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Aulas 16 e 17

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MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA

AULA 16 e 17
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Planejamento da Aula:
• Hidráulica dos solos

• Fenômenos capilares

• Permeabilidade dos solos

• Natureza da água intersticial


• Regimes de escoamento
• Lei de Darcy
• Coeficiente de Permeabilidade ou
Condutividade Hidráulica
• Percolação da água nos Solos
• Areia Movediça
Fontes de Consulta:
 Aulas Mecânica dos Solos – Prof. Dr. Romero César Gomes
 PINTO, C.S. CURSO BÁSICO DE MECÂNICA DOS SOLOS.
3 ED. SÃO PAULO: OFICINA DE TEXTOS, 2006.
 VARGAS, M. Introdução à Mecânica dos Solos.. São Paulo:
Ed. Universidade de São Paulo, 1977.
 CAPUTO, H.P. Mecânica dos Solos e suas Aplicações. 1 ed.
Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1967.
Figuras: Prof. Dr. Romero César Gomes
(Mestrado Profissional em Geotecnia – UFOP-MG)
CAPILARIDADE
VER VÍDEO
Introdução
Você já observou gotas de chuva no pára-
brisas de um automóvel, a ascensão da cera
líquida pelo pavio de uma vela acesa, a
ascensão do álcool ou do querosene pelo
pavio de uma lamparina? Já enxugou um pouco
de água sobre uma mesa com papel
absorvente ou guardanapo? Já pensou em
como uma planta consegue conduzir os
nutrientes desde sua raiz até as folhas? A
explicação disso encontra-se em um
fenômeno denominado CAPILARIDADE.
Um fenômeno relacionado com a tensão
superficial é capilaridade. Esta palavra está
relacionada com o substantivo latino
“capillum”, que significa cabelo, porque é um
fenômeno que se apresenta nos tubos de
diâmetro muito fino semelhantes a um cabelo
e entre lâminas separadas por uma distância
muito pequena”.
Em Física, chama-se capilaridade à
propriedade dos fluido de subir ou descer em
tubos muito finos.

Esta capacidade de subir ou descer


resulta da capacidade de o líquido molhar ou
não a superfície do tubo.

Quando um líquido entra em contato com


uma superfície sólida, este vai ser sujeito a dois
tipos de forças que atuam em sentidos
contrários: a força de adesão, e a força de
coesão.
A força de adesão é a atração entre
moléculas diferentes, ou seja, a afinidade das
moléculas do líquido com as moléculas do
tubo sólido. Atua no sentido de o líquido
molhar o sólido. A força de coesão é a atração
intermolecular entre moléculas semelhantes,
ou seja, a afinidade entre as moléculas do
líquido. Atua no sentido de manter o líquido
em sua forma original.
Se a força de adesão for superior à de
coesão, o líquido vai interagir favoravelmente
com o sólido, molhando-o, e formando um
menisco.

Se a superfície sólida for um tubo de raio


pequeno, como um capilar de vidro, a
afinidade com o sólido é tão grande que o
líquido sobe pelo capilar. No caso do mercúrio,
acontece o contrário, pois este não tem
afinidade com o vidro (a força de coesão é
maior).
Teoria do Tubo Capilar

• Sistema água – vidro: adesão > coesão


(menisco côncavo)

• Sistema mercúrio – vidro: adesão < coesão


(menisco convexo)

Formação do menisco: curvatura da água superficial e indução da Tensão


Superficial T (trabalho realizado para promover a curvatura da superfície
líquida, expresso como uma força por unidade de comprimento).
As moléculas do líquido são atraídas
pelas moléculas do tubo por causa das
interações intermoleculares. Desse modo, o
líquido fica "grudado" na parede.

