Análise de Dados Anabela
Análise de Dados Anabela
Análise de Dados Anabela
Esta pesquisa é de natureza qualitativa, o que significa que nem todas as informações
colectadas serão sujeitas à análise estatística para interpretação. Isso é particularmente
verdadeiro para os dados colectados através do questionário aplicado aos professores e
da entrevista realizada com o Diretor Adjunto Pedagógico. As respostas literais obtidas
dessas fontes serão analisadas e interpretadas para fazer inferências.
32,50%
67,50%
600,00%
1000,00%
É importante mencionar que os quatro gráficos relacionados com o formulário dos alunos
estão combinados em um único gráfico. Em outras palavras, eles estão dispostos de forma
que compartilham os mesmos eixos, formando uma estrutura de ¼. Estes gráficos estão
organizados da primeira à quarta questão, respectivamente.
Com base no gráfico 1, podemos inferir que, embora mais da metade dos alunos (67,50%)
tenha conseguido identificar correctamente as consoantes Ç, S e Z nas palavras, é
preocupante que 32,50% tenham tido dificuldades em identificá-las. Isso é especialmente
alarmante considerando que cerca de 90% desses alunos foram aprovados para a 8ª classe.
Esta situação sugere, em algum grau, uma falta de atenção e comprometimento por parte
dos professores, que trabalham directamente com os alunos.
0,06
1
0,25
4
0,06
1
0,67
10
No gráfico 2, observamos que 25% dos alunos conseguiram escrever correctamente três
palavras que continham as consoantes Ç, S e Z, respectivamente. Além disso, 67,50% dos
alunos utilizaram as consoantes S e Z, enquanto 6,25% usaram as consoantes Ç e Z. Os
restantes 6,25% não conseguiram escrever uma única palavra. Isso indica que apenas 25%
dos alunos (15 de um total de 60) conseguem ler e escrever de forma básica. Os outros
75% (45 de um total de 60) conseguem reconhecer as letras em um conjunto limitado,
mas têm dificuldades em identificá-las com segurança.
Estamos novamente confrontados com conceitos de alfabetização (leitura e escrita) que
ainda não estão bem consolidados. No primeiro ciclo, introduz-se a oralidade, o alfabeto
e a formação de palavras, frases e pequenos textos. No segundo ciclo, além de
desenvolver os conceitos introduzidos anteriormente, também se introduz a gramática
explícita. É bastante controverso que ainda estejamos discutindo a alfabetização básica
(consoantes e vogais) na 7ª classe. No entanto, essa é uma realidade que observamos na
escola em questão.
2 9175,00%
8,25%
1 1500,00%
100,00%
0,13
2
0,75
12
0,13
2
A análise percentual do gráfico 4 mostra que apenas 12,50% dos alunos conseguiram
escrever corretamente três palavras que incluíam as letras Ç, S e Z. Além disso, 75% dos
alunos conseguiram escrever parcialmente (uma ou duas palavras), e os restantes 12,50%
não conseguiram escrever nenhuma palavra. Isso indica uma desconexão entre a leitura
de texto (quando os alunos são capazes), cópias, exercícios estruturais de preenchimento
e redações, que são usadas como uma medida pedagógica para mitigar essas lacunas.
Essa discrepância pode estar ligada ao fato de um dos professores ser de Língua
Portuguesa (no caso, o professor A). Isso torna difícil qualquer esforço para corrigir erros
ortográficos, pois não se pode falar em correções ortográficas para alunos que ainda não
consolidaram o alfabeto (incluindo vogais, consoantes, ditongos, dígrafos, palavras,
frases e pequenos textos). Portanto, qualquer tentativa nesse sentido é frustrada
antecipadamente.
Na segunda questão, que trata das estratégias para superar erros no uso das consoantes Ç,
S e Z, observa-se um consenso em relação ao uso de palavras como recurso para eliminar
possíveis erros na utilização dessas consoantes. No entanto, os detalhes específicos dessa
abordagem (como o preenchimento de palavras textuais, a ditadura de palavras
relacionadas ou até mesmo palavras cruzadas) não são claramente definidos. Os
professores A e B concordam, na quarta questão, que as amnistias curriculares e a
negligência dos professores nas classes iniciais estão na raiz dessas dificuldades. No
entanto, um fato interessante é que existe uma regra geral que exige que os professores
acompanhem seus alunos pelo menos até o final do segundo ciclo (5ª classe). Esse período
é suficiente para que os diagnósticos sejam feitos e as intervenções pedagógicas sejam
implementadas, evitando assim possíveis evasões de responsabilidades.
Para Netos e Infante (1998) a competência para a escrita correcta das palavras, destacando
principalmente todas aquelas em que a composição sonora reflete o /s/, está sempre
amarrada a convivência estabelecida entre os alunos e estas, em momentos distintos
(textos e dicionários), querendo dizer que a frequência desta conivência é a condição sine
qua non para a ilustração da grafia correcta das mesmas, o que não se considera
tecnicamente alcançável a prazo curto.
