Apostila 3 - Preparo de Substrato e Semeadura
Apostila 3 - Preparo de Substrato e Semeadura
Apostila 3 - Preparo de Substrato e Semeadura
de Agricultura Natural
EaD
Módulo 3
Preparo de
Substrato e
Semeadura
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SECRETARIA DA HORTA CASEIRA
Representantes de Planejamento:
Ministro Carlos Daniel de Souza Rodrigues e
Juliano José dos Santos
Assistentes administrativos:
Camila Costa Silva
Revisão Linguística:
Ivna Fuchigami
Fotografia:
Arquivos da Secretaria da Horta Caseira e SEDOMM
Produção:
Divisão de Comunicação – Sede Central
Tiragem:
Digital
Correspondência:
Rua Morgado de Mateus, 77 – Vila Mariana
São Paulo – SP – CEP 04015-050
horta@messianica.org.br – (11) 5087-5124
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Preparo de Substrato e Semeadura
Um dos desafios para os praticantes da horta caseira é
a produção de mudas, a qual constitui uma das etapas mais
importantes do sistema produtivo. Esse processo depende alta-
mente de materiais (insumos), como sementes e substrato, que
contribuirão para germinação, enraizamento e crescimento das
mudas.
O substrato é o resultado da mistura de dois ou mais ma-
teriais formulados e manipulados para atingir propriedades de-
sejadas. No método de cultivo de acordo com os princípios da
Agricultura Natural, buscamos esses materiais obedecendo ao
que Meishu-Sama deixou em seus escritos.
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Observação da Natureza
Observar a Natureza é muito importante, principalmente
para quem pretende praticar o método da Agricultura Natural.
Quando alguém diz que não consegue praticar, que é difícil, as
dificuldades e as dúvidas sobre Agricultura Natural serão sana-
das mediante o olhar atento para com a Natureza. Contemplá-
-la pode trazer uma ótima reflexão para descobrirmos coisas
dentro do coração que estavam perdidas e ajuda a corrigir o
sentimento dos praticantes da horta caseira.
A observação da Natureza se torna um dos pontos que nos
leva a buscar a matéria-prima ao nosso redor. O Brasil é um país
de vasta extensão, portanto prestem atenção ao que a Nature-
za oferece em sua região. Talvez você encontre folhas de uma
árvore que sejam ideais para o preparo do substrato. É possível
utilizar mais de um tipo de material vegetal para fazer a com-
postagem, como por exemplo 25% de folhas e 25% de capim.
Lembre-se que o exemplo que possa ser dado aqui na prá-
tica não segue como um padrão para todos os praticantes do
Brasil. O importante é o espírito de busca para chegar a um tipo
de material que possa ser ideal para a semeadura.
A partir desse material de origem vegetal (folhas secas,
capim seco etc.), iremos preparar uma compostagem que terá
50% de material vegetal seco e picado e 50% de terra. Esta últi-
ma poderá ser comprada. Nesse caso, pense sempre em adqui-
rir solo orgânico, terra vegetal sem adição de adubos químicos,
ou utilizar um solo com o qual você já venha trabalhando em
sua residência.
Misture esse material e umedeça-o para que fique com
aproximadamente 55% de umidade, para que ocorra a fermen-
tação e os microrganismos possam entrar em atividade e fazer
a decomposição da matéria orgânica. Com a umidade correta,
o material poderá ficar pronto para uso em aproximadamente
três meses.
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Os benefícios dessa compostagem serão o aumento da
disponibilidade de nutrientes para as culturas, a melhoria do
condicionamento físico do substrato e a manutenção da vida
no solo.
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O solo deverá ser peneirado para a retirada de pedras e/
ou materiais grandes que dificultem o enraizamento das mu-
das. Podemos usar a medida em volume de 10 litros desse solo
e 20 litros de fibra de coco fino, adquirido em lojas de venda de
insumos agrícolas. A fibra de coco fino é comercializada como
substrato de origem vegetal natural, sendo um material renová-
vel. Sua utilização deixará o substrato com uma melhor estru-
turação, drenagem e aeração.
