Comparação de Equações Volumétricas Ajustadas Com Dados de Cubagem 53416307
Comparação de Equações Volumétricas Ajustadas Com Dados de Cubagem 53416307
Comparação de Equações Volumétricas Ajustadas Com Dados de Cubagem 53416307
ISSN: 0103-9954
cf@ccr.ufsm.br
Universidade Federal de Santa Maria
Brasil
Thomas, Cláudio; Martins Andrade, César; Schneider, Paulo Renato; Guimarães Finger, César
Augusto
Comparação de equações volumétricas ajustadas com dados de cubagem e análise de tronco
Ciência Florestal, vol. 16, núm. 3, 2006, pp. 319-327
Universidade Federal de Santa Maria
Santa Maria, Brasil
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1. Acadêmico do Curso de Graduação em Engenheira Florestal, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de
Santa Maria, CEP 97105-900, Santa Maria (RS). Bolsista PIBIC/CNPq. claudio4022002@yahoo.com.br
2. Acadêmico do Curso de Graduação em Engenheira Florestal, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de
Santa Maria, CEP 97105-900, Santa Maria (RS). Bolsista PIBIC/CNPq. cesarmartins@mail.ufsm.br
3. Engenheiro Florestal, Dr., Professor Titular do Departamento de Ciências Florestais, Centro de Ciências Rurais,
Universidade Federal de Santa Maria, CEP 97105-900, Santa Maria (RS). paulors@ccr.ufsm.br
4. Engenheiro Florestal, Dr., Professor Adjunto do Departamento de Ciências Florestais, Centro de Ciências Rurais,
Universidade Federal de Santa Maria, CEP 97105-900, Santa Maria (RS). finger@ccr.ufsm.br
320 Thomas, C. et al.
O volume constitui uma das informações de maior importância para o conhecimento do potencial
disponível em um povoamento florestal, haja vista que o volume individual fornece subsídios para a
avaliação do estoque de madeira e análise do potencial produtivo das florestas.
Uma ferramenta amplamente utilizada nas estimativas e prognoses da produção madeireira é o
emprego de equações volumétricas cujos parâmetros são determinados por regressão, constituindo um
procedimento eficiente para a quantificação da produção em volume de um povoamento florestal (Parent
apud Santana e Encinas, 2004). O procedimento de maior uso na estimativa do volume individual é o
emprego de equações em que o volume é a variável dependente, associado a variáveis independentes de fácil
mensuração na floresta, como o diâmetro à altura do peito e a altura (Machado et al., 2002).
Muitas equações matemáticas foram desenvolvidas para estimar o volume de povoamentos florestais,
e apesar da eficiência de alguns modelos, estes nem sempre se ajustam a todas as espécies e condições, sendo
recomendável testá-los e, por meio de estatísticas adequadas, identificar o melhor para cada caso.
Inúmeros pesquisadores ajustaram e compararam diversas funções matemáticas que expressam o
volume, para diferentes espécies, sítios e regimes de manejo, entre eles: Silva et al. (1978), que construiram
tabelas de volume comercial para Eucalyptus spp.; Schneider (1984), no cálculo do volume com casca para
Pinus elliottii; Machado et al. (2002) modelaram o volume de Pinus oocarpa em diferentes idades e regimes
de desbaste; Santana e Encinas (2004) desenvolveram equações para Eucalyptus saligna, entre outros.
Loetsch et al. (1973) consideram que, para a construção de uma tabela de volume local, se faz
necessária a cubagem de 50 a 100 árvores; para áreas mais extensas, recomendam amostragem de centenas
de árvores, visando a cobrir os diferentes sítios, idades, classes de diâmetro e formas de manejo a que a
floresta tenha sido conduzida. Nesse caso, os custos envolvidos na obtenção dos dados de cubagem, para
ajustar equações que são específicas para cada espécie, idade, ciclo ou região, são altos.
No intuito de facilitar a obtenção de dados utilizados para o ajuste de funções de volume, e
conseqüentemente reduzir os custos do inventário, tem-se recorrido à utilização da dendrocronologia,
também denominada análise de tronco, a qual trata da reconstituição do crescimento passado da árvore. Esta
técnica considera cada ano de crescimento como uma árvore individual, permitindo a obtenção de um
extenso conjunto de dados apropriados para ajustes de equações de volume, o que implica numa redução dos
custos de obtenção de dados.