O que faz com que ela - a água - suba é


o seguinte: a molécula do tubo que está
imediatamente acima da superfície do líquido
atrai o líquido que começa a subir alinhando-
se a essa molécula que o atraiu. Quando isso
acontece, a molécula imediatamente acima
começa a atrair o líquido e o ciclo se repete.
Ver figura a seguir...
Força adesão (Fa) =
𝑷𝒆𝒔𝒐 𝒅𝒂 á𝒈𝒖𝒂 (𝑷𝒂)

(Fa)

𝒘 𝟐
𝒄
𝝅𝒅𝟐
Pa = 𝒘 𝒄
𝟒

𝒘 = 10 kN/m3 ou 1 tf/m3

𝟐
𝒘 𝒄

As pressões devido à capilaridade são sempre


𝒄
negativas, induzem um efeito de sucção e um 𝒘
aumento das tensão efetivas nos solos.
• Altura de ascensão em tubos capilares 𝒄

Exemplo (tubo capilar de vidro em água):

T = 0,073 N/m² (20ºC);


d = 1mm  hc = 3cm
d = 0,1mm  hc = 30cm
Pode-se também definir capilaridade
como a propriedade que os líquidos
possuem de elevarem-se acima do nível
onde há pressão atmosférica (por meio de
capilares – tubos de pequenos diâmetros),
no caso da água subterrânea, acima do nível
freático. Este fenômeno causado pela tensão
superficial da água é responsável pela
saturação acima do nível freático, pela
coesão aparente das areias úmidas e
contração de argilas. A altura da coluna de
água acima do nível freático é inversamente
proporcional ao tamanho dos vazios do solo.
No solo, os vazios interligados formam
capilares; a formação de meniscos nestes provoca o
aparecimento de tensões de contato. A ação das
forças capilares desaparece caso ocorra saturação do
solo.
Fonte: Prof. Hiroshi Paulo Yoshizane
Fonte: imagem retirada do vídeo: “Água capilar e como ela pode ajudar a combater a
desertificação” -
Groasis Ecological Water Saving Technology
Fonte: Kaio Fernando (2018)
• Altura de ascensão capilar em solos 𝒄
𝟏𝟎
Capilarímetro

A determinação experimental da
capilaridade dos solos é feita por meio de
aparelhos denominados capilarímetros. O
princípio deste aparelho consiste em aplicar uma
força de sucção à amostra, até destruir a força
capilar; esta força de sucção, medida em
coluna d’agua ou de mercúrio, é a que
corresponderia à altura capilar no solo.
Importância dos Fenômenos Capilares
Os fenômenos capilares são muito
importantes na construção de pavimentos
rodoviários. Assim, por exemplo, se o terreno
de fundação de um pavimento é constituído
por um solo siltoso/argiloso e o nível freático
está pouco profundo, a fim de evitar que a
água capilar (ascende muito em solos
siltosos/argilosos) venha a prejudicar a
estabilidade do pavimento a ser construído,
tornam-se necessárias certas precauções, como:
• Substituição do material fino por outro de
menor grau de capilaridade

• Construção de bases e sub-bases


adequadas (solo grosso)

A coesão dos solos é também explicada


pelos fenômenos capilares. Quando toda a
superfície de um solo está submersa em água,
não há força capilar.
A medida porém, que a água vai sendo
evaporada, vão se formando meniscos entre os
grãos e, consequentemente, irão surgindo
forças capilares, que aproximam as partículas.

Desta maneira, pode-se explicar a coesão


aparente da areia úmida, o que lhe permite
converter um praia em uma pista e manter-se
firme um talude muito inclinado. Uma vez, no
entanto seca ou saturada a areia, a pista se
desfaz e o talude se desmorona.
• Tensões Capilares e Coesão Aparente

Fonte: Deposit Photos


Efeito da capilaridade

Fonte: Banco de Imagens Pixabay


A grande maioria de escorregamentos de taludes
na região do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais
ocorre por erosão e perda da sucção do solo na época
das chuvas.
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 1
Um tubo capilar flexível, com diâmetro de 0,04 mm e 1 m de
comprimento, foi colocado numa cápsula com água, na posição vertical.
(a) A que altura a água deve ascender, qual o formato da interface
água-ar e qual a pressão da água imediatamente abaixo da interface?

(b) Posteriormente, o tubo capilar foi abaixado, de maneira que ficasse


com a sua extremidade no mesmo nível da água na cápsula. Qual a
pressão da água no tubo capilar, imediatamente abaixo cia interface, e qual
o formato da interface água-ar ?

(c) Numa terceira etapa, o tubo capilar foi abaixado até que a água
começasse a cair cm forma de gotas. Até que nível a extremidade do tubo
poderia ser abaixada, qual seria a pressão da água nessa situação e qual
seria o formato da interface água-ar?

