Recurso - TJSP - Ação Compra e Venda - Apelação Cível
Recurso - TJSP - Ação Compra e Venda - Apelação Cível
Recurso - TJSP - Ação Compra e Venda - Apelação Cível
COMARCA DE FRANCA/SP .
PROCESSO N°
, nos autos da açã o monitó ria, que move em desfavor de , por intermédio de seu advogado
que a esta subscreve vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, inconformado
com a r. sentença de folhas 60/64, que julgou improcedentes os pedidos iniciais,
tempestivamente, preparo em anexo, e com fulcro nos artigos 1.009 e seguintes do Có digo
de Processo Civil, interpor RECURSO DE APELAÇÃ O , pelos fatos e direitos que expõ e nas
razõ es que seguem, requerendo que o mesmo seja recebido e processado, intimando o
Recorrido para, querendo, manifeste-se nos termos e prazos legais.
Tudo para que com ou sem a manifestaçã o do Apelado, sejam os presentes autos
encaminhados para julgamento ao EGRÉ GIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃ O PAULO.
estes termos;
Pede deferimento;
Franca, 12 de janeiro de 2022.
pp.
2) DO PRAZO
A r. sentença fora publicada em 02/12/21. O prazo para interposiçã o do presente recurso
está insculpido no artigo 1003 do CPC:
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de
advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
(...)
§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15
(quinze) dias.
3) DO PREPARO
Recolhido na forma da lei, através de guia gerada pelo sistema pró prio deste Tribunal de
Justiça.
4) DO PROCESSO
O autor, ora apelante, em breve síntese, vem relatar que comprou á rvores (Eucaliptos) do
ora apelado, pelo que se avençou contrato, bem assim emitiu-se nota promissó ria, ao que
por ocasiã o de nã o cumprimento, isto é, nã o entrega do que negociado, valer-se-ia de
medida judicial para compelir o devedor a pagar.
Pois bem. A quantidade de á rvores prevista no acordo nã o foi entregue, pelo que o ora
apelado nã o se desincumbiu do ô nus de comprovar sua entrega. Leia-se "entrega" como
retirada por parte do aqui apelante.
É que a este nã o foi permitida a completa retirada do bem adquirido, e pago . Ademais,
entendeu o juízo de piso que a açã o nã o deve prosperar, sob o fundamento de que "a parte
autora dispensou a dilaçã o probató ria e nã o fez prova do cumprimento integral de sua
obrigaçã o [...]" (fl. 62).
Ocorre que, ao decisum, d.m.v ., escapou a compreensã o da natureza da açã o monitó ria. Eis
que, conforme as razõ es que serã o articuladas, pautadas em entendimento consolidado no
C. STJ, ao autor, em açã o como a presente, cabe trazer prova escrita do valor que lhe é
devido, incumbindo ao réu, ora devedor, produzir as provas inequívocas, capazes de
impedir o direito invocado pelo autor, inclusive, sendo ô nus seu (do réu) a dilaçã o
probató ria.
5) DA SENTENÇA
A r. sentença deu por improcedente a açã o nos seguintes termos:
"A parte autora dispensou a dilação probatória e não fez prova do cumprimento integral de sua obrigação de pagar
as quantias apontadas nos itens 1 a 5 do instrumento de fls. 15, e nem que foi indevidamente impedido de retirar
o restante das árvores, de modo que não pode pretender agora a rescisão contratual atribuindo à parte requerida
conduta culposa e buscar, assim, a devolução de parte do valor que teria pago à parte autora, para cuja prova
inequivocamente trouxe aos autos título de validade duvidosa, que foi, ainda segundo reconhece, emitido para
caução e não para pagamento (fls. 17)
Portanto, não havendo qualquer motivo para rescisão anômala do contrato com restituição de quantia, de rigor o
desacolhimento do pedido formulado pela parte autora".
Contudo, nã o fora observada a narrativa inicial, confirmada pela pró pria tese defensiva.
Vejamos trecho da inicial, fl. 2:
A dívida é oriunda de transações comerciais realizada entre as partes, representada pelo contrato de compra e
venda de árvores de eucalipto em pé. No dia 09 de janeiro de 2019 as partes firmaram um contrato de compra e
venda (em anexo) tendo o Sr. João como vendedor de 240 árvores de eucalipto localizadas em uma área da
Fazenda São Judas Thadeu de propriedade de ITAPURA AGROPECUÁRIA LTDA, CNPJ 44.624.179/0002-04 localizada
no município de São Sebastião do Paraiso, o vendedor alegou e apresentou um contrato de compra e venda com a
referida pessoa jurídica, das aludidas árvores.
E assim a defesa:
Temos que a requerente adentrou com ação embasada em uma promissória, se embasando em um contrato de
venda de árvores , mas temos também que certo contrato está eivado de erros e desajustes, não sendo real a
alegação do requerente, pois, havia outro sócio do requerente no negócio, e contudo, as viagens elencadas na
peça exordial de retirada de madeiras, não condizem com a verdade, devendo ser provado através de
testemunhas, se o credito cobrado é devido ou não.
Note-se que os elementos advindos do título sã o prescindíveis, posto que o objeto da lide
emerge a partir da mera prova escrita, nã o fazendo a lei ó bice sobre forma ou requisito.
A propó sito, o STJ já decidiu, no Recurso Especial 1., que até a mensagem eletrô nica (e-
mail) pode fundamentar o pedido de açã o monitó ria.
Nã o se olvide que, com o desenvolvimento de novas formas de comunicaçã o, notadamente
via plataformas de "chat", recente decisã o na "2a Vara Cível da Comarca de Cachoeira do
Sul/RS, admitiu inclusive conversas via aplicativo (WhatsApp) como suficiente ao êxito do
procedimento monitó rio (Processo 0008055-33.2018.8.21.0006).
Pois bem. Fato é, Exas., que escapou à percepçã o do juízo a quo, que a natureza do presente
procedimento exige (e dá espaço) para maior produçã o probató ria por parte do réu - o que
este nã o fez.
Quer pela validade do título apresentado, quer pela evidente prova feita pelo contrato
anexado à exordial, onde constam disposiçõ es de pró prio punho feitas pelo réu, o débito
está demonstrado, nã o ficando, contudo, evidente nos autos a entrega da totalidade dos
bens adquiridos - e é apenas isso que motiva o autor, ora apelante.
Dar guarida à decisã o aqui hostilizada é perpetrar enriquecimento sem causa em favor do
apelado, que recebeu por algo que nã o entregou. Daí a necessidade do ressarcimento!
Nã o há porque alguém honrado em seu meio, como o apelante, vir até o judiciá rio (ú ltima
ratio da sociedade) buscar por algo que inexiste! Ora, é extrema injustiça a conduta do
vendedor, ora apelado, que sabe ter recebido quantia, que exorbitou o que fora entregue
em .
Urge a reforma da decisã o.
9) DOS PEDIDOS
Ante o exposto, é o presente recurso de apelaçã o para requerer:
1. A reforma da sentença recorrida, reconhecendo o débito apontado, condenando o apelado ao ressarcimento,
corrido na forma da lei.
2. A condenação do apelado aos honorários sucumbenciais e custas, atendendo-se aos parâmetros positivados no
CPC/2015.
Nestes termos;
Pede deferimento.
Franca, 12 de janeiro de 2022.
pp.