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Historias de Mulheres

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CHIQUINHA GONZAGA

Francisca Edwiges Neves Gonzaga, conhecida como Chiquinha Gonzaga,


nasceu no Rio de Janeiro e era neta de escravos. Seu pai a casou quando tinha 16
anos, mas ela se revoltou contra o maltrato do marido e o abandonou.
Pianista autodidata, passa a compor obras e chama atenção dos produtores
da época. Em 1884, estreia a opereta "A Corte na Roça", sob sua regência e isso a
tornou a primeira maestrina brasileira.
Do mesmo modo, se engaja na luta contra a escravidão, os direitos
autorais e femininos. Recusa a publicar suas partituras sob pseudônimo masculino
e escandalizava a sociedade com sua vida amorosa chocante para os padrões da
época.
Chiquinha Gonzaga soube dar um toque brasileiro aos ritmos europeus
que se escutavam e dançavam como a valsa, a polca e a mazurca.
Será precursora das marchinhas de carnaval com os temas "Lua Branca" e
"Ó, Abre-Alas" até hoje presença obrigatória no repertório carnavalesco.
Deixou mais de duas mil composições e dentre as quais se destacam "O
Corta-Jaca", "Atraente", além das já citadas.
O dia do seu nascimento,17 de outubro, foi declarado Dia Nacional da
Música Popular Brasileira em 2012.
TARSILA DO AMARAL
Tarsila do Amaral nasceu
na cidade de Capivari, em
São Paulo. De família
abastada, proprietária de
fazendas de cafés,
estudou em Barcelona
quando adolescente.
Em 1920, vai para Paris
onde frequentou a Academia
Julien. Amiga da pintora
Anitta Malfatti, as duas
correspondiam-se e
discutiam sobre os novos
rumos que a arte estava tomando no Brasil e no mundo.
Ao voltar para o Brasil, Anita Malfatti a introduz no grupo que reunia os
grandes nomes do modernismo do Brasil: Oswald de Andrade, Mario de Andrade
e Menotti del Picchia.
Namora Oswald de Andrade e a ele dedica, em 1928, sua tela mais
conhecida e obra mais cara de um artista brasileiro: Abaporu. Faz a sua primeira
exposição individual no Rio em 1929.
Foi homenageada com retrospectivas na década de 60 no Museu de Arte
Moderna, em São Paulo e na Bienal de Veneza.
A pintura de Tarsila absorve as tendências modernistas europeias como o
cubismo. Suas obras retratam as mudanças trazidas com a industrialização ao
Brasil, as lendas e festas brasileiras como o carnaval.

CECÍLIA MEIRELES
Cecília Benevides de Carvalho
Meireles nasceu no Rio de Janeiro,
dia 7 de novembro de 1901.

Foi criada pela sua avó católica e portuguesa


da ilha dos Açores. Isso porque seu pai havia
morrido três meses antes de seu nascimento e
sua mãe quando tinha apenas 3 anos.
Desde pequena recebeu uma educação
religiosa e demonstrou grande interesse pela
literatura, escrevendo poesias a partir dos 9
anos de idade.
Cursou a Escola Estácio de Sá, concluindo
com “distinção e louvor” o curso primário em
1910. Tornou-se professora diplomando-se no
“Curso Normal do Instituto de Educação do Rio
de Janeiro”.
Em 1919, com apenas 18 anos, publicou sua primeira obra de caráter
simbolista, “Espectros”. Com 21 anos, casa-se com o pintor português
Fernando Correa Dias que sofria de depressão e suicidou-se em 1935.
Casa-se novamente com o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da
Silveira Grilo, cinco anos depois da morte de seu primeiro marido e com
quem teve três filhas.
Sua atuação na área da educação não ficou restrita às salas de aula.
Isso porque de 1930 a 1931, Cecília trabalhou como jornalista no "Diário
de Notícias" contribuindo com textos sobre problemas da
educação.Cecília ficou reconhecida mundialmente, uma vez que suas
obras foram traduzidas para muitas línguas. Além disso, realizou
palestras e conferências sobre educação, literatura brasileira, teoria
literária e folclore, em diversos países do mundo.

Cecília falece ao entardecer, na sua cidade natal, no dia 9 de


novembro de 1964. Tinha 63 anos e morreu vítima de câncer.
CLARICE LISPECTOR

Haya Pinkhasovna Lispector nasceu no dia 10 de dezembro de


1920 na cidade ucraniana de Tchetchelnik.

