Leitura Fundamental
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Consultoria e Processos em RH
Consultoria e Processos em RH
Autor: Claudio Zanutim
Como citar este documento: ZANUTIM, Claudio. Consultoria e Processos em RH. Valinhos: 2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo 06
Unidade 2: Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria;
41
diagnóstico empresarial e apresentação dos resultados
Unidade 3: Consultoria em RH interna e externa 79
Unidade 4: Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parce-
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rias; planejamento, acompanhamento, avaliação e encerramento
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Consultoria e Processos em RH
Autor: Claudio Zanutim
Como citar este documento: ZANUTIM, Claudio. Consultoria e Processos em RH. Valinhos: 2016.
Sumário
Unidade 5: Projetos de consultoria em RH. Construção do modelo de consultoria. Definição de
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políticas de RH
Unidade 6: Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificulda-
des à implantação da consultaria interna em RH e como superá-las. Interface interna com 158
áreas especialistas e influência junto aos clientes
Unidade 7: Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores
183
de RH: informações gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
Unidade 8: Apresentação dos resultados de consultoria; análise de tendências e recomendações 208
3
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Apresentação da Disciplina
Esta disciplina busca apresentar conceitos Outros temas serão abordados nesta disci-
e objetivos dos modelos de uma consultoria plina para que você se familiarize mais ain-
interna em recursos humanos, desenvolvi- da com a consultoria e com a sua importân-
mento de consultoria interna e externa em cia para as organizações, como: estratégia
RH, elaboração de projetos de consultoria de negociação em consultoria; consultoria
em RH, mensuração e apresentação de re- em RH interna e externa; etapas do proces-
sultados de consultorias, estabelecer forma- so de consultoria interna; coleta de dados
tos de atendimento de clientes internos e a e diagnósticos; escuta ativa e credibilidade
forma de apresentação dos resultados finais. na construção de parcerias; planejamento,
Todas as disciplinas deste curso são impor- acompanhamento, avaliação e encerra-
tantes, mas esta tem uma importância ím- mento; projetos de consultoria em RH; cons-
par, que é a de ser capaz de fazer você ver trução do modelo de consultoria; definição
e compreender os conceitos e objetivos de de políticas de RH; revisão dos processos de
uma consultoria empresarial, assim como trabalho; definição da estrutura; principais
visa profundar seus conhecimentos sobre o dificuldades à implantação da consultaria
tema e os tipos de consultoria, além de en- interna em RH e como superá-las; interfa-
tender qual o papel de um consultor interno ce interna com áreas especialistas e influ-
e externo para as organizações. ência junto aos clientes; consultoria em RH:
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mensuração e apresentação de resultados;
principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do
ambiente; apresentação dos resultados de
consultoria; análise de tendências e reco-
mendações.
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Unidade 1
Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo.
Objetivos
7/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
Tais mudanças, como na economia, tecno- Existem várias definições para consultoria.
logia, na sociedade e/ou no ambiente, são Aqui será compartilhada uma delas:
capazes de impactar as organizações, crian-
Uma consultoria é um serviço de aconse-
do ou proporcionando ao mercado, novas
lhamento, resultado da contratação feita
de oportunidades de trabalho. A consulto-
por uma organização junto às pessoas qua-
ria foi uma delas.
lificadas e especializadas que fornecem, de
O mercado da consultoria cresceu expo- forma objetiva, a possibilidade de identifi-
nencialmente nos últimos tempos, seja por car problemas, analisá-los e encontrar as
competências múltiplas desenvolvidas ou devidas soluções. Os consultores podem ser
por necessidade de novas carreiras. Vale
responsáveis pela estruturação ou reestru-
a pena pesquisar o assunto, disponível em
turação organizacional, através do levanta-
uma quantidade diversidade artigos técni-
mento e análise de dados da atual situação
cos e científicos.
corporativa, seus processos, métodos e co-
laboradores.
8/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
A consultoria tomou corpo a partir do sécu- Quadro 1 – Histórico das consultorias.
9/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
A consultoria é um processo, visto que sua nhecimentos múltiplos para melhorar a per-
atividade está ligada a um conjunto lógico formance das organizações e das pessoas.
e estruturado de ações que interage pela Com o surgimento de algumas ferramentas
simples razão da necessidade de reciproci- de gestão na década de 1980, a populari-
dade entre duas ou mais pessoas ou ativi- zação de normas técnicas de fabricação e
dades corporativas. grandes avanços tecnológicos, a consulto-
Outra responsabilidade de uma consulto- ria dá um salto na direção corporativa para
ria é a proposta de mudanças auxiliando os auxiliar as organizações a serem melhores
clientes na tomada de decisão. A consultoria e mais produtivas. Um exemplo importante
também deve ser capaz de compartilhar co- são as normas ISO.
ISO é uma organização internacional inde-
pendente, não governamental, com sua Se-
cretaria Central sediada em Genebra, com
uma adesão de 163 organismos nacionais
de normalização.
Através dos seus membros, que reúne es-
pecialistas para compartilhar conhecimen-
10/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
tos e desenvolver voluntários e baseados no Para compreender o significado da ISO e
consenso, apresenta ao mercado normas suas normas internacionais, acesse o site da
internacionais pertinentes que apoiam a organização ISO.
inovação e fornecem soluções para os de-
safios globais de gestão e qualidade. Donadone (2003) traz uma reflexão impor-
Quais são os padrões? tante quanto à necessidade de também
Normas Internacionais de fazer as coisas certificar as consultorias e diz que, na dé-
funcionarem. Eles dão especificações de cada de 1990, em decorrência dos questio-
classe mundial para produtos, serviços e namentos éticos e da ausência de barreiras
sistemas, para garantir a qualidade, segu- para entrada no setor de consultoria, surgi-
rança e eficiência. Eles são fundamentais ram os primeiros programas de certificação
para facilitar o comércio internacional. para o exercício profissional de consultor,
implementados pelo Institute of Manage-
A ISO publicou mais de 21000 normas in-
ternacionais e documentos relacionados, ment Consultants (IMC).
abrangendo quase todos os setores, da tec-
nologia, à segurança alimentar, à agricultu-
ra e à saúde. As Normas Internacionais ISO
impactam a todos e em toda parte.
11/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
Institute of Management Consultants (IMC) ampla, ofertar serviços por intermédios de
fornece a única certificação para consul- profissionais qualificados e conhecedores
tores de gestão individual nos EUA e este do tema que deve ser abordado pela orga-
certificado está em conformidade com as nização.
normas internacionais do Conselho Inter- Podemos afirmar que uma das principais
nacional dos Institutos Gestão. ICM define missões de uma consultoria seja visualizar
padrões globais de competência técnica e a empresa e ser capaz de identificar proble-
idoneidade profissional para consultores em mas e apresentar soluções com conheci-
mais de 40 nações. Disponível em: <http:// mento tácito e explícito.
www.imcusa.org/?page=GOVERNANCE >.
Acesso em: 18 set. 2016. Antes da definição dos valores a serem co-
brados pelo trabalho do consultor, ele deve
1. Tipos de consultoria e o papel ainda pensar sobre uma série de outras
questões, menos “matemáticas”, porém,
do consultor interno e externo.
que são igualmente decisivas e que valori-
Basicamente, existem dois tipos de consul- zam seu trabalho e sua hora, tais como: re-
toria: a consultoria interna e a consultoria putação no mercado, formação acadêmica,
externa. Elas são responsáveis, de forma presença na mídia, em congressos, seminá-
rios e palestras, importância do trabalho,
12/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
importância do cliente ou segmento para tada por qualquer setor, por isso foi aborda-
o consultor, clientes “prospect” e taxas de do o titulo organizações, pois qualquer seg-
mercado. mento também pode contratar uma con-
A consultoria empresarial pode ser contra- sultoria.
O profissional que realiza funções de con-
Para saber mais sultoria recebe a denominação de consul-
O conhecimento tácito é aquele que o indivíduo tor. O termo consultor origina-se do latim
adquiriu ao longo da vida, que está na cabeça das consultore, pessoa que dá conselhos. Pode
pessoas. De modo geral, ele é difícil de ser forma- ser compreendida como a função realizada
lizado ou explicado a outra pessoa. Ele é subjetivo pelos religiosos no século passado e, tam-
e inerente às habilidades de uma pessoa, como bém, como a função dos médicos, advoga-
“know-how” e “Expertise”. Já o conhecimento ex- dos e contadores. O consultor deve ser um
plícito é aquele que é formal, claro, regrado, fá- facilitador dos processos de mudança (LEI-
cil de ser comunicado. Conhecemos e adquirimos TE et al., 2005).
por intermédio de textos, desenhos, diagramas O profissional consultor pode ou não estar
etc. e que são guardados em bases de dados ou vinculado a uma organização. Quando ela é
publicações, registrados em artigos, revistas, li- exclusiva, ou seja, contrato exclusivamen-
vros e documentos. te por uma organização, ele recebe o título
13/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
de consultor interno; quando o consultor é final. Ele não faz parte do problema a ser
contratado por prestar serviços esporádicos avaliado ou solucionado. Há vantagens e
ou como autônomos recebe o titulo de con- desvantagens que o trabalho como consul-
sultor externo. tor interno traz.
É preciso distinguir duas modalidades de tra- A consultoria externa é o conjunto de ati-
balho de consultoria: a interna e a externa. EXTERNA vidades realizadas por um
A consultoria interna é o conjunto de ati- profissional, denominado
-Larga Experiência;
INTERNA vidades realizadas por um consultor externo, que não
-Possui mais
profissional, chamado con- imparcialidade;
tem vínculo empregatí-
-Conhecimento dos
Procedimentos; sultor interno, que tem vín- -Possui maior aceitação;
cio com a empresa-cliente
-Acesso às partes culo empregatício com a -Possui maior risco;
(LEITE et al., 2005). O con-
interessadas;
empresa-cliente e subordi- -Baixa proximidade com
sultor externo é o profis-
-Dotado de poder
na-se a algum tipo de hie- os colaboradores. sional contratado externa-
informal;
rarquia na organização, o mente, que atua conforme
-Alta oposição;
que pode ser considerado normas, procedimentos,
-Possuiu menos
liberdade. um obstáculo. Nem sempre relações e valores estabelecidos em contra-
tem acesso ao nível hierár- to. Também apresenta vantagens e desvan-
quico detentor da decisão tagens.
14/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
É comum as organizações trabalharem com os dois tipos de consultoria, sabendo-se que uma
não exclui a outra. Um consultor interno pode funcionar com um grande facilitador dando apoio
aos projetos enquanto o consultor externo atua de forma mais ampla focado em análises e le-
vantamento de dados relevantes ao negócio.
Existem algumas vantagens e desvantagens entre esses tipos de consultoria. Veja o Quadro 2:
Quadro 2 – Tipos de consultoria
Interna Externa
Diariamente em contato com os procedi-
Larga experiência de mercado
mentos corporativos
Ligada aos atalhos organizacionais Atuação em organizações diferentes
Vantagens
Maior acesso aos stackholders Imparcialidade na atuação
Visões diferentes para problemas dife-
Poder informal
rentes
Carência na praticidade da execução Não conhece atalhos organizacionais
Menor experiência Aumento de risco
Desvantagens
Maior oposição da alta diretoria Falta de proximidade com os stackholders
Vinculo Empregatício
Fonte: Elaborado por Zanutim (2016).
15/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
Também existe a possibilidade de classificarem-se essas consultorias em subtipos, dependendo
da estrutura e da abrangência. Veja os comparativos, no Quadro 3, para facilitar a compreensão.
Quadro 3 – Tipos de consultorias.
Tipo de Consultoria
Estilo Pacote Artesanal
• Forte estrutura metodológica • Metodologias e técnicas administrativas
específicas para o cliente
• Forte estrutura de técnicas administrati-
vas • Necessidade de consultor com maior ex-
periência
• Mais rápida que a artesanal
• Implantação mais “tranquila” e melhor
Quanto à • Menor custo
treinamento dos clientes
estrutura • A adequação à realidade do cliente é prati-
• Menor resistência dos usuários
camente inexistente
• Melhor qualidade dos trabalhos
• Relação de dependência por causa do ex-
cesso de manuais que nem sempre estão • Maior independência do cliente em rela-
incorporados nas atividades dos colabora- ção à consultoria
dores do cliente • Necessidade de conhecimento abrangente
Fonte: Elaborado por Zanutim (2016).
16/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
É possível notar que a consultoria artesanal Quando pensamos em consultoria quanto
pode atuar de uma forma mais personaliza- à abrangência, podemos classificá-las em
da, customizadas as necessidades do con- duas categorias, a saber: especializada e to-
tratante. Pode aplicar metodologias espe- tal. Veja o quadro comparativo para esclare-
cíficas para cada necessidade por meio de cer melhor suas diferenças, além de verificar
adaptações, modificações e combinações. algumas vantagens e desvantagens.
Já a consultoria pacote busca atender às ne-
cessidades do cliente, utilizando-se de so-
luções próprias e metodologias específicas,
além de genéricas e abrangentes, que po-
dem servir para diferentes condições e em
empresas distintas.
17/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
Quadro 4 – Tipos de consultorias.
Tipo de consultoria
Consultoria especializada Consultoria total
• Contato com a média administração • Atua em praticamente todas as ativi-
dades do cliente
• Poucos assuntos dentro de uma área de
conhecimento • Otimização no treinamento
• Melhor qualidade dos serviços • Necessidade de integração das meto-
Quanto à abran-
dologias nas diversas áreas
gência • Maior interação com outros sistemas do
cliente • Necessidade de especialistas em cada
área de atuação
• Serviços mais rápidos e de menor custo
• Consultores associados e cooperativa
• Maior treinamento
de consultores
• Melhor qualidade • Maior abrangência e facilidade de atu-
ação
• Maior interação com outros sistemas
• Melhor treinamento
Vantagens • Maior Rapidez
• Menores Custos de Investimentos
• Custos Menores
• Ideal para trabalhos amplos e complexos
• Maior Treinamento
18/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
Tipo de consultoria
Consultoria especializada Consultoria total
• Adequada definição do assunto • Metodologias Interligadas
Desvantagens • Consultor realmente especialista no as- • Especialistas por assunto
sunto
Fonte: Elaborado por Zanutim (2016).
Tipos de consultoria
Consultoria globalizada
Vantagens
Elevada amplitude
• Atuação em diversos países Livre comércio
• Necessária pela evolução tecnológica União aduaneira
Quanto à amplitude
• Contrato com a alta administração Mercado comum
• Negociação demorada União econômica
Desvantagens
Além de todas essas modalidades, ainda podemos assumir mais duas modalidades da consulto-
ria empresarial, a consultoria de processo e a de conteúdo.
A de processo conduz o cliente a levantar e entender questões relevantes, pesquisar e selecionar
opções, avaliar riscos e vantagens para definir caminho a tomar ou chegar a conclusões; facili-
20/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
ta a reflexão e a dinâmica do trabalho, sem Os consultores associados são profissionais
impor modelos nem direcionamentos à em- especializados e experientes em determi-
presa-cliente. nados assuntos, desenvolvendo atividades
E a de conteúdo auxilia no diagnóstico ou na de forma interativa e participativa com ou-
solução de uma necessidade e pode auxiliar tros consultores, todos sob coordenação de
no formato de ensino e aprendizagem. uma empresa de consultoria. Podem atuar
Quadro 6 – Relacionamento das consultorias com os clientes
em forma de cooperativa de consultores,
que é uma empresa, ou seja, uma sociedade
Consultor associado
Formas de rela-
de consultores em que todos são proprie-
Consultor autônomo tários e a administração é feita democra-
cionamento
Consultor virtual ticamente, dividindo despesas e buscando
Fonte: Elaborado por Zanutim (2016).
resultados comuns (CROCCO; GUTTMANN,
2005).