(d) O que ocorreria se o tubo tivesse sua extremidade colocada na


água, num recipiente cujo nível estivesse 50 cm abaixo da cápsula da qual
parte o tubo capilar?
Solução:
Inicialmente, calcula-se a altura de ascensão capilar
correspondente ao diâmetro do tubo. Como foi deduzido
anteriormente, a altura de ascensão capilar (hc) é inversamente
proporcional ao raio do tubo e pode ser determinada pela
expressão:

sendo:

T = 0,073 N/m  a tensão superficial da água.

Para o diâmetro de 0,04 mm, 𝒄 = 73 cm. Esta é a altura que a água


ascenderia no tubo. A pressão imediatamente abaixo do menisco é negativa
e corresponde à diferença de nível com a água na cápsula que está sob a
pressão atmosférica:

u = — 10 x 0,73 = — 7,3 kPa.


A interface água-ar apresentará o aspecto mostrado na Figura
abaixo, com a concavidade para baixo, indicando que a pressão no
ar é maior do que na água e justificando a ação da tensão
superficial sustentando a água dentro do tubo.
(b) Estando a extremidade do tubo no nível da água na cápsula,
a pressão da água é igual à pressão na superfície da cápsula,
portanto nula. O fato da água estar no tubo capilar, por si só, não
significa que a pressão seja negativa. A interface água-ar é plana,
pois a pressão na água é igual à pressão atmosférica.

(c) À medida que o tubo for abaixado, a curvatura da interface


água-ar começa a ficar cada vez maior, com a concavidade voltada
para fora, sendo a tensão superficial na calota responsável por
sustentar a água dentro do tubo. Quando a extremidade do tubo
estiver 73 cm abaixo do nível d’água na cápsula, estará na situação
limite. Abaixando-se um pouco mais, começa a gotejar, pois a
tensão superficial não mais suportará o peso da água.

(d) Se o tubo foi imerso na água, no recipiente 50 cm abaixo da


cápsula, o menisco se desfaz, e não há nada que sustente a água;
ela passa a percolar da cápsula original para este recipiente, como
um sifão.
EXERCÍCIO 2
A Figura abaixo, apresenta diversos tubos capilares, cujos
diâmetros estão assinalados. Colocando-se os tubos (a), (b) e (c) em
contato com a água, a ascensão ocorrerá como indicado. Verifique se a
figura está correta. Igualmente verifique se a posição da água no tubo (d),
que foi inicialmente saturado, imerso na água livre, e posteriormente
elevado à posição que ocupa também esta correta.
Solução:
Inicialmente, calculam-se as alturas de ascensão capilar
correspondentes aos diversos diâmetros dos tubos ou de partes
dos tubos. Como visto no Ex. anterior, para os diâmetros
envolvidos, tem-se: para d = 0,05 mm, hc = 58,4 cm; e para d = 0,15
mm, hc = 19,5 cm. Examinemos, então os três primeiros tubos:

• No tubo (a), a água ascendeu até a altura de 58,4 cm, o que é


compatível com o seu diâmetro. O raio de curvatura do menisco
capilar é de 0,025 mm, formando uma semi-calota esférica.

• No tubo (b), a água poderia ascender até a altura de 58,4 cm,


mas fica na altura de 20 cm por ser a altura do tubo. Neste caso,
o raio de curvatura da calota é maior, e a tensão capilar atua
obliquamente cm relação à parede do tubo e seu componente
vertical é suficiente para suportar o peso de água no tubo até a
altura de 20 cm.
• No tubo (c), a água só sobe até a altura de 20 cm, pois a
partir dela o diâmetro cio tubo já é de 0,15 mm para o qual
a altura de ascensão, 19,5 cm, já foi ultrapassada.

Portanto, as cotas indicadas de ascensão na Fig.


anterior estão corretas.

Consideremos, agora, a situação (d), em que o tubo


estava originalmente saturado. A água no tubo se escoa até
se estabilizar na cota 58,4 cm, quando a tensão superficial é
capaz de sustentar a coluna de água com 0,05 mm de
diâmetro. A situação é semelhante ao caso (a). A água
adicional, no trecho mais largo do tubo, tem seu peso
sustentado pela base do trecho mais largo.

