatório, a fim de viabilizar a atuação no mercado competitivo.

d) São criadas por lei.

e) Não estão sujeitas à fiscalização dos tribunais de contas.

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Gabarito

1. CORRETA 11. ERRADA 21. CORRETA


2. CORRETA 12. ERRADA 22. ERRADA
3. ERRADA 13. ERRADA 23. ERRADA
4. ANULADA 14. Letra A 24. ERRADA
5. CORRETA 15. CORRETA 25. CORRETA
6. ERRADA 16. Letra D 26. ERRADA
7. ERRADA 17. ERRADA 27. ERRADA
8. Letra B 18. ERRADA 28. Letra B
9. Letra A 19. ERRADA
10. CORRETA 20. CORRETA

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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