Um consultor associado se une a outros
profissionais, também a consultores, sem O consultor autônomo, como o próprio
relação de subordinação ou de dependên- nome sugere, trabalha de forma indepen-
cia, mas de associação, que pode ocorrer de dente, como profissional liberal e tem auto-
modo formal (por intermédio de algum do- nomia de atuação. O consultor virtual não
cumento) ou informal (verbalmente). se relaciona pessoalmente com seu cliente,
21/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
mas presta serviços a distância, por meio telefônico, eletrônico, ou por correspondência (CROC-
CO; GUTTMANN, 2005).
Oliveira (2010) refere-se ao consultor virtual como o profissional que apresenta soluções via in-
ternet nas empresas, as chamadas e-consulting, ou seja, consultoria virtual, uma evolução tec-
nológica na atividade de consultoria empresarial. Mocsányi (2003) considera, também, o consul-
tor o líder de um grupo – aquele que lidera um grupo que o ajuda na execução dos projetos.
Quadro 7 – Papéis do consultor.
1 – Consultor de recursos Fornece informações, recomenda planos de ação, trabalha com ges-
tão de pessoas, transfere conhecimento para mudança comporta-
mental e atitudinal de pessoas e grupos.
2 – Consultor de procedimento Porque auxilia na resolução de problemas, transfere métodos e técni-
cas para diagnóstico e colabora no enfrentamento e correção de pro-
blemas.
3 – Parceiro Capaz de desenvolver parcerias de negócios.
4 – Professor Busca do estado da arte (isto é, o maior refinamento atualizado) do
conhecimento.
5 – Modelador de comportamentos Trabalha com gestão de pessoas.
6 – Especialista Domina determinado assunto.
22/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
7 – Assessor técnico Da assistência em determinada função.
8 – Conselheiro Trabalha em conselhos de administração.
9 – Coach Orientador de carreiras.
10 – Observador reflexivo Acompanha um cliente e oferece análises e conclusões
Fonte: Adaptado de Crocco e Guttmann (2005) e Mocsányi (2003).
Para exercer tais papéis, o consultor empresarial precisa ter algumas qualificações, tais como,
experiência, educação formal, diferenciais e atributos que o tornem competente. Veja uma lista
no Quadro 8.
Quadro 8 – Características de um consultor empresarial
Comportamentos
Atributos Definições
Interatividade Capacidade de interagir com as pessoas, criando ambiente favorável à comu-
nicação e gerando confiança.
Pró-atividade Busca da antecipação do futuro, focando em resultados e mudanças.
Racionalidade Capacidade de fazer análises.
Valores Consolidados Crenças e convicções consistentes.
Comprometimento Compromisso com objetivos e metas
Habilidades
23/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
Técnicas Metodologias de aplicação
Relacionamento Humano Capacidade de criar e se adaptar ao clima organizacional
Administração Capacidade de Gestão
Comunicação Compartilhamento da informação
Fonte: Adaptado de Crocco e Guttmann (2005).
Todo consultor empresarial deve ter a habilidade de se relacionar e interagir com as pessoas,
devendo, necessariamente, estar pautado em crenças e princípios éticos. O Instituto Brasileiro
de Consultores Organizacionais (IBCO) elaborou o Código de Ética do Consultor Organizacional,
estabelecendo normas de conduta nos relacionamentos e responsabilidades.
O uso de suas competências, fundamentadas em valores e princípios éticos, vai contribuir para o
sucesso da atividade de consultoria, especialmente na negociação, pois, durante todo o proces-
so, o consultor negociará, criando, inovando, relacionando e auxiliando a empresa-cliente na to-
mada de decisões. Uma empresa-cliente que é monopolista, para maximizar o seu lucro, produz
24/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
uma quantidade capaz de equalizar a recei- Dica: Eduardo Rocha, do IBCO, escreveu
ta marginal e o custo marginal de produção. um roteiro de dicas importantes para o uso
Devido ao mercado de consultoria ser bas- eficaz de uma consultoria organizacional,
tante competitivo, o consultor encontra di- quais sejam:
ficuldades na venda de seus serviços. Mo- • Verifique por que a sua empresa quer
csanyi (2003) ressalta o “tripé da venda de contratar uma consultoria. Não a cha-
consultoria: 1) o nome da empresa, a grife, me se você não souber exatamente o
as referências; 2) a metodologia de traba- que quer;
lho; 3) a reputação, bagagem e conheci-
• Analise se a sua própria empresa não
mentos do consultor”.
dispõe de pessoas capacitadas, tem-
Assim sendo, compreenda os aspectos que po, informações e recursos para resol-
vão facilitar o processo de negociação nas ver um problema;
atividades de consultoria, pois as relações
• Apenas contrate uma consultoria se
humanas surgidas em decorrência dessas
você estiver com um real desejo de
atividades podem envolver a negociação,
mudança, por isso esteja disposto a
importante para o alcance dos objetivos.
ouvir o que ela tem a dizer;
25/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
• Procure conhecer o trabalho da con- • Consultor que está em início de carrei-
sultoria, questione sobre clientes an- ra não deixa de ser adequado e com-
teriores e resultados obtidos; petente, mas geralmente tem expe-
• Verifique o porte, as características e riência na área de sua especialidade
a reputação dos clientes anteriores e ainda não possui outros requisitos
apresentados como referência, entre da consultoria, como liderança, por
em contato com eles; exemplo. Talvez você tenha de assu-
mir essa parte;
• Verifique se há, entre as referências,
empresas do mesmo segmento, pois • Não se deixe influenciar por uma em-
indica que o consultor tem experiên- presa de consultoria de renome. Isto
cia no ramo. nem sempre é sinal de competência
específica para a sua situação;
• No caso de consultor independente,
preste atenção ao seu tempo de atu- • Se necessário, verifique se o consultor
ação no mercado e analise o risco de não trabalha com a concorrência, pois
ele resolver trabalhar como emprega- ele poderá ter acesso a documentos
do novamente antes do final do pro- sigilosos. Há clientes que exigem esse
jeto; compromisso, ou o de não divulgação,
por escrito;
26/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
• Embora não seja determinante, a es- o IBCO – Instituto Brasileiro dos Con-
trutura que o consultor possui é um sultores de Organização (www.ibco.
item relevante. Estrutura demais, cus- org.br) possui um, estabelecido por
ta caro e pesa no preço dos serviços e Assembleia de seus associados há 10
estrutura de menos pode não ser ade- anos;
quada para ao perfil do contratante; • Estabeleça o elo com o consultor, co-
• Leia bem a proposta e não tenha medo ordenando os entendimentos entre as
de pedir detalhes, o que leva ao me- partes;
lhor entendimento do problema; • Não abdique do controle de decisões
• Exija garantias de que, após a conclu- que envolvam sua empresa, pois você
são do projeto, haverá continuidade e sua equipe são as pessoas que mais
com autonomia. Assim, não depen- entendem do seu negócio. Estabeleça
derá do consultor, tendo condição pontos de controle;
de autossustentação. A metodologia • Defina as fases da consultoria, e, tam-
para isto deve ser adequada; bém, como e quando o serviço termina;
• Verifique qual é o código de ética que • Acompanhe de perto o andamento
a consultoria segue, lembrando que dos trabalhos e controle a metodolo-
27/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
gia e os resultados obtidos. Não fique ria, é importante que se conheça bem as
aguardando que os consultores façam necessidades do cliente, ter uma metodo-
tudo por você. Isso é fundamental para logia de trabalho bem parruda e consis-
o sucesso do projeto; tente e ter uma bagagem, como já vimos
• Quando houver treinamento, não se anteriormente.
esqueça de que existem métodos di- Saber negociar é importante em todos
ferentes e curso nem sempre é o me- os aspectos da vida. Nesse sentido, serão
lhor. Exija avaliação, além da avaliação apresentados, no próximo tema, algumas
de reação, pós-evento; ferramentas, métodos e processo de nego-
• Não tenha medo de elogiar ou de dizer ciação nas atividades de consultoria, pois
o que não está bem, seja assertivo as relações humanas, de trabalho e network
surgidas em decorrência dessas atividades
Como todo mercado, o de consultoria não
podem envolver a negociação.
é menos competitivo. Quem quer enveredar
pelos caminhos da consultoria certamente
encontrará desafios para comercializar seus
serviços.
Para vender melhor o serviço de consulto-
28/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
Glossário
Diagnóstico: termo que pressupõe que o consultor avalie e analise determinada situação, sen-
do capaz de formar um cenário exato dos problemas ou dificuldades ou necessidades e apre-
sentar uma proposta de solução.
ISO: International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização).
Empresa: empresa é um tipo de organização, portanto, toda vez que for abordado o termo or-
ganização neste texto, estenda-o para a ideia de empresa.
29/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
?
Questão
para
reflexão
30/247
Considerações Finais
31/247
Referências
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Thomson Learning, 2007.
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prego”. São Paulo: Central de Negócios em RH Editora e Marketing, 2003.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de consultoria empresarial: conceitos, metod-
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equipes: estratégias e tendências. 5. ed. São Paulo: Gente, 2002. p. 85-138. v. 1.
32/247 Unidade 1 • Consultoria empresarial. Tipos de consultoria e o papel do consultor interno e externo
ZANUTIM, Claudio. Como construir objetivos e metas atingíveis. São Paulo: Editora Anjo, 2016.
_______. Café e Negociação. Disponível em: <http:// http:// http://insightscorporativos.com.br/
episodio-de-hoje-cafe-e-negociacao-as-sete-etapas/> Acesso em: 18 set. 2016.
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Questão 1
1. Leia as afirmações, reflita e assinale a alternativa correta:
34/247
Questão 2
2. Como falamos muito sobre a venda da consultoria, é importante que você
faça uma pesquisa para responder a esta próxima questão. Pesquise sobre a
metodologia SPIN Selling e depois da pesquisa efetue sua resposta.
Uma visita de prospecção efetuada pela consultoria oferece vários tipos de
perguntas. O Geraldo Camargo, que é consultor, sai para fazer uma visita
de prospecção em uma fábrica do ramo agrícola. A finalidade da visita era
coletar dados para a preparação e criação de uma proposta de trabalho, e
ele fez uma pergunta estratégica para o principal decisor da companhia:
“Que impactos o senhor está percebendo diante do alto nível de rejeição a
mudanças de seus colaboradores”?
Em que tipo de pergunta da metodologia SPIN enquadra-se esse questionamento?
a) Pergunta de situação.
b) Pergunta sobre problemas.
c) Pergunta de implicação.
d) Pergunta de resultado.
e) Pergunta de Investigação
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Questão 3
3. Como um bom consultor, você sabe que o processo de consultoria é
composto por fases. Você acaba de fechar contrato com uma fábrica im-
portante para prestar um serviço de planejamento estratégico. Assim, após
isso, qual será a próxima fase em que você terá de atuar?
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Questão 4
4. Leia atentamente as afirmações a seguir:
I – Consultor que está em início de carreira não deixa de ser adequado e competente, mas ge-
ralmente tem experiência na área de sua especialidade e ainda não possui outros requisitos da
consultoria, como liderança, por exemplo.
II – O consultor autônomo, como o próprio nome sugere, trabalha de forma independente, como
profissional liberal, e tem autonomia de atuação.
III – O elo entre a consultoria e os clientes é o produto ou serviço do consultor.
IV – Uma das vantagens de contratar um consultor externo é o alto grau de conhecimento da or-
ganização e o acesso a pessoas e grupos da empresa-cliente.
V – Uma das formas de remuneração de um consultor empresarial é o fee mensal.
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Questão 4
Estão corretas apenas as afirmações contidas em:
a) I, II e III;
b) II e IV;
c) I, II e IV;
d) I, II, III e V;
e) I, V.
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Questão 5
5. É correto afirmar que um dos objetivos da consultoria interna de recur-
sos humanos é:
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Gabarito
1. Resposta: A. estratégico para tomada de consciência so-
bre as oportunidades e riscos. Se a empre-
A 1ª afirmação está incorreta, porque se re- sa-cliente fechou contrato com você, é por-
fere à consultoria artesanal. que ela acredita nas suas recomendações.
A 2ª afirmação está incorreta, porque se re-
fere à consultoria pacote. 4. Resposta: D.
Portanto, as duas afirmações são falsas. A afirmação IV está incorreta. Uma das van-
tagens de contratar um consultor interno
2. Resposta: C. (e não o consultor externo) é o alto grau de
conhecimento da organização e o acesso a
A alternativa C – pergunta de implicação pessoas e grupos da empresa-cliente.
refere-se a insatisfações e impactos – está
correta.
5. Resposta: B.
3. Resposta: C. Descentralizar as informações relacionadas
à gestão de pessoas para agilizar a comuni-
A alternativa C: essa é a fase de aplicação
cação e ir ao encontro das reais necessida-
da técnica administrativa de planejamento
des dos colaboradores.
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Unidade 2
Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico
empresarial e apresentação dos resultados.
Objetivos
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Introdução
Neste tópico, abordaremos o tema estraté- algum conflito aparente, buscam fazer o
gia de negociação em consultoria. Contudo, melhor através de ações decididas conjun-
vale salientar que é necessário saber do que tamente, ao invés do que poderia ser feito
se trata mesmo, estratégia e negociação. de outras maneiras.
Estratégia é uma daquelas palavras que, A ideia de trazer duas definições foi para que
juntamente com “liderança” e “empreende- se tenha uma visão da interação entre elas.
dorismo”, se transformou em jargão corpo-
Há duas considerações importantes sobre
rativo nos últimos anos e a massificação do
negociação. A primeira: toda negociação
seu uso acabou deturpando o seu conceito.
é única, pois sempre se alterarão as partes
O professor Falconi costuma dizer que es-
tratégia é a capacidade de acertar no cen- envolvidas, os ambientes e objeto a nego-
tro de um alvo em movimento, mirando de ciar. A segunda: negociar é uma arte. Exige
uma plataforma em movimento e com vá- conhecimento, disciplina e controle emo-
rias coisas passando entre elas. cional.
Segundo Lax e Sebenius, em The Manager Toda negociação tem quatro fases essen-
Negotiator (1987), negociação é um pro- ciais e que você deve seguir à risca. São elas:
cesso de interação potencialmente opor- planejamento, proposta, discussão e bar-
tunista, pelo qual duas ou mais partes, com ganha.
42/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
Cada fase deve ser respeitada de forma evo- poeira assentar e volte a negociar, mesmo
lutiva. Ou seja, não atropele nenhuma; caso que seja em outra ocasião ou encontro. Isso
contrário, sua negociação pode ser desvan- mostrará controle e sangue frio.
tajosa. Na fase da barganha, é a hora do toma-lá-
Na fase de planejamento, prepare-se bem, -dá-cá. Nesse momento, você apresenta
buscando informações sobre suas posições suas concessões e ouve as do cliente. Assim,
e da outra parte. O máximo que conseguir. vai conduzindo a negociação nesta fase de
Coletar informações, tanto do negociador barganha suavemente para o final.
como da empresa, é melhor ainda. Nunca entre em uma negociação com uma
Na fase da proposta, esteja preparado para proposta indecorosa ou indecente, pois você
entregar valor percebido ao cliente, isto estará subjugando seu adversário e isso em
quebrará barreiras iniciais. Quando o clien- minha opinião é péssimo!
te percebe valor em sua proposta, ele o res-
peita.
Na fase da discussão, mantenha a sereni-
dade. Ao primeiro movimento de nervosis-
mo ou ânimos acalorados, recue, espere a
43/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
1. Estratégia de negociação em Figura 1 – Etapas do processo de negociação
consultoria.
Primeira etapa
44/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
lacionar as questões de alta, média e baixas Segunda etapa
prioridades; c) determinar quais concessões
pode fazer e quais precisam obter em troca; Deve-se atentar a cinco pontos essenciais
d) coletar o máximo possível de informa- na etapa dois. Vamos ao primeiro:
ções; e) planejar sua estratégia e sua tática 1. Esclarecer as suas necessidades e as da
de apoio. outra parte.
Devem-se considerar três palavrinhas má- Quanto mais claras estiverem as necessida-
gicas que podem ajudar nas negociações. des a serem discutidas, mais fácil será che-
A primeira é Posição: algo rígido, fixo, imu- gar a um acordo amigável em uma relação
tável, como se fosse uma trincheira. de ganha-ganha na negociação.