Descendente de judeus, seus pais, Pinkhas Lispector e Mania


Krimgold Lispector, passaram os primeiros momentos de vida
de Clarice fugindo da perseguição aos judeus durante a Guerra
Civil Russa (1918-1920).

Diante disso, chegam ao Brasil em 1921 e vivem nas cidades


de Maceió, Recife e Rio de Janeiro, onde passaram algumas
dificuldades financeiras.

Aos 10 anos, escreve uma peça de teatro, depois de assistir a


uma, e começa a enviar contos para o Diário de Pernambuco.

Após a morte de sua mãe em 1930, Clarice termina o terceiro


ano primário no Collegio Hebreo-Idisch-Brasileiro.
Mais tarde, sua família vai viver no Rio de Janeiro. Em 1939,
com 19 anos, ingressa na Escola de Direito da Universidade do
Brasil e começa a dedicar-se totalmente à sua grande paixão:
a literatura.

Fez cursos de antropologia e psicologia e, em 1940, publica


seu primeiro conto, intitulado “Triunfo”.

Após a morte de seu pai, em 1940, Clarice começa sua carreira


de jornalista. Nos anos seguintes, trabalha como redatora e
repórter na Agência Nacional, no Correio da Manhã e no Diário
da Noite.

Em 1943, casa-se com o Diplomata Maury Gurgel Valente, com


quem teve dois filhos. Seu primogênito, Pedro, foi
diagnosticado com esquizofrenia. Seu segundo filho, Paulo, foi
afilhado do escritor Érico Veríssimo.

Devido à profissão de seu marido, Clarice viveu em muitos


países, desde Itália, Inglaterra, Suíça e Estados Unidos. O
relacionamento durou até 1959 e, quando resolveram se
separar, Clarice retornou ao Rio com seus filhos.

A escritora foi naturalizada brasileira e se declarava


pernambucana. Seu nome, Clarice, foi uma das formas que seu
pai encontrou de esconder toda sua família quando chegaram
ao Brasil.

De personalidade singular e forte, Clarice pouco se importava


com as críticas e, segundo ela:

“Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere


qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente
não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo
desabrochar de um modo ou de outro...”.
LYGIA FAGUNDES TELLES
Lygia Fagundes Telles nasceu em 19 de abril de 1923, em São
Paulo. Parte da infância viveu no interior do estado de São
Paulo, devido ao trabalho do pai, que era promotor público.
Com oito anos, ela e a mãe foram morar na capital e, depois,
no Rio de Janeiro, onde viveu cinco anos. Ainda na
adolescência, em 1938, com a ajuda financeira do pai, publicou
seu primeiro livro de contos — Porões e sobrados.A partir de
1939, estudou na Escola Superior de Educação Física, da
Universidade de São Paulo (USP), e também na Faculdade de
Direito do Largo de São Francisco, além de trabalhar na
Secretaria de Agricultura. Após formar-se em Direito, em 1945,
ela se casou com seu professor de direito internacional
privado, em 1947, Goffredo da Silva Telles Júnior (1915-2009),
do qual se divorciaria em 1960 e de quem adotou o sobrenome
Telles.Seu primeiro romance — Ciranda de pedra — foi
publicado em 1954 e celebrado pela crítica. Além de sua
carreira como escritora, Lygia Fagundes Telles também
trabalhou como procuradora do Instituto de Previdência do
Estado de São Paulo, cargo no qual se aposentou. Ainda, em
1977, foi presidente da Cinemateca Brasileira, mesmo ano em
que liderou uma comissão de escritores que entregou ao
ministro da Justiça o Manifesto dos intelectuais, abaixo-
assinado que repudiava a censura.
A romancista e contista, que faleceu em 3 de abril de 2022, foi
eleita para a Academia Brasileira de Letras em 1985, além de
receber vários prêmios.

RUTH ROCHA

Ruth Machado Lousada Rocha nasceu em São Paulo no dia 2


de março de 1931. Formou-se em Ciências Políticas e Sociais
na Universidade de São Paulo e fez pós-graduação em
Orientação Educacional, tendo trabalhado em instituições
importantes, como o Colégio Rio Branco. Em 1968, passou a
colaborar na seção de educação da revista Claudia e,
posteriormente, na revista Recreio, uma publicação voltada
para o público infantil. No ano de 1973 assumiu a direção
editorial da Divisão Infantojuvenil da Editora Abril e, em 1976,
lançou seu livro mais famoso, Marcelo, marmelo, martelo e
Outras Histórias. Home Português O mundo mágico de Ruth
Rocha.
Desde 2007 Ruth é membro da Academia Paulista de Letras.
Em seu currículo, mais de 200 livros que já venderam mais de
12 milhões de exemplares! Se você ficou curioso e quer
conhecer as histórias do mundo mágico de Ruth Rocha, confira
os principais títulos da autora e boa leitura!