Nesse contexto, levando em consideração que a cubagem rigorosa consiste de um processo oneroso,
e que a análise de tronco possibilita a obtenção de dados adequados para o ajuste de equações volumétricas
de Pinus taeda L., pretende-se com este trabalho:
a) Testar modelos matemáticos que expressam o volume em função do diâmetro á altura do peito e
altura para dados de volume com e sem casca, e selecionar a equação de melhor ajuste e precisão.
b) Estimar o volume de madeira com casca por meio de uma função gerada com dados de volume
sem casca provenientes da análise de tronco, e compará-los aos volumes com casca obtidos pela equação
originada com informações da cubagem.
MATERIAL E MÉTODOS
Localização e caracterização da área de estudo
Os dados utilizados no desenvolvimento deste trabalho foram obtidos em talhões de Pinus taeda L.
pertencentes à empresa SEIVA S/A – Florestas e Indústrias, situada no município de Ponte Alta do Norte,
região serrana de Santa Catarina, situada sob as coordenadas geográficas 27º 07’ de latitude sul e 50º 26’ de
longitude oeste. A altitude do local é variável, ficando dentro das isométricas 800 e 1.200 m acima do nível
do mar (Santa Catarina, 1986).
Segundo a classificação de Köppen, o clima da região é do tipo “Cfb”, subtropical úmido com verões
frescos, não apresentando estação seca definida. Dados obtidos na estação metereológica da empresa indicam
uma precipitação média anual de 1.740 mm e temperatura média anual de 16,8º C.
O solo da região é constituído dos tipos TBHa2 e Cha5, ambos caracterizados como cambissolo
bruno húmico álico de textura argilosa, com face pedregosa e não-pedregosa (Santa Catarina, 1986).
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324 Thomas, C. et al.
TABELA 3: Parâmetros das equações testadas para ajustar o volume sem casca, partindo de dados da análise
de tronco.
TABLE 3: Parameters of the equations tested to adjust the volume without bark, starting from data of the
stem analysis.
Equação Coeficientes
R2Aj. Sxy CV% F
b0 b1 b2 b3 b4 b5
1 0,03742 0,000037 0,9865 0,0885 11,77 57.844,9
2 -0,06078 -0,01022 0,00140 0,9584 0,1555 20,67 9.102,2
3 -0,05634 -0,00016 0,0000392 0,00896 0,9894 0,0785 10,44 24.585,1
4 - 0,000342 0,0000035 0,000045 -0,00052 0,9901 0,0729 9,43 22.554,4
5 -0,10033 0,010413 -0,00047 0,000282 0,000041 0,9905 0,0743 9,91 20.679,9
6 0,02940 0,01397 -0,000694 0,00148 0,000031 -0,0281 0,9917 0,0693 9,22 18.935,3
7 -9,91573 0,97762 0,9963 0,0744 -8,57 213.810,0
8 -9,84274 1,81743 1,10282 0,9969 0,0710 -8,19 117.125,0
9 -9,87232 2,56300 -0,11694 0,26032 0,15122 0,9966 0,0726 -7,79 64.632,0
Em que: R2Aj.= coeficiente de determinação ajustado; Sxy = erro-padrão da estimativa; CV = coeficiente de variação em
percentagem; F = valor de F da análise da variância; b0 , b1 , b2 , b3 , b4 , b5 = coeficientes.
Com relação ao Syx, os valores variaram de 0,0693 a 0,1555. O menor coeficiente de variação foi de -
8,57% para a equação 9, e o valor de F mais significativo foi de 213.810,0 para o modelo 7.
A seleção dos modelos com base na proposta de Thiersch (1997), que considera o Valor Ponderado
obtido pelos escores de cada estatística tomadas em conjunto, é apresentada nas Tabelas 4 e 5
respectivamente, para as equações desenvolvidas com dados de árvores cubadas com casca e para árvores de
análise de tronco sem casca respectivamente.
TABELA 4: Valor Ponderado dos Escores dos Parâmetros Estatísticos para as equações de volume com
casca, testadas partindo de dados da cubagem.
TABLE 4: Score Pondered Value of the Statistical Parameters for the volume equations with bark, tested
from data of the stem measurements.