As posições foram estabelecidas no mo- Além da atenção aos cinco pontos da explo-
mento de preparo da negociação, portan- ração das necessidades de cada um, deve-
to deve-se comunicá-la sem arrogância e -se utilizar algumas ferramentas para me-
de maneira que fiquem claras para a outra lhorar o desempenho nesta segunda etapa.
parte, sem que ela se ofenda. Uma posição A saber:
receptiva abre portas e amplia o processo • O uso das perguntas;
de concessões.
• O teste de suposições;
46/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
• A arte da audição ativa; teríamos de fazer um curso só para conhe-
• O impacto da linguagem corporal; cer e se especializar em todas elas.
48/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
Quinta etapa Esteja sempre atento e acompanhe todas as
suas concessões. Você pode e deve ter um
Mantenha as concessões o máximo que bloco de notas, visto que você fez o óbvio,
conseguir, evitando fazer a primeira con- preparou-se para a negociação. Então, con-
cessão. Isso abrirá uma brecha para que o trole cada uma delas e muita atenção.
outro negociador ou o cliente queira mais
Não tenha vergonha de desistir de uma
concessões.
concessão já feita. É o aperto de mãos final
Justifique todas as concessões, sempre dan- que vale para fechar um acordo de nego-
do apoio a elas e valorizando-as. Assim, o ciação. Além disso, não tenha vergonha de
outro negociador dará mais valor para cada dizer NÃO a uma concessão que você tenha
uma. achado ruim.
Em toda negociação, a cautela é importan-
te, então cuidado com as ofertas e seja mui- Sexta etapa
to cauteloso na hora de dividir a diferença.
A reciprocidade é importantíssima; utilize a Para fechar um acordo, além das técnicas
técnica do: se / então. E evite dar algo em de negociação, deve-se utilizar as técnicas
troca sem receber algo em troca, mesmo sobre superação de objeções e fechamen-
que mínimo. tos rápidos.
49/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
Algumas possibilidades de fechamento: Outra é a técnica POR SUPOSIÇÃO: faz-se
A primeira técnica de fechamento pode ser uma pergunta que pressupõe que o outro
POR AVALIAÇÃO: pegar uma folha de papel, vá comprar. Essa é uma das que você mais
passar um traço vertical no meio, colocar + verá por aqui
na esquerda e – na direita. Em seguida, lis- Existe a técnica do FECHAMENTO ALTERNA-
tar os pontos positivos caso cheguem a um TIVO: onde você poderá optar pelo e/ou. Por
acordo e os pontos negativos do mesmo exemplo: este ou aquele produto, esse ou
acordo. A lista da esquerda deverá, natural- aquele prazo, esse ou aquele desconto.
mente, ser maior que a lista da direita. O ou- Há também a técnica do FECHAMENTO
tro lado parece disposto a fazer um acordo, CASO CONTRÁRIO, na qual você inverte a
mas ainda parece hesitar. situação de fechamento para que o outro
negociador perceba valor na proposta. Cui-
dado! Não pode ter o tom de ameaça, e sim
de escassez. Não se esqueça dos gatilhos
mentais dos quais falamos em outra oca-
sião.
50/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
Fique atento a gestos verbais e não verbais Amarrar todas as pontas significa fazer um
e à linguagem corporal. Poderemos falar um breve relato e uma retomada de tudo que
pouco mais sobre isso em outro encontro. foi dito e discutido durante todo o processo
de negociação.
Sétima etapa Dois pontos de atenção:
É bem simples, contudo muito importante • Confirmar exatamente o que ficou
para as negociações. Tão importante quan- combinado;
to negociar bem e seguir as outras seis eta-
• Concordar com um plano para resol-
pas e suas fases é fazer um bom fechamen-
ver possíveis diferenças futuras.
to da negociação.
É preciso saber que o canal de comunicação
deve ficar aberto durante todo o processo
de negociação, ou seja, em todas as suas
etapas. Mesmo que tenha de reabrir a ne-
gociação depois de feitas as amarras, será
bem mais confortável para as partes en-
volvidas do que se não houvesse nenhuma
amarra das pontas.
51/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
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Existem alguns elementos que são imprescindíveis na negociação. Para isso, foi criado esse pe-
queno diagrama para facilitar o entendimento e a visualização.
Figura 2 – Elementos-chave da negociação
52/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
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Robbins (2005) diz que é possível alinhar 2. Elaboração de projetos de
todo o processo e etapas da negociação as consultoria.
estratégias de negociação do consultor.
Na preparação e planejamento, algumas Todo projeto tem um processo e também
perguntas precisam ser respondidas: o que algumas etapas a se cumprir, em consulto-
o consultor pretende? Que metas pretende ria não é e não deve ser diferente.
alcançar? Que acordo poderia aceitar? Além Deve apresentar: escopo, prazo, estabeleci-
dessas perguntas, precisam ser considera- mento de recursos.
das outras em relação ao seu oponente: o
A abrangência de um projeto é estabeleci-
que a empresa-cliente espera? Que metas
da em seu escopo, que nada mais é do que
ela pretende alcançar? Que acordos seriam
a definição do problema, objetivo, justifica-
aceitáveis para ela? Na fase de definição
tiva, a extensão, a área de atuação, os re-
das regras básicas, é preciso definir com seu
sultados esperados, o horizonte, o início e o
oponente as diretrizes e os procedimentos
término das ações.
que nortearão a negociação: quem serão os
negociadores? Onde acontecerá a negocia-
ção e a limitação de tempo?
53/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
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Tempo ou prazo é um recurso escasso, sem
volta e muito caro, portanto definir clara-
mente o prazo do projeto de consultoria é
extremamente importante; ele é o período
de tempo que será consumido para a con-
clusão do objetivo a ser atingido.
Zanutim (2016) aborda uma matriz de re-
cursos que pode e deve ser trabalhada em
qualquer tipo de projeto e serve também
para as consultorias. Nela, é possível perce-
ber a necessidade da análise e da valoriza-
ção dos recursos.
Cada quadro demonstrado a seguir aborda
um recurso e seus detalhes e informações,
vale atentar para cada um com cuidado.
54/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
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Quadro 9 – Matriz de 7 recursos
55/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
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Quadro 10 – Matriz de recurso financeiro
56/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
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Quadro 11 – Matriz de recurso financeiro.
57/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
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Quadro 12 – Matriz de Recurso Infraestrutura
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Quadro 13 – Matriz de recurso equipamentos e máquinas
59/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
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Quadro 14 – Matriz de recurso matéria-prima
60/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
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Quadro 15 – Matriz de recurso tempo
61/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
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Quadro 16 – Matriz de recurso informação
O próximo passo é a ação, ou seja, a construção e um plano de ação para a execução do porejo de
elaboração da consultoria em um cliente.
62/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
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Segundo Leite et al. (2005), um projeto pode 4. Observações pessoais. Fundamentan-
ser definido por três fases: 1) levantamento; do-se na coleta de dados da etapa de
2) diagnóstico e desenvolvimento; 3) im- levantamento, será possível estabele-
plantação e implementação. cer o diagnóstico e a apresentação da
O mesmo autor aborda que o levantamento proposta de consultoria.
é a fase inicial, em que poderão ser utiliza-
3. Diagnóstico empresarial e
dos quatro tipos de instrumentos, a saber:
apresentação dos resultados.
1. Análise de documentos como formu-
lários, manuais e relatórios da empre- O consultor deve saber que o diagnóstico
sa-cliente. pressupõe analisar uma situação. Ele deve
2. Entrevista, que pode ser individual, ser capaz de construir um cenário exato dos
com um ou mais executivos da em- problemas, dificuldades e necessidades do
presa-cliente. cliente, e, após isso, apresentar uma pro-
3. Questionários ou formulários, ou seja, posta de solução.
um conjunto de perguntas abertas ou
fechadas.
63/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
Um diagnóstico pode seguir um roteiro e Isso é capaz de traduzir a efetividade do
alguns pontos que, segundo Crocco e Gutt- diagnóstico, pois o consultor também tem
mann (2005), podem ser da seguinte forma: a obrigação de perceber quando sua meto-
a) Focar os fatos e dados, sem julgá-los dologia não cabe em determinado cliente.
antecipadamente; Isto tem ver com conduta ética. Mas é outro
tema para outra ocasião.
b) Usar linguagem simples, e do cotidia-
no das pessoas, para facilitar a comu- Block (2001) nos oferece um desses mode-
nicação e compreensão; los. Veja a sequência:
c) Considerar a forma de funcionamento a) A empresa-cliente apresenta o pro-
da empresa e a forma de gestão, es- blema;
clarecendo sobre os relacionamentos,
b) O consultor redefine o problema ou a
as resistências e conflitos manifestos.
causa do problema/dificuldade;
Cada consultoria tem um modelo ou mé-
todo de diagnóstico, o que não significa di- c) A meta do consultor é desenvolver um
zer que um seja melhor que outro. Somente cenário claro e simples das causas do
significa que determinados métodos e mo- problema ou dificuldade;
delos servem para determinados clientes e
outros não.
64/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
d) Nesse cenário, pode estar incluído um mo passo é a elaboração do plano ideal de
problema técnico ou a forma como o funcionamento, o qual representa grafica-
problema está sendo administrado; mente ou por intermédio de um fluxograma
e) Tanto o problema técnico como a for- a situação proposta.
ma como o problema está sendo ad- O quinto passo é apresentar a nova estru-
ministrado merecem recomendações tura organizacional: com um novo organo-
do consultor. grama, se o projeto envolver mudanças es-
Leite et al. (2005) já nos oferecem uma me- truturais.
todologia, que está apresentada de manei- O próximo passo é descrever novos méto-
ra processual, segundo o autor: o primeiro dos e processos de trabalho para distribuir
passo seria a crítica do levantamento, em as responsabilidades para execução.
que se identificam os problemas, suas ori-
gens e consequências. O segundo passo se- O sétimo passo é buscar o envolvimento e
ria o enfoque da integração dos procedi- comprometimento por meio da Negocia-
mentos para identificar a falta de integra- ção com os usuários.
ção entre os procedimentos. E, por último, analisar a situação atual e pro-
O terceiro passo seria construção de um posta através de uma avaliação sistêmica.
relatório da situação existente. O próxi-
65/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
Note que são abordagens diferentes e que Uma doença financeira pode ser percebida
podem ser utilizadas em situações diferen- pelos sintomas de despesas financeiras ele-
tes com empresas diferentes. vadas, alta necessidade de capital de giro
O papel do consultor ou da consultoria em- ou alta influência de capital de terceiros.
presarial é, na fase do diagnóstico, identi- Claro que, nesses dois tópicos, pode haver
ficar alguns tipos de “doenças e sintomas” mais sintomas para as mesmas doenças,
empresariais. entretanto caberá ao consultor ou à consul-
Oliveira (2010) afirma que essas doenças toria empresarial perceber isso durante seu
podem ter sintomas diversos, como eco- diagnóstico.
nômicos, financeiros, técnicos, mercadoló-
gicos, administrativos e comportamentais.
Percebe que também tem a ver com os re-
cursos disponíveis na empresa?
Uma doença econômica pode ser percebi-
da pelo sintoma de retorno nulo ou irrisório
sobre o capital investido e também retorno
baixo sobre o ativo total.
66/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
Outra doença, conforme nossa analogia, agnóstico bem detalhado para identificar a
pode ser as técnicas, onde os sintomas serão necessidade e as “doenças de cada empre-
altos níveis de reclamações e devoluções de sa”. As empresas são formadas por pessoas
clientes ou alta dependência tecnológica e, como tal, têm características e compor-
externa. tamentos únicos. Nem sempre o mesmo
As doenças mercadológicas podem ter seus remédio servirá para mesa doença em em-
sintomas no processo de distribuição in- presas diferentes.
adequado, nos preços inadequados para
os produtos vendidos ou na falta de com-
petitividade no mercado. Já as doenças ad-
ministrativas podem ter os seguintes sin-
tomas: inadequada utilização de recursos
disponíveis, trabalhos repetidos, comporta-
mentais ou a falta de motivação.
Vale ressaltar que são exemplos de “doenças
e sintomas” que podem ser percebidos pela
consultoria. A consultoria deve fazer um di-
67/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
Glossário
Escopo: é a determinação da abrangência através da definição do problema e do objetivo, além
de considerar a justificativa, a extensão, a área de atuação e os resultados esperados pelo pro-
jeto.
Diagnóstico: termo que pressupõe que o consultor avalie e analise determinada situação. Seja
capaz de formar um cenário exato dos problemas ou dificuldades ou necessidades e apresentar
uma proposta de solução.
Projeto: empreendimento elaborado e único com começo, meio e fim com tempo determinado.
68/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
?
Questão
para
reflexão
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Considerações Finais
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Referências
ABENSUR, H. Uso da diálise peritoneal em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. Rev.
Bras. Hipertens.,São Paulo, v. 15, n. 3, p.162-165, jul./set. 2008.
BARON, Robert A.; SHANE, Scott A. Empreendedorismo: uma visão do processo. São Paulo:
ThomsonLearning, 2007.
BLOCK, Peter. Consultoria: o desafio da liberdade. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2001.
CROCCO, Luciano; GUTTMANN, Erik. Consultoria empresarial. São Paulo: Saraiva, 2005.
CURY, Antonio. Organização e métodos – Uma visão holística. São Paulo: Atlas, 1995.
DONADONE, Julio Cesar. O mercado internacional de consultorias nas últimas décadas: cresci-
mento, diversificação e formas de disputa. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo,
v. 10, n. 2, p. 1-15, 2003.
LEITE, Luiz Augusto Mattana da Costa. Consultoria em gestão de pessoas. Rio de Janeiro: FGV,
2005.
MOCSÁNYI, Dino Carlos. Consultoria: o caminho das pedras: trabalhando na “era do não em-
prego”. São Paulo: Central de Negócios em RH Editora e Marketing, 2003.
71/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de consultoria empresarial: conceitos, metod-
ologia práticas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2005.
ROSA, Luiz Edmundo Prestes. Consultoria interna de RH. In: Manual de gestão de pessoas e
equipes: estratégias e tendências. 5. ed. São Paulo: Gente, 2002. p. 85-138. v. 1.
ZANUTIM, Claudio. Como construir objetivos e metas atingíveis. São Paulo: Editora Anjo, 2016.
_______. Café e Negociação. Disponível em: <http:// http:// http://insightscorporativos.com.br/
episodio-de-hoje-cafe-e-negociacao-as-sete-etapas/>. Acesso em: 18 set. 2016.
72/247 Unidade 2 • Estratégia de negociação em consultoria. Elaboração de projetos de consultoria; diagnóstico empresarial e
apresentação dos resultados
Questão 1
1. Coloque V para verdadeiro e F para falso e depois responda à alternativa
correta:
( ) Na fase da barganha, é a hora do toma-lá-dá-cá. Nesse momento, você apresenta suas con-
cessões e ouve as do cliente. Assim vai conduzindo suavemente para o final.
( ) Nunca entre em uma negociação com uma proposta indecorosa ou indecente, pois você esta-
rá subjugando seu adversário e isto em minha opinião é péssimo!
( ) Toda negociação é um processo que basicamente tem sete etapas e sete elementos-chave.
( ) Toda negociação tem necessariamente sete etapas. Cuidado, pois etapas são diferentes de fases.
Assinale a alternativa correta:
a) V – F – V – V.
b) V – V – V – V.
c) F – F – F – V.
d) V – V – V – F.
e) F – F – F – F.
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Questão 3
3. Quantas etapas tem uma negociação?
a) 5.
b) 4.
c) 7.
d) 8.
e) 1.
75/247
Questão 4
4. Quais são os sete recursos essenciais e imprevisíveis para toda empresa e
consultoria gerir?
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Questão 5
5. Um dos objetivos da consultoria interna de recursos humanos é:
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Gabarito
1. Resposta: D. 4. Resposta: B.
2. Resposta: B. 5. Resposta: B.
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Unidade 3
Consultoria em RH interna e externa.