Note-se que as situações (c) e (d) são semelhantes.


Todavia, a quantidade de água em cada caso é diferente.
PERMEABILIDADE
O estudo de fluxo de água nos solos
é de vital importância para o
engenheiro, pois a água ao se mover
no interior de um maciço de solo
exerce em suas partículas sólidas
forças que influenciam o estado de
tensão do maciço.
Os valores de pressão neutra
(poropressão) e como isso os valores de
tensão efetiva em cada ponto do maciço
são alterados em decorrência de
alterações de regime de fluxo.
O estudo dos fenômenos de fluxo de
água em solos se apoia em três pilares:
conservação da energia (Bernoulli),
permeabilidade dos solos (Lei de Darcy)
e conservação da massa.
Natureza da Água Intersticial
REGIMES DE ESCOAMENTO
A experiência mostrada esquematicamente
conforme figura a seguir, consiste em um
fluxo de água existente através de uma
tubulação transparente e, que por meio de um
pequeno funil instalado no tanque superior,
introduzir um corante neste fluxo: se o corante
escoasse com uma trajetória retilínea, o
regime de escoamento seria laminar, pois as
partículas têm trajetórias paralelas; caso
contrário, o regime seria turbulento.
Lei de Darcy
A experiência de Darcy consistiu em percolar
água através de uma amostra de solo de comprimento L
e área A, a partir de dois reservatórios de nível
constante, sendo h a diferença de cota entre ambos. Os
resultados indicaram que a velocidade de percolação
é proporcional ao gradiente hidráulico , como
visto na equação.
Coeficiente de Permeabilidade ou de
Condutividade Hidráulica
EXEMPLOS

Definir se os solos abaixo são de baixa ou elevada


permeabilidade:

solo 1: K = 1,0 x m/s


solo 2: K = 1,0 x m/s
solo 3: K = 1,2 x m/s
solo 4: K = 1,05 x m/s
solo 5: K = 0,88 x m/s

Obs: Parâmetro de referência 1,0 x m/s


RESPOSTAS

solo 1: K = 1,0 x m/s = Baixa Permeabilidade


solo 2: K = 1,0 x m/s = Alta Permeabilidade
solo 3: K = 1,2 x m/s = Alta Permeabilidade
solo 4: K = 1,05 x m/s = Alta Permeabilidade
solo 5: K = 0,88 x m/s = Baixa Permeabilidade

Obs: Parâmetro de referência 1,0 x m/s


Permeabilidade Tipo de solo K (cm/s)
Alta Pedregulhos >
Solos Permeáveis Alta Areias a
Baixa Siltes e Argilas a
Muito Baixa Argila a
Solos Impermeáveis
Baixíssima Argila <

Tabela – Valores típicos do coeficiente de permeabilidade.

Tem-se:

• Solos permeáveis (ou que apresentam drenagem livre)


𝟕
permeabilidade superior a cm/s.

• Os demais são solos impermeáveis ou com drenagem impedida.


EXERCÍCIOS
Exercício 1

Um ensaio de permeabilidade em um
permeâmetro de carga constante forneceu um
volume percolado, em 500 s, de 0,034 m³, sendo
= 2 m, L = 0,2 m e A = 0,04 m². Determinar a
permeabilidade do solo (alta ou baixa
permeabilidade).
tempo (t) = 500 s
volume (v) = 0,034 m³
=2m
L = 0,2 m
A = 0,04 m²

Solução:
Q=KiA Q=0,034/500 = 0,000068 m³/s
K=Q/iA i= /L = 2/0,2 = 10
Q=Volume/tempo k=0,000068/(10x0,04)
Ou Q=Velocidade x Área k=
Portanto, Alta Permeabilidade
Outra forma de Solução:

A vazão percolada foi de Q = 0,034/500 = 6,8 x


m³/s.
Exercício 2
No permeâmetro mostrado na figura abaixo adote:
= 28 cm e L = 50 cm. A seção transversal de 530 cm².
Mantida a carga hidráulica, mediu-se um volume de 100
cm³ escoando em
18 segundos.
Qual o coeficiente de permeabilidade do
material?
Solução:

 Cálculo da vazão:
Q = 100/18 = 5,5 cm³/s

 Cálculo do gradiente hidráulico:


i = 28/50 = 0,56

 Cálculo de k:

k = Q/iA = 5,5/ (0,56 x 530) = 0,0187 =


1,87 x cm/s =
1,87 x m/s
Exercício 3
Dado o permeâmetro abaixo, determine a vazão nos
solos 1 e 2.
A1 = 50 cm2 = 1,2 A2
K1 = 0,6 cm/seg
K2 = 0,2 cm/seg
Percolação da água nos
Solos
Em geotecnia, o fenômeno do
deslocamento da água através do solo é
chamado de percolação da água.