CORA CORALINA
Cora Coralina nasceu
em 20 de agosto de
1889, na Cidade de
Goiás – à época,
capital do estado de
Goiás – e foi
registrada com o
nome de Ana Lins
dos Guimarães
Peixoto. Seu pai era
desembargador, mas
morreu pouco depois de seu nascimento. Estudou apenas até o
terceiro ano do ensino primário, o que bastou para desenvolver
na menina o apreço pela leitura, que lhe avivou ainda mais a
imaginação infantil.Aos quinze anos, teve seu primeiro conto
publicado, e foi então que surgiu o pseudônimo de Cora
Coralina. Segundo a autora, havia muitas moças com o nome
de Ana na cidade, e ela queria ser reconhecida. Queria também
escrever e frequentar os saraus da cidade.Foi em um desses
saraus que conheceu Cantídio Tolentino Bretas, homem mais
velho, advogado, desquitado, por quem se apaixonou. A notícia
gerou um grande falatório na cidade e foi recebida como um
escândalo pela família de Cora, que proibiu a união dos dois.
Sem olhar para trás, Cora fugiu com o advogado em 1911.

O casal viveu em diversas cidades, incluindo Rio de Janeiro


(RJ) e Avaré (SP). Tiveram seis filhos, dos quais dois morreram
logo após o parto. Mas o que parecia uma libertação foi nova
privação: Cantídio impedia Cora de publicar seus textos.
Também a proibiu de participar da Semana de Arte Moderna,
que acontecia em São Paulo no ano de 1922.

Viúva em 1934, trabalhou nas mais diversas áreas e morou em


inúmeras cidades paulistas, incluindo a capital e Jaboticabal,
cidade que a autora homenageou em seus poemas e que a
homenageou de volta, nomeando um dos espaços públicos
Centro de Eventos Cora Coralina. Cozinhando, vendendo livros,
arando a terra, nunca abandonou a escrita: por onde passou,
Cora publicou artigos nos jornais locais. Fez também muito
serviço voluntário e de caridade.

Aos 70 anos, aprendeu a datilografar e só então seus escritos


conheceram o formato de livro, publicado cinco anos depois.

Abatida por uma forte gripe, que logo se converteu em


pneumonia, Cora Coralina faleceu em um hospital de Goiânia,
em 10 de abril de 1985. O casarão à beira do Rio Vermelho,
onde morou na infância e para onde voltou na velhice, tornou-
se, em 1989, o Museu Casa de Cora Coralina. Lá se mantiveram
seus manuscritos, objetos pessoais, artigos de cozinha, cartas,
fotografias, mobília, livros e paredes repletas de memórias da
autora, muito querida pelos que lhe conheceram.

RACHEL DE QUEIROZ
Nasceu em Fortaleza, Ceará, em
17 de novembro de 1910 e ali viveu
até os cinco anos de idade. Mudou-
se com a família para o Rio de
Janeiro em virtude da terrível seca
que assolou o Ceará em 1915. Em
1917, mudou-se para Belém do
Pará e, em 1919, retornou para o
Ceará, onde fixou residência.
Iniciou sua carreira jornalística escrevendo para o jornal O
Ceará quando tinha apenas 17 anos. Aos 19 anos, começou a
escrever, em segredo, o romance que a tornaria conhecida
como escritora: O Quinze. Com a publicação do livro, em 1930,
a autora tornou-se nacionalmente conhecida e ganhou o
prêmio da Fundação Graça Aranha.

Em 1937, foi presa pelo governo de Getúlio Vargas acusada de


ser comunista. A autora permaneceu presa por dois anos.
Décadas depois, Rachel de Queiroz, em 1964, apoiou a ditadura
militar brasileira, integrando o Conselho Federal de Cultura e o
Diretório Nacional da Arena, partido político de sustentação do
regime.

Além do prêmio da Fundação Graça Aranha, a escritora


também ganhou diversos outros prêmios, como o Prêmio
Jabuti de Literatura Infantil, em 1970, e o Prêmio Camões, a
maior honraria dada a escritores de língua portuguesa, em
1993. Rachel de Queiroz faleceu em 2003, no Rio de Janeiro,
aos 92 anos de idade.