Objetivos
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Introdução
Um consultor interno possui vínculo empre- Para Leite et al. (2005), a consultoria exter-
gatício com a empresa-cliente e tem como na de RH é o conjunto de atividades de ges-
foco a consultoria interna. que é o conjunto tão de pessoas realizadas por um consultor
de atividades realizadas por esse profissio- externo de RH.
nal e que está subordinado a algum tipo de Existem características de cada uma das
hierarquia organizacional. três eras vivenciadas pelas organizações
Para Leite et al. (2005), a consultoria inter- até o momento atual, que são a era da in-
na de RH destina-se a um conjunto de ativi- dustrialização clássica, a era da industria-
dades de gestão de pessoas realizadas por lização neoclássica e a era da informação,
esse tipo de consultor interno. que servem para facilitar um pouco a com-
Um consultor externo não possui vínculo preensão sobre consultoria interna e con-
empregatício com a empresa-cliente e esse sultoria externa de recursos humanos.
tipo de consultoria é responsável pelo con-
junto de atividades que devem ser realiza-
das por esse profissional.
Como se pode perceber, as mudanças e transformações ocorridas nas três eras influenciaram a
forma de enxergar as organizações, os trabalhadores e suas atividades.
De Para
Operacional e Burocrático Estratégico
Policiamento e Controle Parceria e Compromisso
Curto Prazo e Imediatismo Longo Prazo
Administrativo Consultivo
Administrativo com foco na função rotativo Foco no Negócio
Foco Interno e Introvertido Foco externo e no cliente
Reativo e solucionador de problemas Proativo e preventivo
Foco na atividade e nos meios Foco nos resultados e nos fins
Fonte: Chiavenato (2004, p. 46).
Basicamente, as tarefas atuais das atividades do RH são desenvolvidas por dois grandes grupos,
a saber: os especialistas em RH e os gerentes de linha (gerentes, supervisores e outros) envolvi-
dos diretamente nas atividades de RH por serem responsáveis pela atuação dos trabalhadores.
Era Papéis
Era da industrialização clássica Os departamentos de RI (relações industriais) atuavam como inter-
mediários entre a organização e os trabalhadores.
Conciliadores entre a organização e os trabalhadores.
Fazer cumprir as exigências legais relacionadas ao trabalho, se res-
tringido a atividades operacionais e burocráticas.
Era da industrialização neoclássica Funções operacionais e táticas como prestadores de serviços espe-
cializados.
Gestão de pessoas assumem atividades estratégicas, visualizando o
direcionamento futuro da organização.
Segundo guru da gestão de pessoas Dave Ulrich, o RH pode e deve auxiliar na criação de uma or-
ganização criativa, renovadora e inovadora. Ele é agende de transformação organizacional.
Deve haver certa preocupação e atenção com alguns pontos essências para se compreender me-
lhor esses papéis. O primeiro deles é o foco nos resultados a serem atingido, o segundo é a metá-
87/247 Unidade 3 • Consultoria em RH interna e externa
fora ou imagem visual que acompanha cada ser cada vez mais de parceria, na qual ajuda
papel e o terceiro e último, as atividades que pressupõe comunicação eficaz.
o profissional de RH deve realizar para o de- Uma boa comunicação pode ser percebi-
sempenho de cada papel. da de forma eficaz quando ocorrem quatro
ações importantes: escutar, entender, falar
1. Habilidades dos consultores. e deixar de falar.
Um consultor pode e deve desempenhar Comunicação não é o que se fala, mas sim
três papéis na relação com seu cliente: ser o que a outra parte entende e compreende;
um provedor de informações especializa- as dificuldades de comunicação estão asso-
das, trabalhar como um diagnosticador e ciadas a uma dessas ações.
prescritor de remédios para as doenças em-
presariais, bem como ser um consultor de 2. A consultoria interna em re-
processo, ajudando o cliente a se ajudar. cursos humanos.
Um consultor deve exercer o papel de pro-
Ribeiro (2005) diz que a consultoria inter-
mover soluções, interagindo com o cliente
na em RH é uma forma de integrar RH aos
de forma que ele mesmo encontre os cami-
negócios da organização e que geralmente,
nhos certos. Essa relação com o cliente deve
no modelo de consultoria interna de RH, os
88/247 Unidade 3 • Consultoria em RH interna e externa
cargos têm atuação estratégica e exigem Para Orlickas (2008), os objetivos da con-
atuação multidisciplinar dos profissionais. sultoria de RH, são:
Um consultor interno deve ser um agente a) Prover a organização de informações
e fomentador de mudanças e de melhorias descentralizadas;
para as empresas. b) Facilitar a comunicação e a informa-
ção;
c) Oferecer melhor atendimento ao
cliente interno (colaboradores);
d) Atendimento às necessidades dos
clientes internos;
e) Propor o desenvolvimento de estraté-
gias globais;
f) Otimizar o desenvolvimento de equi-
pes e líderes;
g) Aprimorar os produtos e serviços ofe-
recidos aos colaboradores;
89/247 Unidade 3 • Consultoria em RH interna e externa
h) Antecipar tendências de gestão de/ do o modelo de consultoria por meio de
com pessoas. workshops, seminários ou palestras, para
A consultoria interna em RH abrange algu- obter envolvimento e aceitação. Feito isso, é
mas etapas, pois se trata de um processo e, muito importante mapear processos, inovar
como tal, prima por etapas. Além disso, ela sistemas e criar banco de dados.
não é uma lei, que segue padrões rígidos, A próxima etapa é definir claramente as po-
mas deve ser flexível, sujeita a alterações líticas de gestão de pessoas, revendo os pro-
durante todo o processo de implantação. cessos atuais do cliente e propor melhorias.
Baseado e embasado nos ensinamentos de Caso a empresa tenha condições, deve-se
Orlickas (2008), foi trabalhada aqui uma buscar certificação pelas normas ISO9000,
sugestão sequencial do processo que se ini- catalogando procedimentos internos, escritos
ciará com uma etapa de execução de ben-
e divulgados conforme exigências da norma.
chmarking (que é uma técnica de troca de
experiências para melhoria contínua), visi- Outra etapa do processo para implantação
tando algumas empresas para buscar expe- da consultoria de RH é buscar a sustenta-
riências bem-sucedidas de implantação. ção administrativa e funcional, com o apoio
logístico de profissionais para sustentar a
A próxima etapa seria buscar a conscienti-
função do consultor interno.
zação de todos os stackholders, divulgan-
90/247 Unidade 3 • Consultoria em RH interna e externa
Importante salientar que deve haver uma Muitas empresas operam como unidade de
etapa de capacitação dos profissionais de negócios, onde existe o papel do cliente in-
RH, desenvolvendo-os e os capacitando terno. Durante a implantação da consultoria
para serem multifuncionais, com uma visão interna, deve haver uma etapa responsável
generalista e uma atuação estratégica, ali- por transformar o RH em uma business unit,
nhando suas estratégias com as estratégias também. Assim, ficará mais participativo e
da companhia. próximo das decisões estratégicas.
O consultor interno tem um papel impor- Durante a implantação, deve constar do
tante neste processo e isso deve ficar muito processo um momento em que serão reali-
claro para todos os envolvidos e durante a zadas reuniões para alinhamento estratégi-
construção das etapas. Além do mais, a alta co, acompanhamento e ajustes.
gerência deve estar extremamente compro- A próxima etapa está ligada a uma adequa-
metida com todo o processo e apoiar cada ção de perfil do consultor interno. A compa-
etapa. nhia ou a alta gerência deve alocar o con-
A próxima etapa está ligada a um momento sultor interno adequado ao perfil do cliente
de transformação, no qual se faz necessário interno, valorizando o background do espe-
que os gerentes de linha se tornem também cialista e aproveitando suas especialidades
gestores de pessoas. e a experiências anteriores.
91/247 Unidade 3 • Consultoria em RH interna e externa
Como em todo processo, deve existir um Do contrário, os consultores internos se-
momento para revisões e reavaliações, em rão confundidos com técnicos generalis-
que correções e aperfeiçoamentos devem tas. Essa arquitetura da gestão de pessoas
ocorrer com frequência e devem estar no deve garantir três tipos de independências:
escopo do projeto. a) administrativa – sem subordinação direta
Muito bem, como em todo programa de im- às áreas para as quais presta serviço; b) po-
plantação de algo, em qualquer empresa, lítica – proteção contra os jogos de poder;
existem os dificultadores ou inibidores. Por- c) técnica – autonomia para diagnósticos,
tanto, deve-se haver uma etapa no proces- análises e propostas de ação exclusivamen-
so responsável pela gestão desses para en- te fundamentadas em competência técnica
frentar as dificuldades. dos consultores.
Só para finalizar o processo, uma palavra Algumas companhias nunca trabalharam
que é importante para tudo é: coragem; ter com consultoria, e isso deve ser conside-
coragem para realizar o trabalho com digni- rado pelos consultores, pois a implantação
dade e profissionalismo. da consultoria interna, por ser algo novo na
Segundo Donadio (2010), a primeira condi- organização, poderá afetar as pessoas, ge-
ção para a implantação é ter uma arquitetu- rando dificuldades que precisarão ser admi-
ra de consultoria interna de RH. nistradas pelos consultores internos.
92/247 Unidade 3 • Consultoria em RH interna e externa
3. Principais dificuldades. Uma boa comunicação, de forma positiva,
proativa e efetiva, pode evitar boa parte
Existem claro, algumas dificuldades à im- desses acontecimentos. Outro fator de difi-
plantação da consultoria interna de recur- culdade é a confiança, afinal ela só é adqui-
sos humanos, bem como algumas dicas e rida com proximidade e intimidade, o que
ferramentas para superá-las. É natural que pode e deve demorar um pouco.
certa dose de desconfiança e resistências
A resistência à implantação do modelo de
aconteça diante da possibilidade de o con-
consultoria interna deve ser encarada como
sultor provocar mudanças desconhecidas e
reação natural em qualquer processo de
indesejáveis pelos colaboradores de deter-
mudança, pois gera medo e ansiedade. Or-
minada organização.
lickas (2008) fornece uma gama de obser-
Como toda mudança causa desconfortos, o vações que vale a pena serem consideradas
simples fato da inserção e um consultor in- nesses casos.
terno poderá despertar a ideia de perda de
A manifestação das resistências e como li-
poder, descontrole sobre processos e pes-
dar com elas pode ser observada neste qua-
soas, insegurança, desligamentos e perse-
dro a seguir.
guições.
Durante o processo de implantação da consultoria, será possível identificar três tipos de pessoas
que normalmente são resistentes a mudanças. O primeiro deles é o tipo conservador que são os
mais resistentes e requerem trabalho que valorize evolução gradual de aderência e envolvimento;
o segundo tipo é o pragmático – embora, aparentemente, flexível, demonstra indecisão e incredu-
lidade se a mudança não trouxer resultados práticos e imediatos, e por último e não menos impor-
tante o tipo inventivo, sendo aquele que ocupa parte do tempo buscando mudanças até radicais.
95/247 Unidade 3 • Consultoria em RH interna e externa
A habilidade do consultor nesse momento
se torna primordial, pois caberá a ele iden-
tificar os tipos de pessoas e como lidar com
elas. Quanto mais o consultor trouxer resul-
tados palpáveis, maiores serão as possibili-
dades de superação das resistências (LEITE
et al., 2005).
98/247
Considerações Finais
99/247
Referências
ABENSUR, H. Uso da diálise peritoneal em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. Rev.
Bras. Hipertens., v. 15, n. 3, p. 162-165, jul./set. 2008.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organi-
zações. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
DUTRA, Eliana. Como lidar com pessoas difíceis no trabalho. Disponível em: <http://://profit-
coach.com.br/wp-content/uploads/2014/09/18-Como-lidar-com-pessoas-dif%C3%ADceis-no-
trabalho.pdf>. Acesso em: 9 out. 2016.
LEITE, Luiz Augusto Mattana da Costa et al. Consultoria em gestão de pessoas. Rio de Janeiro:
FGV, 2005.
ORLICKAS, Elizenda. Consultoria interna de recursos humanos – Conceitos – Benchmarking –
Cases. 10. ed. São Paulo: Danelli Editores, 2008.
RAICH, Mario; DOLAN, Simon. Adiante: as empresas e a sociedade em transformação. São Paulo:
Saraiva . 2010.
RIBEIRO, Antonio de Lima. Gestão de pessoas. São Paulo: Saraiva, 2005.
102/247
Questão 2
2. Quatro papéis são assumidos pelo consultor interno de RH na construção
de uma empresa mais competitiva. Assim que as metas e os objetivos são
definidos, é possível estabelecer esses papéis para que ele possa auxiliar no
atingimento delas.
A XPTO, empresa prestadora de serviços de TI, é responsável pela criação de um centro de aten-
dimento aos colaboradores, que pode ser acessado por um aparelho de celular via aplicativo ex-
clusivo, para falar diretamente com os consultores de RH.
A ideia é que haja uma interação entre os profissionais de RH e os colaboradores para a solução
de problemas e preocupações, o que pode e deve gerar envolvimento maior e o desenvolvimento
de competências deles.
Em uma situação assim, a empresa começa a estimular o papel dos consultores no exercício da:
a) Administração de estratégias;
b) Administração da transformação e mudança;
c) Administração da contribuição dos funcionários;
d) Administração da infraestrutura da empresa;
e) Administração de pessoal.
103/247
Questão 3
3. Durante o processo de implantação da consultoria, será possível identificar
três tipos de pessoas que normalmente são resistentes a mudanças.
105/247
Questão 5
5. Após ler a frase a seguir, preencha a lacuna com a palavra correta e assi-
nale alternativa.
106/247
Gabarito
1. Resposta: A. portante, há o tipo inventivo, aquele que
ocupa parte do tempo buscando mudanças
É importante que o consultor interno saiba até radicais.
que sua atuação é de larga amplitude.
4. Resposta: A.
2. Resposta: C.
A consultoria interna é a alternativa que
A alternativa C – administração da contri- responde corretamente ao enunciado.
buição dos funcionários – está correta.
5. Resposta: D.
3. Resposta: D.
A consultoria externa é a alternativa que
O primeiro deles é o tipo conservador, que responde corretamente ao enunciado.
é o mais resistente e requer trabalho que
valorize evolução gradual de aderência e
envolvimento; o segundo tipo é o pragmá-
tico, que, embora, aparentemente, flexível,
demonstra indecisão e incredulidade se a
mudança não trouxer resultados práticos
e imediatos, e, por último e não menos im-
107/247
Unidade 4
Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parcerias; planeja-
mento, acompanhamento, avaliação e encerramento.
Objetivos
108/247
Introdução
Basicamente, existem dois tipos de dados, todos, como um simples cadastro em sites
os primários e os secundários. Algumas ou- na internet, onde se pode coletar dados e
tras literaturas reconhecem os dados terci- transformá-los em informações gratuita-
ários. mente. A notícia ruim é que em quase 100%
Segundo Mattar (2005), dados primários dos casos os dados secundários são ultra-
são aqueles que ainda não foram antes co- passados.
letados. Eles são pesquisados com o obje- Podemos considerar também que os dados
tivo de atender às necessidades específicas terciários, aqueles disponíveis nos sistemas
da pesquisa ou diagnóstico em andamento. de gestão das empresas, os famosos ERPs,
Por sua vez, os secundários são aqueles que CRMs, etc., entrariam no conceito de da-
já foram coletados, tabulados, ordenados dos secundários, já que estão disponíveis.
e, às vezes, até analisados, com outros pro- Porém, se considerarmos que esses dois ti-
pósitos de atender às necessidades da pes- veram um custo para sua inserção, ou seja,
quisa ou do diagnóstico em andamento por o custo de operação da organização e do
outras fontes que não nossas. imput dos dados no sistema, então podería-
Dados primários são dados que custam al- mos considerá-los dados primários.
gum investimento para serem obtidos, e Assim, para não haver tanta confusão, de-
dados secundários estão disponíveis para vemos assumir para a consultoria que os
109/247 Unidade 4 • Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parcerias; planejamento,
acompanhamento, avaliação e encerramento
dados terciários são os dados disponíveis A fase 1, mais conhecida como diagnóstico,
na organização. Seria o conhecimento táci- inclui avaliação, análise, feedback e plane-
to adquirido durante anos e meses de ope- jamento, e ela representa ou é responsável
ração. por cerca de 10 a 30% de todo o processo
Coletar dados é muito importante para con- de mudança.
sultoria, entretanto é mais importante ain- Nessa fase, as habilidades de raciocinar e
da saber transformá-los em informação e, analisar são claramente importantes. Os
posteriormente, será de extrema importân- pressupostos são formados, e as ideias e
cia, desenvolver a habilidade de transformar planos são organizados, de modo que todos
as informações em informações relevantes os envolvidos estejam operando no mes-
para o negócio do cliente, seja interno ou mo campo conceitual. Outra característica
externo. dessa fase é a capacidade de impulsionar
a organização do cliente para a ação e fa-
1. Processo da consultoria. zer as pessoas pensarem nos tipos de ideias
que irão produzir mudança.