Conhecer como se dá o fluxo da água


no solo é muito importante, pois ele é
responsável por um grande número de
problemas práticos de engenharia.
Os problemas práticos
de engenharia podem ser resumidos em
dois grupos:

• A vazão da água através de maciços


terrosos, drenos ou filtros provocando
a instabilidade geral das massas de
solo principalmente de taludes.

• O recalque nas fundações das obras.


O FLUXO DE ÁGUA NO TERRENO

Quando a água é lançada no terreno,


ela tem 2 caminhos a seguir: uma
parte entra no terreno e a outra corre
pela superfície. A parte que entra no
terreno chamamos de infiltração e a
quantidade vai depender da
porosidade do terreno.

Além da chuva, nós também


lançamos água no terreno:
Água da pia e do chuveiro.

Outro fonte de água são os rios de


planalto.

Fonte: WATANABE
DRENAGEM SUBTERRÂNEA – DRENOS HORIZONTAIS
PROFUNDOS

Fonte: Drenagem Blog (2008)

Fonte: Talus Engenharia (2021)


DRENAGEM - BARBACÃNS
Drenos Sub
Horizontais

Trincheira
Fonte: Watanabe (2010)
Elementos de Drenagem

Fonte: Watanabe (2010) .


Fonte: Watanabe (2010) .
Fonte: Rocha (2013) apud DNIT (2006).
Descida D’água

Fonte: DNIT (2006).


Drenagem
Externa
DRENAGEM SUPERFICIAL – VALAS REVESTIDAS

Fonte: AMP – Engenharia civil e ambiental


DRENAGEM SUPERFICIAL – ESCADAS D’ÁGUA

Fonte: AMP – Engenharia civil e ambiental


Para o estudo da percolação, é
fundamental que seja conhecido o coeficiente
de permeabilidade do solo.

Este parâmetro é obtido em laboratório


através do Ensaio de Permeabilidade com
Carga Constante, no caso de solos granulares
como as areias e pedregulhos, ou através do
Ensaio de Permeabilidade com Carga Variável
para o caso de solos finos como as argilas.
A força de percolação é uma grandeza
semelhante ao peso específico. De fato, a
força de percolação atua da mesma forma que
a força gravitacional. As duas se somam
quando atuam no mesmo sentido (fluxo da
água de cima para baixo) e se subtraem em
sentido contrário (fluxo da água de baixo para
cima).
AREIA MOVEDIÇA
A ocorrência da areia movediça dá-se
quando finas e soltas partículas de areia são
submetidas a um fluxo ascendente de água,
que preenche os espaços entre os grãos,
reduzindo o atrito entre eles, o que faz com
que a areia se comporte como um líquido. A
viscosidade da areia movediça aumenta com
movimentos bruscos.
Normalmente esse fenômeno acontece nas
margens dos rios, lagos, praias, pântanos e
em regiões próximas a fontes subterrâneas.
Apesar de ocorrer em maior número nas
regiões acima citadas, a areia movediça pode
ser formada e encontrada em qualquer local
que exista água e areia que possam se unir.
Erroneamente vemos em filmes e
desenhos que, basta segurar em algo
para conseguir escapar da areia
movediça, o que não é verdade.

O peso de uma pessoa que está na


areia movediça equivale ao peso de um
carro médio, ou seja, é muito difícil
retirar uma pessoa da areia.
Se acontecer de um indivíduo começar a
afundar na areia o importante é que ele não
se movimente, pois o movimento faz com
que a areia se comporte como líquido e faz
com que o indivíduo afunde ainda mais,
portanto deve-se permanecer imóvel para
que o corpo consiga flutuar.
A flutuação do corpo acontece porque a
densidade dele é menor do que a densidade
da areia.