Escores dos Parâmetros Estatísticos Valor
Equação
R2 Aj. Sxy CV% F Ponderado (VP)
1 8 8 5 3 24
2 9 9 9 9 36
3 7 6 3 6 22
4 4 7 4 5 20
5 5 4 1 7 17
6 6 5 2 8 21
7 3 3 8 1 15
8 1 1 6 2 10
9 2 2 7 4 15
Em que: R2Aj.= coeficiente de determinação ajustado; Sxy = erro-padrão da estimativa; CV = coeficiente de variação em
percentagem; F = valor de F da análise da variância.
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Comparação de equações volumétricas ajustadas com dados de cubagem e análise de tronco 325
TABELA 5: Valor Ponderado dos Escores dos Parâmetros Estatísticos para as equações de volume sem
casca, testadas partindo de dados da análise de tronco.
TABLE 5: Score Pondered Value of the Statistical Parameters for the volume equations without bark, tested
from data of the stem analysis.
Escores dos Parâmetros Estatísticos Valor
Equação 2
R Aj. Sxy CV% F Ponderado (VP)
1 8 8 8 4 28
2 9 9 9 9 36
3 7 7 7 5 26
4 6 4 5 6 21
5 5 5 6 7 23
6 4 1 4 8 17
7 3 6 3 1 13
8 1 2 2 2 7
9 2 3 1 3 9
Em que: R2Aj.= coeficiente de determinação ajustado; Sxy = erro-padrão da estimativa; CV = coeficiente de variação em
percentagem; F = valor de F da análise da variância.
O ranking do Valor Ponderado (VP), apresentado nas Tabelas 4 e 5, atribuiu valores de 1 a 9 para cada
parâmetro estatístico considerado (R2Aj., Sxy, CV%, F), sendo designado 1 o melhor e 9 para o pior. A função
número 8, de Schumacher-Hall, obteve o menor Valor Ponderado para as duas fontes de dados, com casca e
sem casca, sendo então a selecionada para as estimativas de volume.
Nas Figuras 1 e 2, são apresentados os gráficos dos resíduos do volume para os dois conjuntos de
dados, não demonstrando tendenciosidade de ajuste da variável dependente volume.
FIGURA 1: Distribuição dos resíduos para o volume com casca estimado pela equação ajustada com dados da
cubagem.
FIGURE 1: Distribution of the residues for the volume with bark considered for the adjusted equation with
data of stem measurements.
FIGURA 2: Distribuição dos resíduos para o volume sem casca estimado pela equação ajustada com dados
da análise de tronco.
FIGURE 2: Distribution of the residues for the volume without bark considered for the adjusted equation
with data of the stem analysis.
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326 Thomas, C. et al.
O teste Qui-quadrado (χ2), aplicado para comparar os volumes calculados com as equações
ajustadas, mostrou não haver diferença significativa para a probabilidade de 0,01. O valor de χ2 calculado foi
igual a 0,0008, menor que o tabelado de 23,21, assim, se pode afirmar que as duas curvas não diferem
estatisticamente a essa probabilidade.
Esse resultado estatístico pode ser observado na Figura 3, que representa graficamente a tendência
das estimativas de volume, obtidas por equações de volume ajustadas com dados oriundos da cubagem com
casca e análise de tronco sem casca, sendo possível verificar a quase-total sobreposição das duas curvas de
volume.
FIGURA 3: Curvas de volume com casca obtidas pelas equações ajustadas com dados de cubagem e análise de
tronco.
FIGURE 3: Volume curves with bark obtained through adjusted equations with stem measurements data and
stem analysis.
CONCLUSÕES
A análise do Valor Ponderado, juntamente com a observação gráfica dos resíduos resultantes do
ajuste de equações de volume, permitem concluir que para o conjunto de dados utilizados, o modelo de
Schumacher-Hall apresenta o melhor desempenho nas estimativas de volume total com e sem casca, para
dados oriundos de cubagem e análise de tronco.
O teste Qui-quadrado revelou que não houve diferença significativa nas estimativas das duas
equações ajustadas com dados da cubagem com casca e análise de tronco sem casca, respectivamente,
demonstrando que é possível obter com precisão, informações de volume com casca partindo de uma
equação gerada com dados de volume sem casca.
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camaldulensis. Lavras, 1997. 155f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal de Lavras,
Lavras, 1997.
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