Basicamente, o processo de consultoria pode
A fase 2, mais conhecida como fase de im-
ser dividido em duas grandes fases e que
plementação, representa cerca de 70 a 90%
existe uma distinção simples entre ambas.
do processo. Nessa fase, a análise perde em
110/247 Unidade 4 • Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parcerias; planejamento,
acompanhamento, avaliação e encerramento
importância e o foco passa para as habili- De forma pontual e simples, auxiliar uma
dades de interação humana e a capacidade organização em seu processo de mudan-
de execução e conclusão, tanto da alta dire- ças de forma significativa não é um pro-
ção como de toda a equipe. blema dos conceitos, mas um problema
A consultoria não pode e não deve estar de capital humano.
despreparada a tal ponto de abandonar ou Uma consultoria com pensamento estraté-
eliminar o final da fase 1, deixando o cliente gico, por exemplo, sabe claramente um pou-
lidar com o desafio da implementação. co de planejamento e raciocínio estratégico
Ela também não pode e não deve continu- sobre os setores em que trabalham, sobre
ar trabalhando com o cliente, depois acabar como estudar e analisar o cenário competi-
se retirando em algum momento, logo que tivo e sobre que perguntas darão condições
percebe que seus esforços não geram a mu- ao cliente para entender e/ou repensar seus
dança desejada. negócios.
O trabalho de uma consultoria séria deve ir Contudo, todo esse conhecimento embar-
até o final em busca do sucesso. É, neces- cado pode não ser suficiente para se chegar
sariamente, na fase 2 o momento em que a à excelência.
consultoria influencia o cliente a mobilizar
recursos efetivamente.
111/247 Unidade 4 • Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parcerias; planejamento,
acompanhamento, avaliação e encerramento
Aliás, excelência sempre foi uma palavra que Leia o curto caso de ensino, como exem-
rondou o mundo corporativo e pouca gen- plo:
te busca uma definição para tal. Segundo O CONHECIMENTO NÃO FOI SUFICIENTE
Zanutim (2016), excelência é tudo que pode NA DEC
ser feito no momento atual com todos os
recursos disponíveis para aquele momento. Em uma análise brilhante da ascensão e
queda da Digital Equipment Corporation
Portanto, excelência está diretamente liga- (DEC), uma das empresas mais notáveis
da à melhoria contínua. de nosso tempo, Edgar Schein deixa esse
Quantas vezes já se viu uma brilhante con- ponto muito claro. Ao explicar por que
sultoria de estratégias comunicar com habi- a DEC foi incapaz de sair dessa derroca-
lidade sua experiência sem ajudar realmen- da monumental, ele aponta que as infor-
te o cliente a efetuar a mudança? Em muitos mações sobre as razões da existência de
casos, é exatamente isso o que acontece. problemas na DEC estavam disponíveis e
evidentes a todos. E, no entanto, aque-
le conhecimento não bastava. Ele disse:
“Observei repetidamente (em reuniões)
que informações cruciais eram reveladas,
discutidas, analisadas e, então, elimina-
112/247 Unidade 4 • Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parcerias; planejamento,
acompanhamento, avaliação e encerramento
das... Frequentemente supomos, em nossa literatura gerencial, que se pudesse mostrar às
pessoas o que está acontecendo, elas agiriam de modo a fazer as correções. Uma das lições
profundas da dinâmica cultural é que, se o remédio exigisse que uma organização violasse
alguns de seus pressupostos culturais profundamente arraigados, esse remédio não seria
aplicado. Em vez disso, a organização irá racionalizar que o que ela está fazendo irá funcio-
nar no final, e fará acertos rápidos e aplicará band-aids organizacionais que oferecem uma
ilusão de que os problemas estão sendo resolvidos”.
Frequentemente, o cliente costuma investir pouco na solução, exceto dinheiro.
113/247 Unidade 4 • Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parcerias; planejamento,
acompanhamento, avaliação e encerramento
Quando a fase 2 da implementação não isentam da responsabilidade pelo proces-
ocorre satisfatoriamente ou é fraca, ou en- so ou por não terem continuado o acompa-
tão as recomendações não são adequadas, nhamento.
segue-se, geralmente, um processo de acu- Uma vez que a empresa de consultoria é
sações mútuas. capaz de citar um número amplo de histó-
A consultoria ou os consultores passam a rias de sucesso, seu fracasso em fazer a di-
dizer que falta certa coragem e disciplina do ferença pode ser justificado com facilidade,
cliente em implementar as ações e os pro- principalmente se o consultor acredita que
cessos que são claramente certos, e ainda a falha da não implementação foi do clien-
culpam os clientes pela fraca execução. te. “Fizemos nossa parte. Eles não fizeram a
Por outro lado, ocorre que os clientes cul- deles.”
pam os consultores por falta de capacidade Todos os paradigmas tendem a ser autorre-
de condução, além de dar conselhos ina- paradores no sentido de que, diante de da-
dequados e apresentar um desempenho a dos contraditórios, apegamo-nos às nossas
quem do esperado. crenças sobre como o mundo funciona. Não
Em qualquer um dos casos, tanto os clientes conheço o índice de sucesso de serviços de
quanto os consultores frequentemente se consultoria, mas lhe direi que é muito me-
114/247 Unidade 4 • Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parcerias; planejamento,
acompanhamento, avaliação e encerramento
nor do que as empresas de consultoria o le- após o diagnóstico, apresentar um plane-
varão a acreditar. jamento com um bom plano de ação. Para
Escutar e ouvir as partes será sempre muito a montagem do plano de ação, ele poderá
importante para reduzir os ruídos da comu- utilizar a ferramenta 5W2H.
nicação e melhorar o desempenho da con-
sultoria e do consultor diante do cliente. De nada adianta construir planos de ações
No que tange ao planejamento, acompa- que não têm mensurações, ou seja, instru-
nhamento, avaliação e encerramento, é im- mentos de médias para fazer a gestão e o
portante salientar que a consultoria deve acompanhamento da implantação. Sim,
utilizar um processo que tenha, no mínimo, pois o que não se mede não se gerencia.
essas quatro etapas. Durante a etapa de avaliação, seria impor-
Planejamento é diferente de “fazejamento”. tante o consultor utilizar-se de outra ferra-
Muitas empresas não planejam suas ações menta, que é o PDCA, uma ferramenta de
e os colaboradores saem fazendo, o que melhoria contínua muito utilizada em ges-
pode acarretar aumentos dos custos e des- tão.
perdício de tempo. O consultor deve dispor
das competências técnicas suficientes para,
115/247 Unidade 4 • Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parcerias; planejamento,
acompanhamento, avaliação e encerramento
Na última etapa, o consultor deve ficar mui-
to atento, pois encerrar o processo é pri-
mordial e de extrema importância. Além de
valorizar e credibilizar o trabalho, evitará
discussões citadas anteriormente.
116/247 Unidade 4 • Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parcerias; planejamento,
acompanhamento, avaliação e encerramento
Glossário
PDCA: ferramenta de melhoria contínua muito utilizada em gestão.
Dados primários: dados que ainda não foram antes coletados.
Dados secundários: disponíveis para todos e muitas vezes com um simples cadastro em sites
na internet podemos coletar dados e transformá-los em informações gratuitamente.
Dados terciários: disponíveis em sistemas internos.
117/247 Unidade 4 • Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parcerias; planejamento,
acompanhamento, avaliação e encerramento
?
Questão
para
reflexão
118/247
Considerações Finais
Neste tema, você teve acesso ao conhecimento sobre a consultoria interna e
externa em RH, e mais:
• As etapas de seu processo;
• A coleta de dados e diagnósticos, escuta ativa e credibilidade na construção
de parcerias;
• O planejamento, acompanhamento, avaliação e a entrega do projeto.
119/247
Referências
ABENSUR, H. Uso da diálise peritoneal em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. Rev.
Bras. Hipertens., v. 15, n. 3, p.162-165, jul./set. 2008.
BEZERRA, Filipe. Ciclo PDCA – Conceito e Aplicação Disponível em: <http://www.portal-adminis-
tracao.com/2014/08/ciclo-pdca-conceito-e-aplicacao.html>. Acesso em: 15 out. 2016.
120/247 Unidade 4 • Coleta de dados e diagnósticos. Escuta ativa e credibilidade na construção de parcerias; planejamento,
acompanhamento, avaliação e encerramento
Questão 1
1. Após ler a frase a seguir, preencha a lacuna com a palavra correta e assi-
nale alternativa.
Dados ________________ são aqueles que custam algum investimento para serem obtidos.
a) Efetivos.
b) Primários.
c) Secundários.
d) Terciários.
e) Exclusivos.
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Questão 2
2. Após ler a frase a seguir, preencha a lacuna com a palavra correta e as-
sinale alternativa.
Dados ________________ estão disponíveis para todos e muitas vezes com um simples cadastro
em sites na internet podemos coletar dados e transformá-los em informações gratuitamente.
a) Efetivos.
b) Primários.
c) Secundários.
d) Terciários.
e) Exclusivos.
122/247
Questão 3
3. Após ler a frase a seguir, preencha a lacuna com a palavra correta e as-
sinale alternativa.
Basicamente, o processo de consultoria pode ser dividido em duas grandes fases e existe uma
distinção simples entre ambas.
A fase 1, mais conhecida como _________________, inclui avaliação, análise, feedback e planeja-
mento, e ela representa ou é responsável por cerca de 10 a 30% de todo o processo de mudança.
Nessa fase, as habilidades de raciocinar e analisar são claramente importantes. Os pressupostos
são formados, e as ideias e planos são organizados, de modo que todos os envolvidos estejam
operando no mesmo campo conceitual. Outra característica desta fase é a capacidade de impul-
sionar a organização do cliente para a ação e fazer as pessoas pensarem nos tipos de ideias que
irão produzir mudança.
a) Diagnóstico.
b) Implementação.
c) Encerramento.
d) Eficaz.
e) Entrega.
123/247
Questão 4
4. Após ler a frase a seguir, preencha a lacuna com a palavra correta e as-
sinale a alternativa correta:
A fase 2, mais conhecida como fase de ________________, representa cerca de 70 a 90% do pro-
cesso.
Nessa fase, a análise perde em importância e o foco passa para as habilidades de interação hu-
mana e a capacidade de execução e conclusão, tanto da alta direção como de toda a equipe.
a) Diagnóstico.
b) Implementação.
c) Encerramento.
d) Eficaz.
e) Entrega.
124/247
Questão 5
5. Leia o texto a seguir e escolha a alternativa correta para preencher a
lacuna:
_______________ sempre foi uma palavra que rondou o mundo corporativo e pouca gente busca
uma definição para tal. Segundo Zanutim (2016), excelência é tudo que pode ser feito no mo-
mento atual com todos os recursos disponíveis para aquele momento.
a) Efetividade.
b) Eficiência.
c) Eficácia.
d) Excelência.
e) Manutenção.
125/247
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: B.
Dados primários são importantes e têm cus- A consultoria é a grande responsável por
to mais alto. esta fase, afinal foi ela quem desenhou o
processo.
2. Resposta: C.
5. Resposta: D.
Dados secundários são mais baratos, porém
normalmente ultrapassados. Portanto, excelência está diretamente liga-
da à melhoria contínua.
3. Resposta: A.
126/247
Unidade 5
Projetos de consultoria em RH. Construção do modelo de consultoria. Definição de políticas de RH.
Objetivos
127/247
Introdução
Os projetos também têm características importantes e bem definidas como a sua temporarie-
dade, porque todo projeto é finito, isto é, tem início e fim definidos. Tem a individualidade do
produto ou serviço, pois se entende que o produto ou serviço de cada projeto é único, sua com-
plexidade é única e por fim, sua incerteza.
Comparação entre as características das atividades em curso e as dos projetos.
130/247 Unidade 5 • Projetos de consultoria em RH. Construção do modelo de consultoria. Definição de políticas de RH
Figura 4 – Rotinas do projeto
131/247 Unidade 5 • Projetos de consultoria em RH. Construção do modelo de consultoria. Definição de políticas de RH
vas metodologias tecnológicas ou entre os participantes do projeto. Ge-
de gestão (exemplo: identificação de ralmente, um projeto de consultoria
competências); ou por projetos para abrange mais de uma área e os ges-
adequação da organização diante da tores dessas áreas precisam autorizar
competitividade do mercado (exem- a realização do projeto. Esse projeto
plo: certificação ou normatização dos deve ter as seguintes características:
processos internos); escopo, prazo e estabelecimento de
b) Por meio de uma solicitação do usu- recursos. O escopo determina abran-
ário – dificuldade de atendimento às gência, horizonte, início e conclusão
necessidades; de qualquer projeto.
142/247 Unidade 5 • Projetos de consultoria em RH. Construção do modelo de consultoria. Definição de políticas de RH
Figura 7 – Sequência típica de eventos durante o ciclo de vida do projeto.
143/247 Unidade 5 • Projetos de consultoria em RH. Construção do modelo de consultoria. Definição de políticas de RH
Essas fases completam o chamado ciclo de O segundo é o gerenciamento de esco-
vida de um projeto. po, responsável por englobar os processos
Um projeto é considerado uma máquina requeridos para assegurar que tudo esteja
capaz de fazer boas e grandes mudanças e no escopo do projeto. Já o terceiro trata do
é criado e desenhado quando é percebida gerenciamento de tempo, responsável por
a necessidade de progresso. Além do mais garantir que os prazos sejam respeitados e
ocorre quando há um período de discussão, cumpridos.
especulação, uma “rodada de avaliações” No quarto, deve haver uma preocupação
dos prós e contras e ideias. com os custos, e o gerenciamento de cus-
O PMBOK de 2004 apresenta nove proces- tos deve englobar os processos requeridos
sos integrados por intermédio de sua me- para garantir conclusão do projeto com o
todologia para gerenciamento de projetos. orçamento previsto.
Claro que o caminho pode e deve variar de O gerenciamento da qualidade é o quinto
acordo com as organizações e os consulto- processo necessário, segundo PMBOK, para
res. O primeiro processo é do gerenciamen- assegurar a conformidade com as solicita-
to da integração, responsável por englobar ções do contratante do produto ou serviço,
os processos requeridos, assegurando que e o sexto, que é o gerenciamento de recur-
o todo seja sempre beneficiado.
144/247 Unidade 5 • Projetos de consultoria em RH. Construção do modelo de consultoria. Definição de políticas de RH
sos humanos, deve assegurar gerir as pes- O gerenciamento da integração é subdivi-
soas envolvidas no projeto. dido em sete processos:
O sétimo processo é o gerenciamento das 1) Desenvolver o termo de abertura do
comunicações, que englobará todos os projeto – autorização formal da reali-
processos requeridos para assegurar que as zação de um projeto ou de uma fase
informações sejam obtidas e socializadas. dele.