ANNE FRANK
Anneliese Marie Frank, conhecida com Anne Frank, foi uma
adolescente judia que viveu em Amsterdã, na Holanda, durante
o período do Holocausto. A garota ficou conhecida
mundialmente após a publicação de O diário de Anne Frank,
livro que narra os dois anos que ela e sua família passaram
dentro de um esconderijo para tentar escapar da perseguição
nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

Anne Frank nasceu em 12 de junho de 1929, em Frankfurt, na


Alemanha, e morreu aos 15 anos, em Bergen-Belsen, um campo
de concentração nazista localizado na cidade de Celle, na
Alemanha. Não há uma data oficial de sua morte, mas acredita-
se que aconteceu em março de 1945, após ela contrair uma
doença conhecida como tifo (causada por bactérias que
afetam o sistema imunológico).

Em seu aniversário de 13 anos, Anne foi surpreendida pelo pai


com um caderno para anotações. O objeto tinha capa
vermelha, com alguns detalhes, e agradou muito à
adolescente, que fez dele seu diário.

A primeira escrita no diário foi datada em 14 de junho de 1942.


Em suas primeiras páginas, ela conta sua rotina, fala sobre
amizades, escola, família, a saudade da avó que faleceu
durante o período, e narra também a invasão da Alemanha nos
primeiros países.
No dia 20 de junho daquele mesmo ano, Anne decidiu que o
diário seria uma espécie de amiga e resolveu batizá-lo de Kitty.
A partir deste dia, ela passou a referir-se ao diário com
carinho. Veja parte do trecho em que Anne nomeia-o:

“Por tudo isso é que escrevo um diário. É para eu fazer de


conta que tenho uma grande amiga. A este diário, que vai ser
minha grande amiga, vou dar o nome de Kitty..

MALALA YOUSAFZAI
Malala Yousafzai é uma ativista
paquistanesa internacionalmente
conhecida por defender o direito das
mulheres de estudarem. Ela ganhou
notoriedade por ter defendido essa
causa no Vale de Swat, região
dominada pelo Talibã. Em 2012,
sobreviveu a um atentado promovido
por essa organização fundamentalista,
e atualmente vive na Inglaterra.

"Malala Yousafzai nasceu no dia 12 de


julho de 1997, em Mingora, cidade que
faz parte do Vale de Swat, na província de Khyber
Pakhtunkhwa, no Paquistão. Por nacionalidade, Malala é
paquistanesa, mas ela pertence à etnia pachto, um grupo
minoritário no Paquistão. Os pachto se espalham pelos
territórios do Paquistão e Afeganistão.

Ela era filha de Ziauddin Yousafzai e Tor Pekai Yousafzai. O


sustento da família vinha das escolas que seu pai havia
fundado em Mingora, mas, de toda forma, a família tinha uma
vida muito simples. A própria Malala conta que, quando ela
nasceu, na casa de seus pais não havia cozinha nem banheiro.|

Malala cresceu em uma família muçulmana, com destaque


para a sua mãe, que é muito religiosa. Já seu pai era
conhecido por ser um homem dedicado à educação e à cultura.
Ele participava de grupos literários e atuava como militante
pelo meio ambiente e pela educação. Além disso, foi um
grande incentivador para que sua filha estudasse. Esse
inventivo fez com que ela fosse fluente em três idiomas:
pachto, urdu e inglês. A família de Malala se completava com
seus dois irmãos mais novos: Atal Yousafzai e Khushal
Yousafzai.

MARIE CURIE
Marie Curie foi uma das mulheres a
mudar a história e os rumos do
estudo da radioatividade, bem como
mostrou ao mundo o valor
intelectual e a riquíssima
contribuição que as mulheres
podem fornecer ao mundo
científico, o qual era, outrora, de
caráter predominantemente
masculino.

Marie Curie foi a primeira pessoa a


receber o prêmio Nobel duas vezes,
um em Física, ao demonstrar a
existência da radioatividade natural em 1903, e o outro em
Química, pela descoberta de dois novos elementos químicos
em 1910.

Desde a infância, Marie Curie aprendeu a enfrentar e vencer


desafios impostos pela sociedade e pelas condições de vida,
sendo um grande exemplo como cientista para homens e,
principalmente, para as mulheres, pois mostrou que elas são
capazes de promover descobertas tão ou mais importantes.

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