Muito pelo facto de a ortografia estar ligada a fonética e fonologia, o que perspectiva
desafia a sua apreensão e contraria o ideal, que exigiria uma só unidade gráfica para um
só valor fonético. Nas línguas românticas, como o português que em maior parte assume
a herança latina, três factores contribuem para que não se alcance uma ortografia ideal
apesar de entrarem em seu socorro recursos de letras e sinais diacrónicos não existentes
em latim (Bechara, 1999)
Os textos
A linguística do texto, campo recente de estudo, que visa a examinar o sentido do texto
considerado como entidade autónoma da linguagem. Investiga o plano individual da
linguagem.
Lexicologia
É nessa relação familiar das palavras, que se demostra não só as relações de significação
como também de ortografia, ou seja, os radicais, praz-, caç-, graç-, ajudam na escrita das
diversas palavras derivadas.
Entre os sons das palavras e também entre as letras que os representam podem ocorrer
coincidências, totais (parónimas ou homófonas) ou parciais (como é o caso de uma
sílaba), por exemplo: composição, prisão/razão. Neste caso, o s chega a ser representado
em três formas: [z], [3] e [s], é mister compreender a colocação do s, ou z entre as letras
(como anteriormente demostramos as aplicações).
Exercícios de complementação
Discussão de Resultados
A estratégia começa com a atenção que o professor de Português deve dar em suas aulas.
Essa atenção não deve ser justificada apenas pela facilidade do currículo, como
mencionado pelos professores A, B e a direção pedagógica. Em vez disso, esses erros
devem ser vistos como parte do processo de construção de um conhecimento linguístico
que ainda não está consolidado, conforme (Lopes, 2011, citado por Moreira em 2015).
Outro factor que complica a ortografia é a conversão de letra para som (processos
fonográficos e grafofonêmicos), uma regra crucial no sistema de escrita do Português,
conforme mencionado por (Germano, Pinheiro e Capellini, 2012 citado por Moreira
2015). No entanto, isso contrasta com algumas peculiaridades da língua portuguesa, como
a transparência ortográfica (um som, um grafema), a opacidade ortográfica (um grafema
para vários fonemas) e fonemas que correspondem a vários grafemas.
Em uma situação onde apenas 12,50% dos alunos preencheram corretamente as lacunas
em palavras incompletas, isso está alinhado com o facto de que apenas 6,25% dos alunos
identificaram todas as palavras onde as consoantes Ç, S e Z foram usadas incorretamente.
Isso indica que se o preenchimento de lacunas já apresenta um nível de dificuldade, o
reconhecimento de erros ortográficos é ainda mais desafiador. Afinal, não é possível
identificar as letras nas palavras sem conhecer o alfabeto, a formação de sílabas, palavras,
frases ou até mesmo textos.
Os estágios da alfabetização não devem ser misturados, como parece estar acontecendo.
No entanto, eles podem ser efectivamente corrigidos a partir de um certo ponto de
dificuldade apresentado pelos alunos (geralmente no final do 1º e início do 2º ciclo de
aprendizagem). Isso é uma ocorrência natural durante esse processo, conforme
mencionado por (Bechara, 1999).
Após a fase de identificação das causas e categorização dos erros, não é suficiente apenas
transformar as aulas de português em experiências descontraídas, como jogos
pedagógicos e atividades. Isso é um desafio proposto pela direção pedagógica da escola
como uma estratégia para superar esses problemas. A escola como um todo, incluindo a
direção pedagógica e os professores, especialmente os do 1º e 2º ciclo, têm um papel
crucial nesse processo.
A actividade de transcrição de sons para a escrita pode envolver o uso de pares mínimos
e diferenciadores, como “Zeca” e “seca”, ou até mesmo estabelecer uma relação entre
imagens e palavras. Além disso, os alunos podem ser incentivados a construir palavras de
pronúncia difícil, registrando-as previamente enquanto leem um texto específico.
As cópias de textos não devem ser feitas de forma improvisada e simplesmente anexadas
ao livro didático, como muitas vezes acontece. É importante diversificar os textos e evitar
que sejam excessivamente longos, para que possam ser realmente úteis para os propósitos
pretendidos.
Os ditados, assim como as cópias, devem ser selecionados com cuidado. Eles não devem
envolver palavras muito conhecidas e devem manter uma conexão entre o texto anterior
e o seguinte. Além da clara pronúncia necessária por parte do professor, os textos devem
formar uma unidade e apresentar um grau crescente de dificuldade na escrita das palavras.
Caso contrário, eles podem se tornar desmotivadores para o aluno, conforme mencionado
por (Mateus, 2003 citado por Leitão, 2016 e Escórcio e 2011).
Inicialmente, a composição deve ser vista como uma oportunidade para a expressão livre
na escrita. Com o tempo, começam a ser introduzidas restrições, como a delimitação
temática, a dimensão e as etapas textuais, entre outros aspectos. Tanto na composição
quanto nos ditados, a revisão de possíveis erros cometidos pelo aluno deve ser discutida
em grupo, esclarecendo cada situação de acordo com suas particularidades.