O oitavo processo deve ser o gerenciamen- 2) Desenvolver a declaração do escopo
to de riscos, o qual tem por finalidade pla- preliminar do projeto.
nejar, identificar, qualificar, quantificar, res- 3) Desenvolver o plano de gerenciamen-
ponder e monitorar os riscos do projeto. to do projeto – documentação e ações
E o último, o gerenciamento das aquisições, para definição, preparação, integra-
vai garantir a aquisição de bens e serviços, ção e coordenação de todos os planos.
suprimentos ou contratos fora da organiza- 4) Orientar e gerenciar a execução do
ção promotora e que estejam em conformi- projeto.
dade com o projeto e gestão do todo. 5) Monitorar e controlar o trabalho do
projeto.
145/247 Unidade 5 • Projetos de consultoria em RH. Construção do modelo de consultoria. Definição de políticas de RH
6) Controle integrado de mudanças – re- ou os níveis estipulados de qualidade ou
visão das solicitações de mudança, realização ficam comprometidos. Pode ser
aprovação e controle de mudanças. também por causa de uma coordenação in-
7) Encerrar o projeto – finalização de to- eficaz de recursos e esforços ou por relações
das as atividades. humanas deficientes. O excesso de soberba,
com as importantes lições aprendidas nos
O PMI desenvolveu um programa de certifi-
últimos anos, pode causar fracassos.
cação de profissionais em gestão de proje-
tos com o objetivo de conceder certificado
internacional a profissionais que atendam
aos requisitos de formação dessa organiza-
ção. Isso pode reduzir os impactos causa- Para saber mais
dos nas organizações pelas várias falhas em Leia o ANEXO A, contendo uma estrutura bem in-
gestão de projetos, isto inclui o RH. teressante para aumentar seu conhecimento.
Alguns projetos fracassam por vários mo-
tivos. Um deles pode ser porque o objetivo
não é alcançado no prazo. Outro é que os
custos sobem além dos limites aceitáveis,
146/247 Unidade 5 • Projetos de consultoria em RH. Construção do modelo de consultoria. Definição de políticas de RH
Glossário
PMI: Project Management Institute (Instituto de Administração de Projetos).
Projeto: esforço temporário empreendido para criar um produto ou um serviço único.
Project Management Institute (PMI): é uma organização reconhecida internacionalmente,
criada em 1969, na Pensilvânia (EUA), com sedes em aproximadamente 200 países e é referên-
cia mundial no quesito projeto.
147/247 Unidade 5 • Projetos de consultoria em RH. Construção do modelo de consultoria. Definição de políticas de RH
?
Questão
para
reflexão
148/247
Considerações Finais (1/2)
Neste tema, você teve acesso ao conhecimento sobre as variáveis sobre proje-
tos e também a necessidade de recursos humanos satisfatórios, e mais:
• As etapas de seu processo;
• A gestão do projeto;
• O planejamento e acompanhamento, pela consultoria, de projetos.
O desenvolvimento do projeto é um processo contínuo de consideração de al-
ternativas. Assim sendo, a consultoria poderá utilizar algumas perguntas para
testar a implantação do projeto, a saber: o que exatamente deve ser alcançado?
Quais resultados são importantes (necessidades), quais são desejáveis, mas
não tão importantes (desejos)? O que não deve ser incluído (impedimentos)?
Quanto tempo levará para que se alcance resultados e quando seria sensato
começar? Quanto custará e de onde virão os recursos? Que oposição poderia
ser encontrada, por que e por parte de quem?
149/247
Considerações Finais (2/2)
Globalização e a velocidade da informação fazem com que a necessidade cres-
cente de alinhamento das políticas e práticas de RH esteja muito alinhada às
estratégias e objetivos da organização, fazendo com que haja uma integração
entre pessoas, processos e empresa, criando e desenvolvendo uma visão e for-
ma sistêmica.
Com uma percepção assim desenvolvida, o sucesso dos consultores tanto no
modelo de consultoria interna como externa de RH pode ser alcançado.
Os Guias, como o PMBOK, e os critérios de excelência para o Prêmio Nacional
de Qualidade servem como diretrizes. Os modos alternativos de alcançar os
objetivos do projeto e um quadro claro e detalhado de cada alternativa condu-
zirão a uma decisão fundamentada em méritos e à melhor escolha final. Por-
tanto, cada caso será um caso e é função da consultoria avaliar, diagnosticar,
apresentar as melhores soluções e alternativas, implementar , acompanhar e
entregar tudo isso ao cliente.
150/247
Referências
ABENSUR, H. Uso da diálise peritoneal em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. Rev.
Bras. Hipertens., v. 15, n. 3, p.162-165, jul./set. 2008.
BEZERRA, Filipe. Ciclo PDCA – Conceito e Aplicação Disponível em: <http://www.portal-adminis-
tracao.com/2014/08/ciclo-pdca-conceito-e-aplicacao.html>. Acesso em: 15 out. 2016.
MERRON, Keith. Dominando Consultoria. Como tornar-se um Consultor Master e desenvolver
relacionamentos duradouros com seus clientes. São Paulo: M. Books do Brasil, 2007.
NAKAGAWA, Marcelo. 5W2H. Disponível em: <https://endeavor.org.br/5w2h/>. Acesso em: 15
out. 2016.
151/247 Unidade 5 • Projetos de consultoria em RH. Construção do modelo de consultoria. Definição de políticas de RH
Questão 1
1. As características de um projeto são:
I – Temporariedade.
II – Incerteza.
III – Gap.
IV – Ciclo de vida.
V – Individualidade.
VI – Mapeamento de processos.
Assim, seria correto afirmar apenas que as afirmativas contidas em:
a) I, II, III e V;
b) I, II, IV e V;
c) II, III e V;
d) I, II, III e IV;
e) I e II.
152/247
Questão 2
2. Cinco são as fases que compõem o ciclo de vida de um projeto. Faça a
correlação entre as colunas e enumere-as corretamente.
Coluna 1 Coluna 2
1) Encerramento ( ) Realização das ações.
2) Execução ( ) Finalização do projeto.
3) Planejamento ( ) Proposta de ações corretivas.
4) Monitoramento ( ) Detalhamento das ações.
5) Iniciação ( ) Identificação de uma necessidade
154/247
Questão 4
4. Os processos de RH são classificados em: 1) agregar; 2) aplicar; 3) recom-
pensar; 4) desenvolver; 5) manter; 6) monitorar pessoas.
155/247
Questão 5
5. Os processos de RH são classificados em: 1) agregar; 2) aplicar; 3) re-
compensar; 4) desenvolver; 5) manter; 6) monitorar pessoas.
156/247
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: A.
Essas são variáreis que não podem ser des- Os processos de agregar relacionam-se à
consideradas em um processo de projetos. inclusão de novos colaboradores; incluem
as atividades de recrutamento e seleção de
2. Resposta: D. pessoas.
157/247
Unidade 6
Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implanta-
ção da consultaria interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas
e influência junto aos clientes.
Objetivos
158/247
Introdução
Mudar sempre gera certo desconforto, mas pacto do não sucesso na implantação dos
o fato é que todos gostam de mudanças, processos de consultoria.
desde que elas façam sentido e respeitem As resistências e dificuldades da implanta-
um processo de melhoria contínua. As resis- ção da consultoria podem se apresentar de
tências sempre existirão e, na implantação várias formas. Uma delas são os questiona-
de uma consultoria, isso não é diferente. mentos infindáveis que estão relacionados
Vale ressaltar que em qualquer processo de à intenção de descobrir eventuais desvan-
mudança há o elemento dificultador, que, tagens para então poder ter subsídios para
muitas vezes, está mais presente em pesso- criticá-lo.
as com um perfil fortemente conservador. Outra dificuldade é o fato de o cliente in-
Tais indivíduos têm características de ma- terno alegar falta de tempo, afirmando que
ximização das dificuldades em detrimento não consegue gerir seus próprios proble-
das facilidades. Assim, caberá à empresa, mas, e começar a questionar qual a forma
além de promover um trabalho transparen- de o RH participar disso.
te de conscientização, desenvolver capa-
cidades e habilidades em seus consultores Uma terceira dificuldade encontrada é a
para que eles saibam lidar com essas ten- criação intencional de barreiras e distância,
dências. Esse tipo de ação minimiza o im- que ocorre quando o profissional sabotador
159/247 Unidade 6 • Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implantação da consultaria
interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas e influência junto aos clientes
não se envolve nos trabalhos, falta a reuni- Nesse caso, a consultoria deve acompanhá-
ões agendadas, não participa com ideias, -lo de perto oferecendo apoio.
permanece frio, e reservado.
A consultoria também pode enfrentar a difi- 1. Soluções.
culdade de ataques ao seu trabalho, quando
Buscar soluções, ao invés de ficar apontan-
os profissionais começam a alegar que não
do problemas, é a melhor forma de enfren-
percebem os resultados propostos e iniciam
tar essas dificuldades. A resistência à con-
uma pressão por soluções imediatas.
sultoria, seja ela interna ou externa, é consi-
Quinta dificuldade que pode ser encontra- derada normal, portanto cabe à consultoria
da é a alegação de colaboradores, dizendo explicar tais situações aos clientes.
que outras empresas já tentaram as experi-
Já é fato conhecido e consagrado que a CIRH
ências, mostrando que já houve o insucesso
(Consultoria Interna em Recursos Humanos)
dessas e que essa pode ser mais uma tenta-
é capaz de agregar valor à gestão de pes-
tiva frustrada.
soas, pois tem o foco nos meios pelos quais
Por último e não menos importante, pode- os resultados são atingidos, gerenciando
-se encontrar dificuldade do profissional as pessoas envolvidas de modo efetivo. O
com uma forma de resistência camuflada. consultor desenvolve a capacidade de ser o
160/247 Unidade 6 • Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implantação da consultaria
interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas e influência junto aos clientes
fiscalizador e mantenedor do desempenho processo de responsabilidade compartilha-
organizacional. da e de desenvolvimento coletivo.
Leite et al. (2005) observam que a consulto- A figura do consultor interno deve ser aquela
ria deve contemplar a valorização do traba- figura influenciadora, conselheira e persua-
lho do consultor interno e a transformação siva que conduz as pessoas, de forma ob-
da função de RH em função estratégica, dei- jetiva, a fazer as coisas de modo diferente.
xando a gestão de pessoas para os gestores A consultoria interna busca no profissional
de linha. A atividade de consultoria requer de RH o entendimento dos movimentos or-
de seus profissionais e usuários uma com- ganizacionais provenientes das mudanças
plementaridade integrativa. internas ou externas e o suporte às áreas e
Essa atividade complementar trará a efeti- gestores na busca dos resultados estabele-
vidade do processo que se dá à medida que cidos.
existem ações pela busca constante da si- Como a consultoria atua na cultura, plane-
nergia entre as áreas envolvidas e os pro- jamento estratégico, gerenciamento e as-
cessos e técnicas de consultoria. Assim, o sessoria, em todos os níveis da organiza-
consultor interno de RH atuará como orien- ção, buscando ligar as atividades de cada
tador, na busca e implementação de um unidade com os objetivos estratégicos, ela
161/247 Unidade 6 • Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implantação da consultaria
interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas e influência junto aos clientes
pode encontrar dificuldades de interface zação deve ser sólida e bem planejada, sus-
com todas estas áreas, e uma forma muito tentada pela confiança, otimização de in-
importante de superação é a capacidade formações, abertura a mudanças e visão do
de relacionamento com todos os colabora- Consultor como um facilitador, para que o
dores envolvidos nos processos. Visto que trabalho seja desenvolvido com maior efi-
suas ações devem orientar todas as áreas cácia.
mantendo o foco nos objetivos estratégicos Enquanto Hansen (1990) discorre sobre o
para que eles sejam alcançados. Isto exigi- grau de envolvimento do consultor interno
rá uma estrutura de RH com capacidade de no processo de mudança organizacional, o
comunicação, multifuncionalidade e visão qual varia de acordo com as necessidades e
sistêmica amplamente desenvolvida. a cultura organizacional, pode-se o obser-
A forma e a maneira com as quais a con- var que há uma grande preocupação com o
sultoria se relacionará com a organização é fato da implantação e dos processos.
condição sine qua non para assegurar o al- Na busca pela interação das áreas e o su-
cance dos objetivos e as contribuições da cesso da implantação da CIRH, a participa-
Consultoria Interna de RH. ção ativa da consultoria exige do consultor
Oliveira (1999) argumenta que a interação o domínio como especialista, a busca cons-
do consultor interno de RH com a organi- tante por soluções e a capacidade de reco-
162/247 Unidade 6 • Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implantação da consultaria
interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas e influência junto aos clientes
mendar ações e implementações baseadas nizacionais. A organização deve expressar a
em seus conhecimentos e experiências. sua resistência para que o consultor traba-
Isso, certamente, auxiliará na redução dos lhe a questão da mudança.
impactos negativos e na superação das in- Para atingir os objetivos propostos pela
credulidades por parte dos colaboradores e consultoria interna de RH, alguns aspectos
da empresa. devem nortear o consultor:
Mesmo com o consultor tomando todo cui-
• Cultura individual;
dado no relacionamento com a organização,
a resistência das pessoas a mudanças está • A experiência profissional;
presente o tempo todo. O fato aqui é poder • A pressão social e o histórico organi-
ver e compreender a resistência como parte zacional;
previsível, natural e necessária da aprendi-
• Fatores determinantes do tipo e do
zagem organizacional.
ritmo das mudanças organizacionais;
Existe uma reação emocional dos envolvidos
• Respeitar a realidade e a dinâmica or-
quando se trata da mudança, pois há uma
ganizacional;
contrariedade quando eles se veem mergu-
lhados no processo de estar recebendo au- • Atuar de forma mais viável à realidade
xílio ou de precisar encarar problemas orga- da organização;
163/247 Unidade 6 • Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implantação da consultaria
interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas e influência junto aos clientes
• Concentrar-se na mudança gradual; A consultoria interna de RH exige um con-
• Permitir a ampliação da visão da em- junto de conhecimentos definidos, mudan-
presa, o aprofundamento do seu co- ça de atitudes e uma nova forma de pensar
nhecimento e a adaptação ao am- o RH com um perfil que envolva competên-
biente; cias gerenciais para gerir a competitivida-
de, a complexidade, a incerteza, a adaptabi-
• Entender o contexto, definir o foco, lidade e o aprendizado.
planejar a gestão;
Ao ler todas essas definições, ideias e con-
• Selecionar as ferramentas e proces- ceitos, não se pode deixar para trás a ideia
sos; de que o gerenciamento dos processos é a
• Assegurar o controle dos processos. contínua atividade de revisão e melhoria de
Esses aspectos são determinados no pro- processos. Nesse sentido, por onde deve-
jeto da consultoria interna de RH. E, nesse mos começar?
contexto, determina-se que o profissional Quando se fala em revisar e melhorar pro-
de recursos humanos como consultor inter- cessos, devemos buscar ter um olho clínico
no apresente características essenciais. e espírito críticos aguçados.
164/247 Unidade 6 • Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implantação da consultaria
interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas e influência junto aos clientes
As empresas normalmente atuam num uni- Porém, não significa que o trabalho de revi-
verso de processos e subprocessos que in- são de processos só possa ser feito se a em-
teragem entre si, na maior parte das vezes presa tiver um plano estratégico formal.
de forma desordenada, ou quando muito, A primeira definição que deve ser feita é de
de forma “departamentalizada”. processos macro da empresa ou do negócio
A grande questão ou desafio é poder deter- ao qual a consultoria se propôs a trabalhar.
minar quais os processos causam maior im- Esse é definido pela principal sequência de
pacto nos negócios. Ou, mais além, quais os atividades, desde a entrada do pedido do
processos “críticos” da organização afetam cliente até a entrega do produto ou serviço
diretamente ou com maior intensidade a lu- a ele, incluindo todo o processo de pós-a-
cratividade ou o futuro dos negócios. tendimento.
É preciso saber quais são os objetivos estra- A responsabilidade do processo macro está
ligada à integração de todos os departa-
tégicos antes de identificar quais processos
mentos da empresa.
melhorar com a consultoria. Eles são o pon-
to de partida de todo o trabalho, pois nas- Feito tudo isso, seguem-se alguns passos
cem na fase do diagnóstico, que foi vista em em termos de processo em busca da im-
tópicos anteriores desta apostila. plantação e da melhoria contínua, acompa-
nhados pela consultoria.