Esses materiais devem ser bem homogeneizados e, em
seguida, umedecidos. O ideal é preparar esse substrato uma se-
mana antes da semeadura. Uma vez que se acrescentará a fibra
de coco, que é um material vegetal, haverá uma pequena fer-
mentação devido à água adicionada. Por conseguinte, o prazo
de sete dias deixará o material estabilizado, sendo necessário
apenas umedecer novamente para proceder à semeadura.
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Semeadura
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Pensando em trabalhar com as crianças, uma dica seria
plantar rúcula ou rabanete. Por quê? Normalmente as crian-
ças ficam muito mais ansiosas, querendo que a sementinha e
plantinha cresçam rápido, e essas culturas citadas estão pron-
tas para serem colhidas em 35 dias. Dessa forma, teremos a
oportunidade de mostrar a elas esse importante aprendizado
de aguardar o tempo certo em tudo que forem realizar.
Sementes
Utilizar preferencialmente as sementes da Agricultura
Natural ou orgânicas. Se houver dificuldade em adquiri-las, é
aconselhável obter sementes que não tenham tratamento quí-
mico.
Depois que a bandeja já estiver com o substrato, colocar
duas sementes da cultura desejada, com a profundidade do ber-
ço de 0,5 cm a 1 cm. Em seguida, cobrir com uma fina camada
de substrato. A germinação ocorrerá de 4 a 15 dias, dependendo
da cultura escolhida.
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Caso as duas sementes germinem, uma deverá ser reti-
rada (desbastada). Tal quantidade de sementes é aconselhável
para a cultura como alface, almeirão, escarola, repolho, couve,
tomate, pimentão etc., que necessitarão de desbaste.
Culturas como salsa, cebolinha, coentro e rúcula poderão
ter suas mudas preparadas. É igualmente possível fazer seme-
adura direta nos vasos, em que deverão ser colocadas cinco se-
mentes em cada berço, sem precisar desbastar. Essas culturas
conseguem desenvolver-se bem.
Com a rúcula, cenoura, beterraba, rabanete é praticável
proceder à semeadura direta em vasos ou canteiros em forma
de linhas, colocando as sementes próximas umas das outras, de
forma uniforme – cerca de 1cm – cobertas com terra. A cenou-
ra, beterraba e rabanete precisam de desbaste, e o momento
ideal para tal é quando as plantas tiverem duas folhas defini-
tivas. Após o desbaste, é necessário colocar um pouco de terra
ao pé das plantas, para evitar que a parte superior da raiz fique
exposta ao sol.
Propagação
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Cuidados com irrigação e sol
O excesso de água prejudica o enraizamento, provoca do-
enças de solo que causam tombamento e murchamento das mu-
das e aumenta a incidência de doenças foliares em decorrência
da elevada umidade relativa do ar. Já a falta de água provoca o
murchamento, que pode ser permanente, e reduz a fotossíntese,
fazendo com que as plantas não se desenvolvam.
Do semeio até a germinação, deve-se manter a umidade
do substrato. Em locais de temperatura mais elevada, a irriga-
ção consistirá em uma menor quantidade de água, de 3 a 4 ve-
zes ao dia. Mais uma vez, o treino da observação será de suma
importância para que a germinação se dê de maneira uniforme.
Em relação ao sol, no início não é necessário expor a
bandeja semeada à luz solar direta, podendo deixar preferen-
cialmente de 2 a 3 dias em local sem luz. Após esse período,
pode-se deixar a bandeja no sol da manhã. Se for no sol direto,
é importante colocar uma tela protetora (sombrite 50%) a uma
altura de pelo menos 80 cm para não abafar as mudas porque as
plântulas ainda são muito sensíveis. Preferencialmente as mu-
das devem receber o maior tempo possível de sol após o início
da germinação – os primeiros 15 dias –, pois o crescimento das
plântulas é muito rápido, e a falta de sol pode ocasionar o estio-
lamento delas.
É fundamental sempre pensar na adaptação das mudas à
luz do sol para que, no final do período na bandeja, que será de
25 a 30 dias, elas já estejam prontas para ir para o canteiro ou
vasos.
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