Dessa forma, basta que o indivíduo tenha


paciência para esperar o tempo de flutuar, já
que cada poço de areia movediça possui uma
relação diferente entre água e areia,
apresentando assim maior facilidade para
flutuar ou não.
A areia movediça é, geralmente, bastante
rasa. Ela ocorre em lugares em que a condição
ideal aconteça pois não passa de areia comum
super saturada de água. Com isso, a fricção
entre as partículas diminui e forma-se uma
mistura de areia e água que não consegue
suportar qualquer peso.
Se você pisar na areia movediça, ela não
vai te sugar. Mas se você fizer movimentos
bruscos, isso vai fazer com que você afunde
nela.
Fonte: Brasil Escola
Condições para ocorrer o
fenômeno da areia movediça
• Areia fina (ou material com granulometria de
areia fina);
e
• Fluxo ascendente;
e
• Ic = Id
Ic = gradiente hidráulico crítico
Id= gradiente hidráulico calculado I
Frações dos Solos (ABNT):
Observação: bloco de rocha – superior a 1 m
Limites definidos pela ABNT NBR6502/95
FRAÇÃO
(Rochas e Solos)
Matacão De 200 mm a 1 m
Pedra de mão De 60 mm a 200 mm
Pedregulho De 2,00 mm a 60 mm
Areia grossa
De 0,60 mm a 2,00 mm
Areia Areia média
0,20 mm a 0,60 mm
Areia fina
De 0,06 mm a 0,20 mm
Silte De 0,002 mm a 0,06 mm
Argila Inferior a 0,002 mm
Relação Ic com Id:

• Id > Ic  ruptura hidráulica


(solo borbulhando)
• Ic > Id  Ok! Nada acontece
• Ic = Id  areia movediça (areia fina ou
areia siltosa que recebe um fluxo
ascendente)
Fórmulas:

𝐚
=
𝐠

𝐠= Peso específico dos grãos (valor fornecido)


= Índice de vazios
G=1 (100% saturado) 𝐚
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 1
No aparelho esquematizado abaixo estabeleceu um
fluxo de água do ramo da esquerda para a direita.
Pede-se:
Determinar se a areia está submetida ao fenômeno
da areia movediça.
Resolução:
Id > Ic  ruptura hidráulica (solo borbulhando)
Ic > Id  Ok!
Ic = Id  areia movediça

Para ocorrer areia movediça: ic = id = 𝐬𝐮𝐛

Cálculo do Id:
∆𝒉 𝟏𝟓𝟎
𝒅 𝑳 𝒅 𝟖𝟎

Cálculo do Ic:

Portanto, como Id > Ic  Ruptura Hidráulica.


EXERCÍCIO 2
Determinar qual a profundidade mínima , que
deverá ter o engastamento das pranchas mostradas no
desenho para que não ocorra os fenômenos da areia
movediça e ruptura hidráulica na parte A.
Desprezar a espessura da prancha e adotar o
caminho de percolação indicado.
Resolução:
Id > Ic  Ruptura hidráulica (solo borbulhando)
Ic > Id  Ok!
Ic = Id  areia movediça
Para não ocorrer areia movediça e nem ruptura hidráulica: Ic > Id
2,0 m
A

𝐚
G=1 (100% saturado) e 𝐚
𝐠
𝐠

𝐠
Ic

Para não ocorrer areia movediça  > > 2,50 m


e nem ruptura hidráulica
EXERCÍCIO 3
Determinar qual a profundidade mínima , que
deverá ter o engastamento das pranchas mostradas no
desenho do exercício anterior para que não ocorra os
fenômenos da areia movediça e ruptura hidráulica na
parte A.
Considerar a espessura da prancha como 10 cm e
adotar o caminho de percolação indicado.
EXERCÍCIO 4
Determinar qual a diferença de nível, considerando
que o engastamento das pranchas tem profundidade
3,0 m, conforme mostrado no desenho. Não deverá
ocorrer os fenômenos da areia movediça e ruptura
hidráulica na parte A.
Considerar a espessura da prancha de 15 cm e
adotar o caminho de percolação indicado.

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