165/247 Unidade 6 • Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implantação da consultaria
interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas e influência junto aos clientes
Quadro 22 – Responsabilidades e ações
Responsabilidade Ação
Promover a melhoria de processos.
Diretoria e board Comprometimento e envolvimento, fundamentais para o resultado es-
perado.
A operacionalização dos trabalhos.
166/247 Unidade 6 • Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implantação da consultaria
interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas e influência junto aos clientes
Responsabilidade Ação
Revisão do processo macro.
169/247 Unidade 6 • Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implantação da consultaria
interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas e influência junto aos clientes
?
Questão
para
reflexão
170/247
Considerações Finais (1/2)
172/247
Referências
BARON, Robert A.; SHANE, Scott A. Empreendedorismo: uma visão do processo. São Paulo:
Thomson Learning, 2007.
BLOCK, Peter. Consultoria: o desafio da liberdade. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2001.
CROCCO, Luciano; GUTTMANN, Erik. Consultoria empresarial. São Paulo: Saraiva 2005.
CURY, Antonio. Organização e métodos – Uma visão holística. São Paulo: Atlas, 1995.
DONADONE, Julio Cesar. O mercado internacional de consultorias nas últimas décadas: cresci-
mento, diversificação e formas de disputa. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo,
v. 10, n. 2, p. 1-15, 2003.
LEITE, Luiz Augusto Mattana da Costa. Consultoria em gestão de pessoas. Rio de Janeiro: FGV,
2005.
MOCSÁNYI, Dino Carlos. Consultoria: o caminho das pedras: trabalhando na “era do não empre-
go”. São Paulo: Central de Negócios em RH Editora e Marketing, 2003.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de consultoria empresarial: conceitos, meto-
dologias práticas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
173/247 Unidade 6 • Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implantação da consultaria
interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas e influência junto aos clientes
ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2005.
ROSA, Luiz Edmundo Prestes. Consultoria interna de RH. In: Manual de gestão de pessoas e
equipes: estratégias e tendências. 5. ed. São Paulo: Gente, 2002. p. 85-138. v. 1.
ZANUTIM, Claudio. Como construir objetivos e metas atingíveis. São Paulo: Editora Anjo, 2016.
_______. Café e Negociação. Disponível em: <http:// http:// http://insightscorporativos.com.br/
episodio-de-hoje-cafe-e-negociacao-as-sete-etapas/>. Acesso em: 18 set. 2016.
174/247 Unidade 6 • Previsão dos processos de trabalho. Definição da estrutura; principais dificuldades à implantação da consultaria
interna em RH e como superá-las. Interface interna com áreas especialistas e influência junto aos clientes
Questão 1
1. Após ler a frase a seguir, preencha a lacuna com a palavra correta e assi-
nale alternativa.
O RH deve e pode ser cada vez mais________________, portanto, antes de focar as competências
do profissional da consultoria interna de RH, é necessário olhar para a organização como um
todo e também de forma individualizada, tomando cuidado para saber diferenciar entre cuidar
da interface entre os departamentos e _____________________.
I – tático
II – estratégico
III – sufocar
IV – eficaz
V – departamentalizar
175/247
Questão 1
Assinale a alternativa correta:
a) Estão corretas I e III.
b) Estão corretas II e V.
c) Estão corretas I e II.
d) Estão corretas III e IV.
e) Estão corretas II e IV.
176/247
Questão 2
2. As resistências e dificuldades da implantação da consultoria podem se
apresentar de várias formas; são elas:
I – Questionamentos infindáveis.
II – O fato de o cliente interno alegar falta de tempo.
III – A criação intencional de barreiras e distância.
IV – A dificuldade de ataques ao seu trabalho.
V – A alegação de colaboradores dizendo que outras empresas já tentaram as experiências.
IV – O profissional com uma forma de resistência camuflada.
Assinale a alternativa correta:
a) Estão corretas I e III.
b) Estão corretas II e V.
c) Estão corretas I e II.
d) Estão corretas III e IV.
e) Todas as alternativas.
177/247
Questão 3
3. Para atingir os objetivos propostos pela consultoria interna de RH, al-
guns aspectos devem nortear o consultor:
I – Atuar de forma inviável à realidade da organização.
II – Concentra-se na mudança gradual.
III – Não permitir a ampliação da visão da empresa, o aprofundamento do seu conhecimento e a
adaptação ao ambiente.
IV – Entender o contexto, definir o foco, planejar a gestão.
V – Selecionar as ferramentas e processos.
VI – Assegurar o controle dos processos.
Assinale a alternativa INCORRETA:
a) Estão incorretas I e III.
b) Estão incorretas II e V.
c) Estão incorretas I e II.
d) Estão incorretas III e IV.
e) Todas as alternativas estão incorretas.
178/247
Questão 4
4. Após ler a frase seguir, preencha a lacuna com a palavra correta e assi-
nale alternativa.
179/247
Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: A.
Nos dias atuais, cabe ao RH, cada vez mais, Respeito aos processos e às fases por uma
desempenhar um papel estratégico dentro consultoria é uma forma de respeito ao mé-
das organizações. todo.
2. Resposta: E. 4. Resposta: A.
Sempre haverá resistências para as mudan- Quando não uma integração entre as áreas,
ças; cabe à consultoria avaliar, analisar e pode reduzir a sinergia e complicar os pro-
implementar de forma sistêmica. cessos.
180/247
Unidade 7
Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: in-
formações gerenciais, de funcionário e observação do ambiente.
Objetivos
183/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
Eles também reclamam que o departamen- Essa postura atual gera uma oportunidade
to deposita uma esperança de que os de- e um desafio para o qual o trabalho de con-
mais entendam seu discurso ou então que o sultoria deve contribuir ativamente.
RH tem um discurso muito específico, além
É claro que ainda há um distanciamento
de não oferecer respostas claras e objetivas,
entre o discurso e a prática que precisa ser
falam de ações e são vagos. Além do mais,
enfrentado, que ainda é percebido em algu-
consideram que seja um instrumento so-
mas organizações, e alguns destes distan-
mente para a alta direção das empresas.
ciamentos são: compreender o contexto, o
Contudo, já é fato conhecido e comprovado negócio e aprender a “falar” a linguagem
que empresas líderes de mercado e de porte dos negócios.
considerável e com estratégias bem defini-
das com objetivos e metas claras acreditam
que a área de RH pode dar suporte aos ne-
gócios, que a gestão de pessoas pode ser
um diferencial competitivo, ser um pilar de
sustentação e parceira do negócio.
184/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
Ainda há um descolamento grande na con- Algumas dificuldades que sempre existiram
dição e gestores de RH ocuparem os níveis na área de consultoria em RH foram as de
mais estratégicos dentro das empresas. identificar, traduzir e relacionar ativos in-
Assim sendo, essa nova postura estratégica tangíveis, em mensurações, ou seja, medi-
exigida dos profissionais da área de gestão dos.
de pessoas (gestores, consultores internos, Intangíveis como competências, motiva-
equipe em geral) também se aplica aos pro- ção, comprometimento, satisfação dos co-
fissionais que se dedicam à consultoria ex- laboradores sempre foram desafiadores em
terna. termos de medidas. Transforma-los em re-
Se não há maneiras de mensurar os resul- sultados tangíveis e mensuráveis , que te-
tados de forma plausível, essa dualidade da nham significado e estejam diretamente
situação proposta (desafio/oportunidade) ligados aos objetivos organizacionais e as
proporcionará ao trabalho de consultoria estratégias da companhia, será sempre de-
contribuir diretamente com os gestores. safiador.
Silva (2002, p. 85) ajuda a reforçar essa vi-
são, quando diz que “isso significa repensar
ou inverter conceitos predefinidos das ações
estratégicas de recursos humanos, não só
185/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
sob a ótica das pessoas e organizações em Como já se falou em departamentos e não
si, mas também em relação à competitivi- departamentalização, o RH como departa-
dade do negócio”. mento deve estar alinhado às estratégias e
objetivos da organização para que os resul-
Toda companhia deveria ter um planeja- tados de suas ações tenham reflexo positi-
mento estratégico, por mais simples que vo nos resultados gerais da organização em
seja, pois a competitividade dos negócios questão.
está diretamente condicionada à estratégia As consultorias devem focar seus serviços,
organizacional e à forma como é trabalhada também ao alinhamento constante das es-
em sua cultura e em sua forma de organizar tratégias, tanto do RH como da empresa,
a companhia. instrumentalizando, fortalecendo e facili-
tando as ações propostas pelo planejamen-
to estratégico de RH.
186/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
Existe uma ferramenta estratégica, Balan- nanças, clientes, processos internos, apren-
ced Scorecard (BSC), que é uma metodologia dizado e crescimento.
de medição e gestão de desempenho de- Ela é considerada uma ferramenta comple-
senvolvida por dois professores de Harvard, ta que é capaz de traduzir visão e a estra-
Robert Kaplan e David Norton, em 1992. tégia da empresa num conjunto coerente
Desde sua criação, ela tem auxiliado mui- de medidas de desempenho e que fica de-
tas empresas e criar indicadores de gestão monstrada em um chamado mapa estra-
estratégicas muito importantes. Essa me- tégico. Muitas empresas têm adotado esta
todologia deve considerar o desempenho metodologia com o passar dos anos, a fim
organizacional sob quatro perspectivas: fi- de buscar uma linguagem para comunicar a
visão da instituição e a estratégia a ser apli-
cada, por intermédio de indicadores.
Os exemplos a seguir foram extraídos do li-
vro Como Construir Objetivos e Metas Atingí-
veis em sua exatidão. A deia e mostrar que os
indicadores podem ser criados e atrelados
ao BSC para melhorar a companhia e utili-
187/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
zar o caminho traçado pela estratégia para tingir os objetivos organizacionais.
Neste quadro, segue a apresentação das quatro perspectivas do BSC-Balanced Scorecard:
Quadro 24 – Quatro perspectivas do BSC-Balanced Scorecard
Perspectivas do
Questões a serem respondidas Medidas gerais
Balanced Scorecard
“Para sermos bem-sucedidos
Retorno sobre investimentos e valor
Financeira financeiramente, como devemos
econômico adicionado.
aparecer para nossos acionistas?”
“Para atingir nossa visão, como
Satisfação, fidelização, participação
Clientes devemos aparecer para nossos
de mercado.
clientes?”
“Para satisfazer a nossos acionistas
Qualidade, tempo de resposta, custo
Processos internos e clientes, em que processos de
e introdução de novos produtos.
negócio devemos ser excelentes?”
“Para atingir nossa visão, como
Satisfação dos empregados e
Aprendizado e devemos sustentar nossa capacidade
disponibilidade dos sistemas
crescimento de mudar
de informação.
e melhorar?”
Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton (1997).
188/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
A primeira perspectiva a ser exemplificada é a financeira.
“Para sermos bem-sucedidos financeiramente, como deveríamos ser vistos pelos nossos pro-
prietários?”.
Quadro 25 – A primeira perspectiva
189/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
Quadro 26 – A segunda perspectiva
Sonho Metas Indicadores Ação
50% em 2012; 60% % clientes fidelizados
Criar e Introduzir um
Fidelização do cliente em 2013; 70% em em relação à base
programa de fidelização.
2014. atual de clientes.
60% em 2012; 65% Conhecer melhor as ne-
Valor percebido pelo Valor esperado – valor
em 2013; 70% em cessidades e expectati-
cliente recebido.
2014. vas dos clientes.
10% em 2012; 15% Criar e Implementar pro-
em 2013; % no total de vendas grama mais agressivo de
Participação de mercado
no Estado de SP. comunicação e promo-
20% em 2014. ção. Interno e externo.
Fonte: Extraído de Zanutim, 2016.
190/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
Quadro 27 – A terceira perspectiva
191/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
Quadro 28 – A quarta perspectiva
Como pode perceber em cada quadro referente a cada perspectiva, foi montada uma série de
metas, indicadores e ações para problemas ou sonhos de uma companhia fictícia.
192/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
Normalmente, os resumos dos objetivos A capacidade de facilitar a visualização das
são apresentados em quadro para facilitar relações de causa e efeito entre as diferen-
o acompanhamento e a gestão. tes perspectivas do desempenho faz do BSC
Esse tipo de finalização, que pode apoiar o uma poderosa ferramenta de gestão e que
BSC, deve ser fruto da aplicação da meto- possibilita a definição de algumas ações e
dologia da construção de objetivos e metas, avalia os resultados de forma integrada e
desde a utilização do bloco de exercícios até equilibrada entre elas e a estratégia orga-
a construção do Canvas e seus resultados nizacional.
finais.
1. Algumas considerações.
193/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
a qualquer uma das dimensões e não só a
esta citada acima.
Se considerarmos a definição “das inicia-
tivas”, todas elas poderão ser decididas,
planejadas e executadas por colaboradores
da empresa, mas podem demandar um tra-
balho de consultoria no que tange a: sug-
estão (a partir de um diagnóstico), instru-
mentalização (a partir da apresentação de
técnicas, metodologia e ferramentas), apo-
io (por meio de planejamento, orientação)
ou mesmo avaliação de programas já exis-
tentes ou em andamento.
194/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
Glossário
BSC: Balanced Socrecard: metodologia para trabalhar o mapa estratégico e as mensurações.
Perspectiva: é a maneira de fragmentar a metodologia para atingir os quatro resultados espe-
rados.
195/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
?
Questão
para
reflexão
196/247
Considerações Finais
197/247
Referências
ABENSUR, H. Uso da diálise peritoneal em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. Rev.
Bras. Hipertens., v. 15, n. 3, p. 162-165, jul./set. 2008.
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198/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
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ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice
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ZANUTIM, Claudio. Como construir objetivos e metas atingíveis. São Paulo: Editora Anjo, 2016.
_______. Café e Negociação. Disponível em: <http:// http:// http://insightscorporativos.com.br/
episodio-de-hoje-cafe-e-negociacao-as-sete-etapas/>. Acesso em: 18 set. 2016.
199/247 Unidade 7 • Consultoria em RH: mensuração e apresentação de resultados. Principais indicadores de RH: informações
gerenciais, de funcionário e observação do ambiente
Questão 1
1. O que não se mede não se gerencia. Esse fato já deixou de ser um mito na
área da gestão. Como o RH está fundamentado nas ciências humanas, para
ter uma maior efetividade é essencial que busque sustentação nas ciências
exatas. Certamente, isso proporcionará a área um aumento de credibilidade
quando apresentar, seu impacto nos resultados organizacionais.
200/247
Questão 2
2. Por que muitos gestores consideram o BSC como uma ferramenta de
gestão fundamental na implementação do planejamento estratégico?
201/247
Questão 3
3. Após ler a frase a seguir, preencha a lacuna com a palavra correta e as-
sinale a alternativa.
202/247
Questão 3
203/247
Questão 4
4. Leia o texto a seguir e escolha a alternativa correta para preencher a
lacuna:
Toda companhia deveria ter um ______________________, por mais simples que seja, pois a com-
petitividade dos negócios está diretamente condicionada à estratégia organizacional e à forma
como é trabalhada em sua cultura e em sua forma de organizar a companhia da empresa.
a) Plano de ação.
b) Pensamento estratégico.
c) Objetivo.
d) Planejamento estratégico.
e) Comportamento organizacional.
204/247
Gabarito
1. Resposta: D. mento estratégico. A alternativa C está corre-
ta, pois é essa análise que fundamenta todo o
A afirmação de Pomi (2002) mostra exata- planejamento. A alternativa D está incorreta,
mente que agregar conhecimentos de outras pois o BSC é uma ferramenta de análise, que
áreas não só é necessário, como pode ser pro- envolve todas as áreas da empresa e não é um
dutivo e benéfico para o profissional da área sistema de gestão operacional. A alternativa E
de humanas. As alternativas A, B, C, E refor- está incorreta, pois o BSC não tem este objeti-
çam essa ideia, portanto, a única resposta que vo. Portanto, a resposta correta é a C.
a enfraquece é a D.
3. Resposta: C.
2. Resposta: C.
A consultoria interna e a externa servem de
A alternativa A está incorreta, pois a análise apoio para a área.
do BSC é feita a partir de quatro perspectivas
(finanças, clientes, processos internos, apren- 4. Resposta: D.
dizado e crescimento). A alternativa B está in-
correta, pois, embora possa ser considerada Planejamento estratégico é fundamental
como tecnologia de gestão, essa característi- para que a execução do tático e do operacio-
ca não seria a mais relevante para o planeja- nal ocorra melhor.
205/247
Unidade 8
Apresentação dos resultados de consultoria; análise de tendências e recomendações.
Objetivos
206/247
Introdução
Um dos fatores críticos para o sucesso da melhor tudo isso, serão retomados alguns
consultoria e do reconhecimento da impor- conceitos tratados nos temas anteriores.
tância estratégica do trabalho de RH dentro Todo trabalho de consultoria, além de pos-
das organizações é justamente a capacida- suir conhecimentos sobre várias ferramen-
de de apresentar resultados e fazer com que tas, está pautado na gestão do próprio tra-
sejam entendidos. balho. Assim, ela deve ser capaz de apresen-
O desafio da apresentação dos resultados tar os resultados referentes a um trabalho
não é só inerente ao RH; ele se estende tam- de consultoria, de forma clara e objetiva.
bém apara os consultores (internos e ex- Quando a consultoria tem a capacidade de
ternos) para comprovar a sua competência trabalhar em forma de projetos, ela será ca-
técnica e a qualidade dos trabalhos execu- paz de gerir melhor seu trabalho, bem como
tados junto à empresa-cliente, sendo que a de acompanhar e apresentar resultados
melhor maneira de atingir esse objetivo é a para as empresas clientes com mais efici-
concretização e apresentação de resultados ência e eficácia.
claros e consistentes.
Duffy (2002) diz que trabalhar em forma de
Neste tema, será trabalhado um exemplo projetos é uma tendência percebida entre
específico para tangibilizar a demonstração consultorias de todos os portes, afinal de
possível, e, para embasar e compreender
207/247 Unidade 8 • Apresentação dos resultados de consultoria; análise de tendências e recomendações
contas, um projeto pode ser um trabalho (ou Quando foram apresentados os quadros de
um conjunto de atividades) a ser executado, recursos no Tema 2 (rever), observou-se que
com objetivo final e prazos bem definidos, todos os recursos são escassos, então, para
envolvendo um grupo de pessoas que tra- a execução de cada um desses serviços de
balham em conjunto ou sinergicamente. consultoria, esses recursos variarão de ma-
neira significativa, de acordo com as carac-
Quando uma consultoria tem seu trabalho terísticas do projeto, especialmente quando
focado na gestão de pessoas, ela poderá o projeto for desenvolvido de acordo com o
trabalhar com um objetivo bem abrangente, tipo “artesanal” de consultoria.
como, por exemplo, um diagnóstico organi-
zacional, em que seriam pesquisados como
está o clima dessa organização em espe-
cífico ou, então, outra possibilidade, como
elaboração e execução de um programa de
desenvolvimento para liderança.
Número de consultores %
1 Consultor 25
2 consultores 18
De 3 a 15 consultores 31
De 16 a 50 consultores 4
Está demonstrado na tabela que a maioria das consultorias, ou seja, 31% delas, possui de 3 a 15
consultores. Isso traz uma reflexão de que a maioria das empresas de consultoria é de pequeno
porte em número de consultores, caracterizando a pulverização deste setor e a probabilidade de
novos entrantes com facilidade para competir.
No que tange a faturamento 50% dos respondentes declararam faturamento a seguir de R$ 200
mil, 24% entre R$ 200 e R$ 500 mil, 16% entre R$ 500 mil e R$1 milhão. Apenas 10% do total de
respondentes disseram possuir faturamento acima de R$ 1 milhão. No entanto, 4% declararam
faturamento acima de R$ 20 milhões. Veja o quadro.
Faixa de faturamento %
Menos de 200 mil 50
De 200 a 500 mil 24
De 500 mil a 1 milhão 16
De 1 a 5 milhões 4
De 5 a 20 milhões 1
Mais de 20 milhões 4
Não respondeu 1
Fonte: Pesquisa do IBCO “Termômetro da Consultoria Organizacional”, publicada em junho/2008.
No que diz respeito à área de atuação das consultorias, apareceu como primeira opção gestão de
negócios e desenvolvimento organizacional e em segunda opção a consultoria em RH, com 31
respostas.
Tabela 3 – Área de atuação
A pesquisa também se preocupou em verificar quais segmentos são mais ativos na utilização e
contratação de consultoria. E chegou a uma conclusão de que cinco deles são mais ativos: ser-
viços, 27%; comércio, 23,4%; mecânica, siderurgia e metalurgia, 22,6%; alimentos e bebidas,
21,9%; automotivo, 20,4% e, predominando entre eles, o ramo industrial.
Tabela 4 – Segmento que as empresas-clientes pertencem
Segmento %
Serviços 27,0
Comércio 23,4
Mecânica, siderurgia e metalurgia 22,6
Alimentos e bebidas 21,9
Automotivo 20,4
Entidades empresariais 20,4
227/247
Considerações Finais
Você viu neste último tema questões que envolvem os resultados, as análises e
as apresentações deles. Os pontos de destaque foram:
• Atentar-se para as tendências e seus impactos;
• Quis resultados são os mais importantes;
• Concentração na melhoria contínua dos processos de consultoria;
• A importância da melhoria contínua.
228/247
Referências
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229/247 Unidade 8 • Apresentação dos resultados de consultoria; análise de tendências e recomendações
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lo: FGV, 2005.
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PORTER, M. E. Vantagem Competitiva, criando e sustentando um desempenho superior. 24.
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PORTER, M. E. Estratégia Competitiva – Técnicas para a análise de indústrias e da concorrência.
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ROSA, Luiz Edmundo Prestes. Consultoria interna de RH. In: Manual de gestão de pessoas e
equipes: estratégias e tendências. 5. ed. São Paulo: Gente, 2002. p. 85-138. v. 1.
I – P – Plan: planejar, estabelecer objetivos e metas a partir dos quais deverão ser identificados
indicadores e índices para alcançá-los.
II – D – Do: executar, implementar as ações planejadas, cuidando em coletar dados para a fase
seguinte.
III – C – Check: verificar, comparar o que foi planejado e o que foi realizado.
IV – A – Act: agir corretivamente, considerando o desempenho avaliado na fase anterior, identifi-
cando os motivos e propondo ações corretivas, se for o caso.
Estão corretas, apenas, as afirmativas contidas em:
a) III e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I II, III e IV.
e) I e II.
232/247
Questão 2
2. Indique a alternativa incorreta
Com relação ao trabalho da consultoria, é correto afirmar que está diretamente ligado à quali-
dade dos serviços que ela presta ou tem condições de prestar. Assim sendo, as relações entre o
consultor e a empresa-cliente têm natureza comercial e será ela quem garantirá permanência da
consultoria no cliente e no mercado.
Nesse sentido, existem alguns aspectos que as empresas ou clientes podem tentar para avaliar
uma consultoria:
I – O consultor e a empresa-cliente devem sustentar o serviço em um processo de negociação
adequado.
II – É necessário que exista um contrato de prestação de serviços de consultoria bem definido e
que pode ser atrelado um fee mensal, que é um tipo de comissionamento ou pagamento;
III – Todo o serviço de consultoria não pode e não deve ter relação com projetos internos bem
estruturados.
233/247
Questão 2
234/247
Questão 3
3. Após ler a frase a seguir, preencha a lacuna com a palavra correta e as-
sinale alternativa.
O trabalho da consultoria, como já foi possível perceber, deve ser pautado por uma
_____________________ e ser um projeto, com começo, meio e fim.
a) Ação.
b) Metodologia.
c) Avaliação.
d) Condição.
e) Forma.
235/247
Questão 4
4. É certo afirmar que o Código de Ética do Consultor, elaborado pelo IBCO,
prevê no item que orienta “quanto à transferência de conhecimentos” os
seguintes requisitos:
236/247
Questão 4
237/247
Questão 5
5. Após ler a frase a seguir, preencha a lacuna com a palavra correta e assi-
nale alternativa.
Todo trabalho de consultoria, além de possuir conhecimentos sobre várias ferramentas, está
pautada na ___________________; assim, ela deve ser capaz de apresentar os resultados referen-
tes a um trabalho de consultoria, de forma clara e objetiva.
a) Gestão do próprio trabalho.
b) Gestão do cliente.
c) Gestão do mercado.
d) Gestão das pessoas.
e) Gestão da área do RH.
238/247
Gabarito
1. Resposta: D. 4. Resposta: E.
Note que é possível perceber que a ferra- Nos dias atuais, a ética deixou de ser uma
menta tem a ver com processos de melhoria característica para se tornar uma obrigação.
contínua.
5. Resposta: A.
2. Resposta: C.
A consultoria deve ser capaz de gerir seu
O sucesso de uma consultoria também está próprio, antes de se propor entregar solu-
relacionado à qualidade de seus serviços. ções para a empresa-cliente.
3. Resposta: B.
Se uma consultoria não tem uma metodo-
logia comprovada, fica mais difícil acreditar
que ela traga melhorias.
239/247
Conclusão
A consultoria tornou-se uma possibilida- tes e seus colegas-parceiros que são os pro-
de de atuação profissional que tem atraído fissionais de RH.
profissionais das mais distintas áreas, não Esta disciplina buscou trazer várias ferra-
só pelo fator desafiador e instigante dessa mentas e fórmulas geniais que se reprodu-
profissão, mas também, algumas vezes, por zem aos milhões e, muitas vezes, tenta-se
opção. encaixar em todas as empresas. Porém, não
Aprender sobre os negócios, aprender a fa- é o mesmo que tratar doenças diferentes
lar “a língua de negócios”, “traduzir senti- com o mesmo remédio. Como foi visto, o
mentos em números” e aprender sempre consultor deve ser um grande parceiro do RH
são algumas características instigantes de maneira a somar forças e conhecimentos
dessa profissão. no sentido da solução de problemas.
Normalmente, os consultores enfrentam os Ser consultor é diferente de estar consultor.
mesmos desafios dos profissionais de ges- O verdadeiro profissional consultor assu-
tão de pessoas. A grande diferença está no me seu papel com uma missão importante
fato de que esses profissionais vivenciam do e que deve ser levada com seriedade, com
“lado de fora” e é dessa visão, experiência e profissionalismo e muita dedicação ao co-
maturidade (emocional, profissional) que a nhecimento e ao estudo.
consultoria deve prover as empresas-clien-
240/247
Como sempre, o mercado continua com- A palavra fracasso pode até soar forte de-
petitivo, contudo está em um momento de mais, mas não podemos nos deixar impres-
expansão, em que tanto os médios como os sionar ou ficar chocados. Quando se reco-
pequenos empreendimentos estão buscan- nhece o fracasso de um projeto, o próximo
do a profissionalização, fazendo com que se passo ou os próximos passos são analisar
expanda um novo nicho de mercado para as os motivos e buscar soluções, identificar as
consultorias e para os consultores profis- falhas e trabalhar para não voltar a cometê-
sionais, aqueles que são e não os que estão. -las. Simples assim.
Muito bem: então, quais seriam as grandes
ANEXO A falhas em projetos? Uma pesquisa que ou-
viu e acompanhou relatos e observações de
Existem algumas razões para o fracasso
clientes gerentes de projetos e percebeu-se
de um projeto; veja cinco delas
que as razões para o fracasso são recorren-
A prematuridade do fim de um projeto pode tes em diferentes setores geralmente: Leia
ser por motivo de cancelamento ou por não aqui cinco deles:
ter atingido os objetivos contratados ini-
cialmente. Há que se considerar que ele não
foi bem-sucedido, ou seja, um fracasso.
241/247
1) Muito otimismo de premissas incorretas ou superestimadas
A vontade de ganhar faz perder o medo de – como prazos impossíveis de entregas de
perder; os pessimistas dizem que são, na fornecedores, por exemplo –, dificilmente
verdade, realistas e que não exercem poder cumprirá suas metas. Tenha o pé no chão
negativo sobre s projetos. Não precisa che- e faça a gestão de riscos ao identificar os
gar ao ponto de esperar sempre o pior, mas fatores mais relevantes para o projeto e a
criar expectativas falsas também não ajuda. magnitude do impacto no resultado final.
Saber equilibrar as expectativas, tanto as 2) Inadequação da equipe
da sua equipe quanto as dos stakeholders O fato de os profissionais escolhidos serem
e do patrocinador, ajuda muito na gestão dedicados ou experientes não significa que
de projetos. Para sustentar mais e emba- são adequados para determinada função
sar mais, não custa nada bater um papo e
dentro do projeto.
trocar ideias com colegas mais tarimbados
e que possam contribuir de forma a obter Em alguns casos, o problema pode ser o
parâmetros de resultados esperados para gerente de projetos, que não sabe extrair o
determinado fim. melhor potencial de sua equipe. Porém, o
que mais ocorre é a contratação de técnicos
Otimismo exacerbado pode atrapalhar e
que não sabem fazer exatamente o que foi
distorcer seu planejamento. Se você parte
242/247
solicitado na descrição da vaga. A melhor Falhas são comuns em projetos, e quan-
forma de reduzir esse impacto é capacitar a do se trata de liderança pode aparecer a
pessoa rapidamente ou buscar outro profis- não identificação de possíveis conflitos en-
sional. tre colegas de equipe, falta de controle de
Importante, nesse momento, é tomar uma qualidade sobre as atividades de cada um,
decisão o mais rápido possível para não es- ou falta de pulso na cobrança de entregas.
tourar no prazo, orçamento e qualidade de O líder deve promover o exemplo e inspirar
entrega. Ficar de olho na política de redu- pessoas.
ção de danos é função do gestor do projeto. Conquistar a confiança da equipe é funda-
3) Falta de experiência da liderança mental e uma forma de gerar motivação
com ofertas e bônus por determinados re-
Na verdade, nem sempre um grande gestor sultados é uma opção, desde que sejam
de projetos pode se tornar um grande líder cumpridas.
de equipes de gestão de projetos. Alguns
gerentes de projetos já exerceram funções 4) Pouco apoio da gerencia e poucos re-
operacionais e, assim que passam para o cursos
lado da liderança, nem sempre acertam o Sobrecai no gerente de projetos certo nível
passo logo de primeira. de poder e autonomia, mas só até a pági-
243/247
na 2. Os grandes decisores sempre serão 5) Falta de relatórios consistentes e sufi-
do board da companhia. Se esses diretores, cientes
conselheiros e presidentes não comprarem Um fator importante na gestão de projetos
a ideia do projeto, não apostarem nele e não é medir e acompanhar o andamento deles.
oferecerem os recursos necessários para Pode ser que um relatório por mês não seja
seu desenvolvimento, ficará difícil esse ser suficiente para acompanhar o desempenho
bem-sucedido, pois o apoio da alta gerência da equipe e do projeto.
é imprescindível para o andamento de um
projeto e sua conclusão, desde que o gestor Preparar-se com antecipação é um fator de
do projeto seja competente para cumprir sucesso para o final e entrega de um proje-
cronogramas e finanças. to. Ninguém quer receber uma notícia ruim
de repente.
Uma sugestão é que o GP fique atento aos
interesses dessas pessoas, saiba negociar e A equipe vai se sentir mais responsável ao
conquistá-las para o propósito do projeto. ser monitorado constantemente. Mensu-
O gerente de projetos devem mostrar por rar o desempenho nem sempre é simples. É
que acreditar no projeto, apresentar núme- preciso estabelecer algumas métricas, seja
ros que façam os olhos dessas pessoas bri- de tamanho, volume ou qualidade, que são
lharem. os mensuradores de andamento.
244/247